Fusões e aquisições movimentam 4,7 mil milhões de euros até junho

  • Lusa
  • 7 Julho 2019

Apesar dos resultados positivos em volume financeiro, em números de transacções o mercado registou uma quebra de 2,9% face ao primeiro semestre de 2018.

O mercado de fusões e aquisições em Portugal cresceu 20,3% até junho face ao mesmo período de 2018, movimentando 4,7 mil milhões de euros em 167 transações, segundo um relatório da Transactional Track Record (TTR).

Segundo se lê no documento, “apesar dos resultados positivos em volume financeiro, em números de transações o mercado português mostrou um leve declínio”, com os 167 negócios fechados a representarem uma quebra de 2,9% face ao primeiro semestre do ano passado.

Considerando apenas o segundo trimestre do ano, foram mapeados pelo TTR 76 negócios, dos quais “28 tiveram seus valores revelados, contabilizando um total de 2,4 mil milhões em investimentos”.

De acordo com a TTR, dois subsetores – o imobiliário e a tecnologia – têm liderado os movimentos transacionais em 2019: o primeiro manteve a tendência iniciada em 2015 e voltou a ser o mais ativo até junho, com 36 operações registadas envolvendo empresas do setor desde janeiro, ainda assim 5% abaixo do ano passado; já o segmento de tecnologia cresceu 12% devido às 29 operações anunciadas nos seis primeiros meses do ano.

Ainda destacado é o crescimento de 6% do setor financeiro e seguros, que contrasta com a queda de 21% nas movimentações ligadas ao segmento de turismo, hotel e restaurantes.

Em número de operações ‘cross-border’ (internacionais), o mercado português somou 81 operações ‘inbound’ de aquisições de empresas nacionais por companhias estrangeiras, com Espanha a manter-se como o país que mais realiza operações no território nacional: 25 aquisições orçadas em 289 milhões de euros e que se concentraram sobretudo no mercado imobiliário.

Seguiram-se os investimentos de empresas oriundas dos EUA, que até junho realizaram em Portugal 14 negócios no valor de 681,5 milhões de euros, e do Reino Unido, que canalizaram 710 milhões de euros para nove aquisições, sendo ainda destacado “o avanço francês”, com mais de mil milhões de euros mobilizados em seis operações no mercado nacional.

No cenário ‘outbound’, as compras portuguesas no exterior tiveram como alvo principal Espanha e França, com três operações com investimento total na ordem dos 800 milhões de euros em cada país. Já o Brasil foi o foco de três operações dos investidores portugueses, num valor total de 50 milhões de euros.

No que se refere ao investimento de capital de risco em Portugal, a TTR diz que “não conseguiu manter o ritmo positivo que havia exibido nos primeiros meses do ano, apesar do crescimento de 47,6% no número de rondas de financiamento anunciadas no semestre, para 31”.

“Até junho foram movimentados 146 milhões de euros no país, uma queda de 65% em comparação ao mesmo intervalo de 2018”, nota, avançando que “os fundos de ‘venture capital’ [capital de risco] tiveram como alvos preferidos os segmentos de tecnologia, com 19 operações, e de Internet, com seis”.

no ‘private equity’ (fundos privados) registou-se uma redução de 54% no total investido, para 718 milhões de euros.

A transação destacada pelo TTR no primeiro semestre de 2019 foi a conclusão da aquisição pelo Banco CTT da 321 Crédito, empresa de concessão de crédito de automóveis usados por particulares, por 100 milhões de euros.

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Direita regressa ao poder na Grécia. Mitsotakis é o novo primeiro-ministro

O partido Nova Democracia e o seu líder Kyriakos Mitsokatis venceram as eleições da Grécia. Terão conseguido 158 lugares no Parlamento, ou seja, a maioria absoluta.

Kyriákos Mitsotákis, presidente do partido Nova Democracia, será o novo primeiro-ministro da Grécia.DR

Depois de uma década de crise e austeridade, os gregos foram este domingo às urnas e escolheram mudar de governo. O Syriza de Alexis Tsipras foi derrotado e Kyriakos Mitsokatis da Nova Democracia é o homem que se segue.

Segundo os dados do jornal grego Ekathimerini, com 89% dos votos contados, a Nova Democracia terá conseguido 39,78% dos votos. Isto deverá representar 158 deputados, num parlamento com 300 deputados; ou seja, Kyriakos Mitsokatis vai governar com maioria absoluta.

No sistema eleitoral grego, o partido mais votado recebe um bónus de 50 deputados adicionais, o que facilita a formação de governos mais estáveis e de maioria absoluta.

Estas são as primeiras eleições após a conclusão de três resgates internacionais no valor de mais de 300 mil milhões de euros. O Syriza, que tem estado a governar o país desde 2015, foi derrotado, tendo conseguido 31,56% dos votos (86 lugares no Parlamento), mesmo assim ligeiramente acima do projetado pelas sondagens à boca das urnas.

As sondagens já projetavam uma vitória da Nova Democracia, com 38% a 42% dos votos, enquanto o partido de esquerda Syriza, encabeçado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, poderia obter 26,5% a 30,5%.

Alexis Tsipras governa o país desde 2015. O Syriza ficou em segundo lugar nas eleições deste domingo.World Economic Forum / Sikarin Thanachaiary

O Movimento para a Mudança (Kinal), uma coligação que inclui os socialistas do Pasok, terá ficado com 7,95% dos votos. Já os comunistas terão obtido 5,35%, enquanto a extrema-direita Solução para a Grécia terá ficado com 3,74%. O movimento MeRA25 do antigo ministro das Finanças Yanis Varoufakis não conseguiu mais do que 3,48%, enquanto os neonazis da Aurora Dourada obtiveram 2,99%, com 89% dos votos contados.

Na Grécia, para se conseguir ter assento no Parlamento, os partidos precisam de assegurar pelo menos 3% dos votos.

O papão da austeridade e o nome “Macedónia”

Durante a campanha eleitoral, Tsipras alertou para o regresso dos “dias negros” da austeridade, mas a ameaça não parece ter assustado, nem convencido os gregos. A Nova Democracia é um dos partidos que têm alternado no poder na Grécia e o seu líder pertence a um dos clãs políticos que historicamente tem dirigido o país.

Um dos motivos da esperança depositada em Tsipras, no poder desde 2015, foi a rutura com as “dinastias políticas” e os esquemas tradicionais da política grega, sempre presentes nos conservadores e nos sociais-democratas do Pasok, agora dissolvido no Movimento para a Mudança.

A gestão política de Tsipras e do Syriza falhou num aspeto essencial, segundo esta análise feita pela agência Lusa: para além da falta de quadros políticos bem preparados para enfrentar a gestão do poder, o partido não conseguiu garantir uma base social estável e firme para transmitir as suas posições. Mesmo que o seu legado seja reconhecido, o primeiro-ministro não conseguiu seduzir parte importante da população grega.

Na sua análise à derrota de maio nas europeias, o agora designado Syriza-Aliança Progressista considerou que os eleitores ignoraram a mudança de rumo após o fim do terceiro resgate em agosto de 2018, com a aprovação de medidas inseridas no seu programa inicial: restabelecimento dos contratos coletivos, subida do salário mínimo, descida do IVA, eliminação de um novo corte nas pensões.

Já o Kyriakos Mitsokatis fez uma campanha centrada em questões nacionalistas (tendo conseguido “roubar” votos à extrema do Aurora Dourada). Mitsokatis também foi um dos maiores críticos ao acordo sobre a mudança de nome da Macedónia, apadrinhado por Alexis Tsipras.

(Notícia atualizada às 22h01 com valores mais atualizados da contagem de votos)

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Tranquilidade é Superbrand 2019 nos seguros

  • ECO Seguros
  • 7 Julho 2019

A marca da Seguradoras Unidas volta a ser distinguida como Superbrand no setor dos seguros sendo referenciada espontaneamente por público e marketeers

A Tranquilidade acaba de ser confirmada como Superbrand na área dos seguros. É a marca seguradora que mais vezes conquistou este galardão, atribuído, segundo a organização “com base em critérios de notoriedade, qualidade e confiança”.

A empresa foi distinguida na pesquisa realizada pela Superbrands, em que as marcas são referidas de forma espontânea, não havendo qualquer tipo de menção a categorias, segmentos ou mercados. Isso permite – segundo os promotores – que “o consumidor revele as suas reais convicções e referências sobre as marcas que mais admira, com que mais se identifica e as em que mais confia”.

A Superbrands é uma entidade independente que se dedica à identificação e promoção das “marcas de excelência” em 89 países. A eleição resulta da avaliação dos consumidores, aferida através de um inquérito, e de um painel de especialistas em marketing em cada país. A Superbrands Portugal faz parte desta organização internacional e este ano foram 1300 as marcas nacionais classificadas pelo Conselho Superbrands.

A Tranquilidade pertence à Seguradoras Unidas, que detém as marcas Tranquilidade, Açoreana e LOGO, cerca de 1,5 mihões de clientes e 15,5% de quota de mercado não-vida, estando neste momento a ser alienada pelo seu principal proprietário, o grupo Apollo. A Companhia tem uma rede de distribuição de mais de dois mil pontos de venda, 80 Corretores, 1600 Agentes multimarca e 400 Agentes exclusivos.

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Primeiro Spaces em Portugal abre ainda este ano. Mas os planos da marca de coworking não ficam por aqui

O Marquês de Pombal foi o local escolhido para acolher o primeiro centro da Spaces no país. Dos planos da empresa para Portugal faz parte a abertura de mais três centros em Lisboa, bem como no Porto.

A entrada de uma nova marca de coworking no mercado nacional está para breve. Lisboa vai receber o primeiro centro da Spaces no país e tudo indica que a abertura acontece durante o último trimestre do ano. Mas os planos do Spaces para Portugal não ficam por aqui. “Esta é a primeira unidade que vamos abrir, mas temos em plano abrir mais três em Lisboa e também no Porto”, afirma Jorge Valdeira, country manager de Portugal da IWG.

A expectativa para o Spaces é de crescimento. “Já temos uma grande quantidade de clientes em lista de espera para poder confirmar assim que soubermos a data exata de abertura. Temos tido contactos de várias empresas e vários potenciais clientes. Assim que possamos começar a fazer contratos com eles, avançamos”, diz em entrevista ao ECO.

Para já, a Praça Marquês de Pombal foi a localização escolhida para receber o primeiro centro da Spaces, num edifício de nove pisos, com uma área de mais de cinco mil metros quadrados e que se traduz num investimento de mais de três milhões de euros. “Este tipo de unidades tem de estar localizada em grandes cidades, em pontos em que nada está longe”, afirma Jorge Valdeira.

“Quando escolhemos o Marquês de Pombal para colocar o Spaces, tivemos de ter em conta que está a duas estações de metro do Bairro Alto e de toda aquela zona que tem metro direto para o Cais do Sodré. Por outro lado, o Parque Eduardo VII está mesmo ao lado, dá para ir correr até Monsanto, há uma doca enorme de bicicletas partilhadas à porta e duas linhas de metro que se cruzam ali”, explica o country manager de Portugal.

“Quando pensamos nos millennials e naqueles que não são millennials mas que gostavam de ser, falamos de pessoas que querem ter tudo isto nas suas proximidades” e, por isso mesmo, os centros Spaces — que apelam à geração dos millennials, a um ambiente inovador e criativo — têm de estar localizados em grandes cidades.

Em Portugal, o grupo de coworking e trabalho flexível IWG, líder mundial nas ofertas de espaços de trabalho, já explora a marca Regus, que está presente com vários centros em várias cidades do país, como Lisboa, Porto, Oeiras ou Braga, por exemplo.

Entre a Regus e o Spaces, a principal diferença é a comunidade. “Na Regus, o ambiente é um pouco mais corporate. No Spaces, o ambiente é mais solto, informal e, consequentemente, estimula a criatividade. Além disso, são unidades maiores e sempre em grandes áreas metropolitanas”, refere Jorge Valdeira.

O Spaces surgiu em Amesterdão há cerca de dez anos e, desde aí, tem vindo a instalar-se em grandes cidades espalhadas pelo mundo. África do Sul, Alemanha, Itália ou Estados Unidos são apenas alguns dos países que acolhem estes centros. “A marca foi criada por um empreendedor, em Amesterdão, muito dentro do espírito da cidade, que é uma cidade muito aberta e tolerante”, explica.

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Já não se trabalha como antes. “Estamos apenas no início de uma revolução” chamada coworking

As empresas mais jovens foram as primeiras a aderir ao trabalho flexível. Agora, as mais convencionais seguem-lhes os passos. Querem contactar com startups e millennials.

Os espaços de coworking estão a nascer como cogumelos e Portugal não é exceção. O mercado está a crescer a passos largos e Jorge Valdeira, country manager de Portugal do grupo IWG [dono dos espaços Regus e Spaces, entre outros], considera que ainda estamos apenas no início de uma revolução no modo de trabalho. “Não quer dizer que hoje consigamos ver o limite dessa revolução, mas que aquela que está acontecer neste momento ainda tem muito por onde crescer, sem dúvida que tem”, afirma.

“O potencial do trabalho flexível é muito superior ao que acontece neste momento”, continua Jorge Valdeira, em entrevista ao ECO. E não são só as startups que se viram para este tipo de espaços que promovem o trabalho flexível. Também as empresas mais convencionais começam a interessar-se pelo coworking.

“O que vemos são as empresas maiores a quererem optar por soluções de trabalho flexível e de coworking. As empresas mais convencionais sentem que, embora tenham muita gente, acabam por viver um pouco viradas para dentro e querem contactar com outras, sobretudo com startups e millennials”, refere. Por outro lado, estes espaços também permitem às estruturas relativamente jovens “contactarem com empresas mais instaladas e convencionais”.

Para Jorge Valdeira, o “boom” do coworking deu-se com a vulgarização do conceito. “Na altura em que criámos a Regus [em 1989] era algo de nicho. Hoje em dia é mainstream e está em grande crescimento”. A Regus, uma das marcas de coworking do grupo IWG, a par da Spaces ou da No.18, surgiu quando ainda poucos sabiam o que era o coworking.

O escritório dentro do smartphone

“Na altura, este tipo de procura existia, mas era muito mais limitada. Desde o início que o nosso objetivo era dar resposta aos trabalhadores móveis e, hoje em dia, são muitos mais do que na altura. Aliás, hoje em dia, quase toda a gente pode ser um trabalhador móvel. A partir do momento em que o nosso escritório está dentro de um telemóvel, podemos trabalhar em qualquer sítio. A tecnologia fez uma diferença enorme no nosso negócio“, explica.

Por outro lado, Jorge Valdeira conta que também as mentalidades mudaram e ajudaram a expandir estes espaços. “Há 20 anos, o sentimento de posse, a ideia de ter o meu próprio gabinete, era algo muito importante. Hoje em dias, as pessoas estão mais dispostas a partilhar“.

Mas também o próprio ambiente das unidades de coworking acabou por mudar. Se, antes, os espaços tinham “um ambiente muito corporate”, agora são “mais descontraídos”. “Há cinco anos, eu não falaria consigo sem trazer uma gravata, porque não estaria correto, era desadequado”, conta.

Há cinco anos, eu não falaria consigo sem trazer uma gravata, porque não estaria correto, era desadequado.

Jorge Valdeira

Country manager de Portugal da IWG

As mudanças que foram ocorrendo na Regus até agora têm, sobretudo, a ver com acompanhar as tendências dos clientes. “Eles têm de sentir-se bem aqui e nós temos de atuar de acordo com eles”, refere Jorge Valdeira. E a diversidade de clientes é enorme. Num só centro Regus é provável que encontre um empresário de futebol, um escritório de advogados, uma fundação, uma imobiliária ou uma empresa de recrutamento.

“Temos todo o tipo de empresas. A única coisa que não temos aqui são consultórios médicos, porque exigem manipulação de água e nós não temos água nos escritórios. E mesmo assim temos médicos, mas psicólogos”, diz.

Tudo se resume a flexibilidade

Para Jorge Valdeira, deslocar a sua empresa para um centro de coworking resume-se a flexibilidade. “Não têm de se preocupar com nada. Não tem de fazer contratos para a água e para a luz, comprar mobiliário, nem contratar limpeza. Está tudo incluído. É a simplicidade de ser um único serviço“, afirma.

Por outro lado, é fácil aumentar ou diminuir o escritório, consoante as necessidades da empresa. “Juntaria a isto a mobilidade, poder utilizar os nossos centros noutras localizações e poder mudar de centro se assim pretende, o que é muito importante em algumas atividades”.

A flexibilidade também se aplica aos contratos, nos quais o cliente pode comprometer-se pelo período de tempo que lhe for mais conveniente, sem qualquer tempo mínimo. “Até pode ser apenas por um dia”, diz Jorge Valdeira, acrescentando que há, ainda, o sentimento de pertença a uma comunidade.

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Seguradoras vão fornecer dados clínicos à medicina legal

  • ECO Seguros
  • 7 Julho 2019

A proposta do Governo sobre investigação médico-legal inclui os serviços clínicos das seguradoras entre as entidades a quem podem ser pedidas informações sobre os examinados em processos médico-legais

Os serviços clínicos das seguradoras poderão ser solicitados a fornecer informações clínicas respeitantes aos examinados em processos médico-legais e forenses. As informações deverão ser prestadas, preferencialmente, por via eletrónica. Esta possibilidade é expressamente admitida pela proposta de lei que deu entrada na Assembleia da República para alterar a legislação sobre a investigação médico-legal.

A proposta de diploma considera que a realização urgente de perícias médico-legais é imprescindível à investigação em múltiplas situações, designadamente no que toca à “colheita de vestígios biológicos que possam vir a ser perdidos em razão da demora da intervenção pericial, para o exame do corpo no local na ocorrência de um crime e para o registo de lesões que possam deixar de ser visíveis, entre muitas outras circunstâncias”.

A alteração legislativa proposta pretende remover “dificuldades no acesso a informações clínicas necessárias às avaliações periciais”, atendendo a que, sendo embora já possível facultar aos peritos médicos do Instituto de Medicina Legal o acesso a informação clínica existente nos autos e nos processos hospitalares, “tal implica um procedimento prévio de solicitação, feita usualmente por ofício e correio postal, seguida da realização de cópias em suporte físico, que são depois enviadas pela mesma via”. Prevê-se agora, para tornar o processo mais expedito que a solicitação daqueles dados por parte dos peritos do Instituto de Medicina Legal deve ser feita preferencialmente por via eletrónica.

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Direita mais perto de vencer eleições na Grécia. Sondagens dão 40% dos votos à Nova Democracia

  • ECO
  • 7 Julho 2019

O partido conservador Nova Democracia está mais de vencer as primeiras eleições gregas após a saída do programa de resgate, de acordo com as primeiras sondagens à boca das urnas. Syriza derrotado.

Kyriákos Mitsotákis, presidente do partido Nova Democracia, é o favorito nas eleições da Grécia deste domingo.DR

O partido Nova Democracia e o seu líder Kyriakos Mitsokatis estão mais perto de vencer as eleições na Grécia, as primeiras após a conclusão de três resgates internacionais no valor de mais de 300 mil milhões de euros, de acordo com as primeiras sondagens à boca das urnas.

As sondagens projetam uma vitória da Nova Democracia com 38% a 42% dos votos, enquanto o partido de esquerda Syriza, encabeçado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, que está no poder desde 2015, sai derrotado e com a sua votação ficar-se entre os 26,5% e 30,5%.

A aliança de centro-esquerda Movimento pela Mudança (KINAL) deverá obter entre 6% e 8% dos votos, à frente do Partido Comunista Grego (KKE), cuja votação deverá situar-se entre 5% e 7%, revelam as mesmas sondagens divulgadas pelos jornais gregos.

Com menor expressão ficará o partido neo-fascista Aurora Dourada, com as projeções a darem entre 2,8% e 4,8% dos votos. Já o partido anti-austeridade fundado pelo antigo ministro das Finanças Yannis Varoufakis, o MeRA25, deverá ficar com uma votação entre 3% e 5%.

Sendo assim, os lugares no Parlamento grego deverão ficar distribuídos desta forma: Nova Democracia elegerá entre 155 e 167 deputados, o Syriza ocupará entre 77 e 82 lugares, o KINAL terá entre 16 e 19 assentos e o KKE entre 16 e 19 deputados. Já o MeRA25 terá entre oito e 14 lugares e o Aurora Dourada entre 0 e 13 lugares.

Os resultados oficiais serão conhecidos mais tarde.

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Deutsche Bank avança com reestruturação. Plano custará 7,4 mil milhões

Banco alemão prepara-se para cortar 18 mil empregos e vai reduzir o seu banco de investimento, num plano de reestruturação no valor de 7,4 mil milhões de euros com o qual pretende dar a volta à crise.

O Deutsche Bank vai avançar com um plano de reestruturação no valor de 7,4 mil milhões de euros para dar a volta à crise no seio de um dos maiores bancos alemães. O plano foi anunciado este domingo. Prevê o corte de 20% dos postos de trabalho, o abandono do negócio de ações e ainda a redução do banco de investimento.

Refletindo já os custos com o processo de reestruturação, o Deutsche Bank anunciou que registou prejuízos de 2,8 mil milhões de euros no segundo trimestre. Não haverá dividendos este ano, nem no próximo.

O plano de reestruturação deverá durar até 2022, período durante o qual o banco vai eliminar cerca de 18 mil postos de trabalho. Tem atualmente mais de 90 mil trabalhadores. Ou seja, vai cortar mais de um em cada cinco empregos em três anos e meio.

Além de fechar com unidade de mercados acionistas, o Deutsche Bank também vai acabar com a operação de negociação de obrigações.

Por outro lado, o plano também prevê a criação de uma espécie de “banco mau”, uma unidade para onde serão transferidos os ativos problemáticos e não estratégicos no valor de 74 mil milhões de euros.

O Deutsche Bank garante que não será preciso injetar dinheiro dentro do banco para financiar a reestruturação, mas vai baixar a meta de rácio de capital para 12,5%, acima dos requisitos regulatórios.

A decisão de reestruturar radicalmente o banco surge depois de falhada a operação de fusão com o Commerzbank em abril e de as anteriores administrações também não terem conseguido colocar a instituição a gerar mais receitas do que os custos que tem.

O banco de investimento, que representa cerca de metade do negócio do Deutsche Bank e que foi um dos principais responsáveis pela crise na instituição, será dividido em dois, sendo que o banco de transição será incorporado na unidade de clientes de retalho. A outra “metade” será eliminada.

O plano visa também responder à crescente desconfiança dos mercados. As ações do Deutsche Bank perderam metade do valor em 2018 na bolsa alemã, estando atualmente a cotar nos 7,17 euros. A preços de mercado, o banco alemão vale 14,9 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 16h43)

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ASF compromete-se com financiamento sustentável

  • ECO Seguros
  • 7 Julho 2019

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) compromete-se a participar ativamente na implementação de linhas de orientação que assegurem o financiamento sustentável.

A entidade de supervisão do setor segurador irá participar ativamente na implementação das “Linhas de orientação para acelerar o financiamento sustentável em Portugal”, contidas num relatório que será divulgado no decurso da conferência “Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica 2050 – O papel do financiamento sustentável”, que tem lugar em Lisboa esta segunda-feira.

O relatório foi produzido no âmbito do “Grupo de Reflexão para a promoção do Financiamento Sustentável e Descarbonização”, constituído e coordenado pelo Ministério do Ambiente e da Transição Energética, em parceria com o Ministério das Finanças e o Ministério da Economia, tendo contado com a participação da ASF, do Banco de Portugal, da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e de diversos representantes do setor financeiro, com o objetivo de desenvolver um diálogo estruturado de forma a promover e acelerar as práticas de investimento sustentável em Portugal, fruto das ambiciosas metas a perseguir nesta área.

O “Grupo de Reflexão” pretende evidenciar a importância da integração dos riscos ambientais, sociais e de governação nos processos de gestão de risco do setor financeiro; motivar o setor financeiro para o desenvolvimento e investimento em produtos financeiros que promovam empresas, instituições da economia social e projetos alinhados com os princípios de sustentabilidade; e reforçar a divulgação das linhas de financiamento apoiadas pelo Estado Português, nomeadamente a linha de crédito para a Descarbonização e Economia Circular.

Para a presidente da ASF, Margarida Corrêa de Aguiar, “o setor segurador e dos fundos de pensões pode desempenhar um papel fundamental na esfera da sustentabilidade financeira, reforçando o importante papel que já assume na economia e sociedade, nomeadamente através da disponibilização de coberturas face a eventos climáticos e catastróficos, de proteção das pessoas e das empresas face a desenvolvimentos adversos, ou de produtos de poupança para a reforma”.

Margarida Corrêade Aguiar, citada num comunicado da ASF, acrescenta que a entidade a que preside “pretende prosseguir iniciativas para a identificação do quadro de envolvimento consciente e sustentado do setor que supervisiona, prosseguindo, em paralelo, a integração desta temática na sua ação de supervisão”.

A conferência “Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica 2050 – O papel do financiamento sustentável realiza-se na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Ainda durante o evento, presidido pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, fica assinada a “Carta de Compromisso para o Financiamento Sustentável em Portugal”.

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França, Alemanha e Reino Unido preparam reunião de emergência após Irão anunciar incumprimento do acordo nuclear

  • Lusa
  • 7 Julho 2019

Os três países da União Europeia que fazem parte do acordo nuclear do Irão preparam uma reunião de emergência depois de Teerão ter anunciado que o limite de enriquecimento de urânio será ultrapassado.

Os países da União Europeia que fazem parte do acordo sobre o nuclear do Irão estão a discutir a realização de uma reunião de emergência após o anúncio de que o limite de enriquecimento de urânio será ultrapassado este domingo.

Os países em causa são a França, o Reino Unido e a Alemanha que, em 2015, assinaram um acordo, em conjunto com a China, a Rússia, os Estados Unidos e o próprio Irão, após 12 anos de crise à volta do programa nuclear iraniano.

O bloco “está extremamente preocupado” com a decisão do Irão de aumentar o enriquecimento além do limite de 3,67%, afirmou hoje a porta-voz da UE, Maja Kocijancic.

Segundo avançou a porta-voz à agência Associated Press, Bruxelas está em contacto com as outras partes do acordo para discutir os próximos passos, incluindo “uma comissão conjunta”.

A comissão conjunta do acordo reúne autoridades dos países participantes e reúne habitualmente uma vez por trimestre. A sua última reunião aconteceu no final de junho.

O Reino Unido e Alemanha também tomaram posição, pedindo ao Irão para “parar imediatamente” o enriquecimento de urânio.

Afirmando estar “extremamente preocupado” a aguardar informações da Agência Internacional de Energia Atómica, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros pediu ao Irão que “pare e reverta todas as atividades inconsistentes com os seus compromissos”.

O apelo foi secundado por Londres, que, em comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, garantiu que o Reino Unido continua a considerar o acordo válido: “O Irão violou os termos do acordo internacional [sobre energia nuclear no Irão] de 2015. Como o Reino Unido continua totalmente comprometido com o acordo, o Irão deve parar imediatamente e cancelar todas as atividades contrárias às suas obrigações”.

"O Irão violou os termos do acordo internacional [sobre energia nuclear no Irão] de 2015. Como o Reino Unido continua totalmente comprometido com o acordo, o Irão deve parar imediatamente e cancelar todas as atividades contrárias às suas obrigações.”

Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido

Também o primeiro-ministro de Israel já tinha lançado um apelo sobre a questão, pedindo às potências mundiais que apliquem “sanções imediatas” ao Irão assim que for ultrapassado o nível de enriquecimento de urânio previsto pelo acordo nuclear.

Para Benjamin Netanyahu, o enriquecimento de urânio acima do limitado no acordo de 2015 só pode ter como objetivo a criação de bombas atómicas, pelo que os líderes ocidentais devem cumprir o combinado e impor sanções ao Irão “no preciso momento” em que os valores acordados forem ultrapassados.

O Irão confirmou hoje que ultrapassará “nas próximas horas” o nível de enriquecimento de urânio permitido pelo acordo nuclear de 2015, referindo que só falta acertar alguns detalhes técnicos. O acordo do nuclear não permite que o Irão enriqueça mais do que 3,67% o urânio.

A Agência Internacional de Energia Atómica garantiu que está a monitorizar o nível do enriquecimento de urânio pelo Irão e avisará a sua sede, em Viena, “assim que se verificar o desenvolvimento anunciado”.

Segundo o documento, o Irão compromete-se a não se dotar de bomba atómica e a limitar drasticamente as suas atividades nucleares em troca do levantamento de sanções internacionais que asfixiavam a sua economia.

Em maio de 2018, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu retirar-se unilateralmente do acordo e restabelecer sanções ao Irão, incluindo no setor petrolífero.

Trump justificou a saída deste pacto ao acusar o Irão de nunca ter renunciado a dotar-se de uma arma atómica (enquanto Teerão sempre desmentiu esta acusação) e de ser a origem de todos os problemas no Médio Oriente.

As novas sanções dos EUA provocaram uma fuga das empresas estrangeiras do Irão, que tinham regressado após o acordo, fazendo cair a economia iraniana numa grave recessão.

Um ano depois, o Irão, considerando que tinha sido muito paciente, mas que os restantes signatários não tinham tomado qualquer medida face à decisão dos EUA, resolveu quebrar o compromisso e anunciou que iria voltar a investir no enriquecimento de urânio.

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Partidos saem à rua para sardinhadas e feiras. Quanto gastam em campanha?

No ano passado, o PSD, o Bloco e o PS foram os partidos que mais gastaram em meios e ações para propaganda política. Os congressos nacionais são os eventos mais dispendiosos.

As eleições europeias, na Madeira e legislativas foram agendadas para 2019, mas os partidos apostam sempre em ações de campanha. Entre sardinhadas e congressos, bem como cartazes e panfletos, PSD e Bloco foram os partidos que mais gastaram em ações e meios de propaganda ou campanha, no ano passado, tendo ultrapassado a fasquia do milhão de euros. Segue-se o PS, cujas despesas neste campo rondaram os 840 mil euros. No fim da lista surgem os comunistas e o CDS.

De acordo com as contas apresentadas à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), que ainda têm de ser avaliadas e aprovadas, o PSD gastou 6.146.072,82 euros com ações e meios de propaganda política (ou campanha eleitoral) em 2018.

É de ressalvar que a contabilização dos partidos nestas listas é feita de forma diferente. O PSD e o Bloco incluem as quotas nestas listas, por exemplo, enquanto os restantes não fazem referência a esse elemento nesta contabilização. No geral, os congressos nacionais são os eventos onde os partidos gastam mais dinheiro.

Para o PSD pesaram também nas contas as viagens no âmbito das funções desempenhadas nas instituições europeias, como por exemplo para o congresso do PPE, em Helsínquia. Já quando saíram à rua para ações em Portugal, um dos destinos foi Loulé, para a Festa do Pontal, onde gastaram cerca de dez mil euros. Só as t-shirts, um dos poucos elementos discriminados, foram quase 400 euros.

Já as despesas do BE ficaram aproximadamente nos 2,4 milhões de euros, tendo em conta que o partido incluiu despesas gerais nestas contas. Para o Bloco, as despesas com o Esquerda.net, um site de informação detido pelo partido, destacam-se na lista das ações e meios. Em 2018, os gastos com este portal, onde se inclui as remunerações do pessoal, totalizaram cerca de 140 mil euros.

Os bloquistas apresentam nestas contas as receitas obtidas com as angariações de fundos, subvenções e contribuições dos filiados e eleitos, o que equilibra o resultado. Mesmo assim, são poucos os eventos que provam ser lucrativos para o Bloco. Segundo o documento entregue à ECFP, a participação numa “festa dos coletes” acabou com um saldo positivo, depois de uma angariação de fundos no valor de 1.364,90 euros. Já a sardinhada em Torres Novas foi outro dos eventos que gerou um balanço positivo, mas só de 18 euros.

Para o PS, os gastos com ações em 2018 cifraram-se nos 841.341,23 euros. Na lista apresentada contam-se inúmeros congressos, que pesaram nas despesas, e também candidaturas de membros como António Costa, Elza Pais e Daniel Adrião, que avançaram no congresso nacional, na Batalha.

Um dos principais eventos do partido “na rua” foi a festa de verão do PS, no Parque 25 de Abril, em Caminha. Nesta celebração o partido gastou mais de 40 mil euros, sendo que quase metade do orçamento foi gasto em decoração de salas e montagem de estruturas.

No caso dos comunistas, as ações de propaganda política custaram cerca de 270 mil euros. Nas despesas gerais, o aluguer e colagem dos outdoors apresenta-se como um dos elementos mais dispendioso. Os comunistas desenvolveram no ano passado várias ações para promover posições em diversos assuntos, como campanhas de propaganda em defesa dos CTT (custou cerca de 3.500 euros) ou pelo direito a habitação (rondou os 4.700 euros).

O CDS acaba por ficar no fim da lista das despesas com propaganda, apesar de não apresentar valores para todas as ações listadas. Os gastos totalizam aproximadamente os 120 mil euros. A iniciativa do partido “Ouvir Portugal”, que se desenvolveu por todo o país, foi um dos principais elementos da campanha dos democratas-cristãos.

Contam-se ações de rua em Évora, onde os democratas-cristãos visitaram a Embraer e o centro histórico, em Montalegre, na Feira do Fumeiro, no Baixo Alentejo, onde visitaram locais como a Herdade Monte das Mouras, em Castro Verde, e fizeram um almoço no Clube Bejense. As despesas de cada ação rondam os 200 euros.

PCP é o único com saldo negativo

O PSD foi o que gastou mais com propaganda, mas também foi o que acabou melhor o exercício do ano, com 770 mil euros positivos. O PS segue-se com 264 mil euros, e o pódio fica fechado com o Bloco, que terminou o ano com um saldo positivo de 130 mil euros. Em terreno verde ficou também o CDS, com um resultado de 18 mil euros, e ainda o PAN, que teve um saldo positivo de 12 mil euros.

Sobra assim, entre os maiores partidos, o PCP, que fechou o ano passado com um balanço negativo de mais de 800 mil euros. O partido viu o valor dos donativos cair 66,32% de 6.680 euros em 2017 para 2.250 euros em 2018. Ainda assim, regista o valor mais alto de contribuições dos eleitos e militantes, bem como de depósitos bancários.

O PCP era também, historicamente, o partido mais rico em imóveis, mas foi ultrapassado pelo PSD em 2018. O património imobiliário dos sociais-democratas aumentou mais de quatro vezes em apenas um ano, na sequência de uma reavaliação pedida ao Fisco. Os ativos fixos tangíveis do PSD atingiram assim os 26,3 milhões em 2018.

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Lagarde vai ter vida difícil no BCE. Estes são os 3 maiores desafios

Atuar numa união monetária incompleta, a redução significativa da margem para aplicar instrumentos e a falta de compreensão do que é a nova "economia normal" são os principais desafios de Lagarde.

Após a escolha de Christine Lagarde para presidente do Banco Central Europeu (BCE), muitas questões têm surgido sobre qual será a sua habilidade para gerir a política monetária da Zona Euro, tendo em conta não ser economista de formação e a falta de experiência em política monetária. Enquanto esses temas são discutidos, o Bruegel decidiu dar “uma ajudinha” a Lagarde na nova missão. O “tanque de pensamento” europeu especializado em economia, compilou aqueles que considera serem os três principais desafios que a francesa vai enfrentar no BCE. Mas não se ficou por aí.

O organismo independente presidido pelo ex-presidente do BCE — Jean-Claude Trichet — avança ainda com recomendações para a futura responsável pela condução da política monetária do espaço do Euro. Fique a saber quais são esses desafios e o que Lagarde pode tirar da “caixa de ferramentas”.

Desafios para o BCE sob uma nova liderança assentam em três temas:

1. Atuar numa união monetária incompleta

O Bruegel começa por salientar que os responsáveis do BCE “vão continuar a operar numa união monetária incompleta”, avisando que perante uma eventual futura recessão o “espaço de manobra com as ferramentas atualmente disponíveis será consideravelmente mais limitado”. Com vista a reduzir este risco, diz que será necessário que Lagarde assuma “um papel ativo” nas reuniões do Eurogrupo, com vista a que as políticas orçamentais dos diferentes Estados-membros sejam alinhadas entre si, mas também com a política monetária. Mas deixa outro aviso: que simultaneamente o BCE assegure a sua “independência da pressão política” com vista a que cumpra aquele que é o seu mandato.

Outro entrave identificado pelo Bruegel recai sobre a “pontualidade” da tomada de decisão no seio do BCE, lembrando que a política monetária numa comunidade assente em muitos países implica que decisões como o quantitative easing possam ser atrasadas devido à dificuldade de serem implementadas politicamente. “O vosso desafio será assegurar respostas atempadas a choques“, diz, assim, aquele organismo.

A entidade liderada por Jean-Claude Trichet faz mira ainda à composição do conselho de governadores e ao processo de tomada de decisão do BCE. “Será um desafio para si conter desentendimentos de modo a que estes não minem as suas decisões”, avisa o Bruegel.

2. Redução significativa da margem para aplicar instrumentos

Enquanto considera que não há restrições ao aperto da política de juros, o Bruegel lembra que há um espaço limitado para aliviar ainda mais a política monetária, num contexto em que as taxas de juros nominais estão no nível mais baixo em mais de dois séculos, e provavelmente de sempre, e que a expectativa é de que os juros permaneçam em níveis muito baixos nas próximas três décadas. “É importante tentar entender os fatores económicos e financeiros por trás dessa situação, se é um fenómeno de curta duração ou se esse quadro de longo prazo é preciso”, salienta.

Neste contexto, o Bruegel considera que Lagarde, terá que confiar mais na gestão do balanço e menos nas mudanças na taxa de juro para lidar com uma eventual próxima recessão, algo que coloca dois desafios. O primeiro, diz, é que enquanto o quantitative easing ajudou a reduzir o risco de deflação, a compra de ativos é mais difícil de calibrar do que os cortes nas taxas, e os seus efeitos macroeconómicos também são menos claros. Em segundo lugar, refere que quando o BCE interrompeu as suas compras líquidas no final de 2018, tinha atingido o limite de 33% dos títulos soberanos para algumas jurisdições, que colocou em prática quando iniciou programa de compra de ativos soberanos. A existência desse limite, diz, reduz drasticamente o alcance das compras de ativos.

O organismo liderado por Trichet chama ainda a atenção para que taxas de juros persistentemente baixas podem levar as instituições financeiras a procurarem outras alternativas de rendimento, expondo-se a riscos excessivos. “Existe o risco, portanto, de que o BCE possa ver-se dividido entre querer elevar as taxas por razões de estabilidade financeira e, ao mesmo tempo, precisar mantê-las baixas para fins de estabilidade de preços”, refere o Bruegel.

3. Falta de compreensão sobre a aparência da nova “economia normal”

A falta de conhecimento sobre o que corresponde ao novo estado de equilíbrio é visto como mais um fator de incerteza. “Como pode decidir a sua resposta política se não sabe para onde está a ir?“, questiona o Bruegel, considerando que Lagarde irá muitas vezes ser confrontada com argumentos por parte da sua equipa que apontarão em sentidos diferentes.

A transformação digital, a emergência da China, as guerras comerciais e o risco do colapso do sistema multilateral apontam ainda para que “o passado não seja um bom indicador do futuro”, antecipa o organismo. “O seu desafio será navegar nessas águas, parcialmente no escuro, com vista a alcançar e manter a estabilidade dos preços e contribuir para a estabilidade financeira”, diz ainda a Lagarde.

Dos desafios… às recomendações

O Bruegel não deixa, contudo, Lagarde desamparada perante tantos desafios, indicando-lhe alguns caminhos com vista à prossecução da estabilidade. A principal recomendação é começar por rever o quadro da política monetária. “A sua nomeação como presidente e a renovação de dois terços do conselho de governadores entre 2018 e 2019 apresentam uma boa oportunidade para refletir sobre se a estrutura atual é adequada perante as incertezas do futuro”, sugere.

Neste sentido, sinaliza que a elevada incerteza, tanto em termos do ambiente em que o BCE terá de trabalhar, como das ferramentas disponíveis, “exige que a conceção da política monetária preste atenção à robustez e flexibilidade”.

Em termos da política monetária, recomenda que no caso de não haver progressos no sentido de atingir o objetivo de uma inflação de 2%, ou que a Zona Euro enfrente mesmo um cenário de recessão, o BCE “deve estar pronto a aplicar uma gama de instrumentos”.

Neste campo recomenda a manutenção de generosas operações de refinanciamento e de gestão de balanço na “caixa de ferramentas” de política monetária do BCE e que este esteja pronto para atualizar as restrições autoimpostas ao programa de compra de ativos (ou seja, o limite de 33% do emitente e/ou a distribuição da chave de capital) e/ou incluir outras classes de ativos nas suas compras, tais como empréstimos bancários e, possivelmente, ações.

Por último, que pondere começar a usar novas ferramentas potenciais, caso se mostre incapaz da recuperar e manter a estabilidade de preços. Injeções diretas de dinheiro na economia pelo banco central (ou seja, recorrer ao “helicóptero do dinheiro”) ou intervenções em outros mercados (por exemplo, no mercado de derivados de inflação) não devem ser descartadas, recomenda o Bruegel, sem deixar, no entanto, de apelar para que seja feita “uma avaliação cuidadosa”.

A entidade liderada por Trichet chama ainda a atenção para o “papel crucial” do BCE na arquitetura da Zona Euro e no garante das políticas em contextos em que prevaleçam outros tipos de incertezas, lembrando a força que o “whatever it takes” de Draghi teve nesse contexto.

O Bruegel lembra ainda o papel do BCE em promover a estabilidade financeira. “Embora não acreditemos que a política monetária deva ter como target direto a estabilidade financeira em detrimento da estabilidade de preços, o BCE tem um papel a desempenhar”, diz. Aí aconselha que aquela entidade contribua para o aprofundar das bases analíticas para as políticas macroprudenciais, como sendo a primeira linha de defesa contra a acumulação de riscos de estabilidade financeira. Apela ainda para que a cooperação com o Comité Europeu do Risco Sistémico seja reforçada nesse aspeto.

O BCE deverá ainda apresentar propostas para o estabelecimento de um melhor quadro institucional para a utilização de ferramentas macroprudenciais, de modo a que possa “agir de forma atempada e eficaz“.

O Bruegel recomenda também ao BCE que monitorize “cuidadosamente” o risco de estabilidade financeira na área do Euro, e que alerte as instituições relevantes responsáveis pela implementação de políticas macroprudenciais quando identificar sinais de acumulação de desequilíbrios financeiros.

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