Governo avança com mais 105 milhões para apoiar empresas após os incêndios

Os fundos comunitários vão voltar a financiar projetos de inovação e criadores de emprego nas zonas do centro do país afetadas pelos fogos. Em causa estão concursos no valor de 105 milhões de euros.

O Executivo vai lançar novos concursos no âmbito do Portugal 2020 para as empresas de toda a região Centro afetada pelos incêndios deste verão. Em causa estão 105 milhões de euros, apurou o ECO, o ECO, que serão atribuídos não só para inovação produtiva, mas também para apoiar a criação de emprego.

Esta será já a terceira “linha” de apoio lançada para ajudar a reabilitar o tecido empresarial devastado pelos fogos. O anúncio será feito esta sexta-feira, pelo ministro do Planeamento, Pedro Marques, e pelo secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson Souza, em Castelo de Paiva.

A ideia será lançar no âmbito do Portugal 2020 — o quadro comunitário em vigor — concursos ao nível do Sistema de Incentivos à Inovação, mas também do programa de apoio SI 2 E – Sistema de Incentivos ao empreendedorismo e ao Emprego, que financia projetos de criação e expansão de empresa.

Ao contrário dos apoios disponibilizados até ao momento, mais focados na reposição das fábricas e da capacidade produtiva — foi inclusivamente necessário proceder a uma reprogramação do Programa Operacional do Centro (Centro 2020) para que estas tipologias fossem elegíveis –, o objetivo desta nova linha será apoiar novos investimentos, sobretudo se trouxerem inovação. “A lógica não é tanto repor, mas antes potenciar dinheiro fresco, novos investimentos e criação de emprego, mais em linha com o próprio Portugal 2020”, explicou ao ECO fonte oficial do gabinete de Pedro Marques.

Esta linha surge depois dos 100 milhões inicialmente anunciados e financiados pelos reembolsos do IAPMEI para repor a capacidade produtiva e da segunda linha de 100 milhões contratualizada com todos os bancos para conceder empréstimos com bonificação para apoio à tesouraria. Houve ainda, mas só para Pedrógão, um apoio de 25 milhões de euros para apoiar as 55 empresas afetadas pelos fogos.

Sexta-feira vai ainda ficar marcada pelo encontro do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro-adjunto, Pedro Siza, com os autarcas afetados pelos incêndios para a captação de investimento para o interior. Fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro confirmou ao ECO que o presidente da Aicep, Luís Castro Henriques, também vai estar presente para avaliar “o que os autarcas têm para oferecer aos investidores”. “A Aicep tem um portfolio com intensões de investimento e a ideia é ver se podem ser relocalizadas para aquela região”, acrescentou a mesma.

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A tarde num minuto

  • Rita Frade
  • 23 Novembro 2017

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

A mudança da sede do Infarmed de Lisboa para o Porto e o fim do pagamento dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos esteve em destaque esta tarde.

O Estado pode transferir os trabalhadores do Infarmed de Lisboa para o Porto. Porém, terá de arcar com os custos da decisão e os trabalhadores, caso queiram quebrar o vínculo contratual com o Estado, terão direito a uma indemnização semelhante a uma situação de despedimento por parte da entidade patronal. Desde que aleguem “prejuízos sérios”.

A proposta do PCP que propõe o fim do pagamento dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos também no privado foi aprovada esta quinta-feira, na votação de especialidade do Orçamento do Estado para 2018.

O banco liderado por Nuno Amado está no mercado para captar 300 milhões de euros, através da emissão de obrigações de longo prazo. Segundo a Bloomberg, o BCP contratou um sindicato bancário para procurar investidores para a emissão de títulos de dívida que servirão para aumentar os rácios de capital. O roadshow vai arrancar a 27 de novembro.

A Redes Energéticas Nacionais (REN) adquiriu os ativos de gás da EDP, uma operação que obrigou a empresa a gastar dinheiro. Por isso, avançou com um aumento de capital que agora chega ao mercado. Há milhões de direitos de subscrição das novas ações em bolsa que vão, nas próximas sessões, mandar no desempenho dos títulos da empresa liderada por Rodrigo Costa.

As ações da Rovio, tecnológica finlandesa mais conhecida por ser criadora do popular jogo de telemóvel Angry Birds (pássaros furiosos), afundaram esta quinta-feira mais de 20%, depois os resultados “brutalmente desapontantes” no último trimestre.

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BPI vende seguros e gestão de ativos ao CaixaBank. Encaixa mais de 200 milhões de euros

  • Rita Atalaia
  • 23 Novembro 2017

O banco liderado por Pablo Forero vendeu as unidades de seguros, gestão de ativos e também de research ao seu maior acionista, o CaixaBank.

O banco liderado por Pablo Forero vendeu as unidades de seguros, gestão de ativos e também de research ao seu maior acionista, o CaixaBank. A operação foi feita por um valor de mais de 200 milhões de euros, sendo que a mais-valia será de 73 milhões antes de impostos. Uma venda que permitirá reforçar os rácios de capital da instituição.

Num comunicado enviado à CMVM, o BPI comunica que, “na sequência de propostas de aquisição que lhe foram apresentadas pelo seu acionista Caixabank e da aprovação por parte do seu conselho de administração e do CaixaBank”, o banco liderado por Pablo Forero decidiu vender a totalidade do capital social da sociedade BPI Vida e Pensões, Companhia de Seguros, numa operação avaliada em 135 milhões de euros.

Para além disso, a instituição financeira avançou com a alienação das sociedades BPI Gestão de Activos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento por 75 milhões. Já o BPI Global Investment Fund Management Company foi vendido por oito milhões de euros. As duas sociedades são responsáveis pelas atividades de gestão de fundos de investimento do grupo.

O conselho de administração do Banco BPI aprovou as transacções acima descritas com os objectivos de melhorar, a médio e longo prazo, a oferta comercial aos seus clientes, de criar sinergias com o Grupo CaixaBank e de concentrar o Banco BPI na actividade bancária.

BPI

Mas não só. A unidade de research também foi vendida por cerca de quatro milhões de euros. “Foi hoje também assinado um contrato prevendo a alienação por parte do BPI (…) das posições jurídicas que se consubstanciam e são utilizadas nas atividades de corretagem de ações, research e corporate finance“, lê-se no comunicado.

Ao todo, o BPI encaixou 222 milhões com a venda de ativos ao CaixaBank, sendo o objetivo, diz o banco, o de “de melhorar, a médio e longo prazo, a oferta comercial aos seus clientes, de criar sinergias com o Grupo CaixaBank e de concentrar o Banco BPI na atividade bancária”. Mas também de reforçar os rácios de capital.

Mais-valia de 73 milhões reforça rácios

Esta operação traduz-se numa mais-valia de 73 milhões, antes de impostos, para o BPI. Um ganho que vai permitir melhorar os rácios de capital do banco. Segundo o comunicado, permitirá um aumento do rácio CET1, totalmente implementado, de cerca de 130 pontos base.

Por isso, segundo as previsões do BPI, o rácio total deverá passar de 13,3% para 14,6%, enquanto o CET1 será de 12,8%, em vez dos atuais 11,5%.

Negócios ficam em Portugal

As unidades foram vendidas ao acionista espanhol, mas não vão ter de se mudar geograficamente. O BPI explica que as “transação em apreço não envolverão a deslocalização das atividades nelas envolvidas nem a transferência de colaboradores do Banco BPI ou das sociedades do seu grupo”. No caso das unidades de seguros e gestão de ativos, estas “continuarão a desenvolver a sua atividade em Portugal e no Luxemburgo, como até aqui”.

"As transações em apreço não envolverão a deslocalização das atividades nelas envolvidas nem a transferência de colaboradores do Banco BPI ou das sociedades do seu grupo.”

BPI

Não haverá também qualquer alteração aos contratos. “As transações em apreço não envolvem qualquer modificação dos contratos de distribuição de seguros celebrados entre o Grupo BPI e a Allianz Portugal”.

No caso do research, “o CaixaBank tem previsto constituir uma sucursal em Portugal, para onde serão transferidos os colaboradores do Banco Português de Investimento afectos a essas actividades”.

(Notícia atualizada às 19h07)

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Black Friday. Não compre gato por lebre, siga estas regras

Com os grandes descontos, podem vir também grandes fraudes e reclamações. A Black Friday está aqui e para que não caia nas estratégias enganadoras, o ECO foi ouvir os conselhos da Deco.

Em época de descontos loucos, todo o cuidado é pouco. A Black Friday está aqui e com ela podem vir algumas fraudes, truques e artimanhas que fazem os descontos pareçam maiores do que realmente são. Estes seis verbos — perseguir, igualar, verificar, devolver, listar e investigar — podem fazer, por isso, a diferença entre uma boa e uma má compra. São seis conselhos que a Deco revelou ao ECO para que não caia nas estratégias enganosas.

Verifique cuidadosamente a qualidade dos produtos que pretende comprar, na Black Friday.

Manter as lojas que lhe interessam sempre debaixo de olho, investigar quem lhe parece dar o mesmo por menos e estar atento às regras especiais para este período são algumas das dicas que fazem parte deste guia de sobrevivência para a sexta-feira negra. A Black Friday é uma tradição norte-americana caracterizada pelas grandes campanhas de descontos, nas 24 horas que se seguem ao Dia da Ação de Graças. Nos últimos anos, o movimento tem conquistado períodos mais alargados e muitos outros países, como México, França e Portugal. “A Black Friday veio mudar o período de promoções. Os saldos já não são apenas no inverno”, afirmou Graça Cabral, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco).

Com grandes descontos, virão, é claro, grandes reclamações. De acordo com a Deco, no ano passado, a queixa campeã foi relativa ao real desconto dos produtos. “Os preços subiram dias antes para depois, na sexta, voltarem ao mesmo”, avançou a mesma representante da associação. “Há alguma falta de transparência”, acrescentou. Para evitar estes esquemas, a Deco lançou um comparador de preços (que analisa a evolução dos preços de vários artigos) e adiantou ao ECO estas seis recomendações.

  1. Perseguir

    Se está à procura de boas oportunidades, mantenha as lojas em questão debaixo de olho, assinando as suas newsletters. “[Desta forma] o consumidor consegue ir monitorizando, ao longo do tempo, os preços e antever as oportunidades que serão oferecidas, na Black Friday”, adiantou o coordenador da Deco, Miguel Lage. No mesmo sentido, as redes sociais são um ótimo instrumento para garantir que as maiores pechinchas não lhe escapam… mas cuidado com a Internet e não esqueça o conselho número três. Primeiro vamos ao número dois.

  2. Igualar

    Há lojas que desafiam os consumidores a encontrar preços mais reduzidos do que aqueles que praticam e garantem que os igualam. Aceite a proposta e aproveite para fazer boa parte das suas compras, num único local. Como consegui-lo? Apresente provas de prática de preços mais baixos, nos mesmos produtos, e faça a diferença desaparecer. A Deco deixa ainda uma nota aos vendedores: “não se socorram de subterfúgios. Achamos que as lojas devem sempre praticar os melhores preços que conseguem”.

    Faça boas compras na Black Friday, mas tome atenção às condições especiais de promoção.Pixabay
  3. Verificar

    O que mais abunda no universo digital são páginas falsas, lojas fictícias e fornecedores de produtos contrafeitos e pirateados. Não caia em ofertas que parecem “demasiado boas para serem verdadeiras” e passe a pente fino as informações apresentadas nesses sites e redes sociais. Como? “Esta é uma situação que nunca é fácil. Um bom indicador é ver se a página está em português. Depois, há que verificar se os produtos são novos, em segunda mão ou acondicionados”, aconselha Miguel Lage.

  4. Devolver

    Se as compras forem feitas online, o consumidor pode devolver o produto, num prazo de 14 dias. Nas lojas físicas, a conversa muda de tom e é aí que precisa de ter cuidado. Verifique as condições promovidas por cada loja e se adotaram regras especiais para a devolução, nos períodos de promoções. “Desejavelmente, estas condições devem estar perfeitamente claras. Caso não estejam, o consumidor deve contactar o vendedor”, declara a Deco.

    Atenção que as lojas físicas podem adotar condições de devolução especiais para o período promocional.Pixabay
  5. Listar

    Na “febre” da sexta-feira negra, quem se prepara sai vitorioso. Liste, previamente, os retalhistas que oferecem os preços que lhe interessam para determinado produto, para que, caso algum dos sites falhe ou o stock acabar, possa passar à próxima loja, sem perder tempo ou oportunidades. Além de lhe garantir o melhor negócio, fazer uma lista é cuidar da sua carteira. “Deve definir exatamente que produto quer adquirir para não incorrer em compras por impulso”, avisa o coordenador da associação.

  6. Investigar

    “Os produtos em promoção podem prometer muito e cumprir pouco”, avisa a Deco. Investigue ao pormenor o produto em que está interessado e leia comentários de quem já o tem, para garantir que não sai enganado. Além disso, “neste período de promoções, e porque as pessoas estão com os subsídios nas carteiras, a Deco tem os seus os comparadores de produtos excecionalmente abertos a todos os consumidores, para os ajudar a verificar a sua qualidade”, acrescenta Miguel Lage. Durante o ano, este serviço só está disponível para os sócios da associação.

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MLGTS e PLMJ no top em arbitragem pela Who’s Who Legal

Seis advogados de dois dos maiores escritórios de advogados estão referenciados no diretório que distinguiu 13 portugueses.

Três advogados da MLGTS – Filipe Vaz Pinto, Miguel Almada e Sofia Vaz Sampaio – e três da PLMJ – José Miguel Júdice, Filipa Cansado Carvalho e Mariana França Gouveia – foram distinguidos pelo diretório Who’s Who Legal na área da arbitragem.

Na lista – no total – estão 13 advogados portugueses referenciados pelo diretório Who’s Who Legal – que apresenta os principais advogados em várias áreas de atividade desde 1996, baseando-se numa investigação independente que tem em conta colegas de profissão e clientes.

Veja a lista completa (pela ordem escolhida pelo diretório):

  • Manuel Barrocas – Barrocas Advogados
  • Filipa Cansado Carvalho – PLMJ
  • Mariana França Gouveia – PLMJ
  • Ricardo Guimarães – Linklaters
  • Duarte G Henriques – BCH Advogados
  • José Miguel Júdice – PLMJ
  • Nuno Ferreira Lousa – Linklaters
  • Sofia Martins – Miranda & Associados
  • Filipe Vaz Pinto – Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados
  • Joaquim Shearman de Macedo – CMS Rui Pena & Arnaut
  • Pedro Sousa Uva – Miranda & Associados
  • Sofia Vaz Sampaio – Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados
  • Miguel de Almada (na foto) – Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados

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Ana Gomes e Luaty Beirão no Twitter sobre João Lourenço

  • Rita Frade
  • 23 Novembro 2017

A eurodeputada do PS Ana Gomes e o ativista angolano Luaty Beirão trocaram, esta quinta-feira, algumas palavras no Twitter sobre o Presidente angolano, João Lourenço.

A eurodeputada do PS Ana Gomes partilhou esta manhã, na sua conta de Twitter, a entrevista feita pelo Diário de Notícias a Luaty Beirão.

Luaty Beirão diz, em entrevista ao jornal, a propósito da exoneração de Isabel dos Santos do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, que se por um lado, como ativista que é, apoia o facto de o Presidente de Angola ter passado por cima de uma lei (que o impedia de mexer nas chefias militares por oito anos), por outro não deveria passar “por cima do que estava escrito”.

É neste contexto que o ativista angolano diz que João Lourenço se está a comportar “como aqueles que até então eram vistos como terroristas, que desobedecem e incumprem leis que consideram injustas“.

Na publicação, Ana Gomes diz que o ativista angolano tem razão quando diz que o Presidente angolano “João Lourenço está a comportar-se como aqueles que eram vistos como terroristas”:

Em resposta a Ana Gomes, Luaty Beirão diz esperar “que não seja uma limpeza de balneário para troca dos beneficiários“, mas sim “um investimento na mudança de paradigma”:

Na mesma entrevista ao Diário de Notícias, o ativista diz que ainda é cedo para tirar conclusões, mas que já há sinais de mudança, dando o exemplo da imprensa (que “começa a ser um pouco mais aberta, mais plural”) e do livro que lançou que, segundo o próprio, “seria muito difícil há uns meses”.

Luaty Beirão acaba, por isso, por aproveitar o post de Ana Gomes para deixar também uma mensagem no Twitter, onde diz estar a torcer para que haja uma “intenção séria de mudança de paradigma“:

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Luís Rosa: Ricardo Salgado “sacudiu a água do capote” no BES

  • Rita Atalaia
  • 23 Novembro 2017

No livro "A Conspiração dos Poderosos", o jornalista Luís Rosa revela três interrogatórios onde Salgado explica os segredos do "saco azul". Mas nunca assume a culpa pela derrocada do império GES/BES.

“A minha intenção foi colocar o leitor dentro da sala de interrogatório e perceber realmente como é que a justiça funciona.” Foi com esta premissa que Luís Rosa, jornalista do Observador, aceitou contar a queda do Dono Disto Tudo (Ricardo Salgado) em “A Conspiração dos Poderosos”, depois de vários artigos publicados no jornal digital desde 2015 sobre o Universo Grupo Espírito Santo (GES). O livro surge como uma oportunidade de “dar voz a Ricardo Salgado”, que explica em três interrogatórios os segredos do “saco azul” que lhe permitiu controlar tudo e todos… até ser apanhado. Apesar de nunca assumir a culpa.

Monte Branco, Universo Espírito Santo e Operação Marquês. É através dos interrogatórios nestas três operações que Ricardo Salgado revela como foi criado e financiado o “saco azul” do GES. “Há duas fases diferentes. Há uma fase em que o ‘saco azul’, como está descrito no livro, é criado com o nome de Espirito Santo Financial (ESF), depois muda-se o nome para Espirito Santo Enterprise (ESE) e, finalmente, tem um terceiro nome que é Enterprise Management Services”, revela Luís Rosa numa conversa com o ECO sobre a obra editada pela Esfera dos Livros. Um veículo que é usado inicialmente para pagar aos “membros da família, depois foi alargado a administradores que não eram membros da família e depois a altos funcionários do GES e do BES”.

“Quando a ESF é criada, a família Espírito Santo já regressou a Portugal. E, quando regressa, parte dos salários da família Espírito Santo, ou pelo menos dos membros que eram titulares de órgãos sociais no BES e na Tranquilidade, eram pagos pelo ‘saco azul’ do BES. Ainda antes da ESF havia outra offshore que se chamava ESI – BVI que tinha sede nas ilhas virgens britânicas”, diz o autor. Estes pagamentos à família, como explicou Salgado nos interrogatórios, aconteciam através deste veículo para “não sobrecarregarem a folha salarial do BES e da Tranquilidade”.

Depois, em 2004, a ESE desaparece do organograma do GES. Luís Rosa conta que falou com vários membros da família ES que disseram desconhecer a existência da sociedade. Teria supostamente sido encerrada. “É a partir daí que ela começa a ser secreta.”

São três períodos diferentes, três fases diferentes da vida de Ricardo Salgado. Mas o seu discurso não muda. É uma autêntica sacudidela de água do capote de forma permanente e absoluta que ele tem ao longo destes três diferentes interrogatórios.

Luís Rosa

Mas como é que Ricardo Salgado escondeu o “saco azul” durante tanto tempo? “Parece-me que Ricardo Salgado era seguido de forma cega pelos membros da família“, refere o autor. Aquilo que o banqueiro “determinava, propunha, a estratégica que construía era, regra geral, aprovado”, diz Luís Rosa. E o sentido crítico dos membros da família Espírito Santo apareceu “já muito perto da derrocada, quando já não havia nada a fazer”. Entre os altos funcionários, também ninguém ousava questionar Salgado. “Tinha um controlo total da situação. Portanto, do ponto de vista interno, foi bastante fácil esconder as coisas”, explica o jornalista.

Apesar de ter sido confrontado com vários factos documentados, Ricardo Salgado nunca assumiu a culpa. “São três períodos diferentes, três fases diferentes da vida de Ricardo Salgado. Mas o seu discurso não muda. É uma autêntica sacudidela de água do capote de forma permanente e absoluta que ele tem ao longo destes três diferentes interrogatórios“, nota Luís Rosa. “Existe, no mínimo incompetência, porque o BES conseguiu ser contaminado pelo buraco financeiro do GES”. Um buraco que é “obviamente responsabilidade da gestão liderada por Ricardo Salgado. Pelo menos isso deveria eventualmente assumir. Mas não o faz, o que não deixa de ser surpreendente”, diz o autor do livro.

Como Angola pesou na queda do império GES/BES

Quando estalou a crise em Portugal, a torneira da liquidez fechou para os bancos. Foi nesta altura que o GES procurou o apoio de Angola, através nomeadamente da Escom e do BES Angola. “Angola sempre teve um papel muito importante no GES, nomeadamente a partir do momento que o grupo começa a ter problemas financeiros”, explica Luís Rosa ao ECO.

"Angola sempre teve um papel muito importante no GES, nomeadamente a partir do momento que o grupo começa a ter problemas financeiros.”

Luís Rosa

“Quando começa a existir um buraco — e a alegada falsificação da contabilidade terá começado em 2008 ou 2009 — a necessidade de liquidez do GES começa a ser muito aguda e Angola tem um papel essencial nesse acesso à liquidez, seja pelos lucros e dividendos do BESA, seja pela importância que a Escom tinha no acesso à liquidez de imobiliário e diamantes”, refere o jornalista.

Uma relação que aproximou Ricardo Salgado de José Eduardo dos Santos. Em Angola, este acesso à liquidez implica “grandes relações com o poder político e há, de facto, uma relação íntima entre o GES e o regime de José Eduardo dos Santos”, denota o autor. Mas até este apoio foi perdido por Salgado quando a economia angolana entrou em crise e deixou de ceder liquidez como antes.

Luís Rosa, autor do livro “A Conspiração dos Poderosos”.João Porfírio

Um novo DDT? “Eles podem sempre aparecer”

Apesar de reconhecer que houve falhas claras na regulação, Luís Rosa afirma que por muito que o Banco de Portugal, Ministério Público e o Estado supervisionem e fiscalizem, “nunca conseguirão evitar a prática de irregularidades”. É, por isso, possível que volte a aparecer outro Dono Disto Tudo (DDT). “O capitalismo, que é um sistema económico que trouxe muitos progressos à humanidade, muito progresso económico e social a Portugal, é o melhor sistema económico que existe. Tem os seus defeitos, que derivam essencialmente da ganância das pessoas, que é um defeito que existirá sempre”.

"Não devemos ficar em silêncio e muitas vezes muitas pessoas ficaram em silêncio. É por isso que se constroem os donos disto tudo.”

Luís Rosa

Aos olhos do autor, o que não pode acontecer é remetermo-nos ao silêncio. Os jornalistas devem desempenhar o seu papel, relatando dentro das linhas editoriais dos jornais e do respeito pela lei. Já a sociedade civil deve manter atenta e com espírito crítico. “Não devemos ficar em silêncio e muitas vezes muitas pessoas ficaram em silêncio. É por isso que se constroem os Donos Disto Tudo”, remata.

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Bolsa só sabe ganhar esta semana. Família EDP e Galp ajudaram

Lisboa sobe há quatro sessões seguidas, o maior ciclo de ganhos deste mês. Desempenhos positivos da EDP, EDP Renováveis e Galp sustentaram bolsa nacional esta quinta-feira.

Foi sobretudo o setor energético a sustentar a bolsa portuguesa esta quinta-feira. EDP, EDP Renováveis e Galp fecharam o dia com ganhos e permitiram que o PSI-20 se situasse acima da linha de água pela quarta sessão seguida.

O principal índice português fechou em alta ligeira de 0,09% para 5.309,76 pontos. Com este desempenho positivo, Lisboa apresenta-se com o maior ciclo de subidas do mês de novembro.

Entre as oito cotadas que encerraram com sinal mais, destacou-se o setor da energia, onde a EDP somou 0,58%, a EDP Renováveis valorizou 0,77% e a Galp ganhou 0,16%. À boa performance destes três pesos pesados da bolsa nacional juntou-se a Jerónimo Martins, cujos títulos subiram 1,1% para 16,14 euros no melhor registo do dia.

A destoar destes ganhos esteve o BCP (-0,16%), no dia em que a agência Bloomberg noticiou que o banco está no mercado para obter 300 milhões de euros em obrigações de longo prazo.

Também a REN pressionou a bolsa com uma queda de 0,88% para 2,489 euros. A gestora da rede elétrica tem em curso um aumento de capital no valor de 250 milhões de euros para financiar a compra da EDP Gás. Parte deste processo passa pela emissão de novas ações ao preço de 1,877 euros cada. Mas só terão acesso a estes novos títulos quem detiver os direitos de subscrição, que começaram a negociar na bolsa esta quinta-feira.

Um direito permite a subscrição de apenas a 0,251248 novas ações da REN. Ou seja, são precisos quatro direitos para se obter uma nova ação. Feitas as contas, como cada direito fechou hoje a valer 0,154 euros (e o direito a uma ação vale 0,6129 euros), se quiser participar no aumento de capital terá de desembolsar um total de 2,4569 euros por cada ação da REN. À partida, compensa mais investir no aumento de capital do que comprar as ações da REN que já estão no mercado.

O bom momento em Lisboa foi acompanhado por outras praças na Europa, onde o Ibex-35 de Madrid e o Cac-40 de Paris avançaram 0,19% e 0,5%, respetivamente. Já o Dax-30 de Frankfurt caiu ligeiros 0,05%.

(Notícia atualizada às 17h14)

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Um mês após os incêndios, que querem os partidos para o Orçamento de 2018?

A tragédia de 15 de outubro aconteceu depois de o Governo submeter a proposta para o OE2018. Após os fogos, o Executivo e os partidos prometeram mudanças ainda neste Orçamento. O que propõem?

Os incêndios de 15 de outubro tiraram a vida a 45 pessoas.Rúben Gameiro/Tomar TV

Quando a segunda grande tragédia relacionada com incêndios afetou o país, a proposta do Orçamento do Estado para 2018 já tinha entrado no Parlamento. O número de mortos, a dimensão dos estragos e o choque dos portugueses levou os partidos a assumirem o compromisso de fazer mudanças na especialidade para começar a resolver os problemas mais estruturais já a partir de janeiro de 2018. O ECO reuniu as propostas mais relevantes que cada partido submeteu até à passada sexta-feira, a data limite.

Além do Conselho de Ministros extraordinário que aprovou várias medidas já para este ano, o Governo também tem, através do grupo parlamentar do Partido Socialista, várias medidas para a reconstrução, prevenção e combate aos incêndios. “Do ponto de vista do impacto no défice, prevê-se que estas medidas tenham um impacto global de 222 milhões de euros, dos quais 103 milhões de euros já estavam assumidos na proposta do Orçamento do Estado e 119 é o impacto adicional das alterações que fazemos na especialidade”, explicou Carlos César, assinalando que, assim, “prevê-se que o défice para o próximo ano possa ser de 1,1% e não de 1% como estava antes previsto”.

O primeiro-ministro tinha avançado no início da semana passada que o Orçamento iria ter uma verba de 670 milhões de euros para os incêndios. “Trezentos e setenta milhões de euros já constavam da proposta inicial e 300 milhões de euros serão apresentados na fase da especialidade, que é o resultado do conjunto do esforço que vimos ser necessário mobilizar, seja para a reconstrução, seja para dar execução, em 2018, já de parte significativa da resolução do Conselho de Ministros do passado dia 21 de outubro”, explicava António Costa.

No quadro distribuído pelo PS aos jornalistas, é possível identificar algumas das mudanças que o grupo parlamentar socialista quer introduzir na especialidade. A medida mais relevante em termos monetários são os 100 milhões de euros de reembolsos de incentivos comunitários do IAPMEI que vão ser utilizados no financiamento das empresas atingidas pelos incêndios florestais. Acresce a criação de uma empresa pública, a Lazer e Floresta, com cinco milhões de euros de capital social. Existe ainda um reforço de verbas para a reconstrução do SIRESP, uma verba de 46 milhões de euros para faixas de segurança para populações e 40 milhões de euros para reconstrução de habitação.

Já o PSD apresentou propostas essencialmente para acautelar o impacto negativo dos incêndios na economia. Os social-democratas tinham elogiado o trabalho feito pelo Conselho de Ministros, mas criticaram a demora — “chegam com quatro meses de atraso” — e a adoção de medidas que já tinham proposto no Parlamento anteriormente. Para o maior partido da oposição, o mais urgente é garantir isenções fiscais para famílias e empresas. As propostas dividem-se entre a proteção civil, o combate aos incêndios, auxílio às famílias e empresas afetadas e reflorestação. Uma das propostas é a criação de Equipas de Intervenção Permanente de bombeiros profissionais.

O BE garantiu, na sexta-feira, que várias das propostas que apresentou já têm o aval do Governo e vão avançar, tal como tinha acontecido com a reforma florestal de julho. Apesar de o Bloco ser contra algumas medidas do Governo — criticou a nomeação feita para a Estrutura de Missão para a Instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos –, o BE tem estado mais próximo do Executivo neste tema do que o PCP. Uma das preocupações dos bloquistas, dizem, é manter os empregos no interior e lutar contra a desertificação destas zonas que, maioritariamente, foram afetadas pelos incêndios este ano. Mas a líder do partido já veio dizer que vai ser preciso mais do que o Orçamento: “As alterações climáticas vieram para ficar”, disse recentemente Catarina Martins.

No caso do CDS, o partido tinha apresentado várias propostas quando levou uma moção de censura ao Parlamento. Foram 22 medidas que o partido apresentou para reformar a floresta e combater os incêndios. Entre essas propostas estava a necessidade de atribuir à Força Aérea a gestão, operação e manutenção dos meios aéreos, a criação de um corpo profissional de bombeiros de cobertura nacional e a garantia de que se realizavam as faixas de gestão de combustível. Além disso, os centristas sugeriam reformar o modelo orgânico da Autoridade Nacional de Proteção Civil, separando o comando da coordenação.

O PCP apresentou um pacote de 44 medidas de apoios às vítimas, combate a incêndios, prevenção estrutural, apoio à agricultura familiar e desenvolvimento regional, num valor global acima dos 800 milhões de euros. Num só documento, os comunistas propõe várias medidas para a ação do Governo. “A dimensão dos problemas reclama uma séria resposta que exige determinação política”, justifica o partido, assinalando que “o Governo não tem dado a necessária resposta designadamente pela insuficiência de uma visão integrada e pela falta de resposta orçamental, de meios e outros recursos para as concretizar”.

PS

  1. Dotação de 186 milhões de euros para despesas com indemnizações, apoios, prevenção e combate aos incêndios;
  2. Criação de mecanismos de redundância na rede SIRESP (gastos totais no SIRESP de 13,5 milhões de euros);
  3. Criação de instrumentos para a intervenção pública na gestão ativa da floresta e na estabilização dos mercados de produtos florestais;
  4. Financiamento do sistema das empresas atingidas pelos incêndios florestais através de 100 milhões de euros do IAMPMEI, que resultam de reembolsos de incentivos comunitários;
  5. Criação da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais e do Laboratório Colaborativo (medida de dois milhões de euros).

PSD

  1. Autorizar a ANPC, em 2018, a efetuar um financiamento suplementar a cada uma das associações humanitárias de bombeiros (AHB) que sofreram danos irreparáveis nos seus equipamentos durante o combate aos incêndios que ocorreram em 2017, até ao três milhões de euros;
  2. Isenção de contribuições para a Segurança Social para as empresas afetadas;
  3. Isenção do pagamento de IMI em 2017 e 2018 aplicável a habitações (excluindo as devolutas), edifícios comerciais, industriais e de serviços, bem como prédios rústicos afetos às atividades agrícolas e pecuárias;
  4. Obrigação de o Governo preparar uma proposta de alívio de IRC pelas empresas com afetação da parte relevante dos seus ativos pelos incêndios de 2017;
  5. Majorar em IRC as despesas de investimento em sistema rega e bebedouros de animais que assegurem uma melhoria significativa e efetiva na eficiência do uso da água nas atividades agrícolas e silvícolas.

Bloco

  1. Apoio excecional até 5000 euros aos agricultores informais por explorações com dimensão económica até 8.000 euros por ano de Valor da Produção Padrão;
  2. Rede de faixas de gestão de combustível: linha de financiamento às autarquias para execução obrigatória sempre que os responsáveis diretos não a executem, em redes viárias e ferroviárias públicas, linhas de transporte e distribuição de energia elétrica e gás natural, envolventes aos aglomerados populacionais e a todas as edificações, aos parques de campismo, às infraestruturas e parques de lazer e de recreio, aos parques e polígonos industriais, às plataformas logísticas e aos aterros sanitários;
  3. Contratação de, pelo menos, mais 25 vigilantes da natureza ​(áreas protegidas) pelo Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF);
  4. Criar um regime de suplementos remuneratórios aplicável aos guardas florestais que garanta níveis de remuneração equivalentes aos elementos da Guarda Nacional Republicana, em funções no SEPNA;
  5. Carreira Única de Bombeiros Profissionais da Administração Local — Durante o ano de 2018, o Governo, em articulação com as estruturas representativas dos bombeiros, procede à revisão do estatuto de pessoal dos bombeiros profissionais da administração local, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 106/2002, de 13 de abril, e matérias conexas, da qual resulte a uniformização das carreiras dos bombeiros sapadores e municipais.

CDS

  1. Apoio de 150 euros por hectare durante dez anos para a reflorestação com folhosas autóctones nas áreas ardidas este ano;
  2. Dedução das despesas com o investimento na floresta em sede de IRS;
  3. Isenção do Pagamento por conta e do Pagamento especial por conta nas zonas afetadas pelos incêndios;
  4. Verbas para a reconstrução da cidade do Funchal – incêndios de 2016;
  5. Criação de uma Unidade de Missão para a Reconstrução das zonas afetadas pelos incêndios.

PCP

  1. Programa de 500 milhões de euros para aplicar um programa de revitalização e desenvolvimento dos concelhos e regiões atingidas pela catástrofe;
  2. Verba de 50 milhões de euros para responder à despesa pública resultante das indemnizações a todas as vítimas dos incêndios florestais;
  3. Apoio de 10 milhões de euros à perda de rendimento dos agricultores e produtores pecuários;
  4. Reforço de 10 milhões de euros no apoio direto às corporações de bombeiros voluntários;
  5. 2,5 milhões de euros para a renovação e melhoria do equipamento das equipas de Sapadores Florestais.

Já o PAN quer a criação de uma equipa de resgate e salvação animal da Proteção Civil, que, considera, poderia ter ajudado a salvar muitos animais de apoio à pecuária nos recentes incêndios. Além disso, o partido Pessoas, Animais e Natureza quer alargar o período crítico, intitulado “Fase Charlie”, e quer agravar a pena do crime de incêndio florestal.

Pode consultar as propostas na íntegra no site do Parlamento através deste link. O prazo para entrega de proposta terminou esta sexta-feira às 21h00.

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Investidores furiosos com os Angry Birds. Ações afundam 20%

Tecnológica finlandesa criadora dos Angry Birds está a afundar na bolsa de Helsínquia depois dos resultados "brutalmente desapontantes" no último trimestre. Não são só os pássaros que estão furiosos.

Investidores também estão furiosos com os Angry Birds.

Também os investidores estão furiosos com a Rovio, tecnológica finlandesa mais conhecida por ser criadora do popular jogo de telemóvel Angry Birds (pássaros furiosos). As ações da empresa afundam esta quinta-feira mais de 20%, depois os resultados “brutalmente desapontantes” no último trimestre.

Recém-cotada na bolsa de Helsínquia, a Rovio viu o lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) cair 29% para os 6,1 milhões de euros no último trimestre. Foram as primeiras contas apresentadas pela tecnológica desde que foi admitida à cotação no dia 28 de setembro e os analistas da FIM consideraram-nas “brutalmente desapontantes”.

Fonte: Bloomberg

Não é de estranhar por isso que as ações estejam sob forte pressão vendedora. Perdem um quinto do seu valor para os 9,36 euros, naquela que é a pior sessão da curta história da Rovio no mercado bolsista. Neste momento, a criadora dos famosos Angry Birds apresentam uma capitalização bolsista de 730 milhões de euros, longe dos 900 milhões com que se apresentou no primeiro dia na bolsa.

Os analistas da FIM justificam a queda dos lucros com “o aumento do investimento na aquisição de novos utilizadores e com receitas que ficaram ligeiramente aquém do que era expectável”.

Segundo a Rovio, os gastos situaram-se nos 22,2 milhões de euros no último trimestre, quase quatro vezes mais do que havia investido em todo o ano passado, num esforço para atrair novos jogadores.

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Parlamento decide fim dos subsídios de Natal e férias por duodécimos no privado

  • Margarida Peixoto
  • 23 Novembro 2017

A proposta do PCP que propõe o fim do pagamento dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos no setor privado foi aprovada. Só o PSD votou contra.

A proposta do PCP que propõe o fim do pagamento dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos também no privado foi aprovada esta quinta-feira, na votação de especialidade do Orçamento do Estado para 2018.

A eliminação dos duodécimos foi aprovada com os votos favoráveis do PCP, PS, BE e CDS. Já o PSD votou contra a eliminação desta medida.

A regra, agora eliminada, permitia que os trabalhadores do setor privado pudessem receber metade do subsídio de férias e de natal ao longo de 12 meses, sendo a outra metade paga nos períodos habituais previstos na lei. Quem não quisesse receber desta forma, podia manifestar a sua vontade ao empregador, recebendo assim os subsídios por inteiro nas datas habituais. Nos contratos a prazo, porém, era necessário acordo escrito para que o pagamento fosse faseado.

A proposta do PCP visa, tal como explica a exposição de motivos, equiparar o setor público ao privado. “No ano de 2018, os subsídios de Natal e de férias a pagar aos funcionários públicos e pensionistas, passa a ser feito por inteiro. Subsistir esta regra para o setor privado, cria desigualdades no tratamento dos trabalhadores,” argumentam os comunistas. No entanto, no caso da função pública e dos pensionistas, não havia escolha: metade dos subsídios foi paga, este ano, em duodécimos, e a outra metade nos períodos habituais.

Para o PCP, “a decisão de pagamento em duodécimos dos subsídios visou a sua diluição na retribuição mensal, num contexto de cortes e restrições salariais, por forma a escamotear a redução de rendimento dos trabalhadores e dos pensionistas.” Por isso, os deputados comunistas argumentam que “o subsídio de Natal e de férias é um direito dos trabalhadores pelo que o seu pagamento deve ser feito por inteiro no momento previsto para o seu usufruto.”

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Infarmed. Decisão é legal, mas pode custar muito dinheiro

O ministro da Saúde quer transferir 70% da estrutura do Infarmed para o Porto. Mas se algum trabalhador se despedir, terá direito a uma compensação. João Bilhim e advogados enquadram a decisão.

O Estado pode transferir os trabalhadores do Infarmed de Lisboa para o Porto. Porém, terá de arcar com os custos da decisão e os trabalhadores, caso queiram quebrar o vínculo contratual com o Estado, terão direito a uma indemnização semelhante a uma situação de despedimento por parte da entidade patronal. Desde que aleguem “prejuízos sérios”.

João Bilhim, ex-presidente da Comissão de Recrutamento para a Administração Pública (CRESAP), admite ao ECO que “é possível movimentar os trabalhadores para o Porto. O problema são os custos”. O especialista em contratação pública admite que “os contratos em funções públicas garantem haver deslocação desde que seja paga. O funcionário público não é inamovível. Mas tem de ser pago por isso, e é caro. Razão pela qual estas decisões não costumam ser tomadas”.

João Bilhim faz ainda a comparação a uma comissão de serviço em que o funcionário público “não pode recusar fazer, mas o Estado tem de lhe pagar a viagem, as ajudas de custo e as horas extra”. Perante este cenário, o ex-líder da CRESAP admite que “esta decisão vai ser mais uma questão de maquilhagem. Provavelmente mudam o conselho diretivo do Infarmed e a sede, mas os serviços que são mais difíceis de deslocar permanecem em Lisboa, porque os custos seriam muito elevados. É uma medida para encher o olho”, afirmou o especialista.

Consulta prévia aos trabalhadores

A simples mudança da sede não implica qualquer formalidade legal, mas se o objetivo do Executivo for uma mudança geográfica dos serviços então é necessário proceder a uma consulta prévia aos trabalhadores para “acautelar os efeitos laborais dessa transmissão”, explicou ao ECO a especialista em legislação laboral Maria do Rosário Ramalho.

O presidente do Instituto do Direito do Trabalho complementa: “Além desta consulta aos trabalhadores para ver as consequências (económicas, pessoais e familiares), há que verificar a necessidade da transferência. Não pode ser uma decisão caprichosa”, acrescentou. Romano Martinez sublinha que no caso de uma decisão política “aí haverá um fundamento”, como por exemplo a descentralização de competências.

Depois de feita esta consulta, o Governo até pode decidir não avançar com a transferência do estabelecimento, mas se o fizer, os trabalhadores podem invocar “prejuízo sério” e rescindir contrato. Mas neste ponto as opiniões divergem.

Prejuízo sério? As opiniões divergem

Maria do Rosário Ramalho considera que o trabalhador não tem direito a uma indemnização pelo auto despedimento por justa causa, porque “o ato de transferência é lícito”. Opinião diferente tem Romano Martinez que defende haver lugar a indemnização. Contudo, ambos concordam que, no caso de transferência definitiva, os trabalhadores têm de ser ressarcidos do acréscimo por se deslocar, ou seja, o Estado tem de lhes pagar as despesas com a mudança da casa. Não está em causa, por exemplo, pagar a renda da nova casa, ou outro tipo de compensação.

Susana Afonso, advogada e sócia da CMS, Rui Pena & Arnaut, também concorda e explica que “quando ocorre uma transferência definitiva do local de trabalho, o empregador terá de avisar os colaboradores com um pré-aviso de 30 dias, devidamente justificado”. E os trabalhadores podem “aceitar a transferência e o empregador, nesse caso, terá de custear as despesas dos custos de deslocação e mudança de residência” ou então “recusar a transferência invocando prejuízo sério e cessar o contrato de trabalho, com direito ao pagamento da compensação legal relativa à sua antiguidade”. A advogada admite ainda que “a transferência deve ser precedida de um pedido de parecer da comissão de trabalhadores, “mas o incumprimento desta obrigação não torna ilícita a transferência, apenas a faz incorrer numa contra ordenação grave”.

Pedro Antunes, advogado coordenador do departamento de Laboral da CCA Ontier, admite que o Governo terá de “voltar atrás com a palavra”, já que essa transferência terá mesmo de ter o parecer prévio dos trabalhadores. “Não acho mesmo que o Estado possa fazer esta deslocalização, tendo em conta o artigo 95º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas”, explica o advogado ao ECO. Pedro Antunes diz ainda que se o trabalhador avançar para um auto despedimento, terá de provar que tem “prejuízos sérios” com essa transferência. “E quando digo sérios, são sérios mesmos”. Porém, o advogado faz ainda a ressalva: “o Governo ainda vai a tempo de pedir o parecer ou a consulta aos trabalhadores”.

Também o jornal i avançava – na edição desta quinta-feira [acesso pago] — que a decisão é ilegal, já que de acordo com a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, Adalberto Campos Fernandes teria de ter pedido, obrigatoriamente, um parecer prévio à comissão de trabalhadores.

Depois de perder a EMA, chega o Infarmed

Na terça-feira, Adalberto Campos Fernandes anunciou que a sede da autoridade nacional do medicamento vai ser mudada de Lisboa para o Porto a partir do dia 1 de janeiro de 2019, de forma faseada e até 2021. O anúncio desta transferência acontece um dia depois da cidade do Porto ter sido afastado da corrida à sede da EMA (Agência Europeia do Medicamento), tendo sido a cidade de Amesterdão a escolhida para o efeito.

A quase totalidade dos funcionários do Infarmed não concorda com a transferência da instituição para o Porto e 92% dizem estar indisponíveis para a mudança, segundo avançou o coordenador da comissão de trabalhadores, Rui Spínola, que falava em conferência de imprensa ontem, em Lisboa. O representante dos trabalhadores avançou que será criado um grupo de trabalho pela tutela para avaliar as implicações da transferência dos trabalhadores do Infarmed para o Porto e, se a conclusão for “não passar a agência (para o norte do país), a decisão volta atrás”.

Os trabalhadores da instituição vão pedir reuniões com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e com os grupos parlamentares para analisar esta decisão do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que classificam de “inesperada e extemporânea”, ressalvando que não se trata de uma tomada de posição contra a cidade do Porto.

Durante o plenário de trabalhadores realizado foi feito uma “sondagem” e, num total de 321 respostas, 312 colaboradores (97%) responderam que não concordam com a decisão de mudança do Infarmed e 291 (92%) responderam que não estão disponíveis para integrar esta transferência.

O que faz o Infarmed?

O Infarmed é um organismo central com jurisdição sobre todo o território nacional que até agora tem funcionado com a sede no Parque da Saúde, em Lisboa.

A missão do Infarmed é “regular e supervisionar os setores dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos cosméticos, segundo os mais elevados padrões de proteção da saúde pública, e garantir o acesso dos profissionais da saúde e dos cidadãos a medicamentos, dispositivos médicos, produtos cosméticos, de qualidade, eficazes e seguros”, segundo informação no site do organismo.

Perante um auditório com 275 lugares repleto de funcionários, Rui Spínola listou um conjunto de cinco riscos relacionados com a mudança do Infarmed para o Porto. Entre os riscos apontados está a perda de quadros “altamente experientes”, as dificuldades de coordenação e articulação, assim como as perdas de influência no contexto europeu, de competitividade e de reconhecimento internacional.

A comissão de trabalhadores realçou ainda que, “ao contrário do que foi publicamente referido sobre a maturidade desta intenção política, o plano estratégico do Infarmed para 2017-2019, homologado em 29 de setembro de 2017 pelo ministro da Saúde, não prevê qualquer transferência”.

O Infarmed tem 350 trabalhadores, mais cerca de 100 colaboradores externos que incluem especialistas.

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