Montepio melhora estimativa para crescimento do PIB para 1,8% em 2017

  • Lusa
  • 3 Abril 2017

O Governo definiu como meta de crescimento económico para este ano 1,5%. Depois de 1,4% em 2016, prevê-se que o Executivo reveja em alta a estimativa no Programa de Estabilidade.

O Montepio reviu esta segunda-feira em alta a estimativa do crescimento da economia portuguesa no primeiro trimestre, prevendo agora que avance até 0,5% em cadeia, e para o conjunto do ano, antecipando que o PIB melhore 1,8%. Na semana passada, o ministro das Finanças, Mário Centeno, referiu que o Governo vai rever a meta do crescimento económico de 1,5% — o número do OE2017 — para perto de 2% em abril.

No semanal de economia divulgado hoje, o departamento de estudos do Montepio revê em alta ligeira a estimativa de crescimento em cadeia do PIB no primeiro trimestre, em 0,1 pontos percentuais, apontando agora para um “acréscimo entre 0,3% e 0,5%”, o que pode significar uma ligeira desaceleração face ao trimestre anterior, que registou uma subida em cadeia de 0,6%.

Isso faz com que os economistas do banco voltem a rever em alta também a previsão de crescimento anual, também em 0,1 pontos percentuais, de 1,7% para 1,8% – coincidindo com a estimativa do Banco de Portugal, divulgada na semana passada.

O Montepio justifica esta revisão com “os dados robustos sobre atividade retalhista e industrial em fevereiro (forte subida mensal no primeiro caso, com uma descida no segundo caso, mas recaindo sobre dados fortemente revistos em alta), bem como a nova subida do indicador de sentimento económico no mês de março, superando, pela primeira vez, os níveis pré crise de 2008/2009)”.

Os economistas do departamento de estudos do Montepio já tinham revisto a sua estimativa de crescimento do PIB de 1,5% para 1,7% (depois do crescimento verificado no último trimestre de 2016 e fruto do efeito de ‘carry-over’ ou arrastamento).

A estimativa fica acima da antecipada pelo Governo (1,5%) prevista no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), divulgado em outubro, embora o ministro das Finanças, Mário Centeno, tenha já admitido rever (no Programa de Estabilidade, que será apresentado no parlamento a 19 de abril) em alta a previsão de crescimento para um valor mais perto de 2%.

Por outro lado, o Montepio mantém inalterada a previsão para o défice orçamental nos 1,8% do PIB (acima dos 1,6% estimados pelo Governo no OE2017), considerando que os dados já conhecidos da Direção-Geral de Orçamento (DGO) sobre a execução orçamental deste ano (até fevereiro) “revelaram resultados menos favoráveis do que os apresentados um ano antes, mas sendo influenciados por fatores temporários”.

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Tesla já vale mais do que a Ford… na bolsa

O valor de mercado da fabricante superou o da Ford em 2,7 mil milhões de dólares, depois de apresentar bons resultados trimestrais. Mas a Ford ainda é superior em muitas das métricas.

O valor de mercado da Tesla ultrapassou o da Ford. Atingiu os 47,8 mil milhões de dólares, ou 44,8 mil milhões de euros. As ações dispararam em bolsa nesta sessão: mais de 5,7%, com os títulos muito próximos dos 292,6 dólares cada. Segundo a Bloomberg, a valorização acontece um dia depois e a empresa apresentar que fechou o primeiro trimestre deste ano com mais de 25.000 automóveis vendidos, um número acima das estimativas dos analistas.

A capitalização bolsista da Tesla fica, assim, cerca de 2,7 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) acima do valor de mercado da concorrente Ford, liderada pelo norte-americano Mark Fields. A Bloomberg explica ainda que esta é só uma de muitas métricas para calcular o que vale uma empresa. No entanto, salienta também que é uma das mais importantes para os investidores. É o espelho de quanto é que estes estão dispostos a pagar pelas ações em bolsa, indica a agência.

Embora as vendas da Ford superem em muito as da Tesla, os investidores acreditam que Elon Musk vai conseguir levar a empresa a níveis de crescimento ambiciosos, antes mesmo de o automóvel Model 3 chegar ao mercado. Trata-se de um modelo elétrico mais acessível e dirigido ao um público mais abrangente, o que se espera que seja um motor para o crescimento da marca.

Ainda assim, para se ter uma ideia, enquanto a Ford vendeu 6,7 milhões de automóveis em 2016, a Tesla entregou apenas… 80.000 veículos. Enquanto a primeira lucrou 26 mil milhões em 2016, a segunda perdeu 2,3 mil milhões. E enquanto a empresa de Mark Fields gerou 151,8 mil milhões em receitas, a de Elon Musk faturou apenas sete mil milhões.

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Venda do Efisa à Pivot fracassa

  • Margarida Peixoto
  • 3 Abril 2017

O BCE não aprovou a venda do Banco Efisa à Pivot em tempo útil, revela a CMVM. Decorridos 17 meses, a operação fracassa.

O Estado vendeu o banco Efisa à Pivot, mas o processo estava pendente da aprovação do Banco Central Europeu (BCE). Ora, o prazo para a conclusão desta aprovação chegou ao fim sem que o BCE se tenha pronunciado, informa esta segunda-feira a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A Parparticipadas, SGPS, S.A. informa a não conclusão do processo iniciado há 17 meses destinado à alienação de 100% do capital social do Banco Efisa, S.A. à Pivot, SGPS, S.A”, lê-se no comunicado enviado às redações.

A CMVM explica que “a caducidade do contrato resultou de ter terminado o prazo, contratualmente previsto, para a verificação da condição de não oposição do Banco Central Europeu à transação.”

A Pivot, detida por Ricardo Santos Silva e Aba Schubert, e que conta com Miguel Relvas como acionista, ia pagar cerca de 38 milhões de euros à entidade pública pelo antigo banco de investimento do BPN.

A Pivot tem ainda como um dos seus grandes acionistas a Aethel, que chegou a apresentar ao Governo uma carta de intenções para comprar o Novo Banco. Na carta, a Aethel abria a porta a associar-se com outros investidores, mas sem adiantar quais e clarificando que não estava a trabalhar com o Lone Star.

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BCE: Aumento do salário mínimo pode limitar redução do desemprego

  • Lusa
  • 3 Abril 2017

Um relatório do BCE alerta que um aumento do salário mínimo, conjugado com a elevada proteção ao emprego, pode estar a limitar a redução do desemprego para níveis anteriores à crise.

O aumento do salário mínimo, juntamente com a elevada proteção ao emprego, pode estar a limitar a redução do desemprego para níveis anteriores à crise, segundo um relatório do Banco Central Europeu (BCE).

“Olhando para a frente, o nosso modelo sugere que o relativamente elevado salário mínimo, em combinação com o nível elevado de proteção ao emprego podem limitar o regresso da taxa de desemprego a níveis pré-crise. Além disso, assumindo que a contração no setor da construção é permanente, isso também vai limitar o regresso do desemprego a mínimos anteriores à crise”, lê-se num relatório da chefe de missão do BCE para Portugal, Isabel Vansteenkiste, divulgado hoje.

Num documento no qual questiona se a crise marcou definitivamente o mercado de trabalho português (Did the crisis permanently scar the Portuguese labour market?), a economista do BCE concluiu que a crise económica e os impactos do setor de construção “foram os fatores mais importantes que contribuíram para o aumento da taxa de desemprego”.

No entanto, Isabel Vansteenkiste defende que as reformas que foram feitas durante o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), acordado com a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o BCE, “atenuaram o aumento da taxa de desemprego, em cerca de três pontos percentuais” durante a crise.

O BCE tem em consideração medidas como as alterações na proteção ao desemprego e as alterações na negociação coletiva. “No geral, estas alterações tiveram um impacto importante na evolução da taxa de desemprego portuguesa. Na ausência destas reformas, o modelo sugere que a taxa de desemprego podia ter sido significativamente maior, ultrapassando os 20%”, defende a chefe de missão do BCE.

Outra variável importante neste documento, refere a chefe de missão do BCE, é a evolução do salário mínimo. Apesar de no início do PAEF ter sido acordado o congelamento do salário mínimo nacional nos 485 euros mensais (em 2011, o BCE, neste paper técnico, refere que os aumentos anteriores à crise (entre 2008 e 2011) fizeram subir o rácio entre o salário mínimo e o salário mediano. “O aumento do rácio nesse período contribuiu para um aumento da taxa de desemprego em cerca de dois pontos percentuais”, salienta.

Apesar do congelamento do salário mínimo durante os anos da ‘troika’, a diferença entre os dois salários aumentou, pois o salário mediano baixou. A esta diferença, Isabel Vansteenkiste junta a subida do salário mínimo em outubro de 2014 (para 505 euros e que se manteve em 2015), para concluir que em janeiro de 2015 a taxa de desemprego seria três pontos percentuais inferiores à verificada. Assim, rondaria os 11% em vez dos 14%.

Se o salário mínimo se mantivesse congelado desde 2008, ou seja, nos 426 euros, a taxa de desemprego no início de 2015 seria de 9% e não de 13%, cerca de quatro pontos percentuais. O estudo, que se baseia na Curva de Beveridge (que estuda a relação entre a taxa de desemprego e o número de vagas de emprego na economia), só tem dados até 2015, não considera assim a subida do salário mínimo nacional feita em 2016 (para 530 euros mensais) e em 2017 (para 557 euros).

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Grandes investidores avançam com processo para bloquear venda do Novo Banco

A gestora de ativos BlackRock anunciou que, em conjunto com outros grandes investidores, vai avançar com um processo para bloquear a venda do Novo Banco.

Um grupo de grandes investidores do Novo Banco vai avançar com um processo para travar a venda do banco. O anúncio foi feito, esta segunda-feira, pela gestora de ativos BlackRock, que faz parte deste grupo. Em causa está a transferência de cinco linhas de obrigações do Novo Banco para a massa falida do BES, ou o chamado “banco mau”. Estas obrigações totalizam, no seu conjunto, 2,2 mil milhões de euros.

O grupo de grandes investidores que agora quer avançar para a justiça, liderado pela BlackRock e pela Pimco, representa dois terços do total de 2,2 mil milhões de euros investidos. Ao todo, estes investidores terão perdido 1,5 mil milhões de euros quando o Banco de Portugal decidiu transferir estes títulos de dívida sénior do Novo Banco para a massa insolvente do BES.

Esta disputa tem envolvido o próprio Governo nas negociações. Na semana passada, Portugal apresentou um acordo a estes investidores que previa uma compensação de 600 milhões de euros, mas o grupo já tinha feito saber que nunca aceitará este acordo.

Perante uma ação tão discriminatória e prejudicial, o grupo que representa mais de dois terços dos títulos no valor de 2,2 mil milhões de euros não tem alternativa se não avançar com procedimentos legais contra o Banco de Portugal, numa tentativa de recuperar as perdas dos seus clientes“, refere a BlackRock, em comunicado enviado às redações.

“Vários membros do grupo vão procurar uma injunção para bloquear a venda do Novo Banco durante a semana que começa a 3 de abril de 2017. As regras que governam o processo de venda são discriminatórias e violam as leis europeias e portuguesas”, acrescenta a gestora de ativos. Isto porque fechar a venda “afetaria a capacidade dos seus clientes de recuperar as perdas”.

A BlackRock critica ainda o “mecanismo de capital contingente”, no valor de 3,98 mil milhões de euros, o modelo de garantia encontrado para cobrir uma eventual desvalorização dos ativos do Novo Banco. “Isto demonstra que o Banco de Portugal tem os meios, mas não a vontade, para resolver a disputa em curso”.

O grupo de grandes investidores volta a defender que o melhor para Portugal seria chegar a acordo, assegurando que este resultaria num custo de financiamento mais baixo, além de beneficiar a reputação do setor financeiro. “As autoridades portuguesas são fortemente encorajadas a procurar uma conclusão construtiva e atempada para esta questão”, conclui a BlackRock.

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PCP avança com resolução para suspender venda e nacionalizar Novo Banco

  • Lusa
  • 3 Abril 2017

A venda do Novo Banco não está a gerar consenso. O Bloco quer levar o assunto a votos no Parlamento e o PS pediu uma audição urgente de Carlos Costa e Sérgio Monteiro.

O PCP vai apresentar um projeto de resolução no parlamento que recomenda ao Governo a suspensão da venda do Novo Banco e a sua nacionalização, anunciou, esta segunda-feira, o dirigente comunista Jorge Pires.

O membro da comissão política do Comité Central do PCP falava em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa, após a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, ter marcado para quarta-feira um debate parlamentar de atualidade sobre o processo de venda, defendendo também que o Governo deve levar o assunto a votos na Assembleia da República.

O grupo parlamentar do PS pediu também a audição urgente do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e do responsável pela negociação da venda do Novo Banco, Sérgio Monteiro, para esclarecerem o negócio.

A venda do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star foi anunciada na passada sexta-feira pelo governador do Banco de Portugal, em conferência de imprensa, tendo sido explicada horas mais tarde pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.

O grupo norte-americano vai realizar injeções de capital no montante total de 1.000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho a operação e 250 milhões de euros até 2020, anunciou o governador do Banco de Portugal, confirmando a venda e assinatura dos documentos contratuais por parte do Fundo de Resolução.

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Escândalo da VW vai afundar vendas de carros a gasóleo

  • ECO
  • 3 Abril 2017

O JPMorgan prevê uma quebra acentuada nas vendas de carros a gasóleo até ao final desta década. Diz que de metade das vendas, os diesel possam representar apenas um terço em 2020.

Tem carro a gasóleo? É muito provável que sim. Durante anos, o diesel foi rei nas vendas de automóveis tanto no mercado nacional como nos restantes países europeus. Mas esse domínio foi abalado com o escândalo das emissões de gases poluentes por parte da Volkswagen. A desconfiança abateu-se sobre o mercado. E, diz o JPMorgan, é provável que os motores a gasóleo possam vir a perder o encanto junto dos consumidores. Aponta para uma quebra acentuada nas vendas de carros a gasóleo até ao final desta década.

Os analistas do JPMorgan apontam, segundo uma nota citada pela Bloomberg, para uma probabilidade de um decréscimo nas vendas dos veículos a diesel para 30% até 2020, na sequência do escândalo de emissões da Volkswagen que remonta a 2015. Estes dados representam uma quebra de 20 pontos percentuais relativamente aos valores atuais, na ordem dos 50% na Europa — em Portugal é ainda superior.

Os europeus estão a demonstrar ceticismo perante os veículos diesel, o que irá levar à redução da procura. A relutância terá sido espoletada pelo escândalo vivido pela Volkswagen em 2015. Foi na altura revelada a manipulação de resultados relativos às emissões de CO2 dos veículos da gigante alemã. Outros fatores, como regulações mais exigentes, têm ainda aumentado os custos de produção e condicionado a utilização dos veículos diesel, contribuindo para a perspetiva de declínio destes motores.

Esta mudança nos hábitos de consumo vai pesar nas contas das fabricantes de automóveis, com o banco de investimento a antecipar uma quebra de 5% nos lucros das empresas alemãs. Nesta estatística pesa não só a redução dos preços dos veículos diesel como também a aposta em veículos híbridos, menos rentáveis. Desta forma, a divisão da Audi pertencente ao grupo Volkswagen AG, o francês PSA Group e a Daimler, que acolhe a Mercedes-Benz, investirão mais assertivamente em veículos elétricos a partir de 2018.

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Bolsa interrompe ciclo. Energia pesa em Lisboa

PSI-20 volta a negociar abaixo dos 5.000 pontos depois de um rally de sete sessões. Pesos pesados "pesaram" na sessão nacional.

Depois de sete sessões em alta, a bolsa portuguesa voltou esta segunda-feira às quedas, interrompendo o maior ciclo de ganhos desde agosto de 2016. Pressionaram os pesos pesados EDP, EDP Renováveis, Galp e Jerónimo Martins. Mas pressionou também o ambiente de maior aversão ao risco no panorama europeu.

O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,8% para 4.968 pontos, negociando novamente abaixo da fasquia dos 5.000 pontos.

Uma das cotadas que mais pressionou a praça lisboeta foi a Jerónimo Martins, cujas ações afundaram 2,33% para 16,38 euros, depois de o Deutsche Bank ter revisto em baixa a sua avaliação do título, reduzindo a respetiva recomendação de “manter” para “vender”.

O BCP protagonizou a maior desvalorização, caindo 3,06% para 0,19 euros. Em termos setoriais, foi o setor energético quem mais fez recuar o benchmark nacional: EDP e EDP Renováveis cederam 0,16% e 0,14%, respetivamente, com a cotada de energias limpas a negociar, ainda assim, 12 cêntimos acima da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da elétrica nacional.

No total, foram dez as cotadas que fecharam com sinal negativo.

“Neste primeiro dia da semana, a bolsa portuguesa terminou em baixa, à semelhança das praças europeias”, referiram os analistas do BPI. “O BCP foi alvo de uma realização de mais-valias, após a forte valorização da semana passada e influenciado pelo comportamento do respetivo setor na Europa. As ações da Jerónimo Martins caíram, depois de o Deutsche Bank ter reduzido a recomendação da retalhista de “manter” para “vender”, acrescentaram.

PSI-20 abaixo dos 5.000 pontos

Entretanto, a travar maiores quedas, com ganhos de 2,45% e 3,33%, Corticeira Amorim e Mota-Engil foram estrelas de uma sessão negativa.

No plano internacional, tanto a bolsa de Milão como de Madrid registaram quedas superiores a 1%, enquanto as praças francesa CAC-40 e alemã DAX-30 cederam 0,71% e 0,34%, respetivamente, com os investidores a avaliarem o nível de sustentação dos ganhos depois do melhor trimestre desde 2014. Os setores mais cíclicos como banca, fabricantes automóveis e seguros foram os que mais penalizaram.

(Notícia atualizada às 17h03)

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Obrigações do Novo Banco afundam com troca “voluntária”

"Estão a apontar uma arma à cabeça dos credores seniores", diz um analista sobre a troca de dívida "voluntária" anunciada pelo Banco de Portugal na sexta-feira após a venda do Novo Banco ao Lone Star.

As obrigações seniores do Novo Banco estão a afundar esta segunda-feira, depois de os credores seniores terem sido chamados a trocar estes títulos de dívida por outros títulos que permitam ao banco reforçar o capital em 500 milhões de euros, uma medida de caráter voluntário e que foi anunciada na passada sexta-feira aquando da venda da instituição ao fundo norte-americano Lone Star.

As obrigações com maturidade em abril de 2019, totalizando os 587 milhões de euros, desvalorizam seis cêntimos para 0,85 euros, tratando-se da maior queda do último ano, e acontece depois de o fundo Lone Star ter concordado em injetar mil milhões de euros no Novo Banco em troca de uma posição de 75%. A taxa passou de pouco mais de 9% para mais de 13,5%.

Na sequência desta operação, os credores seniores serão chamados a participar numa oferta voluntária de troca de dívida “que permita gerar pelo menos 500 milhões de euros de fundos próprios elegíveis para o cômputo do rácio CET1”, anunciou na passada semana o Banco de Portugal.

Taxa das obrigações seniores dispara

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Na conferência de anúncio de venda do Novo Banco, o governador Carlos Costa sublinhou que “a solução desenhada não envolve uma ação não voluntária” e “não afetará o capital” dos obrigacionistas. No entanto, caso não haja investidores que aceitem trocar os títulos, o negócio com o Lone Star será inviabilizado. A alternativa será a nacionalização com perdas para todos os investidores.

Perspetiva diferente têm, porém, os investidores. “Parece que eles estão a apontar uma arma às cabeças dos obrigacionistas seniores“, referiu Carlo Mareels, da Mitsubishi UFJ Financial Group, à Bloomberg. “O que acontece se estes rapazes não injetarem dinheiro? Há um risco no horizonte de uma resolução para os credores seniores”, acrescentou.

"Parece que eles estão a apontar uma arma às cabeças dos obrigacionistas seniores. O que acontece se estes rapazes não injetarem dinheiro? Há um risco no horizonte de uma resolução para os credores seniores.”

Carlo Mareels

Mitsubishi UFJ Financial Group

Embora não tenha sido detalhado um plano, o ministro das Finanças Mário Centeno adiantou que as obrigações serão “transpostas” para títulos com um maior nível de subordinação. António Costa salientou na mesma conferência que “não há novos sacrifícios involuntários para os credores”.

Ainda assim, na mente dos investidores, há um precedente de imposição de perdas para os obrigacionistas, nomeadamente com a transferência de algumas obrigações seniores do Novo Banco para o banco mau no final de 2015, por decisão do Banco de Portugal

A 22 de março, um grupo de investidores que apostaram em dívida sénior do antigo Banco Espírito Santo (BES) anunciou que vai processar o banco central, numa ação liderada pela Pimco e pela BlackRock. Pretendem recuperar as perdas sofridas pelos seus clientes no seguimento da transferência de 2,2 mil milhões de euros em títulos de dívida sénior do Novo Banco para a massa insolvente do BES.

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Novo Banco: Portugueses podem ficar descansados com solução

  • Lusa
  • 3 Abril 2017

Marcelo Rebelo de Sousa diz que a solução seguida por este Governo foi "igual à seguida pelo Governo anterior". E descansa os portugueses: "a garantia será do fundo de resolução e não do Estado".

O Presidente da República disse hoje que os contribuintes podem ficar descansados com a solução encontrada pelo Governo para o Novo Banco, uma vez que a garantia será do fundo de resolução e não do Estado.

“Podem ficar descansados de que a solução encontrada, que é na linha do Governo anterior, é de não haver garantia do Estado, não haver responsabilidade do Estado, mas do fundo de resolução”, sustentou o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

No final da inauguração da unidade residencial Aristides de Sousa Mendes, do Centro Social professora Elisa Branco, em Cabanas de Viriato, concelho de Carregal do Sal, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que o Estado não entra com garantia na venda do Novo Banco.

“São os bancos que, realmente, a 30 anos, caso seja possível, irão pagando aquilo que for a diferença, esperemos que seja o mínimo possível”, acrescentou.

O Presidente da República destacou ainda que a solução seguida por este Governo foi “igual à seguida pelo Governo anterior”.

“Como se lembrarão, o Governo anterior recusou sempre a hipótese de ser o Estado a capitalizar ou a garantir no caso de perdas. O que se passa e passa até pela presença do fundo de resolução pelo capital do banco, é que o Estado não intervém, o Estado não deu garantia”, referiu.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, a gestão dos “ativos problemáticos, que são eventualmente perdas”, vai ser acompanhada pelos bancos, “com a ideia de limitar ao máximo a projeção nos contribuintes”.

“Esta é uma solução que acredita que é possível, num prazo de tempo, vender esses ativos, reduzir o risco de perdas que serão suportados durante 30 anos pelos bancos e reduzir ou limitar a projeção imediata de eventuais prejuízos nos cidadãos. O Estado não entra com garantia, são os bancos que realmente a 30 anos, caso seja possível, irão pagando aquilo que for a diferença, esperemos que seja o mínimo possível“, explicou.

Questionado sobre os 13 mil milhões de euros que Portugal já gastou para salvar bancos, o Presidente da República considerou que ficaria ainda mais caro se demorasse mais tempo a ser resolvido.

Quando o Estado meteu o dinheiro que meteu para o sistema financeiro, meteu-o para evitar perdas que não seriam 13 mil milhões, seriam várias vezes superior, porque uma liquidação de bancos, uma crise grave de bancos, teria uma consequência de 13 mil milhões multiplicados por muito”, concluiu.

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Europac compra fábrica na Andaluzia por 9,8 milhões

  • ECO
  • 3 Abril 2017

O novo espaço, que passa a ser conhecido como Europac Packaging Lucena, faturou 7,6 milhões de euros em 2016 e gerou um EBITDA de 1,2 milhões de euros.

O grupo Europac, dedicado ao fabrico de papel e cartão, anunciou esta segunda-feira que investiu 9,8 milhões de euros na compra de uma fábrica integrada de embalagens, na Andaluzia, Espanha.

O novo espaço, que passa a ser conhecido como Europac Packaging Lucena, faturou 7,6 milhões de euros em 2016 e gerou um EBITDA de 1,2 milhões de euros.

Em comunicado, o presidente executivo da Europac, José Miguel Isidro, disse que a “aquisição da fábrica de Lucena é uma consequência” da vontade de crescer “no setor da embalagem”.

O grupo vai implementar um plano de investimento de dez milhões de euros, com o objetivo de aumentar a produção da fábrica, adquirir novos ativos e ampliar as instalações. Durante este período de investimentos, espera-se criar 25 novos empregos diretos, revela a empresa em comunicado enviado às redações.

“A Europack Packaging Lucena é uma fábrica muito rentável, que tem um grande potencial de crescimento” e, por isso, o objetivo do grupo é converter o espaço “numa referência na sua área de influência”, concluiu José Miguel Isidro. Já Luis Serrano, country manager da Divisão Packaging da Europac em Espanha e gerente da nova fábrica, refere que o objetivo “comercial é reforçar o posicionamento atual no setor industrial e abordar mercados” onde a empresa ainda não está presente, “com especial atenção à agricultura e alimentação, setores estratégicos especialmente relevantes na Andaluzia e que são grandes consumidores de embalagem”.

Em Portugal, a Europac opera desde 2000 e conta com três centros de gestão integral de resíduos, 700 hectares de exploração florestal, uma fábrica de papel e cinco instalações para a produção de placas de cartão e caixas.

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Popular revê contas e perde presidente executivo

Pedro Larena deixa Banco Popular no dia em que a instituição anuncia que tem de rever as contas de 2016 em mais de 600 milhões de euros. Rácio de capital

Pedro Larena, presidente executivo do Banco Popular está de saída da instituição. Em causa está a eventual perda de poderes do administrador na sequência da contratação de Miguel Escrig, para número dois do banco.

A informação está a ser avançada pelo jornal espanhol Expansión (acesso livro / conteúdo em espanhol) que adianta que Escrig, ex-administrador financeiro da Telefónica entrou para o Popular há cerca de um mês, com as funções de adjunto do presidente do conselho de administração Emilio Saracho, e ainda como ‘controller’ e número dois do banco.

A saída de Pedro Larena, que foi nomeado presidente executivo em setembro de 2016, acontece no dia em que o banco espanhol deu a conhecer, através de um comunicado enviado ao regulador de mercado de capitais espanhol, que reviu as contas de 2016 o que implica um ajuste de mais de 600 milhões de euros, como consequência da revisão da carteira de créditos e de determinadas questões relacionadas com o aumento de capital realizado em maio de 2016. Estes ajustamentos acontecem depois de o banco ter levado a cabo uma auditoria interna em coordenação com o auditor PwC.

No comunicado o Banco Popular refere que “com a informação disponível no dia de hoje estas revisões não terão um impacto significativo nas contas de 2016 pelo que não justificam uma reformulação das mesmas”.

Ainda assim a instituição informa que poderá ter de aumentar as provisões para fazer frente a riscos que podem afetar o resultado em 123 milhões de euros; deverá também ter de aumentar as provisões relativamente ao crédito malparado e que poder ter um impacto de 160 milhões de euros; podendo ainda ter que dar baixa de algumas garantias associadas a operações de crédito duvidosas o que poderá ter um impacto de 145 milhões de euros.

Também sobre o processo de aumento de capital de 2.500 milhões de euros que o Popular levou a cabo o ano passado recaem alterações. Em comunicado o Popular adianta que “o importe, se se verificasse, devia ser deduzido de acordo com a normativa de capital regulatório” cujo valor ultrapassa os 205 milhões de euros, sendo o importe total objeto de esta análise de 426 milhões de euros”.

No mesmo comunicado, o Banco Popular adianta que “tendo em conta a informação disponível, nem o efeito em resultados, nem o efeito em património líquido… afetam de maneira muito significativa os estados financeiros do banco”.

Após ajustamento dos resultados correspondentes ao primeiro trimestre de 2017, o rácio de capital total deverá situar-se entre os 11,70% e 11,85%, um valor ainda assim superior ao exigido pelo BCE que é de 11,375%.

As ações do Banco Popular estão a cair 5,71% para 0,858 euros.

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