Petrobras fora da lista de privatizações das empresas brasileiras

  • Lusa
  • 22 Agosto 2019

Executivo lembra que algumas filiais da petrolífera já foram concessionadas à iniciativa privada, mas nega que a principal área da atividade possa ser privatizada a curto prazo.

A lista de nove empresas públicas brasileiras a serem privatizadas deixa de fora a Petrobras e inclui companhias na área das infraestruturas, os Correios e a Casa da Moeda, anunciou esta quarta-feira o Governo do Brasil.

O ministro da Presidência, Onyx Lorenzoni, disse que a petrolífera brasileira, apesar das várias especulações, não está na lista de empresas públicas a vender ao setor privado, negando essa hipótese a curto prazo.

“Estamos a ver passo a passo. A Petrobras é gigantesca” e foi “alvo de um ataque de corrupção”, apontou o governante, explicando que algumas filiais da petrolífera já foram concessionadas à iniciativa privada, mas negou que a principal área da atividade possa ser privatizada a curto prazo.

O ministro, que apresentou a lista numa conferência de imprensa em Brasília, capital do país, não especificou qual a verba que o Governo planeia receber, nem os prazos de venda, dizendo apenas que espera que seja rápido.

O objetivo do programa de privatizações do executivo é reduzir aos mínimos a intervenção do Estado e “permitir que a iniciativa privada e os investidores internacionais participem na prestação de serviços à sociedade”, disse Onyx Lorenzoni, acrescentando que este plano “permitirá ao Estado ser mais eficiente naquelas áreas que são mais exclusivas, como a segurança e parte da educação”.

A lista inclui a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a Casa da Moeda, a Telebras, a Companhia Docas do Estado de São Paulo, Companhia Armazéns Gerais de São Paulo, a Empresa Gestora de Ativos, a Agência Gestora de Fundos e Garantias, o Serviço Federal de Processamento de Dados e a Empresa de Tecnologia e Informações da Segurança Social.

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Qual a profissão mais bem paga do país?

É no ramo da indústria que se encontra a profissão mais bem paga de Portugal. O rendimento bruto anual pode alcançar quase 200.000 euros. Com estas pistas, tem algum palpite?

O final do mês está a aproximar-se. É sinal de que o salário da maioria dos trabalhadores está prestes a entrar nas suas contas bancárias. É um momento importante, sobretudo tendo em conta que muitas despesas são pagas conforme o dia em que se recebe o salário. Contudo, nem todos os portugueses recebem a mesma quantia.

Há determinadas profissões em que, normalmente, o ordenado é bem mais “robusto” do que noutras. Mas, afinal qual é a profissão mais bem paga do país? O ECO foi tentar obter a resposta a esta pergunta e, com recurso aos dados compilados pela empresa de recrutamento Michael Page, descobriu que em termos médios, a função mais bem paga em Portugal é a de um diretor-geral de indústria.

A remuneração bruta anual deste profissional pode atingir os 170.000 euros, o que, mensalmente, significa um salário superior a 12.000 euros. Entre as principais funções de um diretor-geral do setor industrial, está a definição e implementação de uma estratégia de desenvolvimento do negócio, a coordenação da área industrial (produção e manutenção) e a articulação com a área comercial.

E, apesar de a Michael Page salientar que há diferenças entre a região de Lisboa e a região do Porto, quanto a esta profissão não há dúvidas. O diretor-geral de uma empresa do setor industrial é o profissional que aufere o salário mais elevado, independentemente da localização.

Por outro lado, no pódio das profissões mais bem pagas, as posições que seguem ao primeiro lugar variam conforme a localização. Em Lisboa, o segundo lugar do pódio é partilhado por duas profissões, que podem alcançar um rendimento bruto anual de 160.000 euros (cerca de 11.428 euros por mês). Falamos do diretor-geral de uma empresa do setor do retalho e, também, de um diretor jurídico.

Enquanto o diretor-geral de retalho assume tarefas semelhantes às de um diretor-geral no setor da indústria, o diretor jurídico supervisiona o trabalho dos membros da assessoria jurídica, negoceia contratos e investimentos, coordena assessorias externas e acompanha os assuntos jurídicos mais importantes da empresa.

Ainda no pódio lisboeta, com um rendimento bruto de 140.000 euros anuais, o shared service center director — cuja principal função é desenvolver o centro de serviços partilhados numa organização eficaz e eficiente — assume o terceiro lugar deste ranking das profissões mais bem pagas. Isto na região de Lisboa, porque no Porto a segunda e terceira posições das funções com rendimentos mais elevados são outras.

A norte, o diretor médico — responsável pela gestão de estudos clínicos, pela orientação das equipas e pelo desenho de protocolos — é a segunda profissão mais bem paga, com uma remuneração anual bruta que pode alcançar os 130.000 euros. Já o plant manager, que assume as tarefas de gestão da equipa da fábrica, produção, otimização e manutenção e segurança, entra no ranking diretamente para a terceira posição, podendo chegar a juntar, no final do ano, 125.000 euros.

De acordo com os dados da Michael Page, da lista de profissões mais bem pagas do país fazem, ainda, parte o diretor de sistemas de informação — que receberá, por ano, entre 98.000 euros e 100.000 euros — e chief information officer (CIO) — com um rendimento bruto anual que varia entre os 109.200 euros e os 120.000 euros.

Quanto custa carregar a bateria do seu telemóvel? Quantas árvores são precisas para fazer uma resma de papel? Quanto custa fazer uma prancha de surf? Quantos casamentos se fazem em agosto? De segunda a sexta-feira, até ao final de agosto, o ECO dá-lhe a resposta a um “Sabia que…”.

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Entre as montanhas de Jackson Hole, bancos centrais procuram fuga à avalanche da recessão

Arranca esta quinta-feira o simpósio onde investidores vão procurar sinais sobre o curso da política monetária nos próximos meses. Pressionado por Trump e pela economia, Powell vai centrar atenções.

O vale de Jackson Hole, no estado norte-americano do Wyoming, é o lugar de encontro anual de banqueiros centrais, economistas e decisores políticos. Este ano, o simpósio tem como tema os “desafios da política monetária” e — sob a ameaça de uma recessão eminente –, não lhes faltará tema de debate. Do lado de fora, os investidores vão estar particularmente atentos à procura de sinais sobre qual será a estratégia a seguir.

“Dez anos após a crise financeira, os decisores de política monetária enfrentam uma série de desafios enquanto procuram alcançar os seus mandatos”. É este o mote do simpósio, que é organizado pela Reserva Federal norte-americana (Fed) e que decorre entre esta quinta-feira e o próximo sábado.

“Ritmos diferentes de recuperação levaram os bancos centrais a traçarem diferentes cursos de normalização da política monetária no seguimento de um período em que a maior parte dos bancos centrais usaram tanto ferramentas convencionais como não convencionais de política monetária em resposta à grande recessão. Se alguns bancos centrais estão a aproximar-se de um quadro político neutral, outros ainda não começaram o processo de remoção da política acomodatícia“, admite a Fed, que organiza o simpósio.

É este o cenário atual. Os maiores bancos centrais do mundo, incluindo a Fed e o Banco Central Europeu (BCE), fizeram afundar os juros de referência para mínimos históricos e lançaram programas de estímulos monetários para aumentar a liquidez nos mercados. No caso da Fed, a taxa de referência atingia um intervalo entre 0% e 0,25% em dezembro de 2008 e assim se manteria ao longo de sete anos.

O processo de normalização nos EUA começaria em dezembro de 2015, com a primeira subida dos juros. Nos dois anos seguintes, seriam mais oito aumentos, acompanhados do fim da compra de dívida no mercado e do início da limpeza destes títulos da folha de balanço.

"Diferentes condições económicas entre os países e os correspondentes quadros de política monetária apresentam uma série de desafios para os decisores políticos.”

Reserva Federal de Kansas City

Powell vs Trump

No entanto, as perspetivas do fim do ciclo económico (que nos EUA é já o mais longo de sempre) e o impacto da guerra comercial na economia global determinaram uma mudança de discurso. A 31 de julho, o presidente da Fed Jerome Powell anunciou o primeiro corte nos juros de referência desde 2008, para o atual intervalo entre 2% e 2,25%.

O ponto alto do simpósio será, por isso, o discurso de Powell na sexta-feira, às 15h (hora de Lisboa), em que o líder do banco central dos EUA poderá confirmar a expectativa do mercado: de que no próximo mês irá cortar os juros em mais 0,25 pontos percentuais. Em alternativa, poderá sinalizar um corte ainda maior (de 0,50 pontos) ou indicar que a redução de julho foi um estímulo pontual à economia e não o início de uma série.

Mas Powell não será o único líder norte-americano a centrar atenções. O presidente dos EUA, Donald Trump, poderá estar presente, mesmo sem se deslocar até Wyoming, tal como fez quando os banqueiros centrais se encontraram em Sintra, em junho.

Apesar da tradição de separação de poderes que garante a independência do banco central, Trump tem sido crítico da atuação de Powell. O presidente pede mais cortes nos juros e, só este mês, já acusou a Fed de “algemar” a economia norte-americana, de ser “demasiado orgulhosa para admitir que fez um disparate” e de ser “incompetente”.

Philip Lane, Sabine Lautenschläger, Benoît Cœuré e Jerome Powell (Fotomontagem: Lídia Leão / ECO)

Draghi ausente

Se nos EUA, o cenário é este, na Zona Euro é diferente. O BCE faz parte do segundo grupo a que se refere a Fed: o dos bancos centrais que ainda nem começaram a normalização e já têm de lidar com as perspetivas de uma nova crise. O presidente do BCE, Mario Draghi, será uma das ausências mais importantes, especialmente dada a expectativa sobre o que anunciará em setembro, na última reunião que será presidida pelo italiano antes de abandonar o cargo.

Em julho, Draghi reconhecia que “o outlook económico está cada vez pior” e anunciava que o “Conselho de Governadores está determinado a agir”. Ficou assim aberta a porta a que sejam detalhados um “pacote de estímulos” em que “nenhum instrumento está absolutamente excluído”.

Draghi, que é conhecido pela capacidade de mexer com os mercados financeiros, não estará, no entanto, presente para encaminhar os investidores. O BCE será representado por Philip Lane (economista-chefe), Benoît Cœuré e Sabine Lautenschläger (ambos membros do conselho executivo). Apesar de todos (especialmente os dois primeiros) poderem falar em nome do regulador da Zona Euro, a expectativa não é elevada.

"Quando a próxima recessão vier, e é inevitável que venha, decisores políticos poderão ter de usar todas as ferramentas disponíveis disponíveis para maximizar o seu efeito conjunto. Isto significa apoiar a procura através de estímulos monetários e orçamentais onde for possível.”

Christine Lagarde (5 de junho de 2019)

Quem ainda não se sabe se estará presente é a sucessora de Draghi, Christine Lagarde. A francesa costuma ser presença assídua em Jackson Hole, mas mesmo que participe, este ano, não deverá ter um lugar de destaque tendo em conta que já se demitiu do cargo de diretora-geral do Fundo Monetário Internacional e ainda não assumiu funções como presidente do BCE.

Além disso, desde que a mudança foi tornada pública que Lagarde não tem feito declarações públicas, mas a sua posição é conhecida. “Quando a próxima recessão vier, e é inevitável que venha, decisores políticos poderão ter de usar todas as ferramentas disponíveis disponíveis para maximizar o seu efeito conjunto. Isto significa apoiar a procura através de estímulos monetários e orçamentais onde for possível“, dizia Lagarde, em junho.

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Quatro pré-avisos de greve em cinco meses. O que mudou no discurso dos sindicatos?

Os motoristas de matérias perigosas voltaram a anunciar uma paralisação, dias depois de terem terminado uma greve. Desta vez, tem um tempo definido e incide apenas sobre as horas extraordinárias.

Desde abril deste ano, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) já delineou quatro pré-avisos de greve, o último anunciado nesta quarta-feira, três dias depois de terminar a paralisação iniciada a 12 de agosto. Apesar de serem avançados pela mesma estrutura, existem diferenças entre os pré-avisos entregues, nomeadamente no âmbito e duração da greve.

As diferenças deste aviso prévio para os que o precederam começam logo no facto de esta se tratar de uma greve ao trabalho suplementar, feriados e fins de semana, ao contrário das últimas, que eram greves gerais. E, precisamente por estarem “assegurados os horários de função”, já que incidirá somente sobre as horas de trabalho acima das oito horas nos dias úteis, o sindicato decidiu não propor serviços mínimos, como explicou o seu líder, Francisco São Bento.

É de 7 a 22 de setembro que a próxima greve está agendada, um período de cerca de duas semanas. Nos últimos pré-avisos só foi definida a data de início da greve, sendo por um período indeterminado. De ambas as vezes que a greve se realizou, não chegou a durar mais de uma semana. Em abril durou quatro dias e em agosto prolongou-se de segunda-feira até domingo.

O primeiro documento a dar conta de que uma greve estava para vir foi entregue em abril. Aí, definia-se que os motoristas iam fazer uma greve nacional por tempo indeterminado para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. A greve avançou mesmo, a 15 de abril, e fez parar o país numa altura próxima das festividades da Páscoa.

A greve chegou ao fim depois de alcançado o compromisso entre o sindicato e a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários Públicos de Mercadorias (Antram) de “encetar um processo de negociação coletiva” até 31 de dezembro deste ano, segundo o acordo assinado.

Menos de um mês depois, houve novo volte-face nas negociações e foi entregue novo pré-aviso, mas que acabou por não ser cumprido. A greve, que estava marcada para 23 de maio e que iria continuar por tempo indeterminado, foi desconvocada, depois de o sindicato chegar novamente a acordo com a Antram. Na altura o caderno reivindicativo dos motoristas incluía, além de uma remuneração base de 1.200 euros, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma.

Entre as exigências dos motoristas encontrava-se ainda a obrigatoriedade do patrocínio pelas entidades patronais de acompanhamento médico anual aos motoristas expostos a substancias tóxicas e nocivas e o “respeito pelo direito a retribuição e ao horário de trabalho diurno, noturno e suplementar, traduzindo-se num aumento substancial dos valores remuneratórios e na abolição de esquemas remuneratórios que visam a fuga aos impostos e a perca de direitos dos motoristas”.

Esta mesma paralisação acabou por ser recuperada em agosto, com o SNMMP a acusar a Antram de ter recusado “formalmente cumprir com o que se comprometeu”. O aviso prévio de greve que foi entregue a 15 de julho, com quase um mês de antecedência, foi elaborado em conjunto com o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que apontava também o dedo ao empregador de não ter “mostrado a intenção de aceitar nenhuma das propostas” do sindicato.

Os sindicatos exigiam um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022, de 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022. Queriam também um novo contrato coletivo de trabalho, bem como o aumento do valor das ajudas de custo.

Para esta greve, o sindicato propunha serviços mínimos de 25% em todo o território nacional, e assegurar na totalidade o “abastecimento de combustíveis e matérias perigosas a hospitais, centros de saúde, clínicas de hemodiálise e outras estruturas de prestação de cuidados de saúde inadiáveis, estabelecimentos prisionais, bases aéreas, serviços de proteção civil, bombeiros, forças de segurança e unidades autónomas de gaseificação”.

Desta vez, o SNMMP volta a avançar sozinho para a greve, ainda que convidando mais motoristas a juntarem-se ao protesto, depois de falharem as negociações com a entidade patronal ainda antes de começarem. O sindicato não aceitou continuar com a mediação do Governo a não ser que fossem aceites certos “princípios”.

Estas reivindicações são que “sejam respeitadas Leis nacionais no que toca às horas extra e que seja aplicado aos motoristas de matérias perigosas um acrescento de 50 euros no subsídio“, o qual foi fixado (e criado), depois da ameaça da greve de maio, nos 125 euros. O sindicato justifica a greve com a recusa destas garantias.

O líder do SNMMP indicou ainda, durante o anúncio deste pré-aviso de greve, pouco mais de duas semanas antes da data definida, que a paralisação visa “provar que as empresas funcionam com base no caráter extraordinário do trabalho destes trabalhadores”, ou seja, o sindicato procura comprovar que “as empresas apenas funcionam” assentes em trabalho extra dos seus motoristas.

No aviso prévio para setembro, ao qual o ECO teve acesso, o sindicato aponta que “o recurso a esta greve faz-se como derradeira forma de luta pelos direitos destes trabalhadores, que trabalham de forma desumana, alguns expostos a mais de 15 horas de trabalho diárias, que se traduz num grave perigo para a segurança dos mesmos, e para a segurança pública em geral, ampliada pelas matérias que os mesmos transportam”.

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CGD pode rever contas. Lucro 157 milhões acima do anunciado

Paulo Macedo anunciou que a CGD aumentou os lucros para 282,5 milhões no semestre. Mas as contas devem ser revistas para contabilizar vendas em Espanha e África do Sul. Ainda falta 'ok' do regulador.

Apresentação de resultados do 1º semestre da CGD - 30JUL19
Paulo Macedo anunciou a 30 de julho que a Caixa lucrou 282,5 milhões no primeiro semestre.Hugo Amaral/ECO

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou no final de julho um lucro de 282,5 milhões de euros relativo ao exercício da primeira metade do ano, mas as contas do semestre ainda não estão fechadas. O resultado final poderá ter de ser revisto em alta pelo banco público, estando em cima da mesa a possibilidade de engordar mais 157 milhões de euros, o que seria uma boa notícia para os dividendos do Estado.

Com o processo de venda das subsidiárias em Espanha e África do Sul perto do fim, caso os reguladores deem luz verde a ambas as transações até ao dia 30 de setembro, a CGD poderá ter de refletir o impacto das alienações dos dois bancos nas contas do primeiro semestre devidamente auditadas e fechadas.

Foi isto que explicou José de Brito, administrador financeiro da CGD, durante a conference call com os analistas do dia 31 de julho, um dia depois de Paulo Macedo ter anunciado uma subida de 45% do lucro no primeiro semestre.

“Como sabem, estas informações ainda não são auditadas, mas o processo de auditoria vai decorrer até final de setembro. Se a aprovação regulatória para a venda destas duas subsidiárias ocorrer antes do fecho do processo de auditoria, precisaremos de rever as contas do primeiro semestre dado que isto constitui um evento subsequente ajustável“, começou por dizer José de Brito aos analistas.

“Assim, no relatório final que vamos publicar até 30 de setembro, pode acontecer que esta alteração tenha de ser refletida. Se for esse o caso para ambas as subsidiárias, esperamos um impacto positivo no lucro dos primeiros seis meses de 157 milhões de euros, que tem a ver com a diferença entre o preço que será pago pelos compradores das duas subsidiárias e o preço que estava registado nas nossas contas, porque, como sabem, nós fizemos uma provisão muito substancial no final de 2017 relativamente a estes dois processos de venda”, completou o administrador na conference call.

Ao ECO, fonte oficial do banco confirmou este cenário, lembrando que “o valor pode ainda ser alvo de algum ajustamento até ao momento final da venda”.

“A Caixa continua à espera das autorizações regulamentares habituais nestes processos (concorrência e banco central) na expectativa que, em ambos os casos, os processos se concluam até final do ano”, acrescentou a mesma fonte.

Em contabilidade, são considerados eventos subsequentes aqueles que ocorrem entre o fim do período do exercício e o anúncio dos resultados finais. Em determinadas situações, um evento subsequente pode obrigar a empresa ou banco a alterar as contas.

No caso da Caixa, se obtiver nas próximas semanas as autorizações dos reguladores para a venda do espanhol Banco Caixa Geral ao Abanca, por 368 milhões de euros, e do sul-africano Mercantile Bank ao Capitec Bank, por 201 milhões, a mais-valia líquida das duas transações poderá traduzir-se num crescimento do lucro do semestre passado dos 285 milhões já anunciados por Paulo Macedo para perto dos 440 milhões de euros.

Numa altura em que a banca antecipa tempos difíceis devido aos juros baixos do Banco Central Europeu (BCE), incluindo o banco público, este encaixe extraordinário poderá ser boa notícia para as contas públicas. A Caixa pagou este ano os primeiros dividendos ao Estado desde 2010, no valor de 200 milhões de euros, após lucros de 500 milhões em 2018. Com os bons resultados no primeiro semestre, há sinais positivos para um dividendo mais “gordo” no próximo ano, mantendo-se um payout de 40%.

Primeira ida ao mercado já no início de 2020

A Caixa vai ter de emitir 2.000 milhões de euros em dívida subordinada até ao final de 2022 no âmbito do chamado MREL (requisito mínimo de fundos próprios e créditos elegíveis), que obriga os bancos europeus com importância sistémica a constituir uma almofada financeira adicional para fazer face dificuldades. E a primeira emissão pode acontecer já no início do próximo ano, revelou José de Brito, na mesma conference call com os analistas.

“Ainda estamos a trabalhar no tamanho e timing [da operação], mas a nossa expectativa é sermos capazes de talvez ir ao mercado no primeiro trimestre de 2020. Ainda não decidimos a subordinação da emissão. Ainda estamos a trabalhar nisso e, assim que tivermos um plano de financiamento mais claro, iremos divulgá-lo. Admito que isso poderá acontecer nas contas do terceiro trimestre”, referiu o administrador financeiro.

Sobre este tema, o banco adiantou ao ECO que a operação está “sujeita às condições de mercado”. Havendo condições, “à partida será um tamanho benchmark (mínimo 500 milhões de euros) de dívida senior preferencial ou não preferencial”. Mas “o montante e o formato não estão totalmente definidos”, disse a mesma fonte.

Na apresentação dos resultados, Paulo Macedo disse que o valor era “perfeitamente acomodável” com o plano de financiamento. Mas deixou críticas a esta imposição regulatória, referindo que a Caixa tem excesso de liquidez e “não precisa da dívida que vai emitir no âmbito do MREL”.

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Brasil e México também podem avançar com estímulos

Líderes dos bancos centrais de duas das maiores economias do mundo estão preocupados com fraco crescimento e sinalizaram, em eventos separados, que podem surgir novos estímulos monetários.

Em mais um sinal de que a economia global está a enfrentar problemas, os líderes dos bancos centrais o Brasil e do México — duas das maiores economias do mundo — alertaram esta quarta-feira para a pressão que o baixo crescimento está a ter na inflação e sugeriram que podem avançar com cortes nas taxas de juro de referência em breve.

Pouco a pouco, as maiores economias do mundo vão sentindo o abrandamento e as autoridades começam a dar sinais de que será tempo para agir. A Alemanha sugeriu que esse pode vir a ser o caminho no passado domingo. Nos EUA, a administração norte-americana está a avaliar as suas opções. A Reserva Federal já cortou os juros e o Banco Central Europeu está a preparar mais estímulos, que podem surgir na última reunião de Mario Draghi enquanto presidente da instituição.

Esta quarta-feira foi a vez dos líderes de duas das maiores economias do mundo sinalizarem que o caminho poderá passar por novos estímulos à economia. Em dois eventos separados, os governadores do Banco Central do Brasil e do Banco Central do México disseram que a pressão sobre a inflação do abrandamento económico poderá levar a novos cortes das taxas de juro.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, disse num encontro no Senado brasileiro que, apesar de a ação do banco central depender dos dados económicos que surgirem, a evolução dos riscos e as expetativas de inflação, o fraco crescimento económico que exige novos estímulos de política monetária.

A economia do Brasil sofreu uma contração no primeiro trimestre do ano e conhecerá na próxima semana os dados do segundo trimestre, com os investidores na expetativa para saberem se a economia volta a entrar em recessão.

Já no caso do México, a economia da América Central escapou por pouco à entrada em recessão no segundo trimestre, mas o impacto da guerra comercial entre os EUA e a China, e as medidas restritivas impostas ao comércio com os EUA pela administração norte-americana não auguram um final do ano fácil.

O governador do Banco Central do México, Alejandro Diaz de Leon, disse que a economia mexicana está a crescer abaixo do potencial e que esse desempenho fraco está a tornar-se mais evidente numa conjuntura de abrandamento económico global.

O Banco Central do México já cortou a sua taxa de juro de referência no mês passado, de 8,25% para 8%, uma decisão que surpreendeu os analistas e que não foi consensual dentro do próprio banco central. Mas o seu governador voltou a referir a existência de pressões deflacionárias que podem exigir mudanças.

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Alemanha e Reino Unido contra regresso da Rússia ao G7 para já

  • Lusa
  • 21 Agosto 2019

Angela Merkel e Boris Johnson estiveram reunidos em Berlim para discutir como se fará a saída do Reino Unido da União Europeia e aproveitaram para responder à sugestão de Donald Trump: para já, é não.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disseram esta quarta-feira em Berlim ser prematuro considerar o regresso da Rússia ao G7, uma ideia avançada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Merkel reconheceu alguns “movimentos ténues” na aplicação dos acordos de paz na Ucrânia Oriental”, numa conferência de imprensa com o seu homólogo britânico Boris Johnson.

“Se houvesse progressos com certeza que teríamos uma situação nova”, acrescentou Angela Merkel, referindo que “não foi possível avançar mais”.

Boris Johnson, que efetuou à Alemanha a sua primeira deslocação ao estrangeiro desde que assumiu a chefia do Governo britânico, no passado dia 26 de julho, concordou com as palavras da chanceler alemã.

“Penso da mesma maneira que a chanceler, que a situação que permitirá o regresso da Rússia ainda está por concretizar”, vincou.

O primeiro-ministro britânico destacou as “provocações” da Rússia não somente na Ucrânia, mas em múltiplas outras ocasiões, citando “o uso de armas químicas em solo britânico”, em Salisbury, quando um ex-agente duplo russo e a sua filha caíram em coma após terem entrado em contacto com o agente neurotóxico Novitchok, em março de 2018. A Rússia negou sempre a sua implicação no caso.

O Presidente francês Emmanuel Macron, por seu lado, considerou também hoje, em Paris, ser “pertinente que a prazo a Rússia possa regressar ao G8”, de que foi excluída em 2014 na sequência da invasão da província ucraniana da Crimeia.

A questão será abordada na cimeira que o G7 realiza este fim de semana em Biarritz, sudoeste de França, em que participam os líderes dos membros: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

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Retalho permite a Wall Street fechar em alta

O aumento das vendas e dos lucros das retalhistas norte-americanas animaram os investidores e enviaram um sinal ao mercado de que a economia ainda está resiliente, mas os ganhos caíram no final do dia

A Bolsa de Nova Iorque fechou o dia em alta, com os investidores com os olhos postos nos resultados das maiores retalhistas norte-americanas, que viram os lucros e as vendas aumentarem no segundo trimestre, apesar dos receios de que o abrandamento económico se venha a tornar numa recessão à escala global.

O índice industrial Dow Jones fechou a valorizar 0,93%, o tecnológico Nasdaq ganhou 0,90% e o alargado S&P 500 também conseguiu subir 0,82%.

Os ganhos acabariam por diminuir na parte final do dia, com os investidores depois de serem conhecidas as atas da reunião da Reserva Federal — que mostra a divisão e a relutância em torno de novos estímulos — e de novos sinais de que o abrandamento económico pode agravar-se.

Ainda assim, os lucros das retalhistas Target e Lowe apontam um caminho diferente. A incerteza tem prejudicado o investimento, com os investidores receosos quanto ao rumo da disputa comercial entre os Estados Unidos e a China e ainda das questões relativas às principais economias europeias. Mas, pelo menos para já, os dados do consumo estão a ser positivos, o que permite ao consumo compensar pelo menos parte do que a economia está a perder.

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Cimeira do G7 em Biarritz vai custar 36,4 milhões de euros

  • Lusa
  • 21 Agosto 2019

O encontro dos líderes de França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos, Canadá e Japão vai decorrer este fim-de-semana e terá um "valor muito inferior" aos das cimeiras anteriores.

O governo francês indicou esta quarta-feira que o custo da organização da cimeira do G7, a realizar entre os próximos dias 24 e 26 em Biarritz, sudoeste do país, será de 36,4 milhões de euros.

“O Parlamento aprovou um orçamento de 36,4 milhões de euros, valor muito inferior aos que conhecemos das cimeiras anteriores, no Canadá ou em Itália, por exemplo”, indicou à imprensa a porta-voz do executivo, Sibeth Ndiaye, no final do Conselho de Ministros desta quarta-feira.

Ndiaye destacou que o executivo optou por utilizar estruturas já existentes e acrescentou que se decidiu recorrer ao mecenato de determinadas grandes empresas privadas.

O encontro dos líderes de França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos, Canadá e Japão vai mobilizar cerca de 13.200 agentes da autoridade, apoiados por militares para garantir a segurança do evento.

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Ministério vai avaliar pré-aviso de greve dos motoristas mas cenário é diferente da semana passada

  • Lusa
  • 21 Agosto 2019

Vieira da Silva fez questão de dizer que o cenário agora é completamente diferente da greve que terminou no domingo e diz que, pelo menos teoricamente, podem ser estabelecidos serviços mínimos.

O ministro do Trabalho disse esta quarta-feira que os serviços do ministério irão avaliar o novo pré-aviso de greve dos motoristas e verificar a necessidade de serem tomadas medidas, mas sublinhou que o cenário é agora distinto da paralisação anterior.

“As greves têm sempre impacto”, mas “agora estamos a falar de um pedido de natureza diferente”, referiu à Lusa o ministro Vieira da Silva, precisando que o pré-aviso vai agora ser avaliado com os parceiros (sindicato e entidade empregadora) e serão tomadas “as decisões que forem necessárias de serem tomadas”, sendo que este “é um cenário bem distinto daquele que vivemos na semana passada”.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) anunciou esta quarta-feira ter entregado um novo pré-aviso de greve para o período compreendido entre os dias 07 e 22 de setembro, mas desta vez só aos fins de semana e trabalho extraordinário.

Questionado se perante uma greve desta natureza vão ser decretados serviços mínimos, o ministro afirmou que se trata de “algo que tem de ser avaliado”.

No plano puramente teórico nada impede que seja fixado [serviços mínimos], mas depende da avaliação que for feita por parte dos parceiros e com a avaliação dos serviços do Ministério”, referiu Vieira da Silva.

O pré-aviso de greve deu hoje entrada na DGERT, que agora tem três dias para convocar as partes.

Neste processo, afirmou Vieira da Silva, “serão tomadas as decisões adequadas para uma greve que é uma greve bem distinta da que vivemos até este fim de semana, mas que merecerá também avaliação por parte do Ministério do Trabalho para verificar se há alguma medida que seja necessário tomar”.

Sendo certo que o compromisso do Governo de respeito pelos direitos das partes é completo, também não deixaremos de olhar para os interesses do país e da população”, assegurou o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que não deixou de lamentar o facto de a Antram (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) e o SNMMP não terem conseguido chegar a acordo no processo negocial mediado pelo Governo.

Precisando que “permanece” a disponibilidade do Governo para participar num processo de negociação, o ministro do Trabalho salientou que tal depende da vontade das partes.

“O Governo pode e deve incentivar à existência de acordos, mas não pode obrigar ninguém a atravessar uma estrada se não o quiser fazer”, afirmou.

Entre os considerandos para a convocação da greve “cirúrgica” agora decidida pelo SNMMP está a exigência do pagamento “das horas extraordinárias acima das nove horas e meia de trabalho diário” e que as mesmas “sejam pagas de acordo com o que se encontra tipificado na lei”.

Os motoristas de matérias perigosas exigem ainda “um aumento do subsídio não inferior a 50 euros”, para pôr fim à greve ao trabalho suplementar.

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Sonae vende mais e lucra 38 milhões no semestre

O volume de negócios aumentou 11%, com uma forte contribuição da Sonae MC, um "crescimento sólido" na Sonae IM e uma melhoria de desempenho da Worten e Sonae Fashion.

A Sonae lucrou 38 milhões de euros no primeiro semestre do ano. Face ao mesmo período de 2018, representa uma queda de 52,8% pois, nesse período, a venda da Outsystems foi incluída nas contas. Excluindo esse fator, o resultado líquido teria aumentado 24% graças ao reforço do volume de negócios e da rentabilidade operacional.

“A Sonae teve um primeiro semestre muito positivo, com forte crescimento, melhorias de rentabilidade e importantes marcos em termos de gestão de portefólio“, disse a nova CEO, Cláudia Azevedo, em comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 11% para 2.985 milhões de euros, com uma forte contribuição da Sonae MC, um crescimento sólido na Sonae IM e uma melhoria de desempenho da Worten e Sonae Fashion no segundo trimestre.

Já o EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — cresceu 9,6% para 284 milhões de euros. O investimento ascendeu a 189 milhões de euros (mais 25,3% graças à expansão orgânica e aquisições) e a dívida líquida diminuiu 131 milhões de euros, situando-se atualmente em 1.755 milhões de euros.

A empresa liderada por Cláudia Azevedo destaca ainda que no segundo trimestre do ano a Sonae Sierra Brasil chegou a um acordo final para a fusão com a Aliansce Shopping Centers para criar o maior operador de centros comerciais no Brasil. A par disso, a Sonae IM anunciou o acordo com Mobileum para a venda da WeDo.

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Reserva Federal não aponta para novos cortes nos juros no futuro próximo

As atas da reunião de julho classificam corte apenas como um "recalibrar" da orientação da política monetária. Responsáveis querem que novas decisões sejam tomadas com cautelas redobradas.

A Reserva Federal cortou a taxa de juro em julho pela primeira vez desde dezembro de 2008, no auge da crise financeira, mas nessa reunião a decisão não foi consensual e os responsáveis quiseram garantir que não passavam uma mensagem de que iriam avançar com novos cortes no futuro, de acordo com as atas da reunião divulgadas esta quarta-feira. Responsáveis querem manter opções em aberto. Qualquer decisão futura terá de ser ponderada com base em mais informação económica e as expectativas para a economia norte-americana.

Apesar de o Presidente dos Estados Unidos insistir reiteradamente que a Reserva Federal tem de voltar a cortar os juros, e de forma mais ousada, os responsáveis da Reserva Federal não parecem ser da mesma opinião. Na reunião que teve lugar no final do mês passado, dois responsáveis estiveram contra a decisão de cortar a taxa de juro, a primeira redução desde dezembro de 2008.

Mas as atas da reunião demonstram um sentimento mais profundo. Os documentos, divulgados esta quarta-feira pela Reserva Federal, demonstram que os responsáveis quiseram garantir que no dia em que anunciou a redução da taxa de juro a que empresta aos bancos não passaria uma mensagem de que mais cortes poderiam estar no horizonte.

Os mesmos responsáveis acordaram que é necessário que a Reserva Federal mantenha as suas opções em aberto, tendo assim flexibilidade de agir no futuro — seja qual for o sentido dessa decisão — e também que qualquer nova decisão só poderá ser tomada depois de analisada mais informação sobre a economia dos Estados Unidos. A avaliação terá ainda de ter em conta quais são as expectativas e os objetivos relativamente à economia norte-americana.

Foi essa mensagem que os responsáveis tentaram passar no comunicado após a reunião, em que anunciaram o corte das taxas de juro, quando dizem que “à medida que analisa o caminho futuro”, dizem as atas. Essa frase, de acordo com o documento, significa que qualquer proposta será ponderada e analisada de forma cuidadosa, antes de ser tomada uma decisão, revelando uma cautela adicional dos responsáveis da Fed.

A decisão de cortar a taxa de juro em si é descrita como uma “recalibrar” da orientação já decidida para a política monetária norte-americana, e não como uma nova estratégia que a Reserva Federal irá seguir, numa altura em que o abrandamento económico nos Estados Unidos e entre as maiores economias do mundo — como a China, Alemanha e Reino Unido — aumentam os receios dos investidores que uma recessão pode estar para breve.

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