CGD vai vender Águas de Portugal ao Estado

  • ECO
  • 13 Janeiro 2021

A Parpública, que detém 81% do capital da Águas de Portugal, vai comprar os restantes 19% do capital à Caixa Geral de Depósitos, mas não se conhece o valor da operação.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a preparar a venda da Águas de Portugal à Parpública, que já detém 81% do capital da empresa, ficando assim com a totalidade da holding que gere o sistema de águas, revela o Jornal de Negócios (acesso pago) esta quarta-feira.

A operação já foi autorizada pelo Governo, mas não se conhece o valor do negócio. Segundo o jornal, a CGD quantificava a sua posição de 19% no capital da Águas de Portugal em 171,3 milhões de euros no final de 2017, o que significaria uma avaliação global de cerca de 900 milhões de euros. A Parpública avalia a sua participação de 81% em 540 milhões de euros.

Fonte oficial do Ministério das Finanças garantiu que “não está ainda definida a data de realização da operação”. A autorização para a operação foi dada no ano passado ainda com Mário Centeno como ministro das Finanças.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Presidenciais, CGD e PJ

  • ECO
  • 13 Janeiro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Esta quarta-feira os jornais dão destaque às eleições presidenciais e ao novo confinamento mais apertado que vai ser decretado em Portugal. Nota também para a venda da Água de Portugal por parte da CGD e o volume elevado de transações bancárias congeladas pela Polícia Judiciária.

Marcelo afasta adiamento das eleições: “Não há condições” para alterar Constituição

O Presidente da República considera que “não há condições para que a Assembleia da República, que tem a competência, possa avançar para uma revisão constitucional”, a qual permitiria adiar as eleições presidenciais de 2021. A posição foi assumida no debate entre todos os candidatos a estas eleições transmitido pela RTP1. Marcelo Rebelo de Sousa disse que é preciso “fazer tudo para que haja segurança” nas eleições de dia 24 de janeiro numa altura em que o país estará em confinamento. Em resposta, a socialista Ana Gomes admitiu que não desejava adiar as eleições, mas recomendou ponderação sobre o tema. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

CGD vai vender Águas de Portugal ao Estado

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a preparar a venda da participação de 19% da Águas de Portugal à Parpública, que já detém 81% do capital da empresa, ficando assim com a totalidade da holding que gere o sistema de águas. A operação já foi autorizada pelo Governo, mas não se conhece o valor do negócio. Fonte oficial do Ministério das Finanças garantiu que “não está ainda definida a data de realização da operação”. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Polícia Judiciária congela 340 milhões de euros

A Unidade de Informação Financeira (UIF) da Polícia Judiciária (PJ) travou, o ano passado, 340 milhões de euros em operações bancárias suspeitas por terem origens fraudulentas. Este valor é o mais elevado de sempre e quase cinco vezes mais do que em 2019. Nos últimos seis anos foram congelados mais de 670 milhões de euros provenientes de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Oeiras lança megaprojeto para se tornar Capital Europeia da Cultura

A autarquia de Oeiras tem em marcha um projeto que visa a recuperação de edifícios históricos e a criação de novos espaços de dinamização da cultura. Um investimento de 400 milhões de euros. “Em seis anos vamos investir 400 milhões de euros, sendo que 50 milhões já estão adjudicados às obras dos novos paços dos concelho que vão começar em breve”, revelou ao DN, presidente da câmara, Isaltino Morais, garantindo ainda que Oeiras vai dar “um salto qualitativo e quantitativo” em termos culturais. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso condicionado).

“Nunca na história de Portugal fez tanto sentido endividar para apoiar a economia”

O economista Pedro Brinca defende esta quarta-feira à Rádio Renascença que “nunca na história de Portugal fez tanto sentido” o país endividar-se “para apoiar a economia”, “porque existe um compromisso forte e institucional das instituições europeias em apoiar as dívidas dos Estados”, nomeadamente com o Banco Central Europeu (BCE) a comprar dívida dos países, permitindo que os empréstimos tenham taxas historicamente baixas. “Estamos um bocado traumatizados com a questão da dívida pública e da consolidação das contas orçamentais”, alerta. Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Polícia Judiciária congela 340 milhões por suspeitas de crime

  • ECO
  • 13 Janeiro 2021

Unidade de Informação Financeira da PJ travou, o ano passado, 340 milhões de euros em operações bancárias suspeitas, num total de 297 transferências.

A Unidade de Informação Financeira (UIF) da Polícia Judiciária (PJ) travou, o ano passado, 340 milhões de euros em operações bancárias suspeitas com origens fraudulentas. Este valor é o mais elevado de sempre e quase cinco vezes mais do que em 2019,avança o Correio da Manhã (acesso pago).

Nos últimos seis anos foram congelados mais de 670 milhões de euros provenientes do branqueamento de capitais do crime e de financiamento do terrorismo. O ano passado, a Unidade de Informação Financeira recebeu 9.140 comunicações de movimentações suspeitas de dinheiro oriundas de instituições financeiras e de pagamentos.

Do total das transferências, 297 deram origem ao respetivo congelamento de contas — uma ou mais por cada averiguação, dependendo do número com que trabalha a pessoa ou empresa suspeita. Em causa estão crimes de ‘colarinho branco’, burlas informáticas, tráfico de droga e financiamento do terrorismo, que culminam em branqueamento de capitais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Como tornar o banco de horas numa ferramenta de gestão

Num guia prático, o advogado Rui Neves Ferreira revela os passos para implementar o banco de horas grupal numa empresa, e como a nova lei dá poder aos trabalhadores e mais desafios a quem gere.

A implementação do banco de horas grupal numa empresa vai muito além das obrigações legais. Fazer um plano prévio, ouvir e auscultar as reais necessidades da empresa e do negócio ou comunicar e envolver os trabalhadores são alguns dos passos essenciais no processo. E também algumas das dicas no “Guia Prático para a Implementação do Banco de Horas”, de Rui Neves Ferreira, advogado & managing partner da Nova Advogados.

Desde 1 de outubro que o banco de horas individual foi substituído pelo banco de horas grupal, que pode ser implementado através de um instrumento de regulamentação coletiva – como as convenções coletivas – ou por referendo. No caso de se optar pela votação interna, o banco de horas só entra em vigor se, no mínimo, 65% dos trabalhadores concordarem. O banco de horas, lembra o autor, pode ser uma boa ferramenta para gerir pessoas e assegurar a flexibilidade entre a vida pessoal e profissional, mas a nova lei traz novos desafios. A qualquer momento, basta um terço dos trabalhadores questionar o banco de horas para a empresa ter apenas 60 dias para repetir o referendo. Assim, a nova lei confere “um transferir de poder muito grande para as mãos do trabalhadores”, e desafios adicionais a quem gere, sublinha o advogado.

Neste guia, o autor encontrou “um sonho que não sabia que tinha” e a ideia de que o banco de horas é tudo menos “um assunto menor” numa organização. “Para muitas empresas é mais o aspeto logístico e procedimental que vai mudar porque na prática, para muitas delas, o tipo de relação, de envolvência e comunicação com os colaboradores já permite implementar um banco de horas completamente de acordo com os trabalhadores”, ressalva.

O guia pode ser utilizado por um departamento de recursos humanos, uma empresa ou um empregador. Na nova lei, cabe à gestão dos recursos humanos avaliar as necessidades reais dos trabalhadores, para quem e como deve ser aplicado o banco de horas e, por fim, garantir um processo de votação organizada num referendo.

Aumentar o período normal de trabalho pode permitir à empresa suprir necessidades pontuais de negócio, mas também aumentar a flexibilidade e melhorar a gestão, contribuindo para uma maior felicidade e motivação de quem trabalha.

Autor: Rui Neves Ferreira

Editora: Nova Causa – Edições Jurídicas

Implementar o banco de horas grupal em 5 passos

1. Diagnóstico e comunicação

O empregador deve começar por fazer um levantamento de necessidades da empresa e avaliar se será necessário implementar um banco de horas, envolvendo os trabalhadores nesse diagnóstico. Se for o caso, deve ser designada uma equipa para se dedicar à gestão do banco de horas e envolver a gestão de topo nas tomadas de decisão.

2. Defina a via de implementação

Se o banco de horas não estiver previsto em convenção coletiva de trabalho, será necessário propor ao sindicato acrescentar essa negociação. Pode também optar pelo referendo sobre o banco de horas grupal, que terá de ser aprovado por, no mínimo, 65% dos trabalhadores.

3. Coloque o projeto em papel e envolver os trabalhadores

Nesta fase, deve ser elaborado um anteprojeto das necessidades da empresa. É importante decidir quantos referendos serão necessários e para que departamentos, equipas ou trabalhadores na empresa. Todas as decisões devem ser comunicadas aos trabalhadores, envolvendo-os em todos os passos do processo.

4. Organizar o referendo

No caso de referendo, deve definir-se se será uma votação presencial ou eletrónica e comunicar essa decisão os trabalhadores. Em qualquer um dos casos, deve ser assegurada uma eleição livre, esclarecida e, sobretudo, secreta.

5. Comunicar os resultados e implementar o banco de horas

Os resultados do referendo devem ser comunicados aos trabalhadores e as expectativas devem ser geridas. Neste momento, o empregador deve decidir por quanto tempo implementa o banco de horas grupal – sendo que o máximo legal são quatro anos – e se o saldo de horas será compensado em dias ou pago em dinheiro. O empregador deve ainda definir o período máximo durante o qual o trabalhador pode utilizar o seu saldo de horas e informá-lo no caso de eventual esquecimento. Se for reprovado, só poderá repetir o referendo um ano depois.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Eleitores com cartão do cidadão caducado não podem ser impedidos de votar

Com a prorrogação da validade de todos os cartões do cidadão caducados até 31 de março, nenhum eleitor pode ser impedido de votar nas presidenciais de 24 de janeiro.

Os atrasos na renovação do cartão do cidadão, que já levaram o Executivo a estender pela terceira vez o prazo de validade destes documentos, vão traduzir-se em milhares de eleitores a apresentarem-se nas urnas com cartões de identificação caducados. Mas isso não será impedimento a que os portugueses possam exercer o seu direito de voto, garante o Executivo e as mesas de voto são obrigadas a aceitar os documentos depois de expirado o prazo de validade.

“Tem sido entendimento da Administração Eleitoral que o cartão de cidadão caducado identifica a pessoa. Assim, o eleitor que se apresente na mesa com o cartão de cidadão caducado poderá exercer o direito de voto”, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública. E ao contrário do que foi inicialmente explicado pelo Ministério — que, “no dia da eleição, caberá à mesa, como órgão, decidir se aceita ou não o documento caducado” –, tendo em conta que o prazo de validade foi estendido até 31 de março, os eleitores não podem ser impedidos de votar nestas eleições presidenciais. Em causa está o Decreto-Lei n.º 10-A/2020 que determina que os documentos de identificação, independentemente da sua renovação, mantêm a sua apetência para comprovar a identidade da pessoa.

Além disso, a Lei Eleitoral prevê que os eleitores possam usar outros documentos de identificação oficiais desde que tenham uma fotografia atualizada, como por exemplo passaportes, cartas de condução, etc.

Outra alternativa prevista na Lei, no artigo 87.º, é os eleitores que tenham o cartão do cidadão caducado irem votar com outros dois eleitores “que atestem sob compromisso de honra a sua identidade”, uma opção mais difícil de aplicar em tempo de pandemia. Finalmente, também pode haver um “reconhecimento unânime dos membros da mesa”.

Os atrasos e dificuldades e renovação do cartão do cidadão têm levado o Executivo a prorrogar a validade dos cartões consecutivamente. A primeira vez até ao final de junho do ano passado, a última até 31 de março de 2021.

Além disso, já foram adotadas várias medidas para tentar agilizar o processo como a entrega dos documentos através dos CTT, uma medida que está em vigor desde 25 de setembro para escoar os 350 mil documentos que estavam por entregar. No final do ano passado cerca de 150 mil pessoas já receberam o Cartão de Cidadão em casa. Por outro lado, passou também a existir a opção de levantar o documento de identificação no Espaço Cidadão em que o pedido de renovação foi feito ou noutro aderente, havendo agora 53 espaços incluídos. Mas este número vai aumentar para 100. Entre 16 de setembro e 11 de dezembro, foram entregues 3.199 cartões de cidadão pedidos nestes balcões.

O ECO questionou, o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública para saber qual o número de cartões que estão caducados e cujos titulares ainda não receberam renovação, mas o gabinete de Alexandra Leitão remeteu essa informação para o Ministério da Justiça. Em maio do ano passado havia 700 mil pessoas com cartão caducado.

Nota: O título deste artigo e parte do conteúdo foi alterado, depois de o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública ter esclarecido que, afinal, as mesas de voto são obrigadas a aceitar os documentos depois de expirado o prazo de validade, já que este foi estendido até 31 de março pelo Decreto-Lei n.º 10-A/2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tesouro dispensa a banca na primeira procura do ano por juros negativos da dívida

Agência liderada por Cristina Casalinho pretende captar até 1.250 milhões de euros em obrigações a 9 e 14 anos. É a primeira operação de um ano que será marcado pela recuperação da pandemia.

Portugal vai experimentar o mercado de dívida pela primeira vez este ano, com uma emissão de dívida de médio prazo esta quarta-feira. Ao contrário do que tem feito nos últimos anos, dispensou o sindicato de bancos e irá avançar com um leilão, numa decisão que poderá permitir poupar na operação. Os juros deverão ficar próximos de 0%.

“Numa venda sindicada há um sindicato de bancos que garante a tomada, o que tem um custo à cabeça mais elevado. Normalmente faz-se por considerar necessário. Nesta fase, poderá não ter sido considerado necessário porque as taxas de juro estão muito baixas. É uma mostra da confiança do IGCP no sucesso da emissão“, considera Filipe Garcia, economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP vai realizar um leilão duplo de obrigações do Tesouro (OT) a nove e 14 anos. Se nos últimos anos a agência preferia começar o ano com uma operação maior conduzida por um sindicato bancário, desta vez pretende financiar-se entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.

"O mercado continua a acreditar que o Banco Central Europeu (BCE) vai acompanhar as emissões dos países. Se os países emitirem mais, o BCE vai comprar mais. Há uma grande confiança que a dívida não vai ser um problema para Portugal.”

Filipe Garcia

IMF - Informação de Mercados Financeiros

Na operação sindicada conseguem-se montantes superiores. Essa é a principal diferença porque a forma processual e as contrapartes são muito próximas [de um leilão]”, explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa. A escolha de um leilão em vez de uma venda sindicada “não tem a ver com condições de mercado, mas terá sido uma questão de gestão por parte do IGCP“.

Na estratégia para o ano, o IGCP prevê emitir 15 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro. Esse dinheiro irá servir não só para contribuir para as necessidades de financiamento do Estado (que totalizam 14 mil milhões de euros em 2021) como para reembolsar os investidores que têm títulos que atingem as maturidades em 2021: há 8.727 milhões de euros a devolver já em abril.

A agência liderada por Cristina Casalinho conta igualmente com 2,9 mil milhões de euros vindos da União Europeia e irá também tirar 6,7 mil milhões de euros que estão nos depósitos do Estado. As emissões de bilhetes do Tesouro (BT) servirão apenas para reembolsar investidores de títulos antigos que atinjam as maturidades. Estes montantes poderão, no entanto, ter de ser ajustados devido à evolução da pandemia.

"Estamos a emitir dívida longa com taxas muito baixas. No passado, começámos por reduzir o custo médio da dívida através dos BT, mas agora já estamos a conseguir reduzir também com OT, o que a longo prazo vai ser muito positivo.”

Filipe Silva

Banco Carregosa

“Estamos a emitir dívida longa com taxas muito baixas. No passado, começámos por reduzir o custo médio da dívida através dos BT, mas agora já estamos a conseguir reduzir também com OT, o que a longo prazo vai ser muito positivo“, diz Filipe Silva, sobre a redução do peso dos juros da dívida para as contas públicas.

A nova dívida emitida teve um custo médio de 0,6% em 2020 (o que compara com 1,1% em 2019), apesar de a dívida pública ter disparado para recordes. Em mercado secundário, as obrigações benchmark, ou seja a 10 anos, negociavam esta terça-feira em 0,052%, depois de ter estado em terreno negativo na semana passada. Ambos analistas consideram que, na emissão desta quarta-feira, os juros deverão ficar próximos — se não abaixo — de 0%.

“Não há motivos para a emissão não ser um sucesso. Temos tido uma subida das yields por causa dos EUA, mas o mercado continua a acreditar que o Banco Central Europeu (BCE) vai acompanhar as emissões dos países. Se os países emitirem mais, o BCE vai comprar mais”, aponta Filipe Garcia, da IMF. Além desta bazuca, lembra ainda a da Comissão Europeia, que dá um sinal político aos mercados. “Há uma grande confiança que a dívida não vai ser um problema para Portugal“, acrescenta.

Juro da dívida a dez anos

Fonte: Reuters

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP investe no Alqueva para compensar fecho de Sines

À meia-noite da próxima quinta-feira, 14 de janeiro, a central a carvão da EDP em Sines vai finalmente desligar as turbinas de vez e fechar portas. Abastecimento de eletricidade está garantido.

O dia e a hora estão marcados: à meia-noite da próxima quinta-feira, 14 de janeiro, a central a carvão da EDP em Sines vai finalmente desligar as turbinas de vez e fechar portas, ao fim de 36 anos a produzir energia elétrica de origem fóssil e poluente para abastecer todo o país. Ao todo, são 1.256 MW de potência instalada que saem do sistema elétrico nacional, pelo menos dois anos antes do que chegou a estar previsto pelo Governo.

“A EDP recebeu autorização da Direção Geral de Energia e Geologia sem qualquer restrição, para encerramento da central de Sines”, garantiu ao ECO/Capital Verde fonte oficial da elétrica, revelando que “tem estado sempre disponível para colaborar com o Governo no que respeita a garantir a segurança do abastecimento, e sempre que tal é necessário, estando a realizar investimentos na central do Alqueva para reforço da prestação de serviços de sistema (a nível do controlo de tensão)”.

Porquê o Alqueva? Porque, tal como Sines, esta barragem se situa no sul do país e poderia ser chamada a intervir como backup do sistema elétrico num cenário de pico. A empresa não revela o valor desses investimentos específicos para o Alqueva, mas garante que são trabalhos de manutenção e prevenção já previstos para a barragem.

António Martins da Costa, administrador da EDP, tinha já revelado no Green Economy Forum 2020, do ECO/Capital Verde que “a EDP tem colaborado com o Governo para garantir a segurança de abastecimento do sistema elétrico nacional com a saída do carvão”. E sublinhou: “Há uma preocupação grande” em garantir essa segurança na passagem para as renováveis. Sobre o carvão, garantiu que “já estava a dar prejuízo e a ser antieconómico. Do ponto de vista da EDP, é a decisão mais racional e economicamente mais certa”, disse.

Fonte da EDP confirma agora que “o agravamento fiscal sobre o carvão foi um dos fatores — embora não o único — que contribuiu para o encerramento da central”. Em Sines, “o stock de carvão remanescente é residual”, diz a EDP, mas a central “continua disponível para funcionar, caso seja necessário, até ao fim”.

Do lado do Governo, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, frisou que a central termoelétrica de Sines era responsável por 15% das emissões em Portugal e garantiu ser 100% seguro para o sistema elétrico nacional acabar com o carvão em Sines já em janeiro em 2021, com base nas avaliações feitas pela DGEG e pela REN, “em face da redução de consumos que existiu também consequência da pandemia de Covid-19, e com uma concertação da manutenção de todas as outras infraestruturas que produzem eletricidade e que podem ser backups”.

Segurança do abastecimento de eletricidade está garantida sem o carvão de Sines

O fecho da central de Sines chegou a estar previsto pelo Governo de António Costa apenas para 2023, uma vez que dependia da entrada em funcionamento das três barragens que a Iberdrola está a construir no Alto Tâmega e a construção de uma nova linha de eletricidade entre Ferreira do Alentejo e o Algarve, ambos os projetos ainda por concluir.

A IIberdrola garante que “o Sistema Eletroprodutor do Tâmega está a avançar conforme o previsto e os aproveitamentos hidroelétricos de Gouvães e Daivões e estarão disponíveis para entrar em operação no final de 2021”, com uma potência de 880 MW e 118 MW, respetivamente.

A decisão agora é diferente e tanto a DGEG como a REN garantem que a segurança do abastecimento de eletricidade está garantida sem o carvão de Sines. A central do Pego fica ainda a funcionar, mas em 2020 a contribuição do carvão para o abastecimento o consumo de eletricidade foi de apenas 4%, quando habitualmente ultrapassava os 20%.

“A produção de eletricidade, em Portugal, a partir de centrais termoelétricas convencionais não se esgota no carvão, tendo Portugal uma capacidade instalada total em centrais termoelétricas de ciclo combinado a gás natural de 3.829 MW“, disse ao ECO/Capital Verde fonte do Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC).

Além disso, a mesma fonte explicou que perante o descomissionamento da central termoelétrica a carvão de Sines antes de 2023, antes da entrada em exploração comercial das centrais hidroelétricas de Gouvães e Daivões, no Tâmega, foram estudadas várias medidas, do lado da produção e do lado do consumo de eletricidade: nomeadamente, consumidores abrangidos pelo regime de interruptibilidade. Estas medidas deveriam ser implementadas apenas “em caso de restrição extraordinária nos mecanismos de mercado ou na capacidade de importação”, diz o MAAC. A análise foi feita com base em dados do Relatório de Monitorização da Segurança de Abastecimento do Sistema Elétrico Nacional, publicado em 2019 (ainda sem efeito da pandemia), entre outras fontes.

Do lado da REN, tem também identificado medidas de curto e médio prazo, de forma a assegurar, ao longo do tempo, a capacidade de geração necessária para a satisfazer a procura e, simultaneamente, a disponibilidade da infraestrutura de rede necessária para garantir o regular escoamento da energia entre os pontos de produção e consumo.

“Algumas dessas medidas visam colmatar o período de tempo compreendido até à entrada em operação definitiva de novos elementos de rede (como as novas linhas elétricas do Eixo do Alentejo), bem como da nova capacidade de geração hídrica da Cascata do Tâmega e das novas centrais solares. Tais medidas incluem a disponibilização progressiva, e apenas em caso de necessidade, da capacidade de interligação em estreita colaboração com o Sistema Espanhol, da mobilização de reservas de produção a partir de centrais de cogeração ou outras fontes de geração convencionais especificas ou ainda, e em ultima instância, dos contratos de interruptibilidade em vigor”, disse ao ECO/Capital Verde fonte da REN.

Nem a DGEG nem a REN mencionaram diretamente as energias renováveis nas suas respostas, mas de acordo com os números mais recentes a produção de origem renovável abasteceu 59% do consumo de energia elétrica durante o ano de 2020, repartida pela hidroelétrica e eólica, ambas com cerca de 25%, biomassa com 7% e fotovoltaica com 2,6%. Já a produção fóssil abasteceu os restantes 38% do consumo, fundamentalmente com gás natural.

No final do ano, entre os dias 24 e 28 de dezembro, o sistema nacional funcionou 111 horas sem a contribuição de qualquer produção térmica clássica, tendo em conta a redução de consumos no período do Natal, associada a elevadas disponibilidades eólicas e hídricas. Neste período o sistema foi abastecido a partir de produção eólica com 47%, hídrica 19%, importação 17%, fotovoltaica com 2% e os restantes 15% de cogeração e biomassa.

Para João Conceição, COO da REN, “estes dados revelam a robustez do Sistema Elétrico Nacional, pois quando é necessário ajustar a diferentes fontes de produção, estas ficam disponíveis, em condições competitivas de mercado, assegurando a segurança e a fiabilidade do abastecimento”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

O Governo anuncia as novas medidas de restrição para travar a pandemia, no dia em que o Parlamento debate mais uma renovação do estado de emergência.

Serão conhecidas as novas medidas de restrição para travar a propagação da Covid-19 no país, que serão semelhantes ao confinamento que esteve em vigor em março, enquanto no Parlamento é debatida a renovação do estado de emergência. Este é também o dia em que Portugal avança com a primeira emissão de dívida do ano, a nove e 14 anos. É ainda confirmada a inflação de dezembro e da média do ano passado, bem como divulgado o Livro Bege da Fed.

Estado de emergência regressa ao Parlamento

Com o país em vias de entrar num novo confinamento, a Assembleia da República volta a discutir e a votar um pedido de renovação do estado de emergência. Na sequência do disparo de novas infeções e mortes dos últimos dias, o Presidente da República considera ser necessário alargar a situação de exceção no país face ao avanço da pandemia, para vigorar por mais 15 dias.

Governo revela regras do novo confinamento

O Governo vai reunir em Conselho de Ministros esta quarta-feira, para decidir as regras de combate à pandemia que serão aplicadas, para fazer face ao aumento de novos casos de Covid-19. Estará em causa um confinamento semelhante ao que esteve em vigor em março do ano passado, com a exceção das escolas, que permanecerão abertas, pelo menos para os mais novos.

Portugal estreia-se no mercado de dívida em 2021

Portugal vai estrear-se no mercado de dívida em 2021, sendo que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP vai realizar um leilão duplo de obrigações do Tesouro (OT) a nove e 14 anos, no qual pretende financiar-se até 1.250 milhões de euros. Esta será a primeira emissão de dívida de Portugal este ano, sendo que desta vez o IGCP escolheu fazer um leilão, em vez de uma venda sindicada.

INE confirma inflação de dezembro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirma esta quarta-feira o Índice de Preços no Consumidor, referente ao mês de dezembro de 2020. A taxa de variação homóloga do índice terá sido de -0,2% em dezembro, igual ao registado em novembro, e a média do ano terá sido nula, segundo a estimativa rápida divulgada pelo INE no início do mês.

Fed divulga Livro Bege

A Reserva Federal dos Estados Unidos publica esta quarta-feira o Livro Bege, que compila dados sobre o sentimento empresarial e económico no país. Este relatório, disponibilizado oito vezes por ano, agrega os dados das 12 delegações da Reserva Federal dos Estados Unidos e serve de base para as decisões sobre as taxas de juro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Luz ao fundo do túnel de Leão ficou mais difusa. Governo tem margem para suportar novo confinamento?

O Governo desenhou o Orçamento de 2021 a pensar num primeiro trimestre condicionado, mas não num confinamento severo, sugerem as palavras de Leão. Haverá dinheiro para suportar um novo choque?

“Já conseguimos ver a luz ao fundo do túnel, mas ainda o temos de atravessar”. Foi assim que o ministro das Finanças, João Leão, falou do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) quando este entrou em vigor. Mas nos dias seguintes o aumento de casos e de internamentos tornou essa luz mais difusa. Os números do défice e do PIB de 2020 até poderão ser melhor do que o esperado, o que dá uma pequena folga para o ano seguinte, mas 2021 arrancará com o pé esquerdo e é incerto quando se vai endireitar.

Há muitos fatores em jogo: que tipo de confinamento será este, que impacto terá na atividade económica — a expectativa é que seja inferior ao de março e abril do ano passado –, que impacto terá na despesa e na receita pública e que choque acontecerá noutros países europeus, o que tem consequências para Portugal. “Neste momento é difícil conseguir prever tais desenvolvimentos”, admite António Afonso, economista do ISEG, em declarações ao ECO, que é corroborado por Rui Nuno Baleiras, coordenador da UTAO: “É algo que ninguém sabe dizer neste momento”, diz, referindo que no princípio do ano há uma grande capacidade de acomodar imprevistos.

Questionado pelo ECO, o gabinete de João Leão não respondeu até à publicação deste artigo. Contudo, o ministro das Finanças foi dando alguns sinais durante os últimos meses, tentando injetar confiança nos agentes económicos ao repetir por diversas vezes que o Estado estava preparado para ajudar mais a economia se necessário. A meio de novembro, quando as medidas já tinham apertado e o país já estava no terceiro estado de emergência, Leão dizia que o OE tem previsto que a pandemia terá uma dimensão significativa durante o primeiro semestre todo [de 2021], num cenário não muito diferente do atual, em que a pandemia condiciona a atividade económica durante todo o primeiro semestre”.

Ora, esse “cenário não muito diferente do atual” estará prestes a ser ultrapassado uma vez que o Executivo já admitiu que vai decretar um confinamento próximo do de março do ano passado. Tal sugere que o Orçamento poderá não ter sido preparado com este cenário em mente, mas não significa de imediato que será necessário um retificativo. “À medida que o ano for avançando, e se conhecer as perdas da atividade económica e a adesão das empresas e das famílias às medidas de apoio, é provável que se chegue à conclusão de que poderão não chegar tetos de despesa e de endividamento”, admite Rui Nuno Baleiras, sem excluir o cenário de um orçamento retificativo.

Para Pedro Braz Teixeira este confinamento apertado “não estava nos planos do Governo”, alertando para o impacto na receita fiscal. Mas Leão disse desde o início que o défice de 4,3% previsto no OE não seria um objetivo, garantindo que iria deixar funcionar os estabilizadores macroeconómicos na sua totalidade, como é o caso do subsídio de desemprego. A questão é que tal poderá levar a um aumento incomportável dentro dos tetos atuais, obrigando a um orçamento retificativo. “Caso os contágios exijam lockdowns mais prolongados poder-se-á ter que usar as folgas orçamentais ou até mesmo recorrer a orçamentos suplementares”, admite Francisca Guedes de Oliveira, professora da Católica Porto Business School, mostrando concordância com a orientação do ministro das Finanças de que “no atual contexto o déficit deve ser mais indicativo do que vinculativo”. “Enquanto a vacinação não se generaliza deve-se fazer o que for necessário para segurar a economia mesmo implicando mais despesa não prevista”, defende.

Se em 2020 a economia foi apanhada de surpresa, o facto de o país (e o mundo) viver nesta situação há quase um ano sugere que a adaptação será mais fácil, o que poderá reduzir o impacto económico deste novo confinamento. O aumento do comércio online, um recurso maior ao take away ou drive thru, maior capacidade de teletrabalho, entre outros fatores, foram adaptações que a sociedade viu-se obrigada a fazer e que agora poderão ter benefícios, admite Pedro Braz Teixeira. Essa expectativa também se verifica noutros países que fecharam mais cedo do que Portugal, mas existe o outro lado da moeda: a resistência a um segundo impacto no rendimento por parte das empresas e dos cidadãos deverá ser menor, colocando em causa a capacidade de recuperação nos trimestres seguintes.

“É ainda de esperar um efeito negativo da conjuntura económica sobre o OE 2021, nomeadamente no 1º trimestre de 2021”, nota António Afonso, referindo que “tal tem necessariamente um reflexo negativo no OE, quer do lado da receita, quer do lado da despesa”. “A incerteza é grande pois a recuperação da atividade económica não depende tanto de estímulos à procura, mas sim, em grande parte, da evolução de uma crise de saúde pública que parece ainda longe de controlada”, explica o economista do ISEG. Já Braz Teixeira considera que “o Governo vai continuar a ser austero no apoio à economia” uma vez que a margem que tem é “muito limitada”, antecipando que “as compensações dadas às empresas continuem a ser insuficientes” para os setores mais afetados.

Rui Nuno Baleiras espera uma “continuação de medidas que foram colocadas no terreno até agora”, lembrando que as medidas têm acompanhado, ainda que com um certo desfasamento, a oscilação das medidas de confinamento”. Mas admite que o impacto orçamental neste período seja superior ao de março e abril em que as medidas estavam menos “oleadas”, tanto do lado do Estado como das empresas. Agora que já estão no terreno mais facilmente são utilizadas e, por isso, geram mais despesa.

Apesar do impacto orçamental esperado ser significativo, há amortecedores de que Portugal tem vindo a beneficiar e que continuarão a ajudar tanto a economia como as contas públicas. A principal ajuda é a intervenção do Banco Central Europeu (BCE) nos mercados financeiros, o que tem permitido ao Estado português financiar-se cada vez com dívida mais barata apesar de ter um rácio de endividamento cada vez maior. A outra ajuda não é tão imediata mas poderá ser crucial para a recuperação da economia em 2021: é expectável que cheguem as primeiras tranches europeias para a execução do Plano de Recuperação e Resiliência. Braz Teixeira considera ainda que “é relevante” não haver regras europeias orçamentais e o facto de este não ser um “problema grego ou português, mas sim mundial”, além de se esperar que seja passageiro e os investidores estarem mais focados no longo prazo.

OE 2021 tem novos apoios, mas já tem de amortecer o “peso” acrescido da TAP

Vamos aos números. Em um mês e meio de confinamento mais agressivo, em março e em abril, o impacto direto nas contas do Estado foi de 345 milhões de euros do lado da despesa (com o lay-off e outros apoios) e de 319 milhões de euros do lado da receita com o adiamento de vários impostos, num total de 664 milhões de euros. Mas foi em maio que o impacto mais se sentiu em termos contabilísticos com esse valor a subir para os 951 milhões (despesa) e 868 milhões (receita), num total de 1,8 mil milhões de euros, o equivalente a menos de 1% do PIB.

Mas, desta vez, ainda que o Governo possa não ter antecipado um novo confinamento severo, nem tudo será surpresa. O OE 2021 já continha uma série de apoios à economia em virtude da pandemia: o novo apoio social com uma verba de 450 milhões de euros e várias medidas de apoio ao emprego e à retoma da atividade (como os vários tipos de lay-off) no valor de 965 milhões de euros. A dúvida é se estas verbas chegarão para ajudar a economia em 2021, mas poderá sempre haver reforços através das dotações centralizadas.

Segundo a análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ao OE 2021, o Governo decidiu reforçar essas dotações por causa da pandemia, tendo 500 milhões de euros reservados especificamente para despesas “imprevistas” com a pandemia, o que dá desde logo margem de gestão orçamental para o Governo. A esta reserva que tem um destino específico junta-se a dotação provisional de 500 milhões de euros e a reserva orçamental de 515 milhões de euros que não têm um destino, ficando à discrição do ministro das Finanças. “O Orçamento do Estado tem sempre folgas para amortecer surpresas e no início do ano há margem para fazer alterações orçamentais e deslocar verbas de um lado para o outro”, reconhece o coordenador da UTAO.

Contudo, parte destas verbas também poderá ser necessária para acomodar as mudanças introduzidas no OE 2021 — o Governo e o PS vão para as negociações sempre com alguma margem no OE para não ser necessário mudar os tetos de despesa e endividamento — durante a fase de especialidade no Parlamento, cujo impacto terá sido de 600 milhões de euros (0,3% do PIB). Acresce o dobro do impacto das garantias da TAP, tema que só ficou fechado após a aprovação do OE 2021 (em novembro) quando o Governo apresentou o plano de reestruturação à Comissão Europeia em dezembro. Tal como o ECO noticiou, ainda sem contar com este confinamento, o défice poderia já ir nos 5% do PIB.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresários avisam que sem “apoio imediato” muitas empresas podem morrer com novo confinamento

O novo confinamento do país deve vir acompanhado de apoios para as empresas, defendem as associações ouvidas pelo ECO. Ajudas devem ser rápidas e de acesso simples.

O país vai voltar a fechar. O agravamento da pandemia de coronavírus tornou “evidente” para o Governo a necessidade de conter a mobilidade dos portugueses, o que deverá passar pelo encerramento de alguns setores de atividade, como a restauração e o comércio não alimentar. Em reação, as empresas pedem apoios “rápidos e eficazes”, como o lay-off simplificado — tão popular na primavera –, a redução dos impostos e a “injeção” de capital na economia. Sem estas ajudas, há muitas empresas que ficarão em risco de morte, avisam os responsáveis dos vários setores ouvidos pelo ECO.

Depois do relaxamento das restrições durante a quadra festiva, a pandemia de coronavírus agravou-se, com o número de novos contágios, internamentos e óbitos a baterem recordes. Para travar a propagação do novo coronavírus, o Governo está a estudar a possibilidade de o país voltar a ficar confinado, como aconteceu em março, o que implicará o encerramento por imposição legal ou administrativa de vários setores.

As associações empresariais ouvidas pelo ECO são claras: a confirmar-se esse endurecimento das medidas de luta contra a Covid-19, é preciso aplicar rapidamente medidas de apoio eficazes. Da metalomecânica ao vestuário, passando pelo turismo, os responsáveis alertam que existem empresas em risco de insolvência.

Mas que medidas defendem os empresários? O regresso do lay-off simplificado — que na primavera chegou a cobrir mais de 100 mil empregadores e centenas de milhares de trabalhadores –, a redução dos impostos e a “injeção” de mais capital nas empresas.

No que diz respeito ao lay-off simplificado, está em causa um regime que permite reduzir os horários ou suspender os contratos de trabalho, ao mesmo tempo que garante apoios para o pagamento dos salários e a isenção total das contribuições sociais exigidas aos empregadores. Desde julho que este instrumento só pode ser acedido pelas empresas encerradas por imposição legal, apesar de terem sido muitas as vozes a pedir a sua disponibilização também àquelas que, não estando fechadas, têm fortes quebras de faturação.

Com este novo confinamento, aumenta agora o universo de empresas que cumprem os critérios de acesso ao lay-off simplificado, instrumento que o vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), Rafael Campos Pereira, espera ver “recuperado” e “aplicado com agilidade e de forma flexível”.

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, concorda e diz que é mesmo preciso reforçar o lay-off simplificado para que “o esforço de tesouraria das empresas seja o mais reduzido possível“. “Nenhuma empresa tem reservas financeiras para resistir a 11 meses de encerramento”, salienta o responsável.

De notar que, ao abrigo deste regime, o empregador paga a totalidade das horas trabalhadas, bem como 30% do valor necessário para, em conjunto com esse último montante, assegurar pelo menos dois terços da remuneração normal ao trabalhador.

O calçado também pede o regresso desse regime, ainda que enfatize que, sendo um setor 95% exportador, é também necessário a implementação de políticas de promoção externa. “A promoção comercial externa é muito importante para nós. Seria uma boa notícia um reforço orçamental em matéria de promoção externa. É imprescindível para este setor encontrar novas oportunidades de negócio”, explica Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS).

Outra voz que se junta na defesa do lay-off simplificado é a do presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge Machado. O responsável diz que “faz todo o sentido voltar” a disponibilizar este instrumento, “porque toda a gente sabe como funciona e a Segurança Social já tinha os mecanismos adaptados para a introdução da informação. “Quando criamos novos modelos andamos sempre a criar complicações a todas as organizações”, avisa.

A propósito, também o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, salienta que é importante disponibilizar medidas que não estejam envolvidas em longos processos de acesso. Devem ser tão imediatas quanto as restrições e eficazes, defende o “patrão dos patrões”.

O vice-presidente da AIMMAP concorda: Os apoios devem chegar “o mais breve possível”. E o diretor executivo da Associação Portuguesa dos Industriais do Mobiliário e Afins (APIMA), Gualter Morgado, partilha da mesma opinião: “Importa a velocidade que estes apoios chegam às empresas. Os apoios têm que ser mais rápidos, caso contrário vai ser extremamente complicado“.

Face ao impacto da pandemia na indústria nacional, Morgado frisa que “os recursos que existiam de reserva da maioria das empresas já se esgotaram”, avisando que ou “há apoio imediato às empresas ou vamos assistir a uma mortalidade de um grande número de empresas”.

O presidente da CIP acrescenta, por sua vez, que seria “inadmissível” repetir os atrasos registados na primavera, nomeadamente na operacionalização do lay-off simplificado. “A aprendizagem já foi feita. Não se compreenderiam atrasos”, diz o responsável, que apela a celeridade especificamente no que diz respeito aos apoios a fundo perdido destinados às empresas mais afetadas pela pandemia.

Rapidez também é a palavra de ordem escolhida pelo presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (Apip), Amaro Reis, no que diz respeito aos apoios às empresas.

Já a Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos defende eficácia na gestão do dinheiro dos contribuintes e que “as medidas sejam direcionadas para as boas empresas, para as ajudar a capitalizar”. “O Estado tem obrigação de gerir bem o dinheiro dos contribuintes. Estes recursos devem ser canalizados para apoiar empresas que geram riqueza, criam postos de trabalho e incentivam e estimulam a inovação e o valor acrescentado, em vez de injetar dinheiro em operações que são ruinosas e que não têm qualquer possibilidade de sucesso, como a insistência em injetar dinheiro dos contribuintes na TAP”, diz o responsável.

E o que pensam os representantes do setor automóvel? A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) tem vindo a dizer que “o setor foi esquecido” e volta agora a exigir ao Governo a implementação de medidas como a suspensão do IUC nas viaturas usadas em stock e a redução do Imposto Sobre Veículos (ISV)“.

E por falar em impostos, Francisco Calheiros, da CTP, defende que são também “importantes medidas de redução fiscal”, além da eliminação dos “custos de contexto que asfixiam as empresas”. “É importante existirem apoios à atividade empresarial, para além dos apoios à manutenção do emprego que são obviamente necessárias”, salienta o responsável, referindo que a confirmar-se o novo confinamento será “dramático” para o setor que representa.

Na mesma linha, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defende que as empresas precisam de medidas de natureza fiscal e parafiscal, além de “apoios ao arrendamento comercial, encargo que pesa significativamente nos custos destas empresas, em especial nas de menor dimensão”. “O Governo já anunciou mas não concretizou os apoios ao arrendamento, e, esse facto prejudica, significativamente, a tesouraria das empresas”, destaca a confederação liderada por João Vieira Lopes, que defende que a ajuda aos salários prevista no lay-off simplificado deve ser reforçada, para os setores encerrados por imposição legal.

Também o líder da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, exige a atribuição de apoios suplementares, face ao novo confinamento do país e devido à fragilidade económica de grande parte da indústria nacional. O responsável entende que é “necessário, por exemplo, antecipar a utilização das verbas”, nomeadamente do Programa de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030.

As novas medidas de luta contra a Covid-19 deverão ser conhecidas esta quarta-feira, após a reunião de Conselho de Ministros. Em cima da mesa está a possibilidade de um novo confinamento com o horizonte de um mês, que implicará o encerramento de alguns setores, como a restauração e o comércio não alimentar. O Governo defende que as escolas devem manter-se abertas, mas não há consenso na defesa dessa posição entre os especialistas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo revela hoje regras do novo confinamento. Isto é o que já se sabe

O novo confinamento deverá ter um horizonte de um mês, mas as medidas são reavaliadas após 15 dias. As escolas deverão continuar abertas, existindo ainda dúvidas quanto aos alunos com mais de 12 anos.

Depois do período do Natal e do Ano Novo, Portugal tem registado um aumento do número de novos casos de Covid-19, levando o Governo a definir medidas mais apertadas para os próximos tempos. Será no Conselho de Ministros desta quarta-feira que as regras serão definidas, mas o Executivo tem nos planos um confinamento semelhante ao de março, durante um mês.

“O consenso generalizado é que, perante o que são números verificados e a tendência manifesta de crescimento da pandemia, é essencial adotarmos medidas, e que essas medidas tenham o horizonte de um mês e perfil muito semelhante ao que adotámos logo no início da pandemia, em março e abril“, reiterou o primeiro-ministro, após a reunião com os especialistas no Infarmed.

Apesar deste horizonte, as medidas serão reavaliadas após 15 dias, tal como já tinha acontecido anteriormente, adiantou António Costa. Consoante a situação epidemiológica no final desse período, o Executivo avaliará a necessidade de manter, apertar ou aliviar as medidas de restrição em vigor.

Uma das principais diferenças para março, e que está ainda em análise, são as escolas. O primeiro-ministro sinalizou desde o início que não tinha nos planos o encerramento das escolas, por não existirem evidências de que o justifiquem. Após a reunião desta terça-feira, ficaram dúvidas sobre a “faixa intermédia” nas escolas, ou seja, jovens com mais de 12 anos.

No entanto, o chefe do Governo descartou já a possibilidade de “interromper atividades de avaliação” como as do Ensino Superior e afirmou que, “relativamente às crianças mais pequenas, nada justifica o encerramento das escolas”. Já para a faixa intermédia”, serão tidas em ponderação as opiniões de várias figuras políticas e outros “atores”, referiu António Costa.

Quanto às restantes medidas, em março existia o dever geral de recolhimento domiciliário. Já para este confinamento, uma hipótese parece ser “estender a toda a semana” as medidas típicas do fim de semana, que na maioria dos concelhos é um recolher obrigatório a partir das 13h, como sinalizou António Costa. Já os fins de semana deverão continuar com estas medidas.

Quanto aos estabelecimentos, o ministro da Economia admitiu a possibilidade de encerrar a restauração e o comércio não alimentar, no âmbito do novo confinamento. À semelhança do que aconteceu na primavera, os estabelecimentos poderão, ainda assim, funcionar em regime de take-away e de entregas ao domicílio. Contudo, estabelecimentos como farmácias e supermercados continuarão abertos.

Sobre os diferentes tipos de lojas e de comércio, o Governo ainda não decidiu, como informou este sábado a ministra da Presidência. Segundo adiantou a deputada do PEV, Mariana Silva, à saída da reunião com o Executivo neste fim de semana, “poderá haver algumas dúvidas com barbeiros, cabeleireiros e algum comércio mais essencial”.

Quanto ao teletrabalho, como aconteceu até agora, este deverá continuar a ser obrigatório para as empresas que o possam praticar sem interferir na sua atividade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 1.500 pessoas multadas por falta de máscara, só 10% na rua

Entre 27 de junho e 7 de janeiro, GNR e PSP aplicaram 1.522 coimas por incumprimento relativo ao uso de máscara, apenas 142 por falta dela na via pública.

Desde que entrou em vigor o diploma que impõe multas relativas ao incumprimento de uso de máscara, quer em espaços fechados, transportes públicos ou na via pública, as autoridades já passaram mais 1.500 contraordenações relativamente ao incumprimento desta regra. O menor número de infrações é mesmo relativo ao uso de máscaras na rua, totalizando menos de 10% das coimas.

Entre 27 de junho de 2020 e 7 de janeiro deste ano, a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) aplicaram 1.522 coimas por incumprimento relativo ao uso de máscara na via pública ou em espaços fechados, segundo os dados cedidos pelo Ministério da Administração Interna, ao ECO. Destas, apenas 142 contraordenações são relativas ao “incumprimento do uso de máscara nas vias e espaços público”, que foi tornado obrigatório no final de outubro. Contas feitas representam somente 9,33% do total das contraordenações.

Em finais de outubro, o Parlamento aprovou o uso obrigatório de máscara “no acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas, sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”, isto é, pelo menos dois metros. Neste contexto, aquela que era até então uma recomendação passou a ser obrigatória, sendo que apenas as crianças com 10 ou menos anos não estão obrigadas a utilizarem máscara em espaços públicos, contudo, a lei prevê algumas exceções. Esta medida chegou ao fim na semana passada, a 5 de janeiro, mas foi prolongada por mais três meses, vigorando até março.

Durante o período analisado é possível constatar que mais de um terço das multas (aproximadamente 35%) estão relacionadas com o incumprimento nos transportes públicos. Assim, entre 27 de junho e 7 de janeiro, foram passadas “532 multas por incumprimento do uso obrigatório de máscara ou viseira nos transportes públicos”, refere a tutela liderada por Eduardo Cabrita.

Não obstante, o maior número de infrações diz respeito ao incumprimento do uso destes equipamentos em espaços públicos fechados. Entre 27 de junho e 7 de janeiro, foram aplicadas 848 coimas “por incumprimento do uso obrigatório de máscara ou viseira em salas de espetáculos, estabelecimentos públicos e outros”. Contas feitas, representam 55,7% do total das contraordenações.

Em finais de abril, o Governo decretou o uso obrigatório o uso de máscaras em escolas, transportes públicos, comércio e outros espaços fechados com muita gente. Pouco tempo depois, o Executivo acatou também a recomendação do presidente do PSD, Rui Rio, para reduzir a taxa de IVA de 23% para 6% sobre estes equipamentos de proteção, bem como gel desinfetante. Além disso, para por forma a evitar a especulação de preços existentes nestes artigos no início da pandemia, decretou também a imposição de um limite máximo de 15% na percentagem de lucro destes artigos.

Com o aumento de novos casos de infeção por Covid-19, que tem deixado o país em alerta, tocando em máximos consecutivos, a utilização de máscaras é vista como cada vez mais necessária. Nesse sentido, o Governo decretou também a meio de novembro o uso obrigatório de máscara nos locais de trabalho, exceto quando os postos de trabalho são isolados ou quando haja separação física entre diferentes postos, anunciou o primeiro-ministro.

Além disso, também tem sido apertada a fiscalização destas medidas, bem como das restantes aplicadas para travar a propagação do vírus. A fiscalização está a cabo das forças de segurança e das polícias municipais que, numa primeira fase, têm um papel de “sensibilização e pedagogia” para a importância da utilização de máscara, mas que são ainda responsáveis pela aplicação de coimas em caso de incumprimento. Para os incumpridores desta regra, estão previstas multas de entre 100 euros e 500 euros, tal como acontece com o desrespeito pelas restantes normas decretadas no âmbito do estado de emergência. Esta semana vai ser decretado um novo confinamento, na sequência do disparo de novas infeções pelo novo coronavírus.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.