MLGTS entre as gigantes

Venda da Naturgas pela EDP por 2.500 milhões catapultou escritórios internacionais no topo do ranking da M&A. Mas há sociedades portuguesas em destaque, como a MLGTS, a Cuatrecasas e a Uría.

O mercado de fusões e aquisições em Portugal vive momentos exuberantes por estes dias, mas Eduardo Paulino conta como ainda há um ano tudo era diferente. No final de 2016, os investidores receavam um novo resgate e “queriam ter algum tipo de salvaguarda se alguma coisa corresse mal”, lembra o sócio da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS), sociedade de advogados portuguesa que brilha entre as gigantes internacionais em 2017. “Alguma alteração adversa no país e eles saltavam fora do negócio”, recorda.

Hoje em dia, quem chega aos escritórios desta sociedade de advogados na Rua Castilho, em Lisboa, assume já outra abordagem. “Não sendo incomum este tipo de cláusulas, estes mecanismos de salvaguarda já não são sequer colocados em cima da mesa”, diz Eduardo Paulino.

É o reflexo de um maior otimismo entre os investidores em relação a Portugal. Depois dos anos da crise terem provocado desconfiança lá fora e menos negócios cá dentro, a atividade de M&A (sigla inglesa para fusões e aquisições) está a dar motivos para sorrir às firmas de advogados portuguesas este ano.

Dados até outubro indicam que o mercado de M&A em Portugal vai a caminho do melhor ano desde que a PT Portugal foi comprada pela Altice e a PT SGPS entrou na brasileira Oi, em 2014.

Em outubro de 2017, as operações de M&A envolvendo Portugal ascendiam a 6,6 mil milhões de euros até outubro, um aumento de 30% face ao mesmo período do ano passado, segundo a consultora Dealogic.

Ainda que a venda do Novo Banco – assessorada pela Vieira de Almeida do lado do Banco de Portugal e pela Weil Gotshal & Manges do lado do Lone Star — tenha sido a operação mais badalada nos jornais, é a EDP quem mais tem animado a atividade de M&A ao longo do ano. A elétrica lidera o ranking dos negócios mais valiosos em 2017 com a alienação da Naturgas em Espanha por mais de 2.500 milhões. Esta operação permitiu que sociedades como a King & Wood Mallesons, Linklaters, White & Case e Latham Watkins fossem catapultadas para o topo do ranking de sociedades de advogados com maior envolvimento em operações de M&A em Portugal por volume, de acordo com a Mergermarket.

Banca portuguesa já financia

Na MLGTS, o aumento do negócio tem sido evidente. Os números não desmentem Eduardo Paulino. A firma destaca-se no ranking tanto em termos de volume (1.572 milhões de euros) como em número de operações (sete). “Felizmente, temos merecido a confiança dos nossos clientes”, diz o advogado. Não é só a relação com os investidores que justifica o fulgor do M&A nacional.

Francisco Brito e Abreu, sócio da Uría Menéndez-Proença de Carvalho, que esteve a assessorar a compra da EDP Gás pela REN (530 milhões) e está ainda envolvida na compra da TVI pela Media Capital (440 milhões), salienta que a estabilidade governativa e económica trouxe consigo um perfil de investidores mais institucionais. Isto depois de a crise ter colocado o país no radar dos fundos mais oportunistas. “Temos hoje em dia estes e os outros investidores a coabitar no mesmo mercado, dando maior expressão à atividade de M&A”, frisa o sócio da Uría Menéndez.

O ambiente favorável aos negócios está inclusivamente a chamar a atenção dos bancos nacionais, eles que estiveram arredados destas operações de fusões e aquisições nos últimos anos, nota o advogado. “Finalmente a própria banca portuguesa mostra disponibilidade para financiar e emprestar, coisa rara até há bem pouco tempo.”

Um bom Ano Novo

2017 ainda não terminou e na Cuatrecasas aponta-se para um último trimestre bastante ativo em termos de M&A. Pelas mãos da equipa liderada por Diogo Horta Osório passaram oito negócios até ao momento (incluindo a venda da Lesternergia à Saeta Yield por 186 milhões). Mas até ao soar das 12 badaladas deverão passar mais operações pelos escritórios da firma, o que permitirá cimentar a liderança no ranking de número de operações.

“O último trimestre é sempre mais expressivo e mais importante para a atividade de M&A”, vaticina Horta Osório.
Sinal de um bom ano novo? “Estou particularmente otimista para 2018”, diz o partner da Cuatrecasas. Lembra que há setores mais quentes do que outros: “Imobiliário e ativos turísticos são claramente targets para operações de M&A.”


Estas expectativas positivas são partilhadas pela MLGTS e Uría Menéndez. “Vemos algum pipeline de transações importantes”, confidencia Eduardo Paulino. “Tem sido um bom ano em termos de M&A e a perspetiva continue animado em 2018”, antevê Francisco Brito e Abreu.

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PSD: Governo só quer “manutenção do poder”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 26 Dezembro 2017

Pela voz de Hugo Soares, o PSD considera que "a maioria está esgotada nela própria e há só um objetivo de António Costa: a sua manutenção do poder".

O Partido Social Democrata foi o último a reagir à mensagem de Natal do primeiro-ministro, mas, pela voz do líder parlamentar, não poupou as críticas. “O senhor primeiro-ministro perdeu uma excelente oportunidade para mostrar ambição para o futuro. Este não é um Governo com projetos de futuro, a maioria está esgotada nela própria e há só um objetivo de António Costa: a sua manutenção do poder“, defendeu Hugo Soares.

Em declarações aos jornalistas na sua cidade natal, Viana do Castelo, e transmitidas pela RTP3, o social-democrata afirmou que o Governo e António Costa estão “tão esgotados que não conseguem aproveitar com ambição a conjuntura externa”, um reparo apontado também pelo CDS, no dia anterior. “O ano que passou foi penoso, o Governo começou de forma tímida a aproveitar a conjuntura externa”, continuou Soares, enumerando que “o emprego criado não é de qualidade”, “a precariedade tem vindo a aumentar” e “não sabemos que estabilidade vamos ter na legislação laboral”.

Continuando a linha da manutenção do poder, Soares afirmou ainda que António Costa não conseguiu trazer, com esta mensagem de Natal, “nada de novo ao discurso político” e que “o que aparenta é que este Governo não é capaz de apresentar nada de novo senão uma gestão do dia-a-dia”. Para Hugo Soares, esta foi também uma “oportunidade desperdiçada” de apresentar reformas para a saúde, para a educação, na ligação das universidades com as empresas e, em geral, “reformas estruturais”.

A propósito dos incêndios acrescentou ainda que António Costa “chega sempre tarde aos problemas”, sendo que “acordou tarde para um falhanço do Estado e do seu Governo” e “mostrou incapacidade de responder às pessoas” afetadas pelos incêndios.

(Notícia atualizada às 11h55 com mais informação)

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Reino Unido: Brexit fará subir preços a retalho

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

A conselheira-delegada do consórcio britânico advertiu que o custo dos produtos de consumo diário aumentarão logo que se concretize a saída do Reino Unido da União Europeia.

Os consumidores do Reino Unido vão enfrentar uma subida dos preços depois do Brexit caso o país não faça novos acordos comerciais idênticos aos negociados entre a União Europeia e os países terceiros, advertiu esta terça-feira o consórcio britânico de Comércio Retalhista.

A conselheira-delegada do consórcio britânico (BRC), Helen Dickinson, advertiu, numa entrevista à emissora britânica BBC Radio 4, que o custo dos produtos de consumo diário, nomeadamente a alimentação e o vestuário, aumentarão logo que se concretize a saída do Reino Unido da União Europeia, uma vez que este país perderá os acordos preferenciais que possui com os países-membros do bloco comunitário.

Uma diretiva comunitária estabelece ainda que o Reino Unido beneficia de taxas alfandegárias nulas ou taxas alfandegárias baixas sobre as importações devido aos acordos de comércio preferencial estabelecidos entre a União Europeia e 73 países fora do bloco comunitário. Estes acordos terminarão no momento em que este país perder o vínculo com os 27 Estados-membros da União Europeia.

"O que é importante, desde agora até 2019, é prosseguir com trabalho que o Reino Unido tem entre mãos, isto é, centrar-se em assinar novos acordos preferenciais idênticos aos atualmente existentes.”

Helen Dickinson

Conselheira-delegada do consórcio britânico

“A 29 de março de 2019 ficaremos fora de todos os acordos. A partir de então, esses acordos preferenciais deixarão de aplicar-se ao Reino Unido”, disse Dickinson em declarações hoje à BBC Radio 4. A conselheira-delegada do BRC realçou também que “o que é importante, desde agora até 2019, é prosseguir com trabalho que o Reino Unido tem entre mãos, isto é, centrar-se em assinar novos acordos preferenciais idênticos aos atualmente existentes”.

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Salários sobem, mas sindicatos querem mais. “2018 vai ser ano de confronto”

Os salários estão a aumentar este ano e a atualização do salário mínimo vai obrigar a mais subidas em 2018. Os patrões esperam, por isso, um ano "tranquilo". Os sindicatos exigem mais.

O ano foi de brilharetes económicos, mas não deixou de ser marcado por lutas sindicais. Numa altura em que os dados mostram uma clara aceleração da economia, e depois de a função pública ter visto revertidas algumas das medidas impostas na era da troika, os privados prometem aumentar a pressão, exigindo aumentos salariais e melhorias nas condições laborais. Os salários continuam a ser prioridade na agenda sindical e ganham novo ímpeto com a atualização do salário mínimo nacional para os 580 euros. Os patrões falam em “tranquilidade” para o próximo ano, mas a maior central sindical do país avisa que 2018 vai ser, inevitavelmente, de “confronto”.

A evolução do número de pré-avisos de greve mostra bem como os trabalhadores exigiram mais neste ano. Até novembro, a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) já regista 570 pré-avisos de greves no conjunto do setor empresarial do Estado e do setor privado. Destes, 429 são pré-avisos feitos no privado. No conjunto do ano passado, deram entrada nesta direção 488 pré-avisos de greve (dos quais 365 relativos ao privado). Ainda não estão disponíveis dados sobre as greves efetivamente realizadas este ano, mas a DGERT dá ainda conta de que foram alcançados 65 acordos entre as entidades patronais e os trabalhadores.

E os protestos estão a chegar a setores ou empresas que raramente, ou mesmo nunca, foram afetadas por greves. Foi o caso da Autoeuropa, cujos trabalhadores fizeram este ano a primeira greve desde que a fábrica de Palmela foi fundada, em 1995. Para fevereiro, está já marcada nova paralisação de dois dias na Autoeuropa. Foi também o caso da Ryanair, onde a ameaça da primeira greve da história da companhia aérea low cost, a que os pilotos portugueses também planeavam aderir, levou a administração a ceder e a reconhecer os sindicatos como representantes legítimos dos seus trabalhadores, o que não acontecia até agora.

Ou o dos trabalhadores de lojas, super e hipermercados, que fizeram greve nesta época natalícia. Ou, ainda, o dos trabalhadores da hotelaria, turismo e restauração, que se manifestaram em outubro, para exigir à Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) aumentos salariais em linha com a evolução dos indicadores do turismo e um reforço dos direitos laborais.

O contexto é diferente para cada um destes protestos, mas as reivindicações são transversais aos vários setores: aumentos salariais, melhorias nos horários de trabalho e introdução de benefícios, como seguros de saúde.

A justificar esta intensificação dos protestos estão, para Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, dois fatores. Primeiro, “num quadro de crescimento económico, não se justifica que se continue a verificar, por parte das confederações e associações patronais, o bloqueio da contratação coletiva e a não atualização dos salários”. Por outro lado, “a situação que hoje se verifica não está desligada das legítimas expectativas que foram criadas sobre a revogação das normas gravosas do Código do Trabalho, como a contratação coletiva, a facilitação dos despedimentos e a redução das indemnizações por despedimento”.

"Num quadro de crescimento económico, não se justifica que se continue a verificar, por parte das confederações e associações patronais, o bloqueio da contratação coletiva e a não atualização dos salários.”

Arménio Carlos

Secretário-geral da CGTP

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), também reconhece que “as propostas para a contratação coletiva estão a ser mais puxadas”. Mas, em geral, as negociações para aumentos salariais “estão a ser fechadas entre 2% e 2,5%”, ou seja, um ponto percentual acima da inflação, “o que é normal”, considera. Já a UGT defende “um referencial de aumentos entre 3% e 4%”, tendo também “em conta os dados macroeconómicos”, nota Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT. No entanto, os acordos fechados têm incidido sobre valores mais baixos, adianta ainda, defendendo que existe “margem negocial”. A crispação entre empresas e trabalhadores tem existido em alguns setores, mas “está mais atenuada”, refere o dirigente.

É certo que os salários estão a aumentar, mas não ao ritmo reivindicado pelos sindicatos. No primeiro semestre deste ano, segundo os dados da DGERT, as convenções coletivas publicadas permitiram aumentos nominais médios nos salários de 2,9%. No terceiro trimestre, foram de 2,7%. Este valor, calculado tendo em conta o aumento médio dos salários relativamente à tabela salarial anterior, reflete o efeito do aumento do salário mínimo nacional, que em 2017 foi atualizado de 530 para 557 euros. Descontando este efeito, os salários negociados na contratação coletiva no terceiro trimestre aumentaram, em média, apenas 1,4% em termos nominais e 0,7% em termos reais, isto é, descontando o valor da inflação.

Enquanto isso, em alguns setores, o volume de negócios das empresas cresce a um ritmo bem mais acelerado. O caso mais emblemático de disparidade entre o ritmo de crescimento dos negócios e os aumentos salariais será o do turismo. Enquanto as receitas turísticas estão a crescer mais de 19% este ano, ultrapassando já os 13 mil milhões de euros no final de outubro, os salários negociados na contratação coletiva deste setor aumentaram uma média de 3,9% no terceiro trimestre.

Apesar deste contexto, António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, não vê tensões acrescidas entre patrões e trabalhadores, e nota até que “já há mais trabalhadores abrangidos pela contratação coletiva e os contratos coletivos estão a ser revistos em algumas matérias”. Mas poderá haver mais conflitualidade em 2018? Depende, sobretudo, da estratégia político-sindical, diz. “As coisas estão a desenvolver-se com tranquilidade, a não ser que haja alguma estratégia político-sindical da esquerda parlamentar e da CGTP”, conclui Saraiva.

"As coisas estão a desenvolver-se com tranquilidade, a não ser que haja alguma estratégia político-sindical da esquerda parlamentar e da CGTP.”

António Saraiva

Presidente da CIP

Já se sabe que o salário mínimo nacional vai aumentar de 557 euros 580 euros já a 1 de janeiro de 2018, o que, de acordo com o Governo “beneficiará mais de 800.000 trabalhadores”. Contudo, esta subida ficou aquém do que pediam os sindicatos. A UGT queria 585 euros, a CGTP exigia 600. Logo depois de ter sido anunciada a atualização do salário mínimo, Arménio Carlos avisou que fará o possível, nas empresas e na contratação coletiva, para que o salário mínimo “de referência seja 600 euros”.

O sindicalista antecipa, assim, um ano diferente daquele que os patrões preveem. “É por demais evidente” que as empresas têm condições para aumentar os salários, mas “as confederações patronais não querem abdicar dos seus privilégios e estão numa postura de rejeição de qualquer alteração da legislação laboral”. Por isso, acredita, “é inevitável que o ano de 2018 seja um ano de confronto entre as posições de sindicatos e as associações e confederações patronais”.

"É inevitável que o ano de 2018 seja um ano de confronto entre as posições de sindicatos e as associações e confederações patronais.”

Arménio Carlos

Secretário-geral da CGTP

O secretário-geral da CGTP lança ainda críticas ao Executivo de António Costa pela demora em “recorrer à Assembleia da República para resolver de forma definitiva” problemas na contratação coletiva. “O Governo não pode, por um lado, dizer que a atual legislação de trabalho desequilibrou as relações de trabalho e, depois, ter o poder de avançar com medidas para resolver o problema, sabendo de antemão que essas medidas serão aprovadas na Assembleia da República, e não o fazer“, aponta Arménio Carlos. “É uma questão de opção política”.

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Revista de imprensa internacional

  • Juliana Nogueira Santos
  • 26 Dezembro 2017

Depois do Natal, o Boxing Day chega às lojas britânicas com mais clientes e os cortes orçamentais chegam à ONU, vindos de território norte-americano. Em Espanha, a produção automóvel está em queda.

Depois do Natal, o Boxing Day chega às lojas britânicas com mais clientes e os cortes orçamentais chegam à ONU, vindos de território norte-americano. Em Espanha, a produção automóvel está em queda, algo que não acontecia há cinco anos, e no Brasil, a maioria da população, está contra os planos de privatização de Michel Temer. Estes e outros assuntos que marcam as primeiras páginas dos meios de comunicação internacionais nesta terça-feira.

The Guardian

Britânicos vão gastar mais no Boxing Day que na Black Friday

O Boxing Day, uma tradição britânica que marca o início dos saldos de inverno, trará milhões de clientes às lojas. Para além de estar previsto um aumento de 6% dos visitantes que nos dias normais, um estudo do Barclaycard aponta que mais de metade destes esperam gastar mais neste dia do que na Black Friday. Para além dos saldos, o aumento de preços que se vai sentir no início deste ano vai levar ainda mais britânicos à procura dos melhores preços. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

The Washington Post

EUA negociaram corte de 285 milhões no orçamento para a ONU

Em linha com o que o Presidente dos Estados Unidos já veio a público afirmar, o Governo afirmou que estão em curso negociações para o corte de mais de 285 milhões de dólares no orçamento para as Nações Unidas. Como justificação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, afirmou que “a ineficácia e as despesas excessivas” da organização são conhecidas e que, não ia deixar que a ONU “tirasse vantagem da generosidade do povo norte-americano”. Leia a notícia completa no The Washington Post (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Quartz

Tecnológicas aumentaram em 251% o salário médio em Minato

Os salários em Minato, a zona de Tóquio onde se localizam as sedes das gigantes Google, Honda, Apple e Sony, escalaram 251% entre 2012 e 2016. O salário médio anual em Tóquio avançou apenas 7% no mesmo período. O Japão tem sido considerado um exemplo que igualdade salarial entre os países mais desenvolvidos, contudo a presença destas grandes empresas em território nipónico tem feito avançar os orçamentos da população. Leia a notícia completa no Quartz (acesso livre/conteúdo em inglês)

Cinco Días

Produção de automóveis em Espanha cai pela primeira vez em cinco anos

Pela primeira vez em cinco anos, as fábricas de automóveis em Espanha registam quebras. A indústria irá fechar o ano de 2017 com 2,87 milhões de unidades fabricadas, 1% abaixo dos 2,89 milhões registados em 2016 e o número mais baixo desde 2012. Seis das catorze fábricas presentes no país reduziram a sua produção devido à diminuição da procura dos novos modelos, registando-se assim a taxa de produção mais baixa da última década. Leia a notícia completa no Cinco Diás (acesso livre/conteúdo em espanhol)

Folha de São Paulo

Sete em cada dez brasileiros são contra as privatizações

À luz do plano de Michel Temer de privatizar empresas como a Petrobras e vários aeroportos, sete em cada dez brasileiros são contra a operação de passar para mãos de privados estas empresas. Segundo um inquérito do Folha de São Paulo, 67% da população vê mais prejuízos que benefícios na venda de empresas nacionais a estrangeiros, sendo que a oposição a estas privatizações é transversal a todas os sexos, graus de escolaridade, regiões, preferências partidárias e graus de aprovação à administração Temer. Leia a notícia completa no Folha de São Paulo (acesso livre/conteúdo em português)

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Anatel alinha com Pharol: há ilegalidades no plano de recuperação judicial da Oi

O presidente do regulador brasileiro das telecomunicações afirmou que existem ilegalidades no plano de recuperação judicial da Oi, já aprovado pelos credores. Prefere a venda da empresa já em 2018.

O presidente da Anatel, o regulador brasileiro das comunicações, afirmou que existem ilegalidades no plano de recuperação judicial da Oi aprovado pelos credores na semana passada. No entanto, Juarez Quadros vê com bons olhos a entrada de um investidor estrangeiro na empresa já no próximo ano, pelo que o plano não impede a reestruturação da maior operadora de telecomunicações do Brasil, de acordo com o Valor Econômico [acesso pago].

Juarez Quadros alinha assim com a opinião da Pharol PHR 0,00% , antiga holding da Portugal Telecom e o maior acionista da Oi, com cerca de 27% do capital. Em meados de dezembro, a empresa de Luís Palha da Silva afirmava que o plano incluía “medidas de duvidosa legalidade”.

Segundo o Valor Econômico, o presidente da Anatel defendeu a aplicação de uma medida provisória que desse “abrigo legal” às dívidas da operadora ao regulador. Em causa, uma dívida de 14,4 mil milhões de reais, cerca de 3,6 mil milhões de euros, valor que engloba, entre outros créditos, multas que já transitaram em julgado e outras ainda na esfera administrativa. Este montante é devido ao erário público brasileiro e é reconhecido pela empresa.

Quadros garantiu ainda que é viável a entrada de um investidor estrangeiro no capital da empresa. “O plano, sendo aceite pela Justiça, em primeira instância, já é uma demonstração de que se quer uma solução para a companhia. O próprio presidente da Oi, Eurico Teles, já disse que a empresa está pronta a ser vendida”, afirmou, citado pelo jornal brasileiro. “Com isso, a iminente intervenção praticamente se afasta”, frisou.

A Oi encontra-se ao abrigo de um plano de recuperação judicial para evitar a sua falência. O plano aprovado pelos credores, que ainda está sujeito à avaliação da Justiça brasileira, prevê uma conversão de dívida até 75% do capital da operadora brasileira. Isto implica que, quando plano estiver concluído, serão os credores a ficarem com o controlo da Oi, enquanto os atuais acionistas irão ver as suas participações reduzidas. O processo é reconhecido em Lisboa.

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Ronaldo deveria estar preso, diz o Fisco espanhol

  • ECO
  • 26 Dezembro 2017

O jogador de futebol terá usado uma sociedade offshore nas ilhas virgens britânicas para não ver tributados os seus direitos de imagem.

Cristiano Ronaldo deveria ser preso por não declarar 14,7 milhões de euros. Esta é a avaliação de Caridad Gómez Mourelo, a responsável pela Unidade Central de Coordenação do Tesouro espanhol para Delito Fiscal. Perante o Tribunal de primeira instância de Pozuelo de Alarcón, a responsável disse, há duas semanas, que a fraude atribuída ao jogador do Real Madrid é “muito grave” e frisou que contribuintes com delitos muito menos graves já estão, presentemente, na prisão.

Segundo declarações exclusivas a que o jornal El Mundo teve acesso, a especialista em crimes fiscais disse: “Sinceramente temos pessoas na prisão por terem deixado de pagar 125.000 de euros”, sublinha.

Mourelo acrescenta ainda que Ronaldo incorre em, pelo menos, quatro crimes de evasão fiscal de forma voluntária e que a situação não resulta de erros técnicos a serem resolvidos pelas instâncias administrativas, como refere a defesa do jogador.

Ronaldo, nas palavras da representante da autoridade fiscal espanhola, terá tributado os seus direitos de imagem através de “testas de ferro e paraísos fiscais”. O português serviu-se da sua sociedade offshore, a Tollin Associates, para que pudesse ocultar a sua identidade e assim não declarar os rendimentos.

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Bitcoin volta a engordar um dia depois do Natal

Depois de uma semana de perdas significativas, as principais criptomoedas recuperam valor. Bitcoin avança quase 11% para 15.252 dólares, acompanhada pelos futuros.

A Bitcoin retomou os ganhos depois da pressão que se instaurou no mercado das criptomoedas durante a época natalícia. Depois da queda de mais de 26% desde o passado dia 18 de dezembro, altura em que a moeda virtual namorou a meta dos 20.000 dólares, a divisa avança 10,78% esta terça-feira para perto dos 15.252 dólares, de acordo com a Bloomberg.

No mercado dos futuros, o contrato de Bitcoin da CBOE com fim em janeiro do próximo ano segue a par e passo com o valor da moeda. Negoceia-se a 15.250 dólares, uma subida de 9,32%. O mesmo tipo de contrato na corretora CME, com fim em janeiro, avança 8,74% para 15.370 dólares.

Bitcoin retoma ganhos um dia depois do Natal

Fonte: Bloomberg

Um dia depois do Natal, em que as bolsas se encontram encerradas na Europa e Estados Unidos, as quatro principais criptomoedas (Bitcoin, Ethereum, Bitcoin Cash e Litecoin) cotam no verde. Concretamente, o Ethereum, a moeda vista como a principal alternativa à Bitcoin, recupera 2,04% para 781,37 dólares cada moeda. Já a Bitcoin Cash, uma moeda que derivou da Bitcoin, avança 7,34% para 2.831,94 dólares. A Litecoin soma 1,83% para 278,77 dólares.

Os próximos dias ditarão se a Bitcoin será capaz de bater o patamar dos 20.000 dólares até ao final do ano, como anteciparam alguns analistas, ainda que haja previsões para todos os gostos. Para já, os ânimos estarão mais calmos entre os investidores desta divisa digital, depois de uma semana de quedas que coincidiu com os alertas de várias autoridades financeiras para o elevado risco deste tipo de ativo, de acordo com a Bloomberg.

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Cerca de 6.500 alojamentos locais ilegais registados este ano

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

O alojamento local em Portugal mais do que quadruplicou nos últimos três anos, passando de cerca de 13 mil estabelecimentos registados até 2014 para mais de 55 mil espaços.

Quase um terço dos estabelecimentos de alojamento local registados este ano dizem respeito “única e exclusivamente” a legalizações, devido à obrigação de as plataformas eletrónicas exigirem o número de registo, de acordo com a associação do setor.

“Com a nova legislação que obrigou as plataformas a exigirem os números de anúncios, o número de legalização teve um crescimento importantíssimo. Estima-se que este ano, das novas aberturas, que foram cerca de 18 mil, 6.500 digam respeito única e exclusivamente a esta ação de legalização”, declarou à agência Lusa o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda, advogando que esta “foi talvez das ações de legalização mais importantes e com maior efeito que já se fizeram até hoje”.

[Esta] foi talvez das ações de legalização mais importantes e com maior efeito que já se fizeram até hoje.

Eduardo Miranda

presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal

Segundo dados do Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local (RNAL), disponibilizado pelo Turismo de Portugal, o alojamento local em Portugal mais do que quadruplicou nos últimos três anos, passando de cerca de 13 mil estabelecimentos registados até 2014 para mais de 55 mil espaços hoje existentes um pouco por todo o país.

Até 15 de dezembro deste ano, estavam registados 55.345 espaços desta tipologia de empreendimentos turísticos, localizados maioritariamente nos concelhos de Lisboa (10.611), Porto (4.881) e Albufeira (4.815).

Ao longo do ‘boom’ do alojamento local, o maior crescimento foi registado este ano, com 19.493 estabelecimentos licenciados até 15 de dezembro, um número ainda superior ao indicado pela ALEP. Em 2016 foram abertos 11.733, em 2015 foram 10.535 e em 2014 foram 4.041 espaços.

Para o responsável da ALEP, um dos maiores obstáculos ao futuro do setor é a instabilidade legislativa, nomeadamente as propostas apresentadas por vários grupos parlamentares para limitar o alojamento local devido ao arrendamento tradicional, que se preveem que sejam discutidas no início do próximo ano. “As constantes alterações trazem sempre instabilidade e ninguém quer investir, arriscar a sua vida, o seu futuro, num ambiente que é instável”, afirmou Eduardo Miranda, defendendo que é necessário “estabilizar em termos fiscais o setor”.

As constantes alterações trazem sempre instabilidade e ninguém quer investir, arriscar a sua vida, o seu futuro, num ambiente que é instável.

Eduardo Miranda

Presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal

Na perspetiva do representante dos titulares de alojamento local, as propostas dos grupos parlamentares são “precipitadas” e “desajustadas”, pelo que “podem colocar milhares e milhares de famílias em causa, podem colocar o próprio setor como um todo em causa”.

Para discussão na Assembleia da República estão projetos de lei do PS, que propõe a obrigatoriedade de a assembleia de condóminos autorizar o titular da exploração do estabelecimento a exercer a atividade numa fração do prédio; do PCP, que quer que o alojamento local seja autorizado pelos restantes condóminos e que as câmaras possam limitar até 30% a ocupação deste tipo de atividade; e do BE, que pretende “delimitar o conceito de alojamento local, considerando-o uma partilha temporária de habitação, parcial ou na totalidade, mas que é ocupada como tal apenas numa parte do ano, até 90 dias, quando se trata de apartamentos ou moradias por inteiro”.

Visando também alterar o Regime Jurídico de Exploração dos Estabelecimentos de Alojamento Local, o CDS-PP apresentou um projeto de lei para clarificar que “qualquer oposição do condomínio à exploração de estabelecimentos de alojamento local deve constar do título constitutivo da propriedade horizontal”.

Sobre o impacto do alojamento local no arrendamento tradicional, o presidente da ALEP advogou que é uma questão pontual, considerando que “todo o debate que está a ser gerado em torno da habitação diz respeito a três freguesias quando o alojamento local está em 1.587 freguesias”.

Neste sentido, qualquer medida que seja restritiva ao alojamento local “só pode ser pensada em situações excecionais, ou seja, não se vai criar restrições onde não há problemas”, defendeu Eduardo Miranda, acrescentando que “com algum bom senso e alguma criatividade se encontram soluções construtivas”. Para a ALEP, o principal desafio “é tornar o arrendamento tradicional mais atrativo”.

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Ainda há 47 milhões em notas de escudo por trocar

  • ECO
  • 26 Dezembro 2017

Os portugueses tem guardados, por esquecimento ou por colecionismo, 46,6 milhões de euros em notas de escudo que deixam de poder ser trocadas no dia 1 de janeiro.

Com o início do próximo ano, 4,2 milhões de notas de escudo que os portugueses ainda mantêm em casa deixam de poder ser trocadas, estas no valor de 46,6 milhões de euros. Os dados são do Banco de Portugal e foram avançados pelo Diário de Notícias, esta terça-feira.

As notas que vão deixar de ser aceites para troca pelo regulador bancário serão a de dez mil escudos, com a efígie de Egas Moniz, a de cinco mil escudos, representada por Antero de Quental, a de dois mil escudos, com Bartolomeu Dias, e a de mil escudos, com o rosto de Teófilo Braga.

Entre estas, são 2,7 milhões as notas de mil escudos que continuam guardadas, o que equivale a 13 milhões de euros, e 400 mil as de cinco contos, ou seja, 18 milhões de euros. Assim, até 29 de dezembro, pode dirigir-se a um balcão de um banco para trocar estas notas, sendo que o prazo de troca assinala os 20 anos desde que estas saíram de circulação.

A partir de 1 de janeiro restam apenas seis notas a serem aceites para troca: as de dois, cinco, dez e mil escudos, e ainda uma de quinhentos. São ainda 107,1 milhões de euros guardados por esquecimento ou por colecionismo.

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CDS regista que PM corrigiu discurso sobre incêndios, mas lamenta omissão sobre legislação laboral

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

O CDS considerou ainda que o primeiro-ministro falou “muito vagamente” sobre o que há a fazer no futuro em matéria de prevenção de incêndios, lembrando que o partido apresentou propostas concretas.

O CDS-PP registou esta segunda-feira, na mensagem de Natal do primeiro-ministro, “uma correção” do discurso de António Costa sobre os incêndios, mas lamentou a ausência de compromissos quanto à estabilidade da legislação laboral e a políticas de atração de investimento.

“Em primeiro lugar, o CDS regista uma correção do primeiro-ministro em relação a outras intervenções recentes de balanço designadamente na matéria dos incêndios, que foi o que mais marcou o país e que desta vez o primeiro-ministro relevou na sua intervenção”, destacou o porta-voz do CDS-PP João Almeida, numa reação à mensagem de Natal de António Costa.

O primeiro-ministro afirmou segunda-feira, na tradicional mensagem de Natal, que a prioridade do Governo em 2018 será “mais e melhor” emprego e prometeu, “naquilo que é humanamente possível”, total empenhamento para evitar novas tragédias com incêndios. António Costa dedicou toda a primeira parte da mensagem de Natal às tragédias ocorridas com os incêndios em junho e em outubro deste ano, dizendo que o Governo nunca esquecerá “a dor e o sofrimento das pessoas, nem o nível de destruição” provocado por estas catástrofes.

Para o porta-voz do CDS-PP, registam-se ainda “muitas insuficiências e muitas indefinições” em matéria de incêndios, apontando que há “muita gente que ainda não sabe quando vai ter a sua casa reconstruída, muita gente que não sabe quando a sua empresa vai voltar a laborar como antes” e, sobretudo, o facto de as famílias das vítimas mortais ainda não terem recebido o valor genérico predefinido para as indemnizações.

O deputado do CDS-PP considerou ainda que o primeiro-ministro falou “muito vagamente” sobre o que há a fazer no futuro em matéria de prevenção de incêndios, lembrando que o partido apresentou propostas concretas, como a criação de um estatuto fiscal para o interior, que não mereceram aprovação.

Já sobre a parte do discurso de António Costa relativa à situação económica e financeira do país, João Almeida salientou que os atuais resultados “são profundamente influenciados pela conjuntura internacional” e, a nível interno, por “cativações pouco transparentes” que não permitiram que o Estado “desempenhasse as suas funções de forma eficaz” em áreas como a saúde e educação.

“O CDS considera que devia ter havido neste discurso maior detalhe sobre questões essenciais para que estes resultados conjunturais possam transformar-se em algo de estrutural. Para isso era importante que tivesse havido um compromisso de estabilidade na legislação laboral, e não houve, e também um compromisso sobre políticas que atraiam o investimento”, referiu.

Era importante que tivesse havido um compromisso de estabilidade na legislação laboral, e não houve, e também um compromisso sobre políticas que atraiam o investimento.

João Almeida

Porta-voz do CDS-PP

Manifestando concordância com a prioridade ao emprego definida por António Costa, o porta-voz do CDS voltou a afirmar que a descida do desemprego começou ainda que essa redução do desemprego começou no anterior Executivo. “É preciso que o Governo esteja à altura em situações como a Autoeuropa, que é uma preocupação profunda e representa muitos postos de trabalho diretos e indiretos, e nunca viveu uma situação de instabilidade como atualmente”, alertou.

Sobre o facto de o primeiro-ministro ter afirmado que o país se libertou da austeridade e conquistou a credibilidade, João Almeida contrapôs que “a austeridade começou com o Partido Socialista e começou a acabar com o Governo anterior”, do PSD e CDS-PP. “Esse discurso do fim da austeridade não tem tradução, por exemplo, na saúde com o aumento dos pagamentos em atraso […] ou na enorme confusão na administração pública quanto à reposição das carreiras”, apontou.

Esse discurso do fim da austeridade não tem tradução, por exemplo, na saúde com o aumento dos pagamentos em atraso […] ou na enorme confusão na administração pública quanto à reposição das carreiras.

João Almeida

Porta-voz do CDS-PP

Para 2018, João Almeida assegurou que o CDS manterá “uma oposição firme” e continuará “o trabalho de construção de uma alternativa para as próximas legislativas”, nomeadamente através da iniciativa ‘Ouvir Portugal’, em que os democratas-cristãos estão a ouvir vários setores da sociedade civil.

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Marcelo pede rapidez na criação da nova política florestal

  • ECO
  • 26 Dezembro 2017

O Presidente da República quer conhecer "as linhas fundamentais" do que vai mudar no combate e prevenção dos incêndios até ao final da primavera. "Parece-me muito importante", disse Marcelo.

O Presidente da República espera que se conheçam, “antes do fim da próxima primavera”, as “linhas fundamentais” do que vai mudar no combate e prevenção de incêndios florestais em Portugal. Numa entrevista ao Público [acesso condicionado], por ocasião do Natal em Pedrógão Grande, onde deflagrou o grande incêndio de junho, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que se deve “avançar rapidamente com uma política florestal”.

Questionado sobre se já tem conhecimento do que vai mudar em 2018 em matéria de combate e prevenção dos fogos, o Chefe de Estado respondeu que esse é um tema que “está a ser estudado, sob orientação de um especialista”.

“Penso que se ganha em que seja rápido, por uma razão óbvia: porque, embora o próprio especialista já tenha dito que pôr de pé o sistema demora tempo, perceber as linhas fundamentais antes do fim da próxima primavera parece-me muito importante”, frisou.

Acerca do facto de ainda não terem sido pagas indemnizações às vítimas dos incêndios deste ano, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que “houve uma questão burocrática”. “Cada caso é um caso. E era preciso ficar provado o que é que se tinha passado. Isso demorou tempo e fez com que nenhum requerimento tivesse entrado na Provedoria de Justiça”, referiu.

E acrescentou: “Ultrapassada essa questão, eu penso que está em curso, e espero que o mais rápido possível seja concluído o processo na Provedoria de Justiça. A provedora está muito empenhada nisso, quer em relação a esta área [Pedrógão Grande], quer em relação à área de [dia 15 de outubro]”, indicou o Presidente.

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