Ministério Público acusa 28 arguidos no processo dos subsídios em Pedrógão Grande

  • Lusa
  • 5 Julho 2019

O Ministério Público de Coimbra acusou formalmente 28 arguidos no processo que investiga alegadas irregularidades nos subsídios para a reconstrução de casas após o incêndio de Pedrógão Grande.

O Ministério Público de Coimbra anunciou que deduziu acusação contra 28 arguidos no âmbito do inquérito que investiga alegadas irregularidades no processo de reconstrução das casas que arderam no incêndio de Pedrógão Grande, em junho de 2017.

Na página da Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra, o Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra revela que deduziu acusação contra 28 arguidos “no âmbito do inquérito onde se investigaram as irregularidades relacionadas com a reconstrução e reabilitação dos imóveis afetados pelos incêndios de Pedrógão Grande”.

No despacho de encerramento foi ainda “determinado o arquivamento ou separação de processos quanto aos restantes 16 arguidos”, já que a PJ tinha apresentado, no dia 1, um procedimento para acusação de 44 arguidos.

A acusação, refere a nota do MP de Coimbra, refere-se à prática de 20 crimes de burla, 20 crimes de prevaricação de titular de cargo político, 20 crimes de falsificação de documentos, um crime de falsidade informática e um crime de falsas declarações”. “Foi requerida a perda de vantagens provenientes dos crimes no montante global de 715.987,62 euros”, refere ainda o MP, ao acrescentar que o “despacho final contém 70 despachos de arquivamento total ou parcial dos casos examinados” e que o “processo tem atualmente nove volumes, 90 apensos e 21 anexos”.

O inquérito às alegadas irregularidades na atribuição de subsídios para a reconstrução ou reabilitação de habitações destruídas pelo fogo de 2017 em Pedrógão Grande formalizou 44 arguidos, anunciou no dia 1 a Polícia Judiciária, que finalizou a investigação e propôs acusação.

Em comunicado, a Polícia Judiciária indicou, nessa altura, que, através da Diretoria do Centro, “finalizou e remeteu ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra, com proposta de acusação, o inquérito no âmbito do qual se investigaram eventuais crimes de burla qualificada, entre outros, referentes à atribuição de subsídios para a reconstrução ou reabilitação de habitações permanentes que teriam sido afetadas pelo incêndio de Pedrógão Grande”, localizadas em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.

A informação esclarecia que os “apoios requeridos respeitavam sobretudo a verbas afetas ao Fundo Revita, constituídas por donativos, assim como verbas geridas por outras entidades, nomeadamente IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social]”. De acordo com a PJ, a “investigação revelou-se de elevada complexidade, decorrente dos inúmeros casos que houve necessidade de analisar”, sendo o processo composto por oito volumes, 89 apensos e 21 anexos.

“No âmbito das diligências investigatórias realizadas, procedeu-se designadamente à realização de buscas, recolha de prova documental e pessoal, tendo sido inquiridas 115 testemunhas e constituídos e interrogados 44 arguidos”, disse ainda a PJ, no dia 01.

A 7 de junho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tinha anunciado a existência de 43 arguidos neste inquérito. “Existe um inquérito onde se investigam irregularidades relacionadas com a reconstrução e reabilitação dos imóveis afetados pelos incêndios de Pedrógão Grande. Este inquérito tem, neste momento, 43 arguidos constituídos, encontra-se em investigação e está em segredo de justiça”, referiu então a PGR, em resposta escrita enviada à Lusa.

No processo em que se investigam irregularidades no apoio à reconstrução de casas, eram quatro os arguidos constituídos em setembro de 2018, número que subiu para dez, em novembro, sendo todos, à data, “requerentes de apoios”, no âmbito do inquérito, explicou a PGR, naquela ocasião.

De acordo com a nota publicada, em setembro de 2018, pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra, estão em causa “factos suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção, de participação económica em negócio, de burla qualificada e de falsificação de documento”.

Na origem do inquérito estiveram denúncias feitas por duas reportagens, uma da Visão e outra da TVI, que aludiam a situações eventualmente ilegais na atribuição de fundos para a reconstrução de habitações afetadas pelo incêndio. As duas reportagens referiam que casas que não eram de primeira habitação foram contempladas com obras em detrimento de outras mais urgentes e também que casas que não arderam foram reconstruídas com fundos solidários. À data, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, disse não ter dúvidas sobre os procedimentos formais, mas, ainda assim, enviou para ao Ministério Público 21 processos para análise.

O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, Valdemar Alves, também negou, nessa ocasião, as acusações, mas enviou igualmente para análise um conjunto de processos.

O Conselho de Gestão do Fundo Revita revelou, em outubro de 2018, que, das 259 casas de primeira habitação selecionadas para reconstrução, sete processos iriam ser alvo de “reavaliação por parte dos municípios”. O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.

Num outro caso, dez pessoas vão ser julgadas no processo que investiga as responsabilidades no incêndio de 2017 com início em Pedrógão Grande, disse à agência Lusa fonte judicial, a 21 de junho. Dos 13 arguidos do processo, seguem para julgamento os presidentes dos municípios de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande em funções à data dos factos: Fernando Lopes, Jorge Abreu e Valdemar Alves, respetivamente.

Na sequência do debate instrutório, o tribunal decidiu ainda levar a julgamento a então engenheira florestal no município de Pedrógão Grande Margarida Gonçalves; o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut; o subdiretor da área comercial da EDP José Geria; o subdiretor da área de manutenção do Centro da mesma empresa, Casimiro Pedro; e três arguidos com cargos na Ascendi Pinhal Interior: José Revés, António Berardinelli e Rogério Mota.

O comandante distrital de operações de socorro de Leiria à data dos factos, Sérgio Gomes, o segundo comandante distrital, Mário Cerol, e José Graça, então vice-presidente do município de Pedrógão Grande, ficam de fora do julgamento.

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NIF iniciados por “2” esgotaram esta semana. Novos começam por “3”

Como previsto, o Fisco ficou sem NIF começados por "2" para atribuir aos novos contribuintes. Os primeiros números começados por "3" foram atribuídos esta quinta-feira.

Já esgotaram os números de contribuinte começados pelo algarismo “2”. A nova série de números de identificação fiscal começados por “3” começou a ser atribuída esta quinta-feira, como planeado, confirmou o ECO junto de fonte do Ministério das Finanças. Assim, não estranhe se vir um NIF com o formato “3XX XXX XXX”, tendo em conta que, até aqui, só existiam números começados por “1”, “2”, “5”, “6” e “9”.

Esta novidade só se aplica aos contribuintes singulares, porque as empresas e outras organizações têm séries com algarismos mais elevados, a partir do “5”. O fim da série começada pelo “2” já tinha sido previsto pelo Fisco em meados de abril, com a autoridade a avisar, em comunicado, para o facto de os comerciantes poderem ter de adaptar os respetivos programas informáticos para que passem a aceitar os novos números começados por “3”.

“Considerando que é expectável que a AT [Autoridade Tributária] comece, brevemente (junho ou julho do corrente ano), a atribuir NIF da gama ‘3’, procede-se à divulgação deste facto para que as entidades interessadas possam efetuar a adaptação atempada dos respetivos sistemas informáticos”, lia-se na informação veiculada pela Direção de Serviços de Registo de Contribuintes, a 8 de abril.

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Há nova data para tabelas da ADSE. Será desta?

Há nova data para entrega das tabelas de preços da ADSE. Os memorandos com os privados deverão ser assinados no final da próxima semana, seguindo-se a apresentação do novo documento.

Com vários prazos já ultrapassados, o último sendo o final do mês de junho, a nova indicação para a apresentação das tabelas de preços da ADSE é que será daqui a dez dias. O conselho diretivo tem em vista a celebração de memorandos com os grupos privados para regular as negociações na próxima semana.

Os protocolos que determinam como será feita a negociação com os prestadores privados deverão ser assinados no fim da semana que vem, abrindo o caminho à entrega do documento em dez dias, adianta João Proença, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, ao ECO.

O cumprimento dos prazos dados, no entanto, já é visto com reticências por parte deste conselho, bem como do lado dos hospitais privados, depois dos adiamentos e também tendo em conta a dimensão do trabalho. “São milhares de itens”, aponta Óscar Gaspar, presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) ao ECO.

Esta nova tabela será de preços fechados, devendo assim por fim às regularizações que motivaram discordância entre a ADSE e os privados, no final do ano passado. A expectativa da APHP é que seja uma tabela “justa e transparente”, bem como equilibrada. Tendo em conta este equilíbrio, os hospitais privados esperam que “não haja aumento da despesa”, e que a ADSE tenha neutralidade na definição dos valores.

“Algumas matérias são revistas em alta e outras em baixas”, explica Óscar Gaspar. Exemplificando, aponta que o atual valor das consultas é “demasiado baixo”, mas que alguns preços, por exemplo de um produto oncológico já revisto, “é uma poupança significativa para da ADSE”.

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Rosa Cullell vai deixar liderança da Media Capital. Saída deve ser formalizada na próxima semana

Rosa Cullell vai sair da liderança da dona da TVI, uma decisão que deverá ser oficializada até ao fim da próxima semana. Novo nome já está escolhido e pertence aos quadros do grupo.

Rosa Cullell, presidente executiva da Media Capital, pode estar de saída da liderança da empresa, segundo a Bloomberg.Henrique Casinhas/ECO

Rosa Cullell vai deixar a liderança da Media Capital, a empresa que detém a TVI. Salvo alterações de última hora, a mudança deverá ser oficializada em conselho de administração da Prisa e comunicada ao mercado até ao fim da próxima semana, apurou o ECO junto de fontes do setor. A informação sobre a saída “iminente” da gestora já tinha sido avançada pela Bloomberg, citada pelo Jornal de Negócios.

Escolhido está também o nome de quem vai substituir Rosa Cullell na liderança do maior grupo de media português. A transição tem vindo a ser preparada nos bastidores da Media Capital com uma pessoa que já pertence à empresa, uma informação avançada pelo Expresso e também confirmada pelas fontes ouvidas pelo ECO. Oficialmente, ninguém faz comentários. Contactada, Rosa Cullell respondeu: “Não vou comentar nada.”

Mas o ECO sabe que a decisão já estava tomada. Logo após o falhanço da venda da Media Capital à Altice, terá sido acordada entre Cullell e a Prisa a saída da gestora e apontada para abril deste ano, segundo uma fonte próxima do processo. No entanto, a guerra de audiências com a SIC levou a que a substituição fosse adiada até este mês.

Desde o início do ano que as audiências da Media Capital estão em queda. O primeiro semestre foi liderado pela SIC, a estação concorrente, detida pela Impresa. Neste período, a TVI ainda conseguiu liderar no horário nobre da televisão, que é o mais rentável, mas mesmo este estatuto foi retirado pela concorrência no mês de junho, período em que a SIC sagrou-se líder de audiências também no prime time.

(Notícia atualizada às 17h38 com mais informações obtidas pelo ECO)

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O próximo passo do sr. Sonder

Fred Canto e Castro tornou-se chairman da agência que fundou há cinco. Agora divide a gestão da empresa com a sua carreira como expert em desenvolvimento pessoal. Quer ser o próximo Tony Robbins.

Fred Canto e Castro chegou a estudar Gestão na Nova mas o curso ficou para trás assim que percebeu que não era aquilo que o fazia feliz. Viu no mercado uma oportunidade e, no seu quarto, o potencial cenário para a começar a construir a solução para um problema. “Apercebi-me que as marcas queriam cada vez mais criar publicidade mais real, pessoas autênticas nos anúncios. Por outro lado as pessoas autênticas não sabem que podem fazer anúncios. Há este gap e, como não estava satisfeito com o que estava a fazer, achei que queria fazer aquilo”, conta à Pessoas.

À decisão tomada numa noite seguiu-se um quarto esvaziado de coisas, um colchão no chão da sala e nove meses a montar e a desmontar diariamente “a cama”. “Tinha quatro pessoas a trabalhar comigo no meu quarto, em 14 metros quadrados. Entre três secretárias, recebemos centenas de agenciados em minha casa”. E ainda que algumas pessoas questionassem, Fred nunca teve dúvidas de que aquele era o primeiro passo para fazer o que sempre tinha querido: mudar a vida das pessoas.

“Eu tento verbalizar mas acho que as pessoas não conseguem perceber quão pouco eu estava preparado para começar um negócio. Sempre que dou talks em faculdades eu friso isto. A única coisa que eu tinha era uma vontade louca e uma confiança de que as coisas iam resultar”, recorda.

"Eu tento verbalizar mas acho que as pessoas não conseguem perceber quão pouco eu estava preparado para começar um negócio. ”

Fred Canto e Castro

Fundador da Sonder

Agora, com 100% da empresa, a função de chairman e gestor mas uma menor presença no dia a dia da empresa, Fred decidiu que era altura de fazer outra coisa: com escritórios em Lisboa e em Barcelona, a Sonder já tem vida própria. E o empreendedor quer influenciar ainda mais a vida dos outros.

“O meu track record não é bem os meus estudos mas é aquilo que construí e o que quero construir no futuro. E a coisa que mais me dá prazer é ver pessoas a fazer alguma coisa pela vida delas. Ver os outros felizes”, refere. Mas de que maneira passar essa vontade da ideia à prática? Como antes, refere. “Tinha uma necessidade de criar, havia uma oportunidade e atirei-me”.

Fred Canto e CastroD.R.

No caminho está a criação de projetos como o Breakfast with Fred, entrevistas ao vivo através das quais o empreendedor tenta desconstruir o mindset dos seus convidados, retirando lições que depois transforma em mensagens e conteúdos.

“Não sei de onde veio mas quero que o meu trabalho até ao fim da vida seja melhorar a vida dos outros. E quero, de alguma forma, ter essa capacidade. Se te focares em ser médico, vais ser melhor do que uma pessoa que não se foca”, adianta, acrescentando que nos seus planos para os próximos cinco anos passam por conquistar o mercado português como expert em desenvolvimento pessoal, no caminho para ser o próximo Tony Robbins…. “mas melhor”. “Temos sempre de ser melhores do que os que vieram antes, senão não estamos a fazer o trabalho como deve ser”.

E depois? Bem, depois disso, o mundo. “Pode ser para dar dicas de como gerir melhor o tempo, mindset, emoções. Aprendo com os melhores, desconstruo e depois construo frameworks que sejam integrais, tentar tirar o sumo dos melhores, aprendo com toda a gente, todos os dias. Quero criar experiências únicas, imersivas, nas quais mesmo que as pessoas não aprendam têm o time of their lifes. Um misto de performer com uma mensagem forte de mindset, inspiração e estratégia”, refere.

Criar do zero

Fundada em 2014, a Sonder partiu de uma ideia de Fred Canto e Castro e foi desenvolvida, numa primeira fase, apenas por ele. Depois, à medida que o projeto ganhava forma, a equipa foi crescendo até chegar às 16 pessoas. “Começámos por ser uma agência de pessoas diferentes, que valorizava o facto de as pessoas serem únicas. Depois percebemos que não parte de ser diferente mas de ser autêntico. Aquilo que me permitiu trazer pessoas para a Sonder e manter uma cultura ativa foi uma comunicação muito ativa de valores, aquilo em que acreditamos, e da nossa filosofia”, analisa Fred Canto e Castro.

Com uma faturação de mais de meio milhão de euros em 2018, a agência de “pessoas autênticas” já colocou mais de mil agenciados a filmar para cerca de 30 países mais de 500 campanhas para marcas como a Nike, a H&M, a Nos ou a Super Bock.

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Estado investiu mais de 1,3 milhões em publicidade institucional

  • Lusa e ECO
  • 5 Julho 2019

O Estado gastou 1,3 milhões de euros em publicidade institucional. Foi investido mais dinheiro em publicidade através da televisão do que em campanhas de sensibilização para a redução dos incêndios.

Os serviços da administração direta do Estado, os institutos e entidades que integram o setor público empresarial investiram mais de 1,3 milhões de euros em publicidade institucional em 2018, valor que compara com os 914.806 euros do período homólogo, foi anunciado.

“Em 2018, os serviços da administração direta do Estado, os institutos públicos e as entidades que integram o setor público empresarial do Estado comunicaram à ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social a realização de 136 campanhas de publicidade institucional do Estado, num total de 1.322.464,33 euros”, indicou, em comunicado, o regulador.

Tendo em conta a totalidade dos investimentos comunicados na plataforma digital da ERC, em 2018, “constata-se que o montante global foi significativamente mais elevado, relativamente ao ano de 2017 (914.806,77 euros)”, sendo a rádio o único meio onde ocorreu uma descida do valor foi.

De acordo com a ERC, no período em causa, o meio que mais se destacou foi a televisão, onde foram investidos 595.040 euros, sendo que “os serviços de programas generalistas foram a opção mais selecionada”.

Por sua vez, na imprensa o investimento fixou-se em 350 mil euros, seguindo-se a rádio com cerca de 262 mil euros e o digital com pouco mais de 32 mil euros.

“Verificou-se também que 11 das 19 entidades que comunicaram à ERC despesas em campanhas de publicidade institucional do Estado investiram em meios de comunicação social regionais e locais, atingindo um total de 309.804,68 euros, o que corresponde a um valor percentual de 23,4% do total anual investido na aquisição de espaços publicitários”, lê-se no documento.

Já o valor mais elevado que foi comunicado correspondeu à campanha de sensibilização para a redução dos incêndios rurais, promovida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que atingiu 549.948,91 euros, dos quais 151.831,30 euros foram investidos em meios de comunicação social regionais e locais.

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Altitude e Quality estendem parceria a Moçambique

  • Ricardo Vieira
  • 5 Julho 2019

Depois do trabalho conjunto, em Angola, empresas aproveitam ”crescimento ecnomómico” de Moçambique.

Depois de unirem esforços há três anos no mercado angolano, a Altitude Software, fornecedor de soluções omnicanal, e a Quality Contact Centers, empresa de consultoria e outsourcing, decidiram, agora, alargar a parceria para Moçambique.

“É com profunda satisfação que registamos a entrada do nosso parceiro Quality em Moçambique. O país atravessa um período de forte crescimento económico que deverá manter-se nos próximos anos e acreditamos que, com uma forte presença local, conseguiremos prestar um serviço de excelência aos clientes da plataforma Altitude Xperience”, refere Miguel Noronha, executive vice-president da Altitude.

“A empresa irá tirar partido da sua profunda experiência em consultoria e outSourcing Operacionais para assegurar o rápido crescimento da sua nova operação neste país. Em simultâneo, será iniciada a operação com um novo cliente, a Multichoice Moçambique, consolidando e reforçando uma lista já longa de clientes, nos quais se incluem entre outros a Standard Bank Angola, Coca-Cola Bottling Luanda e a Movicel”, referem em informação à imprensa.

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Mais de um ano depois, Lei de Bases da Habitação foi aprovada. Isto é tudo o que muda

Um ano e dois meses depois, a Lei de Bases da Habitação foi finalmente aprovada, embora com o voto contra do CDS e PSD. O documento está pronto e pretende implementar mudanças no setor.

Um ano e dois meses depois de ter sido entregue o primeiro projeto de lei, a Lei de Bases da Habitação foi finalmente aprovada. Após várias reuniões, discussões, adiamentos e cedências, o documento está finalizado e aprovado, embora com o voto contra do CDS e do PSD. Há novidades para situações de despejos, empréstimos à habitação e até para imóveis públicos. Isto é tudo o que muda.

O objetivo é claro: estabelecer as “bases do direito à habitação” e o papel do Estado na garantia desse direito a todos os cidadãos, independentemente da ascendência ou origem étnica, sexo, língua, território de origem, nacionalidade, religião, crença, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, género, orientação sexual, idade ou deficiência, ou condição de saúde.

Estado deve promover o uso de habitações públicas

Após várias discussões, ficou definido que o “Estado é o garante do direito à habitação” e que este deve promover o uso das habitações públicas que estejam devolutas, incentivado também o uso das habitações privadas que estejam na mesma situação, especialmente em zonas centrais. O documento aprovado diz ainda que o Estado deverá colocar imóveis públicos em programas destinados ao arrendamento, fomentando o acesso à habitação com rendas compatíveis com os rendimentos das famílias.

A lei prevê ainda que as condições de habitabilidade dos imóveis públicos, arrendados ou subarrendados, têm de ser fiscalizadas periodicamente, numa tentativa de combater “situações irregulares ou encapotadas de arrendamento ou subarrendamento habitacional, nomeadamente quartos para estudantes”.

Política Nacional e Municipal de Habitação

A lei prevê a criação do Programa Nacional de Habitação, um documento com até seis anos de validade, onde constarão todas as carências habitacionais, e do qual fará parte a Política Nacional de Habitação, que implica a mobilização do património público para arrendamento e a promoção da construção, reabilitação ou aquisição para habitação pública. Deverá ainda ser criado o Conselho Nacional de Habitação, responsável por elaborar o Relatório Anual de Habitação.

O mesmo também se aplica ao nível dos municípios: as regiões autónomas e as autarquias podem programar e executar as suas próprias políticas de habitação, criando a Carta Municipal de Habitação, o Relatório Municipal da Habitação e o Conselho Local de Habitação. Os municípios poderão ainda fixar taxas diferenciadas de impostos de habitação.

Apoios e subsídios para os cidadãos

A lei prevê a criação de subsídios para os cidadãos que não tenham condições de aceder ao mercado privado de habitação, para os jovens, para famílias monoparentais ou numerosas em situação de especial vulnerabilidade económica.

Além disso, ficaram definidas “medidas de proteção especial” para jovens, cidadãos portadores de deficiência, pessoas idosas e famílias com menores, monoparentais ou numerosas e ainda uma “proteção adicional” para os sem-abrigo, menores vítimas de abandono ou maus tratos, vítimas de violência doméstica, de discriminação ou marginalização habitacional.

As pessoas na situação de sem abrigo têm o direito de indicar como morada postal um local de sua escolha, ainda que nele não pernoitem, desde que autorizado pelo titular dessa morada postal”.

Habitações devolutas

A lei estipula que a habitação que se encontre, “injustificada e continuadamente”, sem uso habitacional, “por motivo imputável ao proprietário”, será considerada devoluta, estando o proprietário sujeito a multas. Contudo, não podem ser consideradas devolutas as segundas habitações, as habitações de emigrantes e as de pessoas deslocadas por razões profissionais ou de saúde.

Durante processos de reabilitação urbana de iniciativa ou gestão pública, “podem ser mobilizados temporariamente, para realojamento provisório, imóveis públicos devolutos requisitados para o efeito pelas entidades gestoras do processo”.

Proteção em situações de despejo

Ficou previsto que o despejo de habitação permanente não pode ocorrer durante a noite, a não ser em caso de emergência. Além disso, o Estado e as autarquias não podem despejar os cidadãos ou famílias “sem garantir previamente soluções de realojamento. Ficou ainda definido, em casos de despejos, a “não execução de penhora para satisfação de créditos fiscais ou contributivos (…) quando esteja em causa a casa de morada de família”.

Além disso, as pessoas e famílias carenciadas em risco de despejo ou que tenham sido sido despejadas e não tenham uma alternativa, têm direito a “atendimento prioritário” pelas entidades competentes e apoio necessário, “após análise caso a caso”, para ter acesso a uma habitação adequada.

Acelerar de processos de heranças indivisas

Ficou definido que o Estado deve “assegurar a celeridade dos processos de inventário e judiciais de heranças indivisas que incluam bens imóveis com aptidão habitacional”.

Promoção pública de arrendamento

A lei prevê que o Estado e as autarquias podem afetar parte do seu património a programas habitacionais públicos, podendo os imóveis serem disponibilizados “em regime de direito de superfície, salvaguardando a manutenção da propriedade pública”. No entanto, e mediante autorização da entidade pública proprietária, estes poderão ser “utilizados como garantia para efeitos de contração de empréstimos”. O Estado deve discriminar “positivamente o arrendamento sem termo ou de longa duração”.

No mercado privado de arrendamento, o Estado deve promover e criar “seguros de renda aplicáveis a todos os tipos de arrendamento”, “mecanismos de garantia mútua alternativos à necessidade de fiador” e instrumentos que garantam a “defesa dos direitos de senhorios e arrendatários” nos casos de incumprimento. Ficou ainda proibido o assédio no arrendamento.

Crédito à habitação

Ficou aprovada a dação em cumprimento da dívida à banca, permitindo que a entrega da casa ao banco salde dívidas. Contudo, isso só pode acontecer se estiver “contratualmente estabelecido, cabendo à instituição de crédito prestar essa informação antes da celebração do contrato” ou quando os devedores de crédito à habitação estejam em “situação económica muito difícil”, podendo ser-lhes aplicado um “regime legal extraordinário de proteção”.

A lei prevê ainda que nos créditos à habitação “não podem ser concedidas aos fiadores condições mais desfavoráveis de pagamento dos créditos”, nomeadamente ao nível da manutenção das prestações, nem pode ser negado o direito a proceder ao pagamento nas condições proporcionadas ao principal devedor”. Por sua vez, as pessoas com deficiência beneficiam de acesso a crédito bonificado à habitação.

Municípios com direito de preferência

Ficou definido que o Estado e as autarquias poderão recorrer à posse administrativa, ao direito de preferência e, “quando necessário”, à expropriação mediante indemnização. No caso de haver uma venda de imóveis em conjunto, o Estado e os municípios “gozam do direito de preferência para cada um dos imóveis” e este direito de preferência das entidades públicas “não prejudica o direito de preferência dos arrendatários na compra e venda ou dação em cumprimentos do locado onde residam”.

Promoção da construção

Os programas públicos de reabilitação e edificação devem promover a construção sustentável, privilegiando a economia local, utilizando “materiais disponíveis localmente”. Além disso, a promoção de casas novas ou a reabilitação a custos controlados para habitação própria, quando envolva apoios públicos, pode implicar a fixação de um preço máximo para a transmissão de direitos reais sobre o fogo em questão.

Fiscalização de condomínios

A lei prevê que a garantia da conservação, manutenção, requalificação e reabilitação das habitações constituídas em propriedade horizontal pelos condomínios contribui para a manutenção e melhoria das condições de habitabilidade. E ainda que os condomínios beneficiam de “condições preferenciais para acesso a programas de requalificação e reabilitação urbana”. Além disso, a atividade dos condomínios será fiscalizada, nomeadamente ao nível da constituição de fundos de reserva, da prestação de contas e da fiscalidade.

Reabilitação com regras antissísmicas

Ficou ainda definido que a reabilitação urbana de edifícios “deve observar condições de eficiência energética, vulnerabilidade sísmica e acessibilidade”.

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Parlamento aprova recomendação para suspender linha circular no Metro de Lisboa

  • Lusa
  • 5 Julho 2019

As recomendações do PEV, do PCP e do BE para a expansão do Metro até Loures foram aprovadas e vão baixar à comissão de Economia.

O parlamento aprovou esta sexta-feira na generalidade, com a abstenção do PS, uma recomendação do PSD que defende a suspensão da linha circular prevista no projeto de expansão do Metro de Lisboa. O documento mereceu, além da abstenção do PS, os votos favoráveis de toda as restantes bancadas e do deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira (ex-PS), baixando agora à Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Os sociais-democratas defendem a suspensão da construção da linha circular e a realização de estudos técnicos de viabilidade económica para a expansão da Linha Amarela até Alcântara e da Linha Vermelha até à zona ocidental de Lisboa, bem como a extensão do metro para o concelho de Loures.

“O Governo, ao optar pela linha circular, adia, ‘sine die’, soluções que verdadeiramente podem servir a mobilidade na região, nomeadamente a expansão à zona ocidental da cidade de Lisboa, bem como a expansão do metropolitano para uma zona negra do ponto de vista do transporte ferroviário pesado que é Loures”, referem.

Também durante a votação na generalidade, as recomendações do PEV, do PCP e do BE para a expansão do Metro até Loures foram aprovadas e vão baixar à comissão de Economia, enquanto a do PAN foi rejeitada.

O projeto de resolução de “Os Verdes” (PEV) teve a abstenção do PS e do deputado não inscrito e votos favoráveis das restantes bancadas, enquanto a recomendação do PCP foi aprovada apesar da abstenção do PS, do PSD e do deputado não inscrito.

O projeto do BE foi aprovado com a abstenção do PS, CDS-PP e deputado não inscrito, e votos a favor das restantes bancadas e de 12 deputados do PS. Já o projeto do PAN foi rejeitado com os votos contra do PSD, PCP e “Os Verdes” e com a abstenção do PS e do deputado não inscrito. Os projetos de resolução não têm força de lei.

Os partidos de esquerda no parlamento recomendam a expansão da rede do Metro de Lisboa até Loures, embora com críticas à opção pela construção da linha circular. Contudo, somente o PSD defende a suspensão do projeto de expansão com uma linha circular, que qualifica como “carrossel” para turistas.

A apresentação destes projetos de resolução surgiu na sequência de uma petição que pede a expansão da rede ao concelho de Loures, cujo primeiro signatário é o presidente daquele município, Bernardino Soares (CDU).

O projeto de resolução do PCP insta o Governo a reconsiderar a opção da linha circular e defende a sua expansão para Alcântara e para Loures: “A construção da linha circular trará poucas vantagens à cidade de Lisboa e implicará um conjunto de prejuízos aos atuais utentes e sobretudo um desenvolvimento errado da rede de metropolitano”.

Já o BE considera que a exclusão de Loures da rede “não tem em conta a deslocação crescente de muitas famílias para os concelhos vizinhos da capital, fruto do aumento exponencial das rendas de habitações em Lisboa”. O projeto de resolução do PEV defende, além da expansão até Loures, a “necessidade de investimento nos transportes públicos coletivos, nomeadamente o metropolitano”.

Também o PAN defende que “é prioritária a expansão da rede do metropolitano para outros concelhos e zonas da cidade, como Loures, Sintra e a zona ocidental da cidade de Lisboa, nomeadamente Alcântara, Ajuda e Belém.

O Governo anunciou em maio de 2017 que o Metropolitano de Lisboa irá ter mais duas estações – Estrela e Santos -, num investimento de 210 milhões de euros até 2023. Estão ainda previstas novas estações nas Amoreiras e em Campo de Ourique, embora nestes dois casos sem uma data prevista de conclusão.

Em Lisboa está prevista uma ligação da estação do Rato (atual Linha Amarela) ao Cais do Sodré (Linha Verde), com as duas novas estações na Estrela e em Santos. Contudo, o atual traçado da Linha Amarela, que liga as estações de Odivelas ao Rato, irá sofrer alterações de percurso e passará a integrar também a estação de Telheiras (Linha Verde).

Assim, a Linha Amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes atuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária-Rato) passarão a fazer parte da Verde, que irá assumir um trajeto circular.

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Wall Street corrige de recordes após feriado

Bolsas norte-americanas arrancaram o dia em baixa, apesar dos dados positivos do emprego. Analistas antecipam um corte menos agressivo nos juros por parte da Fed.

Wall Street regressou do feriado de 4 de julho em baixa, corrigindo dos sucessivos recordes que atingiu esta semana. Os números divulgados esta sexta-feira sobre o mercado do trabalho nos EUA até saíram mais sólidos do que o esperado, mas retiram margem para uma intervenção mais agressiva da Reserva Federal norte-americana.

Os três principais índices americanos encerraram quarta-feira em máximos históricos. Mas cedem na abertura da sessão de hoje a cair. O S&P 500 perde 0,42% para 2.983,37 pontos, acompanhado pelo tecnológico Nasdaq e pelo industrial Dow Jones, que recuam 0,56% e 0,39%, respetivamente.

O Departamento do Trabalho norte-americano mostrou que a economia criou 224 mil postos de trabalho, o melhor registo em cinco meses, superando as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, que tinham estimado a geração de 160 mil empregos. Foi uma boa notícia que não caiu tão bem no mercado, porque os sinais de robustez do mercado de trabalho são um indicador importante na atuação do banco central.

Os analistas acreditam que a Fed vai cortar os juros na próxima reunião de política monetária agendada para o final do mês. Mas depois deste relatório deixaram de apostar tanto numa redução de 50 pontos base. Ganha agora terreno uma descida de 25 pontos base entre os investidores.

“Ainda continua a ser mais provável um corte do juros pela Fed, mas as odds caíram um pouco”, referiu Scott Brown, economista chefe da Raymond James, à Reuters.

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Parlamento aprova Lei de Bases da Habitação, com votos contra do PSD e CDS

Mais de um ano depois de ter começado a ser preparada, a Lei de Bases da Habitação foi aprovada, mas com os votos contra do PSD e CDS. Resta agora a palavra final do Presidente da República.

O Parlamento aprovou esta sexta-feira a Lei de Bases da Habitação, um diploma desenvolvido pelo grupo de trabalho de Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades durante mais de um ano. Apesar de ter sido aprovado, o documento, que vai trazer novidades no setor da habitação, recebeu os votos contra do PSD e CDS. Vai agora ser encaminhado para promulgação pelo Presidente da República.

O documento foi aprovado com os votos a favor do PS, PCP, Bloco de Esquerda (BE), PEV e PAN, e com os votos contra do CDS e PSD. Esta posição do partido centrista já se esperava, uma vez que este já tinha avisado que iria votar contra a proposta final. A maioria das propostas aprovadas foram apresentadas pelo PS, que acabaram por merecer a aprovação da esquerda, mas o PSD também contribui com alguns projetos que mereceram a mesma aprovação.

A aprovação do documento final nas votações indiciárias foi possível devido a uma concertação à esquerda. Em maio, o ministro das Infraestruturas e da Habitação confirmou que se tinha reunido com o BE e PCP para alcançar um acordo que agora ficou fechado com a aprovação no parlamento.

E a verdade é que houve mesmo um acordo com a esquerda. O PCP foi o primeiro a anunciar que iria votar a favor da Lei de Bases da Habitação: “O PCP chegou a uma base de entendimento com o Governo que possibilita a aprovação de uma primeira Lei de Bases da Habitação no nosso país”, disse, a 5 de junho, a deputada centrista Paula Santos, em conferência de imprensa. No dia seguinte foi a vez do Bloco manifestar o seu apoio.

“Neste processo de relacionamento com o Governo e com o PS, nas negociações que tivemos, conseguimos chegar a algumas boas soluções e dar avanços que, pelo menos impediram alguns dos recuos que estavam a ser previstos pelo grupo parlamentar do PS”, anunciou o líder do partido, Pedro Nuno Soares, a 6 de junho.

Entre as medidas que constam na Lei de Bases da Habitação estão a possibilidade de entregar a casa ao banco para saldar dívidas, o acelerar de processos judiciais de heranças indivisas que incluam bens imóveis com aptidão habitacional e a regulação e fiscalização da atividade dos condomínios.

Pelo caminho ficaram a definição de renda acessível, proposta apresentada pela deputada independente Helena Roseta, e ainda a possibilidade de avançar com a requisição temporária de imóveis devolutos há mais de cinco anos.

Este é “um enorme passo no direito à habitação”

Foi um momento de vitória em plena Assembleia da República, acompanhado por aplausos, tanto nas bancadas parlamentares, como nas bancadas dos visitantes. Para Helena Roseta, a deputada independente do PS, e a “mãe” desta lei de bases, assistiu-se a uma “votação histórica”, em que foi criada a primeira Lei de Bases da Habitação do país. “Fizemos dezenas de audições, visitas, recebemos contributos e todos quisemos melhorar as propostas iniciais. Foram 304 votações, onde 178 propostas mereceram aprovação, das quais 26% por unanimidade”, disse a arquiteta.

A lei não vai dar casas a ninguém, mas representa um enorme passo em frente no direito à habitação. (…) Muitas destas medidas não se farão de um dia para o outro, mas as responsabilidades ficarão na lei e saberão a quem a exigir”, afirmou, acrescentando que o grupo parlamentar socialista está orgulhoso desta iniciativa.

Para Paula Santos, do PCP, este foi um “dia muito importante”, em que foi possível “concretizar o direito à habitação”. Contudo, a deputada comunista admitiu que se podia ter ido mais longe, dado que apresentaram propostas nesse sentido, mas foi dado um “passo significativo” e o PCP vai continuar a lutar. “Vamos exigir o cumprimento da lei, para que haja mudança. Foi este o compromisso que assumimos, lutámos por ele na AR. As populações e os moradores sabem que podem contar com o PCP para que o direito à habitação seja para todos”.

"A lei não vai dar casas a ninguém, mas representa um enorme passo em frente no direito à habitação. (…) Muitas destas medidas não se farão de um dia para o outro, mas as responsabilidades ficarão na lei e saberão a quem a exigir.”

Helena Roseta

Deputada independente do PS

Do lado do BE, Maria Manuel Rola começou por dizer que se foi longe, embora se pudesse ter ido mais. “O PS se aproximou da nossa posição (…) e agora temos uma boa lei de bases, histórica e de esquerda. Não é o fim de um processo, é meramente o início“, disse. Se houver determinação e não houver recuos, continuou, o BE vai “cá estar” para o trabalho que for necessário. A deputada aproveitou ainda para felicitar o trabalho de Helena Roseta e sublinhar que esta Lei de Bases da Habitação “não dará casa a ninguém, mas garantirá que se chegará a um futuro em que ninguém ficará sem casa”.

“Lei não oferece confiança nem segurança”, acusa PSD

Os votos contra mereceram uma justificação, embora a posição dos centristas já fosse conhecida. O deputado do PSD, Jorge Moreira da Silva, começou por dizer que o partido “participou ativamente no debate” e apresentou mais de 40 propostas de alteração, “cuja esmagadora maioria não teve aprovação.” Nesse sentido, afirmou: “discordamos do resultado final”.

“Uma lei de bases deve ser um documento ordenado para originar uma política pública de habitação, o que não acontece com esta proposta, cujo caráter genérico é o de uma lei que não oferece certeza, confiança, segurança, prolongando os resultados dos últimos quatro anos“, sublinhou o deputado.

Já do lado do CDS, Nuno Magalhães começou por atacar o Governo, dizendo que, em quatro anos, apoiado pelo BE e pelo PCP, “nada fez para resolver a crise da habitação em Portugal”. O país precisa de “respostas urgentes” para o que está a acontecer com o acesso à habitação e, neste sentido, o Governo e os partidos que o apoiam “nada mais fazem do que produzir instabilidade no mercado de arrendamento”.

A Lei de Bases da Habitação não vai resolver qualquer problema da habitação em Portugal. Continuamos a ter um vasto património público degradado e a ser vendido a quem mais paga por ele”, rematou.

(Notícia atualizada às 14h47 com declarações dos partidos)

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Juncker lamenta falta de transparência na escolha dos cargos de topo

  • Lusa
  • 5 Julho 2019

O presidente da Comissão Europeia diz que o processo usado para a nomeação da sua sucessora, Ursula von der Leyen, e de outros cargos institucionais de topo "não foi muito transparente”.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou esta sexta-feira que “não foi muito transparente” a nomeação da sua sucessora, Ursula von der Leyen, e de outros cargos institucionais de topo da União Europeia (UE).

“O processo não foi muito transparente”, disse Juncker numa conferência de imprensa em Helsínquia, depois de questionado sobre a forma como os chefes de Estado e de Governo dos 28 fizeram as escolhas.

Ao fim de três dias de negociações, os líderes europeus anunciaram na terça-feira a escolha de Von der Leyen para a Comissão Europeia, assim como de Charles Michel para presidente do Conselho Europeu, Josep Borrel para Alto Representante para a Política Externa e Christine Lagarde para presidente do Banco Central Europeu.

A escolha de Von der Leyen foi feita ignorando o processo dos chamados Spitzenkandidaten, lançado há cinco anos e segundo o qual o presidente da Comissão Europeia é escolhido entre os candidatos apresentados pelas principais famílias políticas europeias.

Em 2014, Jean-Claude Juncker era o candidato principal da maior família política, o Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita).

“Sempre tive a impressão de que ia ficar na História, mas não assim. Sou um tipo muito especial, fui o primeiro e o último” spitzenkandidat’ disse Juncker.

A nomeação de Ursula von der Leyer tem ainda de ser aprovada pelo Parlamento Europeu (PE).

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