Coberturas dos seguros auto “intactas” em estado de emergência

  • ECO Seguros
  • 20 Março 2020

Fidelidade, Tranquilidade, Generali, Açoreana, LOGO, Ageas, Ocidental e Seguro Directo, Allianz e também a APS, confirmam coberturas do ramo automóvel inalteradas, apesar do estado de emergência.

Fidelidade, Tranquilidade, Generali, Açoreana, LOGO, Ageas, Ocidental, Seguro Directo e Allianz que em conjunto significam dois terços do ramo automóvel, descansam os condutores relativamente às suas apólices. Dizem que mesmo estando o país em estado de emergência, todos os seguros deste ramo se encontram com as coberturas intactas quer no que respeita à responsabilidade civil obrigatória, quer em coberturas adicionais ou facultativas, mais conhecidas por danos próprios.

A ASF tinha afirmado que a declaração do estado de emergência não alterava as proteções conferidas pela responsabilidade civil obrigatória, mas que, em coberturas adicionais, a manutenção da responsabilidade pela seguradora dependia dos contratos estabelecidos e se estas cobriam ou não sinistros ocorridos na sequência de incumprimento de uma disposição legal.

A APS – Associação Portuguesa de Seguradores, que representa 99% das companhias, declarou, entretanto, que “não estão previstas cláusulas de exclusão ou de limitação das coberturas por efeito da mera declaração do estado de emergência”.

Fonte da Fidelidade, líder de mercado no ramo automóvel com 24,5%, afirmou: “na leitura que fazemos, a simples declaração de estado de emergência não produz nenhum tipo de efeito na validade e eficácia dos seguros de responsabilidade civil automóvel, os quais permanecem válidos e eficazes (ou seja aptos a dar cobertura a qualquer acidente que se verifique nesse período) tal como se essa declaração não tivesse sido proferida”.

Quanto às coberturas facultativas, a Fidelidade sublinha que não existe apólice uniforme, mas que a situação se mantém: “A simples declaração de estado de emergência não produz nenhum tipo de efeito na validade e eficácia dos seguros de danos próprios, os quais permanecem válidos e eficazes (ou seja aptos a dar cobertura a qualquer acidente que se verifique nesse período) tal como se essa declaração não tivesse sido proferida, o que bem se compreende uma vez que a declaração do estado de emergência não constitui causa ou agravante de qualquer sinistro que possa ocorrer durante esse período”, conclui.

Também a Tranquilidade, Generali, Açoreana e LOGO, que em conjunto detêm cerca de 22% do mercado, confirmaram todos os seus seguros como válidos, afirmando a ECOseguros, que “no seguimento da declaração do estado de emergência, esclarecem que todas as coberturas contratadas pelos seus clientes no âmbito de um seguro automóvel se mantêm inalteradas durante este período (de estado de emergência).

Igualmente a Ageas Seguros, a Ocidental e a Seguro Directo, marcas do Grupo Ageas Portugal que detém 12% de quota de mercado no ramo automóvel, informaram que a declaração de estado de emergência, em “nada afeta a validade dos seguros de responsabilidade civil automóvel, no sentido em que continuam a estar cobertos quaisquer acidentes que se verifiquem durante este período. Todas as coberturas contratadas pelos clientes no âmbito de um seguro automóvel se mantêm inalteradas durante este período“, refere o grupo.

A Allianz, com um peso de cerca de 8% tem a mesma opinião: “Todas as coberturas contratadas pelos seus clientes no âmbito de um seguro automóvel se mantêm inalteradas durante este período de estado de emergência”, foi a sua resposta a ECOseguros.

(Notícia atualizada às 10:00 com informação sobre o grupo Ageas Portugal, às 10:20 com declaração da Associação Portuguesa de Seguradores e às 15.30 com esclarecimento da Allianz Portugal)

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Banco a banco, o que cada um está a oferecer às famílias e empresas por causa do vírus

Isenções de comissões nos canais digitais, moratórias e linhas de crédito, extensões de prazos de pagamento são algumas das apostas dos bancos para ajudar a travar efeitos do covid-19.

Não há dúvidas que a crise do novo coronavírus vai obrigar a muitos sacrifícios por parte das famílias e empresas, mas também vai colocar uma pressão substancial sobre a sua vida financeira. Para procurar minimizar o impacto dessa realidade, os bancos estão a procurar promover a utilização dos canais digitais, com a oferta de isenções. Mas também estão a limitar a pressão relacionada com os seus créditos atuais e a oferecer, no caso das empresas, linhas de financiamento para fazerem face aos efeitos do coronavírus sobre a sua atividade.

Face à necessidade de limitar ao máximo os contactos presenciais, estão nomeadamente a isentar comissões nas operações realizadas através dos canais digitais, sobretudo aos particulares, mas também às empresas e comerciantes.

Mas também estão a disponibilizar-se para flexibilizar os créditos e os respetivos critérios de cumprimento. A Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, anunciou uma moratória de seis meses para os créditos pessoais, da casa e também aos financiamentos concedidos às empresas.

Os maiores bancos também estão a disponibilizar aos clientes empresariais acesso a linhas de financiamento específicas para combater os efeitos negativos do coronavírus sobre a sua atividade. Estão ainda a disponibilizar acesso aos seus clientes à linha Capitalizar covid-19 anunciada pelo Governo. Esta linha de 200 milhões de euros tem como principal objetivo reforçar o apoio ao nível da Tesouraria e Fundo Maneio para acomodar os impactos negativos decorrentes do surto.

Abaixo conheça em detalhe o que sete bancos estão a disponibilizar aos clientes particulares, empresas e comerciantes.

CGD dá moratória de 6 meses no crédito pessoal, à habitação e a empresas

O banco de capitais públicos deu o pontapé de saída para a disponibilização de moratórias de crédito que permitam aliviar os encargos das famílias e empresas neste período difícil devido à pandemia. Mas também disponibiliza-se a isentar comissões em determinadas circunstâncias, concedendo ainda vantagens sobretudo às empresas, neste período de crise.

Particulares

  • Relativamente aos clientes com crédito (habitação ou pessoal), a CGD avaliará a eventual carência de capital até 6 meses, mediante pedido dos clientes.
  • Para clientes com Contas Caixa, todas as transferências realizadas através dos canais digitais passam a ser gratuitas.
  • Clientes com conta na CGD que não sejam detentores de cartão de débito, a Caixa isentará a primeira anuidade.
  • Também todos os clientes com pensão até 1,5 vezes o salário mínimo nacional e os jovens até aos 26 anos estão isentos de comissões.

Empresas e comerciantes

  • A CGD vai aceitar reajustar os pagamentos das prestações mensais nos seus créditos de médio e longo prazo por um período até 6 meses.
  • Prolonga prazos de pagamento de financiamentos especializados em modelos de leasing para equipamentos mais atingidos pela atual crise por períodos adicionais de 12 meses.
  • Simplifica os mecanismos de prorrogação até 180 dias de todas as operações de curto prazo em vigor.
  • Para empresas ou entidades do setor da saúde e social (hospitais, clínicas, laboratórios, lares, bombeiros, entidades de apoio social, em geral), simplifica a decisão de prorrogação em 12 meses do prazo total de operações de leasing mobiliário que estejam em vigor e, em alternativa, introduzir períodos de carência até 12 meses.
  • Para o setor dos transportes, alarga o prazo de pagamento dos leasings sobre viaturas ligeiras e viaturas pesadas por períodos até 12 meses ou em alternativa introduz períodos de carência até 90 dias.
  • Para o setor de turismo alarga os prazos de vencimento até mais 5 anos, em função de avaliação pontual.
  • Cria linhas de crédito e reforça as atuais linhas para permitir às empresas a aquisição de equipamentos informáticos e de telecomunicações no sentido de incrementar os meios disponíveis para Teletrabalho.
  • Aumenta até 30% os limites de factoring.
  • Aos pequenos comerciantes, a Caixa isenta mensalidade de todos os Terminal de Pagamento Automático (TPA) com faturação inferior a 7.500 euros por mês até 31 de maio.
  • A CGD é um dos bancos que integra a linha Capitalizar Covid-19 que disponibiliza 200 milhões de euros de financiamento às Micro e PME para apoio de fundo de maneio e de tesouraria.

BCP isenta comissões de comerciantes com transações em multibanco

O Millennium BCP anunciou a 17 de março um conjunto de medidas para “apoiar os comerciantes a superarem esta fase crítica de diminuição da atividade económica, relacionada com a pandemia do coronavírus”. Entre as iniciativas encontra-se a eliminação da comissão mínima aplicada nas transações realizadas em TPA.

O objetivo desta isenção das comissões é incentivar os comerciantes a aceitarem mais transações multibanco, nomeadamente de baixos montantes, explicava o banco. As medidas de apoio “serão aplicadas por um período de três meses, até 30 de junho de 2020”.

Para os comerciantes que encerrem a atividade por dificuldades temporárias, o banco irá suspender a cobrança da mensalidade do TPA. Para além disso, o BCP irá também suspender a taxa de serviço ao comerciante por aceitação de pagamentos por MB Way, de forma a “evitar o manuseamento de moeda física”.

O BCP é também um dos bancos que integra a linha Capitalizar Covid-19 que disponibiliza 200 milhões de euros de financiamento às Micro e PME para apoio de fundo de maneio e de tesouraria.

Santander isenta todas as comissões nos pagamentos online

No passado dia 18 de março, o Santander anunciou para empresas e particulares, “um conjunto de medidas extraordinárias e temporárias“, destinadas a minorar os efeitos da pandemia Covid-19. As medidas estão em vigor durante pelo menos um mês, adianta a instituição liderada por Pedro Castro e Almeida

Particulares

O banco Santander diz que “isenta todas as comissões nos pagamentos online”, adiantando ainda que irá proceder à substituição de todos os cartões que não dispõem de tecnologia contactless sem a cobrança de qualquer encargo, de modo a fomentar a respetiva utilização nas compras presenciais.

Empresas e comerciantes

Os comerciantes também vão beneficiar de um alívio de encargos, já que o Santander suspendeu a cobrança da mensalidade dos POS e isenta também a aplicação de um valor mínimo sobre as transações efetuadas. “Para apoiar as transações ‘sem contacto’ o Santander suspende também a cobrança de todas as comissões do serviço MB Way no POS“, acrescenta a instituição financeira.

Também o Santander participa na linha Capitalizar Covid-19, que disponibiliza 200 milhões de euros de financiamento às Micro e PME para apoio de fundo de maneio e de tesouraria.

BPI isenta comerciantes de comissões nos terminais de pagamento

O BPI foca as suas atenções nas empresas e comerciantes. Com a instituição financeira liderada por Pablo Forero a disponibilizar apoios que incluem soluções de financiamento, isenções de comissões e mensalidades nos terminais de pagamento automático (TPA) para comerciantes e ainda o alargamento dos serviços nos canais digitais.

“O objetivo destas medidas extraordinárias é reduzir a pressão sobre a tesouraria das empresas, grandes e pequenas, de todos os setores de atividade, num contexto em que a sua atividade corrente — produtivo e/ou comercial — sofreu um impacto excecional, originando uma redução do volume de negócios”, explica o BPI.

As medidas são as seguintes:

  • Foi eliminada a comissão mínima nas transações realizadas nos TPA. Também foi suspensa a cobrança da mensalidade para os comerciantes que encerrem a sua atividade temporariamente — a isenção vigorará durante todo o período em que o estabelecimento estiver encerrado. “Estas medidas permitem apoiar um setor que enfrenta uma diminuição significativa da sua atividade económica e promover a utilização e aceitação de pagamentos eletrónicos”, diz o BPI.
  • Alargamento dos serviços para empresas nos canais digitais: o banco está a flexibilizar as formas de adesão ao homebanking de empresas e está a alargar os serviços disponíveis nesse canal.
  • O BPI também disponibiliza a linha Capitalizar Covid-19 que disponibiliza 200 milhões de euros de financiamento às Micro e PME para apoio de fundo de maneio e de tesouraria.

Novo Banco isenta comissões na net. Antecipa prestações da SS às empresas

Particulares

Desde o dia 13 de março que o banco liderado por António Ramalho disponibiliza um pacote de produtos e serviços “destinado a reduzir os riscos inerentes ao contágio” pelo novo coronavírus. Neste âmbito, o banco isenta temporariamente um conjunto de transações feitas pelos clientes através dos canais digitais. Concretamente, as transferências interbancárias, pagamentos de serviços, cash-advance e transferências MB Way.

Para facilitar a utilização de pagamentos eletrónicos em detrimento da utilização de dinheiro, o banco está também a isentar a primeira anuidade gratuita do cartão de débito para novos pedidos e para substituições, bem como a anuidade do cartão pré-pago (NB Pocket) para novos pedidos. Medidas são válidas até 30 de abril.

Empresas e comerciantes

Os comerciantes e pequenos negócios clientes vão ter isenção de custos do serviço de homebanking NBnetwork até 30 de abril, para novos pedidos. Estes também vão estar isentos de custos fixos nas transações efetuadas através de TPA, permitindo que aceitem pagamentos de valor reduzido sem custos acrescidos.

No que respeita ao crédito, são várias as iniciativas. O banco liderado por António Ramalho criou uma linha de conta corrente dedicada a apoiar os comerciantes e pequenos negócios afetados pelo Covid-19 (com isenção de comissões nos primeiros seis meses) e está também a alinhar com a linha de crédito Capitalizar Covid-19.

O banco também está a antecipar às empresas as prestações da Segurança Social, que atingem 70% do valor suportado com os seus salários. Esta solução garante às empresas uma liquidez imediata e consequentemente um acréscimo de liquidez de tesouraria e, sobretudo, reduzindo o risco de salários em atraso.

Às empresas de setores com maior dificuldade de tesouraria, o Novo Banco também está a prorrogar o prazo de pagamento das faturas até 90 dias dos produtos de Factoring. Em casos devidamente justificados, as empresas de certos setores poderão ainda beneficiar um período de carência de capital até 12 meses em contratos de financiamento de médio e longo prazo já em curso, e quando o serviço da divida esteja a devidamente assegurado.

Montepio apoia entidades da economia social

O Banco Montepio foca a sua atenção no apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) com a criação da “Conta Acordo”, uma linha de crédito para assegurar mensalmente as necessidades de tesouraria das instituições da economia social, antes de recebem os fundos estatais. Esta funciona como uma modalidade de descoberto autorizado na conta à ordem, à semelhança de uma conta ordenado para particulares, que pode antecipar a 100% os fundos estatais que estas entidades recebem mensalmente.

A adesão a esta conta permite ter plafond sempre disponível e a utilização e reposição do crédito utilizado em qualquer momento, de forma automática. Os montantes variam entre 200 euros e o valor máximo até 100% do subsídio recebido mensalmente.

BBVA isenta transferências online e de ordenados

Particulares

O BBVA em Portugal não cobra desde o dia 17 de março, “enquanto vivermos este cenário pandémico” comissões em todas as transferências realizadas através de canais digitais, por parte dos seus clientes.

Empresas

À semelhança dos particulares, o BBVA também está a isentar as empresas do pagamento de transferências, destacando a importância desta isenção nas transferências de ordenados.

Para as empresas, o BBVA diz que ainda que lançou uma linha de crédito de 10.000 milhões euros para as ajudar a “gerir o impacto financeiro que a atual pandemia do Covid-19 está a provocar na sua tesouraria”.

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Pacote do BCE contra o Covid-19 pode dar 17,6 mil milhões a Portugal

Programa de Compras de Emergência Pandémica pretende ajudar famílias, empresas, bancos e governos a travarem impacto do Covid-19. "Bazuca" do Banco Central Europeu tem mais um bilião até final do ano.

O Banco Central Europeu (BCE) quer travar o pânico que se está a criar nos mercados de dívida devido à pandemia de Covid-19 com uma injeção de dinheiro. O pacote de emergência, anunciado esta quarta-feira à noite, totaliza 750 mil milhões de euros, dos quais cerca de 17,6 mil milhões poderão ser para Portugal.

É um Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP, na sigla em inglês), que vai funcionar — pelo menos — até ao final de 2020, estando na “mira” da autoridade monetária da Zona Euro todas as categorias de ativos elegíveis ao abrigo do atual programa de compra de ativos, incluindo títulos de dívida pública e privada avaliados pelas agências de rating como investimento de qualidade.

Para a aquisição de ativos do setor público, a alocação benchmark entre jurisdição irá continuar a ser a chave de capital dos bancos centrais nacionais“, explicou o BCE em comunicado. Esta chave (que determina o peso de cada país no total do programa) é, para Portugal, 2,34%, o equivalente a cerca de 17,55 mil milhões de euros. O banco central compra apenas obrigações com maturidades entre um e 30 anos e, atualmente, Portugal tem 130.887 milhões de euros em títulos que preenchem estes requisitos, num universo de uma dívida superior a 251 mil milhões.

O BCE tem, no entanto, flexibilidade para ajustar os montantes e, por outro lado, tem de ter dívida disponível em cada país para comprar. “As aquisições no âmbito do novo PEPP serão conduzidas de forma flexível. Isto permite flutuações na distribuição dos fluxos de capital ao longo do tempo, entre classes de ativos e entre jurisdições“, sublinha a entidade liderada por Christine Lagarde, que decidiu incluir, por exemplo, todo o papel comercial.

Portugal é nono país com mais peso

Fonte: BCE

Bazuca tem um bilião de euros para gastar até ao fim do ano

Além da inclusão de papel comercial, há outra diferença deste programa face ao anterior. “Será concedida uma exceção aos requisitos de elegibilidade para títulos emitidos pelo governo grego para compras no âmbito do PEPP”, explicou o BCE sobre a Grécia, que tem sido excluída dos restantes programas de compra de ativos. O país irá representar 2,47% do total, cujo país com mais peso é (sem surpresa) a Alemanha.

Também os países que estão em quarentena obrigatória devido ao surto de Covid-19 — França (com 20,42%), Itália (com 16,99%) e Espanha (11,92%) estão entre os que têm maior peso. Este programa de emergência junta-se à compra de ativos já estava a decorrer e no âmbito do qual o BCE detém quase 41,8 mil milhões de euros em dívida portuguesa. Este irá continuará normalmente, mas com um alargamento anunciado na semana passada.

Na prática, o BCE poderá comprar, até ao final de 2020, mais de um bilião de euros em dívida dos países da Zona Euro: 20 mil milhões por mês no âmbito do programa que já estava a decorrer (num total de 180 mil milhões de abril a dezembro), a que acrescentem 120 mil milhões do reforço justificado pela pandemia e ainda os novos 750 mil milhões do pacote de emergência.

“O Conselho de Governadores do BCE está empenhados em desempenhar o seu papel em apoiar todos os cidadãos da Zona Euro a ultrapassarem estes tempos extremamente difíceis. Com esse objetivo, o BCE irá assegurar que todos os setores da economia podem beneficiar de condições de financiamento favoráveis que lhes permitam absorver este choque. O mesmo se aplica a famílias, empresas, bancos e governos“, garantiu.

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“Bial está a operar a mais de 100% com horas extra e fins de semana para não faltarem medicamentos”

Numa altura de pandemia global, o ECO foi bater à porta dos gestores que estão em teletrabalho em casa para uma conversa por telefone ou videochamada. O CEO da Bial foi o quarto.

O CEO da Bial está entre regime de teletrabalho e presencial, o que não o impede de gerir a empresa e assegurar a produção de medicamentos. António Portela é um dos muitos portugueses que está a trabalhar entre casa e a empresa e a fazer horas extras para assegurar a produção. É o quarto a ser entrevistado na nova rubrica diária do ECO chamada Gestores em teletrabalho.

Face a esta pandemia mundial, António Portela começa por explicar que está a adaptar a vida pessoal e profissional às circunstâncias: “Estou a trabalhar parte do tempo em teletrabalho e outra parte nas instalações da Bial, até porque temos muita gente trabalhar na empresa e precisamos de produzir os medicamentos”.

Perante a corrida às farmácias e os tempos que se avizinham, António Portela adianta que “as autoridades competentes têm-nos pedido para reforçarmos os stocks, nomeadamente de medicamentos mais essências”.

Face ao pedido e às necessidades, reforça que, “neste momento, estamos a operar a mais de 100%, estamos a fazer horas extraordinárias e fins de semana para conseguirmos garantir que aumentamos os nossos stocks em determinados medicamentos que sabemos que podem ser fundamentais em situações de crise”.

Face ao aparecimento do covid-19, António Portela explica que a Bial “ativou um plano de continuidade de negócios para situações como esta ou outras muito graves. Temos que garantir que funcionamos bem, assim como como toda a cadeia logística”. Garante que a grande responsabilidade da empresa “é garantir que continuamos a fornecer todos os outros medicamentos essenciais que as pessoas precisam”.

Estamos a operar a mais de 100%, estamos a fazer horas extraordinárias e fins de semana para conseguirmos garantir que aumentamos os nossos stocks em determinados medicamentos que sabemos que podem ser fundamentais em situações de crise.

António Portela

CEO da Bial

“Temos que garantir que conseguimos operar e que conseguimos fornecer medicamentos fundamentalmente com dois propósitos: temos que proteger as nossas pessoas e garantir que continuamos a produzir e a fornecer medicamentos às pessoas que precisam deles”. Explica que a situação é muito grave e que as pessoas estão muito preocupadas com o covid-19, mas que é importante não esquecer “que as pessoas continuam a ter outras doenças e precisam desses medicamentos”.

Tendo em conta que a pandemia já chegou a mais de 150 países, existe a necessidade de “garantir que existem medicamentos em Portugal, mas também em outros países como Espanha e Itália onde a situação é ainda mais grave”.

Para assegurar a produção, a Bial conta, neste momento, com os trabalhadores da fábrica, da área de qualidade e logística. “Os trabalhadores percebem que é uma situação de emergência e o esforço tem sido absolutamente inexcedível”, refere com orgulho António Portela.

Face às medidas de contingência, o CEO da Bial refere que “mais de metade dos colaboradores estão a trabalhar remotamente” e que o comerciais estão todos em casa desde a semana passada “porque, obviamente, não queríamos que eles estivessem em contactos com hospitais, nem centros de saúde”, explica. António Portela, refere ainda que foi uma medida para proteger os comerciais da Bial, “mas também porque percebemos que eles poderiam estar mais a estorvar que propriamente a ajudar nesta fase”.

A nossa grande responsabilidade é garantir que continuamos a fornecer todos os outros medicamentos essenciais que as pessoas precisam.

António Portela

CEO da Bial

Quanto ao futuro da economia, António Portela, destaca que tudo depende de quanto tempo esta pandemia durar. “Quanto mais tempo isto durar, mais vulneráveis vão ficar as empresas. É absolutamente necessário que as empresas consigam estar paradas sem quebrarem, porque se isto acontecer, a seguir vamos ter uma taxa de desemprego enorme”.

Espera que depois disto tudo não seja “um caos económico”. “Se não morrermos da doença, espero não morrermos da cura”, desabafa o CEO da Bial.

Considera que quem está a governar tem, neste momento, “decisões muito difíceis para tomar perante muitas indecisões”. Destaca que o Estado vai ter que apoiar as empresas, mas não vai conseguir fazer isso sozinho: “é um trabalho em conjunto com a União Europeia e vai ser necessário tomar medidas muito sérias e muitíssimo fortes para garantir que a economia, as empresas e as pessoas aguentem o máximo tempo possível uma situação que pode durar algum tempo“, alerta.

O CEO da Bial aplaude a onda de solidariedade que se tem formado e apela a todos para que “fiquem em casa perante este inimigo invisível. Somos nós que vamos conseguir travar, todos juntos, esta batalha”, conclui.

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Espanha fecha todos os hotéis para conter o Covid-19

  • Lusa
  • 20 Março 2020

Há dias que os hotéis espanhóis estão praticamente vazios, com taxas de ocupação na ordem de menos de 10%. Agora, o Governo decidiu encerrá-los todos.

Espanha decretou o encerramento de todos os hotéis no seu território, para conter a propagação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A medida, publicada no Diário da República espanhol e confirmada pela agência francesa AFP, ordena “a suspensão da abertura ao público de todos os hotéis e similares, alojamentos turísticos e outros locais para estadias curtas”.

O encerramento durará sete dias, renováveis após avaliação do estado da situação.

Na quarta-feira, o diário espanhol El País informou que há dias que os hotéis espanhóis estão praticamente vazios, com taxas de ocupação na ordem de menos de 10%.

Espanha prepara-se para “os dias mais duros” de combate à epidemia, numa altura em que o número de mortos aumentou perto de 30 por cento nas últimas 24 horas.

Espanha é, atualmente, o quarto país mais afetado pela epidemia (e o segundo europeu, a seguir a Itália), que já causou 767 mortos no país, onde o número de infetados já ultrapassa os 17 mil, segundo os dados anunciados hoje pelo Ministério da Saúde.

Portugal já encerrou as fronteiras com Espanha, exceto para o transporte de mercadorias.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais (3.405 mortos em 41.035 casos).

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. Já o número de mortos subiu para quatro.

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Fabricantes desligam os motores na América. Tesla carrega no “off”

  • Lusa
  • 20 Março 2020

Toyota, Volkswagen, Subaru e Tesla vão suspender temporariamente a sua produção na América do Norte devido ao coronavírus.

As fabricantes automóveis Toyota, Volkswagen, Subaru e Tesla vão suspender temporariamente a sua produção na América do Norte devido aos problemas causados pela propagação da Covid-19.

Estas empresas juntam-se à General Motors e à Ford que anunciaram na quarta-feira a suspensão de produção até o final de março.

A Toyota fechará as suas fábricas nos Estados Unidos, Canadá e México dois dias a partir de 23 de março, para garantir a saúde e a segurança dos seus funcionários e “devido ao declínio antecipado da procura do mercado relacionado ao impacto económico da pandemia de Covid-19”.

A fabricante japonesa afirmou em comunicado que aproveitará a pausa para “limpar completamente” todas as suas fábricas.

Um funcionário da Toyota na fábrica canadiana de Cambridge testou positivo, segundo os meios de comunicação social locais.

A Volkswagen suspenderá a produção por uma semana na fábrica de Chattanooga (Estados Unidos) até 29 de março e irá proceder à limpeza das instalações.

“Também usaremos esse tempo para avaliar futuros planos de produção e os desenvolvimentos do mercado”, explicou o fabricante alemão, adiantando que os seus funcionários continuarão a receber os salários durante a pausa.

A Volkswagen não comunicou o fecho da fábrica na cidade mexicana de Puebla.

A Subaru também fechará a sua fábrica em Indiana (EUA), onde são produzidos os modelos Outback, Ascent e Legacy, por uma semana a partir de 23 de março para limpar as instalações e ajustar a produção à procura.

Já a Tesla, que anunciou na quarta-feira que manteria a produção de veículos na sua fábrica Fremont (Califónia, EUA), embora com apenas parte dos seus funcionários, anunciou hoje que decidiu suspender as operações, igualmente a partir de 23 de março.

A produção da Tesla na fábrica do estado de Nova Iorque também será temporariamente suspensa, mas o fabricante continuará as operações em Nevada (Gigafactory), bem como na rede ‘supercharging’ (carregamento rápido).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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E se os EUA já estiverem em recessão? Bank of America diz que sim

  • Lusa
  • 20 Março 2020

Economia norte-americana vai “colapsar” no segundo trimestre do ano, com uma queda do PIB de 12%. Bank of America vê os EUA a contrair-se em 0,8%, em 2020.

O Bank of America avisou os seus investidores de que os EUA já entraram em recessão, devido à pandemia do novo coronavírus, mas antecipa que a paralisia económica vá ter uma curta duração.

“Estamos a declarar oficialmente que a economia (dos EUA) caiu em recessão, juntando-se ao resto do mundo, e que se trata de uma profunda queda em que se vão perder empregos, vai ser destruída riqueza e vai cair a confiança”, escreveu a economista Michelle Meyer, do Bank of América, em nota aos investidores divulgada pela estação televisiva CNBC.

O banco calcula que a economia norte-americana vai “colapsar” no segundo trimestre do ano, com uma queda do produto interno bruto (PIB) de 12%, e que no conjunto do ano a produção económica deve contrair-se em 0,8%.

“Apesar de a diminuição ser severa, cremos que vai ser de muito curta duração”, acrescentou Meyer.

A economia dos EUA, que tinha começado 2019 com um crescimento próximo dos 3%, acabou o ano passado com um crescimento trimestral de 2,1% e saldou o conjunto do ano com uma expansão de 2,3%, valor considerado modesto, mas que agora está ameaçado pela epidemia de Covid-19.

Nas suas previsões, o Bank of America considerou que no segundo trimestre do ano vão perder-se cerca de um milhão de empregos por mês, o que vai fazer com que a taxa de desemprego, que em fevereiro foi de 3,5%, se duplique, o que refletirá “a dimensão do choque económico” que esta a sofrer com o novo coronavírus.

A expansão do novo coronavírus já gerou o pânico nos mercados bolsistas mundiais, e no que respeita a Wall Street os índices Dow Jones e S&P500 já caíram 30% dos recordes que tinham estabelecido no mês passado.

O Bank of America não é a única entidade que vaticina uma forte queda do PIB nos EUA, uma vez que o banco JP Morgan calcula uma contração de 14% no segundo trimestre do ano.

As previsões do Bank of América não antecipam o início da recuperação económica até abril, após o que espera “um regresso muito lento ao crescimento, e com a economia a normalizar-se em julho”.

À medida que a economia continue a enfrentar um território desconhecido, Meyer adiantou que a salvação vai vir de uma ação agressiva.

“Quando à resposta política, na nossa opinião, não deveria haver um limite superior para o tamanho do estímulo”, disse.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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Governo suspense pagamento de TSU das empresas que estava marcado para hoje

  • Lusa
  • 20 Março 2020

Termos do adiamento das prestações e a definição das respetivas regras irão ser regulados, “não tendo as empresas de efetuar o referido pagamento amanhã [sexta-feira]”.

O Governo suspendeu o pagamento da Taxa Social Única (TSU) previsto para sexta-feira, dia 20, não tendo as empresas de efetuar o pagamento nesta data, informou em comunicado.

“Na sequência das medidas anunciadas pelo Governo de diferimento das prestações de Segurança Social, foi suspensa a data de pagamento, que terminava amanhã, 20 de março, das contribuições devidas à Segurança Social das empresas”, lê-se na informação divulgada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

O Governo indica ainda que os termos do adiamento das prestações e a definição das respetivas regras irão ser regulados, “não tendo as empresas de efetuar o referido pagamento amanhã [sexta-feira]”.

Esta semana foram anunciadas medidas de apoio às empresas, caso de linhas de crédito para apoio à tesouraria das empresas no montante total de 3.000 milhões de euros, destinadas aos setores mais atingidos pela pandemia de Covid-19, de uma moratória dos bancos no pagamento de capital e juros e da redução a um terço em março, abril e maio das contribuições das empresas para a Segurança Social.

Esta sexta-feira o Conselho de Ministros volta a reunir-se para debater as medidas de apoio social e económico às famílias e a setores de atividade como a atividade comercial ou restauração.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou esta quinta-feira o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para quatro.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou o estado de emergência na quarta-feira — aprovado pelo parlamento, depois de parecer favorável do executivo — que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada.

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Cofina e Prisa rasgam contrato. TVI não muda de mãos

A Cofina e a Prisa comunicaram aos mercados que o acordo de compra e venda da Media Capital ficou sem efeito. Porém, acusam-se mutuamente pelo insucesso da operação.

Acabou o negócio da TVI. A Cofina comunicou aos investidores que o acordo de compra e venda da Media Capital, assinado com a Prisa, ficou sem efeito. Também a Prisa divulgou um comunicado a confirmar o fim do negócio. Mas as duas empresas responsabilizam-se mutuamente pelo insucesso da operação.

Ao início desta madrugada, a Cofina remeteu uma nota à CMVM apontando para o fim do contrato que tinha assinado com a Prisa, acusando o grupo espanhol de ter recusado renegociar a operação. A dona do Correio da Manhã tinha dado um prazo de “sete dias” aos espanhóis para voltarem à mesa das negociações. Mas, a Cofina alega que a Prisa não quis negociar e que, por isso, o contrato foi resolvido.

“Na falta de qualquer acordo relativo à modificação do contrato de compra e venda de ações representativas de 100% do capital social e dos direitos de voto da Vertix”, a “notificação de resolução do contrato produziu os seus efeitos“, escreveu a Cofina.

Segundo a Cofina, a “declaração de resolução funda-se, entre outros aspetos, numa inesperada e muito significativa degradação da situação financeira e perspetivas da Vertix e da Media Capital, especialmente agravadas pelo presente contexto de emergência causado pela pandemia Covid-19, e no comportamento da Prisa, que incorreu em violações contratuais graves e, por último, manifestou expressamente a intenção de não cumprir o contrato, o que afetou irremediavelmente a relação de confiança entre as partes”.

Com efeito, é neste sentido que a Cofina “transmitiu à Prisa o entendimento de que, mesmo no caso de a declaração de resolução vir no futuro a ser entendida como ineficaz, a concretização da aquisição prevista no contrato sempre dependeria da determinação final do valor da compensação devida à Cofina por força das referidas violações contratuais, a qual, nos termos gerais, deveria ser abatida ao preço contratualmente previsto”.

Em causa está um valor de dez milhões de euros que, apurou o ECO, está depositado numa escrow account — uma conta bancária controlada pelas duas empresas enquanto uma transação se encontra em andamento. Recorde-se que a Cofina considera que não tem de pagar este valor à Prisa como caução no negócio da compra da Media Capital, porque os mesmos “não são devidos”.

Ao final da manhã desta quarta-feira, surgiu a resposta da Prisa. Num comunicado, o grupo que controla a TVI também considera que “o acordo de compra e venda foi resolvido”, mas argumenta que esse é o resultado de a “Cofina ter voluntariamente violado as suas obrigações contratuais”, ao abortar o aumento de capital que iria financiar parcialmente esta compra. Acusa também a Cofina de nunca lhe ter comunicado qualquer “incapacidade de completar” esse aumento de capital “ou intenção de desistir da sua execução”.

Mais: a Prisa rejeita a ideia de que tenha recusado voltar a sentar-se à mesa das negociações, argumentando que, apesar de a Cofina lhe ter dado “sete dias” para negociar, o grupo “não apresentou à Prisa qualquer proposta para alterar o acordo de compra e venda”. “A Prisa tem sempre atuado de boa-fé ao longo deste processo e nega as declarações da Cofina sobre alegadas violações por parte da Prisa”, conclui a empresa liderada por Manuel Mirat.

Não são dados mais detalhes pela Prisa. No entanto, a dona da Media Capital já tinha informado o mercado de que tomaria “todas” as medidas “contra a Cofina” na prossecução dos interesses dos seus acionistas.

(Notícia atualizada às 12h23 com resposta da Prisa)

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Seguradoras espanholas privilegiam teletrabalho

  • ECO Seguros
  • 19 Março 2020

A patronal espanhola de seguros informou que as companhias estão a potenciar atendimento a clientes por meios eletrónicos e telefone. Cerca de 50 mil profissionais de seguros estão em trabalho remoto.

A Associação Empresarial de Seguro (Unespa) salienta em comunicado que as entidades do setor “contam com um nível de solvência que lhes permite fazer frente à situação”.

Depois do ‘Estado de Alarma’ decretado pelo governo espanhol no passado fim de semana, “as seguradoras estão a implementar protocolos de ação para manter a atenção aos segurados”, procurando conter a propagação do coronavírus (Covid-19).

“As prioridades das entidades são continuar a prestar serviços aos clientes e preservar a saúde dos seus trabalhadores”. Para compatibilizar a proteção do trabalhador com os cuidados aos segurados, “as instituições estenderam o trabalho remoto. Ao abrigo destes protocolos, a maioria dos mais de 50 mil empregados do setor estão atualmente a teletrabalhar a partir de suas casas” explica a entidade espanhola.

As seguradoras recomendam ainda que “as suas redes de distribuição atendam, na medida do possível, os clientes telematicamente. A utilização de canais telefónicos e eletrónicos de contacto nas comunicações entre cidadãos e companhias de seguros ajuda a reduzir o número de pessoas na estrada e, consequentemente, ajuda a limitar a propagação do vírus”, refere o comunicado da Unespa.

Com a declaração do Estado de Alarme, cerca de 48 milhões de cidadãos estão com restrições de circulação em Espanha. O regime de confinamento, isolamento ou de restrições de circulação já vigora em diversos países da Europa, nomeadamente Itália, Espanha, França e Bélgica, entre outros.

A indústria seguradora espanhola “tem um alto nível de solvência que lhe permite enfrentar a situação desencadeada pela pandemia da COVID-19. Especificamente, o setor excede em 2,4 vezes os requisitos dos regulamentos”, reitera a patronal.

Além disso, a Unespa reiterou que o Estado de Alarme não modifica as proteções oferecidas pelo seguro automóvel, tanto na sua forma de seguro para terceiros como no resto das garantias. “Esta declaração institucional foi feita como resultado do aparecimento de algumas informações incorretas nos meios de comunicação e redes sociais de hoje, nas quais a continuidade da proteção foi questionada”.

A Unespa reúne quase 200 companhias de seguros e resseguros que representam aproximadamente 98% do negócio de seguros no mercado espanhol.

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Banco CTT cresce 42% em produtos poupança e seguros

  • ECO Seguros
  • 19 Março 2020

Os produtos de poupança e seguros do Banco CTT contribuíram com cerca de 27 milhões de euros para os rendimentos operacionais em 2019.

Os rendimentos operacionais dos serviços financeiros do grupo CTT atingiram 34,1 milhões de euros em 2019, um crescimento de 7,3 milhões de euros (+27,2%) face a 2018. De acordo com a informação do grupo relativa ao exercício de 2019, “os produtos de Poupança e Seguros contribuíram com 26,9 milhões de euros para os rendimentos operacionais” na área de serviços financeiros, um aumento de 42,1% face ao ano anterior.

“Os rendimentos do Banco CTT atingiram 62,9 milhões de euros em 2019, um crescimento de 29,3 milhões de euros (+87,2%) face ao ano anterior, beneficiando do desempenho da 321 Crédito, adquirida em maio de 2019. Excluindo o efeito inorgânico da aquisição da 321 Crédito, os rendimentos ascenderam a 41,9 milhões de euros, (+24,5%) do que em 2018”, indica o comunicado do grupo.

O Banco CTT registou um crescimento de contas abertas para 461 mil contas (+113 mil que no final de 2018) o que “evidencia a forte capacidade de angariação de mais de 450 contas por dia, a par com a continuação do crescimento dos depósitos de clientes para 1.283,6 milhões de euros (+45,2%) e do crescimento da carteira de crédito habitação líquida de imparidades para 405,1 milhões de euros (+69,9%)”, detalha a instituição.

Os CTT fecharam 2019 com um lucro de 29,2 milhões de euros, o que representa um crescimento de 35,8% face a 2018, em resultado do aumento dos resultados operacionais da empresa de correios e banca. Os rendimentos operacionais registaram um aumento de 4,6% em 2019 face a 2018, para 740,3 milhões de euros.

Para João Bento, CEO dos CTT, os resultados apresentados “confirmam que os CTT estão a seguir a estratégia acertada, diversificando as áreas de negócio e sem perder de vista o correio tradicional. 2019 foi um ano de transição, com um novo impulso e um novo rumo para os CTT, que resultou num aumento do resultado líquido. Os principais indicadores económico-financeiros mostram um crescimento sólido, a 321 Crédito está a dar um importante contributo para os resultados do Banco CTT e acreditamos que teremos bons resultados com as alterações implementadas em Espanha”.

Integrando a atividade de serviços financeiros, os pacotes de seguros (habitação, família e saúde) e produtos poupança, entre os quais poupança-reforma (PPR) são distribuídos através de promotores em agências e canais do Banco CTT.

O relatório financeiro da empresa destaca o desempenho do banco dos correios, “suportado pela evolução orgânica e pelo efeito da incorporação da 321 Crédito, dos Serviços Financeiros e também da área de Expresso & Encomendas cujos crescimentos compensaram o decréscimo verificado no Correio e Outros”.

O resultado bruto de exploração (ebitda) dos CTT aumentou 12,2% face a 2018, para 101,5 milhões de euros, sobretudo devido ao crescimento orgânico e inorgânico do Banco CTT e também dos serviços financeiros.

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Presidente do BCE espera recessão considerável na Zona Euro

  • Lusa
  • 19 Março 2020

Num artigo de opinião publicado em vários jornais, Christine Lagarde disse que com grande parte da atividade económica parada, resultado será a economia da Zona Euro “contrair-se consideravelmente".

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse esta quinta-feira esperar uma recessão considerável na zona euro devido ao impacto económico da pandemia de Covid-19.

Num artigo de opinião publicado em vários jornais, Christine Lagarde disse que com uma grande parte da atividade económica parada, o resultado será a economia da zona euro “contrair-se consideravelmente”.

Neste contexto, a presidente do BCE afirmou que é preciso uma “resposta ambiciosa, coordenada e urgente”, e que a instituição que lidera irá fazer “tudo o que for necessário no âmbito do mandato para ajudar a área do euro a atravessar esta crise”, uma vez que o “BCE está ao serviço dos cidadãos europeus”.

Uma frase que recorda a dita pelo ex-presidente do BCE Mário Draghi no pico da crise da dívida soberana em 2012, que contribuiu para resolver a crise e preservar o euro.

Lagarde destacou a necessidade de políticas públicas, referindo que, não podendo evitar a crise gerada, “podem, contudo, assegurar que o abrandamento não seja mais prolongado e profundo do que o necessário”, apoiando empresas e postos de trabalho.

“As políticas de saúde e orçamentais devem constituir o cerne desta resposta”, assinalou.

Ao mesmo tempo, referiu, a política monetária terá de “desempenhar um papel vital”, ao dar liquidez ao setor financeiro para que este dê condições de financiamento favoráveis para todos os setores da economia (Estado, empresas e famílias).

Na quarta-feira à noite, o Banco Central Europeu (BCE) aprovou um programa de compra de ativos no valor de 750 mil milhões de euros, numa tentativa de retomar os fluxos financeiros e conter o choque económico na zona euro da doença Covid-19, com muitas empresas a serem forçadas a suspender as suas atividades e mesmo ameaçadas de falência e trabalhadores com empregos em risco.

Esta injeção de liquidez (que representa 7,3% do produto interno bruto da Zona Euro) soma-se aos 120 mil milhões de euros em compra de ativos aprovados a semana passada, que não foram considerados suficientemente ambiciosos.

Lagarde justificou o Programa de Compra de Ativos por Pandemia com a deterioração das condições da economia e, logo, restritividade das condições de financiamento, desenvolvimentos que considerou que “comprometem a transmissão regular da política monetária em todas as jurisdições da área do euro e colocam em risco a estabilidade de preços”.

As compras de ativos serão feitas de forma flexível, com alterações na distribuição dos fluxos de compras ao longo do tempo, por classes de ativos e entre jurisdições. O programa durará, pelo menos, até final do ano.

O BCE decidiu ainda alargar a lista dos ativos de garantia elegíveis com que os bancos obtêm financiamento no banco central.

Lagarde realçou igualmente as medidas tomadas a semana passada pelo BCE de operações de refinanciamento a uma taxa de -0,75%, abaixo da taxa de juro dos depósitos, o que diz permitir “disponibilizar liquidez num montante que ascende a três biliões de euros”.

Ao mesmo tempo, as autoridades de supervisão bancária já facilitaram as regras de capital bancário, novamente para melhorar a concessão de empréstimos pelos bancos.

Apesar das medidas já tomadas, Lagarde afirmou que o BCE continua preparado para aumentar a dimensão dos programas de compras de ativos e tomar todas as opções e medidas “para apoiar a economia no contexto deste choque”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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