Hoje nas notícias: pensões, politécnicos e impostos

  • ECO
  • 10 Janeiro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Em dia de votação na generalidade da proposta do Orçamento do Estado para 2020, é conhecido que o aumento extra das pensões, uma medida acordada nas negociações, só deverá chegar a meio do ano. É também noticiado que três politécnicos, no final do ano, não tinham dinheiro para pagar salários. Nas capas dos jornais pode encontrar-se também que o Estado cobra mais meio milhão por dia em impostos sobre os combustíveis. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Aumento extra das pensões só deve chegar a meio do ano

As negociações entre o Governo, o PCP e o Bloco de Esquerda para viabilizar o Orçamento do Estado, através de uma abstenção no voto na generalidade ditaram um aumento extraordinário de dez euros das pensões até 1,5 Indexantes de Apoios Sociais (658 euros), mas de fora ficam as pensões não contributivas. No entanto, o Executivo vai voltar a recorrer ao gradualismo, ao avançar com a medida apenas em agosto, tal como aconteceu em 2017 e 2018. Os ex-parceiros da geringonça vão tentar mudar este cenário e pressionar o Governo para que o aumento seja concedido antes, até porque o Orçamento só deverá entrar em vigor em março.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Três politécnicos sem dinheiro para pagar salários. Governo exige reestruturação

O Governo exigiu aos institutos politécnicos de Castelo Branco, Santarém e Tomar uma reestruturação, em troca de um reforço de financiamento de cerca de dois milhões de euros que estes receberam para cumprir com as suas obrigações, entre as quais pagar salários. As medidas de redução de despesas e aumento de receitas vão ser implementadas ao longo deste ano.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Estado cobra mais meio milhão por dia em impostos sobre os combustíveis

O valor cobrado em impostos sobre os combustíveis aumentou em meio milhão de euros por dia. A subida de sete cêntimos por litro deve-se principalmente ao novo valor da taxa de carbono. As petrolíferas preveniram-se, reajustando os preços antes de a portaria ser publicada.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Há esquadras da PSP que só têm um agente

Está instalado o mal-estar na polícia. Em algumas esquadras da Polícia de Segurança Pública (PSP), só existe um agente e equipas de intervenção rápida não têm carrinhas onde possam levar capacetes, bastões e armamento. O comandante da divisão de Vila Franca de Xira terá dado ordens para intensificar a procura por multas. Os sindicatos da PSP e da GNR já marcaram um novo protesto para 21 de janeiro.

Leia a notícia completa no Jornal i (ligação indisponível).

Denúncia de Ana Gomes leva a inspeção do Banco de Portugal no EuroBic

Ana Gomes escreveu, entre outras coisas, na rede social Twitter que Isabel dos Santos se endivida “muito porque ao liquidar as dívidas lava que se farta” e reiterou que o facto de a empresária angolana ser acionista do EuroBic “dá jeito”. Isto porque este banco “está na rede swift e na Zona Euro”, permitindo “passar por lá para liquidar dívidas junto de outros bancos”, indicou. A denúncia da ex-eurodeputada socialista levou a uma inspeção do Banco de Portugal no EuroBic.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (ligação indisponível).

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5 coisas que vão marcar o dia

Proposta do OE2020 vai a votos na generalidade na AR. Esta sexta-feira é também o último dia de campanha para a corrida à liderança do PSD. MNE da UE reúnem-se para discutir tensão no Médio Oriente.

O dia vai ser fortemente marcado a nível político. A nível nacional, no segundo dia de debate, o Orçamento de Estado para 2020 vai a votos na Assembleia da República. Esta sexta-feira é também o último dia de campanha às diretas do PSD, com Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz na corrida à liderança dos sociais-democratas. A nível internacional, há reunião extraordinária dos ministros de Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas. Vão discutir a escalada de tensão no Médio Oriente.

Orçamento do Estado para 2020 vai a votos na generalidade

Esta sexta-feira termina a discussão da proposta na generalidade do Orçamento do Estado (OE) para 2020. Segue-se depois a votação do documento. Os partidos mais à direita, como PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, já anunciaram que deverão votar contra. Já o Bloco de Esquerda, PAN, PCP e PEV já anunciaram que vão abster-se, abrindo caminho à aprovação do documento. A votação final, na especialidade, acontece a 6 de fevereiro.

Último dia de campanha da diretas do PSD

Este é o último dia de campanha dos candidatos do PSD às diretas do partido. Rui Rio, atual presidente do PSD, termina a ação de campanha na sua cidade-natal, no Porto. Já Luís Montenegro, antigo líder parlamentar dos sociais-democratas, acaba em Aveiro. As diretas realizam-se este sábado, 11 de janeiro, e foram marcadas na sequência dos maus resultados do partido nas eleições legislativas de 6 de outubro. Caso nenhum dos três candidatos — além dos dois candidatos acima referidos, também Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais, está na corrida –, vença com maioria absoluta, haverá uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados, uma semana depois.

Quanto se vai exportar este ano? INE revela

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga a primeira previsão relativa às perspetivas de exportação de bens para 2020. De acordo com os últimos dados do gabinete de estatísticas, referentes a novembro, as exportações de bens cresceram seis vezes mais do que as importações. As vendas de mercadorias ao exterior aumentaram 8,6% face ao período homólogo, com os automóveis a puxarem pelo comércio português lá fora. Já as importações travaram no mesmo mês, tendo subido apenas 1,3%.

Ministros europeus reúnem-se para discutir tensão no Médio Oriente

Esta sexta-feira há Conselho de Negócios Estrangeiros extraordinário. A reunião vai juntar os ministros dos Negócios Estrangeiros de todos os Estados-membros da União Europeia, sendo presidida por Josep Borrell, o representante europeu para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. O encontro terá como tema central a escalada de tensão entre os Estados Unidos da América (EUA) e o Irão, que começou com o ataque ordenado por Donald Trump para matar Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, força de elite iraniana, e já levou a uma retaliação do país islâmico.

Termina o Consumer Electronics Show

Três dias depois de abrir portas, o Consumer Electronics Show (CES) termina esta sexta-feira em Las Vegas. Naquele que é considerado um dos maiores eventos mundiais dedicados à tecnologia, foram apresentados vários gadgets “fora da caixa”. Entre as várias novidades apresentadas, está a noticia de que a Sony vai lançar um carro elétrico com dois motores elétricos de 200kW, que consegue ir dos 0 aos 100km/h em 4,8 segundos, e 33 sensores que permitem detetar e reconhecer pessoas e objetos dentro e fora do carro.

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Amor pelo Benfica? Vem dentro de uma caixa a cada três meses

Caixa mistério chega trimestralmente a casa dos assinantes. Startup foi uma das escolhidas para participar no City Startup Challenge, programa de aceleração da dona do Manchester City.

De três em três meses, uma caixa-surpresa que materializa o seu amor pelo futebol e, mais precisamente, pelo seu clube. A startup BBox Sports aproveitou ter sido uma das startups selecionadas para o City Startup Challenge, o programa de aceleração promovido pelo City Football Group, dono do Manchester City, para lançar o seu produto-estrela, uma caixa de surpresas para os fãs de futebol em todo o mundo.

O Benfica foi o primeiro clube a aderir à ideia da startup mas, em breve, a BBox Sports planeia anunciar outros clubes parceiros da iniciativa, incluindo um clube da Premier League inglesa.

Bbox chega a casa dos subscritores a cada três meses.D.R.

“Decidimos arrancar em Portugal com o Benfica, uma vez que é um dos maiores clubes do futebol internacional, seguido por muitos fãs em todo o mundo. Estamos muito orgulhosos que a primeira BBox Sports em Portugal tenha sido do atual campeão nacional”, avança o CEO da BBox Sports, Ivan Braz.

Dentro da caixa mistério, entregue a cada três meses, seguem produtos oficiais do clube preferidos dos adeptos. Cada caixa custa 54,90 euros mas inclui “entre quatro a seis produtos oficiais do clube subscrito, que podem chegar a um valor superior a 100 euros, e uma média de 5% do conteúdo em experiências oficiais, como por exemplo bilhetes VIP para assistir a um jogo a partir do camarote ou a oportunidade de interagir com o jogador preferido”, explica a startup em comunicado. A startup tem ainda uma vertente social: 1% das receitas das subscrições serão encaminhadas para instituições de solidariedade.

Nos últimos sete meses, a BBox Sports fechou ainda duas rondas de investimento num valor total de 500 mil euros.

*Artigo corrigido a 10 de janeiro às 9h58.

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Quer poupar na fatura da luz? Janeiro é o mês ideal para simular preços e mudar de operador, diz a ERSE

ERSE recomenda aos consumidores que façam simulações pelo menos duas vezes por ano para conseguirem poupar na energia. Site do regulador ajuda. Agora até tem uma assistente virtual.

Qual é o melhor mês para trocar de fornecedor de eletricidade? É este. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) defende que todos os consumidores de energia doméstica devem fazer simulações dos seus preços de luz e gás pelo menos duas vezes por ano: logo no início do ano, uma em janeiro (para a luz), e depois em outubro (gás natural). Caso encontrem ofertas mais baixas no comparador de ofertas comerciais do regulador, não há que hesitar: é sinal que está na hora de mudar de fornecedor e começar a poupar na fatura energética.

A razão prende-se com o calendário de aprovação das tarifas da ERSE, que a 16 de dezembro anunciou precisamente as tarifas para 2020 no mercado regulado (cerca de um milhão de clientes), com uma descida de 0,4% nos preços da eletricidade, ou seja, cerca de 18 cêntimos numa fatura média de 44 euros.

No mercado liberalizado (onde se encontram os restantes cinco milhões de clientes), janeiro é também o mês em que as empresas comercializadores de energia elétrica apresentação as sua novas tabelas de preços para o ano que se inicia. Ainda o primeiro mês de 2020 não vai a meio e as principais elétricas — EDP Comercial, Endesa, Galp Energia e Goldenergy — já comunicaram as descidas médias nas tarifas para as respetivas carteiras de clientes, que variam entre os 0,4 e os 2,5%, com poupanças reais nas faturas a oscilar entre os três e os 15 euros por ano.

Outra simulação que deve ser feita regularmente pelos consumidores, recomenda o regulador, diz respeito à potência contratada, sendo que uma simples redução de escalão na potência (para os 3,45 kVA, por exemplo) “pode gerar poupanças a partir de 22 euros anuais”, garante a ERSE.

De acordo com a entidade reguladora, que esta quinta-feira estreou o seu novo site institucional, com conteúdos mais simplificados e novas funcionalidades, em 2019 o simulador de preços de energia (alvo de uma atualização em 2018) que compara todas as ofertas comerciais disponíveis para os consumidores domésticos de eletricidade e gás natural atingiu cerca de 1,5 milhões de simulações.

Já o simulador de potência contratada, lançado no ano passado, foi usado por 25 mil utilizadores em 94 mil simulações, refere a ERSE em comunicado, lembrando que a qualidade de serviço técnica de cada região também pode ser consultada através de um portal lançado em 2019.

Diga “Olá!” à Gia

Numa tentativa de se aproximar dos cidadãos, o novo site da ERSE privilegia precisamente a área dedicada aos consumidores de energia que foi concebida e desenhada para aumentar a sua acessibilidade e usabilidade. “Uma das novidades é a Gia, uma assistente virtual que comunica e interage com os consumidores, responde diretamente às perguntas colocadas e, sempre que possível, encaminha o consumidor para informação complementar, funcionando como uma ferramenta auxiliar de informação e formação do consumidor de energia”, referiu o regulador em comunicado.

E acrescenta: “A área dedicada ao consumidor de energia continuará a ser uma aposta da ERSE no sentido de apoiar o consumidor a exercer os seus direitos, como reclamar e pedir informação ou como resolver os seus conflitos de consumo através dos centros de arbitragem mais próximos dos cidadãos e com os quais a ERSE celebrou protocolos para a permitir a resolução de conflitos e concretizar o direito de acesso à justiça. Nesse sentido, o site da ERSE permite ao consumidor, através da indicação do concelho onde reside, saber a que centro de arbitragem se deve dirigir”.

Em destaque no novo site estão os os vários simuladores que auxiliam os consumidores no processo de contratação de fornecimento de energia. A modernização do portal da ERSE contou com o apoio financeiro da União Europeia no âmbito do sistema de incentivos “Apoio à modernização e capacitação da Administração Pública (SAMA 2020)”.

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Trabalhadores do Montepio estão insatisfeitos. Banco lança inquérito para saber porquê

Inquérito feito pela comissão de trabalhadores no último verão mostrou descontentamento geral no Montepio. Agora, a comissão executiva lança novo questionário para avaliar clima interno.

O Montepio lançou um inquérito interno para avaliar a insatisfação e desmotivação que se vive entre os trabalhadores do banco. A iniciativa foi anunciada um dia antes de o banco confirmar o nome de Pedro Leitão para CEO, esta quinta-feira. E surge depois de a comissão de trabalhadores ter promovido no verão passado um questionário sobre o clima organizacional interno semelhante e cujos resultados mostraram elevados índices de descontentamento e com críticas à equipa de gestão à mistura.

Ao contrário do inquérito levado a cabo pela comissão de trabalhadores, cujo processo não foi auditado por nenhuma entidade especializada e, por isso, deixou reservas sobre a validade dos resultados, o questionário promovido pela comissão executiva está a ser conduzido pela Mercer, uma consultora especializada em recursos humanos.

De acordo com uma informação enviada internamente esta quarta-feira, os trabalhadores terão duas semanas para responder às várias perguntas que lhes são colocadas online. O prazo para preencher o inquérito termina no dia 22 de janeiro, que é quando se conclui a primeira fase de um plano de três fases para lidar com os problemas dos funcionários do banco.

Terminada o diagnóstico, a segunda fase passará pela organização de workshops para a apresentação dos resultados do inquérito e de medidas para resolver as questões levantadas. Depois, na última fase, o banco procederá à implementação de um plano de ação englobando um conjunto de iniciativas para melhorar o ambiente de trabalho.

O banco apela à participação no inquérito. “É fundamental que todos participem”, diz o e-mail que é assinado pela comissão executiva. “As pessoas são o principal ativo” do banco e “queremos reforçar o sentimento de pertença”, lê-se na informação distribuída internamente.

Mal pagos e sem oportunidades

No inquérito da comissão de trabalhadores realizado no verão passado, em que participaram metade dos trabalhadores do banco e cujos resultados estiveram na gaveta durante três meses com medo que viessem a perturbar a vida interna da instituição, os funcionários queixaram-se dos baixos salários e revelaram-se insatisfeitos no desempenho das suas funções.

Também lamentaram a falta de oportunidades para a progressão na carreira e deixaram críticas à liderança, nomeadamente quanto ao facto de as direções não se preocuparem em capacitar os trabalhadores para atingirem as metas definidas e nem se preocupam em motivar os trabalhadores para o cumprimentos dos objetivos.

Conclusões finais: os trabalhadores não procurariam convencer um colega a permanecer no banco se tivesse uma oportunidade de trabalho noutro lugar e nem recomendariam a um amigo vir trabalhar no Banco Montepio, resultados que “são motivo de elevada reflexão” e devem constituir uma “oportunidade para melhorias significativas”, segundo a comissão de trabalhadores.

Em reação, o banco disse estar “sensível ao sentimento demonstrado” pelos trabalhadores, tendo sublinhado que os resultados do inquérito da comissão de trabalhador “espelham bem os tempos desafiantes em que nos encontramos no setor bancário, em geral, e no Banco Montepio, em particular”.

Na altura, o banco indicou ainda estar a “trabalhar ativamente na transformação da instituição”, prevendo várias políticas dirigidas aos trabalhadores, “incluindo a gestão de desempenho, a gestão de potencial, a compensação e benefícios e programas direcionados à atração e retenção de talento no banco”. “Acreditamos que terão impacto na satisfação dos colaboradores”, reforça o banco.

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Lei prevê aumentos também para pensões mais altas, mas Governo recusa

As pensões acima dos 2.633 têm direito a aumentos à boleia da inflação? O Governo diz que não, mas há fiscalistas que desafiam essa interpretação. Dizem que são devidas subidas de 6,32 euros por mês.

A partir deste mês, a maioria dos pensionistas beneficia de aumentos entre os 0,24% e os 0,7%. Aqueles cujas reformas ultrapassem os 2.632,8 euros mensais não contam, contudo, com qualquer subida. Ao ECO, fonte oficial do Ministério do Trabalho confirma que as pensões acima desse valor vão ficar congeladas, mas há fiscalistas que defendem uma outra interpretação da lei, sublinhando que há espaço para um aumento de 6,32 euros por mês (quase 90 euros por ano) para as pensões mais elevadas.

A lei que fixou as regras de atualização das pensões prevê que, sempre que a média do crescimento real do PIB seja igual ou superior a 2%, mas inferior a 3%, as pensões acima dos seis Indexantes dos Apoios Sociais (os tais 2.632,8 euros) sejam alvo de uma atualização correspondente ao Índice de Preços no Consumidor (IPC) deduzido de 0,25 pontos percentuais.

De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística no início de dezembro, o IPC nos últimos 12 meses (sem habitação) foi de 0,24%. Ora, tal significa que às pensões mais altas deveria ser aplicada uma taxa de variação negativa (-0,1%), o que significaria um corte nessas prestações. A lei previne, contudo, tais situações com uma norma de salvaguarda que estabelece que, da aplicação das regras em causa, não pode resultar uma diminuição do valor da pensão.

A mesma lei define, por outro lado, que qualquer aumento aplicado a estas pensões deverá ter como mínimo o “valor máximo de atualização” conseguido nas pensões entre os dois e os seis Indexantes dos Apoios Sociais. Este ano, esse máximo está nos 6,32 euros, já que as prestações nesse intervalo beneficiam apenas de uma variação de 0,24%.

Segundo a interpretação dos fiscalistas da EY, esse ponto da lei devia conceder, assim, às pensões mais altas (entre seis IAS e 12 IAS) um aumento fixo de 6,32 euros por mês, quase 89 euros por ano. “Não podemos fazer tábua rasa do número 5º [do artigo 6º da Lei 53-B/2006]”, defende a fiscalista Anabela Silva.

Para esta fiscalista e segundo as simulações que foram feitas pela EY para o ECO, mesmo com a taxa de variação nos 0%, é o aumento referido que tem de ser aplicado. Só a revogação desse número cinco da lei (que prevê os tais mínimos de aumento) possibilitaria um congelamento, salientam os mesmos especialistas.

No ano passado, por exemplo, essa norma foi aplicada sem que fosse levantada qualquer dúvida. Na altura, as pensões acima dos seis IAS beneficiaram de um aumento de 0,78% (a inflação tinha sido 1,03%), não podendo o aumento ser inferior a 26,93 euros, valor que correspondia ao máximo de atualização conseguido nas pensões intermédias.

A interpretação dessa mesma lei não está a ser, contudo, consensual, este ano. Enquanto os fiscalistas da EY defendem que há lugar a um aumento de 6,32 euros, o Governo insiste num congelamento.

Questionado pelo ECO, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social garante que não está previsto qualquer aumento, em 2020, para estas pensões, uma vez que o valor da inflação “não o permite”. Fonte do gabinete de Ana Mendes Godinho explicou que, uma vez que a taxa de variação é 0%, não haverá qualquer atualização.

No relatório do Orçamento do Estado para 2020, já estava fixado o congelamento destas pensões, uma vez que apenas as pensões até aos seis IAS aparecem como alvo de atualizações. “A atualização das pensões e de outras prestações sociais atribuídas pelo sistema de segurança social, nos termos da Lei n.º 53-B/2006, de 29 de dezembro, na sua redação atual, bem como a atualização das pensões do regime de proteção social convergente, nos termos da Lei n.º 52/2007, de 31 de agosto, na sua redação atual. O OE 2020 prevê uma atualização: de 0,7% para as pensões do regime geral da segurança social e do regime de proteção social convergente até duas vezes o valor do IAS e de 0,24% para as pensões do regime geral da segurança social, compreendidas entre duas e seis vezes o valor do IAS”, lê-se no documento apresentado na Assembleia da República, em dezembro.

Em conversa com o ECO, a advogada Madalena Caldeira, da Abreu Advogados, corrobora a leitura que o Executivo tem defendido. “[O número cinco] está a pressupor um aumento”, frisa a especialista. “Não me parece que haja espaço [para um aumento]”, defende.

Divergências à parte, o Governo prepara-se para publicar, muito em breve, a portaria que fixa os aumentos das pensões para este ano sem prever atualizações para estas reformas mais altas. Para estas prestações, o único aumento será para as pensões que estejam imediatamente acima dos seis IAS, de modo a que se mantenha a posição relativa com as pensões imediatamente abaixo dos seis IAS (que será alvo de uma subida de 0,24%).

O Ministério de Ana Mendes Godinho não quis, contudo, adiantar qual será o valor desse aumento, nem que franja específica de pensões será abrangida. Fonte oficial atirou o esclarecimento desses pormenores para a tal portaria que deverá ser publicada a muito curto prazo.

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De olho no acordo comercial, Wall Street fixa recordes

  • ECO
  • 9 Janeiro 2020

Passada a tensão com o Irão, investidores voltaram a apostar em ativos de risco. Com as atenções viradas para o acordo comercial com a China, bolsas dos EUA aceleraram para novos máximos.

Com a tensão com o Irão ultrapassada, as atenções viram-se para o acordo comercial entre os EUA e a China. Os momentos de maior aversão ao risco com receios de uma escalada da violência entre Teerão e Washington, deram lugar a uma aposta reforçada no mercado acionista, levando as bolsas norte-americanas a tocarem novos máximos históricos.

Viveram-se dias turbulentos nas bolsas mundiais após a morte do general iraniano Qassem Soleimani a mando dos EUA, bem como da resposta militar por parte de Teerão, episódios que fizeram temer o início de um novo conflito de grandes dimensões no Médio Oriente. Com o discurso apaziguador de Donald Trump, os investidores suspiraram de alívio.

Com o Irão para trás, as atenções viraram-se para a China. Foi confirmado que vice-primeiro-ministro Liu He assinará, na próxima semana, um acordo comercial de “Fase 1” em Washington. Falta, depois, a “Fase 2”, que Trump quer começar já a negociar.

Esta assinatura está a ser bem recebida pelos investidores, que acreditam que poderá colocar um ponto final na guerra comercial que tem vindo a penalizar a economia de ambos os países. Neste contexto, e com indicadores positivos na economia norte-americana, o S&P 500 somou 0,66% para 3.274,70 pontos. Também o Dow Jones subiu, ganhando 0,74% para 213,18 pontos, um novo recorde.

O Nasdaq ganhou 0,77%, numa sessão particularmente positiva para as empresas do setor tecnológico, as que têm sido mais castigadas pelos investidores neste contexto de guerra comercial.

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Estes foram os 8 momentos que marcaram o primeiro dia de debate do OE2020

O dia 1 do debate na generalidade do OE foi morno. Costa chegou com os apoios da abstenção e o resto será trabalho para fazer na especialidade. Na sexta, o OE passa no primeiro teste político.

António Costa entrou no primeiro dia de debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) com o Ok garantido à esquerda, através da abstenção do BE, PCP, PEV e PAN. Por este motivo, o primeiro teste político do OE2020 foi morno, embora polvilhado por alguns momentos, no mínimo, caricatos.

A primeira parte do debate da proposta do Executivo arrancou com um discurso de 31 minutos do primeiro-ministro em que Costa destacou o investimento, o crescimento, mas também os rendimentos que, acredita, podem crescer com este OE, que ainda irá sofrer alterações na discussão na especialidade.

Debate OE2020 - 09JAN20

O debate sobre um “Orçamento avestruz”, como o classificou o PAN, contou ainda com momentos, que o ECO aqui destaca, como o despique de Rui Rio com Centeno, em que o líder do PSD comparou os 590 milhões em falta no OE ao Wally. Ou ainda acusações, da oposição, de que Costa vende aos portugueses, com este OE, um país de ilusão, uma “Costolândia ou Centenolândia”.

1. Costa aberto a dialogar na especialidade, mas não dá tudo já

O aviso à esquerda surgiu logo no discurso de abertura do debate do OE2020. O primeiro-ministro chegou ao Parlamento com o apoio da esquerda, sem receio que o documento chumbe na sexta-feira. À esquerda, a tónica dos partidos foi colocada na necessidade de durante a especialidade conseguirem aprovar medidas para dar o sim na votação final. No entanto, o líder do Executivo quis lembrar que este Orçamento é apenas “o começo” e não o fim da legislatura que tem quatro anos.

Debate OE2020 - 09JAN20

2. “Onde está o Wally?”, pergunta Rui Rio

Rui Rio levou para o debate um dos pontos em que mais tem insistido desde que o OE2020 foi conhecido. Onde estão os 590 milhões de euros do Orçamento? O líder do PSD frisou que o objetivo não era encontrar o “Wally” mas sim as verbas do saldo em contabilidade pública que não foram transpostas para a contabilidade nacional.

António Costa disse que “ainda bem” que Rio teve tempo para vir ao debate — numa alusão à disputa interna pela liderança do PSD marcada para este sábado — e criticou o facto de Rio só olhar para 0,6% da despesa. Refugia-se em “minudências técnicas e contabilísticas”.

Debate OE2020 - 09JAN20

3. BE e Governo negociaram para chegar a “mínimos”

O acordo foi fechado poucas horas antes do início do debate. Foi ao final da manhã que o Bloco de Esquerda anunciou que sexta-feira se irá abster na votação na generalidade. À tarde no plenário, Catarina Martins disse o que este entendimento significou. Houve “garantias mínimas para avanços na especialidade”, disse a líder do partido. Catarina Martins criticou ainda a forma como o Governo conduziu o processo negocial, afirmando que as negociações aconteceram “agora com menos tempo e em condições mais difíceis”.

Debate OE2020 - 09JAN20

"[BE obteve] garantias mínimas para avanços na especialidade.”

Catarina Martins

Líder do Bloco de Esquerda

Na resposta, António Costa disse que a culpa de não ter havido entendimentos anteriores também foi da líder bloquista. O BE e o PS mantiveram negociações depois das eleições, mas Costa optou por governar sozinho.

4. O excedente “não é uma obsessão, é uma opção” que não é imposta pela UE

Num Orçamento que apresenta o primeiro excedente em democracia, Costa viu-se obrigado a explicar ao Bloco e ao PCP por que motivo o Governo mantém a pressão orçamental. Os parceiros — que querem ver mais na especialidade — criticam a escolha do Governo de manter um saldo positivo em vez de apostar nos serviços públicos.

Costa defendeu que o excedente orçamental é uma “obrigação” para com as necessidades do país. E convidou o PCP a não desvalorizar o facto de ter contribuído para a “maior derrota histórica da direita portuguesa” ao conseguir finanças públicas sãs com maiores rendimentos e sem cortes.

5. A abstenção à esquerda que não surpreendeu a direita

Os centristas já o tinham antecipado no debate do Programa de Governo e esta quinta-feira, perante a viabilização dos partidos à esquerda do PS ao Orçamento de Costa, a líder centrista não perdeu a oportunidade. “A abstenção é o novo voto a favor” da “nova geringonça”, disse Cecília Meireles, tentando salientar que apesar de nesta legislatura não existirem acordos escritos o entendimento é com os mesmos partidos que na legislatura anterior. Bloco, PCP, Verdes e PAN decidiram abster-se, na expectativa de conseguir avanços na especialidade que permitam apoiar o Orçamento na votação final global, marcada para 6 de fevereiro.

Debate OE2020 - 09JAN20

"A abstenção é o novo voto a favor da “nova geringonça.”

Cecília Meireles

Deputada do CDS

6. OE mostra um país que é uma “Costolândia”

O deputado do PSD Duarte Pacheco acusou o Governo de apresentar um país que é “a Costolândia ou Centenolândia”. Este foi um dos argumentos mais usados à direita para criticar o OE — o do país da ilusão. O CDS, por seu lado, falou em “propaganda” versus “realidade”. Na resposta, o primeiro-ministro também se socorreu do nome — desta vez do líder da oposição — para ripostar. “Não deixaremos o país ir Rio abaixo”, garantiu.

7. Um OE que é uma “avestruz”

O líder do PAN, André Silva, considerou que o OE2020 é um “Orçamento avestruz”. Isto porque “o Governo prefere esconder a cabeça debaixo da areia para não ter de encarar o complexo desafio de enfrentar de forma consequente os problemas do país”, explica André Silva, que criticou o Executivo por ter apenas 80 milhões para responder a questões de adaptação às alterações climáticas e conservação da natureza.

Debate OE2020 - 09JAN20

8. Fazer reformas sem ser despesista

Investimento público. Este foi um dos temas mais falados no primeiro dia de debate do Orçamento. Já no fim do debate, o ministro das Infraestruturas veio defender que o Governo tem feito as reformas certas — como é um “bom exemplo” a que foi e está a ser feita na CP — sem que possa ser acusado de despesismo. Aliás, um Governo que consegue o défice mais baixo da democracia dificilmente pode ser acusado disso, argumentou Pedro Nuno Santos. Bruno Dias, deputado do PCP, lamentou a falta de aposta nos transportes e disse que as pessoas não apanham o excedente orçamental para irem trabalhar quando os transportes falham.

Em resposta, Pedro Nuno Santos foi duro com os comunistas ao lamentar que não tenham elogiado as medidas tomadas pelo Governo. E disse ter pena de não ter mais dotação orçamental para a habitação.

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Trabalhadores dos CTT suspendem greve agendada para 13 de janeiro

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2020

"Motivos que levaram à marcação da greve geral marcada para o dia 13 de janeiro de 20202 foram ultrapassados", diz o sindicato.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações suspendeu a greve dos CTT marcada para 13 de janeiro na sequência da decisão da empresa em reintegrar um trabalhador que tinha sido despedido em agosto.

“Considerando que os motivos que levaram à marcação da greve geral marcada para o dia 13 de janeiro de 20202 foram ultrapassados, vem a direção nacional do SNTCT informar a Comissão Executiva dos CTT – Correios de Portugal da decisão de suspender a referida greve” refere o ofício que o Sindicato remeteu ao presidente executivo dos Correios.

Na origem da greve esteve o processo de despedimento de Neto Cunha, carteiro em Ermesinde, por alegado incumprimento profissional, e por a empresa, segundo denunciou o sindicato, se recusar a cumprir a decisão do Juízo de Trabalho de Valongo, que aceitou a providência cautelar interposta pelo sindicato.

Num comunicado, em que salienta que foram os trabalhadores dos CTT “em unidade, que obrigaram” a empresa a reintegrar o trabalhador “porque Neto Cunha fomos e seremos todos nós”, o sindicato assinala que suspende “para já” a greve, prometendo “voltar à luta” assim que “a empresa volte à ‘carga’ seja com Neto Cunha ou com qualquer outro trabalhador”.

O comunicado refere ainda que o trabalhador em causa recebeu hoje uma comunicação da empresa para se apresentar na próxima segunda-feira no Centro de Distribuição Postal (CDP) de Ermesinde. A mesma informação, adianta o sindicato, citando a missiva remetida a Neto Cunha, avança que lhe serão “processados e aplicados todos os créditos salariais” que “estão em falta” e que tal será feito “no processamento salarial relativo ao mês de janeiro”.

Acentuando que a decisão de suspender “para já” a greve foi tomada depois de auscultados alguns dirigentes e ativistas sindicais, a Direção nacional do SNTCT acrescenta que se irá deslocar a Ermesinde para acompanhar o Neto Cunha “na retoma do seu posto de trabalho” e promete mais esclarecimentos sobre este caso para a próxima segunda-feira.

António Neto Cunha, funcionário dos CTT em Ermesinde, concelho de Valongo, “sofreu um acidente de serviço na década de 1980 que o deixou com limitações físicas”, tendo recebido “em agosto de 2019 a carta de despedimento por alegadamente não cumprir os mínimos do serviço que lhe fora atribuído assim que recuperou do acidente”, sintetizou o sindicalista.

Inconformado, o sindicato avançou com uma providência cautelar, que “recebeu a aprovação do tribunal, condenando os CTT a reintegrarem o trabalhador” e recuperando este também “as funções que vinha exercendo”, bem como a “retribuição e subsídios, com os descontos e benefícios inerentes”, refere a nota de imprensa do sindicato.

Em declarações à Lusa, em dezembro, quando a greve foi marcada, José Oliveira da direção do SNTCT, referiu que a decisão do tribunal “foi parcialmente cumprida pelos CTT, tendo sido entregue ao funcionário demitido um cheque com a remuneração desde a data da decisão do tribunal, mas sem reintegração”.

Funcionário dos CTT na condição de trabalhador subscritor da Caixa Geral de Aposentações, específica a nota de imprensa, António Neto Cunha “não tem, por isso, direito a subsídio de desemprego”, o que o deixa “numa situação de enorme precariedade a quem os colegas, solidários, querem pôr fim com as greves anunciadas”, disse o sindicalista.

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“Hoje é mais difícil acusar de despesismo o Governo que obteve o défice mais baixo da democracia”, diz Pedro Nuno Santos

O ministro das Infraestruturas e da Habitação defendeu esta quinta-feira que aquilo que o que o Governo anterior e o actual fizeram na CP é um "bom exemplo" das reformas de que o país precisa.

Pedro Nuno Santos defendeu esta quinta-feira que o Governo está a fazer as reformas certas para melhorar as infraestruturas em Portugal, sem que possa ser acusado de despesismo. O ministro argumentou que o que o Executivo tem feito na CP é um “bom exemplo” das reformas de que o país precisa, bem como a reabertura das oficinas de Guifões, em Matosinhos, onde vai nascer ainda este ano um Centro Tecnológico Ferroviário.

Hoje, convenhamos, é mais difícil acusar de despesismo o Governo que obteve o défice mais baixo da nossa democracia. Mas muitos ainda insistem na ideia de que os socialistas não sabem fazer as reformas estruturais criadoras de riqueza”, disse o ministro das Infraestruturas e da Habitação, no primeiro dia de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).

O governante argumentou que quem defende a redução de impostos como a única forma de pôr a economia a crescer não pode perceber as reformas deste Governo. “Para nós, as reformas são aquelas que mobilizam os setores público, privado, social e académico”, explicou.

O que se está a fazer na CP é um “bom exemplo” das reformas de que Portugal precisa, argumenta Pedro Nuno Santos, elencando de seguida algumas medidas tomadas pelo Executivo para melhorar o transporte ferroviário. E destacou que na próxima semana o Governo vai reabrir as oficinas de Guifões, em Matosinhos, “um espaço fechado há uma década”.

"Hoje, convenhamos, é mais difícil acusar de despesismo o Governo que obteve o défice mais baixo da nossa democracia. Mas muitos ainda insistem na ideia de que os socialistas não sabem fazer as reformas estruturais criadoras de riqueza.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

O ministro explicou que neste espaço a CP vai recuperar “dezenas de comboios que estavam encostados”. “Imaginem só: automotoras e carruagens que ainda hoje são usadas em países como a Suíça ou a França e que cá estavam abandonadas, ao sol e à chuva.” Ainda este ano será aberto o Centro Tecnológico Ferroviário em Guifães.

(Notícia atualizada às 20h54 com mais informação)

 

 

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Primeiro-ministro canadiano diz que avião ucraniano foi abatido por míssil iraniano. Irão desmente

  • Lusa e ECO
  • 9 Janeiro 2020

Justin Trudeau diz ter informações de que o avião ucraniano que caiu na quarta-feira no Irão foi derrubado por um míssil iraniano, acrescentando que a ação "pode ter sido intencional".

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, afirmou esta quinta-feira que o seu Governo dispõe de informações de que o voo 752 de Ukranian International Airlines (UIA) foi derrubado por um míssil iraniano.

Trudeau, que falava numa conferência de imprensa, acrescentou que a ação “pode ter sido intencional”. O aparelho, um Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana UIA, descolou na quarta-feira de manhã da capital iraniana, Teerão, em direção à capital da Ucrânia, Kiev.

O avião despenhou-se dois minutos depois da descolagem, matando as 176 pessoas (passageiros e tripulantes) que estavam a bordo, a maioria de nacionalidade iraniana e canadiana. Pelo menos 63 cidadãos canadianos estavam a bordo.

Onze ucranianos, incluindo nove membros da tripulação, estão, igualmente, entre as vítimas mortais do acidente. Também estavam dentro do avião da UIA cidadãos oriundos da Suécia, Afeganistão, Alemanha e Reino Unido.

Horas antes destas declarações, as autoridades do Irão já tinham desmentindo essa informação, referindo que “vários voos domésticos e internacionais voam ao mesmo tempo no espaço aéreo iraniano à mesma altitude de 8.000 pés, e essa história de ataque com mísseis (…) não podia estar mais incorreta”, indicou o Ministério dos Transportes iraniano, num comunicado.

“Esses rumores não fazem qualquer sentido”, prosseguiu a nota informativa, que cita o presidente da Organização de Aviação Civil iraniana (CAO) e vice-ministro dos Transportes, Ali Abedzadeh.

Irão diz ter a “certeza” de que avião não foi atingido por míssil

Esta quinta-feira, vários líderes ocidentais afirmaram que o avião pode ter sido atingido de forma inadvertida por um míssil terra-ar poucas horas depois do bombardeamento iraniano contra bases militares no Iraque, o que levou a um novo comentário por parte do Irão.

“Uma coisa é certa, esse avião não foi atingido por um míssil”, disse o presidente da Autoridade da Aviação Civil do Irão, Ali Abedzadeh, numa conferência de imprensa na capital iraniana.

As autoridades ucranianas, que enviaram para Teerão uma equipa de 45 investigadores para participar no inquérito em curso, avançaram esta quinta-feira que estão a investigar pelo menos sete possíveis causas do desastre, incluindo um eventual ataque com mísseis. No mesmo dia em que ocorreu o acidente, duas bases aéreas iraquianas foram atingidas com mísseis balísticos iranianos.

Suécia pede investigação “rápida” e “transparente”

O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, pediu esta sexta-feira uma investigação “transparente” e “rápida” sobre a queda do avião, que provocou a morte de dez suecos. “Concordamos que essas informações aumentam ainda mais a necessidade de uma investigação rápida, completa e transparente e que os países afetados devem ter a opção de contribuir com os especialistas e ter acesso a todos os dados“, salientou Löfven em comunicado enviado à agência sueca TT.

Löfven indicou ainda que teve uma conversa telefónica na quinta-feira à noite com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, e que acordaram que o contacto fosse “próximo” e “contínuo”, assim como com os restantes países afetados no acidente.

(Notícia atualizada a 10 de janeiro com declarações da Suécia)

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Donald Trump diz que sanções contra Teerão já estão em vigor

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2020

“Está feito. Reforçamo-las. Já eram severas, mas nós endurecemo-las significativamente”, disse Trump, referindo-se às sanções económicas anunciadas na quarta-feira contra ao Irão.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse esta quinta-feira que as novas sanções económicas contra o Irão, anunciadas quarta-feira, já estão em vigor e admitiu que o avião ucraniano que caiu no Irão poderá ter sido derrubado por “um erro do outro lado”.

Na quarta-feira, comentando um ataque iraniano contra bases militares no Iraque que albergam soldados norte-americanos, Donald Trump anunciou a aplicação de uma nova ronda de sanções económicas contra o Governo de Teerão, como retaliação.

Esta quinta-feira, o Presidente norte-americano assegurou que essas sanções já estão em vigor e que foram reforçadas.

“Está feito. Reforçamo-las. Já eram severas, mas nós endurecemo-las significativamente”, disse Trump, referindo-se às sanções anunciadas, que complementam uma longa série de rondas de sanções aplicadas desde 2018, após o abandono dos EUA do tratado nuclear com o Irão.

Numa intervenção na Casa Branca, o Presidente dos EUA comentou ainda a queda, em território iraniano, na terça-feira, de um avião ucraniano, horas depois de um ataque contra as bases militares que albergam soldados norte-americanos, admitindo que possa não ter sido uma falha técnica.

Algumas pessoas dizem que foi (uma falha mecânica). Eu, pessoalmente, não acho que seja essa a questão”, disse Trump.

“Tenho as minhas suspeitas. Mas não as quero revelar. Foi algo trágico”, acrescentou o Presidente, sem dar mais pormenores sobre a sua intuição.

“Alguém pode ter cometido um erro, do outro lado. (…) Não tem nada a ver connosco”, disse Trump, lembrando que o avião voava sobre “um bairro hostil”.

Um avião Boeing 737 voava de Teerão para Kiev, na Ucrânia, quando parou de transmitir dados, na terça-feira, minutos depois da descolagem, tendo explodido, matando os 176 ocupantes.

Os meios de comunicação social norte-americanos têm divulgado informação segundo a qual os serviços de inteligência dos EUA acreditam que o avião, de uma companhia aérea ucraniana, terá sido derrubado pelo Irão, possivelmente por engano.

A rede televisiva CBS citava autoridades norte-americanas que dizem que vários satélites capturaram o lançamento de mísseis, pouco tempo antes de o avião explodir.

O Presidente dos EUA expressou esperança de que as autoridades iranianas entreguem a caixa negra do avião à Boeing, para que as causas do acidente possam ser esclarecidas.

Esta quinta-feira, a Ucrânia anunciou o envio de uma equipa de especialistas para Teerão, para colaborar com as autoridades iranianas na investigação ao acidente.

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