Empresas podem pedir redução do prémio de seguro e têm mais 60 dias para pagar

  • ECO Seguros
  • 12 Maio 2020

Seguradoras terão de reduzir prémios de clientes que registaram uma quebra de mais de 40% na sua atividade e prolongar em 60 dias o prazo de pagamento para os seguros obrigatórios.

O adiamento no pagamento de seguros e redução dos prémios em função de quebra na atividade devido à crise Covid 19, foi legislada pelo Governo num decreto-lei publicado esta terça-feira. Até 30 de setembro, fica em vigor um “regime excecional e temporário relativo aos contratos de seguro”.

Quanto a pagamentos, o decreto agora publicado prevê que seguradoras e os tomadores de seguros podem acordar entre si:

  • Pagamento do prémio em data posterior à do início da cobertura dos riscos,
  • Afastamento da resolução automática ou da não prorrogação em caso de falta de pagamento do prémio;
  • O fracionamento do prémio;
  • A prorrogação da validade do contrato de seguro;
  • A suspensão temporária do pagamento do prémio.

Na ausência de acordo, o diploma prevê que, em caso de falta de pagamento do prémio ou fração na data do respetivo vencimento de seguros obrigatórios, o contrato é automaticamente prorrogado por um período de 60 dias a contar da data do vencimento do prémio ou da fração devida. Esta prorrogação do contrato deve ser refletida no respetivo certificado da vigência do seguro, quando este seja exigível.

Compete à companhia de seguros informar o tomador do seguro da prorrogação automática, com a antecedência mínima de 10 dias úteis relativamente à data do vencimento do prémio, podendo este opor-se à manutenção da cobertura até à data do vencimento.

No entanto, a cessação do contrato de seguro por efeito do não pagamento do prémio, ou de parte deste, até ao final do período excecional de 60 dias previsto, não exonera o tomador do seguro da obrigação de pagamento do prémio correspondente ao período em que o contrato tenha vigorado.

Inclusivamente, são conferidos poderes aos seguradores de acertarem contas com os tomadores de seguros. Ou seja, de ao montante do prémio em dívida “ser deduzida qualquer prestação pecuniária devida pelo segurador ao tomador do seguro, designadamente por ocorrência de sinistro no período em que o contrato haja vigorado”.

Seguros de grandes riscos de fora da redução dos prémios

Acumulando com a possibilidade de estender os prazos de pagamentos, o decreto-lei estabelece a possibilidade de redução temporária do montante do prémio em função da redução temporária do risco.

O diploma considera existir uma redução substancial da atividade quando “o tomador de seguro esteja em situação de crise empresarial, incluindo quando registe uma quebra abrupta e acentuada de, pelo menos, 40% da faturação”. No entanto, esta qualificação não é aplicável aos seguros de grandes riscos, categoria não definida pelo diploma.

Os seguros abrangidos pela possibilidade de redução dos prémios são os “subscritos em correlação com a atividade afetada”, refere o diploma, exemplificando que podem ser incluídos, entre outros, seguros de responsabilidade civil geral ou profissional, acidentes de trabalho, acidentes pessoais, designadamente o seguro desportivo obrigatório, ou ainda seguros de assistência, enquanto relativos a riscos que cobrem atividades”.

As disposições transitórias preveem que os tomadores de seguros que desenvolvem atividades suspensas ou substancialmente reduzidas e com estabelecimentos ou instalações ainda encerradas por força de medidas excecionais e temporárias adotadas em resposta à pandemia da doença Covid -19, “podem solicitar o reflexo dessas circunstâncias no prémio de seguros que cubram riscos da atividade, aplicando -se, com as necessárias adaptações” a atual legislação.

Já na lei atual, sem este regime transitório para responder a Covid-19, estava previsto que “ocorrendo uma diminuição inequívoca e duradoura do risco com reflexo nas condições do contrato, o segurador deve, a partir do momento em que tenha conhecimento das novas circunstâncias, refleti-la no prémio do contrato”. Ainda a lei vigente prevê que “no caso de falta de acordo relativamente ao novo prémio, assiste ao tomador do seguro o direito de resolver o contrato”.

O novo diploma, permite ainda que o tomador de seguro solicite à seguradora, sem enfrentar custos adicionais, o fracionamento do pagamento dos prémios referentes à anuidade em curso.

Caso os prémios tenham sido integralmente pagos no início da anuidade, o montante da redução é deduzido ao montante do prémio devido na anuidade subsequente ou, em caso de contrato de seguro que não se prorrogue, estornado no prazo de 10 dias úteis anteriores à respetiva cessação, salvo acordo estabelecido entre a companhia de seguros e o tomador de seguros.

Seguradoras acertam contas com o INEM no futuro

Os seguros são praticamente a única fonte de financiamento do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que recebe o valor de 1% dos prémios ou contribuições relativos de todos os contratos de seguros do ramo Vida e ainda de contratos de seguros dos ramos Doença, Acidentes, Veículos terrestres e Responsabilidade civil de veículos terrestres a motor, celebrados por particulares e empresas que os subscrevam no continente.

Em relação a estes valores, superiores a 120 milhões de euros por ano, as reduções de prémios de seguro resultantes da aplicação do novo decreto-lei que deem origem à devolução de valores anteriormente entregues pelas seguradoras ao INEM, são realizadas por via de acerto de contas na transferência subsequente dos seguradores.

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Sem acordo na moratória, seguro obrigatório renova-se por mais dois meses

Regime especial das moratórias nos seguros assegura às famílias e empresas com pagamentos em atraso a manutenção dos contratos e da cobertura dos riscos por mais dois meses.

Quem quiser pedir uma moratória nos prémios dos seguros já o poderá fazer. Foi publicado esta terça-feira em Diário da República um regime especial que permite adiar o pagamento dos seguros em tempo de pandemia de Covid-19. No caso de não haver um acordo com a seguradora, a lei assegura que o contrato de seguro obrigatório se renova automaticamente por mais dois meses, mantendo-se a proteção de risco sobre a familía ou empresa em incumprimento.

O Governo aprovou na semana passada um regime temporário e excecional para o pagamento de seguros no sentido de ajudar famílias e empresas afetadas pela crise do novo coronavírus.

É um regime de “imperatividade relativa”, isto é, pode ser convencionado entre o segurador e o tomador do seguro um regime mais favorável ao tomador do seguro, nomeadamente quanto uma flexibilização do pagamento dos prémios “em data posterior à do início da cobertura dos riscos”.

A companhia seguradora e o cliente podem negociar outras condições contratuais: “o afastamento da resolução automática ou da não prorrogação em caso de falta de pagamento, o fracionamento do prémio, a prorrogação da validade do contrato de seguro, a suspensão temporária do pagamento do prémio e a redução temporária do montante do prémio em função da redução temporária do risco”.

Nos casos em que não houver um acordo entre as duas partes, se houver incumprimento do cliente, um contrato de seguro obrigatório é renovado automaticamente por um período de 60 dias, mantendo-se a cobertura dos riscos durante aquele período.

Nestas situações, o segurador terá de informar o cliente com 10 dias de antecedência em relação ao vencimento do prémio ou da fração do seguro. O cliente pode opor-se à manutenção da cobertura até à data do vencimento.

A cessação do contrato de seguro por efeito do não pagamento do prémio, ou de parte ou fração deste, até ao final do período de 60 dias não exonera o tomador do seguro da obrigação de pagamento do prémio correspondente ao período em que o contrato haja vigorado, estabelece o regime.

 

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Lactogal doa 148 toneladas de leite e iogurtes a instituições e hospitais

As 148 toneladas de leite e iogurtes doados pela Lactogal destinam-se a 71 instituições de norte a sul do país, entre os quais se encontram 12 hospitais.

A Lactogal, dona da Mimosa, Matinal, Vigor, Agros, Gresso e Milhafre dos Açores, ofereceu mais de 148 toneladas de leite e iogurtes a diversas instituições e hospitais de norte a sul do país. A doação tem por objetivo ajudar as famílias e os profissionais de saúde na crise provocada pelo Covid-19, sendo que a oferta ultrapassa os 221 mil euros.

Desde que foi decretado o primeiro estado de emergência nacional que há cada vez mais famílias a necessitar de apoio alimentar. Nunca esquecendo o nosso lema ‘Trabalhamos para o bem-alimentar’, e nesta crise sem precedentes, que viu, inclusivamente, o encerramento temporário de algumas Instituições, estamos comprometidos em prestar todo o auxílio possível, apoiando famílias e profissionais de saúde mais necessitados”, aponta José Passinhas, administrador Delegado da Lactogal, citado em comunicado.

Assim, o grupo decidiu doar” mais de 148 toneladas de diversos produtos, no valor de mais de 221 mil euros”, a 71 instituições de norte a sul do país, entre as quais 12 hospitais, informa a nota de imprensa. O Hospital Curry Cabral e Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, o Hospital São João e o Hospital Santo António, no Porto são alguns dos hospitais que receberam este apoio.

Esta iniciativa, no valor de mais de 221 mil euros, proporcionou a entrega de leite e iogurte a 21.500 profissionais. Em comunicado, a Lactogal acrescenta ainda que “tem vindo a efetuar múltiplos apoios e donativos a inúmeras IPSS com o objetivo de suprimir necessidades, impactando dezenas de milhares de pessoas em situação fragilizada”.

Face à crise provocada pelo novo coronavírus, há cada vez mais pessoas a recorrerem à ajuda de instituições de solidariedade. No último mês, os pedidos de ajuda ao Banco Alimentaram dispararam. Só para a Rede de Emergência Alimentar já chegaram 12.060 novos pedidos de ajuda, apontou Isabel Jonet, presidente da instituição.

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Centro já começou a limpar fundos comunitários parados. Candidaturas aprovadas recuam quase 2%

Com a pandemia de Covid-19, o Executivo decidiu suspender a "operação limpeza". Mas o Programa Operacional do Centro adiantou-se e no primeiro trimestre já anulou candidaturas. Dados refletem a opção.

O Centro 2020 é o programa operacional regional que menos fundos comunitários aprovou no primeiro trimestre do ano, face aos três meses anteriores. E em termos de candidaturas aprovadas há mesmo um retrocesso.

De acordo com boletim trimestral do Portugal 2020, nos primeiros três meses do ano, o Centro aprovou 7.269 candidaturas no primeiro trimestre de 2020, uma contração de 1,66% face às 7.392 aprovadas no trimestre anterior. Um valor que compara com o aumento de 2,77% nas candidaturas aprovadas pelo Norte 2020 (passou de 8.461 para 8.696) ou com o aumento de 4,42% nas candidaturas que receberam luz verde do Programa Operacional do Alentejo, que passaram assim de 3.635 para 3.796.

Incentivo aprovado

Valores em milhões de euros Fonte: Boletim trimestral do Portugal 2020

Candidaturas aprovadas

Fonte: Boletim trimestral do Portugal 2020

“Claramente tem a ver com o facto de termos iniciado mais cedo do que todos os outros Programas Operacionais a descativação de muitos projetos nos Sistemas de Incentivos às empresas que, estando aprovados, não tinham execução nem mesmo iniciado a sua concretização”, justifica fonte oficial do Centro 2020, quando questionada pelo ECO sobre a diferença de desempenho face aos restantes programas operacionais regionais.

Claramente tem a ver com o facto de termos iniciado mais cedo do que todos os outros Programas Operacionais a descativação de muitos projetos nos Sistemas de Incentivos às empresas que, estando aprovados, não tinham execução nem mesmo iniciado a sua concretização.

Fonte oficial do Centro 2020

O Executivo anunciou formalmente a Bolsa de Recuperação do Portugal 2020 em fevereiro com o objetivo de libertar cerca de 1,27 mil milhões de euros para que voltassem a ser usados. Os promotores com projetos com apoios comunitários parados, fosse de que área fosse, e independentemente da região, da natureza do promotor ou dos fundos envolvidos (Feder, Fundo Social Europeu ou Fundo de Coesão), iam começar a receber, a partir de março, alertas para justificar os atrasos. No entanto, devido à pandemia de Covid-19 o Governo suspendeu esta medida e sem data para retomar.

Esta foi apenas uma das iniciativas adotadas, no âmbito do Portugal 2020, para ajudar as empresas a superar os efeitos da pandemia, como o pagamento das despesas já efetuadas aos fornecedores e o diferimento automático dos reembolsos de incentivos por 12 meses que vai permitir manter junto das empresas, mas também dos municípios, uma verba de 776 milhões de euros.

Com a redução no número de candidaturas aprovadas o Centro 2020 está “a libertar verbas para apoiar novos projetos, nomeadamente para os avisos Covid-19 já abertos e que ainda vão abrir”, explicou ainda fonte oficial do programa.

“Na região Centro, a procura das empresas foi muito elevada, o que fez com que se esteja há muito tempo com aprovações para as empresas em overbooking e, por isso, esta descativação era necessária e urgente”, acrescentou ainda a mesma fonte. “Este processo repercute-se na redução do número de projetos aprovados bem como num crescimento reduzido do incentivo aprovado”.​

Na região Centro, a procura das empresas foi muito elevada, o que fez com que se esteja há muito tempo com aprovações para as empresas em overbooking e, por isso, esta descativação era necessária e urgente.

Fonte oficial do Centro 2020

O Boletim trimestral do Portugal 2020 revela que nos primeiros três meses de 2020, o Cento 2020 aprovou 1,65 mil milhões de euros em incentivos, um aumento de apenas 0,86% face aos três meses anteriores. Já o Norte 2020 — o programa operacional regional com o maior nível de incentivos aprovados (é também aquele que tem a maior dotação dado o Rendimento Nacional Bruto da região) — viu as aprovações subiram 3,8% para 2,62 mil milhões de euros. Já o Lisboa 2020 registou uma subida de 7,21%, a aceleração maior no trimestre para 722,8 milhões de euros.

No final do primeiro trimestre, o Portugal 2020 tinha uma taxa de execução de 47%, mais 2,4 pontos percentuais face a dezembro de 2019, o que significa que será necessário executar 53% dos 25,8 mil milhões de euros até 2023.

Até março foram aprovados apoios de 24 mil milhões de euros do atual quadro comunitário, que financiaram investimentos de 41,2 mil milhões de euros. A maior fatia dos fundos aprovados (37%) destina-se às empresas — domínio da competitividade e internacionalização — “sendo que os apoios às PME são mais significativos”, “com cerca de 20% do total dos fundos aprovados, seguido dos domínios do capital humano com 17% e do desenvolvimento rural com 16%, do total dos fundos aprovados”.

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Uber quer comprar Grubhub, concorrente da Uber Eats nos EUA

A Uber apresentou uma proposta para comprar a Grubhub, uma startup concorrente da Uber Eats nos EUA e que está avaliada em mais de 4,5 mil milhões de dólares.

A Uber apresentou uma proposta para adquirir a Grubhub, uma startup norte-americana de entregas de refeições ao domicílio. A notícia foi avançada pela Bloomberg (acesso condicionado), que garante que um acordo para a concretização da operação poderá acontecer durante este mês.

A Grubhub tem sede em Chicago e estava avaliada em 4,5 mil milhões de dólares. Com a notícia, porém, as ações da empresa disparam mais de 25%, para 58,63 dólares, o que confere à empresa uma capitalização bolsista de 5,36 mil milhões de dólares.

Em simultâneo, as ações da Uber também disparam em bolsa face a esta informação. Os títulos aceleraram e ganham agora 3,7%, para 32,82 dólares por ação, com o grupo a alcançar um valor de mercado de 56,77 mil milhões de dólares.

Desconhecem-se em que termos é que a eventual aquisição está a ser discutida. A Uber tem vindo a ter uma aposta cada vez maior no negócio das entregas de comida, através da Uber Eats, sobretudo desde que a pandemia castigou o negócio do transporte de passageiros na generalidade dos mercados em que está presente.

Já a Grubhub não está presente no mercado português, mas é um dos principais concorrentes da Uber Eats num vasto conjunto de cidades nos EUA. Desta forma, a operação, a realizar-se, representa a aquisição pela Uber de um concorrente, resultando num eventual crescimento inorgânico da sua plataforma de entrega de refeições.

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Banco de Portugal e APB ouvidos na 6.ª feira na AR sobre comissões bancárias

  • Lusa
  • 12 Maio 2020

O secretário-geral da Associação Portuguesa de Bancos, Norberto Rosa, vai ser ouvido no Parlamento pelas 10h e às 12h00 é a vez do vice-governador do Banco de Portugal, Máximo dos Santos, ser ouvido.

O Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de Bancos (APB) vão ser ouvidos no Parlamento, esta sexta-feira, pelos deputados do grupo de trabalho das comissões bancárias, disse à Lusa o deputado do PS Miguel Matos.

O grupo de trabalho parlamentar que pertence à comissão de Orçamento e Finanças reuniu-se esta terça-feira de manhã para decidir a cronologia e método dos próximos trabalhos sobre os projetos de lei que querem limitar as comissões bancárias.

Segundo o deputado Miguel Matos (PS), já esta sexta-feira será ouvido às 10h00 (hora de Lisboa) o secretário-geral da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Norberto Rosa, e às 12h00 o vice-governador do Banco de Portugal, Máximo dos Santos.

Ainda nos próximos 15 dias haverá as audições da associação de defesa do consumidor Deco, da Autoridade da Concorrência (AdC) e das empresas SIBS, Easypay e Mastercard.

A intenção dos deputados é terem as audições concluídas até 29 de maio, de modo a que em junho possa haver conversações entre os grupos parlamentares para tentarem consensualizar as várias propostas sobre comissões bancárias.

No final de fevereiro, o Parlamento aprovou projetos-lei que limitam as comissões bancárias, aprovando na generalidade a proposta do PS que limita as comissões em plataformas eletrónicas (como MB Way), impedindo a cobrança de comissões em transferências naquelas plataformas até 100 euros ou 500 euros durante o período de um mês ou 50 transferências num mês.

Acima destes limites, a comissão bancária terá de ter um valor máximo a ser definido em decreto-lei, pelo Governo.

A proposta do PS limita também comissões na emissão do distrate (declaração que prova término de contrato ou extinção de uma dívida ao banco), obrigando os bancos a emitir esse documento no prazo máximo de dez dias sobre o fim do contrato, proíbe comissões em declarações de dívida para apoios sociais e serviços públicos e ainda proíbe alterações unilaterais nas condições dos contratos de crédito ao consumo.

Já as propostas de BE, PCP e PAN que visam mesmo proibir comissões bancárias em plataformas como MB Way baixaram à comissão sem votação.

Os deputados aprovaram também propostas do Bloco de Esquerda (BE) e do PSD que impedem os bancos de cobrarem comissões por processamento da prestação de crédito.

As propostas do BE aprovadas proíbem ainda os bancos de cobrarem encargos pela emissão de documentos declarativos de dívida, tornam “obrigatória e gratuita” a emissão automática da declaração de fim do contrato (distrate) e impedem alterações unilaterais dos bancos nos contratos de crédito que signifiquem mudanças no valor total do empréstimo.

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Euler Hermes antecipa recessão de 8% em Portugal

  • Lusa
  • 12 Maio 2020

A Cosec – Companhia de Seguro de Créditos indica que “a economia portuguesa só deverá regressar à normalidade em 2021, depois de existir no mercado uma vacina.

As medidas tomadas para conter a pandemia de covid-19 poderão resultar numa recessão de 8% em Portugal, segundo as previsões da Euler Hermes, acionista da Cosec, que antecipa o regresso à normalidade só em 2021.

Num comunicado, a Cosec – Companhia de Seguro de Créditos indica que “a economia portuguesa só deverá regressar à normalidade em 2021, depois de existir no mercado uma vacina”, mas admite que “no cenário mais otimista, no próximo ano, o PIB [Produto Interno Bruto] pode crescer 9%”.

O cenário base referido pela empresa passa por um “quadro de recuperação em ‘U’”, que aponta para que este ano o PIB fique “nos -8% (face a uma média de -9,3% nos membros da zona euro) e deverá, em 2021, atingir os 9% (em linha com a média dos países da zona euro, de 9,3%)”, lê-se na mesma nota.

“Portugal teve menos casos de infeção e menos mortes do que outros países europeus, mas também implementou medidas que vão pesar na atividade económica este ano. A par disso, a economia portuguesa depende muito do turismo (esta atividade vale entre 18 e 20% do PIB) e tem aumentado a sua integração no comércio mundial, tendo as exportações a representar 44% da riqueza produzida pelo país (contra 31% em 2010)”, disse Georges Dib, economista da Euler Hermes para a América Latina, Espanha e Portugal, e um dos autores do estudo, citado no comunicado.

Por isso, o Dib estima que Portugal “sofrerá um impacto significativo da forte quebra no volume de trocas internacionais (-15% esperado este ano)” e alerta para que o país sofrerá um impacto ainda maior “pela diminuição das viagens no longo prazo, que afetará as suas receitas turísticas”.

A Euler Hermes publicou recentemente um estudo que defende que “a economia mundial vai enfrentar a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, podendo o PIB atingir os -3,3% em 2020”. “O cenário, antecipam os economistas, será mais de duas vezes pior do que o da crise financeira global de 2009”, segundo a mesma nota.

Por outro lado, de acordo com as estimativas do organismo, a taxa de desemprego na zona euro deverá aumentar dois pontos percentuais, para 9,5% em 2020, sendo Espanha o país mais afetado, com uma taxa de 18,5%, com Itália a situar-se nos 11,8%, França em 10,5% e Alemanha em 6%.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 1.163 pessoas das 27.913 confirmadas como infetadas, e há 3.013 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

O “Grande Confinamento”, devido à pandemia de covid-19, levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão. Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%. Para Portugal, Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).

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Portugueses a comprar mais em lojas e menos online após reabertura da economia

Dados recolhidos pela gestora da rede Multibanco mostram que, imediatamente após a reabertura gradual da economia, as compras em lojas físicas recuperaram e as compras online começaram a decrescer.

A retoma gradual da atividade económica, iniciada na semana de 4 de maio teve reflexo imediato nos dados sobre pagamentos recolhidos pela SIBS. A gestora da rede Multibanco observou uma subida de 17% nas compras em loja em Portugal, para o valor mais elevado das últimas sete semanas, ao mesmo tempo que as compras online começaram a perder terreno.

“Na semana de 4 a 10 de maio, em pleno estado de calamidade, verificou-se um incremento significativo nas compras físicas […]. Em tendência inversa, registou-se um decréscimo nas compras online”, refere em comunicado o ramo estatístico da SIBS, que mede estas evoluções através de um índice de base 100, em que esta linha de base “é equivalente à média diária do número de compras antes de ser registado o primeiro caso de infeção”.

Neste contexto, na semana em análise, as compras em loja subiram 10 pontos base, de 59 para 69, enquanto as compras online caíram de 98 para 94 pontos base. Por outras palavras, ao mesmo tempo que as compras online estão a recuar, as compras em lojas físicas estão a aumentar, mas continuam significativamente abaixo do período anterior à pandemia do coronavírus.

Em simultâneo, segundo a SIBS, “à medida que se assiste à reabertura gradual da economia, verifica-se a diminuição da preponderância dos setores dos super e hipermercados, pequena distribuição alimentar, bebidas e tabaco, farmácias e parafarmácias, no total de compras realizadas na rede Multibanco, representando agora 59% das compras”.

Já no que toca às compras através da internet e processadas pela SIBS, “verifica-se que os setores com maior crescimento face ao período antes da pandemia continuam a ser o da restauração, food delivery e take away com um aumento de 71%, entretenimento, cultura e subscrições, que registou um aumento de 55%, e comércio alimentar e retalho com um acréscimo de 47%”.

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Noruega retira soma recorde do fundo soberano para apoiar economia

  • Lusa
  • 12 Maio 2020

Em 2020, o Governo de centro-direita norueguês prevê levantar cerca 37.873 milhões de euros do fundo, que vale atualmente 925.000 milhões de euros. Montante vai dar um contributo para o PIB em 5,1%.

A Noruega vai levantar uma soma recorde do seu colossal fundo soberano para apoiar uma economia duplamente afetada, pelo novo coronavírus e pela baixa do preço do petróleo, segundo o projeto de revisão orçamental apresentado esta terça-feira.

Em 2020, o Governo de centro-direita norueguês prevê levantar cerca de 420.000 milhões de coroas (37.873 milhões de euros) do fundo, que vale atualmente mais de um bilião de dólares (925.000 milhões de euros).

Segundo as previsões oficiais, o montante vindo do fundo soberano vai dar um contributo para o Produto Interno Bruto (PIB) estimado em 5,1%, mas, mesmo assim, a economia norueguesa deverá recuar 4% este ano, com a taxa de desemprego a subir dos 2,2% em 2019 para 5,9% em final de dezembro deste ano.

O aumento das despesas é uma necessidade na atual situação, pois é preciso evitar um abrandamento ainda mais marcante, pelo que vamos também ajudar as empresas que estão bem de saúde a atravessar a crise, para que possam criar empregos e aumentar o crescimento à medida que regressarem as circunstâncias normais”, disse o ministro da Economia e Finanças norueguês, Jan Tore Sanner, num comunicado.

Um dos maiores produtos de hidrocarbonetos da Europa ocidental, a Noruega sofreu com a paragem económica provocada quer pela pandemia do novo coronavírus quer pela baixa no preço do petróleo.

Só no primeiro trimestre deste ano, o PIB do país recuou 2,1%, segundo o Instituto de Estatísticas norueguês.

O montante proveniente do fundo soberano permitirá combater a queda nas receitas fiscais, suportar o apoio financeiro às empresas e resolver o desemprego parcial que afeta cerca de 400 mil noruegueses.

Representando 4,2% do total do fundo, o valor levantado ultrapassa largamente o “plafond” autorizado de 3%, tendo sido autorizado pelo banco central no atual período de crise.

O Banco Central norueguês, aliás, desceu a taxa de juros diretora do país para 0%, nível historicamente baixo, contra os 1,5% que se registava no início de março.

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Reabertura da economia dá fôlego a Wall Street

O Comité de Saúde do Senado dos Estados Unidos vai discutir a reabertura da economia norte-americana, o que está a deixar alguns investidores esperançosos.

As bolsas nova-iorquinas abriram a segunda sessão da semana em alta, numa altura em que os investidores estão de olho na retoma das economias, principalmente da norte-americana. Ainda assim, pairam no ar alguns receios quanto aos riscos de esta abertura acontecer demasiado cedo. Nos índices, o destaque continua a ser o setor tecnológico, com o Nasdaq a caminhar para a sétima sessão consecutiva de ganhos.

Depois de ter encerrado inalterado na última sessão, o S&P 500 está a valorizar 0,12% para 2.933,80 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que sobe 0,41% para 24.321,08 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq avança 0,05% para 9.196,21 pontos, depois de ter encerrado em alta pela sexta sessão consecutiva esta segunda-feira.

Sobre Wall Street paira um clima de otimismo, principalmente depois de a China ter anunciado uma nova lista de 79 produtos norte-americanos que ficarão isentos de tarifas. Ainda assim, os investidores estão divididos. Esta tarde, o Comité de Saúde do Senado dos Estados Unidos vai discutir a reabertura da economia norte-americana, o que deixa algumas reticências sobre os mercados.

“Estamos num período muito instável, em que realmente não afundamos nem subimos muito”, diz Peter Cardillo, economista-chefe na Spartan Capital Securities, citado pela Reuters (conteúdo em inglês). “As coisas vão começar a normalizar, mas o que o mercado procura é o significado desta normalização e o impacto que vai ter nas empresas e na economia”.

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Covid-19: Banca cancelou pagamento de 27,5 mil milhões de euros em dividendos

  • Lusa
  • 12 Maio 2020

Segundo o BCE, dos 35,6 mil milhões de euros em dividendos que as grandes instituições bancárias contavam pagar relativamente ao exercício de 2019, , 27,5 milhões não foram pagos.

O Banco Central Europeu (BCE) estima que os bancos da Zona Euro tenham suspendido a distribuição de 27,5 mil milhões de euros em dividendos, acatando a sua recomendação nesse sentido, feita no quadro da pandemia da covid-19.

Lembrando que o BCE recomendou em 27 de março aos bancos que não pagassem dividendos relativos aos exercícios financeiros de 2019 e 2020 enquanto durar a pandemia, o presidente do Conselho de Supervisão da instituição revelou agora que, dos 35,6 mil milhões de euros em dividendos que grandes instituições bancárias contavam pagar relativamente ao exercício de 2019, mais de três quartos desse montante, 27,5 milhões, não foram pagos, enquanto 6,2 mil milhões já tinham sido distribuídos à data da recomendação.

Os dados constam de uma resposta fornecida por Andrea Enria a uma questão escrita que lhe foi colocada por uma eurodeputada, a economista espanhola Clara Ponsatí Obiols.

Sublinhando que a recomendação não previa a sua aplicação com efeitos retroativos aos dividendos já pagos relativamente ao ano financeiro de 2019, Enria indica ainda na resposta enviada à deputada catalã que, desde que a recomendação do BCE foi publicada, foram pagos “pouco menos de dois milhões de euros” em dividendos, e tal ter-se-á devido, por exemplo, ao facto de já não ser possível inverter decisões tomadas em assembleias-gerais de acionistas.

“Em muitos desses casos, não foi possível prevenir o pagamento, porque fazê-lo constituiria incumprimento por parte da instituição bancária à luz do direito societário nacional”, aponta Andrea Enria, notando que não pode comentar casos específicos ou fornecer uma lista da resposta de cada instituição à recomendação do BCE, pois tal violaria o segredo profissional que protege as discussões confidenciais entre bancos e supervisores.

Em 27 de março último, o BCE emitiu a sua recomendação, especificando que a mesma diz respeito aos dividendos devidos para 2019 e 2020, e deve ser aplicada, “pelo menos, até 1 de outubro”. O objetivo é de permitir que a banca possa continuar a apoiar a economia real, financiando famílias e empresas no atual contexto de crise provocada pelo confinamento.

Em 1 de abril, o Banco de Portugal emitiu recomendação idêntica à do BCE aos bancos sob a sua supervisão, e em 16 de abril foi a vez de os ministros das Finanças da União Europeia exortarem todas as instituições bancárias a absterem-se de distribuir dividendos no atual contexto da crise da pandemia covid-19 e a utilizarem os lucros disponíveis para conceder crédito aos seus clientes.

“À luz das recomendações das autoridades de supervisão, instamos todos os bancos que ainda não decidiram fazê-lo a absterem-se de efetuar distribuições [de dividendos] durante este período e a utilizarem o capital libertado e os lucros disponíveis para conceder crédito ou outras necessidades de financiamento urgentes decorrentes da crise atual aos seus clientes, de forma a ajudar a garantir a preservação da atividade económica”, lê-se na declaração adotada pelos 27.

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Apoio europeu para financiar lay-off pode só chegar em setembro. “Complica as contas” do Governo, diz Nelson de Souza

O ministro do Planeamento aponta que a expectativa do Executivo era que os instrumentos europeus ficassem disponíveis mais rapidamente.

As medidas de proteção do emprego, nomeadamente o lay-off, têm um impacto financeiro significativo nas contas de Portugal. O Governo estava a planear recorrer ao mecanismo europeu Sure, de apoio a este tipo de soluções laborais, a partir de junho. No entanto, este programa só deverá estar disponível em setembro, o que “complica as contas”, adiantou o ministro do Planeamento.

O Sure “prova bem como temos dificuldade em concretizar o que tínhamos planeado”, apontou Nelson de Souza, num briefing do Parlamento Europeu. Quando o programa foi apresentado, o Governo tinha esperanças de financiar dessa forma o “enorme impacto” que as medidas têm nas contas.

“Aquilo que sucede é que pensávamos que o instrumento seria rapidamente disponibilizado, e que o dinheiro iria entrar mais rapidamente nos cofres. Mas as últimas perspetivas é que apenas seja disponibilizado em setembro”, o que já “vem complicar as contas“, explicou o ministro do Planeamento.

O apoio do Sure será concedido através de empréstimos aos Estados-membros, em condições favoráveis, até um total de 100 mil milhões de euros. Mário Centeno apontou que Portugal poderia contar com cerca de mil milhões de euros deste apoio da União Europeia para ajudar a financiar as medidas de mercado de trabalho.

O ministro do Planeamento sublinha também a importância do plano de recuperação europeu para recuperar economia. O ministro adiantou que está a ser planeado o lançamento de um programa de apoio ao investimento público, iniciando com um programa de pequena dimensão para a economia local, mas também a manutenção de elevada dinâmica de apoio as empresas para investimento privado. “Precisamos rapidamente do fundo de recuperação a funcionar”, disse Nelson de Souza.

Eurodeputados defendem fundo de recuperação maioritariamente por subvenções

Os eurodeputados eurodeputados Margarida Marques e José Manuel Fernandes, que são membros da equipa de negociação do Parlamento Europeu para o Quadro Financeiro Plurianual (QFP), defendem que o fundo de recuperação desenhado no combate à crise pandémica seja constituído maioritariamente por subvenções.

As expectativas são que o fundo de recuperação, tenha montante suficiente para fazer frente ao Covid-19, que seja adicional e constituído maioritariamente por subvenções, disse o eurodeputado. “Se o fundo fosse maioritariamente empréstimos, a Portugal pouco serviria”, apontou.

Margarida Marques concorda que o fundo montado devia ser na base de subvenções. Ainda assim, reitera que são “realistas” e, por isso, entendem que tem de existir uma conjugação” de ambos os modelos.

Os eurodeputados defendem também a definição de um plano de contingência, caso não seja alcançado acordo para o QFP. “Não podemos correr o risco de dia 1 de janeiro não ter orçamento plurianual”, reiterou a eurodeputada. Margarida Marques defende inclusive que “prolongar apenas programas e plafonds é pouco, não e suficiente”.

Já o ministro defende que “agora, mais do que nunca, o QFP tem de ser redimensionado em alta”. Para Nelson de Souza, deve ser colocada a fasquia entre as duas propostas já apresentadas, a do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia. Para além disso, o ministro aponta que devem ser anuladas as reduções que estavam previstas para a coesão e agricultura.

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