Comissão Europeia melhora previsão de défice para este ano. Mas é o dobro do previsto pelo Governo

Comissão prevê défice orçamental de 0,4% este ano, devido ao Novo Banco. Ao contrário do que Centeno espera, Portugal poderá não estar tão "preparado para enfrentar variações negativas da economia".

A Comissão Europeia espera que o défice atinja os 0,4% este ano, o dobro do esperado pelo Governo, exclusivamente devido ao impacto de medidas extraordinárias que agravam o défice, como o Novo Banco. Ainda assim, Bruxelas melhorou em 0,2 pontos percentuais a sua previsão face às Previsões de Outono. O défice estrutural deve aumentar este ano para 0,5% este ano, o que impedirá Portugal de atingir o Objetivo de Médio Prazo nestes anos, falhando o ritmo de redução anual imposto pelas regras anuais.

Numa altura em que já se sabe que o Novo Banco pediu ao Estado 1.149 milhões de euros ao abrigo do acordo celebrado na altura da sua venda, a Comissão Europeia aponta este custo acrescido como a principal razão para que o défice fique além do previsto pelo Governo.

Nas suas previsões divulgadas a 15 de abril, o Governo não alterou o seu objetivo de atingir um défice não superior a 0,2% do PIB em 2019, apesar da chamada de capital do Novo Banco e da revisão em baixa da previsão que tinha para a economia portuguesa de 2,2% para 1,9%.

Nas suas Previsões de Primavera, que divulga esta terça-feira, a Comissão Europeia diz que espera uma redução do défice dos 0,5% alcançados no ano passado, para 0,4%, um valor acima do previsto pelo Governo. Esta previsão é a segunda mais pessimista, a seguir aos 0,6% estimados pelo FMI.

Mas este resultado deve-se exclusivamente a medidas extraordinárias ou não recorrentes que agravam o défice. Não fossem estes impactos, Portugal teria um excedente de 0,2% do PIB, exatamente o mesmo resultado que teve em 2018 também excluindo medidas temporárias e não recorrentes.

As medidas extraordinárias que agravam o défice são, praticamente, esta chamada de capital do Novo Banco, que a Comissão estima que agrave o défice em 0,6% do PIB.

Além de esperar um défice superior, Bruxelas alerta que há riscos associados a esta previsão e vão no sentido de agravar o valor do défice. O abrandamento do crescimento além do esperado, numa altura em que os indicadores avançados mais recentes apontam para menos crescimento, e a necessidade do Estado português ter de investir mais dinheiro dos contribuintes em apoios à banca podem deixar a meta ainda mais longe do que o desejado por Mário Centeno.

A Comissão também não acredita que Portugal consiga o seu primeiro excedente orçamental em 2020, como o Governo prevê que venha a acontecer. Bruxelas ainda espera um défice de 0,1% no próximo ano, longe do excedente de 0,3% antecipado pelo Ministério das Finanças no Programa de Estabilidade enviado para Bruxelas na semana passada.

Portugal não atinge o Objetivo de Médio Prazo nem reduz o défice estrutural ao ritmo exigido

Em 2018, o défice estrutural terá caído cerca de 0,25% do PIB, deixando-o cada vez mais perto do equilíbrio exigido pelo Conselho da União Europeia. No entanto, Bruxelas antecipa que um aumento do défice estrutural este ano para os 0,5% e uma manutenção desse saldo estrutural nos 0,5% em 2020.

A concretizar-se este resultado, Portugal falharia a meta de atingir o Objetivo de Médio Prazo — que é de 0% — já este ano, como antecipou Mário Centeno, que até espera um saldo estrutural positivo de 0,1% em 2019, e de 0,3% em 2020. “Portugal fica com o espaço orçamental para deixar funcionar aquilo que nós em economia chamamos de os estabilizadores automáticos. (…) Estamos preparados para enfrentar variações mais negativas da economia sem termos de implementar políticas pró-cíclicas que afetem essa evolução. Foi exatamente isto que se definiu por austeridade”, disse Centeno na apresentação do Programa de Estabilidade, no Ministério das Finanças.

Estes resultados colocariam ainda Portugal à revelia das regras europeias, já que não estão a cumprir o ajustamento mínimo exigido no caminho para atingir o equilíbrio estrutural em 2019 e 2020. Mas este incumprimento dificilmente acarretará maiores consequências que um aviso pela Comissão Europeia de que deve fazer mais, considerando o nível reduzido do défice e a não-aplicação de sanções contra países como a Itália, cuja meta do défice deverá ficar além do acordado com Bruxelas.

A Comissão espera que a dívida caia para 119,5% em 2019, tal como o Governo, mas antecipa uma redução menos pronunciada em 2020, na qual a dívida pública em percentagem do PIB cairia para os 116,6%, em vez dos 115,2% da previsão do Governo.

Portugal continuará assim com a terceira dívida mais elevada da União Europeia, abaixo apenas da Grécia e da Itália, e a ser um dos quatro países que têm uma dívida pública superior a 100% do PIB, um grupo ao qual também se junta a Bélgica.

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Bruxelas mantém dúvidas sobre previsão de Centeno para o PIB

Centeno acredita que a economia não cresce menos que 1,9%, mas Bruxelas mantém que o PIB só sobe 1,7% este ano. Convergência com o euro reforça-se à custa do corte das previsões para a Zona Euro.

O ministro das Finanças acredita que a economia cresce 1,9% este ano, mas Bruxelas mantém que a subida do PIB não vai além de 1,7%. A Comissão Europeia publicou esta terça-feira as Previsões de Primavera, as primeiras depois de Mário Centeno ter atualizado projeções para Portugal, onde reforça a convergência da economia portuguesa com a da Zona Euro, mas à custa de um corte nas previsões para o bloco da moeda única.

Nas Previsões de Primavera divulgadas pelo executivo comunitário, a economia cresce 1,7% este ano e no próximo. Os números são iguais aos que a Comissão divulgou nas Previsões de Inverno, publicadas em fevereiro de 2019, mas os riscos em torno destes são descendentes, “devido à incerteza persistente no enquadramento externo”.

Entre fevereiro e maio, o Governo português atualizou previsões com o envio do Programa de Estabilidade para Bruxelas. Mas apesar de se ter revelado mais pessimista do que em outubro — ao cortar a previsão de 2,2% para 1,7% –, Centeno fica ainda longe de Bruxelas que se manteve em 1,7%.

Entre as instituições que têm previsões para Portugal, o Conselho das Finanças Públicas é o que tem o pior cenário para este ano ao apontar para um crescimento do PIB igual a 1,6%. Apesar disso, o organismo liderado por Nazaré Cabral validou as previsões do Governo para 2019 e 2020, embora não tenha endossado as projeções para os anos seguintes.

Portugal cresce acima da Zona Euro em 2019 e 2020. Bruxelas corte previsões para o bloco do euro

Nas previsões da Comissão Europeia, a economia portuguesa cresce acima da Zona Euro, tanto este ano como no próximo. Enquanto a economia nacional engorda 1,7% em cada um dos anos, no bloco do euro, o PIB sobe 1,2% este ano e 1,5% em 2020.

Ou seja, o PIB português cresce mais cinco décimas do que o da Zona Euro este ano e mais duas décimas em 2020. Esta diferença — favorável para Portugal — é maior nas previsões atuais do que nas previsões de fevereiro. No entanto, esta convergência é só alcançada porque o executivo comunitário vê o espaço da moeda única a crescer menos que antes. Em fevereiro, Bruxelas antecipava uma subida do PIB de 1,3% este ano e 1,6% (mais uma décima do que agora).

Como cresce a economia portuguesa?

Segundo a Comissão Europeia, o PIB vai crescer este ano à custa da procura interna que mais que compensa o contributo negativo da procura externa líquida — que “tira” 0,7 pontos percentuais ao crescimento do PIB e 0,5 pontos percentuais em 2020.

O consumo privado aumenta 2,3% este ano e 1,9% em 2020 e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) sobe 4,6% em 2019 e 5% no próximo ano.

As exportações deverão subir 3,2% este ano e 3,5% no próximo, muito abaixo dos 7,8% observados em 2017 quando a economia cresceu 2,8%. A Comissão acredita que a balança corrente vai ser negativa de 1% este ano e 1,1% no próximo, depois de ter sido de -0,9% do PIB em 2018. Em 2016 e 2017 esta balança foi positiva graças ao desempenho das exportações.

No mercado de trabalho, a taxa de desemprego vai continuar a baixar este ano e no próximo, ao abrandar para 6,2% em 2019 e 5,7% em 2020.

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Falta flexibilidade no trabalho em Portugal. Colaboradores valorizam, mas preferem outros benefícios

  • Ricardo Vieira
  • 7 Maio 2019

Licenciados, jovens e mulheres são os trabalhadores que menos flexibilidade têm no mercado laboral português.

Um estudo sobre a flexibilidade no trabalho em Portugal revela que 61,1% dos inquiridos são obrigados a trabalhar nas instalações dos empregadores, 48,9% têm horários fixos de entrada e de saída, e 33,9% diz ser difícil alterar ligeiramente o horário de trabalho por motivos pessoais.

A grande maioria das pessoas (97,4%) valoriza a flexibilidade no trabalho. Estar com a família, explorar interesses pessoais, realizar outros projetos pessoais, sentir-se mais saudável e cuidar de si são as principais razões. No entanto, quando questionados sobre se abdicariam de outras condições de trabalho em virtude de maior flexibilidade, os trabalhadores assumem preferir remuneração mais alta, seguro de saúde ou bónus, trabalhar menos horas e realizar tarefas motivadoras e interessantes.

A análise da Polar Insight, em parceria com o Centro de Estudos em Povos e Culturas de Expressão Portuguesa, da Universidade Católica Portuguesa, quis explorar o grau de flexibilidade do mercado de trabalho português e percebeu que as mulheres beneficiam de menor flexibilidade no trabalho do que os homens (com exceção para quem declara ter outras pessoas a cargo) e que os trabalhadores mais velhos têm mais facilidade em trabalhar fora das instalações da empresa do que os mais jovens.

Embora haja mais flexibilidade para quem tem habilitações mais elevadas, são sobretudo os licenciados aqueles que estão obrigados a cumprir funções dentro da empresa.

Assim, o perfil do “trabalhador flexível” é maioritariamente do género masculino, com idade acima dos 46 anos, rendimentos elevados, a trabalhar em grandes empresas, com responsabilidades de coordenação de pessoas.

Tendências que quebram o status quo

Este estudo quis também mapear os elementos que influenciam este ecossistema e identificar de que forma as relações laborais afetam, na prática, a sua adoção. “Ainda que, no momento atual, apenas poucos possam beneficiar do trabalho flexível, algumas tendências estão a quebrar lentamente o status quo”, lê-se no relatório. O ganho de confiança na economia portuguesa, que promove sensação de estabilidade e aumento na autoestima do trabalhador, o intercâmbio cultural, que dissemina novas práticas e rotinas laborais, e tem ajudado a instalar uma nova cultura de trabalho, bem como a nova geração de trabalhadores, jovens portugueses que já só conhece o trabalho em contexto de flexibilidade laboral, vêm alterar as regras do mercado.

Mas há ainda os desafios

“Em Portugal, assim como em muitos outros países, ainda prevalece uma cultura de presentismo — fazer-se presente, mesmo que as horas de trabalho não se traduzam em produtividade”, afirma o estudo que partilha o testemunho de um colaborador que afirma que “existe o estigma de que quem trabalha a partir de casa não está, na verdade, a trabalhar”.

“Quando crianças, somos educados para fazer o que nos dizem. Se não nos dizem, não fazemos”, partilha outro dos inquiridos. Uma ideia que sublinha a cultura da subserviência, presente no mundo laboral nacional.

Outras pessoas referem o medo do isolamento. Além disso, “do ponto de vista organizacional, o contacto presencial ainda é sentido como o elemento mais eficiente para a construção de vínculos que facilitam a comunicação e a troca de informação. A ausência física faz com que os trabalhadores se sintam, aos poucos, esquecidos”.

Por outro lado, há a “burocratização da flexibilidade”, em que as empresas criam regras acabando por ignorar as preferências pessoais de cada colaborador. Outro dos desafios, encontrados neste estudo, está nas sequelas da crise económica.

Percebeu-se que a exclusão social, a emigração da força de trabalho, a criação de novos postos de trabalho mal remunerados e o aumento da vinculação precária são algumas das consequências da crise de 2009 da zona euro que contribuíram para o desequilíbrio das relações laborais entre profissionais e organizações.

O reflexo nas condições laborais é claro. Quase metade das pessoas (46,8%) afirmou trabalhar mais de 40 horas por semana e, por norma, o mercado não recompensa quem trabalha horas suplementares, só 21,8% são recompensados. Apesar de elevados quando comparados com o salário mínimo nacional, os rendimentos da maioria dos entrevistados continuam longe da média da UE (67,7% ganha entre 1001 e 1500 euros). Em alguns setores, como a área de Tecnologias de Informação, estarem a mudar as regras do jogo, “na última década, mais do que discutir as relações laborais, o trabalhador português esteve preocupado em assegurar o seu emprego”, conclui o relatório.

Num país em que as empresas estão agora obrigadas a corrigir a desigualdade de género, o gap entre homens e mulheres é também evidente. As mulheres têm, em geral, habilitações mais elevadas do que os homens, contudo, apresentam rendimentos inferiores: 75,5% das pessoas com rendimentos mensais inferiores a 500 euros são mulheres e 78,9% das pessoas com rendimentos mensais superiores a 3500 euros são homens.

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Mário Nogueira ressuscita Familygate para atacar Costa: Deve “ter mais família no Governo que na família tem professores”

Para Mário Nogueira, a acomodação da despesa com o descongelamento do tempo de serviço dos professores no orçamento deste ano era "fácil". O líder da Fenprof critica a atitude do Governo.

Mário Nogueira critica a atitude do Executivo perante os professores, e não se mostra aberto à simpatia do primeiro-ministro. “António Costa escusa de vir dizer que tem até sensibilidade para questões dos professores porque tem na família professores. Se calhar, no Governo ainda tem mais família do que na família tem professores“, atirou o secretário-geral da Fenprof, numa alusão ao Familygate.

Em reação à entrevista do primeiro-ministro, Mário Nogueira critica a atuação do Governo, que diz estar a levar a cabo uma “intoxicação da opinião pública e isolamento dos professores”, numa conferência de imprensa transmitida pelas televisões. O líder da Fenprof acusa ainda o Executivo de conduzir uma “farsa negocial”.

Perante a crise política que se formou em torno do descongelamento do tempo de serviço dos professores, Mário Nogueira reitera que a acomodação dos custos com esta medida “era fácil no Orçamento de 2019”, tendo em conta os valores que já tinham sido consignados, nomeadamente para as aposentações.

Ao empurrar as progressões para os próximos anos, estão a “atirar para cima do próximo Governo” a despesa com esta medida, algo que Costa tinha dito que não queria fazer, aponta Mário Nogueira. Relativamente às contas de quanto custará o descongelamento, a Fenprof diz que “estes milhões todos são para enganar os portugueses”, e “virá-los contra os professores”.

De acordo com o Executivo, a recuperação do tempo de serviço dos professores, e o consequente alargamento da medida às restantes carreiras especiais, custaria 560 milhões de euros além do que já foi aprovado pelo Governo a partir de 2023, 140 milhões de euros por ano se fossem concretizados até ao final da próxima legislatura como prevê o Executivo.

O secretário-geral adianta ainda que na quarta-feira, às 15h00, os professores com 55 anos ou mais, que estão abrangidos pelo regime de pré-reforma, se irão deslocar às delegações para iniciar o pedido. Esta ação “não é uma manifestação”, garante, no entanto, Mário Nogueira.

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Risco de pobreza baixou em 2018. Atinge 2,2 milhões de portugueses

Há menos pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, mas fenómeno continua a atingir mais de 2,2 milhões de portugueses. Dados do INE mostram melhoria na distribuição de rendimentos.

Em 2018, um total de 2,223 milhões portugueses estava em risco de pobreza ou exclusão social, com os dados sobre as condições de vida em Portugal a mostrarem uma melhoria face aos anos anteriores.

Este número resulta da conjugação das pessoas em risco de pobreza no ano anterior (1,77 milhões) ou que viviam em agregados com rendimentos mais reduzidos (532 mil) no ano anterior ou que viviam em privação material severa em 2018 (615 mil), de acordo com o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento divulgado esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Por conseguinte, a taxa de pobreza ou exclusão social foi de 21,6% em 2018, menos 1,7 pontos percentuais do que no ano anterior e menos 5,9 pontos do que em 2013″, mostra o INE.

Era nas regiões autónomas dos Açores (36,4%) e da Madeira (31,9%) onde se registavam as mais elevadas taxas de pobreza ou exclusão social, isto apesar de a proporção de pessoas naquelas condições ser maior na região Norte (814 mil pessoas) e na região Centro (514 mil pessoas). Estas duas regiões “totalizavam 60% de pessoas afetadas no país”.

Na Área Metropolitana de Lisboa, embora apresente a taxa de risco de pobreza mais baixa entre todas as regiões, na ordem dos 16,7%, ou seja, menos 4,9 pontos do que os valores nacionais, “o número de pessoas atingidas por este risco era dos mais elevados (474 mil portugueses)”.

Além da redução do risco de pobreza e exclusão social, os dados do INE revelam ainda uma “forte desigualdade na distribuição dos rendimentos, “apesar dos principais indicadores de desigualdade se terem reduzido novamente em 2017”.

Por exemplo, o coeficiente de Gini, que tem em conta toda a distribuição dos rendimentos, refletindo as diferenças de rendimentos entre todos os grupos populacionais, registou um valor de 32,1%, menos 1,4 pontos percentuais do que no ano anterior.

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FMI: Tensões comerciais China-EUA são ameaça à economia mundial

  • ECO
  • 7 Maio 2019

Christine Lagarde, alertou para a renovada tensão comercial entre os Estados Unidos e a China, que "claramente constitui uma ameaça à economia mundial".

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou esta terça-feira para a renovada tensão comercial entre os Estados Unidos e a China, que “claramente constitui uma ameaça à economia mundial“.

“Esperamos que não aconteça”, afirmou Lagarde aos jornalistas, durante uma conferência, em Paris.

A diretora do FMI considerou que os mais recentes tweets e comentários “não são muito favoráveis”, e admitiu ter sido apanhada de surpresa.

“Tínhamos a impressão de que esta ameaça se estava a diluir, que as relações estavam a melhorar e estávamos próximos de um acordo”, afirmou Lagarde.

Para a responsável, é “imperativo” que as tensões “sejam resolvidas de maneira satisfatória para todos”.

Devemos proceder à “redução ou eliminação destas tensões” e adotar “um marco legal e regulatório”, pelo qual as empresas conheçam as regras tarifárias e não tarifárias com as quais desenvolverão a sua atividade.

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, anfitrião da conferência, afirmou também que “o risco de guerra comercial” é “a principal preocupação” de França e da União Europeia, num momento de desaceleração da economia global.

O máximo representante dos Estados Unidos nas negociações por um acordo comercial com Pequim confirmou hoje um aumento das taxas alfandegárias, a partir de sexta-feira, sobre bens importados da China.

Robert Lighthizer detalhou que o aumento, de 10% para 25%, das taxas alfandegárias incide sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (178,4 mil milhões de euros) de bens importados do país asiático.

Em conferência de imprensa, Lighthizer acusou Pequim de “retroceder em compromissos anteriores”, após dez rondas de negociações.

Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.

Em causa está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as empresas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da concorrência externa.

As negociações decorrem desde que, em dezembro passado, Washington e Pequim acordaram um período de tréguas, que foi entretanto prolongado, visando chegar a um acordo.

No entanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou, no domingo, que os EUA vão aumentar as taxas alfandegárias.

“Durante 10 meses a China pagou taxas alfandegárias aos Estados Unidos de 25% sobre 50 mil milhões de dólares [44,6 mil milhões de euros] de [bens] tecnológicos, e 10% sobre 200 mil milhões de dólares de outros bens”, escreveu Trump no Twitter.

“Os 10% vão ser aumentados para 25% na sexta-feira”, acrescentou.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 7 Maio 2019

O custo de financiamento da Altice, a falta de data para o Galaxy Fold e a quebra de lucros da BMW são notícia no dia em que jornalistas são libertados no Myanmar e Lagarde alerta sobre comércio.

Esta terça-feira arranca com o alerta de Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, para os efeitos “desfavoráveis” dos tweets de Donald sobre o comércio mundial. A nível empresarial destaque para o elevado custo de financiamento da Altice, a falta de data por parte da Samsung para a venda do Galaxy Fold e a quebra de lucros da BMW. Nota ainda para a libertação de dois jornalistas da Reuters que estavam presos no Myanmar há 500 dias.

Financial Times

Altice paga preço elevado por novo acordo sobre obrigações

Os investidores em obrigações classificadas como “lixo” forçaram a Altice a pagar uma taxa de juro elevada no âmbito de uma nova emissão, após a elevada resistência apresentada por grandes gestores de Wall Street. Na passada sexta-feira, a unidade luxemburguesa do grupo de telecomunicações pagou uma taxa de juro de 10,5% por uma nova emissão de 1,6 mil milhões de dólares (1,43 mil milhões de euros) com um prazo de oito anos. Ao mesmo tempo, e para a mesma maturidade, captou 1,4 mil milhões de euros com uma yield de 8%. A taxa de cupão de dois dígitos é muito mais elevada face às anteriores emissões realizadas por essa unidade do grupo que detém a Meo em Portugal. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Reuters

Samsung não antecipa datas de embarque para o novo Galaxy Fold

A Samsung deu conta, esta terça-feira, que ainda não pode confirmar a data de envio do Galaxy Fold e pediu desculpa aos seus clientes dos EUA por esse atraso. Tal acontece depois de o maior fabricante de smartphones do mundo ter adiado a venda do seu smartphone dobrável com preço de 1.980 dólares após os analistas terem identificado problemas no ecrã, o que representou um revés para a empresa coreana no âmbito dos seus esforços de inovação. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre).

Bloomberg

Lagarde lança novo alerta sobre comércio após tweets “desfavoráveis” de Trump

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, emitiu um novo aviso a propósito das tensões no comércio global e a ameaça que representam para a economia mundial. Os comentários de Lagarde foram feitos dois dias após os tweets do presidente dos EUA, Donald Trump, a alertar para novas tarifas sobre a China. “Achamos que a ameaça estava a diminuir e as relações a melhorar, e que estávamos a caminhar para um acordo”, começou por dizer Lagarde. “Esperamos que ainda seja o caso, mas os rumores de hoje, tweets e comentários não são muito favoráveis, acrescentou. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso pago).

Reuters

Lucro da BMW cai no primeiro trimestre atingido por provisão de 1.400 milhões de euros

O lucro operacional da BMW caiu 78%, para 589 milhões de euros, no primeiro trimestre. Essa quebra ocorreu apesar da subida das entregas de veículos de luxo. O fabricante automóvel acabou por ver as suas contas afetadas pelos efeitos do maior investimento e de uma provisão legal de 1.400 milhões de euros. Em abril, a Comissão Europeia disse às fabricantes de automóveis alemãs que enfrentarão pesadas multas por suposto conluio na área de tecnologia de filtragem de emissões. A BMW nega participar de práticas anticoncorrenciais. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre).

The Guardian

Myanmar liberta jornalistas da Reuters após 500 dias de prisão

Dois jornalistas da Reuters presos no Myanmar por terem denunciado a limpeza étnica dos muçulmanos Rohingya foram perdoados e libertados após 500 dias na prisão. Wa Lone, de 33 anos, e Kyaw Soe Oo, de 29 anos, foram presos em dezembro de 2017 e acusados de violar o Ato dos Segredos oficiais da era colonial. Ambos foram libertados esta terça-feira como parte de uma amnistia do presidente Win Myint a 6.520 presos. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre).

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Altice paga taxa de mais de 10% para se financiar no mercado

  • ECO
  • 7 Maio 2019

Dona da Meo financiou-se em quase três mil milhões de euros, mas acabou por pagar uma taxa de juro mais elevada do que em anteriores emissões.

A Altice foi obrigada a pagar uma taxa de juro elevada para se financiar nos mercados. De acordo com o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), a dona da Meo acabou por conseguir quase três mil milhões de euros, mas com juros que chegaram a superar os 10%.

A Altice financiou-se com obrigações que têm uma maturidade de oito anos, mas em duas tranches. Numa delas, obteve 1,4 mil milhões de euros com uma taxa de 8%, mas na outra os 1,6 mil milhões de dólares obtidos obrigaram a empresa liderada por Patrick Drahi a pagar um juro de 10,5%.

Estes 10,5% pela dívida em dólares representaram, de acordo com o FT, um custo bem mais avultado que o registado pela Altice em anteriores operações de financiamento. Uma vez que a taxa de juro de referência em dólares é mais elevada, é normal que a yield exigida pelos investidores tenha sido mais elevada, tendo a Altice intenção de trocar os títulos para euros, o que acabará por ditar uma descida dos juros.

A CreditSights salienta o facto de o custo suportado pela Altice ter sido “materialmente” mais elevado do que aquela que é a taxa implícita na dívida da empresa já no mercado. Uma emissão de 750 milhões de euros com maturidade em 2025 está a transacionar com uma taxa abaixo de 7% no mercado secundário.

Nesta operação, os investidores norte-americanos demonstraram menos confiança no grupo de telecomunicações que os europeus. Os 50 mil milhões de euros em dívida, fruto de várias aquisições ao longo dos anos, entre elas a da Meo, mantêm muitos investidores em alerta, receando a capacidade de a empresa cumprir com o pagamento dessa mesma dívida.

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Preços das casas dispararam 23% em Lisboa e no Porto em 2018. Subiram 20% na Amadora

No ano passado, comprar casa no país custou, em média, 996 euros por metro quadrado. Mas houve 42 municípios onde os preços das casas ultrapassaram este valor.

Lisboa e Porto continuam a ser os municípios mais caros do país, mas a Amadora também tem vindo a ganhar destaque. No ano passado, o metro quadrado das casas neste município ficou 20% mais caro, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas houve ainda 42 municípios onde o valor do metro quadrado ultrapassou o valor mediano nacional, que se fixou nos 996 euros.

Comprar casa em Lisboa custava, no ano passado, 3.010 euros por metro quadrado, continuando o município com o título de mais caro do país. O maior aumento observou-se na freguesia de Marvila, onde o valor mediano do metro quadrado disparou 79,8%. Santo António destacou-se como a freguesia mais cara, com um valor de 4.568 euros por metro quadrado, enquanto Santa Clara foi a mais barata (1.969 euros por metro quadrado).

No Porto, comprar casa custava 1.612 euros por metro quadrado no final do ano passado, tendo os preços disparado 23,3%, de acordo com os dados do INE. Destaque para a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde que se classificou como a mais cara (2.289 euros por metro quadrado), enquanto Campanhã foi a mais barata (1.025 euros). Por sua vez, o maior aumento verificou-se na freguesia do Bonfim, onde os preços dispararam 47,9%.

Mas, para além de Lisboa e Porto, houve ainda dez municípios onde o valor do metro quadrado superou os 1.500 euros: Cascais (2.333 euros), Oeiras (2.000 euros), Loulé (1.948 euros), Lagos (1.787 euros), Albufeira (1.709 euros), Tavira (1.686 euros), Lagoa (1.538 euros), Funchal (1.534 euros), e Odivelas (1.523 euros).

Amadora continua a subir… Já ultrapassou Coimbra

O valor das casas transacionadas no ano passado disparou 6,9% para uma mediana de 996 euros por metro quadrado, mostram os dados do INE. Lisboa foi a mais cara e aquela onde os preços mais cresceram, mas importa ainda referir a Amadora, que tem vindo a ganhar destaque no último ano.

Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, o valor do metro quadrado na Amadora disparou 20,3% para uma mediana de 1.247 euros, tendo ultrapassado pela primeira vez Coimbra (1.230 euros). Recorde-se que, no terceiro trimestre do ano passado, os preços neste município tinham crescido 17,2% para uma mediana de 1.179 euros por metro quadrado.

Municípios mais caros e mais baratos do país

Fonte: INE, 2018

(Notícia atualizada às 11h45 com mais informação)

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Rio e Cristas não falaram com Marcelo durante a crise

  • ECO
  • 7 Maio 2019

A crise política em torno da lei dos professores pode estar a aproximar-se do fim. Depois da mudança de posição, Rui Rio garante ao Expresso que não falou com Marcelo sobre a crise.

O presidente do PSD e a líder do CDS não falaram com o Presidente da República durante a crise política aberta pelo Governo depois de uma coligação PSD, CDS, PCP e Bloco de Esquerda terem aprovado na quinta-feira a contagem integral do tempo de serviço dos professores.

“Não falei com o senhor Presidente nem sobre nem durante a crise”, disse Rui Rio ao Expresso. Cristas confirmou ao jornal do grupo Impresa que também não falou com Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado tem-se mantido em silêncio desde que a crise política estoirou. Depois da aprovação daquela lei na comissão parlamentar de Educação e Ciência, o PSD e o CDS anunciaram que estão dispostos a mudar de posição na votação final global da lei, que poderá acontecer já esta sexta-feira, se não forem incluídos os travões financeiros à lei que faziam parte das suas propostas originais.

Esta manhã, a Rádio Renascença avançou que, apesar de ter mantido o silêncio publicamente, o Presidente da República teria telefonado aos líderes partidários no fim de semana por causa da crise política desencadeada pela ameaça de demissão do Executivo de António Costa em reação à lei sobre a contagem do tempo “perdido” pelos professores. Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se ao lado do primeiro-ministro nesta matéria, defendendo que é preciso garantir a sustentabilidade das contas públicas.

Na quinta-feira, os deputados do PSD, CDS, PCP e BE aprovaram a contabilização integral do tempo de serviço congelado dos professores, o que levou o primeiro-ministro a ameaçar demitir-se, caso essa lei avançasse. Isto porque, disse o governante, tal medida colocaria em causa as contas públicas e a própria governação. Em reação, Marcelo Rebelo de Sousa telefonou aos líderes partidários, deixando transparecer que estava ao lado do primeiro-ministro na necessidade de garantir a sustentabilidade das contas públicas.

Apesar de ter assim deixado clara a sua posição, o Presidente da República insiste que não interferiu no conflito entre o Governo e o Parlamento. A alguns dos interlocutores, o chefe de Estado foi também dizendo que achava que PSD e CDS tinham caído numa armadilha política da qual tinham de sair rapidamente.

E o que fez a direita? Rui Rio e Assunção Cristas fizeram depender o seu voto favorável da recuperação integral do tempo congelado da aprovação de condicionantes financeiras. Caso esse travão não seja aprovado, a direita garante que não votará a favor da recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados.

(Notícia em atualização às 18h08 com informação de Rui Rio e Assunção Cristas)

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Lisboa, Porto e Oeiras são os municípios com as contas mais sustentáveis. Veja aqui o ranking

Se a capital está no topo como o município mais sustentável do país, seguida do Porto e Oeiras, Celorico da Beira ocupa a última posição.

Lisboa leva para casa mais um título, desta vez o de município mais sustentável do país. Neste ranking elaborado para a Ordem dos Economistas, destaca-se ainda o Porto que saltou da 15 lugares para a segunda posição. No fundo da tabela estão, sobretudo, municípios do interior, com Celorico da Beira e ocupar a última posição.

As notas são dadas de acordo com quatro critérios: governação, desenvolvimento económico e social, eficácia nos serviços à população e sustentabilidade financeira. E foi nestes parâmetros que Lisboa se destacou como a estrela do Rating Municipal Português (RMP). Apesar de se ter classificado em 132.º lugar na governação e em 110.º na sustentabilidade financeira, a capital levou a medalha de ouro porque obteve 202,44 pontos na parte de desenvolvimento económico e social.

Imediatamente atrás aparece o Porto, com uma diferença de 48 pontos de Lisboa, mas com especial destaque. O município da Invicta disparou da 17.ª para o segundo lugar este ano, sobretudo devido à sustentabilidade financeira e ao desenvolvimento social. A completar o top 5 está Oeiras, Bragança e Sines.

Fonte: Rating Municipal Português (RMP)

“Mesmo Lisboa, que tem uma posição de liderança, seguido pelo Porto e por Oeiras, pode melhorar uma das suas dimensões de sustentabilidade, nomeadamente sustentabilidade financeira, assim como a governação”, diz o economista Paulo Caldas, coordenador do estudo, à TSF.

Contrariamente, no fundo da tabela, o destaque são os municípios do interior, e todos de pequena dimensão. Celorico da Beira foi o pior classificado (308.º lugar), com fraco desempenho em todos os parâmetros, seguido de Góis, Alijó, Pampilhosa da Serra e Mourão. “Isto significa que existe uma dimensão mínima para os municípios fazerem serviços à população e para terem capacidade de fazer investimentos estruturantes”, continua o economista.

Fonte: Rating Municipal Português (RMP)

Neste sentido, defende que estes municípios cooperem estrategicamente entre si e não através da fusão de autarquias. “Os municípios com continuidade geográfica, integrados na mesma comunidade intermunicipal não só devem cooperar estrategicamente para reduzir custos, mas também para servir com qualidade a população”, remata Paulo Caldas.

(Notícia atualizada às 9h32 com mais informação)

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Fundo alemão quer construir torre de 60 metros na Almirante Reis, em Lisboa

  • ECO
  • 7 Maio 2019

Nos terrenos abandonados da Avenida Almirante Reis vão nascer 85 apartamentos, construídos por um fundo de investimento alemão. A torre, com 60 metros de altura, custará 40 milhões de euros.

Nos terrenos do quarteirão da Cervejaria Portugália, na Avenida Almirante Reis, deverá nascer uma torre com mais de 60 metros de altura, num total de 40 milhões de euros de investimento. O projeto “Portugália Plaza”, pensado para dar uma nova vida a estes terrenos abandonados há décadas, está feito e já tem parecer positivo do departamento de urbanismo da Câmara de Lisboa, embora não reúna o consenso de vários especialistas do setor.

Começa na Portugália, atravessa a fábrica de cerveja atualmente em ruínas e termina no centro comercial. É assim o quarteirão da Almirante Reis, que conta com torre de 21,75 metros de altura, um dos edifícios mais altos da cidade. Mas as construções não devem ficar por aqui. De acordo com o Diário de Notícias (acesso pago), deverá nascer uma outra torre com o triplo da altura, num total de 60,20 metros, espalhados em altura por 16 pisos.

Portugália Plaza, vista em 3D do projetoD.R.

O projeto da parcela norte está feito, tem parecer positivo do departamento de urbanismo da Câmara de Lisboa e está em consulta pública até 12 de maio. Devido à sua dimensão, requer estatuto de exceção em relação ao Plano Diretor Municipal (PDM) atual e, por isso, reúne vários dedos contra.

O Portugália Plaza prevê a construção de 85 apartamentos: cinco T0, 44 T1, 17 T2, 17 T3 e dois T4. Além disso, terá ainda 16 escritórios e espaços de cowork, uma zona comercial no rés-do-chão e será possível atravessar o quarteirão entre a Almirante Reis e a Rua António Pedro, algo que não acontece atualmente. Para completar este projeto está previsto um investimento de 40 milhões de euros.

Responsável por este projeto está a Essentia, empresa que coordena os projetos do Fundo Imobiliário Fechado Sete Colinas, diz o DN. O Sete Colinas, criado em 2006, pertence a um grupo de investimento alemão com uma carteira de investimentos imobiliários em Lisboa a rondar os 550 milhões de euros, apostando sobretudo na hotelaria e em condomínios de luxo.

O fundo Sete Colinas é gerido pela SilVip, que conta entre os seus acionistas com José Manuel Pinheiro Espírito Santos Silva, ex-administrador do Banco Espírito Santo (BES) no período de vigência de Ricardo Salgado, que por sua vez é primo de Manuel Salgado, vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa.

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