Metade das remunerações pagas no mundo vão para 10% dos trabalhadores mais bem pagos

  • Lusa
  • 4 Julho 2019

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, quanto maior a pobreza num país, maior é a desigualdade salarial.

10% dos trabalhadores que auferem os salários mais altos recebem quase metade das remunerações pagas em todo o mundo, revela o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) esta quinta-feira apresentado.

A OIT alerta para que quanto maior a pobreza num país, maior é a desigualdade salarial e indica que 20% dos trabalhadores com salários mais baixos (cerca de 650 milhões) recebe menos de 1% das despesas laborais mundiais, num mercado global onde o salário médio mensal dos 10% mais ricos é de 7.475 dólares e dos 10% mais pobres não ultrapassa 22 dólares.

“Os 10% mais pobres teriam que trabalhar três séculos para ganhar o mesmo que os 10% mais ricos num ano”, exemplificou o economista do Departamento de Estatística da OIT Roger Gomis.

Por países, o relatório indica que os menos desenvolvidos são os que apresentam maior concentração salarial nas partes mais altas da tabela, sendo nações como a RD Congo, Costa do Marfim, Libéria, Níger ou Uganda os mais desiguais, já que 10% dos trabalhadores mais ricos concentram entre 70% e 80% do total de salários pagos.

O relatório compara dados pré e pós crise (com estatísticas de 2004 e 2017), ainda que segundo a metodologia usada haja diferentes conclusões sobre se a Grande Recessão trouxe ou não maior desigualdade salarial.

Em termos absolutos, parece indicar que a desigualdade reduziu-se, já que a riqueza concentrada dos 10% de trabalhadores mais ricos passou de 55,5% para 48,9%.

Segundo os analistas da OIT, isto deveu-se principalmente ao crescimento económico de duas potências emergentes com grandes populações, como a China e a Índia, até tal ponto que quando não se têm em conta os dados destes dois países os dados de 2004 e 2017 não variariam.

Por outro lado, se o cálculo se ponderar dando maior peso às economias com maior Produto Interno Bruto (PIB), os resultados são muito diferentes e revelam em contrapartida uma maior desigualdade atual em relação a meados da década passada.

Tendo em conta esta ponderação, 20% dos trabalhadores que recebem salários mais altos teriam passado de concentrar 51,4% das remunerações em 2004 para 53,5% em 2017, enquanto as classes média e baixa sairiam a perder. Os cerca de 20% dos assalariados que se encontram na parte mais baixa da tabela passariam de ganhar 3,9% do total em 2004 para apenas 3,5% em 2017, enquanto 60% da metade da tabela baixaria de 44,8% para 43% naqueles 13 anos.

“Na realidade, a desigualdade das remunerações a nível nacional está a aumentar”, adverte a OIT no relatório, inclusivamente em países “com sucesso” depois da crise, como a China ou a Índia.

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Governo vai reabilitar imóveis devolutos do Estado para arrendamento acessível. Hospital Miguel Bombarda está na lista

O Conselho de Ministros aprovou um novo programa na área do arrendamento, que passa pela reabilitação de imóveis do Estado para arrendamento acessível. Hospital psiquiátrico Miguel Bombarda na lista.

O Conselho de Ministro aprovou esta quinta-feira o “Plano de Reabilitação de Património Público para Arrendamento Acessível”, que prevê a reabilitação de imóveis devolutos do Estado para os tornar habitações acessíveis para a classe média. Entre os edifícios estão alguns bastante emblemáticos, como é o caso do antigo hospital Miguel Bombarda, que deverá ter centenas de novas habitações.

“Identificámos que há uma parte considerável da população de classe média que começaram a ter graves dificuldades no acesso à habitação. Sentimos isso de forma muito intensa em cada vez mais zonas do país. E queremos dar resposta a esta dificuldade“, começou por dizer o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.

Referindo-se ao Programa de Arrendamento Acessível (PAA), que entrou em vigor esta semana, como uma das respostas que está a ser dada pelo Governo nesse sentido, o ministro disse que o novo programa vem ajudar ainda mais neste sentido. “Este novo programa complementa o PAA. Utiliza imóveis públicos que estavam devolutos e sem utilização, alguns há muitos anos. Só significavam despesa para o Estado. Por isso, decidimos o óbvio: recuperá-los e colocá-los para arrendamento acessível dirigido à classe média”, explicou.

Este novo Plano de Reabilitação de Património Público para Arrendamento Acessível vai acontecer “sem sobrecarregar o Orçamento do Estado”. Isto é, a reabilitação dos imóveis afetos será feita através da utilização do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE) que, por sua vez, terá como parte integrante o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.

Com isto, vão ser alcançados dois objetivos: assegurar uma taxa de rentabilidade mínima de 4% ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, “que vai diversificar os seus investimentos”, ao mesmo tempo que se vai “garantir que os imóveis lá colocados tenham rendas acessíveis para a classe média”, explicou Pedro Nuno Santos.

IHRU poderá subarrendar os imóveis para garantir as rendas acessíveis

Questionado sobre os valores das rendas acessíveis — dado que os tetos máximos previstos no PAA não estão ao alcance de toda a classe média –, o ministro disse não ser possível adiantar números, uma vez que esses dependerão dos projetos previstos para cada imóvel. Contudo, referiu que a taxa de rentabilidade de 4% para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social tem mesmo de ser assegurada e, nesse sentido, as rendas não poderão ser assim tão baixas.

“O FNRE tem de assegurar uma taxa de 4% para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social poder participar. Não queremos, nem podemos, criar problemas a este fundo. Os preços das rendas terão constrangimentos quando forem definidos“, disse Pedro Nuno Santos.

E é aqui que, para tornar as rendas realmente acessíveis, o ministro adiantou que há a possibilidade de o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) arrendar os imóveis em questão ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e, depois, “subarrendá-los com rendas mais baixas”.

E, neste caso, aí sim haverá despesa para o OE. “Porque para o IHRU arrendar a um preço superior [ao fundo da Segurança Social], terá de ser compensado para depois arrendar a um preço inferior [à classe média]”, explicou.

Uma lista com 38 imóveis, alguns bastante emblemáticos

A lista de imóveis devolutos do Estado que serão transformados em arrendamento acessível contempla 38 edifícios. Desses, 29 ficarão afetos ao FNRE enquanto nove — dado que são apartamentos — ficarão afetos ao IHRU.

Nos mais emblemáticos está o antigo hospital psiquiátrico Miguel Bombarda, na Colina de Santana, em Lisboa. Fundado em 1848, foi vendido pela câmara de Lisboa à Estamo — a imobiliária do Estado — por cerca de 25 milhões de euros, num estado de bastante degradação. Questionado sobre o número de fogos que estarão disponíveis na totalidade, o ministro da Habitação disse não ser possível adiantar valores, contudo, admitiu que, no caso desta unidade hospitalar, com 144 mil metros quadrados, deverão ser “centenas” de habitações.

Hospital Miguel Bombarda

Na capital há ainda o antigo quartel do Cabeço da Bola, com 13 mil metros quadrados, e vários apartamentos e blocos habitacionais. Destaque ainda para o antigo Convento das Convertidas, em Braga, o antigo serviço de Finanças, em Vila Nova de Gaia, e outros prédios e moradias em Sintra, Tavira, Porto, Coimbra, Loures, Vila Franca de Xira, Évora, Portalegre, Guarda, Figueira da Foz e Cinfães.

Na lista dos imóveis a afetar ao IHRU contam-se apartamentos no Entroncamento, Évora, Moita, Odivelas, Santiago do Cacém, Caldas da Rainha e Lagos.

(Notícia atualizada às 14h16 com mais informação)

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Fitch dá rating “BBB-” antes da Região Autónoma dos Açores emitir até 223,5 milhões em dívida

O rating está um nível abaixo do atribuído à República. Entretanto, a Bloomberg dá conta que a Região Autónoma quer avançar com uma emissão de obrigações a dez anos.

A Fitch iniciou a cobertura da dívida da região Autónoma dos Açores. Colocou-a em grau de investimento, atribuindo-lhe um rating de longo prazo de “BBB-“, um degrau abaixo ao da República, e com um outlook “estável”. O anúncio surge no mesmo dia em que o Jornal de Negócios, citando uma notícia avançada pela Bloomberg, dá conta que a Região Autónoma dos Açores terá mandatado dois bancos para explorarem o lançamento de uma emissão de de dívida.

O objetivo será angariar até 223,5 milhões de euros em obrigações a dez anos, revelaram fontes próximas, estando a concretização da operação e o preço sujeito às condições de mercado. O Beka Finance e o Credit Agricole CIB serão os bancos envolvidos na operação.

No que respeita à avaliação atribuída pela Fitch, esta reflete “uma combinação da elevada dívida da região em relação à receita operacional, resultando numa avaliação de sustentabilidade da dívida ‘BBB'” e um perfil de risco “intermédio” diz a agência de notação financeira.

A avaliação feita pela agência de notação norte-americana também inclui “uma comparação positiva com os pares internacionais” e o “suporte por parte do governo português (BBB/Positivo)“.

Esta avaliação compara com o rating de “BBB” que atribui a Portugal, mas também com a classificação de “BB” da Região Autónoma da Madeira — ou seja, “lixo” financeiro — cuja dívida começou a ser acompanhada pela DBRS há cerca de um ano.

(Notícia atualizada às 14h41 com a informação sobre uma possível emissão de dívida da Região Autónoma dos Açores)

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Morreu Paulo Nunes de Almeida, presidente da AEP

  • ECO
  • 4 Julho 2019

O presidente da Associação Empresarial de Portugal faleceu esta quinta-feira. Foi o primeiro presidente da Associação Têxtil de Portugal.

O presidente da Associação Empresarial de Portugal faleceu esta quinta-feira, avançou o Expresso. Aos 60 anos, Paulo Nunes de Almeida morreu no IPO do Porto, onde estava internado desde segunda-feira. Apesar da doença prolongada, o ECO sabe que o responsável trabalhou até sexta-feira da semana passada.

Foi o primeiro presidente da Associação Têxtil de Portugal (ATP) e antes, enquanto esteve à frente dos destinos da Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE) foi um dos promotores do Portugal Fashion.

Atualmente, além de 30.º presidente da AEP, cargo que assumiu em 2014 e que renovou a 27 de junho de 2017, era também presidente do Conselho Fiscal do FC Porto e da Futebol Clube do Porto – Futebol. Numa nota à imprensa o Clube lembra que, em 2012, Paulo Nunes de Almeida “tinha sido distinguido com um Dragão de Ouro, na categoria de Dirigente do Ano, era também presidente da Associação Empresarial de Portugal, qualidade em que foi recentemente condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito Empresarial, um reconhecimento pela intervenção enquanto dirigente associativo na defesa das empresas e da economia nacional”.

Nascido no Porto a 24 de março de 1959 e licenciado em Economia, Paulo Nunes de Almeida iniciou a sua atividade profissional no Banco Português do Atlântico (1982-1984). Mas foi o setor têxtil que lhe encheu o coração a vida toda. Sempre ligado ao movimento associativo, o responsável também teve uma empresa sua — TRL – Têxteis em Rede. Mas, tal como muitas outras, não resistiu ao embate da globalização e à invasão de têxteis chineses na sequência da adesão da China à Organização Mundial de Comércio.

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, atribui a Grande Cruz da Ordem do Mérito Empresarial ao presidente da Associação Empresarial de Portugal, Paulo Nunes de AlmeidaRicardo Castelo

No seu currículo conta com uma condecoração de Marcelo Rede Sousa — a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial — que recebeu em maio, por altura do 170º aniversário da AEP. Uma distinção que juntou ao Prémio Carreira da ANJE em 2016.

A Paulo Nunes de Almeida é atribuída a “renovação interna” da AEP, mas também “o seu saneamento financeiro”, assim como o reforço da missão associativa e o dinamismo da sua Fundação. O seu cunho e dinamismo está também associado à campanha “Portugal sou eu”, uma iniciativa governamental que deu seguimento à campanha da AEP “Compro o que é nosso”.

“Nesta última homenagem, a AEP recorda Paulo Nunes de Almeida como uma figura de referência, cujo trabalho muito contribuiu para a afirmação da imagem das empresas portuguesas. Um ser humano e um profissional que deixa uma marca no mundo empresarial português”, lê-se numa nota divulgada pela associação empresarial. “Reconhecido nos meios empresariais e políticos pela sua invulgar capacidade de gerar consensos, deixa uma marca forte no associativismo, nomeadamente em áreas fundamentais para a economia portuguesa como a internacionalização, o empreendedorismo e a formação profissional”, destaca a AEP.

Numa reação à sua morte, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em comunicado enviado às redações sublinha: “Perdemos hoje um dos nossos melhores. A CIP, a AEP, o Movimento Associativo e a Sociedade Portuguesa ficaram hoje substancialmente mais pobres. Paulo Nunes de Almeida foi um dirigente como poucos”.

“Tive o privilégio de a seu lado testemunhar uma profunda paixão e dedicação às organizações que dirigia, honrando e dignificando com entrega e devoção a luta pela edificação do associativismo empresarial. Muito do sucesso alcançado repousa em silêncio sobre os seus ombros“, frisa António Saraiva, na mesma nota.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Juros da dívida alemã já estão tão negativos quanto a taxa do BCE

A yield a dez anos da dívida alemã igualou pela primeira vez a taxa de depósito do BCE. É visto como o mais recente sinal de que um novo corte dos juros de referência por parte do BCE se avizinha.

A taxa de juro da dívida soberana alemã no prazo a dez anos atingiu nesta quinta-feira um novo mínimo histórico negativo, igualando pela primeira vez a taxa de depósitos do Banco Central Europeu (BCE). O estabelecimento deste novo mínimo histórico poderá ser interpretado como um sinal de que os mercados estão a incorporar um corte dos juros de referência da Zona Euro para breve.

A yield das bunds alemãs a dez anos baixaram até aos -0,4%, nesta quinta-feira, colocando-se ao mesmo nível dos -0,4% da taxa de juro exigida pelo BCE para aceitar depósitos.

Essa evolução acontece depois de Mario Draghi ter sinalizado a disponibilidade do BCE em avançar com novos estímulos, incluindo cortes dos juros de referência, com vista a evitar que a economia da Zona Euro descarrile. A evolução foi defendida durante o Fórum do BCE que decorreu em meados de junho em Sintra.

Juros da dívida alemã recua até aos -0,4%

Fonte: Reuters

“Na ausência de melhorias, de tal forma que o regresso sustentado da inflação para a nossa meta é ameaçado, serão necessários estímulos adicionais”, disse o presidente do BCE. “Continuam a fazer parte do nosso leque de instrumentos mais cortes nas taxas de juro e outras medidas para mitigar” os efeitos da atual conjuntura sobre os preços, acrescentou.

No seguimento dessas declarações, os juros da dívida soberana europeia aliviaram para novos mínimos, acontecendo o mesmo com as Euribor, com estas a atingirem um forte tombo logo no dia seguinte.

A última vez que os juros a dez anos da dívida da maior economia da Zona Euro baixou até ao nível da taxa de depósito do BCE foi durante a crise financeira.

Em dezembro de 2008, a taxa de depósito do BCE era de 2,75%, enquanto a yield da dívida alemã a dez anos baixou até aos 3,04%. Esse recuo abaixo da principal taxa de refinanciamento do BCE aconteceu a 12 de dezembro daquele ano segundo a Reuters.

A taxa de depósito tornou-se na principal ferramenta de política monetária do BCE desde 2015, quando a entidade liderada por Mario Draghi a baixou mas optou por manter inalteradas as restantes taxas de juro.

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Banca limpa mais 1,4 mil milhões de crédito malparado

Desde o máximo observado em junho de 2016, o rácio de malparado na banca nacional já encolheu 52%.

Milhão a milhão, os bancos vão-se desfazendo do fardo do malparado. No arranque deste ano, “limparam” mais 1,4 mil milhões de euros em créditos não produtivos, reduzindo o rácio de créditos em incumprimento no balanço de todo o sistema financeiro português para 8,9%.

“No primeiro trimestre de 2019 os stocks de empréstimos non-performing das Sociedades Não Financeiras e dos particulares diminuíram cerca de 900 e 500 milhões de euros, respetivamente”, refere o relatório do Sistema Bancário Português revelado pelo Banco de Portugal. Assim, desde o pico, já se registou uma diminuição de 26 mil milhões de euros no malparado em Portugal.

“Esta evolução permitiu atingir um rácio de NPL total de 8,9% (4,3% quando líquido de imparidades), diminuindo 0,5 pontos percentuais (pp) face ao final de 2018″, estando o rácio de cobertura por imparidades dos NPL em 52,2%. “Desde o máximo observado em junho de 2016, o rácio de NPL diminuiu 9,0 pp (SNF: – 12,7 pp; Particulares: -4,5 pp)”, acrescenta o relatório. Houve uma “redução de 52% do stock total de NPL”.

Limpeza castiga rentabilidade

Este contínuo esforço de redução do peso do malparado tem pesado nas contas. E voltou a pesar no arranque deste ano, nota o supervisor, liderado por Carlos Costa. “No primeiro trimestre de 2019, a rendibilidade do capital próprio (ROE) e do ativo (ROA) do
sistema bancário diminuiu”, reflexo da redução “dos resultados de operações financeiras e o aumento das provisões e imparidades.

Por seu lado, nota o Banco de Portugal, o rácio cost-to-income diminuiu para 57,1% (57,9% no 1.º trimestre de 2018), decorrente do aumento do produto bancário, num contexto de estabilização dos custos operacionais.

Bancos mais sólidos

Mesmo com a quebra na rentabilidade, a solvabilidade dos bancos aumentou nos primeiros três meses do ano. “No primeiro trimestre de 2019, os rácios de solvabilidade aumentaram de forma expressiva face ao final de 2018, com o rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) a situarem-se em 16,0% e 13,8%, respetivamente”, nota o supervisor.

“Esta evolução reflete a incorporação dos resultados positivos de um conjunto de instituições referentes ao exercício de 2018 e, no caso do primeiro indicador, a emissão de instrumentos de Additional Tier 1“, salienta.

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SWORD Health vai contratar 50 profissionais para Portugal e para os Estados Unidos

Em Portugal, a startup está à procura de profissionais para as áreas de desenvolvimento, operações, marketing e jurídica. Já nos EUA, o foco são as vendas e as equipas clínicas.

Conhecida por ter criado o primeiro sistema de fisioterapia digital, que alia inteligência artificial a equipas clínicas humanas, a SWORD Health quer reforçar a sua equipa. A startup tecnológica portuguesa vai contratar, pelo menos, 50 profissionais, tanto para Portugal como para a sua expansão nos Estados Unidos.

Enquanto para o seu país de origem a SWORD Health procura, essencialmente, software developers, quality assurance engineers, information security engineers, assim como profissionais nas áreas jurídica e de marketing, para os Estados Unidos “o foco está no recrutamento de profissionais para operações, vendas e equipas clínicas”, lê-se em comunicado.

Virgílio Bento, fundador e CEO da SWORD Health, afirma que a startup está num “processo de rápido crescimento e de expansão internacional”. “Queremos atrair, recrutar e trabalhar com os melhores talentos, tanto em Portugal como nos Estados Unidos da América [EUA], e pretendemos continuar a contratar nos próximos anos“, explica, citado em comunicado.

Recorde-se que a tecnológica portuguesa anunciou, no início deste ano, um financiamento no montante de oito milhões de dólares, que vai permitir à SWORD Health reforçar a sua expansão para os EUA. O objetivo final é “colocar o terapeuta digital em casa de cada vez mais pacientes, desenvolver as capacidades de engenharia do seu produto e investir na sua validação clínica”. O terapeuta digital de inteligência artificial da SWORD leva a fisioterapia a casa dos pacientes, o que, diz a startup, é mais “conveniente” e “fácil de usar”.

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Segurança Social exige descontos a trabalhadores quando mudam de emprego

  • ECO
  • 4 Julho 2019

A Segurança Social está a exigir o pagamento de descontos aos trabalhadores com recibos verdes, com atividade aberta, mesmo quando ficam apenas alguns dias sem trabalho.

A Segurança Social está a exigir contribuições de recibos verdes aos trabalhadores por conta de outrem que têm atividade aberta e ficam uns dias sem trabalhar, devido a mudanças de emprego, por exemplo. Um dia sem entidade patronal é o que basta para que os serviços cobrem descontos no primeiro mês, aplicando juros em caso de incumprimento.

“Saí de um emprego a 31 de março e comecei a trabalhar a 2 de abril, ou seja, estive um dia sem trabalhar por conta de outrem e foi quanto bastou para a Segurança Social me passar a exigir 20 euros de contribuições por mês“, explica uma contribuinte ao Correio da Manhã (acesso pago). Neste caso, a contribuinte já recebeu uma nova cobrança com 20 cêntimos de juros de mora.

O Ministério do Trabalho admite ao jornal que pode “não haver lugar a contribuições, aconselhando a exposição aos serviços”, através do email: iss-dpc@seg-social.pt. Ainda assim, garante que será feita a “anulação da contribuição apurada e respetivos juros”, caso se confirme a correção.

Já os funcionários nos balcões dizem que não podem fazer nada porque a “contribuição é gerada automaticamente pelo sistema”. Foi em janeiro que o regime dos trabalhadores independentes mudou, pondo fim, parcialmente, à isenção dos dependentes que também passem recibos verdes. Mas a cobrança só é devida se retirem dessa atividade um rendimento relevante superior a quatro Indexantes dos Apoios Sociais (IAS), isto é, 1.743,04 euros.

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Falhas no Facebook e Twitter resolvidas durante a madrugada

Os problemas técnicos enfrentados pelo Facebook e serviços associados, bem como pelo Twitter, foram resolvidas durante a madrugada desta quinta-feira, anunciaram as empresas.

As falhas técnicas enfrentadas pelas principais redes sociais esta quarta-feira já estão resolvidas, anunciaram as empresas e confirmou o ECO. Os principais serviços do grupo Facebook, incluindo Messenger, WhatsApp e Instagram, bem como o Twitter, registaram problemas que afetaram a partilha de imagens, vídeos e ficheiros, e também o envio e receção de mensagens privadas.

Os primeiros alertas sobre a existência de problemas surgiram por volta das 15h30, hora de Lisboa. As informações iniciais apontavam para problemas apenas nos serviços do Facebook, mas rapidamente foi confirmado que a falha era mais abrangente, alcançando serviços como o Twitter, que não pertence à mesma empresa.

Em todos os casos, as empresas não deram a conhecer a origem do problema. Mas confirmaram as dificuldades e, durante a madrugada desta quinta-feira, confirmaram que o problema tinha sido resolvido.

“Algumas pessoas e empresas experienciaram problemas a carregar ou a enviar imagens, vídeos e outros ficheiros nas nossas aplicações e plataformas. O problema já está resolvido e devemos agora estar a funcionar a 100% para toda a gente. Pedimos desculpa por eventuais inconveniências”, publicou a conta oficial do Facebook, no Twitter.

A falha é particularmente relevante para o Facebook e empresas subsidiárias. Em meados de março, a companhia fundada por Mark Zuckerberg enfrentou o maior erro técnico desde a sua história, tendo ficado indisponível ou intermitente por um período que durou praticamente 14 horas.

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Gastos com saúde em 2018 tiveram o maior aumento numa década

A despesa com saúde cresceu 5,1% em 2018 face ao ano anterior, revela o INE. Desde 2008 que não havia uma subida tão elevada.

As despesas em saúde cresceram 5,1% entre 2017 e 2018, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta quinta-feira. Este é o aumento mais alto desde 2008. O Estado financiou cerca de dois terços desta despesa no ano passado, em linha com os anos anteriores.

Os números constam da Conta Satélite do INE, uma publicação que junta um conjunto de informação sobre os gastos em saúde. A despesa corrente em saúde integra a despesa de consumo final das unidades residentes em bens e serviços de saúde, mas exclui as exportações e inclui as importações de bens e serviços de saúde prestados a unidades residentes fora do território económico.

Em 2018, a despesa corrente deverá então chegar aos 18.345,1 milhões de euros, um aumento de 5,1%, sendo preciso recuar a 2008 para encontrar um crescimento na despesa mais alto. Os gastos previstos para o ano passado com saúde atingem 9,1% do PIB. Este valor é equivalente a 1.784,8 euros per capita. Ao contrário do que tem acontecido desde 2010, as estimativas do INE apontam para que este aumento seja superior à variação nominal do PIB.

Evolução da despesa corrente em saúde

Fonte: INE

Desta despesa, a fatia correspondente à parte pública cresceu 5,3%, no entanto, o peso do Estado não sofreu uma alteração significativa: continua em torno dos 66%. A despesa privada subiu também, mantendo a tendência já sentida em 2017. O peso do privado manteve-se em 33,7% em 2018 face a 2017. Segundo o INE, os valores preliminares para 2018 apontam para que a despesa do setor privado tenha atingido 4,6% do total de despesa corrente, o que compara com 3,6% do ano anterior.

As sociedades de seguros foram dos agentes que mais contribuíram para o aumento desta despesa em 2017, tendo subido 13,7%.

O INE prevê uma “uma continuação do aumento do financiamento dos principais agentes financiadores públicos e privados” em 2018, com uma exceção. Os subsistemas de saúde públicos deverão contrariar a tendência, com uma redução de 0,1% do financiamento da despesa.

Dentro do setor privado, a despesa das famílias abrandou em 2017, para 2,6%, tendo-se verificado um decréscimo na despesa em hospitais públicos e aumento em hospitais privados. Para 2018 as previsões indicam que o financiamento das famílias vai crescer 4,4%, voltando a acelerar. No entanto, o peso da despesa feita pelas famílias prevista para 2018 deverá ter recuado mostram os números preliminares que apontam para um peso igual a 27,5% contra os 27,8% verificados em 2017.

Quando se olha para os restantes países da União Europeia, Portugal situa-se no topo da tabela da despesa. Ocupa a décima posição no ranking, no que diz respeito ao peso relativo da despesa corrente no PIB, 0,6 pontos percentuais acima da média europeia. Por outro lado, a relação da despesa com o PIB per capita já faz o país cair na tabela.

(Notícia atualizada às 12h41 com mais informação)

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Clérigos e Paranhos separados só por 2,5 quilómetros. Mas no imobiliário estão a 4.365 euros de distância

Valor médio por metro quadrado no concelho do Porto é de 3.617 euros, sendo o Centro (3852€) e a microzona da Foz (5526€) as zonas mais caras. Ramalde e Paranhos consideradas as mais baratas (2.725€).

O imobiliário bateu recordes em 2018. As vendas dos imóveis dispararam e consequentemente os preços também. No concelho do Porto o valor médio por metro quadrado é de 3.617 euros com maior incidência na oferta de casas com um quarto e uma sala (T1) — cerca de 35% das habitações têm esta tipologia. De acordo com o estudo “Mercado Residencial na cidade do Porto”, grande parte dos compradores são nacionais e apenas 16% são estrangeiros.

O centro do Porto é a zona que concentra maior oferta de empreendimentos residenciais (47%). E a zona nobre do centro, a área circundante à Avenida dos Aliados, apresenta o valor médio mais elevado, a registar os 4.977 euros por metro quadrado, seguido da zona ocidental com um preço médio a rondar os 4.790 euros/m2, e da Riverside que regista o valor de 4.203 euros por metro quadrado. O centro é a zona que concentra todo o investimento estrangeiro no Porto (85%), revela o estudo realizado pela Avenue, em colaboração com a Predibisa e apoio da Câmara Municipal do Porto, divulgado esta quinta-feira.

Para o diretor geral da Predibisa, João Nuno Magalhães, este tipo de estudo “permite concluir que o mercado residencial do Porto ainda tem muita capacidade de crescimento, porque até agora foram os compradores nacionais quem mais se destacaram”. “Novas linhas áreas impulsionarão este crescimento”, defende.

 

Zonas: 1: Centro; 2: Riverside; 3: Zona Oriental; 4: Zona Ocidental e 5: Innovation District.

Depois dos Clérigos a Foz tem a habitação mais cara

Neste estudo sobre o mercado residencial na cidade do Porto foi feito um levantamento exaustivo da oferta dos últimos três anos, com cerca de 2.900 frações analisadas em cinco zonas diferentes.

O centro do Porto é a zona que concentra mais empreendimentos residenciais, com 117 para oferta, especialmente na zona da Cedofeita. O centro, como um todo, regista um preço médio apenas 6,5% acima de média da cidade (3.852 euros por metro quadrado). No entanto, é nesta região que se concentra o maior número de microzonas, sendo estas 38% mais caras que o preço médio do resto da cidade: registam uma média de 4.977 euros por metro quadrado. Aliados, Mouzinho, Flores são zonas muito cobiçadas e os preços acompanham essa tendência. Mas nada bate os 7.090 euros/m2 pedidos na zona dos Clérigos.

Os indicadores do estudo revelam que 9% dos empreendimentos do Porto são localizados na zona Riverside, o que coloca esta área como uma nova zona de desenvolvimento, que liga o centro à zona ocidental. A Riverside é também a zona que apresenta o segundo valor médio de venda mais elevado, com o preço médio 16% mais alto do que a média da cidade.

Já a zona oriental, Campanhã e Bonfim, dispõe de 17% da oferta total de empreendimentos, a um preço de venda de 3.043 euros por metro quadrado, 16% abaixo do valor de referência. Aqui destaca-se o Bonfim, que representa 71% desta amostra.

A zona ocidental surge em segundo lugar em termos de valor médio de venda por metro quadrado (4.790 euros/m2), cerca de 32% acima do valor de referência. Aqui encontra-se 17% da oferta da cidade e é onde estão localizados os empreendimentos de melhor qualidade (74% de categoria A) e com a maior oferta de tipologia T4 (29%). E a microzona da Foz do Douro é a mais cara da zona (5.526 euros por metro quadrado de valor médio), sendo também aqui que se encontra 65% da oferta desta zona.

É no Innovation District, particularmente em Ramalde e Paranhos, que se encontram as ofertas mais acessíveis — preço médio de 2.725 euros por metro quadrado, 32% abaixo da referência da cidade — mas só representa 13% da oferta da Invicta. A maior parte dos empreendimentos são de grandes dimensões, com uma média de 25 frações, e é a zona que prevê maior área de construção nos próximos anos. A tipologia mais predominante são os T2 que representam 32% da área total.

Quanto as perspetivas de evolução do mercado, o estudo antecipa a continuação do dinamismo do mercado habitacional do Porto. Foram identificados quase 100 empreendimentos na cidade — cerca de 190 mil m2 de área de construção — que estão no pipeline para os próximos anos e que irão manter a dinâmica do setor imobiliário residencial do Porto. O estudo prevê que, no período 2020 a 2022, deverão estar no mercado cerca de 2.600 frações, mantendo assim uma oferta em linha com os anos anteriores.

Centro e Innovation District as zonas com maior dinamismo até 2022

Para o diretor geral da Avenue, Aniceto Viegas, o centro e a zona Innovation District (Ramalde e Paranhos) serão as zonas que vão apresentem mais perspetivas de dinamização do mercado. “Fruto do plano estratégico da cidade, concretamente de revitalização e reabilitação destas duas zonas concretas da urbe, vamos assistir a um maior vigor no desenvolvimento do património privado e público. A Innovation District terá 40% da oferta futura e o centro 25%”, conclui Aniceto Viegas.

Para a zona Innovation District está prevista uma maior área de construção, mais de 65 mil metros quadrados, e uma oferta de preço mais orientada para os compradores nacionais. Já o centro continuará a concentrar o maior número de empreendimentos em fase de desenvolvimento, ou seja com menos fogos por empreendimento, com oferta prevista para os próximos três anos.

Além disso, foram identificados quase 100 empreendimentos na cidade — cerca de 190 mil metros quadrados de área de construção — que estão no pipeline para os próximos anos. O estudo prevê que, no período 2020 a 2022, deverão estar no mercado cerca de 2.600 frações, mantendo assim uma oferta em linha com os anos anteriores.

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Mais de 85% dos recém-licenciados portugueses já tem emprego

Taxa de emprego para os recém-licenciados portugueses compara com a registada em Malta (96,7%) e, por outro lado, com a taxa da Grécia (59%).

A taxa de emprego dos recém-graduados em Portugal com idades compreendidas entre os 20 e os 34 anos ficou perto dos 85% no ano passado, situando-se acima da média registada na União Europeia (UE). Ainda assim, de acordo com as estatísticas avançadas esta quinta-feira pelo Eurostat, o país ocupa o 19.º lugar do ranking entre os 28 Estados-membros.

Quer isto dizer que Portugal faz já parte da segunda metade dos países com as melhores taxas de empregabilidade. Acima dos portugueses estão 18 Estados-membros e apenas nove apresentam um cenário mais difícil para a entrada dos jovens no mercado de trabalho.

A taxa de emprego para os jovens de Portugal que terminaram o ensino universitário nos três anos anteriores situou-se nos 85,9%, enquanto o valor médio da União Europeia se ficou pelos 85,5%. O panorama europeu foi, no entanto, mais animador em 2018 do que em 2017, ano em que a taxa da UE foi 0,6 pontos percentuais inferior.

Entre os 18 Estados-membros que estão numa situação mais favorável do que a portuguesa, o destaque vai para Malta, Holanda e Alemanha. Nestes países, a taxa de emprego registada foi de 96,7%, 94,8% e 94,3%, respetivamente.

Olhando para a ponta oposta do gráfico, Grécia, Itália e Croácia são os países que enfrentam as situações mais problemáticas para os recém-graduados. Nestes, as taxas de emprego de 2018 foram de, respetivamente, 59%, 62,8% e 75,2%.

Há igualdade de género nesta taxa?

Em Portugal, a diferença é mínima. No ano passado, a taxa de empregabilidade dos recém-graduados do sexo masculino foi apenas 0,1 pontos percentuais superior à taxa de emprego dos recém-graduados do sexo feminino. Este valor faz de Portugal o Estado-membro com a melhor situação em termos de igualdade de género.

Contudo, há países onde as discrepâncias tomam outras dimensões. É o caso da Bulgária, onde quase 92% dos homens graduados conseguem encontrar emprego e apenas 78% das mulheres graduadas arranjam trabalho. Também na Grécia a diferença é significativa, ultrapassando os dez pontos percentuais.

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