Greve da CP foi desconvocada

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

A greve estava marcada para amanhã, quinta-feira. O dirigente da FECTRANS fala do começo de um "processo negocial".

As organizações sindicais do setor ferroviário desconvocaram esta quarta-feira a greve que estava marcada para quinta-feira, véspera de feriado, disse o dirigente da FECTRANS, José Manuel Oliveira, à Lusa.

“Acabámos de sair de uma reunião no Ministério do Planeamento com um princípio de entendimento e, por isso, decidimos desconvocar a greve“, disse o dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).

A greve tinha sido convocada pelas organizações sindicais de várias empresas do setor ferroviário – CP, IP, Medway, Takargo- contra a nova regulamentação do setor que iria entrar em vigor em dezembro.

“Ficou acordado que a nova regulamentação não irá entrar em vigor agora e que vai desenrolar-se um processo negocial“, contou José Manuel Oliveira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Plataforma: Banca quer rapidez a tirar carimbo do malparado para acelerar limpeza do balanço

Os bancos querem que as empresas que vão ser incluídas na plataforma do malparado percam rapidamente este "carimbo" para que possam voltar a receber financiamento.

A plataforma para resolver o malparado é positiva, mas há que resolver outra questão: as empresas com créditos em incumprimento têm de perder rapidamente esse “carimbo” para que os bancos possam voltar a conceder crédito. Esta é a ideia partilhada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novo Banco e BCP, os três bancos que participam nesta plataforma. Mais novidades sobre esta solução? Só para o ano.

O presidente do BCP está otimista quanto à plataforma para limpar o malparado, uma vez que “vai ser um apoio à regeneração de um conjunto de empresas”, diz Nuno Amado no âmbito do Fórum Banca, promovido pelo Jornal Económico e PwC. Mas, para que tenha o efeito pretendido, há que resolver um problema: estas empresas “têm um carimbo”, o que dificulta a cedência de mais crédito, afirma Nuno Amado. Mas a rapidez com que as empresas perdem o carimbo depende do banco liderado por Mario Draghi.

É necessário que o Banco Central Europeu (BCE) valide alterações no sentido de mais rapidamente deixar de contabilizar estes processos em reestruturação como créditos em incumprimento, retirando-lhes este rótulo que faz com que continuem a pesar nos rácios dos bancos. Retirar esse grão de areia do processo levará a que os bancos mais facilmente procurem encontrar soluções duradouras para estas empresas.

Novidades sobre a plataforma? Só para o ano

A Plataforma de Gestão de Créditos Bancários, conhecida como ACE, vai ser criada muito em breve. CGD, BCP e Novo Banco assinaram o memorando de entendimento para colocar este mecanismo que quer solucionar os créditos em incumprimento em funcionamento. “Haverá novidades no próximo ano”, revela Paulo Macedo, presidente da CGD, no Fórum Banca.

“Estamos com valores [de malparado] muito acima dos nossos concorrentes europeus” e “isto reflete-se no rating dos bancos. Temos de trabalhar nesse sentido”, salienta o presidente do banco público.

Um esforço de limpeza de malparado que terá de ser feito sobretudo pelas instituições financeiras. “A plataforma terá um papel decisivo”, mas “a maioria do esforço é da iniciativa dos bancos”, remata Paulo Macedo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Chineses da TAP fazem marcha atrás nas compras de 33 mil milhões

  • ECO
  • 29 Novembro 2017

HNA Group vai reverter o plano de compra de ativos em todo o mundo, que totaliza já os 34 mil milhões de euros, isto depois das restrições impostas pelas autoridades chinesas.

Os acionistas chineses da TAP vão inverter a marcha no seu plano de aquisição de ativos em todo o mundo que ascende já a 34 mil milhões de euros. Esta reversão surge depois de as autoridades de Pequim terem colocado várias companhias chinesas sob investigação, incluindo o HNA Group, e de terem colocado restrições severas no investimento das empresas chinesas fora do país.

Adam Tan, diretor executivo da empresa chinesa, declarou pela primeira vez em público que o grupo está a considerar desinvestir em alguns ativos que adquiriu nos últimos anos.

“Farei o meu melhor para abandonar investimentos que foram permitidos no passado mas que não são agora permitidos”, referiu Tan em Pequim esta terça-feira, citado pelo jornal britânico Financial Times (conteúdo em inglês/acesso pago).

O HNA Group detém uma posição indireta no capital da TAP, através de uma participação na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a consórcio Atlantic Gateway) e de uma participação de 5,6% na Atlantic Gateway.

Nos meses mais recentes, o HNA Group assim como outros conglomerados como a Fosun ou a Dalian Wandan entraram no radar das autoridades chineses devido às suas políticas de expansão internacional bastante agressivas. Por causa do elevado investimento fora de portas, o Governo de Pequim proibiu recentemente investimentos em setores como o desporto e entretimento.

"Farei o meu melhor para abandonar investimentos que foram permitidos no passado mas que não são agora permitidos.”

Adam Tan

Diretor executivo do HNA Group

A suíça Gategroup, que o HNA comprou no ano passado por 1,4 mil milhões de dólares, informou na passada terça-feira que está a explorar uma eventual dispersão de capital em bolsa. Já antes, no início do mês, os chineses chegaram a acordo para vender a sua posição no grupo hoteleiro espanhol para melhorar a sua situação de liquidez.

Além do escrutínio apertado das autoridades chinesas, vários analistas sublinharam receios em relação à situação financeira do HNA, colocando algumas dúvidas quanto ao acesso a financiamento a uma custo baixo. Notaram que recentemente o grupo teve de pagar uma taxa de perto de 9% para vender obrigações a 363 dias.

A dívida de longo prazo do HNA ascendia a 58 mil milhões de dólares, segundo a S&P Global Market Intelligence, com a dívida líquida a situar-se 6,5 vezes acima do EBITDA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ISEG revê em baixa subida do PIB em 2017 para entre 2,6% e 2,8%

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

A revisão em baixa é justificada pelos economistas pela estimativa rápida do INE para o crescimento económico de 2,5% no terceiro trimestre. Esta quinta-feira o INE revela a segunda estimativa do PIB.

A economia portuguesa deverá crescer 2,6% a 2,8% em 2017, divulgou o ISEG esta quarta-feira, revendo em baixa a anterior previsão de uma taxa perto dos 3%, devido à desaceleração homóloga do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre.

Na síntese de conjuntura de novembro divulgada esta quarta-feira, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) refere que, “em relação à taxa de crescimento para o ano de 2017, tendo sobretudo em conta o resultado do terceiro trimestre, é revisto o anterior intervalo de previsão para um agora mais provável valor final no intervalo 2,6% a 2,8%”.

Na síntese de conjuntura de 29 de setembro, o ISEG tinha melhorado a previsão de crescimento da economia portuguesa para o intervalo entre 2,6% e 3,0% este ano, dois pontos acima da projeção anterior, tendo depois avançado, na síntese de conjuntura divulgada em 25 de outubro, como “mais provável que o crescimento para a totalidade do ano de 2017 se venha a situar na banda superior desse intervalo”.

A revisão em baixa hoje feita – do anterior valor perto dos 3% para um intervalo entre os 2,6% a 2,8% – é justificada pelo ISEG com a entretanto conhecida estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o PIB no terceiro trimestre, cujo crescimento homólogo previsto era de 2,9%, mas se ficou pelos 2,5% (desacelerando, em termos homólogos, face aos 3,0% do segundo trimestre).

Segundo a análise dos economistas do ISEG, “a principal razão para a desaceleração do crescimento homólogo do PIB no terceiro trimestre esteja ligada ao crescimento real das exportações e importações de bens e serviços, que o INE considerou, em primeira análise, como tendo originado um contributo negativo para o crescimento homólogo do PIB, ao contrário do verificado nos trimestres anteriores”.

“Contudo – acrescenta o ISEG – em valores nominais, as estatísticas do Banco de Portugal relativas à balança de bens e serviços apresentam um saldo positivo até ao fim do terceiro trimestre apenas um pouco inferior ao do ano anterior”. Relativamente ao quarto trimestre de 2017, o instituto diz que “a informação quantitativa é ainda escassa e localizada”, não permitindo “extrapolações fundamentadas sobre a evolução do conjunto da economia”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nuno Amado: Emissão de dívida do BCP teve “um custo muito satisfatório”

O BCP foi ao mercado para obter 300 milhões de euros em dívida. Recebeu várias ofertas que levaram à queda do cupão para 4,5%, um custo que Nuno Amado considera "muito satisfatório".

O BCP foi ao mercado para obter 300 milhões de euros em dívida. Apesar do anunciado boicote por parte de grandes fundos de investimento internacionais, o banco liderado por Nuno Amado registou uma procura muito superior à oferta que lhe permitiu reduzir o custo de financiamento para 4,5%. O banco ficou satisfeito com o resultado.

“O custo da emissão é muito satisfatório”, afirmou Nuno Amado à margem do Fórum Banca, promovido pelo Jornal Económico e PwC. “É um sinal de confiança no BCP em termos de mercado internacional”, salientou o responsável da instituição financeira que assegurou com esta operação o valor pretendido: 300 milhões, com uma taxa de 4,5%.

Se no arranque da operação as ordens recebidas colocavam a taxa entre 4,75% e 5%, esta acabou por encolher em 25 pontos base à medida que a procura se foi avolumando. Acabou por ficar nos 4,5%, de acordo com a Reuters, sendo que os termos finais serão revelados posteriormente pelo BCP ao mercado, através da CMVM.

Os títulos de dívida subordinada a dez anos, que podem ser reembolsados ao fim de um período de cinco anos por decisão do BCP, geraram um elevado interesse. De acordo com a informação avançada pelos bancos de investimento à agência Reuters, os investidores apresentaram ordens superiores de 900 milhões de euros, ou seja, três vezes mais do que o pretendido pelo BCP.

Houve um forte apetite apesar do boicote anunciado por vários fundos de investimento internacionais, tais como o Attestor Capital, BlackRock, CQS, Pimco, River Birch Capital e York Capital.

“Decidimos [não participar] que os riscos associados ao investimento ativo em títulos de dívida pública ou privada portuguesa são proibitivos, já que o Banco de Portugal ainda não deu respondeu à decisão discriminatória de retransferir as obrigações do Novo Banco para o BES em 2015″, salienta. Em causa está a transferência de cinco séries de obrigações no valor de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para o BES “mau”.

(Notícia atualizada às 14h05 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 29 Novembro 2017

Não sabe o que se passou durante a manhã? Não faz mal. Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, num minuto.

A descida da taxa de desemprego em setembro e a dúvida se Mário Centeno vai ou não candidatar-se à presidência do Eurogrupo estiveram em destaque esta manhã.

A taxa de desemprego caiu para 8,5% em setembro, menos 0,3 pontos percentuais comparando com agosto. Os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam assim uma melhoria face à estimativa provisória avançada no mês passado, que apontava para 8,6%.

A 48 horas de terminar o prazo de entrega de uma candidatura formal à presidência do Eurogrupo, o Governo português ainda não decidiu se Mário Centeno vai a jogo. Ao que o ECO apurou, a questão passa por pesar dois fatores considerados fundamentais.

Apesar do boicote de alguns dos principais fundos de investimento internacional, como a BlackRock, que costumam participar neste tipo de operações de financiamento, o BCP está a beneficiar de interesse no mercado. A procura supera em três vezes a oferta, o que está a fazer baixar o cupão da operação. Está já perto dos 4,5%.

A bitcoin continua a atingir recordes e ainda que muitos olhem para a criptomoeda com receio, este não é o caso do Banco Central Europeu (BCE). Vítor Constâncio afirma que, para além de não ver “grande risco nas criptomoedas”, “a bitcoin não é um risco para as divisas oficiais”. Não é uma moeda, sequer.

O Santander será o novo patrocinador oficial da Liga dos Campeões, a principal prova europeia de clubes organizada pela UEFA. O anúncio foi feito no mesmo dia em que o banco espanhol informou oficialmente que vai deixar de patrocinar a Ferrari, na Formula 1.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Reis passa a ‘head’ de marketing estratégico e negócio de empresas no BCP

Pedro Reis é o novo responsável do BCP pelo marketing estratégico e desenvolvimento de negócio da área de empresas, função que acumula com a gestão do BCP Capital.

Pedro Reis vai ser o novo responsável pelo marketing estratégico e desenvolvimento de negócios da área de empresas do Millennium bcp, em acumulação com a administração executiva do BCP Capital, em que está desde setembro de 2015, apurou o ECO. Antigo presidente da Aicep, Pedro Reis já colaborava com o banco liderado por Nuno Amado desde 2014.

A nomeação para ‘head’ de ‘Corporate Strategic Marketing and Business Development’ do BCP obrigou o gestor a renunciar, com efeitos imediatos, à presidência do Instituto Francisco Sá Carneiro, um organismo de reflexão do PSD. Da mesma forma, renunciou à presidência do Conselho Editorial do ECO. Oficialmente, nem o BCP nem Pedro Reis fazem comentários, mas uma fonte do banco afirmou ao ECO que esta nomeação visa reforçar a área de empresas do banco, que é liderada, na administração executiva, por Conceição Lucas.

O gestor, 50 anos, licenciou-se em gestão e administração de empresas na Universidade Católica Portuguesa (UCP) e completou a sua vida académica com formação em Harvard (EUA) e no Insead (França). Entre março de 2011 e e abril de 2014, foi presidente da Aicep com a responsabilidade de promoção do investimento e das exportações portuguesas e da captação de investimento estrangeiro. Desde 2014, Pedro Reis é senior advisor da administração executiva do BCP, função que antecedeu a sua nomeação para a gestão do BCP Capital, que gere um fundo de risco do banco. Além disso, desde setembro deste ano, acumulou ainda a responsabilidade de advisor do banco de investimento.

O BCP aumentou os lucros de janeiro a setembro deste ano. Alcançou um resultado líquido de 133,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma evolução positiva face ao apurado na primeira metade de 2017. No mesmo período do ano passado, o banco liderado por Nuno Amado tinha tido prejuízos. Em 2016, o banco foi fortemente penalizado pelas provisões associadas ao malparado. Este ano, o banco liderado por Nuno Amado está a reduzir de forma expressiva a exposição a estes créditos. Na apresentação dos resultados, Nuno Amado destacou a redução aos NPE [exposição ao malparado], que caiu em 1,4 mil milhões de euros, “já abaixo do objetivo de 7,5 mil milhões anunciado para o final de 2017”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca quer exigências semelhantes para concorrer com as fintech

A posição é vincada pelo BCP, Novo Banco, CGD, Montepio e Crédito Agrícola. Os bancos estão dispostos a aceitar as chamadas fintech, mas as regras têm de ser as mesmas para uma concorrência justa.

A banca está disposta a aceitar as chamadas fintech, mas a concorrência tem de ser justa. A posição é deixada pelo Novo Banco, BCP, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Montepio e Crédito Agrícola no Fórum Banca, promovido pelo Jornal Económico e PwC. Os banqueiros afirmam que as regras não são as mesmas, o que cria muita incerteza no futuro.

“Há aqui de facto um paradoxo grande em termos de supervisão e regulação”, o que coloca vários desafios, começa por dizer o presidente da CGD. Paulo Macedo diz ser favorável às financeiras tecnológicas, mas tem de haver igualdade a nível da concorrência. As fintech, diz, “não têm bases de capital nem rácios de capital. Isso coloca um desafio à banca”. Isto porque “querem concorrer na parte dos pagamentos e créditos”, deixando para os bancos os depósitos, que envolvem custos e regulação. “As fintech fogem dos depósitos como o diabo da cruz.”

Uma ideia que é partilhada pelo presidente do BCP. Nuno Amado nota que “se o digital é inevitável, então precisamos de alguma tranquilidade e ainda não vejo isso em 2018”. É no início do ano que entram em vigor novas regras para o setor bancário com novas exigências de capital.

"As fintech querem concorrer na parte dos pagamentos e crédito. Fogem dos depósitos como o diabo da cruz.”

Paulo Macedo

Presidente da Caixa Geral de Depósitos

Para o presidente do BCP, esta alteração do paradigma traz oportunidades, mas que pesam nos bancos. “Coloca-nos num level playing field muito difícil”, ou seja, numa concorrência que não é justa. “A abertura do mercado a outros players faz sentido, mas as regras têm de ser as mesmas, sob pena de estarmos a criar um sistema bancário colateral que pode vir a ter riscos que não conhecemos.”

“A banca precisa de ter as mesmas condições de negócio que têm alguns dos potenciais concorrentes. Há que regular e ver o que queremos da banca no futuro, estimulando mas dando as mesmas condições de concorrência”, afirma o presidente do Montepio, Félix Morgado.

O presidente do Novo Banco, agora vendido ao Lone Star, afirma que esta nova realidade levanta muitas dúvidas. “[O ano de] 2017 encerra um processo de estabilização e reabre um processo de incerteza”. Isto porque tem de haver uma abertura a um ajustamento do modelo de negócio e uma resposta aos novos desafios colocados pela nova geração de clientes. “O grande desafio da banca colocou-se porque chegou uma nova geração de cliente bancário que exige tecnologia e não está disposto pagar comissões de nada“, salienta Licínio Pina, líder do Crédito Agrícola.

No mesmo evento, Elisa Ferreira, vice-governadora do Banco de Portugal considerou que os bancos têm de se preparar para a nova realidade das fintech. Isto deve passar pelo ajustamento dos modelos de negócio das instituições financeiras, que devem estar “no centro da inovação tecnológica”, afirmou a responsável no Fórum Banca. Para a vice-governadora do Banco de Portugal, o grau de preparação do sistema financeiro ainda é insuficiente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara de Lisboa espera arrecadar 415 milhões com impostos

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

O orçamento de 833 milhões de euros conta com uma receita fiscal de 415 milhões de euros. A principal fonte de receita é o IMT. Vai haver benefício no IMI para quem aumentar eficiência energética.

A Câmara de Lisboa (CML) espera arrecadar 415 milhões de euros de receita com impostos locais no próximo ano, “mais 73 milhões do que em 2017”, foi anunciado esta quarta-feira na conferência de imprensa de apresentação do orçamento para 2018. O orçamento municipal para o próximo ano, que se situa nos 833,4 milhões de euros, foi apresentado hoje aos jornalistas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

O documento irá ser apreciado em reunião de Câmara a 14 de dezembro, necessitando de seguida do aval da Assembleia Municipal de Lisboa. Questionada pelos jornalistas, a diretora municipal de Finanças do município (de maioria socialista), Paula Costa, apontou que a “previsão de receita fiscal, portanto impostos locais, para 2018, são 415 milhões de euros, mais 73 milhões” do que em 2017.

Apontando que esta é uma “estimativa conservadora”, Paula Costa explicou que em outubro já tinham sido cobrados “364 milhões de euros neste grupo da receita”. “Esperamos fechar o ano acima dos 400 milhões”, salientou a responsável.

Relativamente ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), o Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) e a Derrama, a previsão da CML é arrecadar “um total de 396 milhões de euros” em 2018. “Para o IMI estão inscritos em orçamento 116 milhões de euros, para o IMT 196 milhões e para a Derrama 84 milhões“, elencou Paula Costa.

Falando mais uma vez em estimativas conservadoras, a responsável deu o exemplo de que até outubro deste ano já haviam sido arrecadados “95 milhões de euros” com a Derrama. No orçamento para este ano os impostos diretos representavam ao todo um encaixe de 342,6 milhões de euros, 159,6 milhões dos quais diziam respeito ao IMT, 109,5 milhões de euros ao IMI, 55,4 milhões à Derrama e 17,9 milhões ao Imposto Único de Circulação (IUC).

Aumento da eficiência energética vai permitir redução do IMI em Lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa vai dar benefícios fiscais a quem aumentar a eficiência energética de prédios ou frações urbanas através da reabilitação, medida que se espelhará numa maior redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Falando na apresentação do orçamento municipal para 2018, que se situa nos 833,4 milhões de euros, o vereador das Finanças da Câmara de Lisboa começou por explicar que esta questão “é verificada pela Autoridade Tributária”, mas o município “tem poder para definir regras”.

“O que estamos a dizer é que, se numa reabilitação urbana se conseguir aumentar dois níveis de eficiência, ou encontrar soluções que permitam reutilizar água da chuva, há então um incentivo do ponto de vista do IMI a ser considerado”, elencou o autarca. João Paulo Saraiva afirmou que este “é um mecanismo que já é usado”, pelo que, no próximo ano, a redução passará de 10% para 15%.

Com esta medida, “Lisboa está a propor mecanismos para que seja ainda mais interessante para quem reabilita. Todos precisamos de nos adaptar às alterações climáticas por formar a melhorar o ambiente”, precisou. “Esta é uma medida significativa e consistente com o que temos vindo a fazer na política contra as alterações climáticas”, vincou o vereador.

Atualmente, o município atribui uma redução do IMI de 10% por cinco anos aos prédios urbanos com eficiência energética igual ou superior a A ou duas classes superior à antiga, e que aproveitem águas residuais tratadas ou águas pluviais. Para isso, estas medidas têm de ser resultado de obras de construção, reconstrução, alteração, ampliação e conservação, indica o ‘site’ do município. Esta medida será agora apresentada à restante vereação, bem como à Assembleia Municipal.

Município de Lisboa com orçamento de 833 milhões de euros para 2018

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) apresentou esta quarta-feira o orçamento municipal para 2018, estimado em 833,4 milhões de euros, mais 58,3 milhões do que o deste ano, anunciou o vereador das Finanças, João Paulo Saraiva. No ano passado, a CML tinha anunciado que o orçamento para 2017 se situaria nos 775,1 milhões de euros, valor que o executivo estima que tenha subido para os 915 milhões de euros, contando o saldo de gerência de 2016.

O documento irá ser apreciado em reunião de Câmara a 14 de dezembro, necessitando de seguida do aval da Assembleia Municipal de Lisboa. Para 2018, a CML prevê uma despesa não definida (incluindo o saldo de gerência deste ano, que ainda não foi apurado na totalidade, e o segundo empréstimo do Banco Europeu de Investimentos) de 265,4 milhões de euros, pelo que o valor total do orçamento poderá chegar aos 1.099 milhões, explicou o vereador.

A subida do orçamento face ao ano passado foi explicada por João Paulo Saraiva com a “dinâmica da cidade”, sendo que a maior contribuição provém do Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) e da Derrama. Segundo o vereador, “o mercado imobiliário e a derrama crescentes”, bem como a “saúde financeira das empresas da cidade” permitiu este aumento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump retweeta vídeos de apelo ao ódio religioso

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Novembro 2017

Os vídeos foram originalmente publicados pela líder de um grupo de extrema-direita britânico. A veracidade destes não foi verificada.

Donald Trump, através da sua conta pessoal de Twitter, retweetou três vídeos anti-muçulmanos, originalmente publicados por Jayda Fransen, a líder de um grupo de extrema-direita britânico que já foi condenada à prisão por assédio agravado, por motivações religiosas.

Os três vídeos mostram, alegadamente, jovens muçulmanos a perpetrar atos de ódio contra outros jovens, bem como estátuas religiosas. As imagens, cuja veracidade não foi verificada, foram retweetadas pela conta oficial do presidente dos Estados Unidos da América, sem qualquer comentário. Horas depois, Trump voltou a tweetar sobre os media norte-americanos e o estado da economia norte-americana, como se de um dia normal se tratasse.

Jayda Fransen, líder do grupo de extrema-direita Britain First, expressou o seu contentamento em relação a este apoio através da mesma rede social, escrevendo “Deus abençoe Trump! Deus abençoe a América”.

Ainda este mês, Fransen foi presa por apelar ao ódio religioso, por ter interpelado e assediado mulheres muçulmanas, tendo antes violado os termos de liberdade condicional ao marcar presença num programa de rádio neonazi.

Donald Trump conta com mais de 43 milhões de seguidores naquela que é a sua forma favorita de se dirigir aos seus apoiantes, sendo que Ann Coulter, uma comentadora política conservadora e acérrima apoiante das políticas de Trump, também partilhou um dos vídeos no seu Twitter. Coulter conta com 1,7 milhões de seguidores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Teodora Cardoso volta a comparar atual gestão orçamental de Mário Centeno à de Salazar

  • ECO
  • 29 Novembro 2017

A presidente do Conselho das Finanças Públicas voltou esta quarta-feira a comparar a gestão orçamental feita através de cativações à gestão utilizada por Salazar.

Teodora Cardoso comparou esta quarta-feira a gestão orçamental de Mário Centeno, apoiada em cativações, à gestão orçamental feita durante os tempos de Salazar. Em causa está o poder de decisão concentrado no ministro das Finanças, um método que a presidente do Conselho das Finanças Públicas é contra. Há um ano, em declarações ao ECO, Teodora Cardoso tinha feito a mesma crítica : “O Ministério das Finanças manda e os outros obedecem. O nosso sistema de finanças públicas ainda é o de Salazar”.

“Passámos a ser democratas a fazer défices, mas em termos de gestão das despesas nós continuamos no Salazar, basicamente. Com uma diferença, no tempo de Salazar não havia défices”, disse Teodora Cardoso, esta quarta-feira, numa conferência sobre o OE2018, citada pelo Observador. “O poder todo em matéria de gestão do orçamento estava no ministro das Finanças. O ministro das Finanças é que decidia se havia dinheiro ou se não havia, se não havia dinheiro cortava pura e simplesmente. Nós já o ano passado tivemos uma espécie de reprodução disto com a as cativações“, explicou a presidente do CFP, segundo o jornal online.

Teodora Cardoso considera que “as cativações são um instrumento de gestão orçamental que, no fundo, dão uma margem de segurança para cumprir os limites”. No entanto, o problema começa quando se utiliza as cativações para “conseguir atingir um défice orçamental sem haver as medidas efetivamente que conduziriam a esse défice”, aponta a presidente do Conselho das Finanças Públicas, assinalando que “aí estamos a arranjar um problema maior”.

Para a economista, o que está em causa é também a expectativa criada nos serviços públicos. “Os serviços ficam sem capacidade de reagir e cortam de alguma maneira, mas depois os efeitos vão-se vendo, e já se começaram a ver alguns”, avisa, referindo que os orçamentos iniciais são afetados pelo nível elevado de cativações, que “não é transparente” uma vez que está “completamente dependente do juízo” do ministro das Finanças.

Teodora Cardoso é a favor da autonomia da gestão por ministérios, tal como já tinha explicado ao ECO há um ano. Para que tal aconteça, é preciso aplicar de forma integral a nova lei de enquadramento orçamental. A presidente da CFP referiu que “os ministros atualmente para fazer isso [ter capacidade de gerir] têm que pedir autorização às Finanças, que não percebem nada do assunto”, algo que deve mudar. Este tem sido um ponto que em que o CFP tem insistido: “Os ministérios setoriais não têm capacidade de gestão por que não lha dão”.

(Atualizado às 12h47)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Direitos da REN disparam 20%. Ações vão à boleia

Direitos de subscrição de novas ações da REN estão a disparar esta quarta-feira mais de 20%, dando um forte impulso às ações. Papéis da gestora da rede elétrica ganham mais de 3% no PSI-20.

Os direitos de subscrição do aumento de capital da REN estão a disparar esta quarta-feira na bolsa, desempenho que está a impulsionar a cotação das ações da gestora da rede elétrica nacional no PSI-20.

Estes títulos que permitem subscrever novas ações da gestora da rede elétrica valorizam 20,6% para cotar nos 0,158 euros, perto do preço teórico (0,159 euros) com que foram emitidos no âmbito do aumento de capital de 250 milhões de euros que se encontra em curso.

Neste cenário, as ações da REN estão também sob forte pressão compradora na bolsa: ganham 3,56% para 2,505 euros, depois de algumas sessões em baixa.

Até à próxima sexta-feira, dia 1 de dezembro, ainda vai ser possível negociar direitos de subscrição do aumento da capital da REN. Como cada quatro direitos permitem comprar uma nova ação que a REN vai emitir ao preço de 1,877 euros, isto quer dizer que um investidor terá de desembolsar cerca de 2,5 euros se quiser participar no aumento de capital — é o resultado da soma do valor de quatro direitos mais o preço de exercício de subscrição uma nova ação.

Não há dúvidas de que tanto os direitos de subscrição como as ações da REN estão a registar forte apetite do mercado esta quarta-feira. Isto acontece depois de o Haitong ter melhorado a recomendação sobre a gestora liderada por Rodrigo Costa de “Neutral” para “Comprar”, atribuindo ao título um potencial de valorização de 24%.

“Melhoramos a recomendação da REN de “Neutral” para “Comprar” depois de a pressão vendedora a curto prazo oriunda da emissão de direitos ter colocado as ações da REN num nível de avaliação muito apelativo: o nosso preço-alvo de 3,00 euros por ação oferece um potencial de valorização de 24%“, justificam os analistas do Haitong.

REN com direito a brilhar

Salientam ainda que a baixa da cotação das ações tornou o dividendo da REN bem mais atrativo. “Notamos que o atual dividend yield de 7,1% representa um spread e 5,1% face às obrigações a dez anos portuguesa. Vemos este dividendo como sustentável e esperamos que a companhia mantenha o dividendo por ação nos 0,171 euros nos próximos anos”.

"Melhoramos a recomendação da REN de “Neutral” para “Comprar” depois de a pressão vendedora a curto prazo oriunda da emissão de direitos ter colocado as ações da REN num nível de avaliação muito apelativo: o nosso justo de três euros por ação oferece um potencial de valorização de 24%.”

Haitong

Nota de research

De acordo com o Haitong, na base da pressão vendedora que os direitos vinham a registar nas sessões anteriores estaria o facto de o segundo maior acionista da REN, a Oman Oil (com 15%), não se ter comprometido com a participação no aumento de capital, “o que sugere que inundação de 80 milhões dos seus direitos no mercado poderá ser uma das principais causas” da desvalorização deste direitos.

Esta operação vai contar com a participação irrevogável de acionistas representando 35% do seu capital. Entre eles estão os chineses da State Grid e da Fidelidade, adiantou a gestora da rede elétrica.

(Notícia atualizada às 12h49 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.