5 coisas que vão marcar o dia

A última reunião do BCE com Draghi marca a agenda no dia em que prosseguem consultas sobre o Brexit, arranca o Portugal Mobi Summit e o conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral se reúne.

A despedida de Mario Draghi dos comandos do BCE marca a agenda mundial deste dia em que também prosseguem as consultas na União Europeia sobre o Brexit. Por cá, destaque para a reunião do conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral, para o arranque da Portugal Mobi Summit e para o encontro de Marcelo Rebelo de Sousa com as startups portuguesas que vão estar presentes no Web Summit.

Draghi diz adeus à presidência do BCE

Mario Draghi preside à sua última reunião como presidente do Banco Central Europeu, depois de oito anos à frente dos destinos da autoridade monetária da zona euro e de oito cortes dos juros de referência. Após a recuperação do programa de compra de ativos e da descida da taxa de depósito para um novo mínimo histórico de -0,5%, na última reunião, não são esperadas novidades ao nível das políticas do BCE.

Tomás Correia chama conselheiros do Montepio

Decorre a reunião do conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Este será o último encontro de Tomás Correia com os conselheiros antes da assembleia geral de associados, marcada para 4 de novembro, votar o fim deste órgão consultivo. Este encontro acontece numa altura marcada por rumores sobre a saída de Tomás Correia dos comandos da AMMG.

Prosseguem consultas na UE sobre o Brexit

Na sexta-feira realiza-se mais uma reunião de embaixadores da União Europeia para decidir sobre a duração da extensão do adiamento do Brexit a dar a Boris Johnson. Mas até lá, esta quinta-feira vão continuar as consultas entre o presidente do Conselho Europeu — Donald Tusk — e os líderes europeus. A opinião dos embaixadores, no encontro de quarta-feira, foi “unânime em considerar que é necessária uma extensão para ultrapassar o impasse com Londres”, disse um dos participantes citado pela AFP. Os diplomatas mostraram-se favoráveis a “uma extensão mais longa”, ou seja, para lá de 31 de janeiro.

Arranca Conferência Portugal Mobi Summit

Começa em Cascais a 2.ª edição do Portugal Mobi Summit, considerado “o maior evento de mobilidade”, que reúne especialistas mundiais do setor, como o japonês Katsuhiko Hirose (um dos pais da pilha de combustível a hidrogénio), a sueca Sonja Heikkilä (que mudou a face da mobilidade em Helsínquia com uma app), ou Giovanna D’Esposito (UBER), que debate o futuro das plataformas de mobilidade partilhada. A abertura conta com a presença do ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

Presidente da República encontra-se com startups portuguesas

Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se esta quinta-feira, ao final da tarde, com representantes de startups portuguesas que participam no Web Summit 2019, evento que arranca em Lisboa no próximo dia 4 de novembro. A reunião será no Palácio de Belém. De acordo com Stephan Morais, general managing partner da Indico Capital Parners, 2019 deverá ser o melhor ano de sempre para o ecossistema empreendedor português. “Se não for um ano recorde pela quantidade de rondas ou pelo valor angariado, será seguramente o melhor ano de sempre para o ecossistema empreendedor”, disse ao ECO.

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Tomás Correia chama conselheiros do Montepio com liderança em dúvida

Hoje há reunião com o conselho geral da Mutualista Montepio. Tomás Correia garante que não se demite esta quinta-feira. Isto apesar de a sua liderança estar a ser questionada pelo regulador.

Esta quinta-feira há reunião do conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Será o último encontro de Tomás Correia com os conselheiros antes da assembleia geral de associados, marcada para 4 de novembro, votar o fim deste órgão consultivo. Aos rumores de que podia ser o momento e o “fórum” para anunciar a saída, antecipando-se a um eventual chumbo do regulador, Tomás Correia já esclareceu que não fará qualquer comunicação desta natureza. Ainda assim, as últimas declarações públicas do gestor deixam em aberto o seu futuro próximo na liderança da instituição.

“Não me condicionam com essa conversa. Dia 24 não saio de certeza absoluta. Podem ficar tranquilos”, respondeu o presidente da AMMG aos jornalistas na semana passada. Isto depois de o ECO e o Expresso terem dado conta de que Tomás Correia poderia anunciar a saída nesta reunião por causa do processo de avaliação de idoneidade em curso na Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). O regulador já terá transmitido a Tomás Correia que não reúne todas as condições para continuar à frente do Montepio.

Garantindo que não renuncia hoje, Tomás Correia deixou, ainda assim, em aberto a sua saída, até porque a idade começa a pesar. “É óbvio que por razões de idade, numa dada altura, hei-de sair do Montepio, até porque já não tenho condições físicas e até intelectuais, se quiserem pensar assim, para poder continuar a assumir esta responsabilidade”, afirmou. Mas só sairá “quando entender que é o momento, em boa ordem”, assegurou.

Na reunião com os 12 conselheiros vão ser discutidos três temas: o desempenho das empresas do grupo no primeiro semestre do ano; a substituição de um membro do conselho fiscal; e ainda “diversos” assuntos. Será a oportunidade para o conselho geral poder discutir a revisão de estatutos que vai determinar o seu próprio fim.

É óbvio que por razões de idade, numa dada altura, hei-de sair do Montepio, até porque já não tenho condições físicas e até intelectuais, se quiserem pensar assim, para poder continuar a assumir esta responsabilidade.

Tomás Correia

Presidente da Associação Mutualista Montepio Geral

Oposição quer debater estatutos

A propósito da mudança estatutária, a oposição a Tomás Correia marcou para o final deste mês uma sessão para discutir com os associados o projeto de revisão parcial dos estatutos apresentado há semanas. Entre as personalidades envolvidas nesta iniciativa, que terá lugar no próximo dia 29 de outubro no hotel Plaza, em Lisboa — ou seja, uma semana antes de os associados votarem a proposta de revisão –, estão Fernando Ribeiro Mendes e António Godinho, que concorreram contra Tomás Correia nas últimas eleições.

Este grupo de sete associados critica o facto de não ter havido discussão em torno das alterações em cima da mesa e a circunstância de a proposta de revisão ter sido tornada pública em cima da assembleia geral de associados, “o que limita drasticamente a possibilidade de debate das mesmas”.

“Tal é particularmente grave dada a natureza dos ajustamentos propostos. Alguns deles visam limitar a democraticidade dos processos de formação e do funcionamento do novo órgão estatutário a eleger, a Assembleia de Representantes“, queixam-se estes associados.

Outros querem livrar-se imediatamente do conselho geral atual, (…) salvaguardando, ao mesmo tempo, a continuidade dos mandatos do conselho de administração, conselho fiscal e mesa da assembleia geral, apesar de eleitos em 7 de dezembro com base em regras eleitorais fora da letra e do espírito do novo código das mutualidades”, criticam ainda.

Segundo estes associados, algumas alterações são “muito controversas e potencialmente perigosas, porque excluem os representantes da maioria dos associados do controlo da governação do Montepio nesta fase de crise de confiança agravada”.

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Oito anos em oito gráficos. O que mudou com Draghi na liderança do euro?

O italiano está prestes a abandonar o BCE, depois de ter sido a cara de decisões inéditas na instituição. Apesar de as medidas terem tido efeitos positivos, também tiveram consequências negativas.

Novembro de 2011, Mario Draghi chegava à liderança do Banco Central Europeu (BCE). Tornava-se, assim, o terceiro presidente num mandato que termina no final de novembro deste ano. Ao longo destes oito anos, Draghi liderou o euro pela crise financeira que ameaçava atirar países como Portugal para fora da União Monetária e foi a cara de decisões nunca antes tomadas na instituição. A política monetária na Zona Euro não voltará a ser a mesma.

Pressionado pela crise económica e financeira global, o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro era uma das fontes de preocupação. Manteve-se persistentemente negativo entre o início de 2012 e o final de 2013, sendo que, Portugal já estava em recessão antes disso. Desde o início do mandato de Draghi no BCE que a riqueza produzida pelo país contraía.

Mas o italiano garantia estar disposto a “fazer tudo o que fosse preciso” para salvar o euro e a região acabaria por passar da recessão a um período de forte expansão impulsionado pela recuperação global e pelos estímulos monetários do BCE para que os Estados se financiassem a baixos custos e investissem mais. Em desaceleração desde o início do ano passado, a Zona Euro continua a crescer e Portugal ainda mais.

Economia da Zona Euro cresce. Portugal converge

Fonte: INE e Eurostat

A recuperação foi acompanhada de um reforço do mercado de trabalho. Há oito anos, a situação era sufocante para os países da Zona Euro, tendo a taxa de desemprego em Portugal chegado ao pico de 17,9%, em janeiro de 2013.

Eram então “essenciais reformas focadas na remoção de rigidez e em impulsionar a flexibilidade salarial”, nas palavras de Draghi, logo na primeira conferência de imprensa que dirigiu. O discurso é, agora, muito diferente. “O crescimento robusto do emprego e aumento do salários continua a sustentar a resiliência da economia da Zona Euro”, diz o italiano.

Desemprego afunda

Fonte: INE e Eurostat

Mas a verdade é que nem a economia nem o mercado de trabalho estão no mandato único do BCE, cujo objetivo é conseguir uma inflação próxima, mas inferior a 2%. E os preços são o calcanhar de Aquiles de Mario Draghi: em oito anos nunca conseguiu cumprir a meta — chegando mesmo a abrir a porta a uma reflexão sobre se esta meta deve existir.

Meta de inflação por cumprir

Fonte: INE e Eurostat

A forma como tentou alcançar a meta de inflação também gerou fortes críticas e oposição. Draghi chegou e distanciou-se logo do antecessor. Jean-Claude Trichet tinha subido as taxas de juros do BCE nesse ano e, logo na primeira reunião que presidiu, Draghi começou a cortá-las para estimular a economia num ciclo de descidas do preço do dinheiro que só viria a terminar dois anos depois. Pela primeira vez na história, a Zona Euro passou a ter taxa 0%. E até juros negativos, nomeadamente na taxa de depósitos.

Taxas de juro em mínimos históricos

A descida dos juros nos depósitos para “terreno” negativo materializa-se na exigência aos bancos que paguem pelo dinheiro que têm em depósitos no BCE. Veio, assim, dar um “incentivo” para que a banca pusesse a circular a liquidez — que o banco central injetou no setor — por toda a economia. E continua a pôr.

Essa liquidez adicional da banca chega às economia do euro através da concessão de crédito pela banca. O efeito não foi imediato. O saldo do crédito nos países do euro começou a recuperar já em 2014, mas em Portugal demorou mais tempo. O crescimento do financiamento mantém-se residual, com o ritmo de amortização de empréstimos passados a continuar a ritmo acelerado.

BCE quer mais crédito. Em Portugal, é um desafio

Fonte: Banco de Portugal

Com o BCE a cortar juros, as taxas de mercado foram caindo mínimos históricos, que foram renovados em setembro, altura em que Mario Draghi cortou ainda mais a taxa cobrada aos bancos para -0,5%. E com a queda das Euribor, a remuneração dos depósitos das famílias e empresas começou a afundar, levando o juro médio para pouco mais de 0,1%, com muitos bancos a não pagarem nada pelas poupanças alheias.

Se a estratégia do BCE, de cobrar aos bancos pela liquidez adicional, tem benefícios para a liquidez no mercado, tem, por outro lado, consequências para os bancos. Com o fraco nível de concessão de crédito, os custos extra com o BCE estrangulam a margem financeira do setor.

Como em Portugal os bancos são impedidos por lei a repassar estes juros negativos para os depositantes, a solução tem sido fazer disparar comissões para tentar ter rentabilidade. Consciente do problema que criou, o BCE anunciou um sistema de escalões para o novo corte na taxa de depósitos, realizado já em vésperas da sua saída.

Depósitos nunca pagaram tão pouco

Fonte: Banco de Portugal

Os juros negativos foram inéditos, mas não foram a única decisão de política monetária que surpreendeu. Em 2014, Draghi anunciava que iria seguir os passos de bancos centrais como a Reserva Federal dos EUA ou o Banco do Japão, cumprindo os pedidos de países que agonizavam com a crise e indo contra as fortes críticas de países como a Alemanha. O BCE iria começar a comprar dívida pública e privada, num programa que insuflou a folha de balanço do BCE até mais de 2,6 biliões de euros.

A compra líquida de ativos tinha acabado no final de 2018, passando para uma fase de reinvestimentos dos juros e dos títulos que atingiam as maturidades. No entanto, a ameaça de uma nova recessão levou o BCE a anunciar, em setembro, que vai relançar as aquisições. Assim, e ao contrário da Fed, a folha de balanço do BCE vai voltar ao aumentar, mesmo sem nunca ter tido oportunidade de diminuir depois da crise.

Balanço do BCE sempre a “engordar”

Fonte: BCE e Fed

Este programa foi um dos grandes “balões de oxigénio” para que os países mais afetados pela crise, como Portugal, Espanha e Itália, conseguissem voltar a financiar-se no mercado. O BCE atua como grande comprador de dívida no mercado, levando os juros pedidos investidores para comprarem e trocarem títulos dos Estados sejam mais baixos — ajudando a reduzir a fatura com o serviço da dívida, o que “patrocina” a queda expressiva dos défices orçamentais.

A yield da dívida portuguesa a dez anos chegou acima de 16% em 2012 e afundou até aos níveis atuais, muito próximos de 0%. A tendência é generalizada aos vários países do euro e o benchmark europeu, as Bunds alemãs têm mesmo yields negativas. Chegaram a estar em “terreno” negativo no prazo a 30 anos.

Países nunca se financiaram com custos tão baixos

Fonte: Reuters

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Draghi deu às famílias a maior poupança de sempre no crédito da casa

Draghi está de saída do BCE. Para trás deixa às famílias uma poupança recorde com juros do crédito da casa. Mas também a mais magra remuneração de sempre dos depósitos.

Whatever it takes”. A expressão foi utilizada pela primeira vez por Mario Draghi em julho de 2012, apenas oito meses após assumir a presidência do Banco Central Europeu (BCE). Com ela selava o compromisso de usar todos os instrumentos ao seu dispor, visando conduzir a economia da Zona Euro ao rumo certo. Após oito anos e oito cortes das taxas de juro de referência, essa missão do “Super Mario” não foi totalmente bem-sucedida, mas teve efeitos claros sobre as famílias portuguesas. Estas conseguiram uma poupança recorde nos encargos com as prestações da casa. Mas os “esforços” de Draghi não lhes trouxeram apenas boas notícias: também lhes “tramou” as poupanças.

Escassos oito dias após assumir a liderança do BCE a 1 de novembro de 2011, o “Super Mario” dos mercados estreava-se com o primeiro corte da taxa de juro de referência da Zona Euro. Na primeira reunião de política monetária que comandou, em novembro, Draghi baixou a taxa de juro de referência da Zona Euro, dos 1,5% para 1,25%. Um mês depois avançava com um novo corte, desta vez para os 1%. Mas seguiram-se outros, tendo o mais recente sido em março de 2016, altura em que fixou o juro de referência da Zona Euro nos 0%, nível em que se encontra atualmente.

Enquanto baixava as taxas de juro de referência, as Euribor seguiam a mesma tendência de tal forma que quando o BCE fixou os juros nos 0%, já os indexantes usados no grosso dos empréstimos da casa dos portugueses estavam em terreno negativo. Um cenário nunca antes visto.

Juros do BCE nos 0% após oito cortes de Draghi

Certo é que graças às sucessivas revisões em baixa dos juros de referência, os portugueses pouparam muito dinheiro nos encargos com o crédito da casa. Quando Mario Draghi assumiu os destinos do BCE, em novembro de 2011, mais de 40% (41,5%, em média) do valor da prestação da casa que as famílias pagavam ao banco correspondia unicamente a juros. Hoje, na despedida do italiano de Frankfurt, os juros correspondem, em média, a apenas 19% do valor da prestação.

Mas há famílias em que o peso dos juros nos encargos mensais é muito mais baixo, dependendo dos spreads que contrataram. Há mesmo quem esteja a ver os bancos onde fizeram o crédito à habitação devolver-lhes dinheiro na conta. Nesta situação estão aquelas famílias que contrataram spreads de tal forma baixos que a taxa de juro global associada aos respetivos empréstimos é negativa. Em causa estão créditos da casa contratados imediatamente antes da crise financeira, em que os bancos exigiam spreads muito próximos ou mesmo de 0%.

Evolução dos juros e do capital amortizado na prestação

Fonte: INE

Crédito muito barato. Mas poupanças rendem 0%

As famílias portuguesas com crédito tiveram assim muitas razões para sorrir durante o reinado de Draghi no BCE. Mas outras não poderão dizer o mesmo. Nomeadamente as que têm poupanças. Enquanto os juros de referência da Zona Euro iam caindo, o mesmo também ia acontecendo à remuneração do produto de poupança preferido das famílias: os depósitos a prazo.

Atualmente, depositar o dinheiro no banco não rende praticamente nada. A taxa de juro dos depósitos a prazo está num mínimo histórico de 0,11%, em média. Mas há bancos que não pagam mesmo nada a quem lá deposite dinheiro.

Fonte: BCE

Este cenário contrasta face à realidade que se observava no início do mandato de Draghi no BCE. Nessa altura, os bancos nacionais pagavam, em média, 4,53% pelas novas aplicações em depósitos.

Legado de Draghi vai manter-se

Tudo aponta para que o quadro ao nível do crédito e dos depósitos que se vive atualmente perdure durante algum tempo. Num contexto em que a economia da Zona Euro se apresenta débil e em que o objetivo de chegar próximo de uma taxa de inflação de 2% se encontra distante, o BCE já assumiu a disponibilidade de manter os juros em níveis historicamente baixos pelo menos até 2020.

Ou seja, boas notícias para quem tem crédito à habitação e más para quem quer rentabilizar as suas poupanças através dos depósitos.

Para os bancos qualquer dos cenários não é muito promissor. Por um lado lado, a legislação nacional não permite que os bancos repassem os juros negativos para os depositantes. Por outro lado, no crédito à habitação, são obrigados a repercutir na totalidade os juros negativos nas prestações.

Para minimizar esses efeitos negativos na sua margem financeira, os bancos estão a socorrer-se das comissões que exigem aos clientes, com estas a serem cada vez mais pesadas para as famílias.

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Farfetch escolhe sete startups para 3.º Dream Assembly

Programa de aceleração recebe sete startups na 3.ª edição do Dream Assembly. Portuguesa Sprinkode é a única portuguesa a integrar o programa.

A Farfetch escolheu sete startups com soluções na área do futuro da moda para integrarem a terceira edição do Dream Assembly, o programa de aceleração da tecnológica fundada pelo português José Neves.

Mais uma vez, empresa tem como parceira no programa a Burberry. Lançado em abril de 2018, o Dream Assembly já ajudou a acelerar 19 projetos. Nesta terceira edição, a empresa escolheu as startups BECOCO, Brandpoint Analytics, Change of Paradigm, Inline Digital, Mirow, Personify XP e a portuguesa Springkode para integrarem o programa.

O programa de sete semanas inclui workshops, sessões individuais com líderes seniores da Farfetch e das empresas parceiras, e reuniões de mentoria sobre tópicos como e-commerce, marketing, tecnologia, moda, logística e operações. A iniciativa, que arranca ainda neste mês de outubro, termina com um demo day — dia de apresentação a potenciais investidores — em Londres.

No programa inaugural, a Farfetch recebeu 11 startups de base tecnológica, provenientes de nove países diferentes. A segunda edição focou-se na sustentabilidade, e escolheu oito startups em fase inicial, com fins lucrativos, e com projetos com benefícios sociais ou ambientais, em áreas como a doação de bens, revenda, aluguer e manufatura.

“A mentoria e a visão da Burberry em cada programa tem sido de um valor inestimável, e estamos ansiosos por receber este novo grupo de empresas. Temos visto passar pela Dream Assembly startups incríveis e tem sido fantástico poder apoiar a próxima geração de empresas tecnológicas dedicadas a moldar o futuro do e-commerce”, explica Stephanie Phair, Chief Customer Officer da Farfetch, citada em comunicado.

Para Cipriano Sousa, CTO da Farfetch, a terceira edição do programa é motivo de orgulho por “tudo o que conseguimos em tão pouco tempo, dando de volta à comunidade, partilhando conhecimento, e ajudando startups promissoras a escalar e a criar negócios mais sólidos”.

Conheça melhor as startups escolhidas:

  • BECOCO (UK) – plataforma baseada em inteligência artificial ao serviço de retalhistas. Através de uma abordagem que combina machine learning, styling de moda e comportamento do consumidor, esta solução oferece uma forma inovadora de prever quais os produtos que os consumidores mais gostam e que, por isso, não deverão devolver. A tecnologia da BECOCO pode ser disponibilizada tanto a consumidores como a stylists, online ou in-store, aumentando os níveis de conversão através de múltiplos canais.
  • Brandpoint Analytics (US) – através das tecnologias blockchain e inteligência artificial, esta startup ajuda os retalhistas a recuperar uma parte dos quatro mil milhões de dólares perdidos perdidos anualmente em descontos. A solução da Brandpoint Analytics permite aos consumidores trocarem os seus dados por ajustamentos de preços, ajudando os retalhistas a eliminar os descontos, a aumentar as vendas, e a atingir uma maior transparência na cadeia de abastecimento.
  • Change of Paradigm (France) cria simulações 3D CGI, produz conteúdo e desenvolve aplicações de digital commerce e X-Reality (AR, VR, MR) para a indústria da moda. O objetivo é ajudar os parceiros de negócio (marcas, retalhistas, etailers) a atrair e reter clientes millennials e da Geração Z, através de conteúdo alinhado com as suas referências culturais e de experiências de utilizador únicas, interativas e imersivas, de forma a aumentar as taxas de conversão e o ROI. Esta start-up acredita que o 3D CGI oferece possibilidades criativas ilimitadas e oportunidades únicas para desenvolver novas funcionalidades, bem como novas formas de consumo de moda nas plataformas digitais.
  • Inline Digital (US)está a construir um ecossistema de vendas baseado na cloud. Trata-se de uma ferramenta de gestão de vendas, construída para otimizar os ciclos de vendas e oferecer análise de dados em tempo real. Marcas e retalhistas podem simplificar e centralizar as suas operações, digitalizando os produtos, organizando dados dos clientes, e automatizando as tarefas manuais que, por norma, geram mais erros.
  • Mirow (US) – oferece um serviço de espelhos inteligentes para a indústria da moda, que melhora a qualidade do atendimento, gera mais vendas e recolhe de forma única os dados dos consumidores.
  • Personify XP (UK) pioneira na conversão dos dados de consumidores anónimos usando machine learning e inteligência artificial. Recorrendo aos dados de cada visitante, é possível automatizar 40+ experiências de consumidor em tempo real. A Personify XP recebeu da Gartner o prémio ‘Cool Vendor‘ em maio de 2019. Esta start-up é capaz de fornecer diariamente milhões de interações comportamentais em tempo real para empresas como Pentland Brands, Lovehoney, Hawes & Curtis, Figleaves e Vitabiotics, permitindo um aumento das receitas de até 30%.
  • Sprinkode (Portugal) é um marketplace de moda que oferece coleções cápsula exclusivas e de alta qualidade, feitas por alguns dos melhores produtores têxteis do mundo, utilizando tecidos que, de outro modo, ficariam em deadstock e eventualmente acabariam como desperdício.

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“Estamos numa fase de abrandamento económico e Portugal vai sofrer com essa desaceleração”, alerta Teixeira dos Santos

O presidente do EuroBic considera que Portugal vai sofrer com a desaceleração devido à instabilidade mundial muito provocada pela guerra comercial entre EUA e China.

O Brexit e guerra comercial entre os EUA e a China estão a provocar um clima de instabilidade a nível mundial e Portugal não é exceção. Fernando Teixeira dos Santos, presidente executivo do Eurobic, alerta que “estamos numa fase de abrandamento do crescimento económico a uma escala global e Portugal vai sofrer com essa desaceleração”.

“Parte da nossa economia depende da conjuntura externa, se essa conjuntura não é favorável, será mais difícil para a economia portuguesa crescer”, diz Teixeira dos Santos. O antigo ministro das Finanças considera “preocupante” a guerra entre os EUA e a China e refere que foi um dos principais fatores que fez com que o FMI, nas suas previsões mais recentes, apontassem no sentido de uma desaceleração da atividade económica.

Teixeira dos Santos não acredita numa “degradação económica, mas sim numa desaceleração”.

Estamos numa fase de abrandamento do crescimento económico, não vejo sinais que apontem para uma viragem abrupta que nos projete para uma situação de recessão.

Teixeira dos Santos

Presidente do EuroBic

No que respeita ao Brexit e toda a incerteza que está a causar à indústria, considera que “os desenvolvimentos recentes do Brexit podem, de alguma forma, trazer alguma tranquilidade”. “Costumo dizer que incerteza paralisa a decisão, paralisa a atividade económica, fica tudo num clima de incerteza e isso é mau para a economia. Havendo um acordo é uma questão de tempo”, destaca.

“Estamos numa fase de abrandamento do crescimento económico, não vejo sinais que apontem para uma viragem abrupta que nos projete para uma situação de recessão”, refere.

Apesar de todo o clima de instabilidade destaca que os “fatores externos não têm necessariamente de paralisar a atividade”. Considera que pode ser uma oportunidade para Portugal “mostrar o seu engenho e sua capacidade”.

“Tenho confiança na capacidade dos nossos empresários, que vão continuar a ser resilientes como foram no passado”, evidencia Teixeira dos Santos, no âmbito da conferência do EuroBic “Desafios e Oportunidades”, que se realizou em Penafiel esta quarta-feira.

Teixeira dos Santos não deixa de destacar a importância da produtividade e da qualificação dos recursos humanos em prol do crescimento económico. “Temos aqui um desafio muito importante que é melhorar a nossa produtividade e para isso temos de melhorar as qualificações dos portugueses”. O antigo ministro das Finanças frisou que “o défice de produtividade está associado ao défice das qualificações”.

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Apple e Boeing suportam ganhos em Wall Street

Os principas índices bolsistas dos EUA encerraram em terreno positivo, numa sessão marcada pela apresentação de resultados empresariais fracos, mas com a Apple e a Boeing a sobressaírem pela positiva.

As ações norte-americanas terminaram a sessão em alta, impulsionadas pela Apple e pela Boeing, com os ganhos das respetivas ações a compensarem os resultados fracos apresentados por outras cotadas de Wall Street.

O Dow Jones avançou 0,17%, para os 26.834,52 pontos, enquanto o S&P 500 somou 0,28%, para os 3.004,52 pontos. Por sua vez, o Nasdaq ganhou 0,19% para os 8.120,1 pontos.

O dia foi marcado pela divulgação de resultados empresariais fracos, nomeadamente da Caterpillar e da Texas Instruments, que fizeram emergir os receios dos investidores face ao impacto da guerra comercial no crescimento da economia dos EUA.

As ações da Texas Instruments derraparam 7,5%, depois de a empresa reviu em baixa as suas estimativas de receitas para o atual trimestre. Já os títulos da Caterpillar conseguiram recuperar face às perdas do início da sessão, encerrando com ganhos de 1,2%, apesar de a empresa ter cortado a previsão para os seus lucros do ano, justificando-o com a fraca procura chinesa.

A puxar por Wall Street estiveram as ações da Apple, que somaram 1,34% depois de a Morgan Stanley ter dito que a fabricante do iPhone vai lançar em breve um serviço de streaming de vídeo, o Apple TV+, que poderá impulsionar as respetivas receitas.

Já os títulos da Boeing avançaram 1%, no dia em que a fabricante de aviões reportou uma queda acentuada nas receitas no terceiro trimestre, devido à paralisação de seu 737 MAX, mas em que também disse esperar voltar a fazer descolar aquele modelo de aviões antes do fim do ano.

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Novo Executivo reúne-se sábado em Conselho de Ministros após tomar posse

  • Lusa
  • 23 Outubro 2019

Nos primeiros conselhos de ministros após a posse dos governos, a agenda inclui a preparação da apresentação do Programa do Governo na Assembleia da República e a lei orgânica do novo Executivo.

O XXII Governo Constitucional, o segundo liderado por António Costa, reúne-se no sábado em Conselho de Ministros, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lhe dar posse numa cerimónia no Palácio da Ajuda.

Nos primeiros conselhos de ministros após a posse dos governos, a agenda inclui a preparação da apresentação do Programa do Governo na Assembleia da República e a lei orgânica do novo Executivo.

Na sequência da vitória eleitoral do PS nas legislativas de 6 de outubro, António Costa foi dois dias depois indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República.

No passado dia 15, António Costa apresentou ao Chefe de Estado a lista dos 19 ministros e três secretários de Estado sob sua dependência direta que irão integrar o XXII Governo Constitucional.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro recebeu o assentimento de Marcelo Rebelo de Sousa em relação aos restantes 47 secretários de Estado que farão parte da sua equipa.

Entre os ministros, Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno sobem a ministros de Estado. A existência de quatro ministros de Estado é uma das principais novidades em relação ao XXI Governo Constitucional.

No total, incluindo o primeiro-ministro, o XXII Governo Constitucional terá 70 elementos, somando ministros e secretários de Estado, dos quais 26 mulheres e 44 homens. O peso das mulheres no conjunto do novo Governo será de 37,1%.

O Executivo cessante de António Costa, o XXI Governo Constitucional, tem 17 ministros (passa agora para 19), 43 secretários de Estado, 17 dos quais mulheres. No total, entre primeiro-ministro, ministros e secretários de Estado, a atual equipa cessante tem 61 governantes.

Na sua primeira composição, que tomou posse em 26 de novembro, o Executivo tinha 17 ministros e 41 secretários de Estado, num total de 59 governantes (contando com o chefe do Governo).

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Fernando Negrão indicado para vice-presidente da Assembleia da República

  • ECO
  • 23 Outubro 2019

O Parlamento deverá ter como presidente Ferro Rodrigues e como vice-presidente Fernando Negrão.

O até aqui líder da bancada parlamentar do PSD, Fernando Negrão, vai ser indicado como vice-presidente da Assembleia da República, avança esta quarta-feira o Expresso. Para presidente do Parlamento, o grupo parlamentar do PS deverá aprovar a recandidatura de Ferro Rodrigues ao cargo, na reunião desta quinta-feira. Para a mesa vai ainda Duarte Pacheco que volta a ser escolhido para secretário da mesa da Assembleia, cargo que já desempenhava na anterior legislatura.

Fernando Negrão sucede a José Matos Correia, deputado do PSD que pôs um ponto final na sua carreira parlamentar na última legislatura. O social-democrata estava com um problema tendo em conta que Rui Rio anunciou que vai ser líder da bancada parlamentar pelo menos até fevereiro, data em que se realiza o congresso do PSD e no qual será decidida a sua recondução na liderança do partido, ou a passagem de testemunho a Luís Montenegro ou Miguel Pinto Luz que já anunciaram a sua candidatura.

O líder social-democrata sustentou que a sua “não recandidatura pode levar o partido a uma grave fragmentação”, que o país precisa de uma “liderança [no PSD] que defenda a social-democracia, no centro político”. Na mesma declaração, Rio anunciou que assumirá até ao congresso de fevereiro a liderança da bancada parlamentar por considerar que nesta função tem de estar alguém alinhado com a liderança do partido. O presidente que sair do congresso escolherá quem vai ficar à frente da bancada. “Assumirei eu próprio a liderança da bancada”, anunciou.

Até lá “não há reformas estruturais” para decidir, disse. Há programa de Governo e Orçamento do Estado, um palco que dará a Rio a possibilidade de se afirmar no Parlamento pela primeira vez como líder do maior partido da oposição.

(Notícia atualizada)

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Líderes europeus aceitam extensão do Brexit. Ainda não se sabe por quanto tempo

O Reino Unido pediu uma extensão do Brexit por três meses, até 31 de janeiro de 2020. Os líderes europeus vão concedê-la, mas ainda não decidiram por quanto tempo.

Os líderes europeus concordam em conceder a extensão do Brexit pedida pelo Reino Unido. No entanto, faltará ainda decidir por quanto tempo se irá adiar a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), já que alguns dos 27 líderes defendem uma extensão diferente face aos três meses propostos, adianta a AFP.

A agência de notícias francesa cita uma fonte da UE, no seguimento de uma reunião entre os embaixadores dos Estados-membros, onde se fez uma votação inicial. “Todos estão de acordo sobre a necessidade de adiar, para evitar um Brexit sem acordo. A duração do adiamento ainda está em discussão”, disse a fonte.

“A opinião [dos embaixadores] foi unânime em considerar que uma extensão é necessária para ultrapassar o impasse com Londres”, disse um dos participantes citado pela AFP, acrescentando que os diplomatas eram mais favoráveis a “uma extensão mais longa”, ou seja, para lá de 31 de janeiro. Nenhuma outra data foi evocada, segundo várias fontes europeias.

A decisão final poderá ser conhecida esta sexta-feira, quando há nova reunião dos diplomatas. Com todos os líderes a concordarem com a extensão, poderá não ser necessário realizar uma cimeira. Mas se questões como a duração deste adiamento levantarem muitas dúvidas, há a possibilidade de ser convocada uma reunião dos líderes europeus.

No sábado passado, Boris Johnson viu-se obrigado pela lei a pedir à UE uma extensão do Brexit por três meses, até 31 de janeiro de 2020. Esta terça-feira, num esforço para aprovar a legislação antes do prazo de saída, o primeiro-ministro britânico tentou avançar com uma moção para passar a lei do Brexit em três dias, na Câmara dos Comuns, mas esta foi rejeitada.

Com o chumbo da calendarização da lei do Brexit, Boris Johnson decidiu retirar o documento da discussão até receber uma resposta de Bruxelas. No seguimento destes acontecimentos, Donald Tusk adiantou que ia pedir aos líderes para concederem a extensão.

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, e o presidente do parlamento europeu disseram já concordar com a recomendação de Tusk. Os franceses e outros países europeus também estarão de acordo com uma extensão, no entanto, preferem que seja mais curta, segundo apontavam relatos citados pela imprensa estrangeira.

Ainda assim, a extensão concedida pela UE poderá ser flexível, ou seja, apesar de se definir uma nova data, quando ou se for possível aprovar o acordo e a legislação, o Reino Unido poderá sair mais cedo. Um dos coordenadores do Brexit para o Parlamento Europeu sinalizou no Twitter que este seria o caminho a seguir.

Boris Johnson reuniu esta terça-feira com o líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, para tentar definir uma nova agenda para discutir a lei do Brexit. Mas o encontro foi inconclusivo, sem se ter chegado a consenso. Se o processo se estender por um longo período de tempo, é possível que se avance para eleições antecipadas no Reino Unido.

(Notícia atualizada às 20h00)

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Líderes europeus deverão conceder extensão do Brexit. Boris Johnson continua sem a querer

Tudo aponta para que os líderes europeus aceitem o pedido para adiar o Brexit, apesar de ainda não ser certo por quanto tempo.

A discussão sobre a legislação para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) foi suspensa no Parlamento britânico, enquanto se aguarda a resposta de Bruxelas relativamente a uma extensão do prazo. Os líderes que já se pronunciaram até agora apontam para que o pedido para adiar o Brexit será aceite. Mas Boris Johnson já disse que não quer uma extensão.

No sábado passado, Boris Johnson viu-se obrigado pela lei a pedir à UE uma extensão do Brexit por três meses, até 31 de janeiro de 2020. Mas enviou também outra missiva, onde dizia que o Governo britânico não queria um adiamento. Bruxelas reiterou que iria considerar o pedido oficial de extensão.

No rescaldo da votação da terça-feira passada, no Parlamento britânico, que chumbou a calendarização da lei do Brexit, Donald Tusk adiantou que ia pedir aos líderes para concederem a extensão. No seguimento destas declarações, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, e o presidente do parlamento europeu disseram já concordar com o conselho de Tusk.

Boris Johnson ligou a Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, esta quarta-feira, para dizer que está confiante de que conseguirá passar a legislação para o Brexit até 31 de outubro, e que não é necessário um adiamento, adiantou o seu porta-voz, citado pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

O primeiro-ministro britânico disse o mesmo a chanceler alemã, Angela Merkel. Mas Tusk já indicou que, na chamada com Boris Johnson, voltou a explicar as razões pelas quais considera que se devia conceder a extensão até janeiro do próximo ano.

Os franceses e outros países europeus também estarão de acordo com uma extensão, no entanto, preferem que seja mais curta, segundo apontam relatos citados pela imprensa estrangeira. Se todos concordarem não será necessário reunir.

Ainda assim, a extensão concedida pela UE deverá ser flexível, ou seja, apesar de se definir uma nova data, quando ou se for possível aprovar o acordo e a legislação, o Reino Unido poderá sair mais cedo. Um dos coordenadores do Brexit para o Parlamento Europeu sinalizou no Twitter que este seria o caminho a seguir.

Boris Johnson reuniu com o líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, para tentar definir uma nova agenda para discutir a lei do Brexit. Mas o encontro foi inconclusivo, sem se ter chegado a consenso. Se o processo se estender por um longo período de tempo, é possível que se avance para eleições antecipadas no Reino Unido.

Perante a incerteza que continua a rodear o Brexit, o euro voltou a baixar face ao dólar, pelo terceiro dia consecutivo. Esta tarde, o euro negociava a 1,1120 dólares, quando esta terça-feira, no mesmo período, seguia a 1,1140 dólares.

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Novo Banco vai incorporar BES das Ilhas Caimão

Simplificar estrutura, cortar custos e responder às exigências de Bruxelas. Novo Banco prossegue reestruturação e prepara-se para incorporar o BES das Ilhas Caimão até final do ano.

Apresentação de resultados do Novo Banco - 01MAR19
António Ramalho, presidente do Novo Banco, quer continuar a reduzir custos na instituição.Hugo Amaral/ECO

Continua a todo o vapor o processo de reestruturação no Novo Banco. O banco liderado por António Ramalho prepara-se agora para incorporar o antigo BES nas Ilhas Caimão. A operação visa simplificar a estrutura do grupo e poupar dinheiro com auditores, ao mesmo tempo que responde às exigências das autoridades da concorrência de Bruxelas. Ficará concluída até final do ano, mas falta luz verde do Banco de Portugal.

Em causa está um processo de fusão transfronteiriça por incorporação do Bank Espirito Santo International Limited (BESIL), sediado naquele paraíso fiscal e com ativos no valor de 340 milhões de euros, no Novo Banco. A decisão foi oficialmente aprovada pela administração do banco no final do mês passado e produzirá efeitos em meados de dezembro.

Esta operação, que ainda carece da autorização do supervisor, tem como objetivo simplificar a estrutura do grupo Novo Banco, prevendo-se poupanças. “A fusão das sociedades levará à simplificação organizacional e a corte nos custos, nomeadamente, por exemplo, através da redução do número de contas anuais a preparar e da eliminação de relações intragrupo”, diz o Novo Banco no projeto de fusão. “Em particular, os custos com auditoria e com a submissão de documentos junto do registo comercial e das autoridades serão reduzidos”, acrescenta.

Ainda esta terça-feira, António Ramalho frisou a necessidade de continuar a cortar custos, depois de se saber que o Novo Banco quer despedi 27% dos trabalhadores em Espanha. “A nossa capacidade de nos reajustarmos sobre custos mais baixos é real”, afirmou o presidente do Novo Banco, na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios, em Lisboa, referindo ainda que os bancos deverão “abandonar alguns negócios onde não há rentabilidade suficiente”.

Há outro motivo para lá da simplificação da estrutura do grupo. “A fusão será ainda realizada com o objetivo de cumprir com os compromissos assumidos pelo Estado português diante da Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia em 2017“, sublinha ainda a instituição. Foi nesse ano que o Novo Banco foi vendido aos americanos do Lone Star (75% por 1.000 milhões de euros), num acordo que incluiu o mecanismo de capital contingente no valor de 3,9 mil milhões e que obrigou o banco português a uma profunda reestruturação com saída de trabalhadores, fecho de agências e venda de negócios.

O BESIL foi constituído em 1983, tendo passado para a esfera do BES em 2002, após a aquisição à Espírito Santo Financial Group por 60 milhões de euros. A aquisição da totalidade do capital social do BESIL “insere-se no quadro do desenvolvimento da estratégia de aproximação às comunidades portuguesas no exterior”, explicava o BES no relatório e contas de 2002. Entretanto, com a medida de resolução aplicada ao BES em agosto de 2014, ativos como o BESIL passaram para o Novo Banco criado na altura.

O BESIL não terá qualquer trabalhador no momento da fusão, nem detém qualquer imóvel. O BESIL é um dos credores reconhecidos pela comissão liquidatária do BES, reclamando um crédito de 170 euros ao banco falido.

O Novo Banco registou prejuízos de 400 milhões de euros no primeiro semestre do ano, tendo sinalizado já que tenciona pedir 540 milhões de euros ao Fundo de Resolução no âmbito do mecanismo de capital contingente.

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