Moita diz que Governo vai “aprofundar” medidas para mitigar impactos do aeroporto no Montijo

A autarquia da Moita não ficou convencida de que o aeroporto no Montijo é melhor opção do que Alcochete. Mas o Governo mostrou abertura para "aprofundar" a mitigação dos impactos

O Governo não conseguiu convencer o município da Moita a aceitar a reconversão da base aérea do Montijo num aeroporto comercial. Esta é uma das autarquias que está contra esta opção, numa altura em que António Costa está decidido a avançar. Ainda assim, à saída de uma reunião em São Bento, o presidente da Câmara Municipal, Rui Garcia, disse que o Governo mostrou disponibilidade para “aprofundar” as medidas de mitigação do impacto do novo aeroporto nas populações das redondezas.

“Ficaram muito claras as posições quer do município da Moita, quer, no meu entendimento, da parte do Governo. Da parte do primeiro-ministro, ficou claro que considera que esta opção [do Montijo] está tomada”, indicou Rui Garcia. De seguida, revelou que “não ficou nova reunião agendada”, mas que “o Governo diz que vai aprofundar a questão dos impactos sobre a população”, nomeadamente aqueles causados pela poluição sonora e outras questões relacionadas com a alavancagem do desenvolvimento destas regiões.

Parece-me difícil que o Governo mude de opção, mas não me parece impossível.

Rui Garcia

Presidente da Câmara Municipal da Moita

Mostrando-se inflexível a mudar a sua posição, o autarca ainda mostrou alguma esperança em que o Governo mude de oposição, optando antes pela construção de um novo aeroporto em Alcochete: “O que nós desejávamos destas reuniões era a alteração da decisão do Governo. É por isso que nos continuaremos a bater e a debater em concreto todos os impactos e questões, porque pensamos que essa é a forma de o Governo chegar à conclusão de que os impactos serão demasiados para podermos dar um parecer positivo a esta solução”, disse, em declarações transmitidas pela RTP 3.

“Parece-me difícil que o Governo mude de opção, mas não me parece impossível”, afirmou, salientando que “não há forma” de a Moita alterar o seu parecer. Este, garantiu, sustentou-se “numa avaliação direta dos impactos” do eventual aeroporto do Montijo no território e na população. “Não são aceitáveis, uma vez que existe a solução ‘Alcochete'”, concluiu.

Esta foi a primeira de duas reuniões que o Governo disse que iria ter com os autarcas desta zona do país que estão contra a instalação de um aeroporto civil no Montijo. Esta terça-feira, espera-se que António Costa reúna também com o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos.

Governo equaciona alargar reabilitação de edifícios na Baixa da Banheira

O ministro do Ambiente anunciou que será avaliada a necessidade de alargar a reabilitação de edifícios na Baixa da Banheira, na Moita, para minimizar o ruído causado pelo novo aeroporto. Segundo João Matos Fernandes, a Câmara da Moita “desenhou uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) para a Baixa da Banheira” que tem uma “área superior” às intervenções já previstas e que serão financiadas pela ANA – Aeroportos de Portugal.

Para todo esse território vamos trabalhar com uma equipa técnica que vai ser constituída já, para que a ARU e as suas intervenções previstas, que são também no espaço público, venham todas elas a ser concretizadas”, adiantou o governante, em declarações aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

Matos Fernandes admitiu que persiste “um pano de fundo de divergência de opiniões”, mas garantiu que o Governo “não desvaloriza em nada os impactos ambientais, que, no caso do ruído, serão objetivamente aumentados no concelho da Moita e muito particularmente na Baixa da Banheira e no Vale da Amoreira”.

Segundo a Declaração de Impacte Ambiental (DIA), emitida em 21 de janeiro pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a ANA deve investir 15 a 20 milhões de euros em medidas de mitigação do ruído, o que inclui um Programa de Reforço do Condicionamento Acústico de Edifícios afetados na área delimitada. De acordo com o ministro, esta intervenção terá “um valor estimado, por fogo, entre os dez a 15 mil euros”.

No entanto, devido à divergência existente com o município da Moita, o Governo está a equacionar alargar esta área de intervenção, o que será avaliado por uma equipa constituída pela Direção-Geral do Território, pela APA e pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

(Notícia atualizada às 15h58 com mais informação)

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Portugal fecha fronteiras com Espanha. Reforça controlo nos aeroportos

Divulgação de folhetos informativos, inquéritos epidemiológicos e observação visual dos passageiros que chegam a Portugal são algumas das medidas que serão aplicadas nos aeroportos.

Portugal vai adotar medidas de controlo sanitário reforçado nos aeroportos, anunciou o ministro da Administração Interna, após a reunião de homólogos da União Europeia. Divulgação de folhetos informativos, inquéritos epidemiológicos e observação visual dos passageiros que chegam a Portugal são algumas das medidas.

As medidas foram coordenadas com os restantes Estados-membros, explicou a ministra da Saúde, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro da Administração Interna, transmitida pelas televisões. Será também feito um acompanhamento do trabalho do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e da Guarda Nacional Republicana ao nível das fronteiras terrestres.

Nas fronteiras internas da UE, ou seja, no Espaço Schengen, ficou definido que se deve “permitir aos Estados a reintrodução de mecanismos de controlo de fronteira”. Eduardo Cabrita salientou que estes “não devem ser discriminatórios, nem pôr em causa o regresso de nacionais ou residentes a Portugal, ou a saída de cidadãos de regresso aos seus países de origem”.

Portugal e Espanha estão, assim, a concluir as notas técnicas para permitir, ainda esta segunda-feira, reintroduzir controlos terrestres nas fronteiras. Vão existir apenas nove pontos de passagem terrestre entre os dois países, sendo que, em todos os outros pontos, a travessia será interditada, disse Eduardo Cabrita.

“É fundamental manter a economia a funcionar”, por isso “é essencial manter transporte de mercadorias, designadamente circulação de produtos alimentares”, disse o ministro. Também serão permitidos os trabalhadores que, por razões profissionais, tenham que se deslocar, sendo que mesmo nestes casos serão feitos controlos sanitários.

(Notícia atualizada às 13h20)

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Porto cria centro de rastreio. Vai fazer 400 testes ao Covid-19

De forma a evitar aglomerados só devem deslocar-se a este centro de rastreio pessoas previamente referenciadas e com marcação prévia. Numa primeira fase serão realizados 400 testes.

O Porto preparou o primeiro centro de rastreio, construído em Portugal, para o Covid-19. Este centro foi montado no Queimódromo e será destinado exclusivamente a pacientes suspeitos de infeção pelo coronavírus e previamente referenciados pelo SNS.

“Este modelo permite aos pacientes suspeitos de infeção e previamente referenciados pelo Serviço Nacional de Saúde deslocar-se até ao ponto de recolha, sem entrar em contacto com outras pessoas, reduzindo o risco de infeção em cada colheita até para os profissionais envolvidos”, explica a autarquia em comunicado.

A entrada neste centro de rastreio será controlada pela polícia e apenas funcionará por marcação prévia junto das autoridades de saúde, devendo os cidadãos deslocarem-se ao local apenas à hora da sua marcação para evitar constrangimentos de trânsito e aglomerados de pessoas.

Este modelo, pioneiro em Portugal, pode ser replicado noutras cidades do país e ajudar a salvar vidas.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

O centro, cuja abertura terá lugar a 18 de março, estará “dotado com médicos de Medicina Geral e Familiar que aplicarão um inquérito epidemiológico e sintomático (RedCap) que avalia a necessidade de teste ou de outra orientação. Só se deverão deslocar ao local pessoas previamente referenciadas, já que o sistema não permitirá a execução de testes ad hoc“.

Este sistema vai permitir a realização de cerca de 400 testes diários numa primeira fase, podendo evoluir para perto de 700 testes por dia perante o agudizar da pandemia. Atualmente, de acordo com dados da DGS, existem 331 infetados, estando 374 cidadão a aguardar resultado.

“Este modelo, pioneiro em Portugal, pode ser replicado noutras cidades do país e ajudar a salvar vidas e, simultaneamente, a melhorar as condições de atendimento dos profissionais de saúde em contexto hospitalar“, refere Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, em comunicado.

Os resultados dos testes realizados neste centro desenvolvido pela Câmara Municipal do Porto, em parceira com a Unilabs e Administração de Saúde do Norte, serão depois enviados diretamente ao suspeito e às autoridades de saúde pública, acrescenta a autarquia.

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Espanhóis Atalaya La Tejita querem comprar MadeiraShopping

  • Lusa
  • 16 Março 2020

Os espanhóis da Atalaya La Tejita, controlados pelo Grupo Mazabi, querem comprar a totalidade do MadeiraShopping, localizado no Funchal.

Os espanhóis da Atalaya La Tejita, controlados pelo Grupo Mazabi, querem comprar a totalidade do MadeiraShopping, localizado no Funchal, refere um aviso publicado no site da Autoridade da Concorrência (AdC).

De acordo com o aviso publicado, a AdC foi notificada pela empresa espanhola a 9 de março. “A operação de concentração em causa consiste na aquisição, pela Atalaya La Tejita, uma sociedade controlada pelo Grupo Mazabi, do controlo exclusivo da Madeirashopping – Centro Comercial”, lê-se.

MadeiraShoppingWikimedia Commons

O centro comercial está localizado no Funchal e foi inaugurado em março de 2001. Conta com uma área de 26.600 metros quadrados, distribuídos por mais de uma centena de lojas e 1.060 lugares de estacionamento.

A Atalaya é uma empresa dedicada a atividades de investimento imobiliário e especializada no desenvolvimento e gestão de centros comerciais, controlada pelo grupo Mazabi, que integra empresas de gestão de investimentos e patrimónios imobiliários familiares. Segundo o aviso, quaisquer observações sobre a operação de concentração em causa devem ser remetidas à AdC no prazo de dez dias úteis.

(Notícia atualizada às 17h40, com a correção de que o negócio ainda não se concretizou)

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Portugal entra em fase de mitigação, anuncia DGS

Portugal entrou oficialmente em fase de mitigação. As unidades de saúde do país terão, assim, de adotar medidas mais concretas para combater a pandemia.

Portugal entrou oficialmente em fase de mitigação do coronavírus, anunciou esta segunda-feira a Direção-Geral de Saúde (DGS). As unidades de saúde do país terão, assim, de adotar medidas mais concretas para combater esta pandemia. Isto acontece num dia em que o número de casos confirmados de coronavírus no país aumentou para um total de 331.

“Atendendo à emergência de saúde pública de âmbito internacional, declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), provocada pelo vírus SARS-CoV-2 (…) e à classificação pela OMS da doença Covid-19 como pandemia (…), é necessário adotar os procedimentos que, de forma responsável e proporcional à evolução das fases de propagação desta pandemia, salvaguardem a manutenção da saúde pública, na defesa dos riscos potenciais e comprovados, segundo elevados critérios científicos e sociais, e no respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos“, refere o documento da DGS.

Assim, refere a entidade, “importa adaptar a abordagem clínica dos doentes com suspeita e infeção confirmada por SARS-CoV-2 no SNS” e, para isso, “urge aplicar medidas de mitigação que garantam a adequação e sustentabilidade do SNS”. São elas:

  • Criar “áreas dedicadas à avaliação e tratamento” de doentes com coronavírus nos centros hospitalares e centros de saúde. No meio hospitalar deve existir uma área destas em cada serviço de urgência e “enfermarias dedicadas ao tratamento” destes doentes, enquanto nos centros de cuidado de saúde primários deve haver, “pelo menos”, uma destas áreas em cada comunidade e um número adicional “conforme a densidade populacional, a dispersão geográfica e a evolução epidemiológica regional e local” deste vírus;
  • Estas áreas de avaliação e tratamento de coronavírus “devem estar bem identificadas, com sinalética apropriada, e serem do conhecimento
    das comunidades regionais e locais, para garantir a efetiva separação dos doentes com suspeita e confirmação de infeção”;
  • Durante a pandemia, “todos os profissionais de saúde devem utilizar, de forma responsável, máscara cirúrgica quando em contacto direto com doentes”,
  • “Todos os doentes com suspeita de Covid-19 (…) devem ser submetidos a testes laboratoriais para SARS-CoV-2, e registados na plataforma SINAVE (área médicos)”;
  • “Todos os doentes com suspeita de Covid-19 são submetidos à realização de testes laboratoriais, em qualquer Serviço de Urgência com capacidade para tal, por prescrição médica, sob validação do Chefe de Equipa, e sem recurso à LAM (Linha de Apoio ao Médico) da DGS”;
  • “A colheita e processamento das amostras biológicas devem cumprir os critérios de qualidade e segurança”;
  • “Os resultados de todos os testes realizados para SARS-COV-2, independentemente do seu resultado, devem ser registados na plataforma SINAVE (área laboratórios), por forma a dar conhecimento dos mesmos às equipas de saúde e às Autoridades de Saúde”;
  • Os responsáveis das unidades hospitalares e centros médicos devem garantir, “por todos os meios necessários, em articulação com os parceiros regionais e locais” o “incentivo à atitude responsável e cívica de todos os cidadãos”, “a informação adequada sobre os locais de acesso ao SNS para os doentes com suspeita e infeção confirmada por SARS-CoV-2”.

Ainda no mesmo documento, que pode ser consultado abaixo, a DGS especifica as características que estas áreas dedicadas à avaliação e tratamento de doentes com coronavírus devem ter. Nomeadamente terem, no mínimo, duas salas de observação, áreas de receção e de espera separadas das dos doentes sem suspeita e terem de serviço um médico, um enfermeiro, um assistentes operacional, um administrativo e uma equipa de limpeza.

Esta segunda-feira, de acordo com os dados revelados na atualização diária do boletim epidemiológico, o número de infetados aumentou para 331. As autoridades já alertaram que esperam uma subida expressiva do número de confirmações, à medida que a realização de mais testes vai permitindo descobrir novos casos que, até agora, não eram conhecidos.

(Notícia atualizada às 13h07 com mais informação)

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Portugal tem 86 novos casos de Covid-19. Total sobe para 331

A Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que há 86 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, elevando de 245 para 331 o número de casos já confirmados pelas autoridades de saúde.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 86 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, elevando de 245 para 331 o número total de doentes que se sabe terem Covid-19. Os dados foram revelados na atualização diária do boletim epidemiológico, que inclui os números oficiais apurados até à passada meia-noite.

Estes números referem-se aos casos conhecidos pela DGS, nomeadamente de doentes que foram infetados no passado. As autoridades já alertaram que esperam uma subida expressiva do número de confirmações, à medida que a realização de mais testes vai permitindo descobrir novos casos que, até agora, não eram conhecidos. Com o passar dos dias, ainda que o número de casos reportados pela DGS acabe por subir, essa evolução não pode ser diretamente equiparada à evolução real da pandemia no país.

Boletim epidemiológico de 16 de março

Fonte: Direção-Geral da Saúde

Do total de casos confirmados 142 situam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, 138 no Porto, 31 no Centro e 13 no Algarve. Há ainda um caso confirmado nos Açores e cinco foram “exportados” para o estrangeiro. A maioria dos casos situa-se na faixa etária dos 40 aos 49 anos, sendo que, total, 139 estão internados e 18 encontram-se em unidades de cuidados intensivos. Não há registo de qualquer vítima mortal.

A DGS encontrou 18 cadeias de transmissão ativas, o que significa que 18 pessoas foram responsáveis por todos os casos confirmados até ao momento. Alguns dos casos em Portugal foram “importados” de outros países, nomeadamente 16 de Espanha, 14 de Itália, nove de França, cinco da Suíça, um de Andorra, um da Bélgica e um de Alemanha/Áustria.

Os dados das autoridades de saúde apontam ainda para 2.203 casos não confirmados, 374 que aguardam resultado laboratorial e 2.908 casos suspeitos. Há ainda um total de 4.592 pessoas sob vigilância e três pessoas já recuperaram da doença.

Este boletim surgiu em simultâneo com a notícia de que a DGS elevou o estado do surto em Portugal para a “fase de mitigação”, caracterizada pela transmissão local do novo coronavírus. As autoridades vão implementar medidas de adequação e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.

(Notícia atualizada às 12h41 com mais informações)

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CTT implementam atendimento à porta fechada e encerram 18 lojas

  • Lusa
  • 16 Março 2020

Os CTT vão implementar o atendimento à porta fechada, sendo que é "apenas poderão permanecer na loja os clientes que estão a ser atendidos". Há ainda 18 lojas que vão ser encerradas.

Os CTT – Correios de Portugal anunciaram esta segunda-feira que vão implementar o atendimento à porta fechada, no âmbito de medidas de combate à propagação do novo coronavírus, e encerrar 18 lojas devido à ausência de colaboradores.

“Estão a ser implementadas medidas que visam minimizar os impactos na disponibilidade da sua rede de retalho e na distribuição postal, preservando a integridade dos seus trabalhadores”, referem os CTT em comunicado, a propósito das medidas de combate à pandemia do Covid-19.

As lojas CTT vão implementar o atendimento à porta fechada, de forma a minimizar a permanência de clientes em loja e para garantir o distanciamento entre cada cliente”, pelo que “apenas poderão permanecer na loja os clientes que estão a ser atendidos”, alertam.

“A fila de espera será efetuada à porta da loja, garantindo que os clientes em espera o façam num local arejado e que mantenham a distância mínima sugerida“, prosseguem.

Além disso, as lojas dos Correios de Portugal vão sofrer “uma redução de horário em função do número de trabalhadores presentes”. Os horários vão estar em permanente atualização no site dos CTT e todas as lojas em funcionamento “terão um período de encerramento à hora de almoço, das 12h30 às 14h30, permitindo a limpeza de todos os espaços de forma mais profunda”, salientam.

Os trabalhadores dos CTT vão poder usar máscara, luvas e gel desinfetante no atendimento aos clientes e será também colocada uma fita colorida no chão a sinalizar a distância de segurança que deve ser mantida entre o colaborador e o cliente.

Além disso, os CTT “vão ainda encerrar um conjunto de lojas, em função da ausência de colaboradores pertencentes a grupos de risco de saúde, e também necessidades de assistência a filhos menores de 12 anos pelo encerramento das escolas”.

De acordo com a lista, ao todo são 18 lojas encerradas: Buarcos (Vila), Boavista (Oaz), Cesar, Espargo, Travessa (São João da Madeira), Arcozelo (Vila Nova de Gaia), Mesão Frio, São Pedro da Cova (Gondomar), Vila Nova Foz Côa, Cantarias (Bragança), Santa Tecla (Braga), Caxinas (Vila do Conde), Parque (Matosinhos), Praia (Póvoa de Varzim), Gil Eanes (Portimão), Olhos de Água, Sines e Santo António dos Cavaleiros.

Os CTT referem ainda que, “por determinação dos Governos Regionais dos Açores e Madeira, encontra-se inibido o pagamento do subsídio social de mobilidade nas lojas destas regiões autónomas no período inferior a 15 dias da efetivação da viagem”.

Sobre os pontos CTT (postos de correio), a empresa informa que “poderão existir alterações nos horários de funcionamento ou o encerramento dos mesmos, por decisão dos parceiros dos CTT na prestação deste serviço”.

Adiantam também que, “no âmbito das operações, tendo em vista a segurança dos clientes e dos cerca de 5.000 carteiros dos CTT, a assinatura nos terminais dos carteiros durante o processo de entrega de produtos de Correio, Expresso e Carga será suspenso”.

Esta medida “será aplicada a todos os serviços exceto nas citações ou notificações via postal e nos serviços ‘entrega ao próprio’, estando ainda em análise cenários de ajustamento da atividade tendo em conta a eventual ausência de colaboradores que pertencem a grupos de risco de saúde”.

Os carteiros “vão adotar procedimentos específicos no exercício das suas funções durante os giros, na interação com a população e no manuseamento de objetos, para reduzir o risco de contágio”.

Nos edifícios onde estão os principais centros operacionais, os CTT vão avançar com a “medição diária da temperatura corporal, estando a tentar assegurar a expedição de luvas, máscaras de proteção e gel desinfetante e o reforço da frequência de limpeza de todos os locais de trabalho”.

Os Correios de Portugal sublinham que “serão ainda ajustados os horários dos turnos, evitando sobreposições e acomodando situações de ausência de colaboradores de risco, como medida cautelar de proteção”. Além disso, a empresa decidiu promover o trabalho à distância em todas os serviços em que tal é possível.

“Nos últimos dias começaram a ser aplicadas medidas de redução de contacto para os colaboradores cuja presença física na empresa é imprescindível, respeitando uma lógica de rotação mínima de referência de 14 dias de calendário para os serviços que tiverem de permanecer nas instalações”, adiantam.

“A empresa vai continuar a acompanhar diariamente as orientações da Direção-Geral da Saúde e a evolução dos factos, de modo a adaptar os procedimentos internos de minimização de eventuais contágios, sempre que se justifique”, concluem.

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Trabalhadora da Portway no Porto infetada com o Covid-19

A Portway adianta que foi confirmado o terceiro caso de coronavírus. A trabalhadora em causa "já estava em casa em situação de isolamento antes de ter confirmado positivo", garante a empresa.

A Portway, empresa de assistência em terra nos aeroportos, informou esta segunda-feira que mais uma funcionária da companhia, que trabalhava no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, testou positivo para o novo coronavírus. A funcionária está em casa e a ser acompanhada pelas autoridades de saúde, informa a empresa em comunicado.

“A Portway informa que foi confirmado um caso positivo de Covid-19 numa trabalhadora que operava no Aeroporto Francisco Sá Carneiro“, adianta.

A empresa acrescenta que a trabalhadora em causa “já estava em casa em situação de isolamento antes de ter confirmado positivo“. Face ao exposto, a empresa acionou um plano de contingência, acrescentando que “a situação está a ser acompanhada em permanência”, e em colaboração com as autoridades de saúde.

Este é o terceiro caso confirmado de infeção por Covid-19 na Portway. Antes disso, dois candidatos à formação inicial na unidade do Porto tinham testado positivo, o que levou ao encerramento e desinfeção imediata do edifício, onde decorria a formação.

Este edifício, que fica separado do aeroporto Sá Carneiro, “vai manter-se fechado até novas indicações”, aponta a empresa. Além disso, todos os formandos e trabalhadores foram colocados em quarentena profilática. A Portway esclarece ainda que está a avaliar os impactos que a situação possa vir a ter na operação da companhia e remete mais esclarecimentos para “logo que possível”.

O número de mortes registadas no mundo devido ao novo coronavírus ultrapassou já as 6.000, além de quase 160.000 pessoas infetadas, de acordo com uma avaliação da AFP a partir de fontes oficiais. Em Portugal, há 245 casos confirmados.

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Ação dos bancos centrais lança pânico nos mercados. Dólar, bolsas e petróleo afundam

Bancos centrais anunciaram uma ação concertada para manter a liquidez da moeda norte-americana, mas os investidores encaram a decisão com alarmismo.

Jerome Powell reforçou o arsenal para combater o impacto do coronavírus na economia, mas lançou o pânico entre os investidores. O presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana anunciou, este domingo, um pacote extraordinário de medidas que inclui um corte de juros, compra de dívida e uma ação concertada com outros bancos centrais (incluindo o Banco Central Europeu) para manter a liquidez do dólar. A reação está a ser expressiva, com o dólar, as bolsas globais, o petróleo e os juros das dívidas em queda.

“A Fed tomou quase todas as ações possíveis dentro do mandato legal que tem, um sinal de que a circunstância é extremamente séria”, alerta Wen-Wen Lindroth, analista sénior da Fidelity, lembrando que a última vez que a instituição atirou inesperadamente os juros para próximo de zero foi aquando da falência do Lehman Brothers. “Se compararmos com as medidas que a Fed usou durante a grande crise financeira, o único componente que falta é o programa de Commercial Paper Funding Facility (CPFF)“.

As medidas têm, segundo Powell, como objetivo estabilizar o sistema financeiro e apoiar os fluxos de liquidez que espera seja repassada para ajudar empresas e trabalhadores afetados pelo surto de coronavírus. No entanto, o impacto está a ser, esta segunda-feira negativo nos mercados financeiros.

Dados da Reuters indicam que o stress nos mercados monetários ainda não está nos níveis da crise financeira (quando os bancos se fecharam ao financiamento entre si), mas está a aumentar e a procura por dólar a aumentar. Após a decisão de seis bancos centrais de criarem uma rede de segurança para manter a liquidez da moeda norte-americana, esta deprecia-se quase 2% contra o iene japonês e 0,7% contra o euro.

Os mercados têm estado muito voláteis e a reação inicial ao anúncio da Fed foi negativa“, sublinha Wen-Wen Lindroth, apontando para o sentimento negativo generalizado. O petróleo afunda — o Brent de referência europeia tomba 8,5% para 30,96 dólares por barril e o crude WTI 5,6% para 29,94 dólares — e os futuros de Wall Street sinalizam quedas superiores a 5%.

Na Europa, as ações acompanham as perdas. O Stoxx 600 perde mais de 8% para o valor mais baixo desde 2012 e as bolsas de França e Espanha a liderarem as perdas após os dois países terem seguido Itália nas medidas de combate ao coronavírus. Em Portugal, o PSI-20 perde 6% para 3.605,42 pontos, com o BCP a afundar mais de 10% para 0,1008 euros (o valor mais baixo de sempre), a Galp Energia a perder mais de 5% para 8,098 euros e a EDP a recuar 7% para 3,311 euros.

As perdas nas ações devem-se à incerteza sobre o impacto económico do surto, que é exacerbado pela ideia de que as medidas de emergência poderão indicar que este será ainda maior que o esperado. O Credit Suisse espera novas revisões em baixa das perspetivas de crescimento económico global, mas considera que os estímulos monetários irão dar um “contributo significativo” para uma recuperação.

A questão agora é se os mercados irão conseguir ultrapassar a inversão e não aprofundar o pânico se o número de infeções e a taxa de mortalidade agravar“, diz Michael Strobaek, Global Chief Investment Officer do Credit Suisse. “Acredito que nas próximas três a cinco semanas será um grande desafio. A escala da pandemia poderá penalizar ainda mais a confiança dos investidores. Os meus colegas e eu não estamos plenamente convencidos que a tempestade nos mercados esteja a passar. De facto, ainda vemos distorções nos mercados pela simples razão que o pior da pandemia ainda está para chegar em parte da Europa e dos EUA”, acrescenta.

Esse pânico está a levar os investidores para ativos refúgio, como a dívida da Alemanha ou dos EUA. A yield das Bunds alemãs a dez anos recua para -0,546%, enquanto a das Treasuries com a mesma maturidade cai para 0,768%. Em sentido, o juro da dívida portuguesa a dez anos sobe para 0,94%, no valor mais elevado desde maio de 2019.

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Supervisor europeu aperta regras de shortselling por três meses

Vai passar a ser obrigatório reporte às autoridades nacionais de posições líquidas curtas a partir de limiar de 0,1%. Não está excluída a hipótese de limitar de todo o shortselling.

A Autoridade Europeia de Mercados de Valores Mobiliários (ESMA, na sigla em inglês) reforçou o controlo do shortselling devido ao momento de incerteza que se vive nos mercados. Vai passar a ser obrigatório reporte às autoridades nacionais de posições líquidas curtas a partir de limiar de 0,1%. A medida estará em vigor durante três meses, sendo que não está excluída a hipótese de limitar de todo o shortselling.

“A decisão da ESMA obriga a que pessoas individuais e coletivas que tenham posições curtas líquidas em relação a ações admitidas à negociação nos mercados regulados notifiquem as autoridades competentes dessas posições caso atinjam ou excedam os 0,1% do capital”, explica o supervisor em comunicado.

“As medidas impostas pela decisão da ESMA dizem respeito à necessidade das autoridades competentes e da ESMA de estarem atentas às posições curtas líquidas que os participantes do mercado abriram em relação às ações admitidas à negociação nos mercados regulados, dados os desenvolvimentos excecionais recentes nos mercados financeiros“, sublinha. Desde 20 de fevereiro, as bolsas europeias desvalorizaram 30% com a disseminação do coronavírus a gerar receios sobre a quebra na atividade económica.

Como em qualquer situação de crise, há investidores a apostarem na queda das ações e estão a aproveitar o momento para reforçarem o shortselling. Assim, a ESMA considera que as condições adversas constituem “uma ameaça séria ao funcionamento ordenado e para a integridade” dos mercados financeiros. “Há um claro risco que esta tendência negativa continue nos próximos dias ou semanas“, alerta o supervisor.

Países como Espanha e Itália tinham já anunciado medidas semelhantes para limitar o shortselling e o supervisor europeu aponta a necessidade de alinhamento entre as autoridades nacionais devido ao potencial efeito contágio. “A ESMA considera que, sem a implementação destas medidas neste momento, as autoridades nacionais competentes e a ESMA não terão capacidade de monitorizar adequadamente o atual ambiente de mercado, em que a substancial pressão vendedora e a invulgar volatilidade nos preços pode ser amplificada pelas posições curtas”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 12h20)

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França multa Apple em mil milhões. Violou regras da concorrência

  • ECO
  • 16 Março 2020

A Autoridade da Concorrência de França multou a Apple em mil milhões de euros. Considerou que a marca violou as regras da concorrência na sua rede de distribuição.

A Apple foi multada em mil milhões de euros pela Autoridade da Concorrência de França, na sequência de práticas anticoncorrenciais na sua rede de distribuição e de abuso da dependência económica dos seus revendedores. A notícia foi avançada pela Reuters.

“A Apple e dois dos seus parceiros grossistas acordaram em não competir uns com os outros e impedir que outros distribuidores competissem entre si, esterilizando o mercado grossista de produtos da marca”, referem as autoridades francesas num comunicado citado pela mesma agência.

Esses dois revendedores envolvidos no processo também foram multados pela mesma autoridade. A Tech Data foi alvo de uma multa de 63 milhões de euros e a Ingram Micro de 76 milhões de euros, por concordarem com os preços de forma ilegal, considerou o regulador da concorrência em França.

Esta não é a primeira vez que a gigante norte-americana é multada em território francês. Em 2008, num processo que também envolveu a rede de distribuição de produtos da marca, as autoridades exigiram que a Orange perdesse a exclusividade de vender iPhones naquele país. Já em fevereiro passado, a Apple foi multada em 25 milhões por tentar deteriorar o desempenho de iPhones que tivessem a bateria degradada.

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Como ajudar o seu vizinho em tempos de coronavírus

O país está de quarentena e a sociedade civil não fica indiferente. Um pouco por todo o país começam a surgir projetos de voluntariado para ajudar a população isolada ou em maior risco de contágio.

Ir às compras, à farmácia ou dar ajuda no que for necessário aos vizinhos idoso, isolados, ou que fazem parte de um grupo de maior risco de contágio do novo coronavírus. Nos últimos dias, com a ajuda das redes sociais, a sociedade civil mobilizou-se para ajudar, de forma segura, quem mais precisa, um pouco por todo o país.

O projeto SOS Vizinho foi criado durante um fim de semana, remotamente, depois do desafio lançado por Henrique Paranhos, fundador da empresa portuguesa 100% remota WEBrand Agency, no seu LinkedIn. O objetivo desta plataforma é identificar os grupos de risco e os doentes em cada região e criar uma rede de voluntários a nível nacional. Só precisa de se inscrever na página oficial.

O projeto conta com mais de 50 especialistas de várias pontos do país, entre juristas, enfermeiros, profissionais das áreas de logística, jurídica e compliance, web developers, etc..

O movimento de voluntários Vizinho Amigo também surgiu na passada sexta-feira e já tem mais de 3.500 voluntários inscritos. O objetivo da plataforma é agregar voluntários e ser uma base de dados de voluntários em todo o país que possa servir entidades como juntas de freguesia.

 

Ao inscrever-se na plataforma, recebe um cartaz editável que pode colar no seu prédio.

Juntas de freguesia criam soluções, de norte a sul

A Junta de Freguesia de Campolide, em Lisboa, mobilizou-se para ajudar os 16.000 habitantes da freguesia — entre eles 8.000 com mais de 65 anos — e criou o movimento de assistência com voluntários para ajudar quem faz parte de grupos de maior risco de contágio. Além disso, prestam serviços aos animais de estimação, para quem não pode levá-los à rua em tempos em que o isolamento social é recomendado. Para se inscrever como voluntário, pode aceder à linha telefónica criada para o efeito através do 938 934 090.

Já tivemos pedidos e estamos a preparar esta linha telefónica, acima de tudo, para fases subsequentes que sejam mais duras e em que este serviço se torne ainda mais imprescindível

André Couto

Presidente da Junta de Freguesia de Campolide

“Já tivemos pedidos e estamos a preparar esta linha telefónica, acima de tudo, para fases subsequentes que sejam mais duras e em que este serviço se torne ainda mais imprescindível”, sublinha André Couto, presidente da Junta de Freguesia de Campolide.

A partir desta terça-feira, 17 de março, a Junta de Freguesia de Benfica também tem disponível um serviço de entrega de compras ao domicílio para doentes crónicos, utentes do atendimento social e pessoas com mais de 60 anos.

A Impac’tu, associação de jovens universitário do Porto, criou o Porta de Impacto, para garantir que os bens essenciais chegam à população em maior risco de contágio naquela região.

A Sul, em Portimão, a junta de freguesia criou o movimento “Nós Vamos Por Si”, para ajudar a população residente na freguesia com mais de 65 anos.

A partir da linha telefónica, pode inscrever-se como voluntário e ir à farmácia, ao supermercado ou ao mercado comprar os bens essenciais para os residentes que não podem sair de casa.

Esta segunda-feira, a deputada do PSD e candidata à liderança da JSD, Sofia Matos, lançou a plataforma “Ajudar é Contigo, que quer cumprir o mesmo propósito e abranger todo o continente e ilhas. Se precisa de ajuda, ou quer ser voluntário, deve preencher o formulário disponível na página oficial.

Em Portugal, há 245 casos confirmados do novo coronavírus, segundo os dados divulgados este domingo pelas autoridades de saúde.

Notícia atualizada às 14h40 com mais informação.

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