Wall Street derrapa 7%. Índices entram em “bear market”

Os principais índices bolsistas dos EUA dão seguimento à onda vermelha que inunda a Europa, sofrendo perdas em torno de 7%, face à ameaça do coronavírus. Estão todos em "bear market".

Wall Street arrancou com um novo trambolhão, com todos os principais índices bolsistas a sofrerem perdas em torno de 7% e a entrarem em terreno de “bear market”. Dão seguimento ao tombo da Ásia e das bolsas europeias, pressionados pela propagação da pandemia do novo coronavírus e após os EUA terem decidido fechar a “fronteira aérea” com a Europa. Foram acionados mecanismos automáticos de suspensão de negociação durante 15 minutos.

Poucos minutos após o arranque da sessão desta quinta-feira, o Dow Jones tombava 7,2%, para os 21.856,91 pontos, isto depois de quarta-feira ter entrado em terreno “bear market” que assume uma perda de mais de 20% face ao último máximo. Já o S&P 500 caia 7,02%, para os 2.549,05 pontos, e o Nasdaq derrapava 7,03%, para os 7.393,25 pontos, entrando ambos também em “bear market”.

A derrapagem em Wall Street acontece depois de a Organização Mundial de Saúde ter declarado que o nível de contágios do novo coronavírus como sendo já uma pandemia. Horas depois, chegava a vez de Donald Trump anunciar a suspensão das entradas nos EUA de todos os viajantes com origem na Europa, excetuando os do Reino Unido. A medida terá a duração de 30 dias.

A notícia caiu como uma bomba, primeiro nas bolsas da Ásia, de seguida nas da Europa e agora alastram-se a Wall Street. Os títulos do setor do turismo e em particular da aviação são os mais penalizados.

Na retoma da negociação, as ações da American Airlines tombam 13,8%, enquanto as da United Airlines perdem 14,7%. Nas empresas de cruzeiros, a Carnival derrapa 14,5% em bolsa, enquanto a Royal Caribbean Cruises mergulha 24,3%.

Nem mesmo os dados positivos sobre o emprego nos EUA conhecidos nesta quinta-feira estão a ser suficientes para dar algum ânimo aos investidores de Wall Street. Quedas dos índices norte-americanos mantêm-se acima dos 7%.

(Notícia atualizada às 14h10)

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Coronavírus leva sindicatos da Função Pública a “ajustar” protestos

Tanto a FESAP como a Frente Comum "ajustaram" os protestos que tinham agendado contra os "ofensivos" aumentos salariais de 10 euros para as remunerações mais baixas e de 0,3% para todas as outras.

Tanto a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) como a Frente Comum “ajustaram” os protestos que tinham marcados contra os aumentos salariais “ofensivos” anunciados pelo Ministério de Alexandra Leitão para os trabalhadores do Estado, face à pandemia de coronavírus. A greve que tinha sido convocada para dia 20 de março já não vai abranger os serviços de saúde e os plenários que tinham sido agendados para o mesmo dia foram cancelados.

Em dezembro, o Executivo de António Costa propôs aumentar em 0,3% todos os salários da Função Pública, frisando que com essa subida do Governo estava a ir “até onde podia ir”. Os sindicatos criticaram de imediato essa proposta, considerando-a “ofensiva”, “vexatória” e “inaceitável”. Em reação, as três estruturas que representam os trabalhadores do Estado avançaram para greves e manifestações a 31 de janeiro.

Entretanto, o Ministério de Alexandra Leitão voltou a chamar aos sindicatos para negociar estas atualizações remuneratórias, tendo proposto aumentos de dez euro para os salários até 683,13 euros (isto é, para os dois degraus mais baixos da Tabela Remuneratória Única) e mantido a subida de 0,3% para todos os outros.

Perante esta posição do Executivo, a Frente Comum avançou com a convocação de uma greve para dia 20 e a FESAP anunciou um conjunto de ações de protesto, nomeadamente um plenário nacional de trabalhadores, em Coimbra, no mesmo dia.

Pouco mais de uma semana depois de tais protestos terem sido marcados, os sindicatos decidiram, contudo, ajustá-los face à propagação do novo coronavírus em Portugal.

A Frente Comum escolheu manter a paralisação, mas retirar a Saúde da lista de serviços potencialmente afetados, assegurando “o normal funcionamento dos serviços na dependência do Ministério” de Marta Temido. Isto para “não contribuir para o alarmismo instalado” e porque esta estrutura sindical está “ciente da importância fundamental do Serviço Nacional de Saúde nesta fase de contenção da infeção pelo novo coronavírus”.

Esta quinta-feira, também a FESAP decidiu “ajustar” os seus protestos, tendo cancelado o tal plenário de trabalhadores. “A atual situação de epidemia do Covid-19 levou a FESAP a reorganizar e a ajustar a maioria das formas de protesto que tina previsto para os próximos meses”, explica o sindicato liderado por José Abraão, em comunicado. “Será retirado o pré-aviso de greve que havia sido emitido tendo em vista possibilitar aos trabalhadores da Administração Pública participarem nos plenários que estavam previstos para o dia 20“.

A FESAP avisa, ainda, que as comemorações do 1º de Maio — Dia do Trabalhador — serão provavelmente desconvocadas. “Quanto às comemorações do 1º de Maio, que a FESAP previa ser o momento fulcral desta vaga de protestos, é bem possível que não venham a realizar-se”, remata o sindicato.

No privado, também se desconvocam greves

No privado, também os profissionais de saúde ao serviço do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas e dos SAMS Sul e Ilhas decidiram desconvocar a greve que tinha sido marcada para esta sexta-feira, dia 13. Isto face “às medidas de contenção e de Saúde Pública que estão a ser implementadas o país”.

“Esta desconvocação da greve dá também uma oportunidade a esta entidade patronal, para retomar o diálogo e os processos negociais, dos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho (IRCT), dos trabalhadores ao seu serviço”, sublinha a estrutura sindical, em comunicado.

“Apesar desta desconvocação, os trabalhadores do SBSI e os seus sindicatos mantêm a sua forte oposição à tentativa de caducidade dos IRCT, recentemente anunciada por esta entidade patronal e que levou a decretar esta Greve”, acrescenta a mesma.

Neste momento, o coronavírus já infetou 78 pessoas em Portugal, que correspondem a seis cadeia de transmissão ativas. Em todo o mundo, o covid-19 já fez 4.600 vítimas mortais e infetou 125 mil pessoas.

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PSD quer rever a Constituição até ao início da próxima legislatura

A proposta contemplará algumas propostas que o PSD tem vindo a defender e nunca se refere ao processo de revisão constitucional iniciado pelo Chega.

O PSD anunciou, na sua página oficial na Internet, que irá apresentar um projeto de revisão constitucional “até ao final da atual sessão legislativa ou, no máximo, até ao início da próxima”. Na mira do líder social democrata está, como é já público, uma reforma profunda na área da Justiça.

“A decisão foi tomada na sequência da reunião da Comissão Política Nacional do Partido [de quarta-feira], que deliberou aproveitar o atual momento político para o fazer, já que este processo pode ter lugar de cinco em cinco anos, o que coincide exatamente com o ano em curso”, refere o partido na nota publicada.

“Esta proposta contemplará algumas propostas que o PSD tem vindo a defender e que necessitam de uma revisão da Constituição” e nunca se refere ao processo de revisão constitucional que foi iniciado pelo partido Chega na semana passada, no âmbito do qual os partidos têm até 10 de abril para entregarem os seus projetos.

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BCE alivia exigências para a banca enfrentar vírus. Promete regras flexíveis para atrasos no pagamento de empréstimos

Supervisor vai permitir que bancos possam falhar rácios de capital para enfrentar vírus. E deixou indicações sobre atrasos nos pagamentos de empréstimos: há flexibilidade suficiente nas regras.

O Banco Central Europeu (BCE) aliviou o cumprimento das exigências de rácios de capital por parte dos bancos da Zona Euro, num esforço para assegurar que as instituições financeiras vão continuar a financiar as famílias e empresas da região sem grandes preocupações regulatórias e quando o surto coronavírus começa a ter maior impacto na economia mundial

Em comunicado, o BCE adiantou também que as regras para os créditos em incumprimento dão aos supervisores nacionais flexibilidade suficiente para ajustar as medidas específicas para os bancos nesta matéria.

É uma indicação subjetiva e que surge depois de a Federação Europeia de Bancos, que representa 3.500 instituições bancárias europeias, ter apelado para a criação de uma ferramenta de moratória para empresas em risco de liquidez. Por outro lado, em Itália, o maior foco de preocupação do Covid-19 na Europa, o Governo anunciou que particulares e famílias vão beneficiar da suspensão do pagamento dos encargos com empréstimos por causa dos efeitos que o novo vírus está a ter na economia. Atrasos nos pagamentos dos créditos durante algum tempo obrigam os bancos a reconhecerem malparado e a terem de constituir imparidades.

“O coronavírus está a revelar-se um choque significativo para as nossas economias. Os bancos precisam de estar em posição de continuar a financiar as famílias e as empresas que estão a viver momentos mais difíceis. As medidas de supervisão acordadas hoje têm como objetivo apoiar os bancos no serviço à economia, respondendo aos desafios operacionais, incluindo sobre os seus trabalhadores”, disse Andrea Enria, presidente do Conselho de Supervisão do BCE.

Com efeito, o BCE vai permitir que os bancos possam operar temporariamente abaixo do nível de capital definido para o pilar 2, para a reserva de conservação de capital e para o rácio de cobertura de liquidez, anunciou.

Mas este alívio apenas poderá ser canalizado para a concessão de crédito à economia real e não para aumentar os dividendos ou bónus aos administradores, advertiu.

Adicionalmente, o BCE vai permitir que os bancos possam contabilizar os títulos de dívida que atualmente não estão qualificados como capital — como os títulos AT1 e AT2 — para os requisitos de capital, antecipando uma regra que só estava prevista para 2021.

O supervisor revelou ainda que está em discussões com os bancos para ajustar calendários, processos e prazos para o cumprimento das exigências específicas de cada um. “Por exemplo, o BCE irá considerar a recalendarização de inspeções presenciais a prorrogação dos prazos para a implementação das recomendações que resultaram das inspeções presenciais realizadas recentemente ou em investigações sobre os modelos internos”, indicou.

“À luz da pressão operacional sobre os bancos”, BCE também vai dar a sua aprovação à decisão da Autoridade Bancária Europeia de adiar os testes de stress.

O BCE adverte ainda que, apesar de todas as medidas de alívio, os bancos terão de continuar a adotar políticas adequadas em relação ao reconhecimento e cobertura de exposições não produtivas, mantendo níveis sólidos de capital e liquidez e uma gestão robusto do risco.

(Notícia atualizada às 14h16)

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Madeira suspende atracagem de navios de cruzeiro por causa do coronavírus

  • Lusa
  • 12 Março 2020

"Estas medidas vão vigorar até ao dia 31 de março, data em que o governo fará uma nova avaliação", adiantou Miguel Albuquerque.

O Governo da Madeira suspendeu todas as autorizações para atracagem de navios de cruzeiro e iates nos portos e marinas do arquipélago, e vai passar a medir a temperatura dos passageiros nos aeroportos, informou o chefe do Executivo, esta quinta-feira.

Estas medidas vão vigorar até ao dia 31 de março, data em que o governo fará uma nova avaliação“, disse Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa, no Funchal, na qual apresentou um conjunto de “medidas adicionais” de contenção da pandemia de Covid-19 na região.

Estamos a falar na acostagem, até ao fim do mês, de 23 navios de cruzeiro, com um número de passageiros de cerca de 50 mil”, explicou o governante, vincando que a medida entra em vigor às 24:00 desta quinta-feira.

Nos dois aeroportos da região – Madeira e Porto Santo -, o governo vai implementar um novo procedimento de controlo, com a da medição da temperatura dos passageiros e das tripulações no desembarque e também com o preenchimento de um inquérito ainda a bordo dos aviões.

“Queremos ter as equipas no terreno o mais rapidamente. Estamos a falar no desembarque de cerca de 10 mil passageiros por dia, o que implica um esforço logístico e humano bastante importante da parte do governo”, disse Miguel Albuquerque, realçando que as equipas serão compostas por elementos do Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram).

O chefe do executivo sublinhou que os aeroportos do arquipélago são os primeiros do país a implementar este procedimento, sendo que autoridades nacionais já foram informadas da decisão, nomeadamente a ANA – Aeroportos de Portugal, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e a Direção-Geral de Saúde.

“Esperamos ter o sistema totalmente montado até à próxima segunda-feira”, disse, e realçou: “É óbvio que isto vai causar incómodos, vai causar atrasos, mas nós entendemos que a saúde pública está em primeiro lugar e será importante avançarmos o mais rapidamente possível com esta solução”.

Estas medidas são adotadas numa altura em que não há registo de qualquer caso de infeção por Covid-19 na Região Autónoma da Madeira. Miguel Albuquerque apelou, por outro lado, à população para não correr aos supermercados, garantindo que a região “está a ser abastecida com normalidade”.

“Nós apelamos à calma, não havendo a necessidade de as pessoas se precipitarem para os supermercados no sentido de garantir abastecimento extra dos bens essenciais”, alertou, indicando que está já agendada a chegada de dois navios de transporte de mercadorias: um na sexta-feira, outro na segunda-feira.

O presidente do Governo esclareceu, também, que os serviços mínimos estão garantidos, apesar da greve dos estivadores, e que o Governo da República já foi alertado da necessidade, se for caso disso, para proceder à requisição civil, no sentido de garantir o transporte de mercadorias para o arquipélago.

A pandemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo. O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

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Imobiliário pede apoios contra o coronavírus. Situação “exige medidas inéditas”

As imobiliárias pedem ajuda para enfrentar a pandemia. Defendem que o Estado deixe cair as penhoras, mas também que a banca conceda moratórias.

O coronavírus também já está a afetar o imobiliário, com os investimentos a serem adiados. Por isso, o setor pede mais apoios do Estado para as empresas, nomeadamente a suspensão de penhoras. A associação que representa as empresas imobiliárias defende ainda que os bancos concedam moratórias, tal como aconteceu em Itália.

“Com o número de viagens a diminuir e com as recomendações das autoridades de saúde, é natural que a procura no imobiliário sofra uma quebra, até pela tendência global do adiamento de investimentos“, refere o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), citado em comunicado.

Luís Lima pede, assim, ao Governo “medidas específicas de proteção”, dado que “as micro, pequenas e médias empresas, em particular, terão uma maior dificuldade em assumir os seus compromissos. “Os direitos e deveres dos trabalhadores devem ser naturalmente salvaguardados, mas as empresas também, caso contrário, será impossível garantir a manutenção dos postos de trabalho existentes”, diz.

Além disso, pede uma “ação efetiva por parte do Estado junto do setor financeiro, para que a banca tenha um papel de apoio às empresas, e não de aproveitamento perante eventuais situações de incumprimento motivadas pelas dificuldades de faturação que as empresas irão enfrentar neste período”.

Para o presidente da APEMIP, “esta é uma situação inédita e, por isso, exige medidas inéditas”, sublinhando que a questão das moratórias é importante e que até já está a ser aplicada em Itália, onde foram suspensos os pagamentos das prestações de crédito à habitação.

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Conselho de Ministros suspenso. Reúne às 20h00 para decidir medidas contra o vírus

António Costa anunciou que o Conselho de Ministros se reúne esta quinta-feira a partir das 20h00 para acertar as medidas que devem ser implementadas com vista a travar a propagação do coronovírus.

António Costa anunciou que o Conselho de Ministros foi suspenso. O primeiro-ministro vai apresentar aos restantes partidos as medidas que pretende que sejam implementadas com vista a travar a propagação do coronovírus, voltando a reunir às 20h00 para fechar a resposta à pandemia.

Em declarações aos jornalistas, António Costa começou por explicar que o Conselho de Ministros esteve reunido esta manhã, a analisar nomeadamente o parecer do Conselho Nacional de Saúde Pública que desaconselhou para já o encerramento total das escolas, mas também um conjunto de informação técnica que tem vindo a ser produzida.

O primeiro-ministro chamou ainda a atenção que qualquer medida que seja tomada “terá um enorme impacto social”, considerando ser “o momento de ouvir todas as lideranças partidárias“, razão que justifica a suspensão da reunião do Conselho de Ministros.

“Irei informar cada um dos líderes partidários do conjunto de medidas que temos neste momento preparadas para poderem ser adotadas. Quero ouvir também a sua opinião e o Conselho voltará a reunir logo às oito horas da noite para podermos tomar as decisões finais tendo em conta aquilo que é a posição dos diferentes partidos políticos”, disse António Costa.

“Este é um daqueles momentos em que é essencial que o país sinta que os agentes políticos estão todos convergentes quanto aquilo que é o objetivo comum, que é conter o mais possível a expansão desta pandemia, e estarmos nas melhores condições possíveis para responder às necessidades de tratamento de todos aqueles que estão e venham a estar infetados, procurando minorar o mais possível o impacto desta pandemia“, acrescentou.

Relativamente à possibilidade do fecho de escolas, o primeiro-ministro português disse que vai comunicar aos partidos quais são as suas orientações e receber contribuições sobre este tema junto dos líderes partidários, chamando a atenção que “qualquer decisão não é isenta de consequências”.

(Notícia atualizada às 13h13)

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Ministra espanhola infetada com coronavírus. Vice-presidente Pablo Iglesias de quarentena

  • Lusa
  • 12 Março 2020

A ministra espanhola da Igualdade, Irene Montero, está infetada com o coronavírus. O chefe de partido Podemos e vice-presidente do Governo espanhol, Pablo Iglesias, está de quarentena.

A ministra espanhola da Igualdade, Irene Montero, está infetada com o coronavírus, mas “encontra-se bem” indicou esta quinta-feira o Executivo espanhol, adiantando que todos os elementos do Governo vão ser submetidos a testes médicos.

O companheiro da ministra da Igualdade, o chefe de partido Podemos e vice-presidente do Governo espanhol, Pablo Iglesias, está de quarentena, acrescenta a nota do Executivo. “A ministra está bem e o vice-presidente Pablo Iglesias está também de quarentena”, frisa o comunicado. “Os testes a todos os membros do Governo vão ser realizados ainda hoje de manhã”.

Na sequência dos resultados dos testes médicos, o Governo espanhol vai ter de decidir a forma como vai organizar o conselho de ministros extraordinário sobre as medidas económicas a adotar face ao coronavírus. De acordo com o balanço oficial, as autoridades espanholas referem que 48 pessoas morreram da pandemia e 2.140 estão contagiadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou quarta-feira o coronavírus como pandemia. A OMS justifica a declaração de pandemia com “níveis alarmantes de propagação e inação”. A pandemia foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo. O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto. A Itália é o segundo caso mais grave, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.

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BCE dá dinheiro à banca, compra 120 mil milhões em dívida. Bolsas caem 10%

Banco Central Europeu não anunciou mudanças nos juros após a reunião do Conselho de Governadores. A presidente Christine Lagarde vai explicar a decisão em conferência de imprensa.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou um pacote de medidas para tentar travar o impacto do coronavírus na economia da Zona Euro. O Conselho de Governadores decidiu, esta quinta-feira, lançar estímulos como o reforço das compras de dívida, empréstimos à banca com condições mais favoráveis para estimular a circulação de liquidez e o alívio das regras de supervisão. No entanto, e ao contrário do que se esperava, não fez qualquer alteração nas taxas de juro de referência.

“Na reunião desta quinta-feira, o Conselho de Governadores decidiu um pacote de medidas de política monetária”, começa por explicar o BCE, em comunicado. O conjunto de medidas inclui uma nova ronda de empréstimos temporários Targeted Longer-Term Refinancing Operations (TLTRO), que pretende apoiar a liquidez imediata do sistema financeiro. “Apesar de o Conselho de Governadores ainda não ver sinais materiais de restrições nos mercados monetários ou escassez de liquidez do sistema bancário, estas operações irão servir como pilar em caso de necessidade”, aponta.

O TLTRO III estava em curso, mas terá condições mais favoráveis entre junho de 2020 e junho de 2021. As operações — que pretendem especialmente apoiar o financiamento de pequenas e médias empresas (PME) afetadas pelo coronavírus — terão taxas de juro 25 pontos base abaixo da média das operações de refinanciamento no Eurossistema. E para quem tiver níveis mais elevados de concessão de crédito, o juro poderá ser ainda mais baixo.

Em simultâneo, a instituição liderada por Christine Lagarde irá reforçar o programa de compra de ativos. Este está a decorrer a um ritmo de 20 mil milhões de euros por mês e irá ser reforçado com um acréscimo temporário de 120 mil milhões de euros até ao final do ano, “assegurando uma forte contribuição dos programas do setor privado”. Após o fim deste programa, que não tem horizonte temporal para acabar, irá continuar a reinvestir juros dos ativos.

“O Conselho de Governadores continua a esperar que a compra de ativos líquidos continue enquanto for necessário para reforçar o impacto acomodatício das taxas de juro e que terminem pouco antes de o BCE começar a subir as taxas de juro”, sublinha.

Foram as taxas de juro que não sofreram quaisquer alterações. O conselho do BCE manteve a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito inalteradas em 0,00%, 0,25% e −0,50%, respetivamente. A decisão contraria o que fizeram os bancos centrais dos EUA e Reino Unido. Tanto a Reserva Federal norte-americana como o Banco de Inglaterra anunciaram cortes surpresa nos juros.

A surpresa não parece estar a agradar os investidores. As bolsas europeias, que já estavam a ser fortemente penalizadas pelo anúncio de que os EUA vão limitar as viagens entre os dois continentes, aprofundaram as quedas. Após o anúncio, o Stoxx 600 afunda 10% e os bancos ainda mais: 11,2%. Já o índice português PSI-20 acompanha as perdas, a tombar 7,79%. O euro desvaloriza 0,33%. Na dívida, a yield das obrigações de Itália — o país do euro mais afetado pelo surto — dispararam para mais de 1,5% e aprofundaram o spread face às Bunds alemãs com a mesma maturidade, que cai para -0,80%.

(Notícia atualizada às 13h20)

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Raize tem resultado positivo pela primeira vez. Lucrou 49 mil euros em 2019

No ano em que entrou no negócio do crédito, a empresa gerou um total de 917.597 euros em juros brutos, que foram pagos na íntegra aos investidores.

A plataforma de crowdfunding Raize alcançou pela primeira vez lucros em 2019. A empresa liderada por José Maria Rego e Afonso Eça registou um resultado líquido de 49.099,35 euros, no ano em que entrou começou a conceder crédito. Foi exatamente este segmento de negócio que puxou pelas contas.

O resultado líquido positivo de 49.099 euros compara com os prejuízos de 36.971,21 euros registados em 2018, enquanto o resultado operacional (EBITDA) situou-se em 131.165 euros em 2019 (face aos – 41.581 euros em 2018). “A Raize gerou, em base individual, proveitos globais no valor de 416.161 euros durante o ano de 2019. Este valor é inferior ao reportado em 2018 devido ao ajuste de metodologia de atribuição de faturação entre empresas do grupo que foi efetuado durante o ano de 2019”, explica o relatório enviado pela Raize à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em base consolidada, o total de receitas registou um aumento de 21% em 2019. O crédito originado através da Raize gerou um total de 917.597 euros em juros brutos, que foram pagos na íntegra aos investidores. Assim, e no total, a Raize gerou em 2019, em base individual, rendimentos no valor de 1,3 milhões de euros. Já em base consolidada, este valor foi de 1,5 milhões de euros, o que representa um aumento de 36% face a 2018.

“Os principais custos da Raize são em pessoal, tecnologia e marketing. Em termos de custos totais, verificou-se uma redução de 40% face a 2018. Numa base individual, os custos com pessoal verificaram uma redução de 24% como resultados de ajustes realizados, e também devido à transferência de recursos humanos para outras sociedades do grupo”, aponta a empresa.

“Em termos de marketing, verificou-se igualmente uma redução de custos na ordem global dos 71%, muito devido à não existência de custos one-off (não recorrentes), tal como sucedeu em 2018. Em relação aos custos tecnológicos, destaca-se o aumento de custos relacionado com a implementação tecnológica da Diretiva de Serviços de Pagamentos 2 (DSP2)”, acrescenta.

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Assembleia da República suspende visitas e adia todos os eventos devido ao coronavírus

  • Lusa
  • 12 Março 2020

A Assembleia da República decidiu suspender todas as visitas guiadas e admissão de grupos de visitantes para evitar o risco de transmissão do novo coronavírus.

A Assembleia da República (AR) decidiu esta quinta-feira suspender todas as visitas guiadas e admissão de grupos de visitantes para evitar o risco de transmissão do novo coronavírus, adiando ainda todos os eventos como conferências ou apresentações de livros.

“Por despacho do Secretário-Geral da AR, e na sequência da aprovação do Plano de Contingência, dá-se conhecimento das medidas adicionais agora adotadas para evitar o risco de transmissão do coronavírus e garantir a necessidade de funcionamento da AR como órgão de soberania” refere o comunicado.

Assim, foi determinada a “suspensão temporária de todas as visitas guiadas à AR” e da “admissão de grupos de visitantes”. Foram ainda revogadas “todas as autorizações concedidas a grupos de visitantes para almoços no refeitório da AR” e suspensas as reuniões distritais e regionais do Parlamento dos Jovens.

O adiamento, para momento a determinar, de todos os eventos como conferências, colóquios ou apresentações de livros “anteriormente autorizados” é outra das decisões tomadas. “O presente despacho entra imediatamente em vigor, até ser, total ou parcialmente, revogado”, refere o mesmo comunicado.

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Covid-19: Universidade de Évora sem aulas presenciais a partir de segunda-feira

  • Lusa
  • 12 Março 2020

As aulas presenciais na Universidade de Évora são suspensas, a partir de segunda-feira, e "substituídas por ensino à distância”, devido à propagação da pandemia da doença Covid-19.

As aulas presenciais na Universidade de Évora são suspensas, a partir de segunda-feira, e “substituídas por ensino à distância”, devido à propagação da pandemia da doença Covid-19, revelou esta quinta-feira a academia alentejana.

Num comunicado dirigido hoje à academia e enviado à agência Lusa, a reitoria da Universidade de Évora determinou que as aulas suspensas que não possam ser substituídas por ensino à distância “serão repostas assim que a situação normalizar, podendo eventualmente vir a ser alterado o calendário escolar”.

Nesta mesma informação, a reitoria apelou “à comunidade académica para que mantenha o civismo, bem como a observância das medidas de contenção amplamente divulgadas pelas autoridades de saúde, mantendo a distância social”.

“A autoridade de saúde local considera não haver critérios epidemiológicos que justifiquem encerramento das instalações”, acrescentou a reitoria.

Segundo a Universidade de Évora, atendendo ao “alarme social” e à “instabilidade que se vive atualmente”, além da suspensão das aulas presenciais, foram tomadas outras medidas, como “a suspensão de todos os estágios” e “de reuniões de júri ou concursos públicos presenciais” no espaço da universidade.

“Nenhuma deslocação em serviço será autorizada e as que já estão autorizadas são suspensas, incluindo as deslocações para júris de provas ou concursos públicos”, acrescentou.

No âmbito do plano de contingência implementado para fazer face à doença Covid-19, a Universidade de Évora já tinha decidido, anteriormente, outras medidas preventivas.

A 9 de março, a Universidade de Évora anunciou o adiamento de todos os eventos marcados para os espaços da universidade, até dia 22 deste mês, assim como o cancelamento, até dia 30, das visitas turísticas ao Colégio do Espírito Santo e ao Centro Interativo de Arqueologia, no Palácio do Vimioso.

No comunicado de hoje, é referido que se mantêm “todas as decisões já tomadas anteriormente no que diz respeito a eventos culturais, atividades desportivas e visitas aos edifícios”.

Estão “abertas todas as residências universitárias, bem como as cantinas, com o serviço de take away a funcionar”, disse a Universidade de Évora, referindo que “estas medidas mantêm-se em vigor até decisão contrária”.

“A gestão de uma crise desta natureza requer responsabilidade, articulação constante com as autoridades competentes, de forma a evitar alarmismos e intervenções setoriais ou isoladas que, em termos de saúde pública, são frequentemente contraproducentes”, argumentou a Universidade de Évora.

A Universidade de Évora, a Administração Regional de Saúde do Alentejo e a Câmara de Évora divulgaram hoje também um comunicado conjunto em que lembram que o território alentejano “tem-se mantido sem indivíduos infetados” e apelam “à não discriminação das pessoas não portuguesas que visitam a cidade, nela vivem, estudam e permanecem temporariamente, para que se sintam em segurança e bem acolhidas como sempre”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira, a doença Covid-19 como pandemia. A OMS justifica a declaração de pandemia com “níveis alarmantes de propagação e inação”.

A pandemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 pessoas infetadas.

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