De janeiro a junho foram 10% de distância. E agora PSI-20?

A bolsa nacional registou melhor semestre desde 2015. Avança 10% desde o início do ano. Vai continuar? Os analistas perspetivam desafios para um índice altamente concentrado em cinco cotadas.

De janeiro a junho foram 10% de distância. Ganhos no PSI-20 alavancados sobretudo pelos desempenhos do BCP, Jerónimo Martins e EDP Renováveis. Para o índice de referência nacional foi o melhor semestre desde 2015, coincidindo igualmente com o melhor arranque desde então. O contexto internacional ajudou. Mas podemos ter entrado num ponto de inversão num índice altamente concentrado.

Lisboa teve um primeiro semestre bastante positivo. A bolsa somou 10,1%. Mas as perspetivas para a segunda metade do ano tornaram-se mais incertas com os problemas de comunicação revelados por Mario Draghi na última semana. O presidente do Banco Central Europeu falou em Sintra e poucos perceberam o que realmente disse, mas ficou a certeza no mercado de que o fim dos estímulos dos bancos centrais está aí ao virar da esquina. Há uma nova rotação nos mercados em curso com as expectativas de aperto da política monetária que vai encarecer o acesso ao dinheiro tanto na Zona Euro como no Reino Unido.

Neste cenário, as yields das obrigações sobem, assim como o euro. Na bolsa, perdem as tecnológicas e setores mais sensíveis às taxas de juro como dos bens de consumo, enquanto os bancos surgem em posição mais favorável. Os dados estão lançados.

“O mundo enfrenta incertezas a nível económico, monetário, geopolítico e social para que as bolsas possam continuar a subida sem pausa”, diz Pedro Lino, da Dif Broker. “Após os ganhos verificados nas principais bolsas mundiais com o PSI-20 a acompanhar, é provável que alguns investidores realizem mais-valias”, explica.

De alguma forma esta incerteza já se manifestou durante a última semana, mas isso não foi impeditivo de um semestre em alta para os principais índices. Aqui ao lado, o IBEX-35 avançou mais do que Lisboa, mas o PSI-20 conseguiu distinguir-se positivamente dos benchmarks internacionais Stoxx 600 e do S&P 500.

IBEX-35 fez melhor do que PSI-20 no primeiro semestre

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Para a segunda metade do ano, João Queiroz, diretor da banca online do Banco Carregosa, junta-se a Pedro Lino nas perspetivas mais reservadas para a bolsa portuguesa, numa altura em que Portugal pode sair do “lixo” por parte das agências de rating. Ainda assim…

"O mundo enfrenta incertezas a nível económico, monetário, geopolítico e social para que as bolsas possam continuar a subida sem pausa. Após os ganhos verificados nas principais bolsas mundiais com o PSI-20 a acompanhar, é provável que alguns investidores realizem mais-valias.”

Pedro Lino

Dif Broker

“Pode haver margem para mais valorizações no PSI-20, mas seria preciso que a conjuntura fosse favorável. (…) Internamente, o maior desafio é sermos capazes de reduzir a dívida. O risco de Portugal e o juros da dívida teriam muito a beneficiar se o montante da nossa dívida baixasse”, aponta Queiroz. “A política de controlo de custos e gastos do Estado deverá continuar para poder gerar excedentes primários e manter a atual perceção de risco”, acrescenta o responsável.

Desafios concentrados

Além incertezas internas e externas, há outro fator a ter conta quando se olha para o PSI-20: o seu índice de concentração. Mais de 60% do índice está dependente dos humores e amores em relação a apenas cinco cotadas: BCP, EDP, EDP Renováveis, Jerónimo Martins e Galp. Ou seja, qualquer fator específico relacionada com uma delas pode determinar o rumo dos acontecimentos em Lisboa.

Lino concede: “O PSI-20 tem um grau de concentração elevado, com cinco empresas a dominarem o índice. A perspetiva para estas cotadas é de consolidação dos ganhos com correções, com as energéticas a estarem no centro das atenções seja pela desvalorização do preço do petróleo, seja pelo risco reputacional ou legal decorrente da intenção do governo de rever os CMEC”.

O primeiro semestre foi sobretudo amigo para o BCP, Jerónimo Martins e EDP Renováveis. Mas castigou as ações da EDP e Galp.

BCP liderou ganhos em Lisboa

Fonte: Bloomberg (valores em %)

João Queiroz explica que o banco liderado por Nuno Amado vai continuar a ser condicionado pelas taxas de juro em mínimos do BCE, circunstância que mantém o setor “mais dependente da geração de comissões e do desempenho do crédito e financiamento concedido”. Ou seja, malparado.

Para a Galp e Jerónimo Martins também há pontos de interesse. Evolução do preço do barril de petróleo, no caso da petrolífera nacional, “apesar da menor correlação da ação com o preço desta mercadoria”, salienta Queiroz.

Em relação à retalhista dona do Pingo Doce, importará perceber as tendências que vão transformar o setor “dada a maior pressão do online e a necessidade de atrair mais visitantes para o canal tradicional”, frisa o responsável, dando como exemplo da revolução no retalho o fecho de pontos de venda em número recorde nos EUA e a aquisição da Whole Foods Product pela Amazon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quem são os melhores gestores portugueses?

Há gestores portugueses entre os melhores da Europa. Manso Neto (EDP Renováveis) e Carlos Tavares (Peugeot) foram distinguidos pelos analistas e investidores. E entre cotadas portuguesas?

Os prémios da Institutional Investor voltaram a premiar os gestores portugueses em 2017, colocando João Manso Neto (EDP Renováveis/Espanha) e Carlos Tavares (Peugeot/França) entre os melhores CEO de empresas europeias. Também Carlos Gomes da Silva (Galp) obteve a melhor classificação entre empresas com sede em Portugal.

Tanto Manso Neto como Tavares foram considerados pelos analistas, casas de investimento e investidores os terceiros melhores presidentes executivos nos setores das utilities e fabricantes automóveis, respetivamente.

No caso do CEO da EDP Renováveis, Manso Neto apenas foi ultrapassado por Jose Sanchez Galán (Iberdrola/Espanha) e Francesco Starare (Enel/Itália). Quanto ao líder da Peugeot Citröen, Tavares foi terceiro atrás de Jacques Aschenbroich (Valeo/França) e Dieter Zetsche (Daimler/Alemanha).

Já Carlos Gomes da Silva, CEO da petrolífera Galp, foi distinguido pelo mercado como o melhor presidente executivo de uma empresa com sede em Portugal. Gomes da Silva obteve uma melhor classificação do que António Mexia (EDP) e Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins), que ficaram em segundo e terceiro lugar no ranking da Institutional Investor.

A lista até ao oitavo lugar inclui ainda Miguel Almeida (NOS), Francisco Lacerda (CTT), Diogo da Silveira (Navigator), Rodrigo Costa (REN) e Gonçalo Moura Martins (Mota-Engil).

Entre outras distinções atribuídas a responsáveis portugueses, Nuno Alves, administrador financeiro da EDP, foi considerado o segundo melhor no respetivo setor entre os pares europeus, atrás do seu “homólogo” da Iberdrola, José Sáinz Armada. E Ricardo Mendes Ferreira, da Altri, destacou-se no segundo lugar entre os melhores responsáveis pelas relações com os investidores no setor de papel.

Os prémios de melhores gestores foram atribuídos com base num inquérito a cerca de 2.600 profissionais de investimento, entre analistas e gestores de ativos, e a cerca de 800 empresas de serviços financeiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lisboa cede pela quinta sessão em dia de Draghi

Dia começou sem grandes oscilações de relevo nas bolsas europeias. Em Lisboa, a tendência é de baixa nos primeiros minutos. Tudo à espera da reunião do Banco Central Europeu ao início da tarde.

Lisboa apresenta-se novamente em baixa pela quinta sessão consecutiva, pressionada sobretudo pelas ações da Galp e da Jerónimo Martins, num dia em que os investidores na Europa vão centrar atenções na reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE).

O PSI-20, o principal índice português, perde 0,21% para 4.620,31 pontos, naquela que é a quinta sessão de quedas consecutiva, igualando o ciclo mais longo de quedas desde janeiro. São oito as cotadas que seguem abaixo da linha de água no arranque da sessão lisboeta, com nota para as baixas da Galp (-0,83%) e Jerónimo Martins (-1,04%).

Em destaque durante a sessão vão estar ainda os CTT. As ações avançavam ligeiros 0,11% para os cinco euros. A cotada liderada por Francisco Lacerda apresenta esta quinta-feira contas ao mercado. Os analistas sondados pela Bloomberg apontam para lucros na ordem dos 68 milhões de euros em 2016, uma queda de 5% face ao ano de 2015. Segundo os analistas do CaixaBI, os resultados que os CTT têm para apresentar devem ser “negativos, embora o mercado já tenha antecipado esta realidade após o profit warning que os CTT apresentaram em janeiro”.

Também as ações da Sonae valorizavam 0,97% depois do anúncio de fusão da sua SportZone com duas retalhistas inglesas que vai criar o segundo maior player da Península Ibérica.

Para os analistas do Haitong, o acordo é “muito positivo” para a Sonae. Além de potenciar os lucros da retalhista, a Sonae troca um negócio com uma avaliação negativa por 30% numa operação que poderá valer 450 milhões de euros”, mostrando que a administração da cotada portuguesa está “disposta a adotar ações mais decisivas para dar a volta aos resultados do negócio não-alimentar”.

Sonae avança com fusão da SportZone

Isto acontece num dia de particular interesse para os investidores europeus do ponto de vista da política monetária do BCE. Há reunião do Conselho de Governadores para decidir a evolução da taxa de juros — uma decisão que será revelada ao início da tarde e que não deverá trazer novidades –, seguindo-se uma conferência de Mario Draghi com os jornalistas.

“Fim dos estímulos?”, questionam os analistas do Commerzbank numa nota enviada aos seus clientes. “O entusiasmo está garantido na reunião de hoje do BCE com o mercado a especular sobre uma subida antecipada dos juros”, referiram.

Neste cenário, o índice de Madrid, o IBEX-35, era dos poucos que valorizava esta manhã, avançando 0,2%. Mas as perdas nas restantes principais praças europeias não eram muito intensas, com o DAX-30 alemão a ceder 0,18% e o CAC-40 francês a cair 0,26%.

(Notícia atualizada às 8h31)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Soares dos Santos: Dívida põe “bastantes dúvidas” à recuperação económica

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2017

Presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos sublinhou que em Portugal "há mais de 15 anos que não há crescimento".

O presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirmou ter “bastantes dúvidas” sobre a recuperação da economia portuguesa por causa do valor da dívida.

Questionado como vê o desempenho da economia em Portugal, Pedro Soares dos Santos disse continuar “com bastantes dúvidas sobre a recuperação da economia portuguesa por causa do valor da dívida“.

Isto porque “se o valor dívida atual não for considerado pelos parceiros europeus um problema, nós temos aqui um espaço de recuperação”, considerou o gestor que lidera a dona da cadeia de supermercados Pingo Doce.

No entanto: “Se a dívida continuar a ser um fator crucial para os parceiros europeus, acho que temos aqui um problema. A taxa de juro que estamos hoje a pagar e o valor de crescimento do nosso PIB [Produto Interno Bruto] é incompatível para a redução da dívida”, acrescentou.

"Se a dívida continuar a ser um fator crucial para os parceiros europeus, acho que temos aqui um problema. A taxa de juro que estamos hoje a pagar e o valor de crescimento do nosso PIB [Produto Interno Bruto] é incompatível para a redução da dívida.”

Pedro Soares dos Santos

Presidente da Jerónimo da Martins

Por isso, se a situação continuar desta maneira, Pedro Soares dos Santos diz que “a degradação da forma” como se vive em Portugal “vai continuar” e – acrescentou – “não quer isto dizer que as pessoas, tendo mais dinheiro, vão resolver o problema, porque não vão”.

“O problema de fundo é realmente perceber o que é que nós temos de fazer com a nossa dívida. E isso é que é para mim o crucial para que realmente” Portugal “possa depois ter uma estratégia de crescimento”, disse.

Pedro Soares dos Santos sublinhou que em Portugal “há mais de 15 anos que não há crescimento“.

Para o responsável, a “conversa do défice é história”, porque “o que interessa nas economias é o crescimento”, pois “aí controla-se bem os défices”. Por isso, “controlar um défice sem grande crescimento não há melhoramentos na economia que resistam”, rematou.

"O problema de fundo é realmente perceber o que é que nós temos de fazer com a nossa dívida.”

Pedro Soares dos Santos

Presidente da Jerónimo da Martins

Relativamente ao acordo de paz na Colômbia, mercado onde a Jerónimo Martins arrancou há quase quatro anos com a cadeia de supermercados Ara, Pedro Soares dos Santos disse que representa para o investidor estrangeiro “uma confiança no país, na economia e nas pessoas que estão a gerir o país”.

O presidente da Jerónimo Martins assegurou que desde que a empresa marcou presença no mercado colombiano, há quatro, cinco anos, nunca sentiu “que a guerrilha fosse um problema”.

No entanto, “para a imagem do investidor estrangeiro, para a imagem de quem queira novos mercados, isto traz sempre uma imagem de saúde do país, da economia, das suas instâncias muito grande”, afirmou.

Para Pedro Soares dos Santos, o acordo de paz “é um novo passo”, considerando que “os colombianos perceberam ja há muito tempo que a paz só traz crescimento económico e traz melhoramento de vida das pessoas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Soares dos Santos: Concertação Social só vale “em termos políticos”

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, disse que grupo "não tem salários mínimos", considerando que a Concertação Social não representa o tecido empresarial português.

O presidente e administrador delegado do grupo Jerónimo Martins afirmou hoje que a Concertação Social em Portugal não representa o tecido empresarial português e que, na prática, “só vale em termos políticos”.

Questionado pelos jornalistas sobre o impacto da subida do salário mínimo nacional e a redução da Taxa Social Única (TSU), na conferência de apresentação dos resultados anuais da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos afirmou que o grupo “não tem salários mínimos”.

“Sempre pagou acima e vai continuar a pagar. Nesta área temos isso bem definido”, afirmou, salientando que a TSU “já não é tema, se calhar nunca foi tema”.

Sobre a Concertação Social neste tema, Pedro Soares dos Santos desvalorizou o seu papel. “A Concertação Social em Portugal não representa hoje verdadeiramente o tecido empresarial português”, afirmou Pedro Soares dos Santos. “Se representasse tinha uma força, uma capacidade de intervenção completamente diferente do que tem hoje”, prosseguiu.

"A Concertação Social em Portugal não representa hoje verdadeiramente o tecido empresarial português. Se representasse tinha uma força, uma capacidade de intervenção completamente diferente do que tem hoje.”

Pedro Soares dos Santos

Presidente executivo da Jerónimo Martins

Questionado sobre o valor do órgão em termos práticos, Pedro Soares dos Santos afirmou: “Só vale em termos políticos, em termos comerciais não vale nada”.

Jerónimo Martins investe 700 milhões

Este ano, a Jerónimo Martins prevê abrir 100 lojas na Polónia e um centro logístico, já em Portugal vai abrir no Norte do país o centro de logística Alfena/Valongo, à partida em maio, que vai criar 400 postos de trabalho.

Além disso, está previsto um novo centro logístico em Lisboa.

Na Colômbia, o grupo prevê abrir 150 lojas Ara e três novos centros de distribuição.

O investimento para 2017 é de 700 milhões de euros, dos quais 400 milhões para Polónia, 150 milhões de euros para Portugal e o restante para a Colômbia.

Sobre a concorrente espanhola Mercadona, Pedro Soares dos Santos disse que espera pela sua entrada.

“Primeiro tenho de ter a certeza que vão entrar”, comentou, acrescentando que é preciso “ver para crer”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Haitong: “Dividendo da Jerónimo Martins deve ser bem recebido pelos investidores”

Banco baixou perspetivas para a evolução dos resultados da Jerónimo Martins, pressionada pelo negócio na Colômbia. Reduziu o preço-alvo para o título e não prevê potencial de valorização.

Os resultados do último trimestre da Jerónimo Martins JMT 0,00% ficaram em linha com o esperado pelo Haitong, que adianta que o bom desempenho da polaca Biedronka compensou uma performance aquém do esperado em Portugal. Ainda assim, as perdas maiores do que o esperado na Ara, a operação de retalho na Colômbia, levam o banco de investimento a baixar as perspetivas para a evolução dos resultados da retalhista portuguesa até 2020. Situação que o mercado deverá ultrapassar já que o dividendo de 0,605 euros por ação “deverá ser bem recebido pelos investidores”. Em todo o caso, o preço-alvo atribuído à Jerónimo Martins foi revisto em baixa, dos 16,8 euros para os 16,20 euros.

“A Jerónimo Martins terminou o quarto trimestre com 335 milhões em cash e distribuirá 380 milhões de euros aos acionistas através de um dividendo de 0,605 euros por ação, que deverá ser bem recebido pelos investidores”, nota o analista Filipe Rosa, justificando a redução em 6% das estimativas para o lucro nos próximos quatro anos devido às maiores perdas na Ara, ao decréscimo da margem na Biedronka em face das pressões altistas sobre os salários na Polónia.

A Jerónimo Martins registou lucros de 593 milhões de euros em 2016, resultado que representa um aumento de 78% face ao ano anterior, mas que fica aquém das expectativas dos analistas, que antecipavam lucros superiores a 600 milhões. A contribuir para esta subida do resultado líquido esteve sobretudo a venda da Monterroio à família Soares dos Santos, por 310 milhões de euros, o que resultou numa mais-valia de 75 milhões.

As menores projeções para a Biedronka levaram o Haitong a cortar o preço-alvo para os títulos da Jerónimo Martins, dos 16,8 euros para os 16,2 euros, não prevendo qualquer cenário de valorização para a cotação da ação face ao valor de fecho desta quarta-feira. Já a recomendação “neutral” manteve-se.

"A Jerónimo Martins terminou o quarto trimestre com 335 milhões em cash e distribuirá 380 milhões de euros aos acionistas através de um dividendo de 0,605 euros por ação, que deverá ser bem recebido pelos investidores.”

Filipe Rosa

Analista do Haitong

“No lado da avaliação, estimativas mais baixas para a Biedronka levaram a uma queda de 0,6 euros no nosso preço-alvo para os 16,2 euros. As ações cresceram 11% desde o início do ano, contra um desempenho flat do índice de retalho europeu, e poderá haver lugar a alguma tomada de mais-valias em função do outlook mais soft da Jerónimo Martins”, explica o ex-Besi.

Ainda assim, o Haitong considera que “no médio prazo as ações vão continuar bem suportadas pela atrativa combinação de um lucro por ação elevado e visível com uma liderança no setor no que toca a dividendos“.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo Martins condiciona arranque em Lisboa

Títulos da retalhista caem mais de 2% depois de o Haitong ter cortado o preço-alvo. Lisboa despertou em terreno negativo, prolongando queda da sessão anterior.

A bolsa nacional ia na melhor sequência de ganhos deste ano até interromper este ciclo positivo na sessão de quarta-feira. Volta esta manhã a negociar em terreno negativo, um desempenho condicionado sobretudo pela Jerónimo Martins. O Haitong baixou as estimativas para a cotação da retalhista portuguesa depois dos resultados anuais terem revelado alguma pressão no negócio colombiano e polaco.

O PSI-20, o principal índice português, cede 0,32% para 4.653,9 pontos. As ações da Jerónimo Martins tombam 2,01% para 15,88 euros. As perdas maiores do que o esperado na Ara e a redução das perspetivas na Biedronka levaram o Haitong a baixar as perspetivas para a evolução dos resultados da retalhista portuguesa até 2020, com impacto no preço-alvo atribuído à Jerónimo Martins, que foi revisto em baixa, dos 16,8 euros para os 16,20 euros. Isto apesar do dividendo de 0,605 euros que o banco de investimento considera que será “bem recebido” pelo mercado.

“No lado da avaliação, estimativas mais baixas para a Biedronka levaram a uma queda de 0,6 euros no nosso preço-alvo para os 16,2 euros. As ações cresceram 11% desde o início do ano, contra um desempenho flat do índice de retalho europeu, e poderá haver lugar a alguma tomada de mais-valias em função do outlook mais soft da Jerónimo Martins”, explica o ex-Besi.

No total, 11 cotadas seguiam sob pressão vendedora na abertura em Lisboa, com nota de destaque para a Nos (-1,11%) e EDP Renováveis (-0,63%). Do lado positivo, destacava-se a Galp, que assumia um ganho de 0,85% para 13,7 euros, e a Pharol, que soma 0,86% para 0,35 euros.

Entretanto, no plano europeu, o sentimento é ligeiramente positivo, com o IBEX-35 de Madrid e CAC-40 de Paris, que avançam 0,3% e 0,25%, respetivamente. O FTSE Mib ganha 0,14%, enquanto o DAX-30 de Frankfurt seguia abaixo da linha de água com uma baixa ligeira de 0,02%.

"Os investidores na Europa estão cada vez mais divididos: por um lado estão rodeados de incerteza relativamente ao cenário político (eleições presidenciais em França e o processo do Brexit) que tem conduzido a uma procura de ativos considerados de refúgio. Por outro lado, as perspetivas mais animadoras em relação ao crescimento da economia global e os resultados empresariais têm sido um dos suportes dos mercados acionistas.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

“Os investidores na Europa estão cada vez mais divididos: por um lado estão rodeados de incerteza relativamente ao cenário político (eleições presidenciais em França e o processo do Brexit) que tem conduzido a uma procura de ativos considerados de refúgio”, dizem os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “Por outro lado, as perspetivas mais animadoras em relação ao crescimento da economia global e os resultados empresariais têm sido um dos suportes dos mercados acionistas”, acrescentaram.

(Notícia atualizada às 8h25)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apenas o BCP sobreviveu em Lisboa

Inversão no sentimento dos investidores acabou por ditar perdas em toda a Europa. Lisboa não foi exceção e apenas as ações do BCP escaparam à maré vermelha. Riscos políticos em França pesaram.

Lisboa não foi exceção na inversão do sentimento dos investidores europeus. O otimismo da manhã deu lugar a maior pessimismo no final de sessão. Foram vários os fatores que pesaram na confiança dos mercados. Na bolsa nacional, as ações do BCP foram as únicas que escaparam à maré vermelha. Na dívida, os juros subiram em toda a Europa, pressionados pelo aumento dos riscos políticos.

O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,56% para 4.597,07 pontos, com 17 das 18 cotadas que compõem o benchmark nacional a fechar em terreno negativo. Apenas o BCP encerrou acima da linha de água: as ações valorizaram 3,28% para 0,1734 euros, depois de o banco ter anunciado na sexta-feira que terminou com sucesso a operação de aumento de capital no valor de 1.300 milhões de euros.

Do lado negativo, as maiores quedas pertenceram à Jerónimo Martins (-1,11%), EDP (-1,48%) e Nos (-1,52%). Também a queda de 2% do BPI, um dia antes de terminar o período da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank, foi fonte de pressão para a bolsa nacional.

No mercado de dívida, os juros nacionais subiram em todos os prazos com a taxa associada às obrigações a 10 anos a escalar para o valor mais alto desde março de 2014. O BCE anunciou que comprou menos dívida portuguesa em janeiro, reforçando sinais de que está a ficar sem títulos nacionais disponíveis. E isto quando o Tesouro português se prepara para ir ao mercado tentar levantar até 1.250 milhões de euros em dívida a 5 e 7 anos, operações que vão ocorrer esta quarta-feira.

Juros a 10 anos em máximos de 2014

2017fev6_juros-01
Fonte: Bloomberg (valores em %)

Este comportamento foi semelhante na Europa. Os principais índices europeus desceram, com o IBEX-35 de Madrid (-1,12%) e o FTSE Mib de Milão (-2,21%) a apresentarem as maiores desvalorizações. Outro sinal de desconforto dos investidores veio dos mercados obrigacionistas, com as taxas da dívida a subirem em todos os países, incluindo a Alemanha.

“Há um senso de incerteza geral e não estou certo de que podemos citar alguma coisa em particular”, referiu Orlando Green, estratego do Crédit Agricole. “Podemos dizer que os mercados estão um pouco nervosos com o cenário político na Europa e nos EUA e também há alguma incerteza em relação à próxima subida dos juros da parte da Fed”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Haitong: “Continuamos a gostar da Jerónimo Martins devido à liderança incontestável na Polónia”

Casa de investimento salienta final de ano bastante positivo para a retalhista nacional devido à polaca Biedronka. Ainda assim, manteve a avaliação e recomendação para os títulos da Jerónimo Martins.

Depois do JPMorgan, também o Haitong acredita que o final de 2016 foi bastante positivo para a Jerónimo Martins. A Biedronka deverá ter apresentado um bom desempenho na reta final do ano passado, com as vendas like-for-like (ajustadas do número de lojas) a acelerarem 10% no quarto trimestre “suportado pelo sucesso das campanhas promocionais, explorando o rendimento disponível adicional” das famílias polacas. Ainda assim, o bom momento não justifica a alteração da opinião por parte do ex-BESI para a retalhista portuguesa: mantém-se “neutra” em relação aos títulos que merecem a mesma avaliação de 16,7 euros que atribuía anteriormente.

“Notamos que, apesar do sólido final de 2016, deixamos as nossas previsões e o valor justo de 16,7 euros praticamente inalterados, apenas com uma ligeira melhoria das vendas like-for-like na Polónia a ser ofuscada pela desvalorização do zloty polaco”, refere Filipe Rosa, analista que assina a nota do Haitong. “Continuamos a gostar da Jerónimo Martins devido à liderança incontestável na Polónia, à oportunidade de crescimento a longo prazo na Colômbia e a uma rara combinação entre crescimento de dois dígitos dos resultados e elevada dividend yield. Contudo, tanto a nossa avaliação como os múltiplos de comparação apontam para um potencial de subida limitado e, por isso, reiteramos o nosso rating neutro'”, reforça o Haitong.

As ações da Jerónimo Martins estavam esta manhã a perder 0,32% para 15,59 euros, depois de ontem ter disparado mais de 5%, beneficiando da nota de investimento do JPMorgan Chase em que também antecipava um “forte final de ano”, as mesmas palavras que o Haitong utiliza no seu research. Em 2016, acumularam um ganho de quase 23%.

Polónia dá o mote

Os resultados da Jerónimo Martins no quarto trimestre deverão ter disparado 19% sobretudo suportada “pelo muito forte desempenho na Polónia“, onde o Haitong prevê que as vendas comparáveis tenham subida 10% e a margem do EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — tenha aumentado 25 pontos base.

“A nova oferta comercial juntamente com uma estratégia promocional mais agressiva da parte da nova gestão local permitiram à Jerónimo Martins aproveitar-se de uma parcela maior da carteira dos seus clientes e prevemos que a quota de mercado tenha crescido ainda mais, em 100 pontos base para 17,5%”, indica o Haitong, explicando que a Biedronka terá aproveitado da melhor forma a falência de algumas retalhistas polacas para reforçar a sua liderança naquele mercado.

cropped-biedronka_store
Foto: DRDR

Em relação a Portugal, esperam um crescimento menor das vendas like-for-like do Pingo Doce (1,8%), “depois de um verão invulgarmente forte” enquanto a grossista Recheio deverá ter mantido um crescimento de 6% das vendas.

E na Colômbia as vendas deverão ter mais do que duplicado perante a expansão da rede de superfícies comerciais, num mercado que “continua a ser pequeno” e onde o Haitong não espera que a “Jerónimo Martins realize alguma aquisição que mude o jogo”.

"A nova oferta comercial juntamente com uma estratégia promocional mais agressiva da parte da nova gestão local permitiram à Jerónimo Martins aproveitar-se de uma parcela maior da carteira dos seus clientes e prevemos que a quota de mercado tenha crescido ainda mais, em 100 pontos base para 17,5%.”

Haitong

Nota de investimento

“Porém, pensamos que isto (Colômbia) seja compensado com a sua dividend yield mais elevada e com o facto de a Biedronka parecer ser um dos vencedores de longo prazo num dos mercados de retalho mais atrativos na Europa, o que garante uma enorme visibilidade em relação aos seus resultados futuros”, frisa a casa de investimento.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

JPMorgan vê “forte final de ano” da Jerónimo Martins. Ações aceleram 5%

Fim de ano da dona da Jerónimo Martins terá sido bastante positivo, diz o JPMorgan Chase, levando as ações da retalhista portuguesa a disparar 5% na bolsa portuguesa.

O JPMorgan Chase antecipa um “forte final de ano” da Jerónimo Martins, perante o bom momento da polaca Biedronka, que terá apresentado um crescimento das vendas like-for-like (ajustadas do número de lojas) de 9% no último trimestre de 2016, “num ambiente consumidor muito saudável”.

O otimismo daquele banco de investimento norte-americano está a impulsionar as ações da retalhista portuguesa na bolsa nacional, disparando mais de 5% para 15,63 euros, o nível intradiário mais elevado nos últimos dois meses. Um desempenho que permite ao PSI-20 manter-se acima da linha de água: soma 0,36% para 4.742,32 pontos.

Jerónimo Martins em bom forma no arranque do ano

grafico-01
Fonte: Bloomberg (valores em euros)

Em Portugal, o JPMorgan espera que o momentum da dona da cadeia de hipermercados Pingo Doce e do Recheio se “tenha mantido sólido, com as vendas like-for-like a subirem 1,5% e 4%, respetivamente, em linha com os primeiros nove meses do ano”.

No total, o banco prevê que a Jerónimo Martins tenha alcançado 14,7 mil milhões de euros em 2016, estando mais otimista do que a média dos analistas sondados pela Bloomberg. Para 2017, as vendas deverão ascender aos 15,7 mil milhões de euros.

Salientando que as ações da retalhista negoceiam a um preço de 17 vezes face ao seu lucro estimado para 2017, sem contar com a operação da Colômbia, “em linha com o setor”, o JPMorgan sublinha que os títulos deviam estar neste momento “a negociar com um prémio substancial”. “Isto implica um desconto de 10% face à média histórica, quando a história das ações parece mais atraente com a Colômbia a começar a construir o seu histórico. Acreditamos que o mercado vai brevemente começar a atribuir uma avaliação positiva à operação colombiana ao invés de penalizar o rácio preço/lucro de todo o grupo ao aplicar um múltiplo sobre o atual prejuízo na Colômbia”, frisa o JPMorgan.

"Acreditamos que o mercado vai brevemente começar a atribuir uma avaliação positiva à operação colombiana ao invés de penalizar o rácio preço/lucro de todo o grupo ao aplicar um múltiplo sobre o atual prejuízo na Colômbia.”

JPMorgan Chase

Por agora, atribuindo uma avaliação de 17,50 euros à Jerónimo Martins com uma recomendação de “comprar”, o banco espera que a retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos forneça mais detalhes sobre as suas perspetivas futuras quando apresentar os resultados anuais a 22 de fevereiro.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo Martins resiste à proibição de comércio ao domingo na Polónia, diz Haitong

Para os analistas do Haitong, a decisão do Governo polaco de proibir o comércio ao domingo vai afetar bastante o setor do retalho do país. Mas Jerónimo Martins vai resistir ao impacto.

O setor do retalho polaco vai ser o mais afetado com a intenção do Governo de Varsóvia de proibir o comércio ao domingo, prevendo-se um impacto negativo de 2,1 mil milhões de euros nas vendas a retalho, de acordo com a PwC. Ainda assim, para a Haitong, a operação polaca da Jerónimo Martins — opera com a Biedronka — deverá passar relativamente incólume a esta decisão, dado que os consumidores “vão adaptar os seus hábitos” de compra de bens alimentares.

Pensamos que a decisão terá um pequeno impacto negativo, pelo menos numa fase inicial até que os consumidores ajustem os seus hábitos. No caso da Biedronka, a maior parte do seu negócio continua relacionado com bens alimentares básicos, o que deverá levar a um impacto ainda mais neutro nas vendas do que no caso de hipermercados e supermercados, com os consumidores a transferirem as compras de domingo para outros dias da semana”, referiram os analistas do Haitong, que se mantêm “Neutros” em relação ao título da Jerónimo Martins, a quem atribui um preço-alvo de 16,7 euros.

Na sessão desta sexta-feira, as ações da Jerónimo Martins seguiam a cair mais de 1% para 14,35 euros.

Segundo um estudo da consultora PwC, o setor do retalho deverá ser particularmente afetado com a proibição de comércio ao domingo. O impacto deverá atingir os 2,1 mil milhões de euros, o que representa 1,4% do total de vendas a retalho. Adicionalmente, o setor deverá perder 36 mil postos de trabalho, perante a quebra do negócio.

Face a este cenário negativo, o Haitong lembra que o governo polaco já por várias vezes pensou em terminar com o comércio ao domingo mas que desistiu sempre de levar a ideia em diante devido ao impacto que terá no mercado de trabalho e nas receitas fiscais. “Contudo, é também verdade que há pressões sobre o aumento dos salários devido à taxa de desemprego historicamente baixa e poderá ser uma boa altura para o Parlamento aprovar a proibição, dado que seria mais fácil de absorver quaisquer potenciais redundâncias”, justificam os analistas da casa de investimento.

“Este será definitivamente um tema para acompanhar nas estimativas para 2017 sobre o setor do retalho polaco”, referiu.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

DGO revela saúde das contas públicas até setembro. No plano empresarial, Jerónimo Martins, BCP e Galp em plena evidência. Porquê?

No último relatório, os dados da Direção-geral do Orçamento apontaram para receitas aquém do aquém do esperado pelas Finanças. A informação relativa à execução orçamental é atualizada esta sexta-feira. No PSI-20, vários destaques: o BCP que passa a valer mais de 1,3 euros, a Jerónimo Martins que duplicou lucros e a Galp que cumpre uma década na bolsa.

Execução até setembro

A Direção-Geral do Orçamento atualiza esta segunda-feira os número da execução orçamental até setembro. No último relatório, relativo até agosto, as receitas das administrações públicas estavam aquém do previsto por Mário Centeno, enquanto a baixa execução de despesas salvavam o número do défice.

BCP vale 1,34 euros

A ação do BCP deixa de valer cêntimos para passar a cotar-se nos 1,3425 euros esta segunda-feira. E isto depois do processo de fusão de ações que o banco levou a cabo para cumprir uma das exigências do grupo Fosun para entrar no capital do banco português.

Say Jerónimo!

Duplicou os números nos primeiros nove meses do ano. A Jerónimo Martins registou um aumento de 98% dos lucros para 501,6 milhões de euros, um resultado para o qual contribui a venda da da Monterroio.

Dez anos de Galp na bolsa

Cumpre-se hoje uma década desde a entrada da petrolífera Galp na bolsa portuguesa. Desde o dia 24 de outubro de 2006, as ações da petrolífera nacional já valorizaram mais de 100%. O aniversário vai ser celebrado na sede da Euronext.

Alívio nos juros?

O mercado já estava a antecipar que a DBRS não ia alterar o rating de Portugal. E confirmou-se. A agência canadiana manteve o país no radar de compras do BCE ao manter o rating da dívida nacional. Os juros da dívida a dez anos renovou mínimos de mais de um mês. Tendência de alívio do risco de Portugal vai continuar?

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.