(Re) imaginar o espaço público e (RE) aproveitar resíduos da produção nacional

Veja o vídeo e conheça os projetos vencedores do prémio INOVDESIGN da Fundação de Serralves.

Chama-se UVA, nasceu dentro da empresa Matter e conquistou o júri do concurso INOVDESIGN 2018 da Fundação de Serralves. “Num mundo mais digital temos necessidades de texturas, da ligação à natureza. O tema da sustentabilidade porque só temos um planeta, a sensorialidade dos materiais porque são resíduos de produtos que nos dizem muito; acho que foi isso que conquistou o júri” explicou já com o prémio na mão a designer Ana Lima.

O projeto valoriza resíduos ou subprodutos de agroindústrias expressivas na economia nacional, transformando-os em produtos premium comercializáveis, com aplicação na arquitetura, interiores e design. Linhas de produtos feitas com engaço – um dos resíduos da produção de vinho transformado em painéis embalagens de vinho e mobiliário. Curiosamente, “um dos primeiros clientes foi a Chanel que escolheu o material feito com engaço para apresentar os seus vinhos recentemente”, contou Ana Lima durante a apresentação.

De resto, a criação de design a partir da reutilização e da racionalização de matérias foi uma das tendências claras entre os 15 projetos a concurso.

Já o vencedor INOVDESIGN 2019 foi o projeto Roma Collection, das designers de produtos Rosana Sousa e Sofia Vieira, em que questionam o conceito das cidades atuais e os estilos de vida. Inspiradas em Roma Antiga, desenvolveram uma linha de mobiliário urbano, de cinco “artefactos urbanos” desde bancos, a papeleiras ou bebedouros. “Uma das grandes inspirações é Roma antiga não só pelo estilo de vida mas também pelas características estéticas. O passo seguinte é a comercialização. Já temos o molde e é um único molde de metal de onde se retira toda a coleção em betão” explicaram as vencedoras.

http://videos.sapo.pt/Dq7aP0WgTJO2hmAgzdzv

Em entrevista Miguel Rangel, Diretor de Comunicação da Fundação de Serralves, explica que o projeto INOVDESIGN tem como objetivo a sensibilização e a capacitação das pequenas e médias empresas da região norte do país para a adoção de modelos inovadores de desenvolvimento e design de produtos. Um projeto alinhado com a missão de Serralves, de “colocar na ordem do dia temas sensíveis à sociedade e cultura contemporâneas e tornar a economia mais sustentável, produtiva e também mais diferenciadora. Isso é importante para o nosso país” acrescentou.

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Porto quer suspender por seis meses novos alojamentos locais em zonas de contenção

  • Lusa
  • 5 Julho 2019

A Câmara do Porto vai propor a suspensão de novos registos de alojamento local em "zonas de contenção", pelo prazo máximo de seis meses, até entrar em vigor o novo regulamento.

A Câmara do Porto vai propor a suspensão de novos registos de Alojamento Local (AL) em “zonas de contenção”, pelo prazo máximo de seis meses, até à entrada em vigor do Regulamento que está em fase final de elaboração.

A proposta, que vai ser votada na reunião extraordinária do executivo de quarta-feira, avança a autarquia na sua página oficial, “indica que a suspensão vai vigorar “pelo prazo máximo de seis meses, prorrogável por igual período, ou até à entrada em vigor do Regulamento” do Alojamento Local, que está em fase final de elaboração.

No documento, assinado pelo vereador da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, o município sublinha que a situação verificada no Porto está longe “de representar uma ameaça grave comparável às de outras cidades europeias” e destaca, por oposição, “o impulso regenerador” do AL que tem potenciado a reabilitação urbana destinada à habitação própria. Não obstante, continua a proposta, entende-se que “aos poderes políticos exige-se a construção de novas soluções”, capazes de acompanhar a evolução do setor e dos cidadãos.

A autarquia lembra que segundo o estudo sobre o Alojamento Local no concelho do Porto, pedido pelo município, a oferta de nova habitação permanente acompanhou a criação de AL na cidade e salienta que, comparativamente a Lisboa, onde há zonas que atingem 25% de pressão, no Porto a maior parte do território aponta para valores na ordem dos 5%, sendo que as zonas de maior pressão não ultrapassam os 10%.

No dia 30 abril, a Assembleia Municipal do Porto voltou a chumbar a moção do Bloco de Esquerda (BE) que pedia a suspensão, durante um ano, das novas licenças de Alojamento Local (AL) na cidade, com caráter de urgência. Já a proposta da CDU, que propunha que, num prazo de 30 dias, a autarquia apresentasse uma proposta de regulamentação da atividade de alojamento local na cidade, apresentada no mesmo dia, foi aprovada por maioria.

No dia 12 de novembro, o BE já tinha apresentado uma recomendação idêntica à votada em 30 de abril. À data, a moção acabou também por ser rejeitada. Na quinta-feira, o vereador da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, anunciou que, no âmbito do Regulamento do AL, está previsto que os condomínios sejam obrigados a convocar a autarquia sempre que quiserem proibir um alojamento local.

O vereador, que falava na Alfândega do Porto onde foi apresentado um estudo sobre o mercado residencial na cidade, explicou que a autarquia “não quer ser refém da ditadura da maioria”, que resulta “de uma armadilha na lei” que a câmara quer resolver. Nesse sentido, e no âmbito do Regulamento do AL que está a ser ultimado e que deverá ser levado a reunião do executivo muito em breve, vai ainda ser criado a figura do mediador de AL e um código de boas práticas para que o alojamento local na cidade se qualifique.

O vereador disse também que vai ser criado um sistema de monitorização que vai permitir fazer a “gestão preventiva” que o município defende, ao medir a implantação do AL para além das zonas vermelhas.

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✍️ Vale do Lobo, Vara e o “enxovalho público”. As respostas de Sócrates ao inquérito à CGD

  • ECO
  • 5 Julho 2019

Eram 90 as perguntas dos deputados. Sócrates respondeu, apesar de dizer que "visam apenas o enxovalho público". Garante que nunca deu orientações à Caixa para financiar Vale do Lobo.

Para a comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos ficar fechada, faltavam apenas as respostas às quase 90 perguntas que os deputados da comissão de inquérito à recapitalização do banco estatal enviaram para José Sócrates.

Afirmando que as questões colocadas pelos deputados “visam apenas o enxovalho público”, o antigo primeiro-ministro deu uma resposta com 23 páginas para fazer a sua defesa.

Ataca Campos e Cunha, negando que tenha pressionado o ex-ministro das Finanças a nomear Armando Vara e Santos Ferreira para a gestão do banco. Rejeita qualquer interferência sua nas operações de crédito, como Vale do Lobo. E refere que foi pressionado por Paulo Azevedo na OPA que a Sonae lançou à PT.

Leia aqui as respostas de Sócrates:

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Concorrência investiga compra de dois fundos imobiliários pela Fidelidade

  • Lusa
  • 5 Julho 2019

Parte dos ativos imobiliários nos fundos são utilizados em regime de arrendamento por operadores hospitalares privados concorrentes da Luz Saúde, que pertence ao grupo Fidelidade.

A Autoridade da Concorrência (AdC) abriu uma “investigação aprofundada” à seguradora Fidelidade. Em causa está a operação de concentração que envolve a compra de dois fundos de investimento imobiliário, o Saudeinveste e o IMOFID, segundo anunciado esta sexta-feira o regulador.

“A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu abrir uma investigação aprofundada à operação de concentração que envolve a aquisição de controlo exclusivo, pela Fidelidade, de dois fundos de investimento imobiliário, anteriormente geridos por uma sociedade gestora de fundos do grupo CGD [Caixa Geral de Depósitos]”, avançou, em comunicado, a entidade presidida por Margarida Matos Rosa.

Na análise desta operação, a AdC considerou a “sua dimensão vertical”, tendo em conta que parte dos ativos imobiliários são utilizados “em regime de arrendamento, por operadores hospitalares privados concorrentes da Luz Saúde, empresa que integra o grupo Fidelidade, que passará a deter a gestão dos referidos fundos”.

A AdC decidiu assim dar início a esta investigação por considerar que, “perante os elementos recolhidos até ao momento, não se pode excluir” que a operação resulte em “entraves significativos à concorrência efetiva no mercado”, tendo em conta que foi identificada a possibilidade de vir a ocorrer “um encerramento do mercado aos operadores concorrentes da Luz Saúde que dependem daqueles ativos imobiliários”.

De acordo com a Lei da Concorrência, após as diligências da investigação, a AdC pode decidir não se opor ao negócio, se concluir que a operação, tal como notificada, “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência nos mercados”, ou proibir o negócio se determinar que a concentração é suscetível de criar os referidos entraves, “com prejuízos para os utentes das unidades de cuidados de saúde hospitalares privadas”.

Esta é a segunda investigação aprofundada a operações de concentração que a AdC decide desde o início do ano, após ter passado, em maio, a investigação a operação que envolve o Hospital São Gonçalo de Lagos pelo Grupo Particular do Algarve.

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A tarde num minuto

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Rio promete redução do IRC para 17% e IVA da eletricidade nos 6% se ganhar as eleições

O líder do PSD apresentou as propostas para as finanças públicas que incluirá no seu programa eleitoral. Rui Rio promete dar 1,9 mil milhões às empresas e 1,8 mil milhões às famílias se for eleito.

O líder do PSD anunciou esta sexta-feira que o programa do PSD, com o qual pretende concorrer às legislativas de 6 de outubro, prevê uma redução da carga fiscal, tanto para as empresas como para as famílias. As medidas anunciadas pelo presidente dos sociais-democratas totalizam 3,7 mil milhões de euros.

Para as empresas, a “medida mais relevante” prometida por Rui Rio passa pela diminuição da taxa de IRC, passando dos atuais 21% para os 19% em 2020, até chegar a 17% em 2023. “Esta redução gradual significa que iremos cobrar menos 1.600 milhões de euros de IRC para as empresas”, disse o social-democrata. Mas Rui Rio falou ainda num “ponto muito importante” para as empresas do interior: “Qualquer medida com um dado impacto no litoral terá de ser majorada para efeitos no interior”, referiu.

Neste universo, incluem-se ainda outras medidas como o alargamento da aplicação da taxa reduzida do IRC, a redução dos benefícios e isenções fiscais destinados às empresas que investem e exportam, o alargamento do prazo de reporte de prejuízos para dez anos e ainda o reforço do regime fiscal de patentes e inovações. “São pequenas medidas que visam ajudar as empresas e que podem ir até aos 300 milhões de euros de quebra da receita fiscal”, disse Rui Rio.

Já para as famílias, a estratégia do partido passa por “reforçar a classe média, pois foi a que mais sofreu com os cortes da troika”. Neste sentido, o PSD promete uma descida no IRS, embora sem detalhar valores. Contudo, a promessa mais emblemática será a redução do IVA na eletricidade e no gás, de 23% para 6%. Isto quer dizer menos 500 milhões de euros de receitas para o Estado, segundo as contas do líder do PSD. “Se o PSD ganhar as eleições reduz-se a taxa para os 6%, ou seja, menos 17% de IVA, o que significa que o consumidor vai ter uma redução de 14% no preço”.

Além dessas medidas, somam-se ainda a redução das taxas de IRS nos escalões intermédios, o aumento das deduções das despesas com educação em sede de IRS, e um forte incentivo fiscal à poupança das famílias. “Estas medidas terão de ser calibradas de tal forma que a perda da receita fiscal não ultrapasse os 1.200 milhões de euros em 2023”.

Mas há também propostas em sede de IMI: redução da taxa mínima de IMI de 0,3% para 0,25% e a eliminação do adicional do IMI, conhecido como o Imposto Mortágua. Quanto à redução da taxa mínima de IMI, essa redução vai depender de cada câmara municipal, disse Rui Rio, acrescentando que o adicional ao IMI, “na prática, vai para o Estado, quando devia ficar nos municípios”.

(Notícia atualizada às 19h04 com mais informação)

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Cerca de 9 mil milhões de euros saíram para paraísos fiscais em 2018

  • Lusa
  • 5 Julho 2019

Dois territórios representaram quase metade do montante total transferido para offshores no ano passado: Suíça e Hong Kong.

Cerca de nove mil milhões de euros foram transferidos para ‘offshore’ em 2018, abaixo do valor do ano anterior, destacando-se a Suíça e Hong Kong, segundo dados divulgados pela Autoridade Tributária e Aduaneira.

O montante comunicado pelos bancos ao Fisco sobre as transferências para paraísos fiscais em 2018 foi de 8,95 mil milhões de euros, inferior em 1,4 mil milhões de euros ao valor transferido no ano anterior.

Os dados resultam das declarações submetidas até ao final do último dia útil de maio de 2019, com base no modelo 38, sobre transferências de fundos para ‘offshore’, incluindo declarações de substituição e declarações submetidas fora de prazo, conforme indica uma nota da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), que acompanha estas estatísticas. A partir de 2018, os bancos ficaram obrigados a enviar o modelo 38 à AT, que passou a ter de publicar os dados até ao final de junho.

De acordo com a Lei Geral Tributária, “as instituições de crédito, as sociedades financeiras e as demais entidades que prestem serviços de pagamento estão obrigadas a comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de março de cada ano, através de declaração de modelo oficial, (…) as transferências e envio de fundos que tenham como destinatário entidade localizada em país, território ou região com regime de tributação privilegiada mais favorável que não sejam relativas a operações efetuadas por pessoas coletivas de direito público”.

Nos dados agora divulgados, a AT explica também que, “relativamente às estatísticas anteriormente divulgadas, verificam-se variações nos valores apresentados que resultam de correções efetuadas pelas instituições financeiras e de pagamento, através da submissão de declarações de substituição e de declarações entregues fora de prazo”.

Os dados da AT mostram que foram realizadas 113.875 transferências para territórios com situação tributária mais favorável, mais 11.571 do que em 2017. Os responsáveis por estas transferências também aumentaram: em 2017 foram 11.093 ordenantes, enquanto em 2018 totalizaram 13.043. Deste total, a maioria são pessoas coletivas (como empresas) que ordenaram transferências para estes territórios, tal como no ano anterior.

As estatísticas da AT revelam também que dois territórios representaram quase metade do montante total transferido: a Suíça recebeu 3,35 mil milhões de euros e Hong Kong recebeu 1,24 mil milhões de euros. No total, os dois países receberam cerca de 4,59 mil milhões de euros em 56.514 transferências, também cerca de metade do número total de transferências para offshores em 2018 (113.875).

Depois de, em 2017, ter sido divulgado que quase 10 mil milhões de euros foram transferidos para ‘offshore’ entre 2011 e 2014 sem tratamento fiscal, a AT ficou obrigada a publicar anualmente as estatísticas sobre essas transferências.

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Conselho consultivo da ADSE pede resolução de questões pendentes

O Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, no relatório de atividades de 2018, volta a frisar matérias que ficaram por resolver, e aponta a falta de resposta da direção e das tutelas.

O Conselho Geral de Supervisão (CGS) da ADSE aprovou um relatório, nesta quarta-feira, onde insta a direção do subsistema de saúde dos funcionários públicos a resolver assuntos pendentes, como a revisão das tabelas de preços e as novas convenções, e denota a falta de resposta da direção e das tutelas.

“Continuam pendentes questões muito importantes como o alargamento, a revisão global das tabelas em Regime Convencionado e em Regime Livre, a celebração de novas convenções, a regularização das relações financeiras com o Estado – isentos, dívidas do SNS e outras (só foi parcialmente resolvido o custo das Juntas Médicas) e o fim das discriminações no SNS”, pode ler-se no Relatório de Atividades do CGS de 2018 a que o ECO teve acesso.

O CGS deixa ainda nota neste relatório de que o Conselho Diretivo e as tutelas, os Ministérios das Finanças e da Saúde, não têm dado resposta aos pareceres deste conselho consultivo. Por outro lado, salienta que se relacionou “em especial, com a Comissão de Saúde da Assembleia da República, com a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa da Madeira e com o Tribunal de Contas”.

No que diz respeito à direção, é apontado que, depois de Sofia Portela tomar o leme do Conselho Diretivo, “o CGS passou a ter dificuldades no acesso à informação, bem traduzidas nas atas”. Reitera, por isso, a necessidade de um “bom relacionamento” entre os conselhos.

Outro alerta deixado pelo CGS neste relatório, relativo ao ano passado, é que “a falta de recursos humanos vem aumentando os atrasos no pagamento dos reembolsos em regime livre e dificultando o combate à fraude. Atualmente foi já feita uma proposta para a contratação de 67 trabalhadores, para regularizar a situação, mas tem ainda de ser aprovada pelas tutelas, disse José Abraão ao ECO.

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Rio promete ajustamento orçamental maior que Costa. Esforço será no início da legislatura

O PSD prevê chegar a 2023 com um excedente estrutural mais baixo que o do Governo, mas o esforço de ajustamento poderá ser 4,5 vezes maior na legislatura. Rio concentra consolidação no início.

Se vencer as eleições legislativas de 6 de outubro, o PSD conta chegar a 2023 com um saldo estrutural de 0,2% do PIB, abaixo dos 0,3% do PIB previstos pelo Governo no Programa de Estabilidade. No entanto, os sociais-democratas apontam para um esforço orçamental no conjunto da legislatura 4,5 vezes superior ao que o Executivo assumiu em abril junto da Comissão Europeia.

No cenário macroeconómico apresentado terça-feira, Rui Rio prevê que com as medidas de política que o PSD quer implementar o saldo estrutural passe de -0,7% do PIB em 2019 para 0,2% do PIB no último ano da legislatura. Esta trajetória permite uma correção estrutural de 0,9 pontos percentuais do PIB nos quatro anos do próximo Governo.

No Programa de Estabilidade, que seguiu em abril para Bruxelas, Portugal comprometeu-se a chegar a um saldo estrutural de 0,3% do PIB em 2023, mas o ponto de partida era outro. Mário Centeno acredita que vai fechar as contas de 2019 com um saldo estrutural de 0,1% do PIB, o que significa que o esforço orçamental estrutural se fica pelos 0,2 pontos percentuais do PIB.

A diferença do ponto de partida resulta do facto de PSD e Governo usarem bases de trabalho distintas em relação ao ano em curso. A equipa de Rui Rio assumiu as projeções feitas em março pelo Conselho das Finanças Públicas. Já o Ministério das Finanças tem cálculos próprios.

A redução do saldo estrutural prevista por Rio acontece nos primeiros dois anos da legislatura, um regresso ao modelo mais habitual de gestão do ciclo eleitoral que antecipa para o início do mandato o esforço orçamental deixando para a segunda metade um enquadramento mais folgado. Na presente legislatura esta situação não se verificou, já que António Costa arrancou a sua governação devolvendo aos eleitores rendimentos que tinham sido cortados pelo Executivo de Passos Coelho durante o processo de ajustamento da economia portuguesa.

A folga de Bruxelas e as contas certas de Costa

O saldo estrutural é um indicador relevante em finanças públicas porque desconta do saldo global as medidas extraordinárias ou irrepetíveis bem como o efeito do ciclo económico. Ou seja, retira ao saldo eventuais ajudas extra sejam elas de medidas one-off ou dos bons ventos da economia. Por isso, a sua evolução permite ver o verdadeiro esforço de consolidação orçamental feito por um Executivo.

Apesar da diferença entre o esforço de Rio e de Costa ser grande, a comparação entre os programas eleitorais pode acabar por ditar alterações. O PS ainda não mostrou o seu cenário macroeconómico carregado com as medidas que os socialistas querem aplicar na próxima legislatura e o novo quadro pode conter novas metas para o saldo estrutural.

Porém, a base de partida — o saldo estrutural de 0,1% para este ano — deverá manter-se e a Comissão Europeia já recomendou ao Governo que admita mais folga, atingindo um saldo estrutural nulo apenas em 2020. Apesar disso, se Portugal alterar as metas terá de justificar as mudanças em Bruxelas. Agora resta saber que impacto as medidas do PS terão nas contas públicas e qual a evolução da economia que será projetada. Certo é que a principal bandeira que António Costa tem agitado na corrida às legislativas é a das contas certas.

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Johnson & Johnson tem novo programa de estágios

  • Ricardo Vieira
  • 5 Julho 2019

Já estão abertas as candidaturas para estagiar durante um ano na empresa americana. Programa arranca em setembro.

Chama-se Early Talent e vai permitir a estudantes do ensino superior estagiar durante um ano na Johnson & Johnson. A iniciativa, que tem já candidaturas abertas, arranca em setembro, e “tem como propósito expor os candidatos vencedores a diferentes experiências e aprendizagens, bem como a momentos de avaliação e desenvolvimento profissional nesta, que é para muitos, a primeira experiência no mercado de trabalho”, revela a empresa em informação à imprensa.

Para Adelaide Nunes, responsável por talent acquisition na Johnson & Johnson Portugal, “esta é uma grande oportunidade para quem procura a integração no mercado de trabalho e ambiciona uma carreira internacional. Na J&J apostamos nas pessoas a longo prazo por forma a dar uma resposta à ambição de cada um, mas também valorizando a sua integração em equipas multidisciplinares que vão além das nossas fronteiras”.

O grupo vai oferecer estágios para os cargos de Medical Affairs & Marketing, Medical Affairs Support, Business Support, e procura pessoas fluentes em português e inglês, com formação nas áreas de Ciências da Vida, Economia e Administração. Valorizam também boa capacidade de comunicação, espírito de equipa, persistência e dinamismo, entre outras skills.

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Energia penaliza bolsa de Lisboa. EDP recua quase 1%

O PSI-20 encerrou a última sessão da semana em queda, acompanhando os seus pares europeus. O setor energético foi aquele que mais pesou no índice nacional.

O setor energético ditou as perdas em Lisboa na última sessão da semana. Os títulos da EDP desvalorizaram quase 1%, enquanto a EDP Renováveis acompanhou a tendência. Também a Galp ficou no conjunto das cotadas no vermelho. Nem mesmo os ganhos registados no BCP ou na Jerónimo Martins foram capazes de evitar que o PSI-20 terminasse a semana em queda.

O PSI-20, principal índice bolsista português, caiu 0,33% para 5.192,74 pontos. Lá fora, nas restantes praças europeias, o sentimento foi idêntico. O Stoxx 600 perdeu 0,70%, enquanto o espanhol IBEX desvalorizou 0,69%, o britânico FTSE recuou 0,65% e alemão DAX caiu 0,61%.

Por cá, o setor energético foi aquele que teve a maior influência nas perdas lisboetas. A EDP desvalorizou 0,82% para 3,381 euros. Isto um dia depois de ter sido notícia que a elétrica tem cinco empresas interessadas nos seus ativos de energia hidroelétrica: Brookfield, Endesa, Engie, Iberdrola e a unidade de infraestruturas da Macquarie. De acordo com a agência Bloomberg, o negócio poderá render cerca de dois mil milhões de euros à empresa liderada por António Mexia.

EDP cai

Também a EDP Renováveis seguiu a tendência da empresa-mãe e encerrou a sessão a perder 0,87% para 9,12 euros. Ainda a pesar nas perdas esteve a Galp, com os títulos a descerem 0,23% para 13,30 euros.

Do outro lado, a evitar perdas maiores, esteve, sobretudo, a Jerónimo Martins e o BCP. Enquanto a empresa do setor do retalho terminou a negociação a valorizar 0,32% para 14,18 euros, as ações do banco liderado por Miguel Maya subiram 0,21% para 0,2867 euros.

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SIC encaixa 51 milhões com dívida. Investidores queriam mais de 200 milhões

A estação de televisão realizou um empréstimo obrigacionista para se financiar junto de pequenos investidores. Oferece uma taxa de juro de 4,5% por títulos de dívida com maturidade a três anos.

A SIC captou mais de 10 mil investidores, conseguindo emitir 51 milhões de euros em obrigações, com maturidade de três anos e uma taxa de juro de 4,5%. Mas a estação de televisão poderia ter emitido bastante mais, isto porque a procura atingiu 201,9 milhões de euros (quase quatro vezes acima da oferta).

A SIC já tinha aumentado a oferta de Obrigações SIC 2019-2022, que começou por ter como objetivo a emissão de 30 milhões, devido à forte procura. Cada uma das 1,7 milhões de obrigações custa 30 euros, sendo que o investimento mínimo foi de 50 obrigações, ou seja, 1.500 euros.

“É uma operação relevante porque foi realizada por subscrição pública, atraindo um vasto leque de investidores individuais e contribuindo para a captação de poupança dos portugueses para empresas portuguesas”, disse Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisbon.

Entre os 10.426 investidores que subscreveram obrigações SIC 2019-2022 — o maior número de investidores numa emissão de dívida empresarial em Portugal nos últimos seis anos — a grande maioria (8.390) ficou no primeiro patamar, com um investimento até 30 mil euros. Apenas 30 investidores superaram a fasquia dos 50.010 euros.

Como a procura superior a oferta, a atribuição de títulos ficou sujeita a rateio. As obrigações são atribuídas satisfazendo primeiro montantes mínimos e o remanescente de acordo com prioridade temporal. Os títulos vão ser admitidos à negociação na Euronext Lisbon na próxima segunda-feira e vão negociar por chamada.

Encaixe líquido de 48,8 mil milhões vai empurrar reembolso de dívida

Face ao aumento do encaixe financeiro bruto, o montante líquido recebido pela empresa poderá superar os 48,8 milhões de euros (tendo em conta as comissões, despesas obrigatórias e custos associados à operação máximos estimados em 1,85 milhões de euros, bem como 295,5 mil euros em outros custos).

Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa (dono da SIC), explicou que o encaixe financeiro vai servir para “substituir linhas de curto prazo por médio e longo prazo”, bem como “fazer uma gestão à medida das necessidades de tesouraria”. No entanto, recusou especificar montantes, prazos ou qual o montante da dívida que a empresa terá de reembolsar a curto prazo.

Dois anos depois de a Impresa ter falhado uma emissão de obrigações semelhante devido à fraca procura, Balsemão apontou para a “marca SIC” que “entra na casa das pessoas há 26 anos” como um fator preponderante para a elevada procura. “A aposta no retalho foi a certa. Quem investiu foi a massa. São os nossos espetadores que estão a investir na SIC”, acrescentou o CEO da empresa, que recorreu a estrelas do canal como Cristina Ferreira ou Júlia Pinheiro para publicar as obrigações.

A SIC é a terceira empresa num curto período de tempo a recorrer ao mercado de dívida de retalho para obter financiamento, sendo a segunda a fazer a sua estreia junto de pequenos investidores. O Benfica realizou uma emissão de 40 milhões, enquanto a TAP fechou no mês passado uma operação de financiamento de 50 milhões.

(Notícia atualizada às 17h25)

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