Nem um terço da população em Portugal usa banca online

Portugal está na cauda da Europa no que toca à utilização dos serviços bancários na internet. Em países como a Dinamarca, Holanda, Finlândia, Suécia ou Estónia, onde quase a toda a população usa.

O ano passado, 51% dos europeus usou a banca online. A percentagem de população a utilizar os serviços bancários na internet tem vindo sempre a crescer, tendo duplicado desde 2007. Contudo, os dados divulgados pelo Eurostat esta segunda-feira mostram que Portugal tem ficado para trás: apesar de cada vez mais portugueses utilizaram a banca online, só 31% o fez em 2017, 20 pontos percentuais abaixo da média europeia.

Uso da banca online em Portugal de 2007 a 2017

Fonte: Eurostat. Percentagem da população portuguesa que usou banca online.

Não há dúvidas de que o uso em Portugal tem aumentado, mais do que duplicando em dez anos, mas — como noutros indicadores –, os portugueses continuam abaixo da média europeia. Portugal é o quinto país da União Europeia que menos utiliza banca online, em percentagem da população, apenas superado pelo Chipre, Grécia, Roménia e Bulgária. Em Espanha, por exemplo, a utilização está nos 46%.

Do lado oposto, o destaque vai para os países nórdicos onde quase toda a população já faz uso dos serviços bancários através da internet. Países como a Dinamarca (90%), Holanda (89%), Finlândia (87%), Suécia (86%) ou Estónia (79%) lideram este indicador, sendo que em 2007 já registavam uma utilização de banca online em percentagem da população superior à que Portugal regista agora em 2017.

O Eurostat revela ainda que a banca online é principalmente usada pela faixa etária entre os 25 e os 34 anos onde a percentagem de utilização chega aos 68% no total da Europa.

Além disso, as estatísticas mostram que o uso tende a aumentar em linha com o nível de educação do utilizador. Os valores contrastam: apenas 24% dos indivíduos com baixos níveis de escolaridade usam o e-banking, mas nos indivíduos com elevados níveis de escolaridade essa percentagem sobe para os 77%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crédito ao consumo atinge novo recorde em novembro

As instituições de crédito disponibilizaram perto de 654 milhões de euros em crédito ao consumo no penúltimo mês de 2017. É um máximo de mais de quatro anos.

O crédito ao consumo não para de acelerar, um movimento que foi particularmente notório no mês anterior ao Natal. Em novembro, os bancos e as instituições de crédito disponibilizaram quase 654 milhões de euros em crédito ao consumo, o que corresponde a um recorde, indicam dados do Banco de Portugal divulgados esta segunda-feira. O total da concessão nos primeiros 11 meses de 2017 já supera o total do ano anterior.

Crédito ao consumo em recorde

Em novembro, os bancos concederam 654,89 milhões de euros. Trata-se de um aumento de 5,3% face aos 622,1 milhões de euros registados no mês anterior, bem como um máximo no histórico disponibilizado pela entidade liderada por Carlos Costa que remonta ao início de 2013.

Este aumento aconteceu num mês típico das compras para a quadra natalícia, o que poderá justificar a respetiva aceleração, mas dá também seguimento a uma tendência. Há medida que as perspetivas económicas do país melhoram, também as famílias se sentem mais disponíveis assumir compromissos financeiros com créditos.

Essa aceleração tem resultado sobretudo na concessão de crédito pessoal sem finalidade específica e automóvel, categorias que atingiram em novembro um novo recorde.

No que respeita ao crédito pessoal sem finalidade específica, onde se inclui a aquisição de férias ou de bens para o lar, foram disponibilizados 279,1 milhões de euros. Este montante corresponde a um aumento de 5,4% face aos 264,8 milhões de euros que se tinha verificado em outubro. Já o total de empréstimos para a compra de carro ascenderam a 267,2 milhões de euros, em novembro, o que corresponde a um aumento de 5% face ao verificado no mês anterior. Estas duas finalidades representam conjuntamente mais de 80% do total do crédito ao consumo disponibilizado.

Também na finalidade de cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de crédito se registou um máximo de sempre. O crédito com esse fim ascendeu em novembro a 101,9 milhões de euros, 7,5% acima dos 94,8 milhões verificados no mês anterior.

A única exceção a essa tendência foi observada no crédito pessoal com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos. Nessa finalidade observou-se um recuo da concessão de crédito. Esse ascendeu a 6,7 milhões de euros, em novembro, ou seja 16% abaixo dos 7,95 milhões observados no mês anterior.

No acumulado do ano de 2017, até novembro, foram concedidos 6,1 mil milhões de euros em crédito ao consumo. Trata-se de um aumento de 15% face ao período homólogo (5,3 mil milhões de euros), com o total da concessão deste ano a superar já o global do ano de 2016.

(Notícia atualizada às 12h25 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedidos de regularização de precários totalizam 31.583

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2018

A grande maioria dos requerimentos (88,8% ou 28.040) foram entregues pelos próprios trabalhadores, enquanto 180 (0,6%) foram indicados pelos sindicatos ou Comissões de Trabalhadores.

O número de requerimentos apresentados para regularização de precários na administração pública ascendeu a 31.583, dos quais 180 (0,6%) foram indicados pelos sindicatos ou Comissões de Trabalhadores, revelam dados oficiais divulgados esta segunda-feira.

Segundo informação publicada no site do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), a grande maioria dos requerimentos (88,8% ou 28.040) foram entregues pelos próprios trabalhadores, dos quais 80,8% por via eletrónica. Apenas 2.516 precários entregaram o pedido de regularização em papel.

Os dados mostram que os serviços comunicaram 1.593 situações, correspondendo a 5% do total de requerimentos entrados. Destes, 180 casos foram indicados pelos sindicatos ou por Comissões de Trabalhadores, o que representa 0,6% do total de pedidos.

Já o número de pedidos entregues pelos trabalhadores com Contrato Emprego Inserção (CEI e CEI+) totalizaram 1.950, representando 6,2% do número global de requerimentos.

Os pedidos foram distribuídos pelas Comissões de Avaliação Bipartida (CAB) criadas nos vários ministérios, que apreciam e decidem sobre os requerimentos entregues pelos trabalhadores e pelos serviços.

A CAB da Saúde é a que regista maior número de requerimentos (8.516), seguida pela CAB da Educação (6.895), da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (5.981), do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (3.177) e da Administração Interna (1.624).

As comissões com menor número de requerimentos são as da Presidência do Conselho de Ministros (294), seguida da Economia (375), das Finanças (443), Ambiente (492), Justiça (662), Defesa (684), Agricultura (717), Cultura (823) e Planeamento e Infraestruturas (900).

Para a CAB dos Negócios Estrangeiros não foram apresentados dados.

A lei do PREVPAP entrou em vigor em 1 de janeiro e dá dez dias para a publicação da informação sobre o número de requerimentos entregues.

O diploma estabelece ainda que, no final da atividade de cada CAB, deve ser publicado o número de requerimentos admitidos e não admitidos, com indicação dos fundamentos mais frequentes de não admissão. Porém, essa informação ainda não foi disponibilizada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turismo: número de hóspedes sobe em novembro, mas proveitos desaceleram

  • Margarida Peixoto
  • 15 Janeiro 2018

A atividade turística continuou a bom ritmo no final do ano passado. Os dados do INE mostram o número de hóspedes e as dormidas a acelerar, mas os proveitos das empresas abrandaram o crescimento.

Cada vez mais hóspedes: os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o número de hóspedes, bem como o número de dormidas, registados pela hotelaria em Portugal continuou a acelerar em novembro. Contudo, os números dão conta de estadas mais curtas e mostram algum abrandamento no crescimento dos proveitos das empresas.

Segundo o INE, o número de hóspedes cresceu 10,2% face ao período homólogo e o número de dormidas registou um aumento de 8,8%. Ambos os valores representam uma aceleração do ritmo de crescimento face a outubro. Ainda assim, a estada-média registou uma quebra de 1,3% e o crescimento dos proveitos totais foi menos pronunciado, embora ainda elevado: 15,5%. Também os proveitos apenas de aposento aumentaram de forma expressiva (17,4%), mas menos do que em outubro.

Olhando para os dados de janeiro a novembro, verifica-se que 2017 foi um ano muito positivo quando comparado com 2016. Os resultados preliminares do INE apontam para um aumento de 8,7% no número de hóspedes, de 7,2% nas dormidas e um aumento de 16,5% dos proveitos totais.

No final de novembro, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, já tinha classificado o aumento das receitas do turismo esperado para 2017 como “o maior crescimento do século”. Agora, os dados de novembro mostram que o panorama continua bastante positivo, apesar da subida não ser sempre a acelerar.

Estadas médias mais curtas: menos de três noites

Segundo os dados do INE, face ao ano passado as estadas-médias estão a ficar mais curtas. No período de janeiro a novembro registou-se uma quebra de 1,4%, sendo o período médio de permanência de 2,81 noites.

Tanto em outubro, como em novembro o número de noites também diminuiu, tendo em novembro ficado nos 2,53. Segundo o boletim do INE, esta redução foi mais expressiva nos Açores e na Madeira (no Centro e no Alentejo até aumentou) e justificou-se exclusivamente pelos hóspedes não residentes — “no caso dos residentes houve um aumento de 3,5% neste indicador”, lê-se no boletim.

Ainda assim, a taxa de ocupação-cama subiu, em termos líquidos, para 53,3% na média dos 11 meses e para 37,1% só no mês de novembro.

Mais turistas brasileiros, norte-americanos e polacos

O número de turistas brasileiros, norte-americanos e polacos registou um crescimento expressivo, com subidas de 37,4%, 33,6% e 29,6%, respetivamente. Ao mesmo tempo, os turistas do Reino Unido — que são a maior fatia dos hóspedes estrangeiros — continuam a diminuir: a queda foi de 7,7%.

Mesmo assim, o Reino Unido continua a manter a liderança no peso dos hóspedes estrangeiros, representando 16% do total. De seguida estão os espanhóis (13%) seguidos pelos alemães (10%) que continuam a aumentar.

 

(Notícia atualizada)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Madrid reabre investigação por fraude fiscal a Xabi Alonso

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2018

Um tribunal de Madrid reabriu a investigação judicial ao antigo futebolista espanhol por suspeitas de fraude fiscal cometida entre 2010 e 2012, quando jogava no Real Madrid.

Um tribunal de Madrid reabriu a investigação judicial ao antigo futebolista espanhol Xabi Alonso por suspeitas de fraude fiscal cometida entre 2010 e 2012, quando jogava no Real Madrid.

A decisão da Audiência Provincial de Madrid ocorre praticamente um ano depois de o Ministério Público de Espanha ter recorrido do arquivamento da denúncia sobre o ex-futebolista de Bayern Munique, Real Madrid, Liverpool, Eibar e Real Sociedad.

O antigo médio espanhol foi um dos futebolistas denunciados por alegadas fraudes fiscais nos contratos de direitos de imagem, juntamente com os portugueses Ricardo Carvalho e Fábio Coentrão, entre outros.

A reabertura do processo pretende determinar se os contratos não seriam falsos e não teriam apenas efeitos na sua tributação.

As autoridade tributárias de Espanha denunciaram que Xabi Alonso tinha vendido os seus direitos de imagem a uma empresa radicada na Madeira, uma transação ‘simulada’, mas que o juiz de instrução arquivou, uma vez que a região autónoma portuguesa não é um paraíso fiscal e porque o ex-jogador apenas aproveitou a “perícia” dos seus assessores para encontrar uma solução mais vantajosa para os seus interesses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euro renova máximos de três anos. Já se aposta nos 1,25 dólares

BCE e Governo de coligação na Alemanha à vista dão força à moeda única. Euro acelera para máximos de mais de três anos.

O euro atingiu um novo máximo de três anos esta segunda-feira com os investidores confiantes de que o crescimento económico vai apertar a política monetária do banco central, enquanto os avanços para a formação de um Governo na Alemanha reforça o otimismo na região. E já se aposta na moeda única a valer 1,25 dólares.

Para já, o euro valoriza 0,72% para 1,2275 dólares, transacionando no valor mais alto desde dezembro de 2014, antes de o BCE ter anunciado o seu primeiro programa de compras de obrigações na zona euro.

Euro renova máximos de três anos

Na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) divulgou as atas da reunião de dezembro, que sugeriram que os membros de política monetária do banco central se prepara para reduzir os estímulos à economia. Mas não é apenas na zona euro onde se evidencia otimismo. No Japão, o governador Haruhiko Kuroda deixou uma visão positiva sobre a economia e inflação do país, colocando o iene em máximos de quatro meses face ao dólar.

“As subidas mais recentes do euro têm claramente a ver com o otimismo de que o Governo alemão está a mover-se em direção a um acordo de coligação”, disse Victoria Clarke, economista da Investec, à agência Reuters. “Isto segue-se a um movimento provocado pelas atas do BCE, que deixou as pessoas a pensar sobre quando o banco central voltará a subir os juros“, referiu ainda.

No mercado de opções há investidores a colocar ordens sobre o euro nos 1,24 dólares e 1,25 dólares, um patamar que a moeda única observou em novembro de 2014 pela última vez.

"As subidas mais recentes do euro têm claramente a ver com o otimismo de que o governo alemão está a mover-se em direção a um acordo de coligação. Isto segue-se a um movimento provocado pelas atas do BCE, que deixou as pessoas a pensar sobre quando o banco central voltará a subir os juros.”

Victoria Clarke

Economista da Investec

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Airbus poderá deixar de fabricar A380 se não receber novas encomendas

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2018

O programa do A380 está dependente de a transportadora de a Airbus receber ou não uma nova encomenda por parte da Emirates anunciou a fabricante de aviões europeia.

O construtor europeu de aviões Airbus terá que parar o programa do A380 se a transportadora Emirates não fizer uma nova encomenda, anunciou esta segunda-feira o diretor comercial, John Leahy.

“Muito honestamente, se não chegarmos a um acordo com a Emirates”, o principal cliente do gigante dos céus, “não haverá outra escolha senão parar o programa”, respondeu Leahy, ao ser questionado sobre o futuro do aparelho, sem encomendas há dois anos, durante a apresentação do balanço comercial do grupo em 2017.

“Continuamos a negociar com a Emirates, mas honestamente eles são provavelmente, neste momento, os únicos em condições no mercado a encomendar um mínimo de seis (aviões) por um ano por um período de oito a dez anos”, acrescentou, sublinhando “estar confiante” na possibilidade de chegar a acordo com a companhia do Golfo.

O construtor, que reduziu progressivamente o ritmo de construção daquele aparelho, espera uma encomenda em novembro, durante o salão aeronaútico no Dubai. Mas a transportadora, que em 2017 recebeu o 10.º A380, anunciou já uma encomenda de 40 Boeing 787-100.

Fabrice Bregier, o “número dois” do grupo, manifestou também o seu otimismo.

“A trajetória será de atrasar” a produção do A380 com 12 aparelhos entregues em 2018, disse o responsável, confirmando que o fabricante conta baixar este ritmo a “seis aviões por ano”.

“O desafio vai ser manter pelo menos este nível nos próximos anos, antes da substituição dos A380 (em serviço) e de novos mercados potenciais”, disse.

A Airbus quer prolongar a vida do projeto A380, o maior avião comercial do mundo. Desde que foi lançado, em 2007 e até ao final 2017, a Airbus recebeu 317 encomendas e entregou 221 aeronaves. A Emirates Airlines tem a maior frota de A380, com 142 pedidos e 101 aeronaves já entregues.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exportações da UE para a Rússia sobem 20% mesmo com sanções

Desde 2014 que a União Europeia impõe sanções económicas à Rússia. Contudo, em 2017, as relações comerciais entre os Estados-membros e a Rússia estão a fortalecer-se.

Apesar das sanções económicas impostas em 2014 e prolongadas até ao momento, a Rússia continua a ser um dos principais parceiros comerciais da União Europeia. E este fortalecimento verifica-se dos dois lados: entre janeiro a novembro, em 2017, as exportações dos Estados-membros para a Rússia subiram 20,2% e as importações com origem em Moscovo cresceram 23,4%. O saldo comercial degradou-se para o lado da UE.

Trocas comerciais entre a UE e a Rússia

Fonte: Eurostat. Comércio internacional de bens. De janeiro e a novembro de 2017.

Tal como em Portugal, 2017 foi um ano de crescimento do comércio internacional no conjunto da União Europeia. De janeiro a novembro, no total da União Europeia, as exportações de bens aumentaram 7,5% e as importações 10,1%, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat. O comércio dentro da UE intensificou nesse período. O mesmo aconteceu nas relações comerciais com o exterior, destacando-se a Rússia — uma tendência que tem vindo a verificar-se nos dados relativos a 2017.

De janeiro a novembro, as exportações de bens da UE para o exterior cresceram 8,7%. O destaque vai exatamente para um aumento de 20,2% das exportações com Moscovo como destino. Mesmo com as sanções económicas ativas devido ao conflito na Crimeia, a União Europeia exportou mais 13,4 mil milhões de euros para o território russo, em comparação com o mesmo período de 2016.

O mesmo aconteceu do lado das importações onde a base é maior dado que a UE importa muito combustível com origem russa. A valorização do barril de petróleo nos mercados internacionais em 2017, face a 2016, deverá explicar o aumento de 23,4% nas importações de bens, o que corresponde a mais de 25 mil milhões de euros. O défice comercial entre a UE e a Rússia aumentou para os 52,2 mil milhões de euros, o segundo mais elevado, logo após a China.

As sanções económicas à Rússia foram novamente prolongadas em dezembro pelo Conselho Europeu dado que o acordo de Minsk ainda não foi cumprido pelo lado russo. Em causa está a situação vivida em 2014 pelo conflito na Crimeia, uma região ucraniana ilegalmente anexada por Moscovo. As sanções têm como alvo os setores financeiros, energéticos e de defesa, prevendo, por exemplo, a proibição de exportação ou importação de armas entre a Rússia e a UE.

Desde 2014 que as relações comerciais entre os Estados-membros europeus e a Rússia se têm degradado devido às sanções económicas. Ainda assim, segundo o Eurostat, bens como máquinas, equipamento de transporte, químicos ou medicamentos são exportados para a Rússia. À União Europeia chega essencialmente petróleo e gás.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prova dos 9: Nova lei não aumenta dinheiro dos partidos?

São duas frases de António Costa que vão ser testadas na Prova dos 9 do ECO, à luz do diploma de Belém que vetou as novas regras do financiamento partidário.

O tema voltou a entrar na agenda este fim de semana, depois de Ana Catarina Mendes, no programa Parlamento da RTP, ter garantido que o PS mantém “todas as posições” sobre a polémica lei do financiamento partidário, desde o fim do teto da angariação de fundos à devolução integral do IVA.

António Costa foi confrontado com esta posição da secretária-geral adjunta do seu partido, e procurou justificar o facto de os socialistas insistirem numa lei que já foi vetada por Marcelo Rebelo de Sousa. À entrada para a reunião da Comissão Nacional do partido, o secretário-geral do PS fez duas afirmações:

As afirmações

  1. Não se trata de afrontar o Presidente da República, que foi aliás muito explícito na sua mensagem, não pondo nenhuma reserva de fundo quanto à lei” e “dizendo simplesmente que deveria ter sido objeto de um debate mais alargado”.
  2. Esse debate permitirá perceber-se que [a nova lei] não terá qualquer interferência sobre processos de impugnação fiscal relativos ao IVA que estão em tribunal e que não aumenta o dinheiro público ou privado a favor dos partidos”.

Os factos

É verdade que no diploma em que vetou as novas regras o Presidente da República “simplesmente” pediu “um debate mais alargado”? E é verdade que as alterações propostas à lei não aumentam “o dinheiro público ou privado a favor dos partidos”?

O ECO foi testar estes duas afirmações do primeiro-ministro à luz do diploma publicado no dia 2 de janeiro no site da Presidência da República em que Belém devolveu, “sem promulgação, o decreto da Assembleia da República respeitante ao financiamento partidário”.

Nessa comunicação, Marcelo recorda que o decreto submetido à promulgação contém dois tipos de matérias: a primeira, que esteve na base da sua elaboração, respeita à fiscalização das finanças partidárias pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos e pelo Tribunal Constitucional. Esta parte não suscitou reservas a Belém.

A segunda parte do decreto, que Marcelo qualificou como “outras disposições avulsas”, e que dizem respeito ao modo de financiamento dos partidos, já não encontrou tanta simpatia por parte do Presidente da República.

No diploma, Marcelo recorda que sobre esta matéria há várias posições: desde aqueles que defendem a redução drástica das receitas e das despesas partidárias, aos que querem um “aumento sem limites”, passando por soluções intermédias de ajustamentos periódicos do limite. E ainda há correntes que defendem um financiamento público, outros privado e ainda uma terceira via que passa por soluções mistas.

Então por que é que Marcelo resolveu chumbar o diploma? A resposta a esta pergunta permite fazer a Prova dos 9 às duas frases de António Costa.

Prova dos 9

1. Não se trata de afrontar o Presidente da República, que foi aliás muito explícito na sua mensagem, não pondo nenhuma reserva de fundo quanto à lei” e “dizendo simplesmente que deveria ter sido objeto de um debate mais alargado”.

É verdade que Marcelo, ao elencar as várias posições possíveis sobre esta matéria, não coloca “nenhuma reserva de fundo quanto à lei”. Mas não a chumbou “simplesmente” porque “deveria ter sido objeto de um debate mais alargado”.

É verdade que Belém pediu “publicidade e transparência” na discussão da lei, mas a razão objetiva aventada para o chumbo foi a ausência de “uma palavra justificativa na Exposição de Motivos”, ou seja, segundo Marcelo “o que não pode haver é decisão sem que seja apresentada qualquer justificação para a opção do legislador”.

Resumindo, é verdade que o Presidente pede um debate mais alargado, mas não é “simplesmente”. Pede mais: quer saber as razões e os motivos que justificam a proposta de alteração à lei.

2.Esse debate permitirá perceber-se que [a nova lei] não terá qualquer interferência sobre processos de impugnação fiscal relativos ao IVA que estão em tribunal e que não aumenta o dinheiro público ou privado a favor dos partidos”.

Recorde-se que o PS tem várias ações no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa contra a Autoridade Tributária por recusa de reembolso do IVA gasto em várias campanhas eleitorais. A dúvida se a nova lei se aplica de forma retroativa colocou-se já que na redação, os deputados escreveram que “a presente lei se aplica aos processos novos e aos processos pendentes à data da sua entrada em vigor que se encontrem a aguardar julgamento”.

Sobre este ponto específico, a comunicação do Presidente da República é omissa. Mas a frase de António Costa em que o primeiro-ministro assume que a nova lei “não aumenta o dinheiro público ou privado a favor dos partidos” encontra resposta na nota da Presidência. E não é concordante com a visão de António Costa. Escreve o Presidente da República que as alterações propostas representam “uma mudança significativa no regime em vigor: o fim de qualquer limite global ao financiamento privado e, em simultâneo, a não redução do financiamento público, traduzida no regime de isenção do IVA. Tudo numa linha de abertura à subida das receitas, e, portanto, das despesas dos partidos.

Resumindo, na leitura de Marcelo, as alterações à lei, se aprovadas, iriam resultar em mais dinheiro público ou privado em favor dos partidos. Aliás, os partidos nem sequer pediram um estudo para avaliar impacto financeiro da lei, tal como o ECO noticiou este sábado.

À luz do diploma de Belém que devolveu, sem promulgação, a lei ao Parlamento, as duas afirmações de António Costa — a de que Marcelo chumbou “simplesmente” porque “deveria ter sido objeto de um debate mais alargado” e a de que a nova lei não aumenta o dinheiro público ou privado a favor dos partidos — estão erradas.

A lei do financiamento partidário será reapreciada depois do congresso do PSD, agendado para dos dias 16 a 18 de fevereiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angola com inflação acima dos 23% em 2017

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2018

Em todo o ano de 2017 a subida acumulada nos preços foi 23,67%, registo muito superior à previsão de 15,8% para o período entre janeiro e dezembro que o Governo inscreveu no Orçamento Geral do Estado.

A taxa de inflação em Angola acelerou 1,20% entre novembro e dezembro, o segundo valor mensal mais baixo do último ano, mas com o acumulado a 12 meses acima dos 23%, furando as previsões do Governo para 2017.

De acordo com o relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano sobre o comportamento da inflação, divulgado esta segunda-feira, este registo contrasta com o pico de 2017, entre setembro e outubro, período em que os preços em Angola aumentaram 2,39%, logo após as eleições gerais de agosto. O pico da inflação mensal em Angola nos últimos anos registou-se em julho de 2016, quando, no espaço de um mês, segundo o INE, os preços registaram um aumento médio de 4%.

Entre janeiro e dezembro de 2016 (12 meses) os preços em Angola subiram praticamente 42%, segundo os relatórios anteriores do INE com o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN).

Em todo o ano de 2017 a subida acumulada nos preços foi 23,67%, registo muito superior à previsão de 15,8% para o período entre janeiro e dezembro que o Governo inscreveu no Orçamento Geral do Estado.

A subida de preços em dezembro foi influenciada sobretudo pelos setores Bens e Serviços Diversos, com 2,01%, na Habitação, Água, Eletricidade e Combustíveis, com 1,82%, Vestuário e Calçado, com 1,69%, e Lazer, Recreação e Cultura, com 1,65%.

Os aumentos de preços no último mês do ano foram liderados pelas províncias do Moxico (2,16%), Lunda Norte (1,82%), Zaire (1,72%), Cabinda (1,64%) e Lunda Sul (1,60%), enquanto as com menor variação foram as de Luanda (1,13%), Benguela (1,19%), Malanje (1,20%), Bengo (1,23%) e Huíla (1,25%).

Desde setembro de 2014 que a inflação em Angola não para de aumentar, acompanhando o agravamento da crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacional do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo, nomeadamente dos alimentos.

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Angola, Ricardo Velloso, alertou em 2017, em Luanda, para a necessidade de medidas que ajudem a diminuir a elevada inflação que o país ainda apresenta. A preocupação atual do FMI mantém-se à volta da necessidade de relançar o crescimento económico angolano “de uma maneira duradoura para os próximos anos”, além de baixar a inflação mensal dos atuais 2% a 2,5% ao mês para “níveis mais aceitáveis”, bem como sobre “como continuar a reforçar o sistema bancário e financeiro do país”, explicou o economista.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Millennium Bank na Polónia multado em 4,8 milhões de euros

O banco do BCP na Polónia foi multado em 4,8 milhões de euros, devido a queixas recebidas pelos consumidores sobre a inclusão de cláusulas que poderiam conter informação enganosa.

O Millennium Bank, na Polónia, foi multado em 20 milhões de zlotys (cerca de 4,8 milhões de euros), após várias queixas por parte dos clientes relacionadas com informação enganosa. A decisão foi tomada a 29 de dezembro e o banco poderá ainda recorrer da decisão.

A coima foi aplicada pelo UOKiK, o regulador para as questões concorrenciais e para a proteção do consumidor polaco, e surge na sequência de várias reclamações recebidas por parte dos consumidores sobre a inclusão de cláusulas que poderiam conter informação enganosa, relacionada com a conversão de montantes que constavam em créditos imobiliários concedidos em francos suíços.

A notícia foi divulgada esta segunda-feira e, na nota de imprensa, consta que a decisão foi tomada a 29 de dezembro. O banco já avançou que vai recorrer da decisão. Detido em 50,1% do Banco Comercial Português, o Millennium Bank já não está a praticar este tipo de irregularidade mas, mesmo assim, a coima será aplicada. Os clientes visados serão notificados da decisão.

(Notícia atualizada às 11h25 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Europac aposta em especialização e aponta para fábrica em Portugal

  • ECO
  • 15 Janeiro 2018

Empresa da indústria papeleira aposta em especialização orientada para o setor automóvel. Fábrica em Portugal está incluída neste plano.

A empresa da indústria papeleira Europac está a apostar em áreas distintas de especialização na tentativa de que os seus produtos de embalagem sejam “mais do que uma commodity”, conforme afirmou o diretor-geral da divisão de ‘packaging’, Carlos Larriba. E uma dessas áreas é a chamada ‘heavy duty’, orientada para o setor automóvel, escreve o Cinco Días.

A empresa espera impulsionar esta área sobretudo em Espanha, através de uma especialização mais forte nas fábricas de Rouen (França), Torrelavid (Barcelona) e Gilhabreu (Portugal).

“As fábricas de automóveis em Espanha têm muito peso, bem como os fornecedores. A fábrica em Portugal aproxima-nos do polo de produção da PSA em Vigo e Mangualde (Portugal) e em Barcelona coloca-nos na esfera de influência da Seat”, refere o responsável.

A possibilidade desta especialização no âmbito da indústria automóvel surgiu com a compra da fábrica de Rouen em 2010, que era “pequena”, mas “muito orientada para este tipo de clientes, em especial a Renault”, avança ainda Larriba. “Rouen pedia dinheiro e agora está a aumentar o seu EBITDA em 10% ao ano”, diz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.