Francesa Engie interessada na EDP. Ações avançam 8%

O segundo maior grupo energético mundial, Engie, estará interessado na aquisição da elétrica nacional liderada por António Mexia. Ações da EDP sobem quase 8%.

O segundo maior grupo energético mundial, Engie, estará interessado na aquisição da elétrica nacional liderada por António Mexia, avança esta manhã de segunda-feira o jornal francês BFM. Segundo este, Isabelle Kocher, líder do grupo francês, e António Mexia já estiveram em contacto.

O jornal francês cita fontes próximas da empresa francesa para afirmar que a operação está a ser estudada há algumas semanas, sendo que nenhuma decisão será tomada até à tomada de posse do novo presidente da Engie, Jean Pierre Clamadieu, a 18 de maio.

“O patrão da EDP parece estar à procura de uma parceira industrial para controlar os apetites do seu principal acionista“, escreve ainda o BFM, referindo-se ao grupo China Three Gorges, que detém 28,25% da elétrica “Este teme que assumam o controlo do grupo. O Governo português também gostaria de evitar a compra por parte dos chineses”.

Ações da EDP em alta

A notícia fez disparar as ações da EDP, que abriu a sessão desta segunda-feira a valorizar quase 8%, o que representa máximos de mais de meio ano. Entretanto, a cotada liderada por António Mexia aliviou face ao disparo do arranque da sessão, com as suas ações a avançarem, neste momento, 4,47%, para os 3,225 euros EDP 0,00% . Já em França, as ações da potencial interessada caem 0,14% para 14,02 euros. Confrontada com a notícia, a elétrica francesa recusou comentar, avança a Reuters.

A EDP, contactada pelo ECO, começou por recusar qualquer comentário, para depois negar o interesse. “Face ao artigo hoje publicado no site de notícias Francês BFM Business, com o título ‘Engie lorgne Energias de Portugal’, a EDP vem esclarecer o mercado de que não foram estabelecidos quaisquer contactos, nem mantidas quaisquer negociações com vista a operações de consolidação“, apontou a elétrica em comunicado, publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

O interesse da Engie pela EDP não é inédito na Europa. Recorde-se que houve uma investida da Gas Natural, mas também da Enel/Endesa que sinalizou o interesse em comprar a operação da EDP em Portugal, para uma fusão ibérica. Contudo, neste caso, a operação internacional ficaria nas mãos dos chineses. “Seria uma solução pior do que a que sucedeu com a Cimpor, a EDP seria destruída”, disse uma fonte ao ECO, sem desmentir, ainda assim, estas discussões.

Na semana passada, António Mexia foi reconduzido para o Conselho de Administração da elétrica, com uma maioria de 99,70%, algo que, segundo o gestor atesta “a confiança dos acionistas e da equipa” e confirma o “alinhamento de visões”.

A EDP é considerada um dos ativos mais procurados na Europa, sobretudo porque tem uma posição relevante na área das energias renováveis, e porque na Europa o momento é de consolidação do setor da energia. Fechou o ano de 2017 com lucros de 1.113 milhões de euros, um aumento de 0,16% face a 2016.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h42 com a resposta da EDP)

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Centeno garante que não vai pôr em risco sucesso alcançado

  • ECO
  • 9 Abril 2018

Num artigo de opinião, o ministro das Finanças relembra os objetivos alcançados em 2017 e afirma que a execução de 2018 não os vai "colocar em risco".

Na semana de aprovação do Programa de Estabilidade, Mário Centeno assegura que não vai “colocar em risco” o “sucesso da economia e da sociedade portuguesa” sendo que “este é o único que chega mesmo a todos os portugueses”. Deixa ainda um aviso: o país não pode voltar a registar um défice excessivo.

Num artigo de opinião, publicado esta segunda-feira no jornal Público, o ministro das Finanças relembra cinco objetivos cumpridos pelo Governo no ano passado: “cumprir compromissos”, “mais crescimento”, “menos despesa com juros”, reforço “do investimento” e “gerar confiança”.

No primeiro campo, Centeno reafirma os números das prestações sociais, da despesa com consumo intermédio, da primária, bem como dos gastos com o Sistema Nacional de Saúde. Deixa ainda a ressalva de que “é falsa a ideia que o défice tenha sido atingido por reduções do lado da despesa dedicada ao funcionamento dos serviços públicos”.

Relativamente ao crescimento, o ministro das Finanças caracteriza o desempenho económico português como “excelente”, uma vez que “o crescimento da atividade económica e o aumento sem precedentes do emprego em Portugal estão na origem de uma receita fiscal e contributiva superior à esperada”.

A redução da despesa com os juros é também enunciada, com Centeno a apontar como principais causas do corte de 455 milhões “a saída do Procedimento por Défice Excessivo, a melhoria do rating e o reembolso antecipado de parte da dívida ao FMI”. O ministro fala ainda da “estabilização do setor financeiro, com a concretização dos, sempre adiados, investimentos em capital nos maiores bancos” a ser “essencial”.

Assim, Mário Centeno afirma que “a trajetória de redução do défice deve ser equilibrada, mas efetiva”, através da “racionalização” e da “eficiência da despesa pública” e assegura que, com a execução orçamental de 2018, “o Governo continuará a devolver confiança” aos portugueses, não pondo em risco todas estas vitórias.

“E, podem crer, não o vamos colocar em risco. Devemos isso a Portugal”, fecha Mário Centeno.

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Hoje nas notícias: Centeno, Novo Banco e fogos

  • ECO
  • 9 Abril 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Do artigo de opinião de Mário Centeno às declarações de António Ramalho, passando pela nova função de “oficial de segurança da aldeia”. Veja as notícias em destaque esta segunda-feira.

Em artigo de opinião, Centeno avisa que não vai pôr em risco sucesso alcançado

O ministro das Finanças, Mário Centeno, garante que não vai pôr “em risco” o sucesso alcançado, num artigo de opinião avançado pelo Público. “Cumprimos na íntegra os compromissos assumidos para 2017”, começa por dizer o governante, indicando ainda que “o Governo continuará a devolver confiança com políticas que criem emprego e conduzam ao aumento do investimento”. Leia o artigo completo aqui (acesso condicionado).

Novo Banco: “Grosso dos problemas” está em 44 créditos

Em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, António Ramalho diz ter o “dever de viabilizar o Novo Banco”. O CEO do banco salienta que o “grosso dos problemas” está em 44 créditos e salienta que as rescisões de trabalhadores “beneficiam muito os mais velhos”. Veja a entrevista aqui.

Aldeias vão ter oficiais de segurança para prevenir fogos

O Governo apresenta esta segunda-feira o plano para treinar as populações contra fogos. Silvério Teixeira, subchefe da PSP aposentado, é o primeiro “oficial de segurança da aldeia” em todo o país. A função é desempenhada em regime de voluntariado e foi criada pelo governo no âmbito de dois novos programas de segurança das populações contra incêndios florestais. Leia mais no Diário de Notícias.

Preços dos carros aumentam com poluição e impostos

O preço dos automóveis deverá sofrer um aumento brutal em setembro. A culpa é de um novo método de homologação de viaturas, que fornece dados mais realistas de consumo de combustível e emissões de dióxido de carbono. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Paul Mason: “A esquerda tem de pôr de parte as suas grandes obsessões”

O jornalista e investigador Paul Mason diz que “a esquerda tem de pôr de parte as suas grandes obsessões”. Em entrevista, nota que “os neoliberais estão assustadíssimos com a extrema-direita”. Leia a entrevista completa no jornal i..

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Standard & Poor’s sobe o rating do Santander e não só

Banco espanhol passa agora a ter uma classificação de A, com perspetiva estável. Mas não foi o único. Depois da S&P ter subido o rating de Espanha reviu em alta a notação de vários bancos.

A Standard & Poor’s subiu o rating do banco Santander. O banco espanhol passa agora a ser classificado com uma notação A com uma perspetiva estável. A decisão surge depois de a agência de notação financeira ter subido o rating de Espanha a 23 de março de BBB+ para A-.

A decisão foi tomada a 6 de abril, mas apenas comunicada ao mercado esta segunda-feira. A subida foi de um nível. Ou seja, o banco liderado por Ana Botín tinha antes um rating de A-.

O Popular, que foi alvo de resolução e comprado pelo Santander, mas que ainda tem dívida emitida em nome do banco, apesar de ser garantida pela entidade espanhola, também foi contemplado com uma melhoria de nota ao passar de BBB+ para A- com perspetiva positiva. “A integração do Popular continuará sem problemas”, escreve a agência, que frisa que o banco de Ana Botín vai continuar focado em “alinhar o Popular com os padrões operativos do grupo” e a continuar a reduzir custos graças às sinergias criadas. A S&P sublinha ainda que a diversificação geográfica do banco vai “continuar a favorecer o Santander, com um forte impulso da economia espanhola compensado as perspetivas menos favoráveis do Reino Unido”.

Mas na sexta-feira, a S&P optou por subir a nota de outros bancos espanhóis como o BBVA (passou de BBB+ para A- passando a perspetiva de positiva a estável); o Caixabank, o maior acionista do BPI, subiu de BBB para BBB+ com perspetiva estável; o Bankinter, que também opera em Portugal, viu a sua notação subir de BBB para BBB+ com perspetiva estável; o Abanca, que comprou a operação do Deutsche Bank em Portugal, continua a ser classificado como lixo, mas ainda assim subiu de BB- para BB, com perspetiva positiva.

O Bankia e o Banco Sabadell também viram as suas notações revistas em alta ambos de BBB- para BBB com perspetiva estável.

(Notícia atualizada)

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5 coisas que vão marcar o dia

O debate da eventual abertura da ADSE a mais beneficiários, dados sobre o comércio internacional, bem como a divulgação do World Economic Outlook do FMI, vão marcar o arranque da semana.

Não só em Portugal, como a nível global um dos temas que deverá estar em foco no primeiro dia da semana é a divulgação do World Economic Outlook pelo FMI. Mais a nível nacional, referência para a divulgação dos dados sobre o comércio internacional relativos a fevereiro; para a reunião do Conselho de Supervisão da ADSE, onde poderá ser discutido o alargamento deste regime a mais beneficiários; mas também para uma conferência que decorre no Porto sobre “Capitalização de Empresas” que terá como oradores Carlos Costa e Faria de oliveira.

Há boas notícias das exportações?

São um dos principais motores da economia portuguesa: as exportações. O INE apresenta esta manhã dados relativos a fevereiro no setor exportador nacionais, depois de os números do primeiro mês do ano não terem sido animadores. Em janeiro, as importações (+12,4%) cresceram mais do que as exportações (+9,6%), com o défice comercial de bens a piorar 245 milhões de euros face ao mês homólogo.

Uma análise à capitalização das empresas

A “Capitalização de Empresas” estará em debate no Porto nesta segunda-feira, numa iniciativa da JPAB – José Pedro Aguiar Branco Advogados. A conferência que decorre na parte da manhã na Santa Casa da Misericórdia, tem como objetivo perceber, analisar e discutir matérias sobre a autonomia financeira das empresas e os mecanismos de capitalização. Conta com a participação de José Pedro Aguiar Branco (sócio fundador da JPAB), Paulo Nunes de Almeida (presidente da AEP), Alberto Castro (presidente da IFD), Fernando Faria de Oliveira (presidente da APB), Cristina Sofia Dias (secretária geral da CMVM) e Carlos Costa (governador do Banco de Portugal).

ADSE: Abertura a novos beneficiários?

O Conselho de Supervisão da ADSE, dirigido por João Proença, reúne-se esta segunda-feira. As controversas novas tabelas de pagamentos já entraram em vigor no dia 1 de abril, pelo que os membros deste conselho, que tem um parecer consultivo acerca das decisões da administração do subsistema de saúde dos funcionários públicos, deverão agora focar-se no debate acerca da abertura da ADSE a novos beneficiários.

A visão do FMI sobre a economia global

Abril volta a ser ocasião para o FMI revisitar a economia mundial para uma nova análise. A entidade liderada por Christine Lagarde divulga o World Economic Outlook, um documento que tem como objetivo apresentar as projeções para os desenvolvimentos económicos a nível global, dos principais blocos de países ou em termos individuais. Nesta segunda-feira, será a vez de conhecer os três primeiros capítulos analíticos do documento, que têm foco nos seguintes temas: participação da força de trabalho nas economias avançadas, alterações da atividade industrial global, e uma análise à questão de se o crescimento da produtividade está a ser partilhado pelas economias a nível global? Em setembro, haverá mais novidades deste documento.

Gasolina mais barata esta semana

Após as férias da Páscoa, para além de um pico no tráfego, houve um pico no preço dos combustíveis, com a gasolina e o gasóleo a subirem para máximos de quase três meses. Na próxima semana, os condutores de veículos a gasolina vão poder “respirar de alívio”. É que abastecer com este combustível pode ficar até um cêntimo por litro mais barato. Já o preço do gasóleo fica inalterado.

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Travão aos CFD? Corretoras sem medo de perder negócio de 50 mil milhões

XTB, BiG e Banco Carregosa consideram que restrições impostas pelo regulador na comercialização de CFD não vão ter impacto no negócio. Dizem que medida credibiliza o mercado de 50 mil milhões.

As restrições impostas pelo regulador europeu na comercialização dos produtos financeiros de alto risco CFD (Contract For Difference) não vão ter grande impacto no negócio das corretoras portuguesas, disseram ao ECO vários responsáveis do setor. E sublinham que as novas regras vão ajudar a credibilizar o mercado nacional que movimentou, no ano passado, mais de 50 mil milhões de euros em Portugal.

A ESMA decidiu restringir a venda de CFDs a investidores de retalho devido à “complexidade e falta de transparência” associada a este tipo de instrumentos financeiros, situação que deixava os pequenos investidores desprotegidos. Entre 74% a 89% das contas de retalho perdem dinheiro nos seus investimentos em CFD, com as perdas a situarem-se entre 1.600 e 29.000 euros por cliente, indicou o regulador europeu.

Para aumentar a proteção destes clientes não qualificados, o regulador decidiu impor limites de alavancagem e proteções contra saldos negativos. Medidas que vão para o terreno nas próximas semanas, mas que não vão ter grande impacto no mercado português.

“Já eram esperadas e, portanto, já há algum tempo que nos temos vindo a preparar para este cenário”, disse ao ECO Francisco Horta, diretor geral da corretora XTB Portugal, líder nacional na negociação de CFD com uma quota de mercado de 56%. O responsável explicou que “esta situação afeta essencialmente corretoras que entravam nos mercados com alavancagem muito elevada e com operações cross-border, não oferecendo qualquer tipo de segurança aos investidores de retalho”. “A XTB tem uma postura mais conservadora”, frisou.

"Esta situação afeta essencialmente corretoras que entravam nos mercados com alavancagem muito elevada e com operações cross-border, não oferecendo qualquer tipo de segurança aos investidores de retalho. A XTB tem uma postura mais conservadora.”

Francisco Horta

Diretor geral da corretora XTB Portugal

No BiG e no Banco Carregosa, que também comercializam estes produtos financeiros derivados, a expectativa é semelhante.

XTB lidera mercado dos CFD

Fonte: CMVM

“O impacto no BiG é baixo visto que decidimos estrategicamente não concorrer com base na elevada alavancagem mas sim no serviço ao cliente. Apesar dos níveis de alavancagem impostos pela ESMA reduzirem os volumes negociados e as receitas dos intermediários que providenciam mais alavancagem, estas alterações são pouco relevantes para o BiG”, afirmou Steven Santos, gestor de plataformas do BiG, o segundo maior player do mercado.

João Queiroz, diretor da banca online do Banco Carregosa, adianta que o segmento dos CFD “tem um peso relativo no conjunto dos serviços prestados pelo banco, que está mais orientado para o investimento e para a poupança”. Daí que o responsável considere que as restrições “não terão um impacto relevante no negócio de intermediação” do banco.

"Apesar dos níveis de alavancagem impostos pela ESMA reduzirem os volumes negociados e as receitas dos intermediários que providenciam mais alavancagem, estas alterações são pouco relevantes para o BiG”, ”

Steven Santos

Gestor de plataformas do BiG

Os CFD são um produto financeiro complexo e de alto risco que permite alavancar os investimentos num determinado ativo, sem que tal implique a sua posse. Estes contratos replicam um ativo subjacente que pode ser uma ação, um índice, uma moeda ou matéria-prima. É estabelecido um acordo entre cliente e banco (market maker), que aceitam trocar numa data futura a diferença entre o preço de abertura e o preço de fecho. Desta diferença pode resultar lucro ou prejuízo para o cliente.

De acordo com os dados de intermediação financeira da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o mercado de CFD movimentou 51,14 mil milhões no ano passado, apesar da quebra de 5,5% face a 2016.

Para os responsáveis nacionais, a intervenção da ESMA vai ajudar a credibilizar o mercado, mitigando o potencial de risco e defendendo melhor os investidores e intermediários financeiros. E vai também promover uma maior concorrência entre os operadores.

“Estas regras defendem melhor o investidor e o intermediário financeiro, mitigando o potencial de risco”, diz João Queiroz. Steven Santos considera que a ESMA vem “nivelar o mercado em termos concorrenciais” e que o novo quadro regulatório “abre oportunidades para os intermediários mais sólidos”.

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Vimos 460 anúncios de casas para arrendar em Lisboa. Não há nenhuma até 500 euros

Entre 462 anúncios de casas para arrendar no concelho de Lisboa, não há nenhuma a 500 euros. E só três custam até 600 euros. Mesmo no distrito, é difícil encontrar casas por estes valores.

Este é um texto escrito em contrarrelógio. A premissa era encontrar casas para arrendar no concelho de Lisboa por um máximo de 500 euros. Para isso, corremos todos os anúncios publicados em dois dos portais de imobiliário mais utilizados por quem procura casa para arrendar — o Imovirtual e o Casa Sapo. Em mais de 460 anúncios de casas para arrendar na capital, publicados nas duas últimas semanas, encontrámos duas que custavam 500 euros. Só que, quando começámos a escrever este artigo, já ambas tinham desaparecido. Elevámos o teto para 600 euros e conseguimos encontrar quatro apartamentos com este critério. Quando acabámos de escrever este artigo, já só havia três, todas com menos de 50 metros quadrados.

Às 18h00 de sexta-feira, 6 de abril, o Imovirtual tinha 313 anúncios de casas para arrendar no concelho de Lisboa, entre 306 apartamentos e sete moradias, todos publicados nas últimas duas semanas. À mesma hora, e com os mesmos critérios, o Casa Sapo tinha 223 anúncios de apartamentos e quatro de moradias para arrendar. Excluindo a repetição dos anúncios que estavam publicados em ambos os portais, ficámos com um total de 462 casas para arrendar em Lisboa.

A mais barata é um T1 de 39 metros quadrados em Alcântara, por 590 euros por mês, o que equivale a mais de 15 euros por metro quadrado. Há ainda um T1 de 45 metros quadrados, por 600 euros (13 euros por metro quadrado), e um T1 de 35 metros quadrados, também por 600 euros (17 euros por metro quadrado), ambos na Ajuda. Estes três apartamentos foram todas as casas que encontrámos, no concelho de Lisboa, por uma renda máxima de 600 euros, não havendo nenhuma por 500 euros ou menos. Significa isto que só 0,65% de todos os anúncios de casas em Lisboa, publicados no Imovirtual e no Casa Sapo, têm uma renda por este valor.

Estes valores ficam muito acima daqueles que foram reportados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que, no mês passado, publicou pela primeira vez as estatísticas de rendas de habitação a nível local. As estatísticas do INE mostraram que Lisboa é, de longe, o município mais caro do país, mas os valores reais das rendas poderão estar até muito acima dos números oficiais. O INE utiliza a mediana, e não a média dos preços, para “expurgar o efeito de valores extremos da leitura do mercado de arrendamento”. Assim, registou um valor mediano de rendas de 9,62 euros por metro quadrado no município de Lisboa, número que representa mais do dobro da renda mediana de 4,39 euros por metro quadrado registada a nível nacional.

Este valor mediano significa que, em teoria, seria possível arrendar em Lisboa uma casa de pouco mais de 50 metros quadrados por 500 euros. O problema é que estas praticamente não existem. E, mesmo alargando a pesquisa ao distrito de Lisboa, não é fácil encontrar casas por este valor.

O Imovirtual tem publicados 474 anúncios de casas para arrendar no distrito de Lisboa e o Casa Sapo outros 395, entre apartamentos e moradias. Destes, há 25 casas a 500 euros E só 48 anunciam casas por 600 euros ou menos. O mais barato que se encontra é uma renda de 290 euros no concelho de Odivelas, por um T0 de 12 metros quadrados, o equivalente a mais de 24 euros por metro quadrado.

Ainda assim, fazendo a análise pelo preço do metro quadrado, é possível encontrar casas no distrito de Lisboa que ficam em linha com os preços praticados no resto do país. É o caso, por exemplo, de um T3 de 76 metros quadrados na zona do Vimeiro, por 300 euros por mês, o equivalente a 3,94 euros por metro quadrado. Ou de um T3 de 80 metros quadrados na Azambuja, por 350 euros por mês (4,37 euros por metro quadrado).

O facto de existirem não significa, contudo, que estes preços sejam comuns. Na verdade, quer no concelho, quer no distrito de Lisboa, o mais comum é encontrar casas com rendas entre os mil e os dois mil euros. No município, encontram-se no Imovirtual 230 casas neste intervalo de preços, e várias com apenas um quarto ou com 50 metros quadrados ou menos.

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Programa de Estabilidade: Dívida pública vai ser de 102% em 2022

  • ECO
  • 8 Abril 2018

Marques Mendes revelou, no seu comentário na SIC, que Mário Centeno quer ter uma dívida pública de 102% do PIB em 2022. E antecipa que o ministro quer ser comissário europeu.

O governo vai apresentar o Programa de Estabilidade e Crescimento nos próximos dias e Luís Marques Mendes revelou, no seu comentário habitual na SIC, que o objetivo de redução da dívida pública vai ser fixado em 102% do PIB em 2022. O comentador citou a notícia do ECO relativa ao défice e ao crescimento da economia, e acrescentou o que considerou um facto curioso: A dívida pública estará na ordem dos 100% no último ano do programa, em 2022.

Problemático poderá ser, para Mendes, a gestão dos funcionários públicos e a anunciada decisão de não haver lugar a aumentos salariais no próximo ano, ano de eleições. “Se não houver um recuo, vai ser um problema” para o governo, e recordou o que se passou com o governo de Pedro Passos Coelho com o anunciado corte de 600 milhões de euros nas contas da Segurança Social. Marques Mendes criticou o anúncio de Mário Centeno na concertação social, que considerou “extemporãneo”. Agora, o governo tem um problema, antecipa o advogado e ex-líder do PSD. “Qual é o problema? Se recua, perde autoridade. Se não recua, pode ter um problema político sério no orçamento” para 2019, com a possibilidade de o PCP e o BE chumbarem o orçamento e abrirem uma crise política. Mendes reconhece que António Costa andava à procura de pretextos para uma crise, “mas esta não lhe dá jeito nenhum, é dizer ‘bye-bye’ à maioria absoluta”. O governo, acrescenta, vai ter muita dificuldade em explicar porque não aumenta os funcionários públicos.

Marques Mendes refere que não percebe a estratégia do Governo e de Centeno a abrir esta discussão, mas sinaliza o que quer o atual ministro das Finanças. Centeno “corre em pista própria”. E isso, diz, passa por um cargo na Europa. Mário Centeno quer ser comissário europeu e vice-presidente da Comissão Europeia”, afirma. O comentador afirma que o ministro das Finanças é “o abono de família” deste governo, mas também é “um problema”. É um abono de de família porque fez do PS um partido com capacidade de ter contas em ordem, na lógica da “cigarra e da formiga”, mas é também um problema, por causa do seu mau feito. “Tem maus fígados”.

(atualizado às 21h20)

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Bruno de Carvalho diz que “serão mantidos processos disciplinares” no Sporting

  • Lusa
  • 8 Abril 2018

“Perante a situação grave que se viveu, com a atitude dos jogadores que acabou por manchar o bom nome do presidente e do clube, serão mantidos os processos disciplinares”, escreveu o líder do clube.

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, avançou este domingo, em mais um comunicado colocado no Facebook, que “serão mantidos os processos disciplinares” aos jogadores, que mancharam “o bom nome do presidente e do clube”.

Bruno de Carvalho diz que “a suspensão imposta aos atletas”, que implicaria a sua ausência no jogo de hoje com o Paços de Ferreira, da 29.ª jornada da I Liga de futebol, não foi imposta porque “não teria efeito de castigo, mas apenas serviria para ser mais uma desculpa para que (os jogadores) não pudessem cumprir as suas funções e as obrigações para que são pagos”.

No mesmo comunicado, o presidente do clube de Alvalade faz mais uma série de acusações aos jogadores, entre outras de lançarem um comunicado quando estava uma reunião agendada e de fazerem passar notícias falsas para a comunicação social, sendo que, sem falar em nome, ‘ataca’ futebolistas com vários anos de ‘casa’. “Na primeira reunião, ficaram claras duas coisas: a total lealdade do treinador perante o presidente e quem foram os grandes mentores de toda esta questão, de que fazem parte jogadores que, há anos, exigem sair do clube de todas as maneiras e feitios”, pode ler-se no comunicado de Bruno de Carvalho no Facebook.

O líder do clube começa por historiar que, “quando a equipa de futebol regressou de Madrid”, e já após o seu primeiro ‘post’ a criticar a equipa, “os jogadores pediram uma reunião com o presidente” e que a mesma “ficou de imediato marcada para este domingo, após o jogo com o Paços de Ferreira”. “Para espanto do presidente, do treinador e demais pessoas da estrutura, e ao arrepio de tudo o que estava combinado entre todos, os atletas decidiram tratar através dos seus Instagram, aquilo que tinha sido reclamado pelos próprios como devendo ser tratado internamente”, escreveu.

Depois, o presidente fala das reuniões de sábado, dizendo que pretendia “tratar de tudo em família e dentro de casa” e que “hoje está tudo na praça pública, plantado em todos os jornais, com vários factos deturpados, truncados ou, simplesmente aldrabados”. “E por isso aqui estamos, outra vez, obrigados a repor a verdade do que se passou”, explica Bruno de Carvalho, afirmando que, durante a reunião, “um atleta confrontou o presidente com o facto – que notoriamente já tinha partilhado com o grupo -, de que o presidente teria ligado no dia anterior ao líder da Juventude Leonina, pedindo-lhe que batesse nos jogadores, num ato que deixou o presidente totalmente indignado”.

“O presidente, recusando este tipo de insinuações, intrigas e manipulações de grupo, que já vêm sendo ‘modus operandi’ habitual daqueles que, por várias vezes, tentaram desestabilizar o plantel, ligou em frente aos atletas para o líder da referida claque. Não sabendo que estava em alta voz perante toda a equipa, desmentiu categoricamente esse atleta, e os colegas puderam perceber o nível de manipulação a que se chega dentro deste balneário”, escreveu o presidente dos ‘leões’, voltando a não nomear o futebolista.

Bruno de Carvalho avança ainda que “não houve nem poderia haver qualquer tentativa por parte dos atletas para que o presidente se retratasse, nem dentro do grupo nem publicamente, até porque existe o sentimento e reconhecimento de que, por muito que possa desagradar a alguns, o presidente coloca e colocará sempre os interesses do Sporting acima de tudo”.

“É claro para todos que quem manda no clube é o presidente, pelo que, os retratamentos ou não que possa ter necessidade de fazer, acontecerão sempre em atos eleitorais ou AG’s com os Associados, e nunca por exigência de assalariados ou colaboradores do clube”, esclareceu. Ainda segundo Bruno de Carvalho, o Sporting não pode estar “perante grupos de atletas que se queiram comportar de forma sobranceira, e que têm, de uma vez por todas, que se focar na obrigação e missão de conquistar títulos e agradar e fazer felizes os sócios e adeptos do Sporting”.

“Não podemos compactuar com joguinhos de ‘bastidores’ internos, prejudicando os grupos e com atitudes de ‘ameaças e pressões’ a colegas”, escreveu, adiantando que tais atitudes tentam “esconder insucessos e promover na opinião pública um novo sentimento de revolta”.

Bruno Carvalho relembra ainda o que apelida como “caso Marco Silva”, deixando claro: “Não iremos compactuar com atitudes dissimuladas, manipuladoras e desestabilizadoras, ficando, do nosso lado, em silêncio. Não se pode combater quem luta de forma ‘suja’, recorrendo ao anonimato para atacar o presidente e com isso o clube, sem os desmascarar a cada passo”.

“O presidente faz e age como quer e onde quer, sendo que a única coisa que o move é e será sempre a defesa dos superiores interesses do Sporting e honrar a confiança dos sócios que o elegeram”, escreveu ainda Bruno de Carvalho, prometendo voltar ao Facebook se continuarem a sair notícias falsas nos jornais.

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“Alinhamento” de datas entre eleições legislativas e europeias seria “adequado”, defende Centeno

  • Lusa
  • 8 Abril 2018

Mário Centeno é favorável a alinhar os momentos eleitorais nacionais com os europeus. O presidente do Eurogrupo admitiu que expandir o euro é um processo "demorado", mas de "grande alcance".

O ministro das Finanças português admitiu este domingo que seria “adequado” alinhar as eleições legislativas com a votação para o Parlamento Europeu, o que anteciparia o escrutínio nacional em alguns meses.

A declaração foi feita em resposta a uma pergunta do público que assistiu à conferência de encerramento da primeira edição das Conferências Ulisses 2018, comissariadas pelo historiador e ex-eurodeputado Rui Tavares, que decorreram no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

A pergunta feita a Mário Centeno foi: “Defende que as eleições legislativas de 2019 devem ser antecipadas para antes do verão?”, recordando que o PS defendeu, no passado, um alinhamento com o calendário europeu.

“A transição que o país passou de 2015 para 2016 foi difícil e colocou desafios grandes ao Governo na altura e, portanto, é uma decisão política, que compete aos partidos políticos e ao senhor Presidente da República”, começou por dizer Mário Centeno.

O ministro acrescentou, logo a seguir: “Diria que é adequado, do ponto de vista da estabilidade que temos procurado incutir à gestão das finanças públicas, que houvesse esse alinhamento [com as eleições europeias, agendadas para maio].”

Insistindo na “estabilidade orçamental” e na “previsibilidade”, já antes, durante a conferência, Mário Centeno, também presidente do Eurogrupo, tinha destacado que “o desalinhamento entre ciclos políticos é uma das maiores barreiras à tomada de decisões europeia”.

Expandir euro é projeto político “demorado”, mas “de grande alcance”

A expansão do “projeto político” da moeda única “está em curso”, mas “exige paciência”, pois, embora “demorado”, tem um “grande alcance”, realçou este domingo o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo, numa conferência em Lisboa.

O alargamento do euro a todos os países da União Europeia “está demorado”, mas é um processo “democrático”, feito a partir de Estados soberanos, que, portanto, “leva tempo” e exige preparação prévia, recordou Mário Centeno, orador na conferência de encerramento da primeira edição das Conferências Ulisses 2018, comissariadas pelo historiador Rui Tavares, que decorreram no Centro Cultural de Belém.

“Democracia Europeia: uma ideia cujo tempo chegou?” foi a pergunta de partida para um debate que contou com outros três oradores: o professor e investigador alemão Jan-Werner Müller, o ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz e Rui Tavares.

Reconhecendo que “uma bicicleta parada não funciona” – em analogia à moeda comum europeia –, Mário Centeno vestiu a pele de “otimista de serviço” para sublinhar que “da impaciência ao populismo vai um passo muito curto” e que o euro “pode fazer muito” pela democracia.

Não há, portanto, “receitas fáceis”, mas de uma coisa Centeno está certo: “O euro é hoje a prova mais tangível do que é a integração europeia.” Recordando que, de acordo com uma sondagem Eurobarómetro, 74% dos europeus aprovam a moeda única, Centeno acredita que este é “um momento muito interessante, que deve ser utilizado para melhorar e não para divisões apocalípticas”.

Considerando que “o desalinhamento entre ciclos políticos é uma das maiores barreiras à tomada de decisões europeia”, Centeno frisa que a Europa é hoje “muito mais forte” do que há cinco anos. Falta agora, afirmou, “completar a união bancária”, ou seja, “tornar os bancos mais resistentes”, e também a união do mercado de capitais, assegurando “fontes de financiamento para as empresas mais alargadas”.

Na opinião do ex-eurodeputado Rui Tavares, “a Zona Euro não pode ser só uma moeda”, por isso, propôs a criação de “uma Carta Democrática”, a assinar na adesão ao euro. O Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças dos países do euro, “não pode ser só um clube económico”, mas “um clube reforçado de valores democráticos”, sustentou, considerando que “a crise do euro”, que “toda a gente entende que tem de ser reformado”, representa “uma oportunidade”.

Já Martin Schulz apostou: “As pessoas gostam de dinheiro, sobretudo se tiverem mais e mais, mas não amam uma moeda, ninguém ama o euro.” Portanto, para o ex-presidente do Parlamento Europeu e político alemão, “a questão chave é voltar a mobilizar as pessoas em torno da ideia de Europa”, que envolve democracia, respeito mútuo e direitos e liberdades individuais, sem discriminações.

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Spreads máximos da casa estão abaixo dos mínimos em vigor durante a crise

Os bancos estão dispostos a cobrar menos aos clientes mais arriscados face ao que cobravam aos clientes de menor risco no pico da crise. Vontade de dar crédito justifica essa realidade.

A “guerra dos spreads” da casa está ao rubro. Sucedem-se as revisões em baixa dos spreads em benefício de quem quer um empréstimo para a compra de habitação. A vontade de dar crédito é tanta que os bancos estão dispostos a cobrar menos aos clientes mais arriscados do que aquilo que cobravam aos clientes de menor risco no pico da crise.

Confuso? O que se passa é o seguinte: aquilo que os bancos têm agora como spread máximo no crédito à habitação é inferior ao spread mínimo durante a crise.

Spreads: dos máximos para os mínimos

Fonte: Preçários dos bancos

São pelo menos cinco os bancos nacionais em que essa situação acontece: BCP, Santander Totta, Montepio Geral, Bankinter e Crédito Agrícola. Qualquer destes bancos tem nos seus preçários tetos máximos para os spreads inferiores àqueles que eram os seus limites mínimos no início de 2013, período em que a “torneira do crédito” estava mais fechada. Apenas a CGD, o Novo Banco e o BPI não acompanham esta tendência.

No caso do BCP, o teto máximo dos spreads do crédito à habitação é atualmente de 3%. Este valor é inferior aos 3,75%, patamar a partir do qual o banco liderado por Nuno Amado se dispunha a dar crédito no início de 2013. Já o Santander Totta e o Montepio Geral têm tetos máximos de spreads de 2,5% e 3,5%, respetivamente, quando há cinco anos exigiam no mínimo 3,25% e 3,7% para financiar a compra de casa.

Por sua vez, no Bankinter o spread máximo é de 3,2%, aquém dos 3,5% que o Barclays (banco cuja atividade de retalho em Portugal foi comprada pelo banco espanhol) disponibilizava como spread mínimo no pico da crise. A maior discrepância de valores surge no caso do Crédito Agrícola. O banco liderado por Licínio Pina tem em 2,65% o seu limite máximo de spreads. No início de 2013, a sua margem mínima era superior em mais de um ponto percentual: 4,05%.

Não há menos risco. É uma questão de contexto

Essa realidade não significa que os clientes que hoje procuram crédito para a compra de casa ofereçam menor risco face ao que acontecia há cinco anos. O contexto de atuação dos bancos é que é muito diferente. “A descida dos spreads face ao que aconteceu no pico da crise deve-se essencialmente à política de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) que permitiu a libertação de liquidez no mercado“, começa por explicar Nuno Rico, economista da Deco, acrescentando que conjuntamente com a recuperação económica, constituíram “um incentivo ao mercado e deram mais vontade aos bancos para emprestar dinheiro”.

Um cenário bastante distinto daquele com que os bancos se depararam durante a crise financeira, altura em que a difícil situação em que se encontravam, com elevados níveis de malparado e a necessidade de reforçarem os rácios de capital obrigou-os a “fechar a torneira” do crédito. O aumento dos spreads foi uma via para o conseguir concretizar.

Hoje, o cenário é muito distinto. “Após os finais de 2014 e início de 2015, acabamos por assistir a um aligeirar não só das restrições de acesso, como também pelo facto de terem acesso a grandes volumes de liquidez devido à política expansionista do BCE, os bancos começaram a baixar os spreads de modo a conseguirem colocar essa liquidez no mercado”, contextualiza o economista da Deco.

Spreads mínimos da casa

Fonte: Preçários dos bancos

Atualmente, todos os bancos oferecem crédito à habitação a partir de spreads inferiores a 2%, em alguns casos já bem próximos de 1%. Apesar de serem superiores ao que chegou a ser praticado antes da crise financeira, o atual nível de spreads tem ajudado a puxar pela concessão de crédito à habitação.

Em 2017, os bancos nacionais disponibilizaram mais de oito mil milhões de euros em crédito para a compra de casa, o montante mais elevado desde antes da crise financeira. O arranque de 2018 dá seguimento a essa tendência, com 634 milhões de euros em empréstimos para a compra de casa disponibilizados em janeiro, segundo os últimos dados do Banco de Portugal.

A vontade de os bancos em dar crédito com esse fim é de tal ordem que, para além cortarem no preço que cobram aos clientes para conceder empréstimos, também estão a apostar em campanhas promocionais dos seus produtos de crédito à habitação, em que a rapidez é o principal foco.

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BE avança com proposta “com o compromisso não cumprido do Governo”

  • Lusa
  • 8 Abril 2018

O Bloco de Esquerda vai apresentar um projeto-lei sobre o acesso às reformas das longas carreiras contributivas.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, anunciou este domingo que o partido apresenta na quarta-feira no parlamento um projeto-lei com “o compromisso não cumprido do Governo da segunda fase para acesso às reformas das longas carreiras contributivas”.

Em causa está a “concretização da segunda fase da revisão do regime de reformas antecipadas por flexibilização, eliminando a dupla penalização aos 63 anos para os pensionistas com longas carreiras contributivas”, que entrou na Assembleia da República na sexta-feira. O BE avançou com o debate potestativo (obrigatório) com caráter de urgência, já marcado para quarta-feira, a partir das 15:00.

Segundo Catarina Martins, com a votação deste projeto-lei, “o que está em causa é, nem mais nem menos, [saber] se o PS cumpre a expectativa que criou junto de quem trabalha há mais de 40 anos e tem direito à sua reforma”. O PS vai “cumprir o compromisso do seu Governo e votar a proposta que o BE leva a votos (…), ou não vai cumprir a expectativa que criou e chumbar o projeto do BE”, sublinhou.

A coordenadora do BE salientou que o que vai a votos “não é a proposta do BE” sobre esta matéria, não porque o partido tenha desistido dela, “mas porque, não havendo maioria por ela”, faz agora o seu “passo da convergência, que é exigir ao Governo que, pelo menos, cumpra a 2.ª fase das longas carreiras contributivas”, que tinha prometido para janeiro deste ano.

Para o BE, “é absurdo” dizer “às pessoas que a reforma está cada vez mais longe e que se já não quiserem trabalhar têm pelo menos três cortes na sua pensão para a sustentabilidade da Segurança Social”.“O que é isto? Que absurdo”, exclamou, acrescentando que “a única coisa que ataca a sustentabilidade da Segurança Social é emprego, como está à vista”.

A bloquista, que falava num almoço na cantina da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no âmbito das comemorações do 19.º aniversário do partido, considerou que o BE mudou a esquerda ao ter provado que quando se juntam lutas não se enfraquece nenhuma.

“Cada vez que se deixou ficar a dignidade de alguém, uma luta pela igualdade para trás, ficaram todas as lutas a perder. Cada vez que juntamos forças, pela dignidade de todos, pela igualdade de todas, fizemos caminho. E essa esquerda, a esquerda hoje em Portugal, a esquerda na Europa é diferente, porque o BE foi capaz de a mudar”, disse.

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