EDP Renováveis assegura contrato eólico de 30 megawatts na Grécia

  • Lusa
  • 3 Julho 2019

A EDP Renováveis reforça a sua presença num novo mercado com um desenvolvimento sustentável do seu recurso de energia renovável, garante a empresa liderada por Manso Neto.

A EDP Renováveis assegurou um contrato de 20 anos na Grécia depois de um leilão de energia para a venda de geração eólica de um parque com capacidade de 30 megawatts (MW).

Em comunicado, a empresa detalhou que “assegurou um Contract for Diference [um contrato de tarifa garantida] de 20 anos, na sequência do leilão de energia grego, para a venda de geração eólica produzida pelo parque Chalkodonio com 30 MW de capacidade”.

Na mesma nota, a EDP Renováveis referiu que “o projeto, localizado na região central da Grécia, deverá entrar em operação em 2022”

“Em 2018, a EDP Renováveis anunciou a entrada na Grécia com a atribuição de dois CfD de 20 anos para um total de 60 MW”, recordou o grupo.

Assim, “a EDP Renováveis reforça a sua presença num novo mercado com um desenvolvimento sustentável do seu recurso de energia renovável”, garantiu a empresa.

Segundo a EDP Renováveis, segundo a atualização da estratégia anunciada em “12 de março de 2019, a EDP Renováveis continua a analisar oportunidades de crescimento, enquanto desenvolve projetos rentáveis focados em países com perfil de baixo risco e estabilidade regulatória”, lê-se na mesma nota.

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Benfica anuncia compra de avançado espanhol por 20 milhões

  • ECO
  • 3 Julho 2019

Raúl de Tomás vem do Real Madrid. Encarnados pagam 20 milhões de euros ao clube espanhol. Atleta assina contrato por cinco épocas e fica com cláusula de rescisão no valor de 100 milhões.

Uma hora depois de anunciar a transferência de João Félix para o Atlético de Madrid, num negócio avaliado em 126 milhões de euros, o Benfica oficializou a aquisição do avançado espanhol Raúl de Tomás por 20 milhões de euros.

Em comunicado enviado ao mercado, a SAD encarnada diz que o atleta assinou um contrato válido para as próximas cinco temporadas, até junho de 2024, “o qual inclui uma cláusula de rescisão no valor de 100 milhões de euros“.

Raúl de Tomás transfere-se do Real Madrid para o atual campeão nacional, depois de na época passada ter representado o Rayo Vallecano (por empréstimo dos merengues), onde marcou 14 golos em 34 jogos.

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Parlamento aprova nova taxa sobre empresas com excesso de contratos a prazo

Os deputados socialistas votaram a favor da criação de um nova taxa a aplicar sobre as empresas com mais contratos a prazo. PSD, CDS e Bloco de Esquerda abstiveram-se.

As empresas que recorram a mais contratos a prazo do que a média do setor em que atuam vão passar a pagar uma contribuição “por rotatividade excessiva” à Segurança Social. A medida foi aprovada, esta quarta-feira, pelos deputados socialistas, no quadro das votações indiciárias do pacote legislativo apresentado pelo Executivo de António Costa para rever o Código do Trabalho. A proposta recebeu o voto desfavorável do PCP e a abstenção do PSD, CDS e Bloco de Esquerda.

“Às pessoas coletivas e às pessoas singulares com atividade empresarial, independentemente da sua natureza e das finalidades que prossigam, que no mesmo ano civil apresentem um peso anual de contratação a termo resolutivo superior ao respetivo indicador setorial em vigor, é aplicada uma contribuição adicional por rotatividade excessiva”, lê-se na proposta de lei (PPL) apresentada pelo Governo.

De acordo com a PPL, o “indicador setorial” que determinará o pagamento dessa taxa de rotatividade deverá ser publicado no primeiro trimestre de cada ano pelos “membros do Governo responsáveis pelas áreas do emprego e da Segurança Social”.

De notar que esta contribuição adicional “tem aplicação progressiva com base na diferença entre o peso anual de contratação a termo e a média setorial, até ao máximo de 2%”. O cálculo do valor desta taxa tem como base de incidência contributiva “o valor total das remunerações base, em dinheiro ou em espécie, relativas aos contratos a termo”.

Isentos desta taxa ficam os contratos de trabalho a termo resolutivo celebrados nas seguintes circunstâncias: substituição de trabalhador que “se encontre no gozo de licença de parentalidade”; substituição de trabalhador com “incapacidade temporária para o trabalho por doença por período igual ou superior a 30 dias”. Os contratos de trabalho de muito curta duração celebrados nos termos do disposto na legislação laboral também não são alvo desta medida. Além disso, ficam protegidos desta nova taxa de rotatividade os contratos celebrados “por imposição legal ou em virtude dos condicionalismos inerentes ao tipo de trabalho ou à situação do trabalhador”.

O PS tinha apresentado uma proposta de alteração em que eliminava este ponto referente aos “condicionalismos inerentes ao tipo de trabalho ou à situação do trabalhador”, mas tal acabou por ser chumbado, com os votos contra do PSD, PCP e CDS. BE e PS votaram contra esta proposta de alteração.

A propósito, o deputado José Soeiro sublinhou que com esse ponto o Governo “concedeu” às confederações patronais “uma floresta de exceções”. Por isso, frisou o bloquista: “Ficamos com dúvida se [esta taxa] terá efeito do ponto de vista da receita da Segurança Social“. Soeiro defendeu ainda que a taxa de rotatividade apresentada pelo Executivo já depois de ter passado pela Concertação Social foi “completamente esvaziada”.

Sobre esta matéria, a comunista Rita Rato salientou que a taxa de rotatividade é “muito limitada no combate à precariedade”. Já os deputados do PSD e do CDS fizeram questão de notar que acompanham “apenas” o que foi acordado com os parceiros sociais, daí terem chumbado a tal proposta de alteração apresentada pelos socialistas referida.

Também foi aprovada esta quarta-feira a revogação do artigo 55.º da lei em vigor, que previa a redução da contribuição das empresas para a Segurança Social em um ponto percentual nos contratos de trabalho por tempo indeterminado. Apesar de estar previsto na lei, este “bónus” não estava a ser implementado, porque não tinha chegado a ir à Concertação Social. PCP e PS votaram a favor da revogação desta medida, enquanto que o BE votou a favor, sublinhando que esta era uma solução melhor do que a que acabou por ser aprovado: a nova taxa de rotatividade.

As votações da revisão do Código do Trabalho prosseguem na próxima semana. De notar que as votações indiciárias desta tarde têm ainda de subir à Comissão de Trabalho para depois ser votado em plenário.

(Notícia atualizada)

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Matos Fernandes reitera que cartas da EDP sobre Fridão “são claríssimas”

  • Lusa
  • 3 Julho 2019

Ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes, afirmou no Parlamento que não avaliou a possibilidade de uma barragem de menor dimensão.

O ministro do Ambiente e da Transição Energética vincou, no Parlamento, que as cartas da EDP ao Governo sobre a barragem do Fridão são “claríssimas” e acrescentou que não avaliou a possibilidade de uma barragem de menor dimensão.

As cartas sobre o Fridão são claríssimas. Na primeira carta é dito de forma evidente que com um menor investimento é possível fazer a mesma produção de eletricidade”, afirmou esta quarta-feira João Pedro Matos Fernandes, numa audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. Por sua vez, na segunda carta “é feita uma proposta de [uma barragem] com menor dimensão”.

Porém, de acordo com o governante, não foi possível “ir ao encontro dessa pretensão da EDP”, ou sequer “avaliar essa possibilidade”.

Já em maio, o ministro do Ambiente tinha assegurado que é “inequívoca” a interpretação das cartas da EDP, notando que a faz de acordo com “os interesses dos contribuintes” e a elétrica segundo os dos “próprios acionistas”.

Em 05 de junho, o presidente executivo da EDP, António Mexia, afirmou no parlamento que a elétrica está ainda disponível para assinar o contrato de concessão da barragem do Fridão, no rio Tâmega, projeto que foi cancelado pelo Governo que defendeu, na altura, não existirem razões para a restituição de qualquer montante à empresa.

A elétrica também já assegurou que não abdicará dos seus direitos, nem dos mecanismos de que dispõe para a defesa dos mesmos, sublinhando que o diferendo com o executivo será resolvido aplicando “as regras previstas”.

Em causa está um valor de cerca de 218 milhões de euros, pago pela EDP como contrapartida financeira pela exploração por 75 anos, que a elétrica considera que lhe tem de ser restituído, e o Governo considera que não há direito a qualquer devolução.

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Apollo negoceia em exclusivo com Generalli venda da Tranquilidade

O fundo Apollo pôs a Tranquilidade à venda e já tem um candidato principal. A Generalli está a negociar, com exclusividade, a compra da seguradora por um valor entre os 550 e os 600 milhões de euros.

A venda da Tranquilidade deu mais um passo: O fundo Apollo concedeu à Generalli a exclusividade das negociações da venda da Seguradoras Unidas, o que inclui a Tranquilidade, por um período curto de tempo, que está a decorrer, apurou o ECO junto de fontes do setor. Depois do fim do prazo da entrega de propostas pelo grupo segurador que também inclui a antiga Açoreana por parte de quatro concorrentes, a melhor proposta foi a da Generalli.

Oficialmente, nenhuma das partes faz comentários sobre o negócio, mas o ECO sabe que o fundo Apollo fixou um prazo curto – será de seis dias, diz outra fonte – para fechar um acordo com a Generalli e os valores que estão em cima da mesa variam entre os 550 milhões e os 600 milhões de euros. Para além da italiana Genberalli, também a Catalana Occidente, a Allianz e a Ageas apresentaram propostas vinculativas. E serão mesmos os catalães com a segunda melhor oferta.

A Bloomberg tinha adiantado em 26 de junho que a mais elevada entre as propostas iniciais tinha sido da Generalli e o valor de 682 milhões de dólares, valor próximo daquele que o ECO também tem como base do negócio. No entanto, esta exclusividade negocial indica foram mesmo os italianos os que apresentaram a proposta mais elevada e, em principio, sem obstáculos de concorrência.

Lucros de 50,6 milhões em 2018

O grupo Seguradoras Unidas, que junta a Tranquilidade (ex-BES), Açoreana (ex-Banif) e Logo, obteve, no último ano, um lucro de 50,6 milhões de euros, o que, na prática, põe este negócio entre a Apollo e a Generalli com um múltiplo de 10 vezes o lucro. O lucro líquido em 2018 reflete uma melhoria do desempenho comercial, das margens técnicas, dos níveis de eficiência e dos resultados financeiros da companhia”, refere a informação divulgada pelo grupo, e que pertence ao fundo norte-americano Apollo.

Os resultados da seguradora progrediram significativamente, já que os 50,6 milhões de euros apurados no último ano contrastam vivamente com os 41,7 milhões de euros de prejuízos averbados no exercício de 2017.

A Seguradoras Unidas atingiu, no último ano, um volume total de prémios de 800 milhões de euros, o que mostra um crescimento de 9,6% face a 2017. Do total, 746 milhões de euros provêm da área não-vida, onde a taxa de sinistralidade baixou para 69,7%, menos 9,5 pontos percentuais. No ramo vida os prémios ascenderam a cerca de 54 milhões de euros.

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Bloco de Esquerda quer alargar dispensa de três horas para levar filhos à escola ao privado

O BE apresentou alteração que prevê o alargamento da dispensa de três horas para acompanhar os filhos no primeiro dia de aulas ao privado. Isto no quadro do grupo de trabalho das Leis Laborais.

O Bloco de Esquerda quer que, à semelhança dos funcionários públicos, também os trabalhadores do privado tenham dispensa de três horas para levar os filhos à escola no primeiro dia de aulas. Por isso, esta bancada parlamentar apresentou no grupo de trabalho das Leis Laborais uma proposta de alteração, na qual se prevê como falta justificada a ausência “motivado por acompanhamento de menor de 12 anos, no primeiro dia do ano letivo, até três horas por cada menor”. Os deputados não conseguiram, contudo, decidir até ao momento se aceitam votar esta proposta, neste âmbito, estando em cima da mesa o seu adiamento.

Foi enquadrado no programa “3 em linha” que o Governo implementou a dispensa dos funcionários públicos por até três horas para acompanharem os seus filhos com menos de 12 anos, no primeiro dia de aulas. E, de acordo com o decreto-lei publicado em Diário da República, os trabalhadores do Estado passam a ter o direito de dar essa falta justificada já a partir do ano letivo 2019-2020.

Tal medida tem como objetivo promover “um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional” e “melhorar o índice de bem-estar dos trabalhadores”, justificou a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa.

Na nota que acompanhou a promulgação deste diploma, o Presidente da República fez questão de defender o alargamento deste regime aos trabalhadores do setor privado e social, “por forma a evitar uma divisão no setor do trabalho em Portugal”. O mesmo também foi defendido pelo social-democrata Rui Rio, que criticou o facto de esta dispensa abranger apenas os trabalhadores do Estado.

Foi também nessa linha que o Bloco de Esquerda apresentou, esta quarta-feira, uma proposta de alteração, no âmbito da revisão da Lei Laboral, que concretiza o alargamento da dispensa ao privado. “A proposta que apresentamos é a transposição da norma que acaba de ser aprovada pelo Governo para a Administração Pública: a possibilidade do trabalhador faltar até três horas para acompanhar o seu filho, no primeiro dia do ano letivo”, explicou o deputado bloquista José Soeiro.

De acordo com a proposta apresentada, no artigo 249.º do Código do Trabalho (que incide sobre as faltas justificadas), passaria a estar incluída uma alínea com a seguinte redação: “A motivada por acompanhamento de menor de 12 anos no primeiro dia do ano letivo, até três horas por cada menor”.

Em resposta, o PS e o CDS rejeitaram discutir e votar esta proposta esta quarta-feira e neste âmbito, considerando mesmo que tal configura “um comportamento desleal”, disse o deputado António Carlos Monteiro. “Quer fazer entrar pela porta do cavalo um novo processo legislativo”, atirou o deputado, sublinhando que a apresentação desta proposta não passou pelos parceiros sociais. “Os parceiros sociais teriam direito a pronunciar-se sobre esta proposta legislativa”, frisou. A deputada do PSD Clara Marques Mendes acrescentou ainda que a discussão desta tarde tem como foco exclusivo o pacote levado ao Parlamento pelo Governo e as “propostas conexas”, não cabendo esta proposta. O PCP, por sua vez, mostrou o seu apoio a possibilidade de votar esta proposta. Não ficou, contudo, ainda decidido se a proposta será ou não votada esta tarde.

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João Félix no Atlético de Madrid por 120 milhões. Conheça os detalhes da operação

O clube espanhol paga 30 milhões a pronto pelo jovem jogador. Mas Benfica recebe totalidade da clausula de rescisão através de uma operação financeira mais complexa. Veja os detalhes do negócio.

O Benfica acaba de comunicar ao mercado a transferência de João Félix para o Atlético de Madrid. Os encarnados vão encaixar 120 milhões com a venda do jovem prodígio, com os espanhóis pagarem 30 milhões de euros a pronto e o clube da Luz a fazer uma operação financeira de desconto sem recurso dos restantes 96 milhões de euros.

“A Benfica SAD informa que chegou a acordo com o Atlético de Madrid SAD para a transferência a título definitivo dos direitos desportivos do jogador João Félix Sequeira pelo montante de 126 milhões de euros”, diz o Benfica no comunicado enviado à CMVM.

“Mais se informa que o Atlético de Madrid SAD pagará a pronto um valor de 30 milhões de euros e que a Benfica SAD efetuará uma operação de desconto sem recurso dos restantes 96 milhões de euros, sendo os custos financeiros associados a esta operação de seis milhões de euros”, acrescenta a SAD encarnada.

O que é esta operação de desconto sem recurso? É o chamado forfaiting, uma modalidade de financiamento muito utilizada pelas empresas exportadoras. Neste caso, é o Benfica quem está a “exportar” João Félix. Com esta operação de forfaiting, o banco paga de imediato ao Benfica os pagamentos futuros a receber da parte do importador (o Atlético de Madrid). Desta forma, a Benfica SAD garante o recebimento do montante de 120 milhões de euros no momento da transferência do jogador.

O clube português esclarece ainda que os encargos com os serviços de intermediação relativos a esta transferência ascendem a 12 milhões de euros e que o Atlético de Madrid será responsável pelo pagamento do valor do Mecanismo de Solidariedade devido a clubes terceiros, “o qual não poderá ser deduzido ao montante da transferência acordado com a Benfica SAD acima mencionado”.

O clube espanhol já deu as boas-vindas ao jogador português nas redes sociais.

 

E os encarnados também já agradeceram a João Félix.

(Notícia atualizada às 19h51)

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Marcelo destaca boa reação dos mercados à nomeação de Lagarde para o BCE

  • Lusa
  • 3 Julho 2019

A descida das taxas de juro "significa que os mercados perceberam que a senhora Christine Lagarde vai continuar a política de Mário Draghi", considerou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República Portuguesa destacou como positiva a reação dos mercados internacionais à nomeação de Christine Lagarde para o Banco Central Europeu (BCE), tendo feito notar os seus efeitos numa descida das taxas de juro.

Tendo feito notar que “ainda é preciso haver votação no Parlamento Europeu (PE) da presidente da Comissão para esta poder formar a sua equipa”, Marcelo Rebelo de Sousa destacou esta quarta-feira em Abrantes, à margem de uma visita no âmbito do projeto piloto de Vida Independente, que “já foi eleito o presidente do PE” e que “já há alguns resultados positivos”, referindo-se à reação dos mercados.

“Talvez o mais positivo venha a ser dos mercados internacionais, reagiram muito bem à escolha da nova presidente do BCE com a descida das taxas de juro“, notou.

Segundo disse o Presidente da República, a descida das taxas de juro “significa que [os mercados] perceberam que a senhora Christine Lagarde vai continuar a política de Mário Draghi”, o que, defendeu, “é bom para a Europa e eu acho que é bom para o Mundo”.

Ursula Von der Leyen, ministra da Defesa da Alemanha desde 2013, foi nomeada na terça-feira pelo Conselho Europeu para suceder a Jean-Claude Juncker na presidência da Comissão, no âmbito de um acordo entre as três maiores famílias políticas europeias – conservadores, socialistas e liberais – para as nomeações para os cargos de topo da União Europeia (UE).

O acordo no Conselho Europeu, alcançado depois de uma maratona negocial em Bruxelas que se prolongou por três dias, contempla ainda a nomeação do primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do Conselho Europeu, do vice-presidente da assembleia europeia, o socialista David Maria Sassoli, para a presidência do Parlamento Europeu, do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa e ainda da francesa Christine Lagarde para o BCE.

O acordo fechado entre os líderes dos 28 foi a solução encontrada depois da rejeição, pelo PPE, da proposta negociada à margem da cimeira do G20 pela chanceler alemã Angela Merkel (PPE), o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez (Socialistas), o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte (Liberais), para a designação do socialista holandês Frans Timmermans, candidato principal dos socialistas, para a presidência da Comissão Europeia, e Manfred Weber, ‘spitzen’ dos conservadores, para a presidência do PE.

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Fidelidade quer construir centro de investigação em Portugal

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2019

Ao lançar o programa Protechting 4.0 e divulgar as novidades que vão mobilizar as start ups tecnológicas nas áreas da seguros, banca e saúde, o presidente da Fidelidade anuncia objetivos ambiciosos.

“Estamos a pensar construir uma estrutura sólida de investigação em Portugal”, revelou Jorge Magalhães Correia, Presidente da Fidelidade e Global Partner da Fosun”, na apresentação da 4ª edição do programa Protechting, referindo-se, como exemplo de semelhança, os laboratórios tecnológicos que a Fosun já promoveu em Xangai, Beijing, Silicon Valley, Alemanha e Israel.

A apresentação teve lugar por que começaram as candidaturas à 4ª edição do Protechting, programa mobilizador de startups, que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos internacionais que contribuam para melhorar a proteção das pessoas em áreas estratégicas, como Healthtech, Insurtech e Fintech. E, a partir deste ano, com uma preocupação acrescida nas temáticas do desenvolvimento sustentável.

O Protechting 4.0 quer estimular o empreendedorismo internacional e fortalecer o âmbito global do projeto e a Luz Saúde irá reforçar a sua participação no programa, bem como o banco privado alemão Hauck & Aufhäuser, ambas empresas do Grupo Fosun. A seguradora peruana La Positiva Seguros y Reaseguros, com interesses no Perú e Bolívia, irá integrar a competição pela primeira vez. O âmbito de candidaturas é este ano mais estimulado pela colaboração do Governo de Macau e a sua capacidade de atrair para a competição empresas asiáticas.

Posicionando-se cada vez mais como um programa de aceleração de referência internacional, um dos resultados das primeiras três edições do Protechting foi a captação de 494 startups, provenientes de 42 países. Como resultado foram constituídos 33 projetos pilotos de empresas que continuam a manter colaboração com o Grupo Fidelidade e a Luz Saúde e, até ao momento, cinco assinaram acordos comerciais.

Para Jorge Magalhães Correia, Presidente da Fidelidade e Global Partner da Fosun “com o lançamento do Protechting 4.0 consolidamos a referência do nosso programa no contexto internacional, alargando a abrangência geográfica aos países onde a Fidelidade está presente, como Perú e Macau. De destacar que a edição deste ano vai também privilegiar o empreendedorismo social, procurando integrar startups com valor acrescentado para a comunidade ao nível da sustentabilidade social”. Magalhães Correia lembrou que a própria Fosun já foi uma start up nos anos noventa do século passado e que considera ser a “inovação tecnológica fundamental para uma oferta diferenciada aos clientes”, tal como o é o facto de a “Fidelidade dispor de grande volume de dados e saber trabalhá-los”, concluiu.

Isabel Vaz, explica três parcerias que a Luz saúde mantém com start ups tecnológicas, na apresentação do Protecht 4.0

Para Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde, que salientou a duplicação das instalações do Hospital de Luz e a construção de uma nova área de 1500 metros quadrados como espaço dedicado à investigação, referiu-se à organização que lidera como “parceiro-chave do Programa Protechting”, com o Hospital da Luz Learning Health que “tem assegurado e promovido conexões entre startups e profissionais da área da saúde com evidente sucesso, conseguindo resultados efetivos na criação de valor para os doentes”.

Michael Bentlage, CEO da Hauck & Aufhäuser afirma, em comunicado, que “Na H&A acreditamos fortemente no valor do empreendedorismo e somos um orgulhosos parceiros da edição deste ano. O Protechting oferece uma oportunidade única de acelerar a mudança e transformar ideias em acções. Esperamos ansiosamente pelas melhores soluções de RegTech e de WealthTech que nos apoiem no que respeita a nossa transformação digital”, acrescentou.

Candidaturas abertas: 10 mil euros de prémio, até 350 mil de capital

A quarta edição do Protechting tem inscrições disponíveis entre julho e setembro. A fase de seleção será realizada entre setembro e outubro e o Pitch Day para acesso ao Bootcamp decorrerá em novembro.

Os três melhores projetos finais do Protechting 4.0 serão premiados com um roadshow na China, com acesso a alguns dos maiores investidores mundiais, podendo ainda beneficiar de uma participação de capital até 350 mil euros, ou integrar o seu negócio na Fosun, Fidelidade, Luz Saúde e Hauck & Aufhäuser.

O vencedor, com o melhor projeto de negócio, será distinguido com um prémio monetário no valor de 10 mil euros.

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As três mensagens e quatro incógnitas do programa económico de Rio

O líder do PSD começou a apresentar o programa. Começou pelos números e deixou algumas mensagens. Mas deixou algumas dúvidas no ar. Julho é o mês do tira teimas.

Rui Rio começou a apresentar o programa eleitoral que o partido vai levar às eleições legislativas de 6 de outubro, mas não abriu já o jogo todo. Para já, o líder do PSD quis apenas revelar “duas marcas distintas” face ao PS com a divulgação do cenário macroeconómico. As medidas e as explicações ficam para depois. Sobram algumas incógnitas que ao longo de julho poderão ter resposta.

Comecemos pelas ideias que ficam dos planos já revelados.

  1. Rio promete aumentar o investimento público em 3,6 mil milhões de euros entre 2019 e 2023. Não quis avançar em que áreas, mas defendeu que não é difícil imaginar em quais. De resto, o PSD tem sido muito crítico do Governo na falta de aposta nos serviços públicos de transportes e na saúde. E na documentação entregue aos jornalistas acrescenta que quer “aumentar o peso do investimento público (Formação Bruta de Capital Fixo) de 2% para 3,2% do PIB (de 4,2 mil milhões de euros para 7,8 mil milhões de euros)”.
  2. O presidente do PSD quer uma redução da carga fiscal, no valor de um corte de impostos de 3,7 mil milhões de euros. Para já não disse se quer baixar taxas, cortar benefícios fiscais, e em que impostos quer mexer mas fica já um número para ilustrar a promessa. Deu apenas a entender que a intenção é mexer em vários impostos: “IRC e IRS e não só”. A carga fiscal atingiu os 35,4% do PIB no ano passado, o valor mais alto de sempre, e em resultado de um aumento da receita fiscal em quase todos os impostos face ao ano anterior. Entre 2015 e 2018, entraram nos cofres públicos mais 6.466,1 milhões de euros. O Governo tem argumentado que este acréscimo de receita vem de mais emprego e salários mais altos. Contas do Expresso reveladas em outubro passado mostravam que entre 2016 e 2019 o Estado devolverá 1.769 milhões de euros com o IVA da restauração, os escalões e a sobretaxa do IRS.
  3. Se vencer as eleições, e aplicar o programa que ainda não é conhecido, o PIB vai crescer 2,7% em 2023. Apesar de se tratar de uma previsão de crescimento mais alta do que a projetada pelo Governo no Programa de Estabilidade (2,1%), este crescimento da economia é inferior ao verificado em 2017 quando a economia subiu 2,8%. Com a economia a crescer e o controlo da despesa, o défice continua a baixar, a correção do saldo estrutural avança e a dívida pública cai. A tendência é a mesma que está prevista nos planos que o Governo entregou a Bruxelas em abril, mas as metas dos sociais-democratas parecem mais ambiciosas na dívida pública, mas menos no saldo global e no saldo estrutural.

Rio mostrou os planos, mas ainda não explicou como lá chegará, se tiver a oportunidade de o aplicar, e sobram ainda algumas incógnitas no que se refere à comparação com os planos atuais do Governo. Estas são algumas dúvidas:

  1. Quais as medidas que dão origem ao cenário macroeconómico apresentado? O PSD vai apresentá-las ao longo do mês de julho. O objetivo do partido é que os portugueses vão de férias já a conhecer a estratégia de Rui Rio para vencer as eleições. Mas até lá sobram números e faltam explicações. A estratégia de comunicação ficou a nu na própria conferência de imprensa de apresentação do cenário macro. Quando os jornalistas perguntavam por medidas, o presidente do PSD pedia que se esperasse pela apresentação das mesmas.
  2. Como o PSD consegue continuar a correção das contas públicas se quer mais investimento público e menos carga fiscal? Rui Rio ainda não deu explicações sobre o assunto, mas o porta-voz do PSD para as finanças públicas, Joaquim Miranda Sarmento, adianta que o segredo está na evolução da despesa corrente primária que cresce 2% ao ano, enquanto no caso do Governo sobe cerca de 4% ao ano. Resta saber em que áreas a despesa vai crescer menos com o PSD do que com o Executivo de António Costa.
  3. Como comparam os planos do PSD com os do PS? Esta é uma análise que merece algum cuidado. Isto porque o cenário macro apresentado por Rio já tem incluídas as medidas que o partido quer aplicar se vencer as eleições, mas o Programa de Estabilidade que Mário Centeno enviou para Bruxelas em abril não tem medidas novas de política económica. Tem apenas as medidas de política que estão em vigor (como por exemplo os passes sociais) e as que já estavam previstas mas que ainda vão ter impacto nos anos seguintes (como a redução de IRS no valor de 200 milhões de euros mas com impacto nas contas públicas em 2021).
  4. Rio vai reverter medidas aplicadas durante a atual legislatura por António Costa? Ao ECO, o porta-voz do Conselho Estratégico Nacional para a área das finanças públicas explicou que o quadro macroeconómico partiu do cenário do Conselho das Finanças Públicas. Além disso, “incluímos o que o Governo colocou no Programa de Estabilidade”, referindo-se ao quadro de medidas de política orçamental que o Governo considera para a próxima legislatura, que tem em conta, por exemplo, o impacto da legislação que mitiga os efeitos do congelamento das carreiras especiais. Isto significa que o cenário do PSD considerou os impactos na receita e na despesa que o Governo assumiu no Programa de Estabilidade. No entanto, Rui Rio não quis assumir na conferência de imprensa se reverteria ou não as medidas adotadas pelo atual Governo. Questionado sobre isso, o líder do PSD respondeu que “as medidas em concreto são divulgadas setor a setor”, mas afirmou que “todas as medidas estão subordinadas à folga que aqui está”. Ou seja, tudo em aberto.

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Passos Coelho lamenta que Portugal esteja a “regressar a um desequilíbrio externo”

  • Lusa
  • 3 Julho 2019

"À primeira vista", apesar de Portugal viver "com a ideia superficial" de ter as contas certas, "a situação estrutural continua frágil e vulnerável", considerou o antigo primeiro-ministro.

O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho lamentou que Portugal esteja “em véspera de regressar a um desequilíbrio externo”, depois de ter conseguido inverter um ciclo de 50 anos “extremamente negativo”.

“Conseguimos, a partir de 2013, e ao fim de 50 anos, interromper ciclos extremamente negativos de balança corrente com um défice que, na primeira década do Euro, praticamente duplicaram a dívida externa da economia portuguesa”, disse em Leiria, onde falou num workshop do Fórum para a Competitividade.

Tenho muita pena de que estejamos em véspera de regressar a um desequilíbrio externo em Portugal. Temos conseguido uma posição de funcionamento líquido positivo do ponto de vista da situação económica”, mas “projeções feitas pelo Banco de Portugal apontam para que, a partir de 2020, senão já este ano, regressemos aos défices da balança corrente”.

"Tenho muita pena de que estejamos em véspera de regressar a um desequilíbrio externo em Portugal. Temos conseguido uma posição de funcionamento líquido positivo do ponto de vista da situação económica.”

Pedro Passos Coelho

Ex-primeiro-ministro

Nos últimos anos, prosseguiu, “tínhamos disponibilidades sobre o exterior e podíamos conduzir um desendividamento de toda a economia a um ritmo mais significativo. Isso está à beira de se perder”.

Segundo o ex-chefe do Governo PSD-CDS e economista, “há umas visões mais otimistas, que dizem que é por causa do investimento que isso vai acontecer e, portanto, é temporário e vai permitir no futuro a capacidade de exportar”.

“Mas é apenas uma parte da conversa: a produtividade está a cair mais do que a dos nossos parceiros comerciais. E assim é muito difícil pensar que vamos ganhar mais quotas de mercado no médio prazo ou longo prazo, se se mantiverem estes diferenciais”, acrescentou.

Em Leiria, Pedro Passos Coelho sustentou que “à primeira vista”, e apesar de Portugal viver “com a ideia superficial” de ter as contas certas, “a situação estrutural continua frágil e vulnerável“, o que “não é uma boa notícia”.

Segundo o antigo governante, Portugal desaproveitou “a política monetária e o crescimento mais forte que os últimos anos ofereceram”.

“Para Portugal, isso representou, nos últimos anos, praticamente dois terços da consolidação orçamental efetuada. Mas isso vem do ciclo e não foi devidamente aproveitado, nem para conseguir reformas estruturais, nem para encontrar mais espaço orçamental e reduzir os risco financeiros, olhando para potenciais crises futuras”, concluiu.

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Relatório aprovado. As dez principais recomendações da comissão de rendas excessivas na energia

"A comissão de inquérito não foi um exercício de arqueologia". A frase é do deputado Jorge Costa, que fez o relatório da comissão que investigou as rendas na energia. Estas são as recomendações.

Ainda que sem unanimidade, o relatório das rendas excessivas na energia foi aprovado durante os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade (CPIPREPE). Esta quarta-feira, já na reta final, o tema voltou à Assembleia da República (AR), mas desta vez para ser debatido em reunião plenária.

O que aconteceu foi, no entanto, uma espécie de duplicado do que já se tinha passado em maio durante as discussões na comissão de inquérito. Ainda que nenhum partido se oponha claramente à existência de rendas excessivas na energia, nem todos dão luz verde ao relatório redigido pelo deputado do bloquista Jorge Costa.

Para o relator, “o repto que fica é aos deputados que aprovaram este relatório, para que na próxima legislatura estejamos todos à altura de transformar as recomendações que aprovámos em lei”, afirmou durante a sua intervenção na reunião plenária.

"A comissão de inquérito não foi um exercício de arqueologia.”

Jorge Costa

Deputado do Bloco de Esquerda

Mas, afinal, quais são as principais recomendações que constam do relatório que resultou dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito (que já foi publicado, juntamente com as declarações de voto dos grupos parlamentares, relatório da votação e propostas de alteração, no site da AR)?

  • Logo no primeiro capítulo do relatório, a recomendação principal diz que “tal como indicado pela ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] no cálculo do ajustamento final dos CMEC [Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual], os elementos que pervertem o objetivo legal da manutenção do equilíbrio contratual devem continuar a ser corrigidos“.
  • “A sobre-remuneração constituída na atribuição dos CAE à EDP e mantida pelos CMEC deve ser revista para o período remanescente deste regime”. Sobre estas duas primeiras recomendações, o deputado Jorge Costa salientou que a primeira conclusão da comissão de inquérito foi que a manutenção do equilíbrio contratual dos CAE (aquando da passagem dos CAE ao CMEC) “não foi respeitada em diversos pontos”. “Segundo a ERSE, os ganhos adicionais da EDP com o novo regime alcançaram os 510 milhões de euros, a quantia que importa corrigir”, disse.
  • Segue-se o caso da central de Sines. A recomendação da comissão de inquérito é que “devem ser propostas negociações aos produtores para a definição das compensações”. Uma recomendação “muito concreta e dirigida”, afirmou, esta quarta-feira o deputado relator, acrescentado que, “no caso de um acordo negocial não existir, deve o Estado tomar iniciativas, nomeadamente num adicional ao ISP, que permita a recuperação dos valores”.
  • “A remuneração da REN pela detenção que tem do domínio público hídrico é excessiva. 80 milhões de euros são contestados pela ERSE deste o início do estabelecimento deste regime. A recomendação da comissão de inquérito é que essa remuneração termine”, referiu.
  • Ainda sobre a REN, Jorge Costa lembrou que “os acionistas da REN beneficiaram, em 2007, de uma extensão gratuita do prazo de concessão da rede nacional de transportes por sete anos adicionais”. Assim, lê-se no relatório final, deve ser apurado o “valor económico”.
  • Uma sexta recomendação tem a ver com a conclusão de que “a produção eólica tem uma rentabilidade mais elevada em Portugal do que em países comparados”, “nomeadamente em função da existência de ganhos da eficiência tecnológica que foram obtidos pela demora da entrada em produção”. A recomendação da comissão é, por isso, “solicitar à ERSE medidas para a recuperação das vantagens obtidas pelos produtores“, continuou o bloquista.
  • Ainda relacionada com esta última recomendação, a comissão espera que esta experiência seja considerada nas regras de futuros concursos.
  • Outra das principais recomendações que saiu da CPIPREPE está relacionada com a dívida tarifária constituída a partir de 2007, sob o ministro Manuel Pinho. “A partir de 2011 legislou-se no sentido de refletir o custo de financiamento da EDP, o que veio a permitir que, no momento da titularização desta dívida, as mais-valias geradas nas operações fossem integralmente absorvidas pela EDP, gerando 200 milhões de euros de lucro entre 2008 e 2017″, começou por dizer o relator. A recomendação da comissão de inquérito é, assim, que “esses ganhos sejam partilhados, no mínimo na proporção de 50/50, entre a EDP e os consumidores“.
  • “Como garantia da melhor prossecução do interesse público, o membro do Governo com a tutela da energia deverá poder, por iniciativa própria ou sob proposta da ERSE, determinar ou suspender operações de titularização desencadeadas pela EDP – Comercializador de Último Recurso”, lê-se no relatório final.
  • A última recomendação do documento diz que “o Governo deve tomar medidas”. “A comissão de inquérito não foi um exercício de arqueologia. O relatório foi feito, está perante os deputados e o nosso trabalho começa agora”, referiu o deputado relator.

“Devíamos ter reguladores mais fortes”, diz CDS

Durante a discussão sobre as rendas excessivas em plenário, os partidos voltaram a vincar a posições que adotaram ao longo da comissão de inquérito. Para o CDS-PP, esta comissão fez todo o sentido, pois o partido considera, desde o início que “existem rendas excessivas”. “E não é por um sentimento empírico”, disse o deputado Hélder Amaral, acrescentando que o voto contra a aprovação do relatório redigido pelo deputado bloquista está relacionado com as conclusões tiradas com base em “opiniões” e que “não têm em conta os vários depoimentos”.

Um regulador fraco sai muito caro ao Estado português e aos consumidores portugueses.

Hélder Amaral

Deputado do CDS-PP

As críticas do deputado do CDS foram, contudo, para o regulador. “Um regulador fraco sai muito caro ao Estado português e aos consumidores portugueses”, disse. “Sabemos que o Estado precisa de ser mais cuidadoso e deve criar mecanismo de auditoria e fiscalização de contratos que são longos”, continuou, acrescentando que “devíamos ter reguladores mais fortes”.

Já o PSD manteve as principais crítica ao relatório que, durante a votação, quis chumbar. “A resposta à pergunta sobre a existência de rendas excessivas é mais do que óbvia”, disse o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira.

No entanto, o partido diz que não aceita a “tentativa de reescrever a história, orientada pelo habitual desígnio político do Bloco de Esquerda, contra as empresas e contra as renováveis”. O deputado falou, novamente, em “preconceito” e numa “visão excessivamente ideológica”.

O PS, por sua vez, sem se comprometer, afirmou que este relatório permite, agora, “trabalhar e consolidar” a questão, enquanto o PCP disse que é preciso tomar as medidas necessárias e que “o atual Governo já tem responsabilidade” nisso mesmo. Sobre o regulador, também o deputado comunista, Bruno Dias, quis deixar a sua palavra: “é clara a conclusão que as entidades reguladores conhecem e conheciam os problemas do setor que são objeto nesta comissão de inquérito”.

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