Governo encerra todas as escolas até ao final do mês por causa do coronavírus, avança RTP

  • ECO
  • 12 Março 2020

O Governo acaba de decretar o encerramento de todas as escolas a partir da próxima segunda-feira e até ao final do mês. Estão também incluídas todas as creches e ATLs.

O Executivo de António Costa decretou o encerramento de todas as escolas, creches e ATLs a partir da próxima segunda-feira e até ao final do mês, avança a RTP. Este é uma medida preventiva contra a propagação do coronavírus, que abrangerá tanto os estabelecimentos públicos, como o privado.

Na quarta-feira, o Conselho Nacional de Saúde (CNSP) tinha decidido que as escolas só deveriam ser encerradas por ordem das autoridades de saúde. O assunto foi levado por António Costa aos demais partidos esta tarde e a decisão terá sido tomada após essa consulta, informação que o ECO ainda não conseguiu confirmar. Questionado sobre o assunto, o Ministério da Educação remeteu a confirmação deste encerramento para o final da reunião de Conselho de Ministros, que está marcada para as 20h00.

Com o encerramento de todas as escolas, os trabalhadores que tenham de parar a prestação de serviços para acompanhar os seus filhos poderão, de resto, ficar sem proteção social. É que a lei atual prevê que o subsídio de assistência a dependentes seja atribuído apenas em caso de doença ou isolamento profilático dessas crianças. Se as escolas encerrarem por precaução, não estará em questão nenhuma dessas situações, ou seja, os trabalhadores não têm direito a qualquer apoio da Segurança Social.

À saída da reunião da Concertação Social desta quarta-feira, o ministro da Economia garantiu, contudo, que será dada uma “resposta adequada” a esses trabalhadores, que ainda não está preparada, mas que está a ser avaliada com alguma urgência. Aos jornalistas, Pedro Siza Vieira não se comprometeu, no entanto, com a garantia do pagamento dos salários a 100%, tal como pedem os sindicatos.

Neste momento, o coronavírus já infetou 78 pessoas em Portugal, que correspondem a seis cadeia de transmissão ativas. Em todo o mundo, o Covid-19 já fez 4.949 vítimas mortais e infetou 133 mil pessoas.

Portugal não é o primeiro país a tomar esta medida. Itália, Polónia, Bulgária, Dinamarca, Noruega, Grécia, Turquia, Irlanda e França também já impuseram o fecho das escolas, perante esta pandemia.

(Notícia atualizada)

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Rio apenas admite estado de emergência “se um dia for necessário”

  • Lusa
  • 12 Março 2020

Rui Rio admite apoiar uma declaração de estado de emergência devido ao novo coronavírus “se um dia for necessário”. Considera que para já tal cenário ainda não foi colocado.

O presidente do PSD, Rui Rio, admitiu esta quinta-feira poder apoiar uma declaração de estado de emergência devido ao novo coronavírus “se um dia for necessário”, mas dizendo que tal cenário não foi ainda colocado.

Questionado pelos jornalistas no final de uma reunião com a CGTP, na sede nacional do partido, Rui Rio escusou-se a comentar a hipótese de o PSD poder apoiar um Orçamento Retificativo, lembrando que o orçamento para 2020 ainda nem sequer está em vigor.

“Neste momento, o Orçamento do Estado não está sequer em vigor, vai retificar o que nem sequer está em vigor? É um problema que não se coloca”, disse.

Poucas horas depois de ter estado com o primeiro-ministro, precisamente para conhecer as medidas que o Governo anunciará esta quinta-feira à noite, Rio foi questionado se apoiaria a eventual declaração de um estado de emergência.

“Se um dia vier isso ver a ser necessário, com certeza. É preciso que seja necessário”, disse.

Perante a pergunta de “se esse dia é agora”, respondeu: “Não foi referido isso, não vi isso em lado nenhum”.

Rio manifestou concordância com a decisão de suspender os jogos de futebol da I e II ligas e com todas que possam permitir ao país “andar sempre um bocadinho à frene do vírus”.

“Mais vale pecar por excesso do que por defeito”, disse.

O líder do PSD considerou que o vírus será também uma ameaça à economia e antecipou que o primeiro-ministro também anunciará logo à noite medidas de apoio às empresas.

“Não me vou pôr a pré concordar ou pré discordar daquilo que o Governo se propõe a fazer, a tendência é para a concordância, na exata medida em que devemos estar todos aqui a combater um inimigo comum”, afirmou.

No final da reunião com a CGTP – que serviu para apresentar as conclusões do seu recente Congresso -, também a secretária-geral desta central sindical, Isabel Camarinha, se mostrou preocupada com as consequências da pandemia, mas recusou responder, neste momento, se podem estar em causa as comemorações do 1.º de Maio.

“Não temos ainda, a esta distância, nenhuma decisão sobre o 1.º de Maio ou outras ações (…) Não temos ainda perspetiva como tudo isto vai evoluir, não vamos decidir nada sem ter esta situação definida”, apontou.

A líder da CGTP reiterou a posição manifestada na quarta-feira pela central sindical de que as medidas que o Governo já anunciou de apoio aos trabalhadores “não são suficientes”.

“Nenhum trabalhador pode ter o seu rendimento reduzido por esta situação, seja por doença, por quarentena ou por impossibilidade de ir trabalhar para ficar com os filhos, se as escolas fecharem”, afirmou.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou esta quinta-feira o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

O boletim divulgado esta quinta-feira assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.

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Primeiro doente de coronavírus curado em Portugal

  • ECO
  • 12 Março 2020

Graça Freitas explicou que estar "recuperado" de uma infeção de coronavírus é estar "clinicamente bem" e ter dois testes negativos. E já há um doente recuperado em Portugal.

Dos 78 casos de infecção com o novo coronavírus em Portugal, um já está curado. De acordo com Graça Freitas, diretora-geral de Saúde, estar “recuperado” significa estar “clinicamente bem”, não apresentar sintomas — como tosse ou febre — e ter dois testes negativos, em intervalos 48 horas. “Continuará a ser acompanhado em domicílio, mas isto quer dizer recuperado”, disse a responsável.

Segundo fonte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) citada pela Lusa, o paciente em causa esteve internado no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, e já teve alta entretanto. A fonte em causa não revelou, contudo, o género nem a idade do utente, tendo avançado apenas que se trata de um dos primeiros internados nesta unidade por causa do coronavírus.

Os primeiros casos de coronavírus em Portugal foram registado no dia 2 de março. Em causa estava um médico de 60 anos, que tinha estado de férias no norte de Itália, bem como um outro homem que tinha estado em Valência, em Espanha. O primeiro foi internado no Hospital de Santo António e o segundo no Hospital de São João.

Neste momento, o coronavírus já infetou 78 pessoas em Portugal, que correspondem a seis cadeia de transmissão ativas. Em todo o mundo, o Covid-19 já fez 4.949 vítimas mortais e infetou 133 mil pessoas.

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Governo tem dinheiro para gastar com o vírus? “Há folga”, defendem economistas

Perante a pandemia do novo coronavírus, economistas contactados pelo ECO defendem que a possibilidade de um país registar um défice existe para estas alturas. Tudo dependerá das escolhas políticas.

O novo coronavírus já chegou a Portugal e são mais de 60 os casos confirmados até agora. O vírus está a ter impacto na economia mundial e muitos países anunciaram pacotes de estímulo para fazer face à pandemia. Portugal tem dinheiro para aplicar no controlo do surto? Os economistas contactados pelo ECO defendem que a possibilidade de um país registar um défice existe para estas alturas. Mas onde se vão buscar as verbas para mitigar os efeitos dependerá de escolhas políticas. Ainda assim, o impacto deverá ser “temporário”.

O primeiro-ministro garantiu que não está previsto nenhum Orçamento retificativo, esta terça-feira. Mesmo assim, o PSD já se mostrou disponível para aprovar um, caso fosse necessário. O economista João César das Neves considera que, “com o Orçamento em vias de equilíbrio, o Governo tem uma grande folga”. O próprio ministro das Finanças já admitiu a possibilidade de o país já ter registado um excedente das contas públicas em 2019, isto porque a atividade económica acabou por se revelar mais robusta no quarto trimestre do ano — o PIB cresceu 0,7% no quarto trimestre, mais do que o dobro do ritmo de expansão nos três meses anteriores — com impacto positivo nas receitas fiscais. A previsão do Executivo apontava para um défice de 0,1% do PIB, mas o Conselho das Finanças Públicas já alvitrava a possibilidade de um excedente.

José Reis também considera que o Governo tem alguma folga. “Sobretudo porque estamos numa altura em que só a ação pública é que pode de alguma forma ajudar a sociedade e a economia a encontrar caminhos de alguma sustentabilidade“, explica o professor de Economia da Universidade de Coimbra, até porque a Comissão Europeia já demonstrou flexibilidade para que a despesa usada para mitigar os efeitos do Covid-19 não venham a ser contabilizados no défice, para que até os países a braços com o cumprimento das regras do Pacto de Estabilidade possam avançar medidas de fôlego para evitar o contágio nas pessoas e na economia.

Para Luís Aguiar-Conraria, professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, “a folga é para combater o vírus não é tanto para garantir que a economia cresce“. Até porque, como recorda João Loureiro, professor da Faculdade de Economia do Porto, “atendendo ao processo de ajustamento orçamental que ainda está a ocorrer, depois de vários anos de défices orçamentais crónicos e que culminaram com o pedido de assistência financeira internacional, a atual margem de manobra do Governo português é relativamente limitada”. Para este ano, o Executivo antecipa um excedente de 0,2%, com a economia a crescer 2%, mas o primeiro-ministro já anunciou que vai rever as previsões económicas em abril, por altura da apresentação do Programa de Estabilidade. “No Programa de Estabilidade vamos ter ocasião para proceder à atualização das previsões de crescimento económico que serão afetadas pela situação que estamos a viver”, reiterou esta terça-feira António Costa, depois de já ter anunciado esta revisão no debate quinzenal. “As previsões não vão ficar imunes à realidade”, frisou.

O Executivo já anunciou o lançamento de uma linha de tesouraria para apoiar as empresas afetadas pelo surto de coronavírus, no âmbito do programa Capitalizar. O valor era de 100 milhões de euros, mas entretanto o Governo decidiu duplicar este montante, tendo também avançado com uma simplificação do lay-off, com o alargamento dos prazos de pagamento dos impostos e a flexibilização de algumas medidas ao nível dos fundos comunitários. Mas para João César das Neves o Estado “devia aliviar impostos e endividar-se para fazer as despesas que o país necessite nestas circunstâncias”.

Défices são “para emergências destas”

Quanto ao impacto destas medidas no Orçamento, o professor da Católica aponta que “é para emergências destas que existe a possibilidade de ter défices”. João César das Neves acrescenta ainda que não se pode “pôr o interesse político-contabilístico acima do interesse nacional”, numa referência aos dividendos políticos que o Executivo pretende retirar com o facto de ser responsável pelo primeiro excedente orçamental em democracia, em Portugal, mas também ao “brilharete” que o ministro das Finanças quer ter no seu palmarés, num momento em que é quase tida como certa a sua saída da pasta para rumar ao Banco de Portugal.

Luís Aguiar-Conraria também defende que as preocupações em seguir uma estratégia de consolidação orçamental são também para que nestas situações de emergência este poder ser usado. O economista aponta que a derrapagem do défice dependerá se este é um choque temporário ou permanente. E tudo aponta para que seja limitado no tempo, até porque o professor da Universidade do Minho, acredita que, mais à frente, será encontrada uma vacina. Assim, o investimento que vier a ser feito é “datado no tempo”. Se o défice for, por exemplo, de 4%, no próximo ano não é preciso voltar ao zero, porque “são despesas que não são repetíveis”, diz Luís Aguiar-Conraria. Para o economista “não é muito grave se o défice for elevado porque é fácil corrigi-lo”. Ainda assim, admite que este choque, a ter um efeito mais prolongado, é no turismo.

João César das Neves é perentório: o deslize é “até onde for preciso e ainda ninguém sabe até onde será preciso”.

Para José Reis, previsões de derrapagem do défice são ainda prematuras. “Neste momento estamos no meio de uma profunda incerteza, quer da economia mundial, europeia e nacional”. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) já reviu em baixa a previsão para o crescimento global por causa dos coronavírus. Em vez dos 2,9% antecipados em novembro, o mundo só deverá crescer 2,4% este ano e a Zona Euro deverá crescer menos de 1%.

“A crise económica que, muito provavelmente, vai decorrer do problema de saúde pública global vai, por si só, ter impacto negativo sobre as contas públicas por via da menor recolha de impostos e pelo provável aumento da despesa com saúde e com transferências sociais”, aponta João Loureiro. O economista indica ainda que, para além desse efeito, “eventuais aumentos de despesa em resposta à crise estarão dependente daquilo que vierem a ser decisões ao nível da União Europeia para todos os Estados-membros”. Esta terça-feira, o Conselho Europeu decidiu um conjunto de quatro “medidas muito fortes” a adotar. Será criado um novo programa Juncker, serão adotados mais apoios para as Pequenas e Médias Empresas (PME) e será dada mais flexibilidade no PEC e na política de concorrência.

Onde se vai buscar o dinheiro?

Para responder ao surto do novo coronavírus, o Governo pode usar a dotação provisional, a reserva orçamental, “e muito mais”, exemplifica João César das Neves. Luís Aguiar Conraria também considera que onde se vão buscar as verbas são escolhas políticas, mas na sua opinião a prioridade deve ser equipar os hospitais, nomeadamente garantindo que há ventiladores suficientes.

O economista relembra que foi anunciado um aumento no orçamento da Saúde, sendo que o reforço poderia ser focado neste assunto em concreto durante este ano, e em 2021 então realizar as melhorias programadas.

De facto, a ministra da Saúde já adiantou, esta quarta-feira no Parlamento, que as medidas aplicadas para conter a epidemia já tiveram um impacto de dez milhões de euros no Orçamento da Saúde.

Existem vários instrumentos e mecanismos para esta situação, e “o importante é que a riqueza existente no país seja posta à disposição da recuperação da sociedade”, conclui José Reis.

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Da saúde ao teletrabalho, saiba quais os seguros que podem ser ativados com o Covid-19

  • ECO Seguros
  • 12 Março 2020

Qual é o limite de responsabilidade de uma seguradora face ao Covid-19. Danos pessoais estão cobertos até ao diagnóstico da doença, depois é responsabilidade do Estado.

Epidemia e pandemia são exclusões habituais em todos os seguros de danos pessoais, mas a crise Covid-19 traz novas realidades aos limites da responsabilidade das seguradoras.

A crise coronavírus obriga os contratos de seguros a enfrentar realidades novas. Além dos empresariais muito ligados aos negócios como a cessão de exploração por via de sinistro (que uma epidemia não é), também outros seguros são ativados de maneira diferente.

Consultadas as maiores seguradoras nacionais, podem concluir-se que haverá seguros de vários ramos que poderão ou não ser ativados. Quais os limites?

  • Vida: Todas as condições estão válidas, não haverá exceções devidas exclusivamente ao coronavírus. Não estão em causa, devido a esta epidemia ou pandemia, as indemnizações devidas por morte da pessoa segura.
  • Saúde: A regra seguida pela maior seguradora de saúde é de todas as despesas estão garantidas até ao diagnóstico. Em termos práticos, todas as despesas de um segurado, seja atendido no setor público ou privado, estão cobertas até ao momento em que toma conhecimento do seu contágio pelo coronavírus. Nesse momento será encaminhado para o Serviço Nacional de Saúde, porque o mecanismo foi assim determinado pela Direção Geral de Saúde, cessando a responsabilidade da seguradora de saúde.
  • Acidente de trabalho: A presença do coronavirus e o desenvolvimento de Covid-19 não é um acidente de trabalho para o portador. Esta é uma situação que se enquadra no regime das doenças profissionais, desde que se prove a exposição e o nexo de casualidade entre a mesma e a atividade profissional. De acordo com o quadro legal, estes riscos são assegurados pelo Centro de Doenças Profissionais.
  • Acidente de trabalho em teletrabalho: Os acidentes de trabalho são normalmente objeto de investigação e peritagem, por isso é importante que se defina bem e fique registado pela empresa o que é estar nessa situação. Fonte de uma seguradora recomenda que a sugestão de trabalhar fora do escritório seja formalmente comunicado pela empresa e aceite pelo colaborador. Que nessa comunicação seja especificado o local onde será realizado o trabalho, habitualmente na residência do colaborador, e o horário de trabalho considerado.

Por exemplo, se foi definido que o colaborador trabalha em sua casa das 9h às 17h, um acidente na residência às 21h será em princípio excluído de ser considerado acidente de trabalho. No entanto, se o mesmo colaborador do exemplo contar com um seguro de acidentes pessoais, poderá — em princípio — englobar esse sinistro nessa apólice.

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Supervisor angolano multa 11 seguradoras

  • ECO Seguros
  • 12 Março 2020

As seguradoras angolanas falharam a prestação de informação financeira obrigatória e foram condenadas a multas que ascendem a um máximo equivalente a 281 mil euros por companhia.

As companhias seguradoras todas sociedades anónimas (SA) visadas pelos autos sancionatórios da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) são a Aliança Seguros, Bowns Seguros, ENSA Seguros, Glin Seguros, Global Seguros, Master Seguros, Mundial Seguros, Proteja Seguros, Sol Seguros, STAS Seguros e Triunfal Seguros.

A estas seguradoras que incumpriram a prestação obrigatória de informação (Relatório e Contas de 2018), a ARSEG – no exercício das suas atribuições e poder sancionatório – instaurou “respetivos processos de transgressionais”, cuja moldura abstrata “se situa entre 150 mil e 150 milhões Kwanzas” (um máximo de 281 mil euros ao câmbio médio do BCE para fevereiro de 2020).

As multas aplicadas cumprem termos de legislação decretada em 2016, que altera os valores das multas previstas em despacho executivo anterior (de 2002) por sua vez enquadrado na Lei Geral da Atividade Seguradora em Angola, sustenta a entidade liderada por Elmer Santos.

O setor segurador local conta atualmente com 24 seguradoras e cerca de 870 mediadores, excluindo quatro entidades (seguradoras) que ficaram com as respetivas licenças suspensas já em 2020. No final de 2018, a produção global (não Vida e Vida) situou-se em 136,6 mil milhões de kwanzas (cerca de 256 milhões de euros).

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AXA IM autonomiza gestão de ativos alternativos

  • ECO Seguros
  • 12 Março 2020

A ideia do grupo francês é garantir, com maior rapidez, as melhores rentabilidades para investimentos financeiros de seguradoras e fundos de pensões em ativos alternativos.

A designada AXA IM Alts vai combinar cerca de 137 mil milhões de euros de ativos sob gestão e será dirigida por Isabelle Scemama, até a agora diretora-geral da AXA IM Real Assets, contando ainda com uma força de vendas estimada de 70 comerciais.

A nova unidade operacional reúne numa única divisão a atividade de gestão de ativos imobiliários, dívida privada, crédito estruturado e a Chorus (plataforma de hedge funds). Com a reorganização anunciada, a AXA pretende responder com rapidez à procura crescente de ativos imobiliários e outros investimentos alternativos (como dívida privada) por parte de investidores ciosos de obter retorno no atual contexto de juros baixos.

A emergência da AXA IM Alts reorganiza a AXA Investment Managers (AXA IM) em duas unidades, contra quatro anteriormente, resultando um maior “dinamismo comercial” num mercado em que a AXA é forte (gestão de ativos alternativos) e onde é preciso agir rapidamente para responder às necessidades dos clientes, salienta Gerald Harlin, presidente executivo a AXA IM, citado no jornal Les Echos.

Seguradoras e fundos de pensões estão entre os interessados em ativos ‘alternativos’ que possam gerar as rentabilidades de que necessitam para cumprir responsabilidades financeiras. O objetivo da reorganização é, portanto, dar resposta à procura de ativos de investimento mais rentáveis por parte dos investidores institucionais.

Além da AXA IM Alts, a reorganização compreende uma segunda divisão (AXA IM Core), a qual reunirá as plataformas de investimento de renda fixa, Framlington Equities e Multi-Asset, reforçadas com a integração da Rosenberg Equities. A AXA IM Core terá como responsável Hans Stoter, igualmente uma realocação interna, e contará com mais de 500 profissionais e uma carteira de 536 mil milhões de euros em ativos sob gestão.

A reorganização estará operacionalizada no final do segundo trimestre de 2020, projeta a instituição.

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“Não temos dúvida nenhuma que o encerramento das escolas vai acontecer”, diz Mário Nogueira

Mário Nogueira não tem dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, o encerramento de todas as escolas vai mesmo acontecer. O sindicalista remete calendário da decisão para as autoridades de saúde.

Depois do Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP) ter decidido que as escolas só irão encerrar por ordem das autoridades de saúde, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) sublinha que “não tem dúvida nenhuma” de que o fecho de todos os estabelecimentos de ensino irá mesmo acontecer, ainda que não seja certo em que calendário. Isto como medida preventiva contra a propagação do novo coronavírus em Portugal.

“Não temos dúvida nenhuma que o encerramento total das escolas vai acontecer”, disse Mário Nogueira, esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas. O sindicalista frisou que, na perspetiva educativa, esta seria a melhor opção, já que nas condições atuais é difícil dar aulas de forma “tranquila” e os alunos estão a ficar em pé de desigualdade.

“Na perspetiva dos sindicatos, o interesse da escola pública, dos alunos e dos professores seria o encerramento de todas as escolas”, afirmou o líder da FENPROF, reconhecendo no entanto que também deve ser considerado o interesse da saúde pública. Daí que deva caber às autoridades de saúde determinar quando é que esse fecho será concretizado, salientou. “O que não podemos dizer — porque não somos médicos — é se já devia ter [acontecido], se será hoje ou amanhã”, atirou.

Na quarta-feira, o Conselho Nacional de Saúde (CNSP) decidiu, depois de uma reunião de cinco horas, que as escolas só deverão ser encerradas por ordem das autoridades de saúde. O assunto já foi, de resto, levado por António Costa aos demais partidos e deverá ser discutido na reunião do Conselho de Ministros que é retomada esta noite, como medida preventiva contra a propagação do novo coronavírus em Portugal.

Se todas as escolas encerrarem, os trabalhadores que tenham de parar a prestação de serviços para acompanhar os seus filhos poderão, de resto, ficar sem proteção social. É que a lei atual prevê que o subsídio de assistência a dependentes seja atribuído apenas em caso de doença ou isolamento profilático dessas crianças. Se as escolas encerrarem por precaução, não estará em questão nenhuma dessas situações, ou seja, os trabalhadores não têm direito a qualquer apoio da Segurança Social.

À saída da reunião da Concertação Social desta quarta-feira, o ministro da Economia garantiu, contudo, que será dada uma “resposta adequada” a esses trabalhadores, que ainda não está preparada, mas que está a ser avaliada com alguma urgência. Aos jornalistas, Pedro Siza Vieira não se comprometeu, no entanto, com a garantia do pagamento dos salários a 100%, tal como pedem os sindicatos.

Neste momento, o coronavírus já infetou 78 pessoas em Portugal, que correspondem a seis cadeia de transmissão ativas. Em todo o mundo, o Covid-19 já fez 4.949 vítimas mortais e infetou 133 mil pessoas.

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Trabalhadores sazonais podem ser despedidos e microempresas correm risco de fechar, alerta AHRESP

  • Lusa
  • 12 Março 2020

AHRESP alerta que empresas poderão ter que despedir os trabalhadores com contratos sazonais ou de curta duração. Metade das empresas de alojamento com quebras superiores a 40%.

A secretária-geral da AHRESP alertou esta quinta-feira para que, perante o surto do novo coronavírus, as empresas poderão ter que despedir os trabalhadores com contratos sazonais ou de curta duração, sublinhando que muitas microempresas correm o risco de fechar.

“É precisamente no início de março que as estruturas reforçam os seus quadros de pessoal. Alargaram os quadros e agora não têm procura que justifique. Agora têm que ver se conseguem fazer os pagamentos perante estes quadros. O que, eventualmente, irá acontecer é que terão de dispensar aqueles que são os mais sazonais e os que resultam de contratos mais curtos”, afirmou a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto, em entrevista à Lusa.

No entanto, esta responsável notou que a associação, até ao momento, não teve conhecimento de despedimentos, embora saiba que muitas empresas estão já a avaliar essa possibilidade.

Por sua vez, no que se refere ao encerramento de empresas, Ana Jacinto sublinhou que há esse risco associado, sobretudo, às de dimensão micro.

“É isso que não queremos e temos estado a alertar o Governo. [Desejávamos] que no verão pudéssemos estar todos de cabeça levantada e a trabalhar com a força [habitual]. Se assumirmos todos um maior sentido de responsabilidade […] e respeitarmos à risca todas as medidas é mais fácil sairmos mais rapidamente desta situação”, referiu.

Questionada sobre os prejuízos registados no setor até à data, em função da propagação da Covid-19, Ana Jacinto disse que “ainda é cedo” para avançar números.

Porém, garantiu que a associação está a monitorizar todas as quebras registadas.

Criada em 1896, a AHRESP é uma associação de defesa e representação do turismo, contando, atualmente, com 25 mil associados registados.

Metade das empresas de alojamento com quebras superiores a 40%

Metade das empresas de alojamento registam já quebras de ocupação superiores a 40%, na sequência do desenvolvimento do novo coronavírus, percentagem que também se aplica às empresas da restauração, afirmou a secretária-geral da AHRESP à Lusa.

“Fizemos dois inquéritos, ao qual responderam mil associados, através dos quais uma das vertentes analisadas foi o impacto económico do Covid-19 no setor e, deste ponto de vista, estamos, de facto, muito preocupados”, defendeu a secretária-geral da Associação da Hotelaria, restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto, em entrevista à Lusa.

Na semana passada os primeiros dados revelavam que cerca de 30% das empresas do setor do alojamento estavam quebras nas taxas de ocupação/cama na ordem dos 15% a 30%, enquanto, neste momento, “fechámos mais inquérito e cerca de 50% do alojamento tem quebras na taxa de ocupação, que já são acima de 40%.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

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Direção-geral das escolas contradiz-se. Afinal a direção não vai encerrar

  • ECO
  • 12 Março 2020

Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) veio "dar o dito por não dito" quanto ao encerramento dos seus serviços, adiantando que a publicação dessa informação no seu site foi um lapso.

A Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) veio “dar o dito por não dito” relativamente ao encerramento dos seus serviços. Depois de ter anunciado no seu site oficial que o atendimento presencial iria estar suspenso, “a partir desta sexta-feira, dia 12 de março”, numa troca de de datas, já que sexta-feira é dia 13, fonte oficial da DGEstE avançou ao ECO que se tratou de um lapso.

“Em face das últimas notícias relativamente à propagação do Covid-19 em Portugal, entende a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares que o serviço de atendimento presencial deverá ser temporariamente suspenso”, notava a DGEstE no seu site.

Fonte oficial da instituições, entretanto, adiantou ao ECO que a publicação desta informação na respetiva plataforma digital foi um lapso, explicando que estava a preparar informação, para uma eventual decisão governamental de encerrar as escolas portuguesas como forma de combate à propagação deste novo coronavírus. Isto porque o Executivo ainda vai decidir esta quinta-feira se vai ou não suspender as aulas em todas as escolas.

De salientar que tem sido muita a pressão tanto por parte das direções escolares como das associações de pais no sentido de serem fechados os estabelecimentos de ensino como forma de prevenção. Mas só depois de terminar o Conselho de Ministros desta quinta-feira, cujo início está marcado para as 20h00, poderá surgir uma decisão neste sentido. Antes António Costa está a ouvir os partidos com assento parlamentar para tentar obter um consenso político face à decisão a tomar, já que o Conselho Nacional de Saúde Pública decidiu que não se justificava avançar já com o encerramento de todas as escolas.

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Coronavírus trava marchas pelo clima. Greta pede luta online e Guterres diz que não se pode esquecer crise climática

Greta Thunberg usou o Twitter para pedir aos seus seguidores que não desistam. Já António Guterres alertou que a luta contra o coronavírus não pode invalidar nem fazer esquecer a luta pelo ambiente.

A jovem ativista sueca Greta Thunberg usou a sua conta na rede social Twitter para fazer uma série de quatro posts a apelar aos seus seguidores e ativistas em defesa do clima para que não abrandem a sua luta contra as alterações climáticas, ainda que neste momento devam evitar a todo o custo as grandes concentrações de pessoas e marchas de protesto pelo mundo, por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Face à disseminação do Covid-19 pelo mundo todo e à urgência de conter a doença e o contágio do vírus entre humanos, usou o mesmo mote da luta em defesa do ambiente: “Ouvir a ciência”.

O apelo de Greta Thumberg significa que, por causa do coronavírus, milhares de jovens ativistas em todo o mundo terão agora de mudar a forma como se manifestam: em vez de grandes marchas e aglomerados de pessoas, cada um deve resguardar-se, evitar multidões e protestar sobretudo online. O movimento “Fridays for Future” foi fundado em agosto de 2018 em solidariedade com a ação de protesto da jovem sueca em frente ao Parlamento do seu país, a exigir ações legislativas mais fortes e concretas para travar as alterações climáticas. Desde aí, os seus seguidores multiplicaram-se aos milhares por todo o mundo e, nos últimos meses, milhões organizaram marchas em várias cidades para tentar forçar os governos a agir contra a degradação ambiental.

Agora, Greta Thunberg usou o Twitter para pedir que não deixem de lutar e de manifestar, transferindo as ações de luta para o mundo virtual, usando e abusando de tags como #DigitalStrike e #ClimateStrikeOnline. “Não podemos resolver uma crise sem reconhecer que se trata de uma crise, e devemos unir-nos e ouvir os especialistas e a ciência. Isto vale para todas as crises. Agora os especialistas dizem-nos para evitar os grandes aglomerados públicos para termos uma melhor hipótese de travar a disseminação do vírus. Por isso eu, pessoalmente, recomendo que façamos o que eles dizem. Especialmente em zonas de alto risco. Nós os jovens somos os menos afetados por este vírus, mas é essencial que actuemos em solidariedade com os mais vulneráveis e no melhor interesse da nossa sociedade”, escreveu Thunberg.

E acrescentou ainda: “A crise climática e ecológica global é a maior que a Humanidade já enfrentou, mas por agora (dependendo, claro, de onde vivam) teremos de encontrar novas maneiras de alertar para esta problemática e apelar à mudança de comportamentos, que não envolvam grandes multidões. Ouçam as vossas autoridades locais”.

“Mantenham o entusiasmo e vamos enfrentar uma semana de cada vez. Juntem-se ao movimento #DigitalStrike e publiquem fotos dos vossos protestos e dos vossos cartazes usando as hashtags #ClimateStrikeOnline, #fridaysforfuture, #climatestrike, #schoolstrike4climate”, rematou a jovem.

Greta em protesto, pela 82ª semana consecutiva, pela primeira vez em casa, esta sexta-feira, 13 de março.

“Não vamos combater as alterações climáticas com um vírus”, alerta Guterres

Por seu lado, o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, outra das vozes mais ouvidas no mundo em matéria de alterações climáticas, argumentou que a luta contra o Covid-19 não pode fazer esquecer a luta em defesa do ambiente. Na visão da figura máxima da ONU, tanto o coronavírus como a degradação ambiental são problemas muito graves, mas “de natureza diferente”.

Guterres alertou que, apesar da queda momentânea nas emissões de gases poluentes, devido ao surto mundial de coronavírus, esta não deve ser sobrestimada porque “a magnitude de uma crise climática não tem comparação com o impacto temporário de uma pandemia”.

No início deste mês, a NASA e Agência Espacial Europeia registaram quedas significativas na presença de gases poluentes sobre a China. A responsabilidade é do coronavírus, que fechou fábricas e fez abrandar a economia. A análise tem base científica e foi já confirmada pelos satélites de monitorização da poluição da norte-americana NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA) que “detetaram quedas significativas na presença de dióxido de nitrogénio (NO2) sobre a China”.

“Há provas de que esta alteração se deve, em grande parte, ao abrupto abrandamento económico no país na sequência do surto de coronavírus”, refere o NASA Earth Observatory em comunicado. “Esta é a primeira vez que se assiste a uma queda tão dramática das emissões, numa área tão alargada, na sequência de um evento específico”, disse Fei Liu, investigador em qualidade do ar no Goddard Space Flight Center da NASA, acrescentando que uma redução significativa nas emissões poluentes foi observada em Pequim durante os Jogos Olímpicos de 2008, mas o efeito foi localizado apenas na cidade e os níveis de poluição regressaram ao normal após o evento desportivo.

Liu recorda também uma queda a pique nas emissões de dióxido de nitrogénio em vários países, durante a última recessão económica que começou em 2008, mas neste caso a redução foi gradual e não tão acentuada como agora.

“Tanto o coronavírus como as alterações climáticas são problemas sérios. Uma coisa é a doença que esperamos que seja temporária, bem como os seus impactos. Mas as alterações climáticas já estão aqui há muitos anos e deverão continuar por mais algumas décadas, requerendo sempre ação constante. Não devemos sobrestimar o facto de as emissões se terem reduzido por alguns meses. Não vamos combater as alterações climáticas com um vírus”, disse Guterres no lançamento do relatório “State of Global Climate Report”, da World Meteorological Organisation, esta semana, em Nova Iorque.

 

É importante que toda a atenção que a luta contra o coronavírus exige não nos distraia da necessidade de combater também as alterações climáticas. Nada pode mudar no objetivo de organizar a COP26 em Glasgow, este ano, e chegar ao compromisso de alcançar a neutralidade carbónica em 2050. Esperamos que os líderes mundiais sejam capazes de se comprometer com os dois objetivos com a mesma vontade política”, disse o secretário-geral na ONU.

O relatório “State of Global Climate Report” conclui que a crise climática está no seu pico e 2020 é um ano chave para começar a mudar o cenário. Os cientistas também já referiram que o aquecimento global tem influência no surgimento e disseminação de novos vírus, já que provoca uma alteração nas migrações dos animais e os aproxima do contacto humano, transmitindo novas doenças. Com a Terra a aquecer, há já indícios de fortes mudanças na incidência temporal, geográfica e na intensidade dos novos surtos, ou seja, o vírus da gripe poderá deixar de ter o seu grande pico apenas no inverno, e estar mais disseminado pelos restantes meses do ano, por exemplo.

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Metro de Lisboa lança novo concurso para adjudicação de obra na estação de Santos

  • Lusa
  • 12 Março 2020

Metro Lisboa lança novo concurso para a adjudicação da empreitada de execução dos toscos entre a estação de Santos e o término da estação do Cais do Sodré. Este troço tem um preço-base de 90 milhões.

O Metropolitano de Lisboa lançou esta quinta-feira um novo concurso para a adjudicação da empreitada de execução dos toscos entre a estação de Santos e o término da estação do Cais do Sodré, no âmbito da linha circular.

O novo concurso publicado esta quinta-feira em Diário da República tem a ver com o facto de, no primeiro concurso, o Metropolitano ter recebido duas propostas acima do preço-base.

Em 24 de janeiro o metro anunciou ter recebido duas propostas com valores superiores ao preço base definido no processo de concurso, facto que, tendo em conta a legislação aplicável do Código dos Contratos Públicos – CCP, obrigou à exclusão de ambas.

Segundo o Metropolitano de Lisboa, os valores base do concurso para aquela empreitada eram de 68 milhões de euros.

No novo concurso lançado esta quinta-feira, o metro estabelece novo preço-base de 90 milhões de euros para o troço, estabelecendo um prazo de 45 dias para apresentação de propostas.

O concurso enquadra-se no âmbito do plano de expansão da rede do metro para o prolongamento das linhas Amarela e Verde – Rato/Cais do Sodré -, viabilizando a criação de um anel envolvente na zona central da cidade de Lisboa.

Em 05 de fevereiro, durante a votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020, o projeto de construção da linha circular do Metro de Lisboa foi suspenso, segundo uma proposta de alteração do PAN aprovada com os votos favoráveis de PSD, BE, PCP e Chega, abstenção do CDS-PP e votos contra do PS e IL.

“O Governo procede, durante o ano de 2020, à suspensão do projeto de construção da Linha Circular do Metropolitano de Lisboa”, estabelece o número 1 da proposta aprovada, que também define que o Governo deve fazer um estudo “técnico e de viabilidade económica que permita uma avaliação comparativa entre a extensão até Alcântara e a Linha Circular”, e ainda estudos com vista à “expansão prioritária” para Loures.

O PS já anunciou que vai pedir junto do Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva das propostas aprovadas no parlamento.

Em 19 de fevereiro, à saída de uma audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, na Assembleia da República, em Lisboa, o ministro do Ambiente disse que a obra da linha circular do Metropolitano de Lisboa “não está parada”, lembrando que o Orçamento do Estado carece de publicação e que cabe ao Governo tomar “qualquer decisão” para travar o projeto.

“A obra de facto não está suspensa, nem há nenhuma razão para estar suspensa, nem há nenhuma lei publicada que a suspenda”, afirmou João Matos Fernandes aos jornalistas.

Matos Fernandes, que tutela os transportes urbanos, sustentou que a suspensão da obra é uma “competência do Governo”, reiterando o que tem dito sobre esta questão: “É nossa forte expectativa que esta obra nunca venha a ser suspensa”.

A linha circular pretende ligar a estação do Cais do Sodré (linha verde) à do Rato (linha amarela) e, para isso, está prevista a construção de duas novas estações: uma na zona de Santos e outra na zona da Estrela.

A atual linha verde vai desde o Cais do Sodré a Telheiras, mas com esta obra passará a ter as estações da linha amarela (a partir da Cidade Universitária até ao Rato) formando assim “um círculo” na rede do Metropolitano da capital.

A linha amarela que iria desde o Rato a Odivelas vai perder todas as estações até ao Campo Grande e aí ficará com Telheiras (que era da linha verde) e passará a ir de Telheiras até Odivelas.

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