Governo reduz advogados oficiosos nas escalas sem aval dos tribunais

São cerca de 13 mil e 500 advogados que estão inscritos como oficiosos, que defendem arguidos que não podem pagar do próprio bolso. Ordem repudia o que chama de "postura economicista" do Governo.

O Ministério da Justiça reduziu o número de advogados oficiosos que, todos os dias, estão de escala nos tribunais para patrocinar os arguidos que chegam e que não têm condições para pagar a um advogado do próprio bolso.

Por ano, o Estado gasta, em média, cerca de 30 milhões para pagar aos milhares de advogados que estão inscritos no Sistema de Acesso ao Direito enquanto advogados oficiosos. No total, são cerca de 13 mil e 500 advogados (de um total de 33 mil) que estão inscritos como advogados oficiosos. Agora, através de uma portaria da Direção Geral da Administração da Justiça, o Governo pretende poupar o que já paga a estes advogados.

Em comunicado, a Ordem dos Advogados (OA) já veio repudiar esta decisão, pedindo à DGAJ volte atrás no sistema de escalas presenciais, “considerando que as novas regras em vigor carecem de racionalidade funcional e não têm em conta nem os cidadãos – que ficam privados da possibilidade de ter um advogado disponível quando dele necessitam – nem os advogados – que veem alterado, sem qualquer justificação ou informação prévia, o mapa de escalas há muito praticado”. O ECO/Advocatus tentou obter uma explicação do Ministério da Justiça sobre esta questão, mas sem sucesso.

Segundo o líder dos advogados, Luís Menezes Leitão, “efetivamente, na maioria das comarcas e tribunais onde existem escalas presenciais, a DGAJ procedeu à redução, ou mesmo à supressão, do número de advogados escalados para as mesmas”. E sustenta: “É mais que tempo da tutela abandonar a perspetiva economicista e miserabilista que a tem caracterizado nos últimos tempos, passando a encarar os custos da justiça como fazendo parte de um serviço público que deve ser prestado aos cidadãos, sem exceção”.

Esta decisão foi da DGAJ — nos termos de uma portaria de 2008 — que diz que esta direção geral é o órgão legalmente habilitado a determinar não só o número de advogados em escala presencial, em cada período da manhã ou da tarde, mas também quais os tribunais que devem dispor deste tipo de escalas, informação essa que deve transmitir mensalmente à Ordem dos Advogados. “É assim, apenas com base nas determinações da DGAJ que a Ordem dos Advogados cria as escalas presenciais para os tribunais, de acordo com o número de advogados solicitado por aquela entidade”, explica ainda fonte da OA.

“O Conselho Geral da Ordem dos Advogados apenas tomou conhecimento desta decisão da DGAJ, quando esta lhe pediu para indicar a lista dos advogados inscritos em escalas presenciais a partir de Janeiro de 2022, anexando um mapa do qual se podia constatar uma referida diminuição do número de advogados a indicar para essas escalas presenciais, nos tribunais do país em que as mesmas existem. Esse mapa foi naturalmente dado a conhecer a todos os Conselhos Regionais que, por sua vez, o transmitiram às Delegações de Comarca em que funcionam escalas presenciais”, disse a mesma fonte.

Só que, defende a OA, “os pedidos de escalas presenciais devem ser efetuados pelos Presidentes dos Tribunais à própria DGAJ, devendo ser o mapa elaborado pela DGAJ com base nesses pedidos. Ora, tanto quanto se sabe, os senhores Juízes não solicitaram tal diminuição, ou sequer foram consultados nesse sentido, sabendo a Ordem dos Advogados que alguns deles até se encontram já a tomar diligências no sentido de solicitar a reposição do número de escalas presenciais anteriores”, conclui.

Aumento com atraso de um ano e só de oito cêntimos

No verão de 2020, o Ministério da Justiça aumentou em oito cêntimos a tabela de referência que serve de base de pagamento aos advogados pagos pelo Estado para a defesa de cidadãos que não tenham possibilidade de pagar do seu próprio bolso. A portaria atualizava a Tabela de Honorários do Acesso ao Direito e aos Tribunais, que não era atualizada desde 2009. Publicação essa que já chegava com um ano de atraso.

Por cada processo que um advogado oficioso patrocina, é aplicada a tabela de unidade de referência (UR) correspondente a cada tipo de processo. Ou seja: os mais complexos correspondem a mais unidades de referência e aos mais simples correspondem unidades mais baixas. Sendo que cada unidade tinha o valor de 25,50 euros. Desde esse aumento, as UR passaram a valer 25,58 euros. Concretizando: se um processo corresponder a oito unidades de referência, um advogado recebe 204,64 euros. Mais 64 cêntimos que antes de a portaria ser publicada.

Em 2020, de janeiro a dezembro, foram gastos 42 mil e 827 mil euros para pagar estes honorários. Em 2018 cerca de 49 milhões e em 2017 cerca de 55 milhões. No total, de 2010 a 2019 foram pagos pelo Estado cerca de 485 milhões de euros a advogados oficiosos.

Estado gasta 389 euros por advogado oficioso

Dados recentes divulgados no Relatório Justiça 2015-2020 do Ministério da Justiça mostram que um advogado oficioso em Portugal recebe, em média, 389 euros por cada apoio.

Relativamente ao número de apoios judiciários por 100.000 habitantes, em Portugal são feitos cerca de 1.503 apoios. Os países com um maior número de apoios são Escócia, com 3.535, Lituânia, com 3.002, Reino Unido, com 2.340, Países Baixos, com 2.159, e Mónaco, com 2.149. Marrocos (9), Hungria (139) e Turquia (177) são os países com menor número de casos.

Por outro lado, o valor médio pago por cada apoio judiciário é mais alto no Reino Unido, com um montante a rondar os 1.325 euros, o triplo do que é pago em Portugal. Entre os países que pagam mais aos advogados oficiosos estão ainda os Países Baixos (1.270 euros), a Irlanda (1.107 euros) e a Áustria (963 euros). Já a Ucrânia (20 euros), Moldávia (22 euros) e Marrocos (49 euros) são os países que menos pagam aos advogados oficiosos.

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China cresce 8,1% em 2021, mas economia abranda no segundo semestre

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2022

Economia chinesa expandiu-se em 8,1% no ano passado, mas houve um abrandamento abrupto na segunda metade de 2021. Banco central cortou juros esta segunda-feira.

A economia chinesa cresceu 8,1% em 2021, mas registou um abrandamento abrupto no segundo semestre do ano, refletindo a campanha lançada por Pequim para reduzir os níveis de alavancagem no setor imobiliário.

Nos últimos três meses de 2021, o ritmo de crescimento homólogo da segunda maior economia do mundo abrandou para 4%, abaixo do crescimento de 4,9% alcançado no trimestre julho-setembro e do ritmo de 18,3%, registado nos primeiros três meses de 2021.

Os analistas alertaram que o abrandamento vai persistir este ano, devido a novos surtos de Covid-19 e aos esforços para reduzir a dívida no setor imobiliário. Isto pode ter repercussões globais, ao deprimir a procura chinesa por aço, bens de consumo e outras importações.

A China foi a primeira grande economia mundial a recuperar da pandemia da Covid-19, mas a atividade desacelerou depois de Pequim ter restringido o acesso ao crédito no setor imobiliário. O imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, compondo cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) chinês. Isto alimentou o nervosismo dos consumidores sobre os gastos e a ansiedade no mercado financeiro com possíveis incumprimentos entre as construtoras do país.

“A pressão sobre o crescimento vai persistir, em 2022”, previu Tommy Wu, da consultora Oxford Economics, num relatório. A mesma fonte disse que o Governo chinês vai provavelmente lançar “apoio político” para manter o crescimento anual acima dos 5%.

O crescimento do consumo interno, o maior impulsionador da economia, caiu para apenas 0,2%, em dezembro, face a 3,9%, no mês anterior. A subida do investimento em fábricas, imóveis e outros ativos fixos desacelerou para 1,7%, abaixo do nível de 4,9% para o conjunto do ano, uma vez que as empresas cancelaram ou adiaram planos de construção.

O Banco Mundial e os analistas do setor privado reduziram as perspetivas de crescimento para este ano, embora para níveis acima do previsto para a maioria das outras grandes economias.

Banco central corta juros

O banco central chinês reduziu esta segunda-feira a sua taxa de juros para empréstimos de médio prazo para o nível mais baixo desde 2020, quando o país foi atingido pela pandemia.

Recentes surtos do novo coronavírus levaram os líderes chineses a limitar as deslocações internas e impor medidas de confinamento em cidades importantes, como Tianjin e Xian.

Analistas do setor dizem que o fabrico de chips de processador e outros setores podem sofrer o impacto se a interrupção durar mais do que algumas semanas.

“O momento económico permanece fraco, face a repetidos surtos do vírus e um setor imobiliário em dificuldades”, disse Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics, num relatório.

Em comparação com o trimestre anterior, a forma como outras grandes economias são medidas, a economia chinesa cresceu 1,4%, nos últimos três meses de 2021. Isto foi superior aos 0,2% registados no trimestre julho-setembro.

As exportações chinesas aumentaram 29,9% em 2021, em relação ao ano anterior, apesar da escassez global de semicondutores, necessários para fabricar telemóveis e outros bens e do racionamento de energia imposto em províncias importantes para o setor industrial.

Os exportadores chineses beneficiaram do aumento da procura global numa altura em que os seus concorrentes estrangeiros enfrentavam medidas de prevenção epidémica. Mas os economistas dizem que o crescimento do comércio este ano deve enfraquecer e os volumes de exportação podem encolher devido ao congestionamento nos portos.

“Com as cadeias de abastecimento já enfraquecidas, o aumento das exportações do ano passado não pode ser repetido”, disse Evans-Pritchard.

As vendas de automóveis caíram pelo sétimo mês, em novembro, contraindo 9,1%, em relação ao ano anterior, o que reflete a relutância do consumidor em se comprometer com grandes compras.

Os líderes chineses estão a tentar direcionar a economia para um crescimento mais sustentável e baseado no consumo interno, em detrimento das exportações e investimento em grandes obras.

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Líderes com encontro marcado em Lisboa para último debate televisivo

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2022

Os partidos com assento parlamentar vão debater esta segunda-feira em conjunto no último debate transmitido pelas televisões antes das eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro.

Os líderes dos partidos com assento parlamentar têm esta segunda-feira encontro marcado em Lisboa para o último debate televisivo na campanha eleitoral, na RTP, mantendo agenda na rua mas limitada.

Depois de ter estado na ilha de São Miguel, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, está de regresso a Lisboa, onde participa de manhã num encontro promovido pelas Mulheres Socialistas – Igualdade de Direitos, sob o mote “Continuar a Avançar em Igualdade”.

O presidente do PSD, Rui Rio, também reservou a agenda desta segunda-feira para a capital e tem prevista uma única iniciativa – uma ação de contacto com a população e comércio local na Avenida da Igreja, na freguesia de Alvalade, Lisboa.

Antes de partir para o debate – o único debate televisivo que reunirá os líderes dos partidos que elegeram em 2019 – que será transmitido às 21:00 na RTP 1 e RTP 3, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, começa a manhã com uma visita à feira do Fundão, sendo essa a sua única iniciativa de campanha.

No caso da CDU, é o líder parlamentar João Oliveira vai assumir o comando no debate televisivo, em substituição do secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa enquanto este recupera da cirurgia à carótida interna esquerda. Na rua, seguirá João Ferreira em campanha, com um encontro com Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, e uma sessão com reformados, em Coruche, para falar sobre “Envelhecer com dignidade”.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, vai estar por terras alentejanas e tem previsto um pequeno-almoço em Portugal, seguindo depois para um almoço em Évora.

No segundo de 13 dias de campanha oficial, o presidente do Chega, André Ventura, faz campanha na Sertã, com uma arruada à tarde, enquanto o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, tem marcado um almoço em Lisboa com a Comissão de Honra do partido.

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, não tem ações de campanha previstas para hoje para se preparar para o debate da noite. Rui Tavares, cabeça de lista do Livre pelo círculo eleitoral de Lisboa, vai apenas participar no Fórum TSF, durante a manhã.

Esta é a 17.ª vez que os portugueses são chamados a votar em legislativas em democracia, contando com as eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975.

Além de PS, PSD, BE, CDU (PCP/PEV), CDS-PP, PAN, Chega, Iniciativa Liberal e Livre – partidos que conseguiram representação parlamentar nas legislativas de outubro de 2019 -, concorrem às eleições de 30 de janeiro outras 12 forças políticas, num total de 21.

Os outros partidos concorrentes são: Aliança, Ergue-te (ex-PNR), Alternativa Democrática Nacional (ex-PDR), PCTP-MRPP, PTP, RIR, MPT, Nós, Cidadãos!, MAS, JPP, PPM e Volt Portugal, que se estreia em legislativas.

Mais de 10 milhões de eleitores residentes em Portugal e no estrangeiro constam dos cadernos eleitorais para a escolha dos 230 deputados à Assembleia da República.

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Rival sueca da Tesla chega a Portugal até junho

  • ECO
  • 17 Janeiro 2022

Além de Portugal, a marca de veículos elétricos da Volvo vai entrar em Espanha e Irlanda. Ainda sem localização definida, espaços da Polestar vão servir de apoio à compra exclusivamente online.

A Polestar, marca de veículos elétricos da Volvo, vai entrar em Portugal, Espanha e Irlanda este semestre. O mercado português funcionará naquilo que é descrito como uma lógica de “satélite” do mercado espanhol, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

“A maioria das nossas operações estará a cargo da Polestar Espanha, com um número mínimo de empregados em Portugal para gerir as operações locais”, explicou ao jornal fonte oficial da marca, apesar de adiantar que os detalhes sobre a chegada ao mercado português são “ainda escassos”.

Apesar de os carros elétricos da Polestar só poderem ser adquiridos online, a empresa tem a ambição de criar “uma rede própria de Polestar Spaces e/ou Destinations em Portugal”. Ainda sem localização definida, estes espaços vão servir para a experiência do veículo e testes: “Vão ser, puramente, instalações de retalho, test-drive e entregas. Vão servirão de apoio ao nosso processo de compra 100% online”, contextualizou a fabricante.

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Ministro francês das Finanças considera “obsoletas” regras da dívida pública da UE

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2022

"Há várias propostas em cima da mesa” para reformar o Pacto, nomeadamente a de “calendários e objetivos diferentes para cada país", explicou o ministro.

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, considerou este domingo “obsoletas” as regras da União Europeia (UE) que regem a dívida pública e o défice orçamental dos Estados-membros.

O Pacto de Estabilidade e Crescimento, “como um todo, não é obsoleto, mas a regra da dívida pública é“, argumentou Le Maire numa entrevista com sete órgãos europeus de comunicação, duas semanas depois de a França ter assumido a presidência do Conselho da UE, em 1 de janeiro.

A dívida pública dos Estados-membros não deve exceder 60% do produto interno bruto (PIB) e o défice orçamental não deve ultrapassar os 3% do produto.

Antes da crise, havia uma diferença de quase 40 pontos percentuais do PIB entre os membros mais e os menos endividados da zona euro. O fosso é agora de mais de 100%“, sublinhou Bruno Le Maire. “Há várias propostas em cima da mesa” para reformar o Pacto, nomeadamente a de “calendários e objetivos diferentes para cada país”, explicou o ministro.

Outros avançaram o conceito (…) de que deveria caber aos Estados-membros definir as etapas e as mudanças necessárias nas suas políticas económicas, o que lhes permitiria voltar a ter finanças sólidas“, uma ideia “interessante” para Le Maire.

Em última análise, será necessário “encontrar o equilíbrio certo entre os investimentos necessários para enfrentar os desafios do século XXI e a necessidade de regressar à solidez das finanças públicas”.

Bruno Le Maire disse ainda que espera “ver-se livre” de “todas as restrições sanitárias” ligadas à pandemia de covid-19, até ao final do ano. Face à propagação da variante ómicron em França, o governo francês reforçou as restrições sanitárias no final de dezembro, nomeadamente encorajando a utilização do teletrabalho, pelo menos, três dias por semana.

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Vendas dos vinhos do Porto e Douro atingem recorde de 600 milhões de euros em 2021

  • ECO
  • 17 Janeiro 2022

A maior procura externa pelos vinhos da região ao Douro, incluindo o vinho do Porto, levou a um ano recorde em 2021. Já o mercado nacional continua aquém dos valores pré-pandemia.

As vendas de vinhos da Região Demarcada do Douro terão atingido um novo recorde de 600 milhões de euros em 2021, segundo o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Gilberto Igrejas, o qual classifica este ano de “manifestamente muito positivo” e de um “marco histórico” para estes vinhos, graças principalmente às exportações.

Para o responsável, este desempenho atesta “a resiliência das gentes do Douro e dos agentes económicos nos mercados internacionais”, diz, citado pelo Diário de Notícias esta segunda-feira. A maioria das vendas correspondem ao vinho do Porto com vendas de cerca de 390 milhões de euros, mais 15% do que em 2020 e mais 3% face a 2019. A este número soma-se 190 milhões dos vinhos DOP (Denominação de Origem Protegida) Douro, com uma subida de 9% face a 2019.

O recorde é alcançado graças ao mercado internacional: as exportações deram um salto de 9% para os 403 milhões de euros, em comparação com 2019, representando mais de dois terços das vendas totais destes vinhos. Já o mercado nacional mantém-se aquém dos valores pré-pandemia, situando-se em cerca de 52 milhões de euros, a uma distância de 19% dos números de 2019, principalmente devido à queda do turismo em território nacional.

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Auditoria iliba Vieira na transferência de três jogadores do Benfica

A auditoria encomendada por Rui Costa concluiu que não houve dano causado ao Benfica por parte de Luís Filipe Vieira, no âmbito das suspeitas do processo Cartão Vermelho.

A auditoria encomendada pelo atual presidente do Benfica, Rui Costa — no seguimento do processo da Operação Cartão Vermelho — concluiu que não há evidências que o Benfica tenha sido lesado por Luís Filipe Vieira, ex-líder dos encarnados.

Ao que o ECO/Advocatus conseguiu apurar, esse trabalho feito pela consultora Ernst & Young (EY) fez com que, para já, a equipa da direção e os advogados do clube tenham decidido não constituir a SAD do Benfica como assistente no processo.

Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, foi identificado pelo DCIAP como fazendo parte de um alegado esquema de fraude que consistia em comissões altas atribuídas ao empresário e advogado Bruno Macedo, na compra e venda de passes de três jogadores, com desvio de dinheiro da Benfica SAD, que mais tarde revertia para o presidente do clube pagar dívida das suas empresas.

A investigação identificou ainda esquemas de fraude em proveito pessoal de Luís Filipe Vieira e das suas empresas, sendo o principal prejudicado o SLB, o ex-Grupo Espírito Santo, o atual Novo Banco e ainda o Estado português. Em causa estão alegados crimes de burla qualificada, abuso de confiança agravada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, numa investigação que resultou na detenção de Luís Filipe Vieira e, mais tarde, na aplicação de uma caução de 3 milhões de euros.

A auditoria foi concluída e entregue a 22 de dezembro ao clube e garante que não havia evidência de que o Benfica teria sido lesado por Luís Filipe Vieira, no que toca à transferência de três jogadores, negócio que está no cerne da investigação do DCIAP. Porém, Rui Costa decidiu pedir o alargamento dessa mesma auditoria a mais 55 contratos. Dependendo do resultado desse trabalho, logo decidirão quais serão os próximos passos.

Porém, a mesma investigação do Ministério Público garante que estão em causa “negócios” e “financiamentos” superiores a “100 milhões de euros” que terão levado a “elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. Uma delas será o próprio Benfica.

Luís Filipe Vieira acabou a pagar uma caução no valor de três milhões de euros com a hipoteca de dois imóveis no Dafundo, um dos quais onde vive o ex-presidente do Benfica. Cada um tem o valor de 1 milhão e 380 mil euros. O remanescente foi pago em dinheiro, através de um depósito-caução de 240 mil euros.

Relatório da Autoridade Tributária

Segundo um relatório da Autoridade Tributária — que foi adicionado à investigação do DCIAP — Luís Filipe Vieira é considerado suspeito de recebimento indevido de ‘luvas’ em 55 negócios de transferência de jogadores do Benfica, compras e vendas entre 2012 e 2020, que geraram, no total, mais de 10 milhões de euros em comissões.

A investigação é, agora, muito mais alargada do que em julho, quando Vieira foi detido e apenas confrontado com suspeitas sobre transferências de três jogadores.

Formalmente, são dezenas de milhões de euros que terão sido pagos, por serviços de intermediação, a quatro empresários: Ulisses Santos, Isidoro Gímenez, Bruno Macedo e Giuliano Bertolucci.

Nestes documentos, estão informações sobre todos os negócios. A transferência de Seferovic terá gerado uma comissão de um milhão de euros. E do avançado Cebolinha, 1,2 milhões. Na compra de Morato ao São Paulo, a comissão foi de 1,5 milhões. Na venda de Lisandro López ao Boca Juniors, 1,4 milhões de euros.

Entrevista de Rui Costa à Benfica TV

Em entrevista dada à Benfica TV, Rui Costa falou sobre o conteúdo das escutas da operação Cartão Vermelho, que resultou na detenção do antecessor Luís Filipe Vieira.

Sobre escutas, Rui Costa começou por falar no exagero mediático das mesmas pois “muitas delas nada têm a ver com o processo em si”. Quanto à operação Cartão Vermelho, o dirigente espera “que se resolva rápido e que sejam apuradas todas as consequências”, para que o Benfica “possa olhar para a frente e não para trás”, pois está a ser “tremendamente prejudicial num processo que devia estar em segredo de justiça”.

No que toca à auditoria, o dirigente encarnado disse ainda que “a empresa responsável foi a Ernst & Young e apresentou resultados a mim, vice-presidente e nossos advogados. Ficou assim decidido pelos nossos advogados o Benfica não se constituir assistente. O que advogados, empresa e nós concordámos foi estender esta auditoria aos 55 contratos que estão a ser investigados. Quisemos levar o processo até ao fim, investigar esses contratos e no final analisar em que ponto está a situação. Se acharmos que devemos ser assistentes, assim o faremos. A acontecer algo, serei intransigente”, concluiu.

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Hoje nas notícias: Polestar, Finangeste e vinhos

  • ECO
  • 17 Janeiro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A rival sueca da Tesla vai chegar a Portugal este semestre e a Finangeste comprou o edifício do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto à CGD, por 20 milhões de euros. Os vinhos do Porto e Douro registaram vendas recorde de 600 milhões o ano passado. Estas e outras notícias marcam a atualidade nacional neste início de semana.

Rival sueca da Tesla chega a Portugal até junho

A Polestar, marca de veículos elétricos da Volvo, vai entrar em Portugal este semestre, assim como em Espanha e Irlanda. O mercado português funcionará naquilo que é descrito como uma lógica de “satélite” do mercado espanhol. “A maioria das nossas operações estará a cargo da Polestar Espanha, com um número mínimo de empregados em Portugal para gerir as operações locais”, explica fonte oficial da marca. Apesar de os carros elétricos da Polestar só poderem ser adquiridos online, a empresa tem ambições de criar “uma rede própria de Polestar Spaces e/ou Destinations em Portugal”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Nova lei das garantias abre a porta a conflitos de consumo

O prazo das garantias aumentou de dois para três anos e pode ser estendido após reparações, uma medida que é quase um “exclusivo” de Portugal. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) assume que “o Governo foi longe de mais” e “não teve em atenção os alertas que lhe fez chegar”. A CCP e a Associação Portuguesa do Comércio Automóvel (APDCA) antecipam “problemas bastante complicados” na relação entre empresas e clientes e mesmo entre empresas e fabricantes ou outros distribuidores.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Finangeste compra edifício do DIAP do Porto por 20 milhões

Um ano e meio depois de de ter comprado o empreendimento imobiliário Trindade Domus, situado nas traseiras da Câmara do Porto, a Finangeste fechou a aquisição à Caixa Geral de Depósitos (CGD) do edifício onde funciona o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Invicta — um investimento de “aproximadamente 20 milhões de euros”. Para além do valor da operação, o grupo investir três milhões de euros em obras de reabilitação do ativo.

Leia as notícias completas no Jornal de Negócios (acesso pago)

Vinhos do Porto e Douro com vendas recorde de 600 milhões em 2021

As vendas de vinhos da Região Demarcada do Douro terão atingido um novo recorde de 600 milhões de euros em 2021, segundo o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Gilberto Igrejas, o qual classifica o ano passado de “manifestamente muito positivo” e de um “marco histórico” para estes vinhos. Para o responsável, este desempenho atesta “a resiliência das gentes do Douro e dos agentes económicos nos mercados internacionais”. A maioria das vendas correspondem ao vinho do Porto, de cerca de 390 milhões de euros, mais 15% do que em 2020 e mais 3% face a 2019, antes da pandemia.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

 

Só 1% dos apoios da Segurança Social vai para RSI

Do total de despesa corrente (27,5 mil milhões de euros) em prestações sociais da Segurança Social em novembro, apenas 1,2% (327,3 milhões de euros) foi para o Rendimento Social de Inserção (RSI), uma prestação que tem estado em discussão nalguns debates das eleições legislativas de 2022. Nesse mesmo mês havia 206.879 pessoas a receber esta prestação contra a pobreza extrema, sendo a maioria são mulheres, crianças e idosos. É no Porto que estão a maioria dos beneficiários, os quais têm uma prestação média mensal de 120 euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

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Angolanos injetam 8,5 milhões no BNI antes de se tornar no “banco dos brasileiros na Europa”

Banco Master quer que o BNI Europa seja o "banco dos brasileiros na Europa". Prometem duplicar o quadro de trabalhadores até 100 pessoas. Antes disso, banco português recebeu injeção de 8,5 milhões.

O BNI Europa recebeu uma injeção de capital de 8,5 milhões de euros no início do ano do seu acionista angolano. O aumento de capital foi realizado poucos dias depois de se saber que havia acordado a venda da instituição portuguesa ao brasileiro Banco Master, que quer torná-lo no “banco dos brasileiros na Europa”, segundo o seu presidente, Daniel Vorcaro. Negócio ainda aguarda “luz verde” dos reguladores.

“Sempre fez parte do nosso plano de negócios a internacionalização. Com a aquisição do BNI Europa, o nosso objetivo é fazer do Master o banco dos brasileiros na Europa”, refere o responsável numa nota enviada ao ECO.

“A aquisição faz todo o sentido para complementarmos essa operação e não havia país melhor para atuarmos do que Portugal”, acrescenta o responsável do banco brasileiro que fechou o primeiro semestre de 2021 com um lucro de 33,5 milhões de reais (cerca de 5,3 milhões de euros).

O BNI Europa é gerido por dois administradores, António Rola Costa e Nuno Rosário Martins, depois da saída de Pedro Pinto Coelho da liderança em fevereiro. O banco português é detido pelo angolano BNI, do qual o ex-vice-governador do Banco Nacional de Angola, Mário Palhares, é o principal acionista (mais de 35% do capital) e se tornou presidente da comissão executiva em 2020.

O Jornal Económico avançou no final do ano passado que o Banco Master fechou um acordo para comprar o BNI Europa, naquela que é a terceira tentativa de venda da instituição, depois de falhados os negócios com o grupo chinês KWG há dois anos e com espanhóis da Altarius Capital já este ano.

Daniel Vorcaro explica que a presença em Portugal tornará mais fácil o atendimento a clientes brasileiros que vivem cá, tanto particulares como empresas. A forte comunidade brasileira a viver no país pesou na decisão de avançar para o BNI Europa. “Além disso, funcionaremos como um hub na Europa, não só para investimentos proprietários, bem como para captação com menores custos para o Master e para empresas”, detalhou ainda o responsável. O Banco Master é o antigo Banco Máxima, adquirido por Daniel Vorcaro em 2018. A compra do BNI Europa está dependente da autorização dos reguladores, designadamente o Banco Central Europeu (BCE) e também o Banco do Brasil.

Se o Banco Master concretizar a compra, o BNI Europa passará a chamar-se Banco Master Europa e “será o único banco de capital brasileiro com atuação em Portugal”, de acordo com o grupo brasileiro. Maurício Quadrado, diretor do Master Banco de Investimentos, indicou que os planos para a instituição incluem “duplicar o atual quadro de funcionários de 50 pessoas” e reforçar o capital do banco.

Com mais de 50 anos, o Banco Master atua nos segmentos de: retalho, com crédito pessoal, principalmente cartão de crédito pessoal consignado; serviços, com operações de câmbio e administração fiduciária e gestão de recursos; seguros, com a Kovr Seguradora; e operações estruturadas, com o Banco Master de Investimento.

Capital aumenta 25 milhões em dois anos

Ao ECO, fonte oficial do BNI Europa adianta que o aumento de capital de 8,5 milhões de euros realizado no início deste ano tem como objetivo “suportar o plano de negócios do banco”. Desde 2020 que se sucedem os reforços de capital: 24,95 milhões de euros injetados pelo acionista angolano. Com esta última operação, o banco passou a ter um capital de 67,5 milhões.

O BNI Europa fechou os primeiros nove meses do ano com prejuízo de três milhões de euros, registando uma forte quebra nas receitas com juros, na ordem dos 40% em termos homólogos, para os 6,3 milhões de euros no período. As receitas operacionais totalizam os 2,7 milhões, quase metade do que tinha em 2020.

A redução do negócio reflete um pouco o ajustamento do quadro de pessoal que a instituição realizou nos últimos anos, tendo saído cerca de 70 trabalhadores, na sequência da venda falhada ao grupo chinês.

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Horta Osório renuncia ao cargo de chairman do Credit Suisse

O banqueiro português vai sair do banco Credit Suisse, oito meses depois de ter assumido a pasta de chairman. Decisão estará relacionada com a violação, por duas ocasiões, de regras de quarentena.

António Horta Osório renunciou ao cargo de chairman do Credit Suisse, oito meses depois de ter assumido as funções. A notícia foi avançada pelo Financial Times, que justifica a decisão com a investigação interna que apurou que o banqueiro português violou, em duas ocasiões, as regras de quarentena da Covid-19.

Horta Osório tinha admitido ter quebrado as regras de isolamento ao voar de Londres para Zurique em 28 de novembro, abandonando o país três dias depois. O Conselho de Administração promoveu uma auditoria interna que concluiu que o banqueiro também já tinha violado as regras britânicas, ao ter viajado para o Reino Unido para assistir à final do Torneio de Wimbledon em julho, apesar de ser obrigado a cumprir uma quarentena de dez dias à chegada.

“Estou arrependido por algumas das minhas ações pessoais terem resultado em dificuldades para o banco e comprometido a minha capacidade de o representar internamente e externamente. Nesse sentido, acredito que a minha demissão vai ao encontro dos interesses do banco e dos acionistas neste momento crucial”, reagiu Horta Osório num comunicado citado pelo Financial Times.

O jornal financeiro britânico recorda que, depois de deixar o Lloyds Banking Group, Horta Osório ingressou no Credit Suisse com a missão de restaurar a reputação do banco suíço, depois dos escândalos do colapso do fundo Archegos e da queda do banco Greensill. O banco nomeou Axel P. Lehmann, membro da direção, como substituto do português, com efeito imediato.

Horta Osório também é chairman da farmacêutica portuguesa Bial desde janeiro de 2021, altura em que substituiu Luís Portela.

Credit Suisse diz que Lehaman é o “ideal” para substituir Horta-Osório

O vice-presidente do Credit Suisse disse que Axel Lehamn vai substituir António Horta-Osório como presidente do banco depois de uma “investigação interna” que terá revelado que o português violou regras da quarentena contra o Covid-19.

O suíço Axel Lehamn, antigo alto executivo do banco USB encontra-se no Credit Suisse desde outubro do ano passado e assume o cargo de presidente, informou a instituição.

“Lehmann é o ideal para conduzir a transformação estratégica do banco”, disse esta segunda-feira o vice-presidente do Credit Suisse, Severin Schwan, citado pela agência Efe, acrescentando que respeita a decisão de Horta-Osório.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h08)

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Teletrabalho já não é obrigatório, mas há quem possa continuar mesmo sem “sim” da empresa

A adoção do teletrabalho já não é obrigatória. Agora, é apenas recomendada, o que significa que depende de um acordo entre o empregador e o trabalhador. Mas há exceções a essa regra.

Depois de ter sido obrigatória durante três semanas, a adoção do teletrabalho é agora somente recomendada, aplicando-se, portanto, as regras previstas no Código do Trabalho. Tal significa que os trabalhadores que queiram continuar a exercer as suas funções de modo remoto precisam do “sim” da entidade empregadora, mas há exceções a essa regra. Alguns pais, os cuidadores informais não principais e os imunodeprimidos, por exemplo, podem trabalhar a partir de casa, mesmo sem acordo da empresa.

A imposição do teletrabalho tem sido uma das medidas a que o Governo tem recorrido sempre que a pandemia regista um agravamento. Fê-lo logo em março de 2020, no início de 2021 e voltou a aplicar essa obrigação a partir de 25 de dezembro do ano passado, face à escalada dos casos de Covid-19 alimentada pela nova variante do coronavírus, a Ómicron.

Inicialmente, essa restrição ao trabalho presencial deveria vigorar apenas até 9 de janeiro, mas o Governo decidiu prolongá-la até ao dia 14 deste mês, tendo indicado que a partir dessa data o trabalho remoto passaria a recomendado.

Assim, desde sábado que já não é obrigatório trabalhar a partir de casa, sempre que as funções sejam compatíveis, embora o Executivo aconselhe a adoção desta modalidade, uma vez que Portugal ainda atravessa um período crítico da crise sanitária, pelo menos em termos de infeções.

Passam, portanto, a aplicar-se agora as regras previstas no Código do Trabalho, quanto ao exercício das funções a partir de casa, o que significa que é preciso que o empregador e o trabalhador cheguem a um acordo.

Mas há exceções a essa regra. Nos termos do Código do Trabalho, que foram recentemente revistos, os trabalhadores com filhos até três anos têm direito a pedir o teletrabalho, sem que o empregador se possa opor, desde que as funções fossem compatíveis com esta modalidade e que “a entidade patronal disponha de recursos e meios para o efeito”.

Também os trabalhadores cujos filhos tenham até oito anos podem fazê-lo, mas apenas no caso de trabalharem para empresas com dez ou mais trabalhadores e de haver partilha no exercício desta modalidade entre os progenitores “em períodos sucessivos de igual duração num prazo de referência máxima de 12 meses”. No caso de um dos progenitores não reunir condições para o teletrabalho ou de estar em causa uma família monoparental, este último requisito não se coloca.

Por outro lado, os trabalhadores a quem tenha sido reconhecido o estatuto de cuidador informal não principal têm direito a exercer a sua atividade em regime de teletrabalho, mas, neste caso, pelo período máximo de quatro anos seguidos ou interpolados, quando esta modalidade seja compatível com a atividade desempenhada e desde que o empregador disponha de recursos e meios para o efeito.

Além disso, mantém-se em vigor o regime excecional que estabelece que é obrigatória a adoção do regime de teletrabalho independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam e o trabalhador disponha de condições para as exercer, sem necessidade de acordo escrito entre o empregador e o trabalhador, nas situações de imunossupressão (mediante certificação médica), deficiência com grau de incapacidade igual ou superior a 60% ou nos casos em que o trabalhador tenha um filho ou outro dependente a cargo, independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica, que, de acordo com as orientações da autoridade de saúde, seja considerado doente de risco e que se encontre impossibilitado de assistir às atividades letivas e formativas presenciais em contexto de grupo ou turma.

Nos demais casos, o teletrabalho tanto pode ser proposto pelo empregador como pelo trabalhador, sendo necessário um acordo entre as partes para que se concretize. Diz o Código do Trabalho que caso o trabalhador se oponha, devendo fundamentar a sua posição, tal recusa não pode “constituir causa de despedimento ou fundamento de aplicação de qualquer sanção”. Já caso seja o empregador a recusar, deve fazê-lo por escrito e com a indicação do fundamento da recusa, caso a atividade prestada pelo trabalhador seja compatível com o teletrabalho.

De notar que tanto as confederações patronais como os sindicatos defendiam, desde o início do ano, que o teletrabalho deveria deixar de ser obrigatório, uma vez que, por um lado, a variante Ómicron tende a gerar sintomas com menor gravidade e, por outro, o trabalho remoto tem um impacto considerável na economia nacional.

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5 coisas que vão marcar o dia

O dia é marcado pelo debate televisivo com todos os partidos com assento parlamentar. BdP diz como evoluíram os novos créditos aos consumidores e o Eurostat revela a evolução do turismo em outubro.

Esta segunda-feira é marcada pelo debate televisivo com todos os partidos com assento parlamentar. É também dia de divulgação dos dados sobre novos créditos aos consumidores e de como evoluiu o turismo em outubro na União Europeia. No contexto internacional, a Organização Internacional do Trabalho vai medir o impacto da pandemia no mercado laboral. Saiba quais são os acontecimentos que vão marcar o dia.

Debate televisivo com todos os partidos

A menos de quinze dias das eleições legislativas, a semana arranca com um debate televisivo com todos os partidos com assento parlamentar. O debate está marcado para as 21 horas e vai ser transmitido na RTP 1 e RTP 3. A sondagem da Universidade de Lisboa dá vitória ao PS com 39% dos votos, mais um ponto do que na última sondagem e mais nove pontos do que os sociais-democratas (30%).

Como evoluiu os novos créditos aos consumidores?

O Banco de Portugal vai divulgar esta segunda-feira a evolução dos novos créditos aos consumidores referentes a novembro do ano passado. Em outubro, o crédito ao consumo contraiu ligeiramente, com os bancos e as entidades financeiras a emprestarem pouco mais de 574 milhões de euros aos consumidores, menos 2% em relação ao mês anterior.

Termina prazo do concurso público para Central do Pego

Esta segunda-feira termina prazo do concurso público para a atribuição do ponto de ligação à rede elétrica da Central Termoelétrica do Pego. A Central Termoelétrica do Pego é o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência instalada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035. O fim da produção de energia a carvão da central termoelétrica da Tejo Energia estava oficialmente marcado para 30 de novembro de 2021, mas com o esgotamento dos stocks de carvão na empresa, no dia 19 de novembro a central a carvão já não foi reativada.

Como evoluiu o turismo em outubro?

O Eurostat vai revelar esta segunda-feira como evoluiu o turismo em outubro na União Europeia. Entre os dados a divulgar estão as noites passadas em estabelecimentos de alojamento turístico relativas a outubro do ano passado. No verão de 2021, o turismo europeu mostrou sinais de recuperação, mas mesmo assim as receitas ficaram 20% abaixo das obtidas no mesmo mês de 2019.

Como vai evoluir o mercado de trabalho em 2022?

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulga esta segunda-feira o relatório “World Employment and Social Outlook: Trends 2022”, que analisará o impacto da pandemia no mercado laboral. A Covid-19 tem feito tremer o mundo do trabalho, atirando milhões para o desemprego e muitos outros para a precariedade. Vários países, incluindo Portugal, têm lançado, em respostas, apoios extraordinários à manutenção dos postos de trabalho, como o português lay-off simplificado.

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