Paddy Cosgrave espera 70 mil participantes e 1.800 ‘startups’ na Web Summit em Lisboa

  • Lusa
  • 2 Outubro 2019

A próxima edição da Web Summit realiza-se entre 4 e 7 de novembro no Parque das Nações em Lisboa. Fundador da conferência espera esgotar o evento "mais cedo do que nunca".

O cofundador da Web Summit Paddy Cosgrave disse esperar cerca de 70 mil participantes, incluindo 1.800 ‘startups’, na quarta edição da conferência, que vai decorrer de 04 a 07 de novembro no Parque das Nações, em Lisboa.

“Já temos os mais incríveis oradores, como o CEO do Tinder, o Chairman da Huawei, o CEO da Wikimedia, dois comissários europeus e muitos outros. Esperamos 70 mil participantes, incluindo 1.800 ‘startups’, 1.500 investidores e dois mil membros de ‘media’”, afirmou à agência Lusa Paddy Cosgrave, também presidente executivo da Web Summit.

Além de assumir que a organização está “muito entusiasmada para ver algumas das iniciativas, como as mulheres na tecnologia e o ‘planet:tech’”, Paddy Cosgrave revelou que a edição de 2019 está também focada nas alterações climáticas.

“Estamos a caminhar na direção de um evento livre da utilização de plástico e muito do conteúdo que vamos ter no ‘planet:tech’ assenta no papel que a tecnologia pode assumir no combate às alterações climáticas. E isso acaba por realçar o trabalho que a Web Summit pode fazer, ao criar uma rede de conexões ambientais que podem traduzir-se em projetos pós evento”, defendeu.

Atendendo à expectativa de 70 mil participantes na conferência tecnológica, ainda “há muitos preparativos e trabalho a decorrer”, desenvolvido por “uma equipa muito talentosa que tem feito continuamente eventos de elevada qualidade”, referiu.

“Contamos esgotar o evento mais cedo do que nunca. Com mais de 20 palcos, somos capazes de atrair especialistas dos mais diversos setores para falar à nossa audiência sobre tópicos tão diferentes como o futuro da inteligência artificial, os desafios à volta da proteção de dados ou a urgência de se adotar comportamentos sustentáveis, com vista a proteger o nosso planeta da ameaça das alterações climáticas”, especificou.

Devido ao acordo firmado, em 2018, entre o Governo, a Câmara Municipal de Lisboa e Paddy Cosgrave, a Web Summit vai permanecer na capital portuguesa durante 10 anos.

“Temos um escritório em Lisboa, onde trabalham 12 pessoas, e estamos a planear expandir a nossa presença em Portugal. Estamos neste momento a contratar para várias áreas, desde desenvolvimento de ‘software’ até organização de eventos”, acrescentou o cofundador da Web Summit.

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Leadership Summit 2019: Como liderar na idade do algoritmo?

A 3.ª edição do Leadership Summit Portugal desafiou especialistas a refletir na resposta para uma das questões do futuro da liderança: "Estaremos a caminhar juntos?".

“Eu não sou um robô, sou um ser humano”. Foi assim que se apresentou o primeiro orador, vindo da Grécia, o professor de gestão e filósofo Haridimos Tsoukas, que abriu as hostes das sessões da 3.ª edição do Leadership Summit Portugal, que decorreu esta terça-feira, no Casino do Estoril.

Na conferência intitulada “O belo mal e o desejo transcendental: IA e espiritualismo”, Haridimos explicou algumas técnicas para “liderar na era do algoritmo” e explicou de que forma a filosofia e o espiritualismo na liderança podem ser parte das respostas. “Precisamos de desenvolver o que já temos: competências humanas e únicas de compreensão, adaptação, empatia e transcendência”, revela o filósofo, que acredita que as particularidades que nos tornam humanos serão insubstituíveis pela inteligência artificial. “A IA (inteligência artificial) é parte da nossa vida, mas não percebe os inputs que processa e os outputs que gera”, justifica Tsoukas.

"Liderar de forma inteligente é desenvolver perceção, perceber as nuances da situação e conectar-se emocionalmente consigo próprio e com os outros”

Haridimos Tsoukas

Os humanos podem oferecer mais do que a IA e que os robôs, através da filosofia, gestão e da liderança”, por exemplo, através da “capacidade humana da espontaneidade”, alerta Tsoukas. Entender o “horizonte do significado”, o que está implícito, sentir a dimensão tácita — do que não se mostra com a voz, ou com palavras –, analisar o presente com experiências do passado, sentir empatia e o “sexto sentido”, são características inimputáveis aos robôs, exemplifica.

Para o filósofo, a liderança e a filosofia podem encontrar um ponto em comum, partindo de uma perspetiva política Aristotélica: “A forma como um ser humano responde a uma situação vai depender do seu caráter que, por sua vez, depende da sua perceção, emoções e motivos”. Assim, “liderar de forma inteligente é desenvolver perceção, perceber as nuances da situação, e conectar-se emocionalmente consigo próprio e com os outros”.

“A gestão feliz”

“E se o sucesso não fosse o indicador mais importante para os líderes e para os gestores? E se a felicidade passasse a ser uma forma de medir a liderança?”. Foram estas as duas questões lançadas pelo CEO da Altice, Alexandre Fonseca, que refletiu sobre o impacto da liderança nas organizações, e em particular na atração e retenção de talento. Uma das prioridades da Altice tem sido a “aposta nas novas gerações e a preparação dos futuros líderes”, referiu ao ECO na entrevista de antecipação do evento.

Para o gestor, o “fator humano é o critério chave da liderança”, e um líder deve ser próximo, criar laços e envolver os colaboradores. “A liderança constrói-se”, sublinha Alexandre Fonseca, e sem estereótipos, assente em valores como a “proximidade, o conhecimento, a empatia, inteligência emocional e o espírito de equipa“.

"Liderar é ter coragem para transformar.”

Alexandre Fonseca

CEO da Altice Portugal

“Liderar não tem de ser solitário”, refere o CEO, que acredita que o líder de sucesso deve rodear-se de uma equipa e, acima de tudo, conhecê-la, contribuindo “para a felicidade dos colaboradores“. Um líder deve ser “politicamente incorreto” e “continuamente irreverente” porque “liderar é ter coragem para transformar”, defende Alexandre Fonseca.

Um líder deve “fazer os outros quererem aquilo que nós também queremos”. Alexandre Fonseca considera-se um “gestor feliz,” numa “viagem que não faz sozinho”, por isso, deixa uma mensagem a futuros líderes: “Devemos a nós próprios ser felizes”.

A etimologia da liderança

Henrique Monteiro trouxe ao Leadership Summit outro olhar sobre a definição de liderança: a origem etimológica das palavras. Para o jornalista e escritor, é possível encontrar a definição de um bom líder na origem de três palavras: “liderança”, “manipulação” e “carisma”.

O termo “liderança”, de origem na língua frísia, está ligada à palavra “lead”, que significa a primeira parte de uma peça musical, ou primeiro parágrafo de uma notícia, explica o jornalista. De origem latina, a palavra “manipulação” refere-se ao que é possível “moldar com as mãos”, a mão que gera” e está relacionado com o termo “manajeiros”, os capatazes que dirigem o trabalho das ceifas. Por fim, do grego caris, carisma significa “mostrar-se favorável”, “estar pronto para tudo”. O carisma — o “poder de sedução” — representa “os favores, a graça e a recompensa, retribuídas a quem segue alguém que tem um impacto positivo na nossa vida”, explica Henrique Monteiro.

“Apesar destes valores não serem materiais, são metafísicos”, sublinha o jornalista, abrindo espaço para a conexão entre a espiritualidade e a liderança. Para Henrique Monteiro, “a inteligência passará sempre pelos sentidos” e, talvez no futuro, “as máquinas possam vir a ter algo parecido com as sinapses que ocorrem no nosso cérebro, mas a pergunta de um milhão de dólares será sempre: o código moral e ético que desenvolverão será igual ao nosso?”.

“A grande liderança é espiritual”

O contexto empresarial deste século é “VUCA”, sigla em inglês para “volátil, incerto, complexo e ambíguo”, afirma Chris Lowney, seminarista jesuíta e antigo diretor-geral da JP Morgan, que fez o convite à reflexão sobre a prática da espiritualidade das organizações. Para Lowney, o líder do futuro terá de “desenvolver competências, profundamente espirituais” para manter as pessoas nas organizações.

Para Lowney, a inteligência artificial pode “ajudar-nos a melhorar a performance, através de dados”, mas nunca poderá substituir o papel “transcendente” de uma liderança espiritual. “Ser solidário, partilhar uma missão comum, promover o respeito mútuo e motivar, são fatores que não se conseguem pesar, são valores profundamente espirituais”, realça.

Combater o “medo de si próprio”, desenvolver coragem, a confiança, integridade, a compaixão e a capacidade de comunicar, são alguns traços de uma liderança mais humana, defende Lowney. Para terminar, o seminarista norte-americano deixou um conselho a todos os líderes: “Fazer uma pausa mental” diária para “agradecer”, “abrir horizontes” e “rever o seu dia”.

O Leadership Summit 2019 trouxe ainda a debate o ambiente e as alterações climáticas, por serem temas que “nos obrigam a caminhar juntos”, e fazem parte da equação da liderança do futuro. O debate “verde” fez-se a três vozes, com Eduardo Rêgo, a voz da BBC Wild Life e fundador da associação Loving Planet, Francisca Salema, uma das organizadoras da greve climática de 27 de setembro, e Diogo Alves, curador da Global Shapers do Fórum Económico Mundial em Lisboa. Os três concluíram que é necessário “trabalhar em conjunto” e, para Eduardo Rêgo, esta é “uma pergunta sacramental”, que deve ser respondida “com a própria vida e com o próprio comportamento”.

Liderança: o poder de “devolver”

Para fechar o dia de conferências, Pedro Afonso, CEO da VINCI Energies Portugal, subiu ao palco para pensar a liderança como “uma oportunidade de devolver”, tendo por base o livro que está a escrever “Leadership: “The power of giving back“. Para o ajudar a encontrar respostas convidou alguns especialistas de áreas distintas como a neurociência, a música e a filosofia.

Tal como um líder numa organização, “o sucesso de um maestro passa pela forma de transmitir a mensagem e lidar com qualquer coisa que não esperava, até no som que lhe é transmitido”, exemplificou a maestrina Joana Carneiro. “Uma orquestra não é mais do que uma forma de tornar o nosso trabalho muito eficaz e eficiente”. Para o professor e filósofo António Caeiro, a filosofia pode ser útil para os gestores pela “utilidade e pragmatismo”. “Dar, restituir, agradecer, homenagear, são ideias que não têm um vetor unidirecional, mas implicam esta compreensão formal que somos uns com os outros”, acrescentou o filósofo.

Para o CEO Pedro Afonso, a liderança precisa de “mais espírito e atitude de altruísmo”, que se materializa na “devolução” ao outro, à sociedade, ou aos colaboradores de uma organização.

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António Jaime Martins formaliza candidatura a Bastonário da Ordem dos Advogados

O atual presidente da CRL formalizou a candidatura a bastonário da Ordem dos Advogados para o triénio 2020-2022, liderando a lista “Fazer a Diferença” aos órgãos sociais nacionais e regionais.

O advogado António Jaime Martins formalizou a candidatura a bastonário da Ordem dos Advogados para o triénio 2020-2022, liderando a lista “Fazer a Diferença” aos órgãos sociais nacionais e regionais. O candidato é o atual presidente do Conselho Regional de Lisboa (CRL).

A equipa de António Jaime Martins é composta ainda por Paulo Graça, presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa e candidato a presidente do Conselho Superior, e Jorge Bacelar Gouveia, presidente do Conselho Fiscal da Ordem dos Advogados e candidato a novo mandato.

Na candidatura “Fazer a Diferença”, o advogado João Massano, atual vice-presidente do Conselho Regional de Lisboa é candidato a presidente deste órgão, e Alexandra Bordalo, atual vice-presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa é candidata a presidente deste órgão. A advogada Ana Sofia de Sá Pereira é candidata a presidente do Conselho Regional do Porto.

António Jaime Martins definiu como prioridades para o seu mandato como bastonário a recuperação do papel ativo da Ordem dos Advogados no processo legislativo. A nova equipa tem já preparado um conjunto de propostas de alterações legislativas, a apresentar após a eleição, com o objetivo de melhorar o acesso ao direito e à justiça por parte dos cidadãos e empresas.

“Será também adotado um conjunto de medidas para defender a advocacia preventiva como essencial à segurança dos negócios jurídicos de que depende o desenvolvimento económico do país”, refere a lista candidata em comunicado.

A lista de António Jaime Martins pretende ainda “pôr termo à generalização da prática judiciária de intimar advogados a depor em processos-crime contra os seus constituintes, a resolução da situação de desproteção em que se encontram os advogados impossibilitados de trabalhar por motivo de incapacidade ou doença e a revisão da tabela de honorários no âmbito do sistema de acesso ao direito e aos tribunais“, nota.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 2 Outubro 2019

Alemanha estuda estímulos à economia. Emprego em Espanha cresce menos. Boris Johnson firma acordo para resolver o backstop. Estes e outros temas estão a marcar a atualidade internacional.

Começam a surgir os primeiros indícios de que a Alemanha estará a ponderar aumentar o investimento para estimular a economia, num contexto de ameaça de recessão global. Em Espanha, surgem dados pouco animadores do mercado laboral: a criação de emprego atingiu o nível mais lento desde 2013. Nesta revista de imprensa, conheça ainda os últimos desenvolvimentos do Brexit, entre outros temas que estão a marcar a atualidade internacional.

Bloomberg

Alemanha esboça medidas para estimular economia

Várias vozes europeias têm apelado à Alemanha para que aumente o investimento em medidas para estimular a economia da Zona Euro, perante a iminência de uma recessão global e a ineficácia das políticas do Banco Central Europeu (BCE), num contexto de juros muito negativos. A chanceler Angela Merkel tem mostrado resistência, optando por manter uma política de maior controlo orçamental, mas o certo é que o Governo alemão já está a esboçar medidas com o objetivo de estimular a economia. Algumas são semelhantes às tomadas em plena crise financeira de 2009, como a de dar às empresas um conjunto mais amplo de deduções nos impostos. Para já, nada garante que vão chegar a ver a luz do dia. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

The Guardian

Boris Johnson fecha acordo com unionistas sobre backstop

O primeiro-ministro do Reino Unido vai apresentar esta quarta-feira o plano final para o Brexit na convenção do Partido Conservador. Na proposta à UE, Boris Johnson deverá incluir um plano que contempla “duas fronteiras durante quatro anos”, nomeadamente entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte e ainda entre esta e a República da Irlanda. Segundo a imprensa britânica, o primeiro-ministro conseguiu apoio do Partido Democrata Unionista (PDU) da Irlanda do Norte em torno desta proposta para a problemática do backstop. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

Expansión

Emprego em Espanha cresce ao ritmo mais lento desde 2013

O Ministério do Trabalho, Migrações e Segurança Social de Espanha divulgou os dados do mercado de trabalho relativos a setembro e os resultados não são animadores. Há mais 13.907 pessoas desempregadas face ao mês anterior, para um total de 3.079.711 pessoas. No que toca à criação de emprego, a Segurança Social espanhola fechou o mês de setembro com 19.323.451 contribuintes, o que significa que há mais 3.224 pessoas a trabalhar face a agosto, o que supõe que a criação de emprego segue ao ritmo mais lento desde 2013. Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre/conteúdo em espanhol).

The Wall Street Journal

Facebook arrisca ficar isolado no desenvolvimento da Libra

Alguns dos parceiros do Facebook no desenvolvimento da Libra estão incomodados com os obstáculos que foram levantados ao projeto e com a má publicidade que a ideia lhes trouxe. Entre eles estão o duopólio Visa e a MasterCard, líderes na intermediação de pagamentos e dois dos aliados mais importantes do Facebook na criação de uma moeda virtual de alcance global. Autoridades a nível mundial têm levantado questões e dúvidas em torno dos riscos que a Libra representa e preparam-se para criar medidas regulatórias apertadas que poderão minar o conceito por detrás do projeto. Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês).

Reuters

Betfair faz all in na PokerStars

A dona da casa de apostas Betfair chegou a um acordo para se fundir com a empresa que controla a PokerStars, uma plataforma de póquer online que também está presente em Portugal. Deste negócio nasce o maior grupo de apostas online do mundo, controlado a meias pela Flutter Entertainment (ex-Paddy Power Betfair) e pelo Stars Group (PokerStars). O mercado das apostas online tem ganhado dinâmica com o surgimento de cada vez mais plataformas de apostas na internet, levando a uma série de fusões no setor que visam dar uma resposta mais robusta ao desafio da concorrência. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

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Tribunal de Justiça da UE deverá dar razão ao BCE contra Espírito Santo Financial

Advogado-geral recomendou ao Tribunal de Justiça da UE que concorde com a decisão do BCE. Em causa está um processo lançado pela empresa do GES, em 2015, por o BCE ter recusado acesso a documentos.

O Tribunal de Justiça da União Europeia deverá dar razão ao Banco Central Europeu (BCE) no processo interposto pela Espírito Santo Financial Portugal (ESFP), pelo menos parcialmente. Esta foi a recomendação feita esta quarta-feira pelo advogado-geral estónio P. Pikamäe, no caso lançado em 2015 para que a empresa do antigo Grupo Espírito Santo (GES) tivesse acesso total aos documentos relacionados com a decisão que impediu o Banco Espírito Santo (BES) de se financiar junto do banco central.

Em agosto de 2014, pouco antes da falência, a instituição liderada por Mario Draghi suspendeu o estatuto de contraparte ao BES, o que na prática lhe cortou o acesso ao financiamento de emergência do Eurossistema, deixando o banco sem liquidez uma altura crítica. Este financiamento é, na prática, conseguido através do Banco de Portugal, mas o BCE tem poder de veto caso coloque em causa a missão do banco de controlar a inflação ou se a instituição em causa não for considerada solvente. A falta de liquidez levaria à resolução do banco pouco depois.

A empresa do antigo GES, principal acionista do BES, contestou, no ano seguinte, a recusa do banco central de entregar os documentos relativos à decisão e pediu para ter acesso total à decisão que ditou o fim do estatuto de contraparte do BES e que, segundo Banco de Portugal, deixou o banco sem alternativas a não ser a resolução.

Como o BCE manteve o sigilo sobre os documentos, a ESFG apresentou recurso no Tribunal Geral da União Europeia, pedindo que a decisão fosse anulada “por violação do dever de fundamentação, na medida em que apenas apresentou considerações genéricas” relativamente às exceções previstas em anteriores deliberações do BCE, não tendo fundamentado em particular o motivo que justificaria a restrição do direito de acesso.

Em 2018, o Tribunal de Justiça da UE deliberou a favor da ESFG e anulou a decisão do BCE de 1 de abril de 2015 de se recusar a revelar documentos relacionados com a decisão tomada a 1 de agosto de 2014 relativa ao BES. Mas a entidade liderada por Mario Draghi contestou novamente e o caso continua na justiça.

Na opinião entregue esta quarta-feira, o advogado-geral estónio, P. Pikamäe, recomendou ao Tribunal de Justiça a anulação, num futuro acórdão, da decisão do acórdão do Tribunal Geral. Ou seja, propõe que a decisão do BCE de não divulgar os documentos seja validada, ao contrário do que o Tribunal havia decidido anteriormente.

O advogado-geral argumenta que o banco central pode exercer atribuições de modo autónomo e eficaz e que é necessário preservar o processo decisório dos órgãos de qualquer pressão externa, o que pode ser assegurado através da confidencialidade deste processo.

Segundo o advogado-geral, as deliberações do Conselho do BCE são abrangidas pelo princípio da confidencialidade, e a reserva relativa ao facto de o Conselho do BCE poder decidir tornar públicos os resultados das deliberações, que consta de várias disposições do direito da União, não põe em causa esta conclusão. O Conselho do BCE dispõe simplesmente do poder discricionário de decidir divulgar esses resultados, sem que a tal seja obrigado.

Esta é uma recomendação e o caso está ainda sujeito à decisão final do coletivo de juízes do Tribunal de Justiça da União Europeia, mas a divulgação da decisão do advogado-geral Pikamäe significa que o litígio está em condições de ser julgado, ficando assim mais próximo de uma decisão final.

A suspensão do estatuto de contraparte ao BES pelo conselho de governadores do BCE é uma decisão muito contestada desde agosto de 2014, tendo os responsáveis do banco atribuído a esta decisão a responsabilidade pela resolução do banco. O Banco de Portugal também admitiu que sem capacidade para se financiar, restava apenas a resolução. A questão mais disputada era se o Eurossistema poderia ou não continuar a providenciar financiamento de emergência ao banco português, sendo a disputa em torno da categorização do BES como um banco insolvente.

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Caixa deixa cair patrocínio aos clubes de futebol. Apoia o râguebi

Contratos de patrocínio com Benfica e FC Porto terminaram este verão e a Caixa optou por não renovar, isto numa altura em que continua o controlo de custos no banco público por imposição de Bruxelas.

Apresentação de resultados da CGD - 01FEV19
Paulo Macedo durante a apresentação dos resultados semestrais do banco do Estado.Hugo Amaral/ECO

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) deixou cair o patrocínio ao futebol, isto depois de não ter renovado neste verão os contratos de naming com Benfica e FC Porto e que foram assinados há mais de uma década, ainda durante era de Carlos Santos Ferreira. Em tempos, o banco público chegou a patrocinar os três grandes do futebol português. Hoje em dia, a ligação da CGD ao desporto resume-se apenas ao patrocínio à seleção nacional de râguebi, numa altura em que continua o controlo de custos na instituição liderada por Paulo Macedo.

“A CGD faz anualmente um planeamento cuidado das suas opções em termos de investimento de marketing. A não renovação de alguns contratos, à medida que os mesmos terminam, tem sido uma opção nas diversas áreas, seja da música, desporto ou cultura”, disse fonte oficial do banco ao ECO depois de questionada sobre os acordos de patrocínio com portistas e benfiquistas.

"A não renovação de alguns contratos, à medida que os mesmos terminam, tem sido uma opção nas diversas áreas, seja da música, desporto ou cultura. (…) A CGD continuará a avaliar, a cada momento, o envolvimento com as diversas áreas de interesse dos seus clientes.”

Caixa Geral de Depósitos

Fonte oficial

Em junho passado, terminou o contrato que permitiu ao banco público dar o nome Dragão Caixa ao pavilhão das modalidades dos azuis-e-brancos nos últimos dez anos. O contrato de naming tinha sido assinado anos antes da inauguração da infraestrutura em abril de 2009, ainda durante a presidência de Santos Ferreira. Com o fim da ligação entre as duas partes, o pavilhão passou a designar-se Arena do Dragão desde julho passado.

Mais recentemente, Domingos Soares de Oliveira, administrador financeiro da SAD benfiquista, revelou estar à procura de um novo parceiro para dar o nome ao centro de estágio, no Seixal. Esta busca por um novo patrocinador arrancou a partir do momento em que o Benfica ficou a saber da não renovação do contrato de naming com a CGD que chegou ao fim no dia 21 de setembro. Por enquanto o centro de treinos dos encarnados vai-se chamar Benfica Futebol Campus.

Nos 13 anos anteriores foi o banco a emprestar o nome ao centro do Seixal. O então designado Caixa Futebol Campus foi inaugurado a 22 de setembro de 2006, numa cerimónia à qual não faltou o próprio presidente da CGD na altura. Carlos Santos Ferreira explicava assim a ligação do banco ao Benfica: “O patrocínio ao centro de estágio representa um investimento que reflete o compromisso entre duas instituições. A importância da marca Benfica, quer em Portugal quer um pouco por todo o mundo, é um facto, e está alinhada com a presença nacional e internacional da Caixa”.

Em 2007, a CGD também chegou a patrocinar o Sporting, o outro dos chamados “três grandes” do futebol nacional, num acordo a três anos (prevendo mais dois de opção) que permitiu ao banco dar o nome a uma bancada do Estádio José Alvalade e à academia sportinguista. O processo foi conduzido por Armando Vara, então administrador da CGD. “Esta é uma parceria do interesse de ambas as partes e vai ao encontro da estratégia da Caixa de estar presente nos desportos. Um setor onde não estava representada e que decidiu entrar no ano passado”, disse Vara em junho de 2007, referindo-se ao acordo que tinha feito com o rival Benfica.

Horas depois da publicação do artigo, o antigo administrador do banco António Nogueira Leite adiantou no Twitter que a CGD só agora deixou cair os contratos de patrocínio com Benfica e FC Porto por causa das clausulas penais acordadas entre as partes. Explicou ainda que foi com cedência dos direitos de naming à CGD que os clubes pagaram os créditos que financiaram a construção das duas infraestruturas. “Engenharia financeira trade mark Vara-Santos Ferreira”, notou António Nogueira Leite.

Râguebi e o controlo de custos

Desde que Vara referiu em 2007 que era estratégico a Caixa estar presente no desporto, muito mudou. E desde que Paulo Macedo assumiu a gestão, já depois de o Governo e as autoridades europeias terem chegado a um acordo para a recapitalização do banco do Estado, também. E a presença no desporto através de contratos de patrocínio deixou de ser uma prioridade numa instituição a precisar de emagrecer e controlar os custos.

“O nosso compromisso com a cultura, diretamente ou através da atividade da Culturgest, com as diversas manifestações de desporto ou com a música, continua válido”, acrescentou fonte oficial da CGD. Atualmente, a ligação do banco público ao deporto resume-se ao contrato de patrocínio da camisola da seleção nacional de râguebi. A CGD “continuará a avaliar, a cada momento, o envolvimento com as diversas áreas de interesse dos seus clientes”, remata.

A Caixa registou lucros de 417,5 milhões de euros no primeiro semestre do ano, fortemente influenciado pela venda do banco em Espanha. Mas, durante a apresentação dos resultados semestrais, Paulo Macedo sublinhou a necessidade de reduzir os custos, não só por exigência de Bruxelas, mas porque não se avizinham tempos fáceis no negócio da banca devido à política monetária do BCE. Este ajustamento tem passado pela venda de negócios internacionais — depois de Espanha, seguir-se-á África do Sul, Brasil e Cabo Verde –, mas também pela redução do número de trabalhadores e de balcões.

(Notícia atualizada às 12h18 do dia 3 de outubro com a reação do antigo administrador da CGD António Nogueira Leite no Twitter)

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Vieira Advogados nomeia duas novas sócias

Vieira Advogados conta agora com Daniela Guimarães e Isabel Araújo Costa como sócias. O managing partner destacou o importante contributo das sócias para o "posicionamento da sociedade".

A sociedade Vieira Advogados nomeou recentemente duas novas sócias. As advogadas promovidas foram Daniela Guimarães e Isabel Araújo Costa. A sociedade fundada em Braga, em 2011, conta com seis profissionais na sua equipa jurídica.

Daniela Guimarães, que integra a sociedade desde 2015, centra a sua prática nas áreas de direito público e de direito da concorrência. Por sua vez, Isabel Araújo Costa reforçou a Vieira Advogados em 2016 e integra as áreas de direito laboral e de direito financeiro.

“A atribuição do estatuto de ‘sócio'”, a ambas “não só tem como objetivo premiar o trabalho que têm vindo a desenvolver nas suas respetivas áreas de atuação, como visa reconhecer publicamente o importante contributo que ambas têm dado no posicionamento da Vieira Advogados como uma “legal boutique” de referência no panorama jurídico nacional e internacional”, refere Nuno da Silva Vieira, managing partner.

Em julho, a Vieira Advogados assessorou a KICK SOCCER COIN (“KSOC”) no âmbito da parceria estabelecida, para a época 2019/2020, com o Club Deportivo Leganês, da “La Liga” Espanhola.

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Portugal empurra 910 milhões de dívida. Já adiou reembolso de 3.768 milhões este ano

O Tesouro foi ao mercado esta quarta-feira para uma operação de troca de dívida. Comprou títulos que venciam em 2021 e 2022, emitindo em contrapartida obrigações com prazo em 2023 e 2027.

O Tesouro português adiou o reembolso de 910 milhões de euros em dívida que vencia em 2020 e 2021. Na operação de troca de obrigações do Tesouro (OT), que aconteceu esta quarta-feira, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP emitiu títulos a quatro e oito anos.

Esta foi a quinta operação de troca de dívida realizada este ano pelo IGCP e segue em linha com a estratégia de aproveitar as atuais baixas taxas de juro para emitir dívida mais barata e alongar maturidades dos reembolsos. O total de OT que foi empurrado, desde o início do ano, para mais tarde atingiu assim os 3.768 milhões de euros.

Na operação de troca desta quarta-feira, a agência liderada por Cristina Casalinho comprou, por um lado, 560 milhões de euros de OT que atingiam a maturidade a 15 de abril de 2021, bem como 350 milhões de euros em OT que venciam a 17 de outubro de 2022.

Em troca, o Tesouro emitiu 350 milhões de euros em títulos com maturidade em 25 de outubro de 2023 e outros 560 milhões de euros que atingem o prazo a 14 de abril de 2027.

Portugal reduz assim as obrigações para com os investidores nos próximos anos. Em 2020, as obrigações do Tesouro que vão atingir as maturidades equivalem a 8.275 milhões de euros, enquanto no ano seguinte havia, antes desta operação, cerca de 15 mil milhões de euros a pagar. Agora, este montante é reduzido em 560 milhões. Em 2022, voltam a ser outros 15 mil milhões de euros. E no ano seguinte, cai abaixo de 12 mil milhões graças à operação de troca.

Não só as maturidades são mais longas — o que permite ao país evitar a acumulação de reembolsos –, como estas operações permitem diminuir os custos já que Portugal financia-se atualmente a juros historicamente baixos.

O custo médio da nova dívida situou-se, entre janeiro e julho, em apenas 1,3%. Em mercado secundário, as OT a dez anos negoceiam com uma yield de 0,573%, enquanto os títulos a quatro e oito anos têm maturidades negativas.

(Notícia atualizada às 11h)

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Cerca de 600 funcionários da Meo rejeitam transferência para empresa técnica

  • ECO
  • 2 Outubro 2019

Funcionários que não assinaram o contrato explicaram que desconfiaram que a empresa poderia ter outras motivações para a mudança, incluindo de que haverá despedimentos.

A Altice criou uma nova empresa para separar os trabalhadores que eram desenvolvidos pela Direção de Field Operations da Meo S.A., mas não conseguiu que todos os trabalhadores aceitassem a transferência. A nova entidade, a Meo Serviços Técnicos começou esta terça-feira a operar com 1.300 funcionários, menos 600 que o previsto, segundo noticia o Público (acesso condicionado).

Cerca de 600 trabalhadores terão recusado assinar o acordo de cedência ocasional. A Altice oferecia um cheque de 800 euros a quem aceitasse a transferência, enquanto não aceitar a mudança implicava a perda de complementos salariais e benefícios como automóvel da empresa.

A nova empresa já deveria ter começado a trabalhar em junho com a totalidade dos 1.930 trabalhadores que pertenciam à Direção de Field Operations. No entanto, o lançamento acabou por ser adiado para outubro. Funcionários que não assinaram o contrato, ouvidos pelo Público, explicaram que desconfiaram que a empresa poderia ter outras motivações para a mudança, incluindo de que haverá despedimentos.

A operadora afirmou ao diário que se mantém em aberto a possibilidade de os trabalhadores que não concordaram com a transferência de ainda assinarem o contrato, durante um “período de transição” cuja “duração exata” ainda não está definida.

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Paraísos fiscais tiram 11% das receitas com IRC a Portugal

  • ECO
  • 2 Outubro 2019

Multinacionais mundiais imputaram lucros de cerca de 600 mil milhões de euros em paraísos fiscais, em 2016, levando a uma quebra de 10% nas receitas com impostos. Portugal fica acima da média global.

Paraísos fiscais tiraram 11% das receitas com IRC a Portugal. Foram 630 milhões de euros que não foram arrecadados pelo Estado, através deste imposto, porque algumas empresas decidiram transferir lucros para outras geografias com quadros fiscais mais favoráveis, segundo concluiu o relatório The Missing Profits of Countries, a que o Jornal de Negócios (acesso pago) teve acesso.

O estudo realizada pelas universidades de Berkeley, nos Estados Unidos, e de Copenhaga, na Dinamarca, analisou uma base de dados com o registo mundial dos lucros das multinacionais e estima que as multinacionais, a nível global, tenham imputado lucros de cerca de 600 mil milhões de euros em paraísos fiscais, em 2016.

A transferência levou a uma redução da receita mundial com impostos exigidos às empresas em 10%, revela o Negócios. Por um lado, são as multinacionais norte-americanas que desviam uma maior parte do total dos seus ganhos, mas, por outro, são os Estados que mais perdem com esta prática situam-se na União Europeia.

Portugal fica acima da média global, com uma transferência de lucros para paraísos fiscais na ordem dos 2,9 mil milhões de euros e uma quebra no IRC de 630 milhões de euros ou 11% da receita total. O montante representa um aumento face ao ano anterior, quando foram transferidos cerca de 800 milhões de euros em lucros e a receita fiscal arrecadada ficou defraudada em 9%, acrescenta o estudo citado pelo Negócios.

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ANAC suspende aumento de taxas nos aeroportos de Lisboa

  • ECO
  • 2 Outubro 2019

A Autoridade Nacional da Aviação Civil suspendeu o processo de atualização das taxas aeroportuárias, iniciado pela ANA, por considerar que a proposta contraria o contrato.

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) suspendeu o processo de atualização das taxas aeroportuárias feito pela ANA-Aeroportos para os os aeroportos Humberto Delgado, Beja, Madeira e Açores, avança o Dinheiro Vivo (acesso livre) esta quarta-feira.

A suspensão surge porque a ANAC considera que existe “uma aparente contradição entre o que está previsto no contrato de concessão e os cálculos realizados e submetidos pela gestora aeroportuária a consulta pública“.

Esta decisão foi tomada depois de o regulador de aviação civil ter analisado os elementos enviados pela ANA relativos à proposta tarifária para o Grupo de Lisboa para 2020, que além do aeroporto que serve a capital inclui o de Beja, Madeira e Açores. Por isso, a ANAC decidiu “suspender de imediato o processo de consulta tarifária em curso”.

A gestora aeroportuária “discorda do teor da decisão” do regulador, que trava o processo de consulta das taxas nesses aeroportos. De acordo com os esclarecimentos prestados pela ANA-Aeroportos, a decisão “aparenta ser incompatível com os princípios de funcionamento da expansão da capacidade aeroportuária acordados em janeiro de 2019 com a concedente”.

No ano passado, o regulador de aviação civil tinha suspendido o processo de atualização das taxas aeroportuárias, iniciado pela ANA, pelas mesmas razões. Após o processo ter sido suspenso, a empresa que gere os aeroportos nacionais aumentou as taxas em Lisboa em 1,44%, mais 16 cêntimos por passageiro.

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Ruas critica desvio de fundos comunitários do interior para “a gorda Lisboa”

  • Lusa
  • 2 Outubro 2019

O cabeça de lista do PSD pelo círculo de Viseu acusou o Governo de “esmifrar os orçamentos municipais” e denunciou o o desvio de verbas comunitárias destinadas à coesão do interior para Lisboa.

O cabeça de lista do PSD pelo círculo de Viseu, Fernando Ruas, denunciou e criticou esta terça-feira o desvio de verbas comunitárias destinadas à coesão do interior para “a gorda Lisboa”, considerando que é preciso “dizer basta” a esta situação.

Fernando Ruas, cara conhecida da região, fez esta terça-feira um discurso de cerca de 15 minutos na abertura do primeiro jantar-comício da campanha social-democrata para as eleições legislativas de domingo, no pavilhão multiúsos de Viseu.

Acusando o Governo de “esmifrar os orçamentos municipais”, o antigo autarca de Viseu durante duas décadas, apontou que os presidentes de câmara sabem “como lhes é exigido, para terem investimentos da responsabilidade do Governo, investimentos públicos, [que] têm que comparticipar”.

Notando que “não é isto que tem acontecido em Lisboa”, Fernando Ruas lembrou que o atual primeiro-ministro, António Costa, foi anteriormente presidente da Câmara de Lisboa.

“Eu não sei se foi pela conveniência do senhor primeiro-ministro vir da Câmara de Lisboa, enquanto nestes concelhos do nosso distrito se queremos a escola é necessário que a câmara arranje os terrenos, é necessário que a câmara tenha alguma comparticipação, se queremos os hospitais é necessário que a câmara disponibilize os terrenos, em Lisboa tudo é pago à Câmara Municipal”, criticou.

Na opinião do candidato, esta situação acontece à custa do “desvio de verbas comunitárias”, mas, advogou, “isto não é forma de tratar, de facto, este interior”.

“Nós pertencemos a um distrito que está situado nas duas regiões mais pobres do país, e não é justo que os dinheiros que vêm da coesão, exatamente para pôr o desenvolvimento destas regiões ao nível das regiões da Europa, seja desviado por artifícios que conhecemos para a gorda Lisboa”, defendeu.

O candidato social-democrata assinalou que é altura de “dizer daqui ‘basta’”, prometendo “denunciar estas situações” até que a voz lhe doa.

Assim, Ruas advogou que “os 11 milhões de euros por dia” que Portugal recebe da União Europeia “têm de chegar” à região, justificando que “não é justo que o investimento público apenas chegue” ao interior “pela mão das autarquias e que não haja decisões governamentais” nesse sentido.

No seu discurso, que antecedeu o do presidente do partido, Fernando Ruas aproveitou para convidar também o secretário-geral do PS a repetir a corrida que fez enquanto candidato à presidência da Câmara de Loures, mas na estrada nacional 229.

Quando concorreu à Câmara de Loures, em 1993, António Costa organizou uma corrida entre um burro e um Ferrari na Calçada de Carriche, que liga aquele município a Lisboa, como forma de salientar que era necessário resolver o problema dos engarrafamentos no acesso à capital.

Esta quarta-feira, num jantar-comício na capital de distrito, o histórico autarca convidou Costa a repetir a iniciativa, mas na estrada nacional que liga Viseu a Sátão, antecipando que se repetiria o pódio de há 26 anos e chegaria mais depressa ao destino montado no animal do que dentro do carro.

Nós vivemos no interior porque queremos, nós vivemos no interior porque gostamos, não deixamos que o interior continue a ser esquecido como tem sido feito até agora”, sublinhou o cabeça de lista do PSD, afirmando que “o país está cada vez mais assimétrico, cada vez mais desigual”.

Assinalando que daqui a quatro anos vai voltar para “prestar contas”, Ruas prometeu levar estes problemas a público até que a “situação seja alterada”.

O candidato social-democrata referiu ainda as grandes votações que o antigo líder Aníbal Cavaco Silva conseguiu em Viseu e aproveitou a deixa para profetizar um bom resultado do PSD no domingo: “Eu não sei agora que ‘quistão’ é que nos vão chamar, mas seguramente há de ser um ‘quistão’ bom, de certeza absoluta”.

Antes de Fernando Ruas, o palco foi do líder da distrital, Pedro Alves, que considerou que “nada de relevante aconteceu” nos últimos quatro anos de executivo socialista e defendeu que “este foi o pior Governo para o interior do país”.

Em 2015, nas anteriores eleições legislativas, a coligação PSD/CDS-PP conseguiu eleger seis deputados por Viseu, cinco dos quais sociais-democratas.

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