PSD teve mais votos em concelhos com mais empresas, PS onde o poder de compra é mais baixo

PSD teve melhores resultados em concelhos com mais empresas, com volumes de negócios mais elevados. Socialistas onde o poder de compra e os salários são mais baixos.

Há muitas variáveis para analisar os concelhos em que os dois maiores partidos nacionais foram a escolha principal dos eleitores. No campo económico, as diferenças não são muito grandes. Mas é possível concluir que o PS foi a escolha dos eleitores em concelhos com menos empresas, salários mais baixos e menor poder de compra quando comparado com o PSD, e em que o número de beneficiários efetivos da Segurança Social está mais próximo da média nacional, de acordo com os dados do portal EyeData, disponibilizado pela Lusa.

No número de empresas, a diferença é mais pronunciada. Nos concelhos que mais votaram PS, há menos 13,7% empresas relativamente à média nacional. Quando olhamos para os dados relativos ao PSD, o sentido é o inverso: votaram mais PSD os concelhos onde há mais 6,3% empresas que a média nacional.

Os concelhos que votaram PS têm também empresas do setor secundário com volumes de negócios mais baixos (36,7% abaixo da média nacional) do que aqueles que votaram PSD (15% abaixo da média).

No que aos rendimentos diz respeito, os dados apontam perfis semelhantes. Nos que votaram PS, o poder de compra per capita é 16,1% mais baixo que a média nacional, enquanto nos que votaram PSD é apenas 12% inferior à média. O ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem nos concelhos que votaram PS é de 950,2 euros (14,2% abaixo da média) enquanto nos que votaram PSD é de 982,14 euros (11,4% abaixo).

A disparidade entre rendimentos é muito semelhante em ambos os casos, os dois abaixo da média e com valores muito próximos, quer na disparidade de rendimentos entre profissões, quer na desigualdade salarial entre homens e mulheres. Contudo, nos concelhos que votaram mais PSD, essa disparidade é ligeiramente menor em ambos os casos.

Relativamente a quem recebe prestações sociais, os dados divergem. Enquanto nos concelhos que votaram PS o número de beneficiários efetivos (em percentagem da população residente) está mais próximo da média nacional, ainda que abaixo, em comparação com o PSD, nos concelhos que votaram no partido liderado por Rui Rio há mais desempregados inscritos nos centros de emprego que nos concelhos em que o PS teve mais votos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Startup portuguesa lança jogo para a série “3%” da Netflix

Jogado exclusivamente através de voz, Desafio 3% foi desenvolvido em parceria com um dos guionistas da série original da Netflix. A voz principal do jogo é da protagonista da série, Bianca Comparato.

A portuguesa Doppio acaba de lançar o jogo oficial da série televisiva 3%, um original que faz parte do catálogo da Netflix. O projeto criado pela startup nacional especializada no desenvolvimento de jogos controlados por voz foi desenvolvido em colaboração com um dos guionistas da série, Cássio Koshikumo.

Quando conheci a Bianca tivemos a ideia de desenvolver algo à volta da série e começámos a trabalhar com a empresa de produção dela (Rio Games), com o Pedro Aguilera (showrunner da série) e com a Netflix”, conta Jeferson Valadares, diretor executivo da Doppio, sobre os primeiros passos para a produção do primeiro jogo em português deste estúdio.

Desenvolvido pela Doppio, o jogo é um simulador de testes criado pela personagem principal, Michele, para que os jogadores possam preparar-se para o “processo”. “Todas as semanas os participantes são organizados em rankings e os melhores ganham recompensas para usar na semana seuinte”, explica a empresa em comunicado.

Para jogar a partir de Portugal, basta que os participantes tenham um dispositivo com assistente de voz como o Google Assistant para Android, Alexa ou Echo.

O jogo oficial da série 3% é o primeiro lançamento da Doppio em mais de uma língua e mais de uma plataforma em simultâneo: o jogo foi desenvolvido em português e inglês e para Alexa e Google Assistant.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Caixa passa a cobrar MB Way em janeiro. Já há cinco bancos a aplicar comissões

O banco estatal vai começar a cobrar pelas transferências através da app MB Way, deixando de fora deste encargo os clientes jovens e "Contas Caixa", mas com limites. Mantém isenção nas apps da CGD.

Depois do BPI, BCP, Crédito Agrícola e Santander, é a vez de a fatura do MB Way também chegar aos clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O banco liderado por Paulo Macedo começa a cobrar, a partir do final de janeiro, pela realização de transferências MB Way. O custo destas transferências será aplicado nas operações realizadas a partir da app MB Way, mantendo-se a atual isenção aos clientes que façam estas operações a partir das aplicações da Caixa. Fora deste encargo ficam ainda os clientes mais jovens e as contas pacote, mas aqui com limites.

Na atualização do preçário de comissões que entra em vigor a 25 de janeiro, o banco público coloca em 88,4 cêntimos (já com Imposto do Selo) o custo unitário a aplicar às transferências efetuadas a partir dos serviços MB Way. Este valor compara com os 20,8 cêntimos que o atual preçário já prevê, mas o qual a Caixa não aplicava aos clientes.

Com a revisão de preçário, o banco público junta-se à tendência seguida pelos principais concorrentes. Nomeadamente, o Santander Totta que a 10 de setembro começou a prever a cobrança de comissões pelas transferências MB Way. Antes disso, em junho, tinha sido a vez de o BCP e do Crédito Agrícola avançarem com a mesma decisão. Já ao BPI coube dar o pontapé de saída para a cobrança pela realização deste tipo de operações, em maio.

Face aos preçários desses bancos, a CGD apresenta, ainda assim, uma das propostas menos onerosas. Os 88,4 cêntimos que passam a ser aplicados pela Caixa comparam com 1,248 euros que, no limite, podem ser cobrados pelo BPI e BCP por cada transferência feita através da app MB Way. Já o Santander Totta aplica a essas operações, no limite, um custo de 93,6 cêntimos. Apenas o Crédito Agrícola apresenta um tarifário mais baixo: exige 26 cêntimos por cada transferência feita através da app MB Way.

Alteração ao preçário da Caixa para o MB Way

Nas apps da CGD ninguém paga. Na do MB Way há exceções

Esta comissão só será aplicada caso a utilização seja feita fora das apps da CGD. Através das app Caixa Direta e Caixa Easy mantêm-se as atuais isenções. Fora das app da Caixa, ou seja através da app MB Way, também há exceções à cobrança dessa comissão. Designadamente nas contas pacote, a Conta Caixa, que são mais de dois milhões de clientes, e aos clientes mais novos, com idade inferior a 26 anos.

Enquanto os jovens não pagam de todo, no caso dos clientes com Conta Caixa, a isenção nas operações realizadas através da app MB Way tem limites. Abrange apenas “o limite definido de transferências para cada Conta Caixa”, segundo é explicado na atualização de preçário divulgada nesta terça-feira.

Sendo assim, os clientes com a “Conta S” — a mais básica das contas “pacote” — terão direito a isenção até um máximo de quatro transferências por mês. A partir daí começam a pagar o valor unitário previsto. No caso da “Conta M”, a isenção aplica-se até cinco transferências mensais. Apenas os clientes com “Conta L” a mais abrangente, mas também mais cara, escapam a esse encargo já que têm direito a um número ilimitado de transferências mensais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CGD volta a aumentar comissões. Contas ficam mais caras e MB Way passa a ser pago

Subida dos custos a partir do início de 2020 incidem sobre as contas "pacote" da CGD, SMB, transferências MB Way, cadernetas, cheques ou o processamento da prestação da casa.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) volta a carregar nas comissões. Menos de cinco meses após a última grande atualização do seu preçário, o banco liderado por Paulo Macedo volta a encarecer um vasto leque de serviços. Entre os principais alvos estão a “conta pacote” mais barata da instituição, mas também a conta de Serviços Mínimos Bancários (SMB) ou mesmo as transferências MB Way que passam a ser cobradas em determinadas situações. Mas as subidas chegam ainda aos levantamentos ao balcão, às cadernetas, aos cheques, até ao processamento da prestação da casa.

A subida de comissões programada para o início do próximo ano, surge numa atualização de preçário disponibilizada no site da CGD nesta terça-feira. Acontece num contexto de agravamento do valor das comissões em todo o setor, passando estas a serem uma importante fonte de receitas para a generalidade dos bancos nacionais, CGD incluída. O banco público obteve lucros de 282,5 milhões de euros na primeira metade do ano — valor entretanto corrigido em alta para mais de 400 milhões com a venda do banco em Espanha.

A grande novidade nesta alteração de preçário agora divulgada pelo banco liderado por Paulo Macedo, acontece logo no primeiro mês do próximo ano, com o grosso a aplicar-se a partir de 25 de janeiro. As transferências MB Way passam, a partir dessa data, a ser cobradas a quem use a app do MB Way, com o maior banco português a seguir os passos já dados pela maioria dos concorrentes diretos.

O custo destas transferências será de 88,4 cêntimos por operação, ficando isentos deste encargo os clientes com menos de 26 anos e os que têm “Conta Caixa”, mas neste último caso com alguns limites. Quem utilizar as aplicações da Caixa para realizar essas transferências também continua a não ver cobrado qualquer encargo.

Já no que diz respeito às “contas pacote”, os clientes com a “Conta S” — a mais básica do banco — vão ver a respetiva mensalidade aumentar. Quem reúne condições para ter uma bonificação nesta conta, vê os respetivos encargos mensais subirem dos atuais 2,912 euros, para 3,328 euros, representando um encargo anual acrescido de cinco euros. Nas contas sem direito a bonificação, o encargo mensal passa dos atuais 4,16 euros, para 5,148 euros, com o encargo anual a crescer cerca de 12 euros.

Esta subida de encargos será, contudo, compensada por um incremento do número de transferências bancárias sem custos que passam de duas mensais para quatro (inclui as transferências MB Way). Também a “Conta M” passa a permitir mais transferências bancárias sem custos — passam de três para cinco por mês –, na “Conta L” mantém-se um número ilimitado de transferências. Nestas duas últimas, os encargos mensais para os clientes mantêm-se.

Número de contas de SMB dispararam. Caixa passa a cobrar a alguns clientes

As contas de SMB são outro dos alvos do aumento de comissões que passa a vigorar no início do próximo ano. Atualmente a CGD é dos poucos bancos que não cobra pela disponibilização deste tipo de contas popularmente designadas como “low cost”. A partir de 25 de janeiro, vai passar a cobrar 35 cêntimos por mês (4,20 euros anuais) aos clientes com essas contas cujos rendimentos sejam superiores ao salário mínimo nacional. Os restantes clientes mantêm a isenção.

Este aumento acontece numa altura em que disparam as adesões e sobretudo conversões de contas tradicionais para as contas SMB, com os clientes a procurarem fugir dos sucessivos agravamentos das comissões realizados pelos bancos. Essa situação tornou-se mais notória no seguimento da flexibilização do acesso aos SMB. Atualmente, para além da Caixa, apenas o ActivoBank, o Banco CTT e o BNI Europa não cobram pela manutenção das contas de SMB.

Levantamentos ao balcão e uso das cadernetas mais caro

Na utilização das contas tradicionais também há acréscimos de custos para quem pretenda efetuar levantamentos de dinheiro ao balcão. Aos clientes que a partir de 25 de janeiro apresentem a caderneta para levantar dinheiro serão cobrados 3,12 euros, acima dos 2,86 euros atualmente em vigor.

Ainda assim, mantêm-se em vigor algumas isenções que são atualmente previstas. Segundo a CGD esta comissão continuará a não ser aplicada no caso de a máquina da rede Caixa não existir ou se estiver avariada, se houver “manifesta incapacidade do cliente para a atualização de dispositivos automáticos”.

Mas também se o levantamento for feito numa conta à ordem cujo somatório dos rendimentos domiciliados seja de valor inferior a uma vez e meia o salário mínimo nacional, em que o primeiro titular tenha uma idade igual ou superior a 65 anos e um dos titulares tenha património financeiro com saldo médio igual ou inferior a 20 mil euros, mas a isenção só se aplica até dois levantamentos por mês. Antes o limite eram três levantamentos por mês. Até três levantamentos em conta base caderneta também são isentos deste encargo.

A atualização de cadernetas ao balcão também fica mais cara. Deixa de custar os atuais 1,04 euros, para passar a custar 2,08 euros. Ou seja, o dobro.

Estas mexidas no preçário aplicável à utilização de cadernetas insere-se num contexto em que os bancos procuram desincentivar os clientes de irem ao banco para realizarem operações que podem fazer com o recurso a outros meios, como é o caso das caixas multibanco. Por razões que se prendem com a segurança, desde 14 de setembro que as cadernetas disponibilizadas pelos bancos nacionais passaram a permitir apenas consultas de movimentos e saldos.

Também os cheques que são um meio de pagamento em desuso e que acarreta custos elevados para os bancos, vão ver encarecidas algumas comissões na CGD. É o caso da requisição de cheques. A entrega imediata de três cheques na rede da Caixa (ATS) vai passar a custar 5,2 euros, valor que compara com os atuais 3,74 euros. Também as requisições de cheques encarecem. Por exemplo, a requisição online de um módulo de 11 cheques cruzados que atualmente custa 13,73 euros, passa a custar 15,6 euros. As mexidas no preçário de cheques entram em vigor logo a 1 de janeiro.

A utilização de cofres também fica mais cara. Por exemplo, o aluguer de um cofre com até 20,99 decímetros cúbicos de dimensão custa atualmente 61,5 euros. A partir de 25 de janeiro passa a custar 67,65 euros.

Pagar a prestação da casa fica também mais caro

Já a partir de março, chega a vez dos clientes com crédito à habitação também passarem a pagar mais para pagarem as respetivas prestações. Esta é, aliás, a única revisão de preçário na disponibilização de crédito.

A comissão de processamento mensal dos empréstimos da casa atualmente em vigor na CGD é de 2,60 euros. A partir de 25 de março, passa a custar 2,86 euros. Ao fim de um ano, este encargo passará a ascender a 34,32 euros. De recordar que há anos que a Deco defende que esta comissão, cobrada pela generalidade dos bancos, é ilegal, lembrando que a lei prevê comissões apenas para um serviço prestado. A associação de defesa do consumidor entende que neste caso não o é.

Também há descidas de preços… mas exigem contrapartidas

Nem só a subidas se resumem as mexidas de preçário previstas pela Caixa. A Conta Caixa Azul destinada a clientes com mais recursos vai beneficiar de uma redução de comissão de manutenção nos casos em que há direito a bonificação, passando os atuais 7,28 euros mensais, para 5,20 euros.

Mas para isso, para além da domiciliação de rendimentos, passa a exigir ainda duas ou mais autorizações de débito na conta associada. Para as restantes contas Caixa Azul mantêm-se os encargos atualmente em vigor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Regulador angolano da Concorrência não vê entraves ao negócio de compra da AdvanceCare

  • Lusa
  • 9 Outubro 2019

Após análise prévia regulador concluiu que haveria uma mera transferência de participações e não afetaria o mercado angolano. A AdvanceCare, em Angola, continua a funcionar nos mesmos moldes.

A Autoridade Reguladora da Concorrência em Angola (ARC), que foi consultada sobre a operação que envolve a compra da AdvanceCare em Portugal, “não vê entraves” à compra da ADVAngola pela TPA Investimentos, adiantou à Lusa fonte do regulador.

“É uma operação que está a decorrer em Portugal, mas atendendo a que certos efeitos concorrenciais poderiam ter efeitos no mercado angolano, por intermédio da AdvanceCare, que tem atividades em Angola, foi feita uma consulta à ARC para saber se haveria necessidade de notificar a operação”, disse à Lusa Inocêncio Muachingue, responsável do departamento de controlo de concentrações da ARC, à margem de um seminário sobre o Regime Jurídico da Concorrência, que decorreu em Luanda.

A ADV Angola tem na sua génese a AdvanceCare – Gestão de Serviços de Saúde, S.A. e iniciou operações em setembro de 2013, com a gestão dos seguros de saúde da Tranquilidade – Corporação Angolana de Seguros. A partir de 2014, assumiu também a gestão dos seguros da ENSA Seguros de Angola, S.A. e da NOSSA Seguros (Nova Sociedade de Seguros de Angola, S.A.).

Os intervenientes da operação, a TPA INV, Lda. e ADV – Health International, S.A. (ambas sociedades constituídas ao abrigo da lei portuguesa) pediram a consulta à ARC em 22 de julho último, depois de o grupo Generali ter anunciado que vai comprar ao fundo norte-americano Apollo a Seguradoras Unidas, dona da Tranquilidade e da Açoreana, por 510 milhões de euros e a AdvanceCare por 90 milhões de euros.

A ADV – Health International, S.A. é a única sócia da sociedade de direito angolano ADVAngola, o que motivou uma consulta prévia ao regulador angolano, no sentido de obter “segurança jurídica necessária sobre eventuais questões concorrenciais”, adiantou Inocêncio Muachingue.

“Após uma análise prévia chegou-se à conclusão de que haveria uma mera transferência de participações e não afetaria de facto o mercado nacional. A AdvanceCare, em Angola, continua a funcionar nos mesmos moldes, apenas o controle passa da ADV Health International para a TPA Investimentos”, explicou o responsável do departamento de controlo de concentrações da ARC, referindo que a situação “não criaria entraves à concorrência”.

Este é um dos quatro processos que já passou pelas mãos da ARC desde que esta entidade iniciou atividades em janeiro deste ano.

Atualmente, a ARC tem em análises duas outras operações: uma, envolvendo a criação de uma nova joint-venture resultante de uma parceria entre as petrolíferas Sonangol e Total, para os serviços de logística, distribuição e comercialização de derivados de petróleo; outra, no setor bancário, a aquisição do banco VTB-África, pertencente ao russo VTB Bank pela empresa russa de intermediação financeira Rostang.

Outro dossiê já concluído, com desfecho favorável, foi a compra da seguradora Tranquilidade Corporação Angolana de Seguros por parte do Banco Económico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal paga reembolso antecipado de dois mil milhões na próxima semana

  • Lusa
  • 9 Outubro 2019

Segundo Ricardo Mourinho Félix, a data para o pagamento antecipado ainda não está fechada, mas é certo que será “já em outubro”, devendo ocorrer entre os dias 15 e 17.

Portugal vai pagar na próxima semana o reembolso antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) pelos empréstimos concedidos durante a troika, disse à Lusa o secretário de Estado Adjunto e das Finanças.

Segundo Ricardo Mourinho Félix, a data para o pagamento antecipado ainda não está fechada, mas é certo que será “já em outubro”, devendo ocorrer entre os dias 15 e 17.

O governante afirmou que o pagamento antecipado de dois mil milhões de euros ao FEEF já anunciado pelo Executivo, permitirá uma poupança em juros acumulada da ordem dos 120 milhões de euros, uma vez que os empréstimos em causa venciam apenas em 2025/2026.

O reembolso antecipado “tem a virtude, além da poupança em juros, de reduzir aquilo que temos de pagar em 2025 e 2026, que são anos em que os pagamentos estavam particularmente concentrados”, explicou o secretário de Estado.

[O reembolso antecipado] tem a virtude, além da poupança em juros, de reduzir aquilo que temos de pagar em 2025 e 2026, que são anos em que os pagamentos estavam particularmente concentrados.

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças

Mourinho Félix acrescentou que qualquer reembolso antecipado implica que as outras instituições credoras abdiquem da cláusula que dita que o pagamento tem de ser feito de forma proporcional entre elas, sendo necessária autorização para esse efeito.

Como os empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) já foram pagos, falta pagar então ao FEEF e ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

Para que o reembolso de dois mil milhões ao FEEF pudesse avançar, ficou acordado que haverá ainda um pagamento antecipado de 500 milhões de euros ao MEE até 2022, tal como consta do relatório da Comissão Europeia divulgado na terça-feira, na sequência da décima missão de acompanhamento pós-programa.

Além disso, ficou acordado que os 6,75 mil milhões de euros que são devidos ao MEE e que se venciam em 2021 “são estendidos em termos de maturidade para os anos seguintes, o que permite também aliviar o pagamento em 2025 e 2026, sem que tenha aumento dos custos”, disse Mourinho Félix.

Portanto, a operação que está em causa “permite aumentar a maturidade de Portugal, pagar antecipadamente dois mil milhões de euros e pagar 500 milhões até 2022” ao MEE, reforçou o governante.

“A operação permite poupanças de juros em cerca de 120 milhões de euros só pelo pagamento antecipado e a extensão da maturidade permite também alguma poupança adicional pois permite financiar num período mais longo a uma taxa mais reduzida”, concluiu o secretário de Estado.

O Conselho de Administração do FEEF aprovou em 5 de setembro a solicitação de Portugal para reembolsar antecipadamente dois mil milhões de euros dos empréstimos concedidos ao abrigo deste fundo durante o programa de assistência financeira (2011-2014).

Segundo o FEEF, o ministro das Finanças português, Mário Centeno, solicitou em 28 de junho passado o pagamento antecipado desse montante.

O reembolso de dois mil milhões de euros corresponde à liquidação na íntegra de uma tranche do empréstimo do FEEF que vencia em agosto de 2025, e ainda ao pagamento antecipado parcial de uma tranche com maturidade até dezembro do mesmo ano.

No quadro do programa de assistência financeira (2011 a 2014), Portugal beneficiou de ajuda externa no valor de 78 mil milhões de euros, providenciada, em partes iguais (um terço cada, ou seja, 26 mil milhões de euros) pelo FEEF, União Europeia (Mecanismo Europeu de Estabilização Finaceira) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em dezembro de 2018, Portugal completou o reembolso antecipado dos empréstimos do FMI, tendo-se comprometido, então, com o FEEF a pagar antecipadamente a este credor até dois mil milhões de euros entre 2020 e 2023.

Em abril passado, Mário Centeno já admitira, todavia, que Portugal poderia iniciar já este ano o processo de amortização da dívida junto dos credores europeus.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Falhas nos comboios e aeroporto penalizam competitividade portuguesa. Portugal está em 34.º no ranking mundial

Portugal está menos competitivo no campeonato das infraestruturas. O país caiu no ranking da eficiência dos serviços de comboios e do transporte aéreo, mostra o relatório mundial de competitividade.

O transporte público ferroviário em Portugal tem enfrentado falhas no serviço por falta de investimento, um facto que penalizou a competitividade do país.

Portugal está a perder competitividade no campeonato das infraestruturas. O Relatório Global da Competitividade 2019, publicado esta terça-feira pelo Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês) — que coloca Portugal em 34º lugar em termos globais, a mesma que no ano anterior — não deixa margem para dúvidas: comparativamente com o ano passado, o país deu um “trambolhão” em aspetos como a eficiência do transporte público ferroviário, mas também na eficiência dos aeroportos e dos portos e na qualidade das estradas.

No indicador “eficiência do serviço de comboios” — integrado no pilar das infraestruturas, um dos 12 analisados pelo relatório do WEF –, Portugal caiu nove posições face a 2018, passando da 23.ª para a 32.ª, num aspeto do ranking que tem o Japão à cabeça. O fenómeno pode ser explicado com as falhas no serviço da empresa pública CP, que deram origem a muitas queixas dos utentes no final do ano passado.

A par com a ferrovia, a “eficiência dos serviços de transporte aéreo” em Portugal também recuou 16 posições face a 2018, numa altura em que são conhecidas as dificuldades no Aeroporto de Lisboa, o maior do país. Enquanto, em 2018, Portugal se situava na 33.ª posição, o país “caiu” para o 36.º lugar na edição do ranking publicada esta terça-feira.

No que toca aos portos, o país perdeu dez lugares na eficiência dos serviços portuários, ficando em 36.ª lugar, que pode refletir a situação de greves nos portos do país, com especial destaque para o porto de Setúbal, que acabou por afetar as exportações da Autoeuropa e que teve reflexo nos dados do comércio externo a nível nacional. Já quanto à qualidade das estradas e autoestradas, Portugal recuou menos, mas passou da 5.ª posição para a 8.ª posição, continuando este a ser, ainda assim, um dos aspetos em que o país se encontra mais bem posicionado em termos de competitividade.

O relatório do WEF, que analisa a competitividade de 141 países, reflete, assim, o menor investimento público nas infraestruturas, que motivou críticas da oposição ao primeiro Governo liderado por António Costa. De acordo com as estimativas do INE, em 2018, o investimento público terá sido de 3,79 mil milhões de euros. Apesar do agravamento destes indicadores, o país melhorou em aspetos como a estabilidade financeira, o financiamento das empresas e a solidez do sistema bancário, entre outros, tendo ficado na 34.ª posição no ranking global.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Com economia a abrandar, Fórum Económico Mundial quer políticas e reformas que acelerem produtividade

A economia está a abrandar, mas a produtividade continua estagnada. Os países vão ter de investir e adotar políticas e reformas que contrariem esta tendência, avisa Fórum Económico Mundial.

O Fórum Económico Mundial (WEF) quer que os países implementem políticas orçamentais e reformas estruturais que ponham fim à estagnação da produtividade.Brent Lewin/Bloomberg

Os países têm de implementar reformas estruturais e políticas orçamentais que promovam o investimento em infraestruturas e capital humano. É a fórmula encontrada pelo Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês) para pôr fim à estagnação do crescimento da produtividade e fazer frente ao abrandamento da economia mundial. O aviso faz parte do Relatório Global da Competitividade 2019, no qual Portugal manteve a mesma 34.ª posição alcançada na edição anterior.

“Através de políticas monetárias permissivas, os bancos centrais em economias avançadas injetaram mais de dez biliões de dólares durante a última década e provavelmente evitaram uma segunda Grande Depressão. No entanto, o crescimento da produtividade continua estagnado e, numa altura em que a economia mundial se prepara para um abrandamento, a política monetária está sem gás”, lê-se numa apresentação oficial do relatório anual do WEF, que mede os países em 12 pilares de competitividade, desde as instituições à inovação, passando pelo dinamismo empresarial, o sistema financeiro, entre outros.

Num total de 141 nações, a pontuação de Portugal no ranking geral registou uma subida marginal. O relatório mostra também que o mercado laboral português perdeu competitividade em praticamente toda a linha, incluindo nos direitos dos trabalhadores e na facilidade de contratação no estrangeiro — dois eixos nos quais o país até surge bem posicionado face aos pares. Um indicador que surge numa altura em que Portugal acaba de adotar uma série de alterações ao Código do Trabalho. Houve ainda perdas de competitividade em aspetos como a formação de pessoal e facilidade em encontrar trabalhadores com boas capacidades.

Enquanto o WEF pede políticas orçamentais mais favoráveis ao capital físico e humano, os níveis de investimento público do país registam valores na ordem dos 3,496 mil milhões de euros (2017), um valor ainda em linha com os tempos da troika, à medida que o Governo de António Costa tem apostado em equilibrar as contas públicas e pagar antecipadamente a elevada dívida pública aos credores internacionais. Uma política que não foi suficiente para recuperar terreno no indicador da dinâmica da dívida. Contas feitas, o país manteve a 62.ª posição no pilar da estabilidade macroeconómica na última edição do relatório do WEF, com uma pontuação de 85 em 100.

O crescimento da produtividade continua estagnado e, numa altura em que a economia mundial se prepara para um abrandamento, a política monetária está sem gás.

Relatório Global de Competitividade 2019

Fórum Económico Mundial

Menor investimento penaliza infraestruturas

O relatório do WEF que analisa a competitividade dos países reflete o menor investimento público nas infraestruturas, com o país a ser penalizado em toda a linha, desde a ferrovia aos aeroportos, passando pelos portos e pelas estradas.

No indicador “eficiência do serviço de comboios”, Portugal cai nove posições face a 2018, passando da 23.ª para a 32.ª, num aspeto do ranking que tem o Japão à cabeça. A par com a ferrovia, a “eficiência dos serviços de transporte aéreo” em Portugal recua 16 posições face a 2018, numa altura em que são conhecidas as dificuldades no Aeroporto de Lisboa, o maior do país.

Já no que toca aos portos, o país perde dez lugares na “eficiência dos serviços portuários”, ficando em 36.ª lugar, que pode refletir a situação de greves nos portos do país, com especial destaque para o porto de Setúbal, que acabou por afetar as exportações da Autoeuropa e que teve reflexo nos dados do comércio externo a nível nacional. Quanto à qualidade das estradas e autoestradas, Portugal perde menos, mas cai da 5.ª posição para a 8.ª posição. Continua a ser, ainda assim, um dos aspetos em que o país se encontra mais bem posicionado em termos de competitividade, a par de outros, como a nula incidência do terrorismo, por exemplo.

O transporte público ferroviário em Portugal tem enfrentado falhas no serviço por falta de investimento, um facto que penalizou a competitividade do país.

Sistema financeiro ganha competitividade

O relatório divulgado esta terça-feira reconhece ainda que o sistema financeiro nacional está mais competitivo numa escala global. O documento expõe que as empresas em Portugal estão mais capitalizadas, há mais financiamento para as pequenas e médias empresas (PME) e maior disponibilidade de capital de risco, ainda que a carga fiscal e alguns subsídios tenham tido um efeito mais negativo do ponto de vista concorrencial.

No campo da estabilidade financeira, o WEF também reconhece uma maior competitividade da banca portuguesa, nomeadamente através da solidez dos bancos nacionais. Contudo, a aposta das instituições bancárias na redução do crédito malparado, ainda não foi suficiente para ter reflexo neste relatório, uma vez que Portugal recua da 112.ª para a 121.ª posição.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Questão da forma não é essencial” para formar nova geringonça, diz Costa

Para o primeiro-ministro, "a maior ou menor instabilidade" na próxima legislatura "tem mais a ver com as políticas que se praticam e os resultados que se obtêm".

Governo minoritário ou geringonça alargada? Com acordos escritos ou sem acordos escritos? A forma é uma questão que “não é essencial” para o primeiro-ministro, António Costa, que considera que “a maior ou menor instabilidade” na próxima legislatura “tem mais a ver com as políticas que se praticam e os resultados que se obtêm”.

À saída de uma reunião com o Presidente da República — a última das dez audições concedidas por Marcelo Rebelo de Sousa aos partidos durante o dia desta quinta-feira –, António Costa comunicou ter sido indigitado primeiro-ministro e garantiu não existirem perspetivas de existir uma maioria parlamentar que apoie uma eventual moção de rejeição ao XXII Governo Constitucional. “Acho que há condições para o Governo se apresentar à Assembleia da República”, afirmou.

Perante a insistência dos jornalistas para saber se o novo Governo vai procurar acordos escritos de governação com os partidos da esquerda, o socialista indicou: “Amanhã [quarta-feira] iniciarei contactos com o Livre, PAN, PCP, PEV e BE com vista a saber quais são as condições e a melhor forma de podermos contribuir todos para que a legislatura corra de forma positiva. […] Não posso antecipar conclusões.” Como é sabido, BE exige um acordo escrito, mas o PCP é contra, mas António Costa desvalorizou, recordando que, “no passado, houve legislaturas com governos minoritários sem qualquer tipo de acordo”.

O primeiro-ministro recordou também que conhece “os programas de todos os partidos” e disse ter esperança de que seja possível “encontrar caminhos” que levem a pontos de entendimento entre todos.

Mesmo nestas circunstâncias, António Costa foi perentório — o próximo Governo é do PS: “A interpretação que faço dos resultados [das eleições] é que os portugueses ficaram satisfeitos com a solução política da legislatura anterior e desejariam que tivesse continuidade, agora com o PS reforçado”, rematou.

Quanto à composição do próximo Governo, António Costa garantiu que o novo executivo será “próximo do atual Governo”, mas admitiu que vão existir “alguns ajustamentos”. Até porque Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Segurança Social, já manifestou vontade de não continuar.

(Notícia atualizada às 22h14 com mais informações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Luís Montenegro disponível para se candidatar à presidência do PSD

  • ECO
  • 8 Outubro 2019

O antigo líder do grupo parlamentar deverá anunciar esta quarta-feira a sua disponibilidade para disputar eleições diretas para a presidência do PSD.

Luís Montenegro vai mesmo voltar a entrar em cena. O antigo líder do grupo parlamentar deverá anunciar esta quarta-feira a sua disponibilidade para disputar eleições diretas para a presidência do partido, avançou o Público (acesso condicionado). O jornal cita fonte do partido para indicar que o ex-deputado social-democrata vai fazer o anúncio à noite, numa entrevista à SIC. Luís Montenegro tem já o apoio de Pedro Duarte na investida, um dos principais críticos da atual presidência.

Quanto a Rui Rio, o presidente do PSD encontra-se a ouvir várias pessoas ligadas ao partido “antes de tomar uma posição” sobre a sua continuidade na liderança. Esta ainda é uma das maiores incógnitas depois do mau resultado obtido nas legislativas deste domingo, sendo que a direção nacional defende a sua permanência e até recandidatura num cenário de eleições diretas.

A notícia da candidatura de Luís Montenegro surge no mesmo dia em que Aníbal Cavaco Silva, ex-Presidente da República, se mostrou entristecido com o resultado eleitoral do PSD e defendeu que é urgente mobilizar os militantes que se afastaram ou foram afastados por Rui Rio. “Como é o caso de Maria Luís Albuquerque, uma das mulheres com maior capacidade de intervenção que conheci durante o meu tempo de Presidente”, especificou. Uma tristeza que Rui Rio garante não ter discutida com o Presidente da República na audiência desta tarde e que também não quis comentar.

Desde domingo que a contestação interna a Rui Rio tem vindo a subir de tom, devido aos resultados eleitorais que deram aos sociais-democratas 27,9% dos votos e 77 mandatos. Miguel Relvas, antigo ministro de Pedro Passos Coelho, disse ao Fórum TSF que face ao “mau resultado” destas eleições, o PSD precisa de “um novo líder” que prepare as próximas eleições autárquicas (em 2021) com uma perspetiva diferente, instando aqueles que querem ser alternativa a apresentarem-se agora. Relvas ainda não disse quem apoiaria, mas nos corredores, aponta-se para Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais e afastado por Rio das listas para o Parlamento.

Já António Almeida Henriques, que foi secretário de Estado Adjunto da Economia na primeira metade do Governo de Pedro Passos Coelho e um dos apoiantes de Luís Montenegro em janeiro, juntou a sua voz ao coro de críticas pedindo um congresso para clarificar o futuro do partido. “O resultado não foi um desastre, mas foi muito mau”, admitiu Almeida Henriques, defendendo então que “o PSD deve fazer a reflexão e deve antecipar o congresso, não tenhas dúvidas”, disse em declarações à Antena 1 e à SIC Notícias.

Um dos nomes que se espera ouvir é o de Jorge Moreira da Silva, em silêncio desde domingo. Logo depois das europeias de maio, Jorge Moreira da Silva, antigo vice-presidente do PSD e ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho, deixou duras críticas, falando num PSD “totalmente desorientado” e em humilhação. “Não sei o que é pior: ter tido um resultado desastroso – o pior da nossa história – ou não ter percebido as razões para que tal tivesse acontecido, como parecem evidenciar as declarações de Rui Rio na noite eleitoral e no decorrer desta semana. O PSD está totalmente desorientado perante um resultado eleitoral que, não há outra forma de o dizer, foi humilhante”, escreveu Jorge Moreira da Silva, num artigo de opinião publicado no Expresso. O que dirá agora?

Correção: Ao contrário do que estava escrito, o artigo de opinião de Jorge Moreira da Silva refere-se às eleições europeias e não aos resultados deste domingo nas legislativas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerome Powell deixa em aberto nova descida dos juros pela Fed

  • Lusa e ECO
  • 8 Outubro 2019

Num discurso em Denver, o Presidente da Fed falou em abrandamento das contratações e deixou em aberto nova descida dos juros.

O presidente da Reserva Federal norte-americana afirmou que a criação de postos de trabalho nos Estados Unidos ainda não está tão robusta quanto se pensava, deixando em aberto uma nova descida dos juros.

“Onde vimos um mercado de trabalho em expansão, vemos agora um crescimento mais moderado”, afirmou Jerome Powell, citado pela agência Associated Press. Os especialistas consideram que pode ser uma indicação de que a instituição pode estar pronta para continuar a cortar as taxas de juros para apoiar a economia norte-americana.

No seu discurso numa conferência em Denver, Jerome Powell não deu pormenores sobre os próximos passos da Fed a nível dos juros, mas disse que a instituição “agirá adequadamente” para apoiar a economia e as contratações, impulsionando o mercado de trabalho. “Neste momento, os índices de emprego e de inflação são favoráveis, mas há riscos”, frisou, referindo-se à guerra comercial entre os EUA e a China e ao Brexit. A Fed já baixou duas vezes os juros este ano e os especialistas antecipam que o volte a fazer ainda este mês.

O presidente da Fed também disse que a instituição planeia renovar os seus esforços de compra de títulos de dívida para injetar mais dinheiro nos mercados financeiros. No entanto, esta não é uma medida para estimular a economia, mas sim para aumentar as reservas grossistas, com vista à resolução de um problema operacional que afetou o banco central norte-americano no último mês.

Como indicámos na nossa declaração de março sobre a normalização do nosso balanço, em algum momento, começaremos a aumentar as nossas posições em títulos de dívida para manter um nível adequado de reservas”, afirmou, citado pela CNBC. “Esse tempo está a chegar”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nissan nomeia para novo presidente executivo líder da filial chinesa

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

Nissan nomeou o até agora vice-presidente sénior e presidente da sua filial chinesa, Makoto Uchida, como presidente executivo do grupo. O nome de Uchida foi aprovado por unanimidade.

A fabricante de automóveis japonesa Nissan nomeou esta terça-feira o até agora vice-presidente sénior e presidente da sua filial chinesa, Makoto Uchida, como presidente executivo do grupo.

“O Conselho de Administração da Nissan Motor nomeou esta terça-feira o atual vice-presidente sénior da Nissan e presidente da Dongfeng Motor, Makoto Uchida, como diretor executivo e CEO [presidente executivo] da Nissan”, informa a fabricante de carros em comunicado.

Foram também nomeados o atual COO (diretor de operações) da Mitsubishi Motors Corporation, Ashwani Gupta, como representante executivo e diretor de operações da Nissan, e o vice-presidente sénior da Nissan, Jun Seki, para o cargo de vice-presidente de operações, reportando a Gupta.

As nomeações devem entrar em vigor até 01 de janeiro de 2020.

Makoto Uchida é presidente da filial chinesa da Nissan.

De acordo com a Associated Press (AP), o membro do Conselho de Administração Masakazu Toyoda referiu que o nome de Uchida foi aprovado por unanimidade devido à sua larga experiência internacional.

Uchida cresceu no estrangeiro e foi visto como sendo capaz de liderar a aliança da Nissan com a fabricante francesa de automóveis Renault, que possui 43% da fabricante japonesa.

“A sua vasta experiência torna-o uma boa opção para liderar a empresa neste momento difícil”, afirmou Toyoda em conferência de imprensa.

A nomeação de Makoto Uchida destina-se a mitigar a crise de liderança e a quebra nos resultados da empresa, depois da prisão do anterior presidente do Conselho de Administração, Carlos Ghosn, no ano passado.

Uchida vai substituir Hiroto Saikawa, que deixou o cargo em 16 de setembro, na sequência de uma série de operações financeiras que a administração da Nissan considerou inadequadas, embora não ilegais, meses depois do início do escândalo que afetou o ex-presidente Carlos Ghosn, recorda a agência Efe.

Carlos Ghosn foi detido em novembro de 2018, libertado sob fiança em março e novamente detido em abril, após nova acusação. Voltou a ser libertado nesse mesmo mês e colocado em regime domiciliário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.