Lucros da REN sobem 2,8% para 119 milhões de euros em 2019. Dá dividendo de 17,1 cêntimos por ação

Para estes resultados contribuíram a melhoria nos resultados financeiros e uma contribuição positiva da operação no Chile, explicou a empresa.

Os lucros da REN – Redes Elétricas Nacionais subiram 2,8% para 119 milhões de euros em 2019, mais 5,2 milhões em comparação com 2018, de acordo com um comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Quanto ao resultado líquido recorrente atingiu os 144,8 milhões de euros, o que significa um crescimento de 5,5%.

“Este aumento decorreu de resultados financeiros melhores, de impostos mais baixos [79,2 milhões, ‐5,4%] e da contribuição positiva do Chile, que também mitigou a performance do negócio doméstico, que foi penalizado pela redução da remuneração dos ativos”, explicou a REN na demonstração de resultados, frisando que “apesar deste cenário favorável, o pagamento da CESE [contribuição extraordinária sobre o setor energético] continua a ter um importante impacto nos resultados da REN“.

No ano passado a REN pagou 24,4 milhões de euros de CESE, menos 900 mil euros do que em 2018, quando este imposto valeu à empresa uma contribuição de 25,3 milhões de euros. “O imposto extraordinário sobre as empresas de energia (fez subir a taxa efetiva de imposto para 40,0%. Desde a sua introdução, em 2014, já foram pagos 152 milhões de euros“, disse a empresa.

De acordo com a REN, 2019 ficou marcado por uma produção renovável com níveis recorde, tendo sido a primeira vez que a produção fotovoltaica ultrapassou a marca anual de 1 TWh. A produção renovável abasteceu 51% do consumo nacional de energia elétrica e o carvão registou a quota mais baixa desde a abertura da Central de Sines. Também a utilização do terminal de GNL de Sines foi a mais elevada de sempre.

Quanto ao dividendo, e tendo em conta dos resultados de 2019, o Conselho de Administração da REN vai propor, na Assembleia Geral de Acionistas do próximo dia 7 de maio, o pagamento de um dividendo de 17,1 cêntimos por ação. “Este valor está em linha com o praticado nos anos anteriores e com a política de dividendos da REN”, diz a empresa.

No ano passado, o custo médio da dívida da REN manteve a redução iniciada em 2013, tendo ficado nos 2,1%, em comparação com os 2,2% de 2018. A dívida líquida aumentou 6,5% para 2.826 milhões de euros, devido à aquisição da Transemel, no Chile, em outubro. “2019 ficou marcado pela aquisição da chilena Transemel, que se juntou ao investimento feito em 2017 em 42,5% da Electrogas. Estas aquisições inserem-se no Plano Estratégico da REN, uma estratégia de crescimento conservadora. Com este reforço da internacionalização da empresa não se altera a principal prioridade da REN, a operação em Portugal“, referiu a REN.

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de 486,2 milhões de euros, uma redução de 1,2% (6 milhões). A remuneração da base de ativos decresceu 11,4 milhões, devido à redução da base de ativos regulada e das taxas de juro das Obrigações de Tesouro portuguesas. Ainda assim, esta redução foi atenuada pela evolução favorável dos resultados da Electrogas e pelo início da consolidação da Transemel (2,5 milhões).

O EBITDA de 2018 incluiu a venda extraordinária do negócio de GPL (4 milhões), também com impacto na comparação com 2019;

O investimento e as transferências para exploração aumentaram para 188,6 milhões e 190,6 milhões, respetivamente, com destaque para o setor da eletricidade (74,7% e 79,6% do total).

Notícia atualizada

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Pequenos empresários escrevem carta aberta ao Governo: “Somos demasiado pequenos para falhar”

Pequenos empresários da restauração e hospitalidade consideram medidas anunciadas pelo Governo "insuficientes" e pedem "ajuda imediata" para assegurar sobrevivência.

Taqueria Pistola y Corazón deu origem à carta aberta ao Governo e desafiou outros empreendedores e empresários a juntarem-se à iniciativa.D.R.

Demasiado pequenos para falhar“. Dezenas de pequenos empresários em Portugal, de áreas como a restauração e a hotelaria, estão preocupados com os efeitos do Covid-19 nos seus negócios e temem que estes tragam consequências irreversíveis para os seus negócios.

Depois de o gestor d’A Padaria Portuguesa ter alertado para o iminente encerramento das lojas — “perante uma inesperada e abrupta quebra de faturação, pela primeira vez na história da nossa empresa, as receitas deixaram de ser suficientes para cobrir os custos operacionais e, claro, os encargos financeiros”, explicava Nuno Carvalho –, Marta Fea e Damian Irizarry, fundadores da Taqueria Pistola y Corazón, lançaram o reto e foram seguidos por nomes como o de Manuel Liebaut, do restaurante Fogo, Dave Palenthrope, do Cinco Lounge, Inês Pereira, do Prado, João Baiao, do Vino Vero, Patrícia Pombo, do projeto We are Ona Portugal, Miguel Azevedo, do restaurante Pigmeu, e o chef Diogo Noronha, do restaurante Pesca, entre outros, decidiram enviar uma carta aberta ao Governo e apelar a medidas mais exigentes para lutar contra a pandemia, de forma a poder assegurar que a maioria destes negócios sobrevive. Nas últimas sete horas, mais de 50 empresários do setor subscreveram a carta.

Coronavírus Dados Informativos

Última atualização: 2021-03-03 15:32:02

Fonte: DGS

  • Confirmados

    806.626

    +979

  • Internados

    1.827

    -170

  • Internados UCI

    415

    -31

  • Óbitos

    16.430

    +41

“Esta carta é um apelo e um call to action de pequenos e médios negócios de hospitalidade e da indústria da restauração para o Governo, pedindo ajuda imediata”, pode ler-se no documento assinado, até agora, por mais de duas dezenas de pequenos empresários. “Queremos continuar a entregar comida e serviços de hospitalidade à nossa comunidade mas, com se as ferramentas disponíveis atualmente são o máximo que pode ser feito, tememos ver nossas cidades em ruínas e o turismo sem base para operar”, referem, assinalando que, se a sua fundação e crescimento esteve sempre ligada ao turismo — que “foi um fator predominante de crescimento da economia portuguesa como um todo, nos últimos anos — a crise do coronavírus “trouxe à indústria inteira uma paragem abrupta”, detalham os empresários, que trouxe aos pequenos negócios como restaurantes, hostels ou pequenos hotéis boutique uma “faturação zero”.

A carta, dirigida ao primeiro-ministro António Costa e aos ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, do Trabalho, Ana Mendes Godinho e ao secretário de Estado do Turismo Luís Araújo, começa por aplaudir “as medidas implementadas” pelo Governo no combate ao coronavírus. “Muitos de nós acabou por voluntariamente fechar os negócios de maneira a não expor, nem trabalhadores nem visitantes, aos riscos desta epidemia“, acrescentam na missiva.

“Todos os mecanismos anunciados pelo Governo implicam linhas de crédito, com as quais os pequenos negócios ficariam endividados durante anos e que, quando aplicados, entregam aos bancos um spread de ganhos de juros negativos para 3%, onerados para o proprietário da empresa, criando um ambiente que favorece a falência durante a continuidade do negócio individual”.

Sendo assim, as medidas anunciadas pelo Governo, consideram estes empresários, “não são suficientes para impedir que (…) as empresas entrem em falência com números avultados. Quase nenhum negócio de que temos conhecimento tem capacidade para apoiar funcionários, proprietários, distribuidores e outros devedores até o final deste mês”, alertando ainda para o facto de que a avaliação de risco de muitos bancos “não apoiará as pequenas e médias empresas”.

Quase nenhum negócio de que temos conhecimento tem capacidade para apoiar funcionários, proprietários, distribuidores e outros devedores até o final deste mês.

Relativamente à possibilidade de estas empresas entrarem em lay-off, a opção “requer um pré-financiamento de salários este mês com a esperança de que seja devolvido no final de abri”. “Mesmo essa ferramenta bem-intencionada está aquém da sua intenção”, refere a carta aberta ao Governo.

Os empresários apelam ainda à aplicação das seguintes medidas:

  • Pausa em todos os pagamentos de aluguer no setor comercial, proteção para contratos de aluguer em falta nos próximos três meses;
  • Pausa em todos os pagamentos de crédito (juros e amortização) pelos próximos três meses;
  • Pausa nos pagamentos de Segurança Social das empresas pelos funcionários mantidos na folha de pagamento;
  • Diferenciação entre postos de trabalho necessários e lay-offs nos próximos três meses;
  • Permitir que apenas uma parte dos funcionários permaneça na folha de pagamento, para permitir modelos de negócio mínimos viáveis (MVP), como entregas ao domicílio;
  • Dar acesso a todo o pessoal que não é necessário neste momento a um subsídio de desemprego de 650 euros por mês, dando às empresas a opção (mas não a exigência!) de contratar novamente a equipa assim que a empresa voltar a funcionar normalmente;
  • Permitir linhas de crédito com juros de 1% por até 15 anos para valores até 45.000 euros/empresa, a fim de solucionar problemas de liquidez para pequenas empresas e manter operações viáveis ​​mínimas pelos próximos três meses, sem uma avaliação de risco dos bancos da empresa, para todos os negócios que tenham conseguido pagar os seus impostos e taxas pela força de trabalho nos últimos 12 meses;
  • Suspender o imposto sobre os salários e o imposto sobre vendas até o outono;
  • Suspender a lei de insolvência e implicações para os empresários nos próximos três meses, garantindo que a insolvência de uma PME devido à crise do vírus Corona não leve à insolvência pessoal de seus proprietários.

“Nenhum de nós se alegra por despedir pessoas que nos ajudaram tanto a construir nossos negócios, mas a verdade é que agora muitos de nós estão fechados, alguns de nós operam apenas com take-away e entregas. E nenhuma destas modalidades representa um plano. Uma opção não gera receita e a outra é o ouro dos tolos”, referem os empresários, sublinhando: “Se pudermos manter as luzes acesas por muito mais tempo ou manter alguns funcionários restantes por mais alguns dias, faremos isso. Mas é apenas um curativo em cima de um ferimento de bala”.

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Daily Covid-19. Um canal de informação empresarial diário

  • BRANDS' ECO
  • 25 Março 2020

A Moneris acaba de lançar um boletim de informação diária para empresários e gestores em resposta à dura realidade imposta pelo novo Coronavírus.

O momento é difícil e não tem precedentes. Para as empresas e organizações, existem grandes desafios e inúmeras ameaças que têm que ser geridas de forma muito cautelosa, mas firme, recorrendo às várias iniciativas e ajudas que o Estado Português e a União Europeia estão a disponibilizar, diariamente.

É um momento de muita informação, que chega de várias fontes, com variados formatos e através de inúmeros intervenientes. É, por isso, também um momento de muita desinformação, ou de informação contraditória. Isto acontece ainda mais para os empresários e gestores que procuram as melhores soluções para dar continuidade às suas empresas, minimizando os impactos desta crise de saúde pública, que rapidamente se está a transformar na maior crise económica das últimas décadas.

A missão da Moneris, especialista em contabilidade e de apoio à gestão, sempre foi a de apoiar os clientes, criar valor e exceder expectativas. Neste momento de maior dificuldade, está ainda mais empenhada em contribuir para que juntos se consiga ultrapassar este momento desafiante.

Com a ajuda de uma vasta e multidisciplinar equipa de profissionais que atuam nas diferentes áreas de gestão, criou um boletim diário com as alterações e novidades no âmbito das medidas excecionais de resposta ao novo Coronavírus.

Todas as manhãs, de segunda a sexta-feira, é possível atualizar-se com o Daily COVID-19 e contar com o apoio dos profissionais da Moneris para responder aos desafios que o momento exige. Pode acompanhar a informação na publicação Business Briefing ou na página do site dedicada ao boletim.

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Europa recupera há duas sessões. EDP puxa por Lisboa

As bolsas europeias recuperaram pela segunda sessão consecutiva, num dia em que a praça nacional beneficiou da subida das ações da EDP. Estímulos orçamentais aliviam os investidores.

As bolsas europeias voltaram a recuperar e a bolsa de Lisboa acompanhou a tendência, prolongando os fortes ganhos registados na terça-feira nos mercados de capitais em todo o mundo. O índice nacional está há duas sessões consecutivas a valorizar, o que já não acontecia desde o início de março, acumulando um ganho de quase 8% esta semana.

Os investidores estão a encarar com satisfação os estímulos orçamentais que estão a ser implementados em vários países da União Europeia. Isto depois de as várias medidas de política monetária dos bancos centrais, nomeadamente o BCE e a Fed, terem falhado em acalmar os ânimos — e, em alguns casos, lançando mesmo o pânico nas bolsas.

Neste contexto, o Stoxx 600 avançou 2,5%. O alemão DAX ganhou 1,3%, o francês CAC-40 somou 3,7% e o espanhol IBEX recuperou 3,6%, enquanto o britânico FTSE valorizou 3,5%. Já o português PSI-20 somou 1,91%, para 3.955,62 pontos, suportado na recuperação expressiva das ações da EDP.

A elétrica nacional liderada por António Mexia viu os títulos subirem 4,70% em bolsa, para 3,61 euros, enquanto a participada EDP Renováveis avançou 1,99%, para 9,75 euros. Ainda no setor energético, a Galp Energia ganhou 2,43%, para 9,622 euros, apesar da queda de 1,40% no preço do barril de Brent, que está a negociar a 26,77 dólares em Londres.

Evolução da cotação do PSI-20

Também o BCP e a Nos contribuíram para a subida do PSI-20, com o banco liderado por Miguel Maya a somar 1,30%, para 10,9 cêntimos, enquanto a operadora presidida por Miguel Almeida somou 1,67%, para 3,168 euros. No setor postal, o destaque vai para os CTT, que avançaram 2,22% em bolsa nesta sessão, com os títulos da empresa de correios a cotar em 1,979 euros cada título.

Em sentido inverso, a Jerónimo Martins destacou-se pela negativa. A dona do Pingo Doce obteve o pior desempenho da sessão ao cair 3,27% em bolsa. Os títulos estão a cotar em 15,66 euros.

Após quatro semanas de quedas nas bolsas, os índices europeus entram finalmente em terreno positivo no conjunto das três sessões desta semana. As próximas duas ditarão se a recuperação é para manter ou se os investidores continuam apreensivos com os impactos económicos do novo coronavírus, numa altura em que começam a ser divulgados os primeiros indicadores económicos que expõem esse impacto, nomeadamente na Zona Euro.

Um destaque final para as ações do Benfica. Os títulos da SAD “encarnada” chegaram a afundar 10% no arranque da sessão, reagindo à notícia de que o clube desistiu da OPA. No entanto, a empresa inverteu a tendência e fechou acima da linha de água, registando um ganho de 3,33%, para 2,79 euros.

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Banca aplaude alívio do BdP nos créditos. Mas apela a “medidas adicionais”

A APB considera que o alívio do travão ao crédito ao consumo por parte do Banco de Portugal é positiva, mas diz também que poderá ser necessário tomar medidas adicionais.

A banca está satisfeita com a decisão do Banco de Portugal de aliviar o travão nas regras da concessão de crédito ao consumo, decisão conhecida nesta quarta-feira. Mas reclama que a amplitude do impacto da crise da pandemia do Covid-19 pode obrigar à necessidade de serem tomadas medidas adicionais.

Em causa está a decisão do Banco de Portugal, anunciada nesta quarta-feira, da flexibilização para os bancos da sua recomendação macroprudencial no que respeita ao caso concreto do crédito ao consumo. Designadamente, permitindo que nos créditos pessoais com maturidades até dois anos que sejam devidamente identificados como destinados a mitigar situações de insuficiência temporária de liquidez por parte das famílias deixem de ter de cumprir os limites ao rácio DSTI. Mas disse também que estão dispensados de observar a recomendação de pagamento regular de capital e juros.

Relativamente a esse “alívio das regras”, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) diz que “congratula-se […] com o conjunto de medidas que têm vindo a ser anunciadas e adotadas pelas autoridades regulatórias e de supervisão, nacionais e europeias, incluindo a que foi hoje [quarta-feira] anunciada pelo Banco de Portugal”.

Apesar disso, a entidade liderada por Faria de Oliveira — e que representa os bancos — diz que “importa, contudo, notar que a evolução incerta da situação e a amplitude dos seus efeitos poderão vir a determinar a necessidade de virem a ser adotadas medidas adicionais“, sem especificar quais.

A APB salienta que “o momento extraordinariamente desafiante que vivemos reclama a adoção de medidas excecionais“. E neste cenário lembra os contactos que tem vindo a desenvolver nas últimas semanas com as autoridades, nacionais e europeias, “no sentido de serem adotadas medidas de flexibilização do quadro regulatório e de supervisão aplicável ao setor bancário, que permitam aos bancos apoiar os seus clientes e contribuir para a mitigação dos impactos económicos e sociais da atual situação de crise nas famílias, nas empresas e na economia em geral”.

A atribuição de moratórias no crédito às famílias e empresas que estejam a ser particularmente afetadas nos seus rendimentos e atividades é um dos processos que está em desenvolvimento, com o Governo a antecipar que ainda esta semana surja um enquadramento regulatório para a sua aplicação. Mas enquanto isso acontece, os bancos reclamam que lhes seja aliviada a pressão em termos dos critérios que lhes são impostos pelo supervisor europeu, bem como as garantias estatais.

Entretanto, já esta quarta-feira, a entidade que supervisiona os bancos da União Europeia — a Autoridade Bancária Europeia (EBA) — já veio dar luz verde à banca para aceitar moratórias nos empréstimos de famílias e empresas afetadas com crise provocada pelo surto do coronavírus sem que isso seja reconhecido como crédito em incumprimento.

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Supervisor europeu dá luz verde aos bancos para concederem moratórias no crédito

Entidade que supervisiona os bancos da União Europeia aceita que banca permita adiamentos nas prestações do crédito por parte de famílias e empresas afetadas pela crise do coronavírus.

A entidade que supervisiona os bancos da União Europeia dá luz verde ao setor para aceitar moratórias nos empréstimos de famílias e empresas afetadas com crise provocada pelo surto do coronavírus sem que isso seja reconhecido como crédito em incumprimento.

“Atrasos generalizados nas prestações devido a iniciativas legislativas e dirigidas a todos os mutuários não levam a nenhuma classificação automática de incumprimento, de imprevisibilidade ou ou improbabilidade” no pagamento do crédito, segundo informou esta quarta-feira a Autoridade Bancária Europeia (EBA).

Em Portugal, o regime das moratórias no crédito estará pronto até final deste mês, numa iniciativa que está a ser trabalhada em conjunto pelo Ministério das Finanças, Banco de Portugal e Associação Portuguesa de Bancos (APB). À espera que a legislação final seja aprovada, vários bancos já anunciaram medidas neste sentido, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, Santander, BPI e Crédito Agrícola.

Adiar por alguns meses o pagamento das prestações do crédito tem sido uma reivindicação geral, isto porque ajudará famílias e empresas a atravessarem este período de maiores dificuldades financeiras por causa do travão económico devido às medidas de contenção do surto do Covid-19.

Porém, sem legislação específica, os bancos corriam o risco de ver estas moratórias transformadas em crédito malparado, o que implicaria o reconhecimento de eventuais perdas (imparidades).

Segundo a EBA, embora os bancos estejam autorizados a conceder moratórias, devem dar prioridade a avaliações individuais para aferir da probabilidade de pagamento dos créditos, mantendo adequadas políticas de risco.

“As exposições devem refletir de forma precisa e atempada qualquer deterioração da qualidade do ativo”, adverte o supervisor.

Além disso, a EBA destaca que esta flexibilização em nada alivia as regras relativas à proteção dos clientes. “Em particular, os bancos devem garantir que os clientes compreendem completamente as implicações da adoção de quaisquer medidas, sem cobranças ocultas e que os novos termos (do contrato) não tenham impactos adversos na classificação de risco de crédito do cliente”, frisa a entidade.

(Notícia atualizada às 17h07)

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ECO subscreve proposta do Observador para plano de apoio à comunicação social

O ECO junta-se ao Observador na necessidade de haver um plano de apoio aos meios de comunicação social, para ultrapassar esta crise e não para resolver problemas passados.

O ECO subscreve a proposta apresentada pelo Observador ao Governo para a definição de um programa específico de apoio ao setor da comunicação social, na sequência da pandemia do novo coronavírus. Um plano para limitar os impactos dos problemas presentes e não para resolver problemas passados, um plano que não altere as condições relativas de concorrência entre os diversos meios, nem privilegie uns em detrimento de outros.

O ECO defende um Estado que promova a igualdade de oportunidades, a concorrência e o mercado, e é, por princípio, contra a intervenção do Estado na economia e, mais ainda na comunicação social. Os conflitos de interesse, os risco de restrição à independência ou à manipulação de meios de comunicação social e de jornalistas são evidentes, e devem ser evitados a todo o custo. Especialmente quando é mais necessário um escrutínio permanente dos decisores políticos.

O caminho, sabemo-lo, é estreito, mas as condições absolutamente excecionais em que vivemos — o primeiro-ministro e o Presidente da República não se cansam de assinalar o estado de guerra em que vivemos –, a paragem súbita da economia e a consequente queda abrupta das receitas dos meios de comunicação social são mais um fator de pressão para um jornalismo exigente, rigoroso e que responda às necessidades dos cidadãos, dos gestores e empresários, dos trabalhadores, enfim, de todos. Uma paragem da economia, diga-se, decidida também pelo estado de emergência decretado pelo próprio Estado.

Os termos deste plano são, assim, críticos para garantir e preservar esta independência e, ao mesmo tempo, para limitar as consequências desta crise, que já estão a fazer-se sentir. É por isso que o ECO se associa ao Observador nesta proposta.

Qual é a proposta apresentada pelo Observador?

Há muito tempo que são conhecidas as dificuldades que a Comunicação Social atravessa em Portugal. O setor precisa nomeadamente de uma nova regulação e da criação de estímulos à renovação, o que implicará necessariamente o desaparecimento de algumas empresas e a criação ou crescimento de outras.

A situação de crise aguda atual com a queda abrupta das receitas de publicidade, cujo prazo final não se conhece, vem agravar ainda mais a situação das empresas de Comunicação Social, que procuram manter nesta fase um nível ainda mais elevado do serviço público que prestam, como é seu dever numa situação como a que se vive.

Este é um setor que deixou de ter uma parte substancial das suas receitas, por força das medidas de resposta à crise sanitária implementadas, mas que mantém a “obrigação” – na verdade, o dever – de continuar a trabalhar. Justifica-se assim, para além do acesso às medidas transversais à Economia e às empresas existentes, um programa específico de apoio às empresas deste setor, tal como anunciado relativamente a diversos outros setores.

Mas qualquer programa específico a lançar deverá focar-se apenas nos problemas acrescidos, derivados desta situação de crise, e não servir para cobrir problemas passados. Deve ainda ser neutro em termos de impacto quanto à situação relativa e concorrencial entre as empresas. Não se pode pedir ao Estado – isto é, a todos os contribuintes – recursos para além dos necessários para cobrir o impacto desta crise. O que quer dizer que qualquer programa específico para este setor deve estar concentrado no suporte à tesouraria das empresas para estas cobrirem todo o impacto, a curto e médio prazo, que resulte da substancial redução das receitas de publicidade. Ou seja, não deve o esforço e dinheiro público do Estado ser gasto em apoios à reestruturação do mercado e das empresas mas apenas em apoiá-las, financiando a sua tesouraria neste concreto momento crítico.

É ainda natural que o Estado, ao dar este apoio, o relacione com a não redução da força laboral ativa, pois a procura da manutenção do emprego é nesta altura um objetivo socialmente relevante e justo. Nestes termos, o apoio à tesouraria que se propõe para o setor da Comunicação Social é muitíssimo importante, pois permitirá evitar o estrangulamento de empresas potencialmente viáveis e salvaguardar a existência de uma Comunicação Social independente, qualificada, com ideias e com recursos, que possa cumprir o seu papel como uma das principais e mais importantes instituições da nossa democracia.

O programa deve:

  • cumprir o objetivo de manter postos de trabalho
  • ser consistente com outros apoios setoriais já concedidos a outros setores, ou seja, financiamento a 5 anos com carência de um ano
  • ser neutral, isto é, servir só para resolver as situações derivadas desta crise
  • ser objetivo nos cálculos dos montantes a conceder
  • ser proporcional (isto é, de acordo com a gravidade e necessidades da situação)
  • ter uma temporalidade adequada
  • depender de uma constatação simples de viabilidade, isto é, aplica-se a todos os casos onde existem capitais próprios positivos, incluindo nestes, não só como é contabilisticamente devido, as prestações suplementares, mas também excecionalmente os suprimentos dos acionistas
  • ser simples e rápido (o dinheiro deve chegar às empresas até final da primeira quinzena de Abril).

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Banca sem dividendos? Presidente da EBF pede aos outros bancos para direcionarem lucros para a economia

Jean Pierre Mustier, CEO do UniCredit e presidente da Federação Europeia de Bancos, pretende que banca cancele dividendos para aplicar o capital no apoio às famílias e empresas afetadas pela crise.

A sugestão partiu do CEO do UniCredit, Jean Pierre Mustier, enquanto presidente da Federação Bancária Europeia (EBF na sigla inglesa), e foi dirigida aos outros bancos da região: não paguem dividendos este ano e conservem o capital para fazer face à crise provocada pelo surto do coronavírus.

Aquela associação está a tentar obter um consenso entre os seus membros para que não remunerem os seus acionistas. Ao invés, Mustier pediu aos bancos que fiquem com o capital para poderem acudir os seus clientes, famílias e empresas, que atravessam agora maiores dificuldades por causa do travão da economia devido à propagação do novo vírus na região.

Mustier enviou uma carta aos bancos pedindo uma opinião sobre esta sugestão, segundo adianta a Bloomberg. O objetivo é que o setor ajude a manter a economia em funcionamento.

A Federação Bancária Europeia é a associação que representa o setor bancário no Velho Continente.

Para responder ao impacto económico do Covid-19, vários países estão a avançar com planos para permitir que famílias e empresas possam beneficiar de moratórias de crédito durante alguns meses. O Banco Central Europeu (BCE) também aliviou algumas regras relativas ao cumprimento dos rácios de capital, para permitir que os bancos possam libertar mais dinheiro à economia.

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Covid-19: ASAE comunica 4 processos-crime de especulação de preços ao MP

  • Lusa
  • 25 Março 2020

Na terça feira, a ASAE tinha feito 41 fiscalizações a operadores económicos, sendo que desta investigação resultaram quatro processos de especulação de preços que foram, entretanto, comunicados ao MP.

A ASAE fiscalizou 41 operadores económicos, até ao início da tarde de terça-feira, no âmbito da especulação de preços de produtos relacionada com a epidemia de covid-19 e comunicou quatro processos-crime ao Ministério Público, divulgou o Governo.

“A ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] esteve, está e continuará a estar no terreno”, garantiu o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, em declarações aos jornalistas depois da quarta reunião do grupo de acompanhamento e avaliação das condições de abastecimento e do retalho, por videoconferência.

De acordo com o governante, até ao início da tarde de terça-feira, a ASAE tinha feito 41 fiscalizações a operadores económicos, quatro comunicações ao Ministério Público (MP) de quatro processos crime, a instauração de quatro processos que aguardam elementos documentais adicionais e de dois processos de contraordenação por práticas comerciais ilegais, tudo no âmbito da especulação de preços de produtos, ou “lucro ilegítimo”.

O Governo adiantou, ainda que, na tarde de terça-feira, estiveram na rua 16 brigadas da ASAE em ações de fiscalização, cujos resultados não são ainda conhecidos.

“Vamos intensificar as ações de fiscalização e de inspeção no domínio da especulação, que, naturalmente, são suscetíveis de ser tramitadas ou encaminhadas para o Ministério Público, que depois dará, naturalmente, o tratamento que entender ser adequado a estas missivas, ou estes casos que são reportados pela ASAE”, sublinhou João Torres.

O secretário de Estado ressalvou, no entanto, que é preciso que se distinga entre “preços que resultam de oscilações de procura e de oferta” e “lucros eventualmente especulativos”.

“Naturalmente que oscilações na procura […] podem levar a pequenas oscilações no que diz respeito aos preços, mas não estamos a falar de uma circunstância excecional que mereça, neste momento, uma intervenção específica”, acrescentou, referindo-se a notícias que falam sobre uma “evolução ascendente de preços”, que diz não corresponder à realidade.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.

Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).

Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até às 23h59 de 02 de abril.

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Está a ter cuidado com o seu lixo por causa do vírus? Ministro do Ambiente explica como se faz

Com muitas pessoas em casa, em cumprimento da obrigação de recolhimento, o ministro reconhece que houve um aumento substancial da produção de resíduos em zonas residenciais.

O Ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, divulgou esta quarta-feira um vídeo oficial no qual apela aos portugueses para seguirem as regras de eliminação de luvas e de máscaras (através do lixo indiferenciado e nunca nos ecopontos) e, também, para que façam uma gestão mais cuidada dos resíduos urbanos.

Com muitas pessoas em casa, em cumprimento da obrigação de recolhimento, o ministro reconhece que houve um aumento substancial da produção de resíduos em zonas residenciais.

http://videos.sapo.pt/CNZy0bkALAPvjI0eKd5g

O governante deixa também um agradecimento aos profissionais da higiene urbana e da gestão de resíduos. “Na mensagem, Matos Fernandes agradece a todos os que estão, agora e sempre, na linha da frente, garantindo a higiene pública de que todos desfrutamos. O ministro pede aos trabalhadores que sigam escrupulosamente as medidas de segurança, nomeadamente reforçando a higiene dos equipamentos de proteção individual”, diz o MAAC em comunicado enviado as redações.

Siga as dicas do ministro do Ambiente e da Ação Climática para uma boa gestão do lixo, em tempos de pandemia:

  • Todos os resíduos produzidos em casas com casos de infeção ou suspeita de contaminação devem ser colocados no lixo comum. O saco do lixo não deve ser completamente cheio e deve certificar-se que é colocado dentro de outro saco.
  • As luvas, máscaras e os lenços de papel (mesmo sem estarem contaminados) devem ser sempre colocados no lixo comum, e nunca, mas nunca, no ecoponto ou na sanita.
  • Neste momento não se deve deixar no exterior da casa móveis, colchões ou outros “objetos fora de uso”. Os serviços de higiene urbana precisam de racionar os seus recursos neste momento e a recolha de “monos” não é urgente.

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Como manter o foco e ser eficaz quando se trabalha de casa?

  • BRANDS' TRABALHO
  • 25 Março 2020

O trabalho remoto tem os seus segredos, tanto para a organização como para os colaboradores, e ainda mais para líderes e gestores de equipas. Siga os conselhos da EY e seja produtivo.

Definir procedimentos, assegurar canais de comunicação claros, conseguir mobilizar a equipa à distância, saber acompanhar. Estas são algumas das regras essenciais para um trabalho remoto eficaz.

Se é um gestor em teletrabalho ou faz parte de uma empresa que aderiu ao trabalho remoto devido à pandemia global do novo coronavírus, a EY deixa um conjunto de conselhos para manter o foco e continuar a ser produtivo, mesmo em casa.

Neste vídeo infográfico, poderá aprender as melhores práticas de base para organizações e colaboradores; de comunicação; de liderança e gestão de equipas; de delegação e monitorização por objetivos; relacionadas com os aspetos regulatórios.

Leia ainda a opinião de Marta Santos, EY Associate Partner, People Advisory Services, sobre o que deve ser feito perante a nova realidade de trabalho imposta pela pandemina do coronavírus.

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Centeno alerta para défice e recessão, mas vê “país preparado” para crise do vírus

O ministro das Finanças reage esta tarde ao facto de ter alcançado um excedente orçamental de 0,2% do PIB em 2019, o primeiro em democracia. Para 2020 volta o défice num cenário de "recessão".

O ministro das Finanças garantiu aos portugueses que “o país nunca esteve tão bem preparado como hoje para uma crise desta natureza”, a do coronavírus. Mas Mário Centeno não nega que 2020 será complicado e que o cenário com que trabalha é de “recessão” no conjunto do ano, o que terá “impacto” nas contas públicas.

As declarações foram feitas esta quarta-feira no Ministério das Finanças numa conferência de imprensa em reação aos dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE): Portugal registou pela primeira vez um excedente orçamental de 0,2% do PIB em 2019, a primeira vez que tal acontece no período de democracia. Para 2020, o Governo já admitiu que não haverá excedente e que a dimensão do défice dependerá da dimensão e do impacto da atual crise.

Para o ministro das Finanças, esse resultado dá a Portugal “uma base económica sólida” para ultrapassar este período de “paragem abrupta” — Centeno admitiu uma redução “muito acentuada” da atividade económica no segundo trimestre — e para depois retomar a normalidade. “Esta crise não tem nenhuma dimensão estrutural nem é específica da economia portuguesa“, assinalou, referindo o caráter mundial e “simétrico” desta “pancada” na economia.

“A paragem súbita nunca vista vai ter impacto nas contas públicas, o qual será em função da dimensão da recessão”, afirmou Centeno, admitindo que o “choque” poderá ser de “alguns” pontos percentuais do PIB. A deterioração do saldo orçamental será provocada pelos estabilizadores automáticos (como o subsídio de desemprego) que “funcionarão livremente”, garantiu Centeno, e pelo aumento dos apoios à economia neste período. Mas, para já, as medidas anunciadas têm uma “execução orçamental que está dentro dos limites previstos”, o que sugere que, no imediato, não haverá orçamento retificativo.

Mário Centeno assume também que o desafio da execução orçamental será “extraordinariamente maior” em 2020, mas argumenta que o Estado tem margens orçamentais que poderá usar, tal como já tinha referido anteriormente. O ministro revelou também que em janeiro e em fevereiro os dados da receita fiscal e das contribuições continuavam a mostrar o dinamismo da economia portuguesa que tinha acelerado no quarto trimestre de 2019, mas tal vai ser interrompido em março. Questionado sobre se a austeridade regressará, Centeno afastou esse cenário, afirmando que “esta crise deve ser enfrentada de forma temporária”.

Em específico sobre a área da saúde, que está atualmente sob stress a todos os níveis, o ministro das Finanças avançou com números: a despesa anual do SNS cresceu 1.630 milhões de euros, mais 17,8%, nos últimos quatro anos e as despesas com pessoal subiram 28% (mais 958 milhões de euros). Para Centeno estes investimentos “permitem-nos hoje estar muito melhor equipados para responder aos desafios que se nos colocam” e garante que os portugueses podem ter “confiança na capacidade e nos recursos do país para lidar com os desafios”.

O foco está na resposta à crise sanitária uma vez que disso depende também o regresso da economia à normalidade, mas até lá haverá uma paragem “nunca antes vista” da produção. “Tudo faremos para restaurar a confiança e voltar à normalidade“, assegurou, numa tentativa de dar “confiança” aos portugueses, referindo também que fará as “adaptações necessárias” ao programa de financiamento do Estado que é implementado pelo IGCP.

(Notícia atualizada com mais declarações às 16h41)

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