PS apoia fim dos debates quinzenais pedido por Rio

  • ECO
  • 2 Julho 2020

Partido Socialista está alinhado com a proposta do PSD de acabar com os debates quinzenais, o que poderá acontecer já no início de setembro.

O Partido Socialista está alinhado com a proposta do PSD de acabar com os debates quinzenais, o que poderá acontecer já no início de setembro, avança a Rádio Renascença. O vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Pedro Delgado Alves, admitiu haver “disponibilidade” em conversar sobre a proposta defendida pelo partido liderado por Rui Rio.

Pedro Delgado Alves adiantou mesmo que o fim dos debates quinzenais é o “único ponto em que há abertura”, do “universo das coisas apresentadas”, Este tema em torno do “debate com o primeiro-ministro e o Governo é um dos temas sobre os quais, evidentemente, se tem conversado com todos os partidos e não apenas com o PSD”, nota.

O atual modelo de debates parlamentares resulta de uma reforma proposta pelo PS introduzida em 2007 quando José Sócrates estava à frente do PS. O objetivo agora, quer do PS quer do PSD, é que o número de debates com o primeiro-ministro seja encurtado e passe ao modelo antigo de debate mensal. No intervalo, o objetivo dos socialistas será intercalar a presença setorial de ministros responsáveis das áreas em que o debate tem um foco específico nas áreas e depois alterna com o debate com o primeiro-ministro sobre política geral, cita ainda a Renascença.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Se situação continuar, esta crise será pior do que a de 2012, diz presidente do Santander Totta

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

O presidente executivo do banco espanhol considera que que se a crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus continuar, a crise económica poderá ser pior do que a última, de 2012.

O presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro Almeida, considera que se a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 continuar, a crise económica poderá ser pior do que a última, de 2012.

Num seminário pela internet organizado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), na quarta-feira, o gestor foi questionado sobre o que acontecerá após o fim das moratórias de crédito, o regime legal que permite a empresas e particulares suspenderem o pagamento dos empréstimos aos bancos até 31 de março de 2021.

Pedro Castro Almeida considerou que o período pós moratória “não vai ser um drama” se depois da queda da economia este ano (em que se estima um recuo de 10% do Produto Interno Bruto) houver “uma recuperação relativamente rápida no próximo ano”, incluindo com pré-reservas de turismo para primavera e verão que ajude à melhoria da economia.

Contudo, já “se a situação continuar, acho que podemos ter uma situação bastante pior do que foi a última crise de 2012”, acrescentou.

O presidente do banco detido pelo grupo espanhol Santander também considerou que o período após o atual regime de lay-off poderá ser duro em termos de desemprego.

No início da pandemia, disse, o desemprego atingiu sobretudo trabalhadores temporários, precários, muitos deles emigrantes a trabalhar na restauração e hotelaria, sendo que de futuro podem somar-se a esses muitos outros com o fim do atual regime de ‘lay-off’. “O segundo impacto tem a ver com desemprego pós-verão. Nas empresas, a palavra de que mais vamos ouvir falar é eficiente, muitas empresas depois destes meses vão pensar na eficiência e na redução do quadro de pessoal”, anteviu.

O atual regime de lay-off simplificado destina-se a apoiar empresas afetadas pela crise desencadeada pela covid-19 e a conter o aumento do desemprego. Os trabalhadores têm direito a receber dois terços da sua remuneração normal ilíquida com limites mínimo de 635 euros e máximo de 1.905 euros, sendo o valor financiado em 70% pela Segurança Social e em 30% pela empresa. A empresa fica isenta do pagamento da Segurança Social dos trabalhadores em ‘lay-off’.

Por fim, sobre o Banco de Fomento, Castro Almeida vê essa entidade com “expectativa” e considera que pode contribuir “para agilizar processos”, afirmando que há bons exemplos de bancos de fomento em França e na Alemanha, mas também lembrou que já existe há uns anos uma estrutura desse género para sair do papel.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quase 4 em cada 10 restaurantes admite pedir insolvência

Os impactos da pandemia foram e estão a ser sentidos de forma muito significativa no setor da restauração e do alojamento, com muitas empresas a planearem mesmo a insolvência.

A restauração e o alojamento são dois dos setores que foram seriamente afetados pela crise provocada pelo coronavírus e as consequências reais — para além das quebras acentuadas na faturação — vão ser sentidas em breve. Isto porque, de acordo com um inquérito, muitas destas empresas tencionam avançar para insolvência, principalmente por não conseguirem suportar as despesas.

De acordo com um inquérito da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) feito a cerca de 1.500 empresas esta semana, 38% das empresas de restauração e bebidas pondera declarar a insolvência por não conseguir suportar os encargos habituais, como o pessoal, energia, fornecedores e outros, a partir do mês de julho.

Para estas empresas, junho foi um mês dramático, com mais de 24% das empresas a registarem perdas superiores a 40% face ao ano passado, 22% com quebras superiores a 60% e 12% com uma quebra acima dos 90%, refere a associação, em comunicado.

Para fazer face a este cenário negativo, o recurso ao lay-off foi uma espécie de escapatória para o setor. Mais de 87% das empresas recorreram a este mecanismo, tendo 93% prorrogado para maio, 76% para junho, e cerca de 69% tenciona prorrogar para julho. Sem recorrer ao lay-off em julho, mais de 54% das empresas referem que não terão condições para pagar salários no final do mês. No que respeita aos salários de junho, o inquérito revela que mais de 17% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento e 15% só pagou parcialmente.

E as consequências são também sentidas a nível dos trabalhadores, com mais de 22% das empresas a assumirem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano, enquanto 70% ainda não sabe se vão conseguir manter o total dos seus trabalhadores. “É uma crise sem precedentes na restauração e no alojamento”, diz a AHRESP.

Época alta no alojamento é “muito preocupante”

O mesmo cenário é observado no setor do alojamento, com 24% das empresas fechadas até ao final de junho. O mesmo inquérito mostra que mais de 47% das empresas não registaram qualquer ocupação no sexto mês do ano, enquanto 41% teve uma ocupação de até 25%. Estes resultados traduzem-se numa quebra superior a 90% na taxa de ocupação, referida por mais de 54% das empresas.

Mesmo na chamada época alta, entre julho e setembro, os resultados são “muito preocupantes”, diz a AHRESP. 46% das empresas não espera uma taxa de ocupação acima dos 25%, e cerca de 17% das empresas perspetivam uma ocupação entre 25% e 50%. Perante este cenário, 18% das empresas pondera avançar para insolvência caso não consiga suportar os encargos, enquanto 45% não sabe se avança ou não para insolvência.

Também no setor do alojamento turístico o recurso ao lay-off intensificou-se desde abril. Cerca de 42% das empresas recorreram a este mecanismo, 76% prorrogou para maio, 70% para junho, e cerca de 60% tenciona prorrogar para julho. Sem o apoio do lay-off em julho, 42% das empresas referem que não terão condições para pagar salários no final do mês. Mais de 27% não conseguiu pagar salários em junho e 12% só o fez parcialmente.

No que diz respeito aos funcionários, mais de 12% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano, e 62% das empresas ainda não sabem se vão conseguir manter a totalidade dos seus trabalhadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PwC tem novos partners para Portugal, Angola e Cabo Verde

A consultora PricewaterhouseCoopers nomeou Ana Doroana, Catarina Pereira, Manuel Conde e Maurício Henriques Brito, que já trabalhavam na consultora, como partners para Portugal, Angola e Cabo Verde.

Ana Doroana, Catarina Pereira, Manuel Conde e Maurício Henriques Brito.

Ana Doroana, Catarina Pereira, Manuel Conde e Maurício Henriques Brito são os novos partners da Pricewaterhouse Coopers (PwC), para Portugal, Angola e Cabo Verde. Os novos nomeados já trabalhavam na empresa.

Ana Doroana tem 43 anos e é partner de financial services risk & regulation na PwC, desde 2015. Acumula uma experiência profissional de 20 anos, repartida entre um grupo bancário pertencente ao top-3 nacional e a PwC. É licenciada em Matemática e Ciências Atuariais pela FCT da Universidade Nova de Lisboa e tem uma pós-graduação em Análise Financeira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG).

Catarina Pereira entrou na PwC em 2003, para o departamento de auditoria e, entre 2010 e 2012, teve uma experiência internacional no escritório da PwC em São Paulo, que lhe valeu aprendizagens chave. Atualmente, lidera o trabalho de auditoria de importantes clientes e a gestão dos recursos humanos do escritório do Porto. É licenciada em economia pela Faculdade de Economia do Porto, Catarina Pereira fez o curso de Revisora Oficial de Contas (ROC) em 2009, tem formação em International Financial Reporting (DIPIFR), pela Association of Chartered Certified Accountants (ACCA).

Manuel Conde integrou a PwC em 2019 com um negócio de consultoria. Acumula 25 anos de experiência como consultor tecnológico e passou por empresas globais em Portugal, Espanha, Reino Unido e Holanda, desenvolvendo inovação através de tecnologia. É licenciado em informática de gestão e tem uma pós-graduação em gestão de sistemas de informação pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG).

Maurício Henriques Brito entra na PwC em 2013 e atualmente é sócio no departamento de tax reporting & strategy, onde é responsável por esta unidade de negócio em Luanda e em Lisboa pelas indústrias de consumer markets & retail, construction & engineering, transportation & logistic and energy & resources. É licenciado em contabilidade e auditoria, é membro da Ordem dos Contabilistas Certificados e formador certificado com o Certificado de Competências Pedagógicas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Merkel e Von der Leyen em sintonia sobre urgência na resposta da UE à crise

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

Angela Merkel e Ursula Von der Leyen apelaram a um acordo rápido sobre o pacote de recuperação que permita à União Europeia ultrapassar “a maior crise” da sua história.

A chanceler alemã e a presidente da Comissão Europeia coincidiram esta quinta-feira nos apelos a um acordo rápido sobre o pacote de recuperação que permita à União Europeia ultrapassar “a maior crise” da sua história.

Um dia depois de a Alemanha ter assumido a presidência semestral rotativa do Conselho da UE – que assinala o trio de presidências do qual Portugal faz parte -, o Governo alemão e o executivo comunitário celebraram esta quinta-feira uma reunião por videoconferência, no final da qual tanto a chanceler Angela Merkel como a presidente da Comissão, a sua compatriota Ursula von der Leyen, insistiram na urgência de os 27 chegarem a um acordo o quanto antes sobre o Fundo de Recuperação e o orçamento da União para 2021-2027.

Na conferência de imprensa que se seguiu, desde Berlim e Bruxelas, em alemão e sem interpretação simultânea, Merkel insistiu que a UE enfrenta “a situação mais difícil da sua história”, face à crise provocada pela pandemia de covid-19, que, notou, ainda não chegou ao fim.

“A cada dia que passa vemos que o vírus não desapareceu, ainda que tenhamos aprendido a viver melhor com ele”, apontou a chanceler, segundo a qual os números do impacto da crise da covid-19 mostram que é urgente “reativar a economia europeia” e, para tal, é necessária “uma resposta contundente” por parte da UE.

Merkel assumiu de novo como grande prioridade da presidência alemã “a superação da crise”, e defendeu a proposta apresentada em final de maio pela Comissão Europeia – com muitos traços comuns com uma proposta franco-alemã avançada pouco antes -, de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros (dois terços dos quais a serem canalizados para os Estados-membros através de subvenções), associado a um Quadro Financeiro Plurianual para os próximos sete anos num montante de 1,1 biliões de euros.

Segundo a chanceler alemã, a proposta que os chefes de Estado e de Governo dos 27 vão discutir no próximo Conselho Europeu de 17 e 18 de julho é uma resposta adequada para ultrapassar a crise, mas também para garantir políticas importantes no futuro como a luta contra as alterações climáticas e a digitalização da Europa.

Por seu lado, Von der Leyen destacou a “enorme pressão” que o calendário impõe para que seja alcançado um compromisso em tempo útil, e exortou os 27 a “olhar além de alguns interesses limitados” e focarem-se nos benefícios para a UE como um todo.

A presidente da Comissão garantiu ainda assim estar otimista num acordo a breve prazo, avançado com duas justificações: constatar que há “unanimidade no Conselho relativamente à necessidade de uma resposta sem precedentes”, assim como quanto à “abordagem, de aproveitar o pacote de 750 mil milhões de euros para investir na modernização do mercado único”.

“Claro que haverá muitos, muitos detalhes a ser negociados, como a dimensão [do Fundo] e questão das subvenções e empréstimos, isso sem dúvida, e a proposta original sofrerá inevitavelmente alterações no processo institucional [envolvendo Conselho e Parlamento Europeu], mas a construção geral não é questionada e isso é muito bom sinal”, sublinhou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OE2020: Adicional sobre a banca é “incongruente” e “arbitrário”, diz Fórum para a Competitividade

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

“O novo adicional não pode ter qualquer outra justificação que não a mera arrecadação de receita, pois o seu racional económico é incongruente e talvez mesmo arbitrário”, lê-se na nota da entidade.

O Fórum para a Competitividade considera “incongruente” e “arbitrário” o adicional sobre o setor bancário previsto no Orçamento do Estado Suplementar para 2020, cuja criação diz ter como objetivo a “pura arrecadação de receita tributária”.

“O novo adicional não pode ter qualquer outra justificação que não a mera arrecadação de receita, pois o seu racional económico é incongruente e talvez mesmo arbitrário”, lê-se na nota de conjuntura de junho divulgada hoje pelo Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade.

Segundo a análise do vice-presidente da Comissão Executiva do Fórum, “para além do caráter discriminatório (comum a todas as contribuições extraordinárias), o adicional parece ter vícios agravados”:Da norma transitória já resulta o seu caracter não transitório ou temporário, a sua fundamentação ligada ao regime do IVA é ininteligível pois a isenção (incompleta) de IVA não é um benefício, não é imposta e já suscita tributação em Selo e também não se vê como essa penalização possa ser compatível com as regras constituição e as europeias sobre IVA”, sustenta.

Para Jaime Carvalho Esteves, “apesar da severidade da crise, ou por causa dela”, esta medida “não pode ter qualquer outro motivo que não seja o da pura arrecadação de receita tributária”.

A suportar por instituições de crédito e sucursais nacionais destas entidades – “sem prejuízo da possibilidade de repercussão económica para os clientes”, nota o Fórum para a Competitividade – o adicional de solidariedade sobre a banca “tem por objetivo reforçar os mecanismos de financiamento do sistema de Segurança Social, como forma de compensação pela isenção de imposto sobre o valor acrescentado (IVA) aplicável à generalidade dos serviços e operações financeiras, aproximando a carga fiscal suportada pelo setor financeiro à que onera os demais setores”.

A receita estimada com este adicional é de 33 milhões de euros. Na sua avaliação do Orçamento Suplementar para 2020 na perspetiva dos objetivos extrafiscais, o Fórum para a Competitividade conclui que, “no apoio à liquidez, há custos e complicações que provavelmente poderiam ter sido evitados”, nomeadamente, ao nível dos pagamentos por conta, “a validação por contabilista certificado” e “a penalização severa caso a redução implique o não-pagamento até ao terceiro pagamento por conta de mais de 20% do valor que, em condições normais, teria sido pago”.

Por outro lado – acrescenta – há omissões que não se logra entender”, como “a não inclusão dos pagamentos adicionais por conta, o não ajustamento das tabelas práticas de retenção na fonte de IRS e a não concretização de um plano abrangente de pagamento imediato do que está em dívida pelo setor público”.

Segundo o Fórum para a Competitividade, a dedução à coleta de IRC de 20% dos investimentos realizados entre 1 de julho de 2020 e 30 de junho de 2021 “é extraordinariamente importante, não obstante o reduzido poder de fogo”, enquanto, “no apoio à concentração, os incentivos deveriam ser bem mais ambiciosos”.

O Fórum critica ainda o facto de não estarem previstas no Orçamento Suplementar – cuja votação final global está marcada para a próxima sexta-feira – “medidas para o reforço dos capitais próprios das empresas”.

Relativamente à conjuntura nacional, o Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade nota que “o mercado de trabalho continua a evidenciar sinais negativos, com continuada subida do número de desempregados, ainda que a um ritmo menos intenso que o anterior”.

E alerta: “O regresso ao autoconfinamento, as restrições à utilização de lay-off, bem como a falta de apoio para os encargos com o subsídio de férias poderão desencadear grandes dificuldades às empresas, podendo traduzir-se numa subida significativa do desemprego nos próximos meses”.

“No final de junho, a subida do número de casos na Grande Lisboa e a resposta do Governo já conduziram a um aumento do confinamento, incluindo do autoimposto, que deverão ter reflexo na atividade durante os próximos tempos, uma novidade que será importante acompanhar”, conclui o Fórum.

O Fórum para a Competitividade é uma associação que reúne empresas e sócios individuais e que se apresenta como “uma instituição ativa na promoção do aumento da competitividade de Portugal, através de estímulos ao desenvolvimento da produtividade nas empresas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PCP vota contra o Orçamento Suplementar. “Não corresponde aos interesses do país”

O texto final do Orçamento Suplementar, que vai a votos esta sexta-feira, "é inclinado para os interesses do grande capital e desequilibrado", defende o PCP.

O PCP vai votar contra Orçamento Suplementar, na votação final global do documento esta sexta-feira, anunciou o deputado João Oliveira. Esta decisão deve-se ao “balanço global” que o partido faz, da proposta entregue pelo Governo e que foi já alvo de mudanças na especialidade, que “não corresponde aos interesses do país”.

O texto “é inclinado para os interesses do grande capital e desequilibrado”, e não dá “resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo, reiterou o deputado, em declarações transmitidas pelas televisões. “É um suplementar com opções que correspondem a uma politica que não é política que sirva ao país”, rematou.

João Oliveira aponta que o partido tinha já criticado a proposta inicial entregue pelo Governo, tendo apresentado várias propostas de alteração. Algumas das propostas comunistas foram aprovadas mas, ainda assim, o deputado garante que “não há proposta milagrosa que fizesse alterar o sentido de voto”.

O líder parlamentar da bancada comunista refere ainda desagrado pela “convergência entre o PS e o PSD, não só na aprovação da proposta inicial do Governo, mas também na rejeição da propostas do PCP”, recordando inclusive alterações de voto dos sociais-democratas relativamente a propostas comunistas.

(Notícia atualizada às 17h45)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Transformar em permanentes contratos temporários de combate à pandemia dá prémio

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

As entidades que integrem permanentemente trabalhadores contratados ao abrigo de projetos para combater a Covid-19 vão receber um prémio equivalente a dois salários base do trabalhador contratado.

As entidades sociais e de saúde que integrem definitivamente trabalhadores contratados ao abrigo de projetos temporários para combater a pandemia de covid-19 vão receber um prémio equivalente a dois salários base do trabalhador contratado.

A medida consta de um aditamento, publicado na terça-feira, à portaria de 31 de março, que criou a Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde, agora prolongada até ao final do ano para projetos iniciados até 30 de junho.

A medida criada no contexto da resposta à emergência provocada pela pandemia prevê que desempregados e trabalhadores com contratos suspensos (lay-off), horário reduzido ou a tempo parcial, possam temporariamente integrar instituições de saúde e apoio social, como lares e hospitais para desempenharem trabalho socialmente útil, admitindo-se ainda a colocação de estudantes universitários de áreas relacionadas com as atividades em questão.

Aos desempregados que recebem subsídio colocados nestas entidades é atribuída uma bolsa de 438,80 euros, que acumula com o subsídio de desemprego, enquanto os restantes recebem uma bolsa de 658,20 euros, assegurada em 90% pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Segundo um comunicado do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSS), divulgado esta quinta-feira, a estes apoios, agora prorrogados até final do ano, acrescenta-se a possibilidade de as entidades receberem um “prémio emprego” que será “equivalente a duas vezes o valor da retribuição base do trabalhador, com o limite de cinco Indexantes dos Apoios Sociais (2.194,05 euros)”.

“À entidade promotora, de natureza privada, de projeto realizado ao abrigo da medida […] que celebre com o destinatário um contrato de trabalho sem termo, no prazo máximo de 20 dias úteis a contar da data de conclusão do projeto, e que alcance, por essa via, um número total de trabalhadores superior ao observado no mês civil anterior ao início da execução do projeto, é concedido um prémio ao emprego de valor equivalente a duas vezes a retribuição base mensal nele prevista, até ao limite de cinco vezes o valor do IAS”, lê-se na portaria.

O pagamento do prémio, ao qual as entidades se candidatam através de um formulário online no portal do IEFP, exige a “obrigação de manter o contrato de trabalho, bem como o nível de emprego alcançado, durante o período mínimo de 12 meses, contado a partir da data da celebração do contrato de trabalho apoiado”.

Sobre o pagamento determina-se ainda que será feito em duas prestações, de igual valor, uma a ser paga nos primeiros dez dias após a aprovação do prémio à entidade que o requereu, e a segunda prestação no 13.º mês após o início da vigência do contrato de trabalho, depois de verificada a manutenção do posto de trabalho criado.

O incumprimento obriga à restituição dos valores pagos. Prevê-se ainda que o prémio possa ser majorado em 30% quando cumpra os requisitos previstos na portaria que regulamenta a promoção de igualdade de género no mercado de trabalho.

Assim, sempre que seja contratado um trabalhador de género sub-representado na instituição, ou seja, com um peso inferior a 33,3% do total da força de trabalho, a entidade vê o valor do prémio acrescido em 30%.

Segundo os dados apresentados pela tutela relativamente a estes projetos temporários “até ao momento, foram aprovados projetos de 787 entidades para a colocação de 4.788 pessoas, o que representa um montante de 4,4 milhões de euros”, sendo que “destes, 63% enquadram-se no âmbito do apoio a idosos, 22% dos projetos no apoio social e comunitário, 5% no apoio à ação médica e 4% enquadram-se no apoio à infância”.

Portugal contabiliza pelo menos 1.587 mortos associados à covid-19 em 42.782 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP ganha 4,5% e dá força à bolsa de Lisboa

A bolsa de Lisboa fechou em alta numa sessão em que as ações europeias registaram ganhos generalizados. As medidas de desconfinamento e as perspetivas de aprovação de uma vacina animaram.

As bolsas europeias seguem em forte alta, a prolongar o sentimento positivo no segundo trimestre do ano. As ações valorizaram esta quinta-feira graças aos primeiros dados económicos que sinalizam a retoma da economia global, bem como perspetivas de que possa ser encontrada uma vacina contra o Covid-19.

Os setores cíclicos estiveram entre os que mais ganharam na sessão. No português PSI-20, a subida de 1,79% para 4.429,03 pontos teve a ajuda da energia. Após um rally de fim de sessão, a EDP ganhou 4,45% para 4,486 euros por ação, enquanto a EDP Renováveis avançou 2,25% para 12,72 euros e a Galp Energia somou 2,28% para 10,525 euros.

Além da energia, também a banca esteve em alta. O BCP ganhou 2,07% para 0,1084 euros por ação, impulsionado pelo setor na Europa. O índice europeu que reúne os maiores bancos ganhou 4% na sessão, com os espanhóis BBVA, Santander e Sabadell a dispararem mais de 6%.

Por toda a Europa, o sentimento foi positivo com os países do Velho Continente a implementarem medidas de desconfinamento. Os investidores estão também a beneficiar dos ganhos em Wall Street, que reage ao reforço do mercado de trabalho nos EUA.

Assim, o Stoxx 600 avançou 1,9%, no quarto dia consecutivo de ganhos. O alemão DAX ganhou 2,9%, o britânico FTSE 100 subiu 1,3%, o francês CAC 40 avançou 2,5% e o espanhol IBEX 35 disparou 4,2%. Além da banca, destacaram-se em termos setoriais também as fabricantes de automóveis e as empresas de viagens e lazer que brilharam com valorizações de 2% e 3%, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa recebe Sánchez e Conte em Lisboa e desloca-se à Holanda para reunião com Rutte

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

O primeiro-ministro vai receber em Lisboa os chefes dos governos de Espanha e Itália, respetivamente na segunda e terça-feira, e desloca-se a Haia no dia 13 para uma reunião com a Holanda.

O primeiro-ministro vai receber em Lisboa os chefes dos governos de Espanha e Itália, respetivamente na segunda e terça-feira, e desloca-se a Haia no dia 13 para uma reunião com o líder do executivo holandês, Mark Rutte.

Estes encontros bilaterais de António Costa, segundo fonte oficial do executivo português, inserem-se na preparação da próxima reunião do Conselho Europeu, nos próximos dias 17 e 18 em Bruxelas, e destinam-se a alcançar rapidamente um acordo em torno das propostas da Comissão Europeia de Quadro Financeiro Plurianual (2021/2027) e de fundo de recuperação económica e socialprograma este que envolve 750 mil milhões de euros.

No início da próxima semana, António Costa recebe em São Bento Pedro Sánchez e Giuseppe Comte, líderes de governo de dois dos países mais atingidos pela pandemia e que têm estado na mesma linha política de Portugal em defesa de uma resposta ambiciosa da União Europeia para fazer face às consequências sanitárias, económicas e sociais da pandemia.

Depois, quatro dias antes da reunião do Conselho Europeu, António Costa encontra-se com Mark Rutte, primeiro-ministro de um dos Estados-membros que mais se têm levantado obstáculos às propostas da Comissão Europeia, juntamente com a Áustria, Dinamarca e Suécia.

Apesar das diferenças de posicionamento entre Portugal e a Holanda na União Europeia, António Costa tem uma boa relação pessoal com Mark Rutte, tendo já sido recebido em Haia no início do seu mandato como primeiro-ministro, em 2016. Por sua vez, o chefe do Governo holandês também já realizou uma visita oficial a Portugal. Na quarta-feira, António Costa esteve com Pedro Sánchez em Badajoz e Elvas, na cerimónia de reabertura da fronteira terrestre entre Portugal e Espanha, em que também participaram o Presidente da República e o rei espanhol.

Tendo ao seu lado o presidente do Governo espanhol, o primeiro-ministro defendeu que, se houver racionalidade no Conselho Europeu, então Holanda, Suécia, Dinamarca e Áustria estarão também empenhadas num acordo em torno da proposta da Comissão para a criação de um fundo de recuperação.

“Partindo do princípio de que todos são racionais, não vejo nenhuma razão para que a Holanda, a Suécia, a Áustria e a Dinamarca estejam menos empenhadas do que nós estamos na recuperação económica do conjunto da Europa”, declarou António Costa em resposta aos jornalistas no Castelo de Elvas, distrito de Portalegre.

Questionado sobre as dificuldades que Espanha e Portugal enfrentam para conseguir ver aprovadas em Conselho Europeu as propostas de fundo de recuperação (no valor de 750 mil milhões de euros) e de Quadro Financeiro Plurianual (2021/2027), o primeiro-ministro português começou por observar que “a União Europeia é feita a 27 e há pontos de vista diversos”.

“Aquilo que todos temos de perceber é que esta não é uma crise de uns países, sendo antes uma crise global de toda a União Europeia. Aliás, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE) são muito claras: Não há nenhum país da União Europeia que não vá sofrer uma crise económica muito importante”, argumentou.

Com o chefe do Governo espanhol a escutá-lo, António Costa defendeu depois que, para que os Estados-membros possam sair em conjunto da atual crise, “é preciso juntar as sinergias que o mercado interno desta União Europeia constitui”.

“E isso é tão importante para Portugal como para a Holanda, tão importante para a Espanha como para a Suécia, tão importante para a Itália como para a Dinamarca, tão importante para a Alemanha como para a França — é fundamental para todos”, argumentou. Em sucessivas intervenções públicas, o primeiro-ministro tem considerado essencial que se alcance um acordo entre os 27 Estados-membros já no próximo Conselho Europeu, advertindo que um atraso deixará os países sem qualquer apoio ao longo de quase um ano de pandemia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IEFP com 40 mil novos desempregados em junho, mas só 25 mil pediram subsídio

Os centros do IEFP fecharam junho com 40 mil novos inscritos, mas só pouco mais de 25 mil pediram o subsídio de desemprego, indicam os dados do Ministério do Trabalho.

Os centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) registaram, em junho, 40 mil novos inscritos, mas apenas deram entrada 25 mil pedidos de subsídio de desemprego. Isto de acordo com os dados divulgados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho.

Entre 1 e 30 de junho, foram feitas 40.745 novas inscrições nos serviços de emprego, das quais 16.098 em Lisboa, 14.352 no Norte, 5.923 no Centro, 2.382 no Algarve e 1.990 no Alentejo. Estes dados excluem as regiões autónomas dos Açores e da Madeira. E em comparação, em maio tinham sido registadas 44.662 mil novas inscrições e em abril 63.643 novas inscrições, ou seja, os dados apontam, portanto, para um abrandamento.

Em contraponto, e quanto ao total de desempregados inscritos no IEFP no final de junho, verificou-se um recuo, o que é explicado por eventuais colocações ou passagens à inatividade dos desempregados. Segundo o GEP, os serviços de emprego fecharam o mês com 381.629 inscritos, menos 2.875 do que no último dia de maio.

É importante comparar ainda as novas inscrições com o número de pedidos de subsídio de desemprego. É que ainda que se tenham registado mais de 40 mil novos desempregados, só 25.181 pediram a prestação em causa. E os dados do Ministério do Trabalho nem sequer dão conta dos pedidos efetivamente deferidos.

A propósito, os deputados aprovaram, na quarta-feira, uma alteração ao Orçamento Suplementar que facilita o acesso ao subsídio de desemprego, no caso dos portugueses que perderam os seus empregos durante o estado de emergência ou o estado de calamidade. A proposta aprovada prevê a redução do prazo de garantia exigido no acesso a esta prestação, isto é, o período mínimo de descontos para a Segurança Social que dá direito a este apoio passará, temporariamente, para metade (180 dias) do atualmente em vigor.

Os dados do GEP deixam ainda perceber um abrandamento no número de processos de despedimento coletivo iniciados. Em junho, foram 52, menos cinco do que em maio e menos 88 do que em abril.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lixo eletrónico bateu recordes em 2019. E vai continuar a aumentar no mundo

  • Lusa
  • 2 Julho 2020

A quantidade de lixo eletrónico gerado em 2019 atingiu o recorde de 59 milhões de toneladas, marcando um aumento de 21% em apenas cinco anos.

A quantidade de lixo eletrónico gerado em 2019 atingiu o recorde de 59 milhões de toneladas, marcando um aumento de 21% em apenas cinco anos, segundo o organismo de monitorização das Nações Unidas.

Num relatório publicado hoje, o Monitor Global de Lixo Eletrónico prevê que a quantidade de desperdício atinja 81,5 milhões de toneladas em 2030, quase o dobro do que acontecia em 2014, tornando-o o desperdício doméstico que mais aumenta, devido ao cada vez maior consumo de equipamentos elétricos e eletrónicos que duram pouco tempo e não são fáceis de reparar.

Apenas 17,4% do lixo eletrónico produzido em 2019 foi recolhido para reciclagem, o que significa que pelo menos 50,6 mil milhões de euros em materiais valiosos como ouro, cobre ou platina foram queimados ou foram parar a aterros, um valor superior ao produto interno bruto da maior parte dos países do mundo.

A maior parte deste tipo de lixo produzido em 2019 veio da Ásia — 26,4 milhões de toneladas, seguida do continente americano — 14,3 milhões –, da Europa — 13,2 milhões. África gerou 2,2 milhões de toneladas e a Oceânia 771 mil toneladas. Apesar destes números, é na Europa que se gera mais lixo eletrónico per capita: 16,2 quilos por pessoa, seguindo-se a Oceânia (16,1 quilos), América (13,3 quilos), Ásia (5,6 quilos) e África (2,5 quilos).

A maior parte do lixo de 2019 é composto por pequenos equipamentos (18,7 milhões de toneladas), equipamentos de grande dimensão (14,3 milhões), equipamento de climatização ou frio (11 milhões), ecrãs e monitores (6,6 milhões), equipamentos informáticos pequenos (4,4 milhões) e equipamentos de telecomunicações (992 mil toneladas)

O peso de todo o lixo eletrónico de 2019 é superior ao de todos os adultos na Europa, igual a 350 navios de cruzeiro. No lixo eletrónico há resíduos perigosos, com aditivos tóxicos ou mercúrio, prejudicial para o cérebro humano, cujo volume produzido anualmente se estima em 50 toneladas, distribuídas por produtos como monitores de computador ou lâmpadas.

O lixo eletrónico também contribui para o aquecimento global, assinala o Monitor, indicando que só em 2019, os frigoríficos e ares condicionados deitados para o lixo libertaram 108 milhões de toneladas de dióxido de carbono para atmosfera, cerca de 0,3 por cento

O problema do lixo eletrónico é “um grande e silencioso risco emergente para a saúde das gerações atuais e do futuro”, afirmou a diretora do Departamento de Alterações Climáticas e Saúde da Organização Mundial de Saúde, Maria Neira. “Uma em cada quatro crianças no mundo morre por causa de exposição a riscos ambientais evitáveis”, assinalou.

O reitor da Universidade das Nações Unidas e subsecretário geral da organização, David Malone, afirmou que são necessários “esforços substancialmente maiores para garantir uma produção, consumo e reciclagem mais inteligentes dos equipamentos elétricos e eletrónicos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.