Portugal Ventures abre três calls temáticas: mar, ambiente e agricultura

Capital de risco pública abre candidaturas para apoiar projetos nas áreas de economia do mar, circular e energia e agrotech. Quer projetos que alavanquem soluções para problemas ambientais e sociais.

A Portugal Ventures anunciou esta sexta-feira a abertura de três calls temáticas para startups das áreas da economia do mar, economia circular e energia, e negócios ligados ao setor agrotech. A gestora de capital de risco pública adianta que as calls temáticas servem para “colmatar uma falha de mercado e alavancar soluções para problemas ambientais e sociais”

Com candidaturas abertas até 31 de outubro e acessíveis no site da Portugal Ventures, o investimento é dirigido a empreendedores que apresentem projetos inovadores, de base científica e tecnológica e nas áreas correspondentes.

“A Call Blue Economy é lançada em parceria com o Fundo Azul, permitindo assim o complemento do investimento da Portugal Ventures com linha de financiamento deste Fundo, sob a forma reembolsável. Também a Call Green Economy e a Call AgroTech tiveram em conta as prioridades nacionais em matéria de ambiente e transição energética, agricultura, florestas e desenvolvimento rural”, explica a Portugal Ventures em comunicado.

Para Rita Marques, CEO da Portugal Ventures, “a colaboração com os organismos públicos destes setores em Portugal está alinhada com as prioridades governamentais na procura de sinergias entre as várias entidades do Estado no sentido de complementarem as ofertas de financiamento que cada uma apresenta, e desta forma colmatar a falha de mercado existente no apoio e investimento para projetos nestas áreas temáticas”.

A responsável pela gestora do fundo de capital de risco explica que, nos planos da Portugal Ventures está a criação de fundos específicos para estas áreas, “o que irá potenciar o crescimento de oportunidades e de posição do nosso país na resolução de problemas ambientais e sociais”.

A Portugal Ventures investiu nove milhões de euros em 14 startups nos primeiros seis meses de 2019. O número mais que triplica o valor do investimento em novas participadas em todo o último ano. Em 2018, a gestora de capital de risco investiu em cinco novas empresas um total de 2,4 milhões de euros, tendo sobretudo focado o investimento em reforços de participação em empresas já investidas (5,7 milhões em 27 empresas), de acordo com o relatório e contas da Portugal Ventures.

Desde 2012, a Portugal Ventures investiu 130 milhões de euros em mais de uma centena de empresas gerindo, atualmente, uma carteira de investimentos de 200 milhões de euros.

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Sem fundo de greve, motoristas perdem 30 euros por cada dia de paralisação

Sindicatos independentes são relativamente recentes e dependem apenas das quotizações, sem fundo de greve disponível. Paralisação é por isso um sacrifício que fazem em nome do longo-prazo, dizem.

Tanto o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), como o Sindicato Nacional de Matérias Perigosas (SNMMP), as estruturas que apresentaram o pré-aviso de greve para 12 de agosto, são entidades relativamente recentes: os primeiros foram criados há sensivelmente quatro anos e os segundos no final do ano passado. Ambas enfrentam, portanto, uma limitação na greve que se preparam para executar: a inexistência de um fundo de greve. Assim, e apesar da paralisação ser por tempo indeterminado, haverá seguramente um tempo determinado para os motoristas aguentarem sem salário.

“Não temos fundo de greve, só as quotas dos associados. Os nossos fundos são reduzidos”, reconheceu Anacleto Rodrigues, dirigente do SIMM, em declarações ao ECO. “Enquanto estivermos em greve vamos estar a perder dinheiro. Eu próprio vou estar a perder dinheiro a cada dia de greve”, apontou.

Também Pedro Pardal Henriques, representante do SNMMP, referiu esta quinta-feira que a greve não está a ser financiada. “Os trabalhadores não têm qualquer fundo, não existe qualquer fundo que financie esta greve. Não têm nada a perder. Já não é só uma questão dos direitos que reivindicam, é uma questão de honra. Têm sido humilhados pelo Governo que os devia proteger e pelas entidades patronais”, afirmou na conferência de imprensa em que reafirmou a intenção de manter a paralisação que começa na próxima segunda-feira, mas não se sabe quando termina.

Apesar das repetidas tentativas de contacto do ECO ao representante e ao presidente do SNMMP durante a última semana para abordar em maior profundidade este ponto, nem um nem outro responderam a qualquer solicitação.

Para Anacleto Rodrigues, mais importante do que olhar para o dinheiro que vai perder nos dias em que não for para a estrada é pensar no médio prazo que é, de facto, o foco em que ambos os sindicatos estão centrados. E esse olhar a médio prazo diz que é possível perder 100 ou 200 euros hoje, para mais do que os recuperar nos meses seguintes fruto de uma revisão salarial “justa”, defende.

“Nos últimos 20 anos, os salários no setor só foram revistos em 14,3%”, apontou o dirigente do SIMM, relembrando que o que está em causa — ou seja, a razão do desespero” dos motoristas — está precisamente neste ponto. Sentem que foram descurados nas últimas duas décadas e agora combatem para recuperar a totalidade ou parte do que devia ter sido acomodado gradualmente ao longo dos últimos anos. Não tendo acontecido, o copo encheu e agora transbordou. Para chegar onde querem, estão dispostos a passar fatura não só à economia e ao país, como a eles próprios.

“Todos os que optarem por aderir à greve vão perder dinheiro. Para um motorista Nacional, por exemplo, falamos em mais de 26 euros por dia”, detalhou Anacleto Rodrigues. Já se considerarmos um motorista Internacional, que tem direito a mais 160 euros mensais, este valor pode chegar a atingir os 33 euros. Mas é tudo uma questão de perspetiva: “Podemos perder dinheiro durante uma semana de trabalho, para depois recuperá-lo rapidamente com uma revisão justa”, sublinhou.

Porém, e não sendo os salários dos motoristas propriamente significativos, esta pode ser uma visão onde a teoria não corresponde à prática. Saindo da análise do SIMM e olhando para os valores apontados como médios para o setor — salário bruto mensal em 2019 rondará os 1.169 euros, sem diuturnidades, dos quais 630 de vencimento base –, percebe-se que nem todos os motoristas poderão ter margem para abdicar de vários dias de salário. Quantos dias aguentarão o tempo indeterminado? Dependerá caso a caso.

Há ainda um outro fator a ter em conta nos cálculos ao custo da paralisação para os próprios motoristas: de acordo com a Antram, o acordo que está em negociação avançada com a Fectrans, e que prevê uma subida do vencimento dos motoristas entre 10% e 18% já em janeiro, não será extensível aos sindicatos independentes que preferiram a via da greve à da manutenção da negociação.

Os filiados do SIMM e do SNMMP ficarão assim de fora das novas condições que serão fechadas para o setor, o que pode significar a perda de mais de 120 euros mensais — e até mais no caso dos motoristas de matérias perigosas — a juntar ao de curto prazo, os tais cerca de 30 euros diários por dia de greve.

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Revista de imprensa internacional

Jovens menores estão a trabalhar para produzir dispositivos da Amazon na China. A Huawei lançou um novo sistema operativo.

Jovens que ainda andam na escola estão a trabalhar horas extraordinárias e durante a noite a produzir dispositivos da Amazon, na China. A Huawei já tem pronto um novo sistema operativo, que poderá ser usado em vários dispositivos, e que poderá substituir o Android. O Facebook está a tentar fechar acordo com vários meios de comunicação para conseguir licenças para utilizar conteúdo noticioso. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

The Guardian

Menores na China trabalham tempo extraordinário para produzir dispositivos Alexa da Amazon

Jovens dos 16 aos 18 anos, que ainda andam na escola, estão a ser recrutados para trabalhar em fábricas a produzir os dispositivos Alexa da Amazon na China. Muitos destes adolescentes tiveram que trabalhar durante a noite para produzir os dispositivos, de acordo com documentos obtidos pelo The Guardian, o que viola as leis de trabalho chinesas. Os jovens são classificados como “estagiários” e os seus professores são pagos pela fábrica para os acompanhar.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Wall Street Journal

Facebook oferece a jornais milhões de dólares por ano para licenciar conteúdo

A rede social Facebook estará em conversações com grandes publicações de comunicação social, com o objetivo de obter acordos de licenciamento para republicar histórias e outros conteúdos de notícias. Os acordos podem valer milhões de dólares por editora, com o Facebook alegadamente a oferecer até três milhões de dólares por ano por direitos de licenciamento. Entre os meios contactados encontra-se a Bloomberg e o The Washington Post.

Leia a notícia completa no Wall Street Journal (acesso pago, conteúdo em inglês).

CNBC

Huawei lança novo sistema operativo que pode substituir Google Android

A chinesa Huawei lançou um novo sistema operativo que pode ser usado em vários dispositivos, desde smartphones a colunas inteligentes e até sensores, num passo em direção à Internet of Things. O sistema, cujo nome em inglês é HarmonyOS, poderá substituir o Android caso o uso deste seja proibido, uma preocupação que surge depois de várias restrições impostas à fabricante pelos Estados Unidos. O sistema será lançado inicialmente na China, expandindo depois para o resto do globo.

Leia a notícia completa na CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês).

Expansión

Agência de segurança aérea espanhola multa Enaire

A Agência Estatal de Segurança Aérea de Espanha multou a Enaire, gestora do espaço aéreo no país, em 120 mil euros. Na origem da multa estão infrações relacionadas com a ausência dos controladores do posto de trabalho, que se verificou de uma forma “generalizada, observada em vários centros de controlo, e contínua, por ter sido ao longo do tempo”. Os controladores são uma das figuras essenciais na gestão diária do espaço aéreo e a sua ausência do posto é proibida.

Leia a notícia aqui no Expansión (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Reuters

Centenas de manifestantes juntam-se no aeroporto de Hong Kong

Quem chega ao aeroporto de Hong Kong será confrontado com várias centenas de manifestantes num protesto pacífico. Vestidos de preto e com vários cartazes em múltiplas línguas, os manifestantes estão a entregar panfletos e deixam a garantia de que será um protesto pacífico desde que a polícia não apareça.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Já há mais de 280 postos sem gasóleo e 100 sem gasolina. Mais de 50 estão completamente esgotados

Já há mais de 50 postos de combustível onde não é possível abastecer. Contudo, há centenas de outras bombas com falhas parciais no abastecimento.

A greve dos motoristas de matérias perigosas ainda não arrancou, mas os efeitos já se começam a fazer sentir. Em todo o país, já há mais de 50 bombas completamente sem combustível, mas há muitas mais com falhas parciais de abastecimento. De acordo com os dados da plataforma #JáNãoDáParaAbastecer, às 14h30 desta sexta-feira há mais de 280 postos sem gasóleo e 100 sem gasolina.

Os números crescem a cada minuto que passa. Por exemplo, a norte, em Ovar, são duas as bombas onde já não é possível abastecer: a BP de Esmoriz e a Cepsa, no centro da cidade. Mais abaixo, na Figueira da Foz, também a BP perto da estação de comboios não permite abastecer gasolina nem gasóleo. O mesmo acontece com o Intermarché de Maceira, perto de Leiria.

Mais a sul, na zona de Lisboa, contam-se sete postos esgotados: a Galp de Alverca do Ribatejo, a BP da Reboleira, a Galp de Massamá Sul, a BP de Belém, a BP de Campolide, a Galp de Carcavelos e a Galp do Estoril (REPA). Esta última faz parte da rede de 374 postos que o Governo inscreveu na Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA).

Do outro lado do rio Tejo, o Jumbo do Feijó (posto REPA), em Almada, e a BP da Estrada dos Ciprestes e a Repsol de Monte Belo, ambas em Setúbal, também já não permitem abastecer com gasolina nem com gasóleo. Mais abaixo, no concelho de Odemira, contam-se mais duas bombas esgotadas: a Cepsa e a Galp de São Teotónio, esta última também inscrita na REPA.

No Algarve, onde se espera um impacto ainda maior desta paralisação devido às férias, há cinco postos: a BP de Faro, a BP de Boliqueime, a Repsol de Montechoro, em Albufeira, a BP do Alto do Quintão, em Portimão e a BP de Monchique.

Embora sejam apenas 50 os postos onde já não é possível abastecer, há dezenas de outros com falhas de algum tipo de combustível. São 100 as bombas onde já não há gasolina e mais de 280 onde não há gasóleo.

Importa sublinhar que a informação está constantemente a ser atualizada, pelo que a informação pode nem sempre corresponder à realidade. Como explicou a plataforma ao ECO, reabastecimentos que vão sendo feitos e não são imediatamente comunicados podem levar a dados desatualizados.

Para tentar aumentar o grau de eficácia da plataforma, os fundadores convidaram as marcas a criar parceiras, para permitir atualizações mais rápidas, mas estes recusaram, contaram ao ECO. Posto isto, a informação disponibilizada depende apenas dos dados fornecidos pelos portugueses.

Esta sexta-feira, a Prio anunciou a criação de uma ferramenta que permite, através da app e do site da empresa, ver os combustíveis disponíveis em cada postos de abastecimento da Prio.

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Estivadores, tripulantes e professores apoiam motoristas

  • ECO
  • 9 Agosto 2019

Alguns sindicatos assinaram uma petição pública a pedir “solidariedade com os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias”, “contra a miséria dos salários e a anulação do direito à greve”.

Os motoristas já colheram o apoio de outros trabalhadores. Depois de o Governo ter decretado serviços mínimos entre 50% e 75% e de se saber que o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) indicar que é legal decretar a requisição civil preventiva, um conjunto de sindicatos assinou uma petição pública a pedir “solidariedade com os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias”. Às 8H30 desta sexta-feira, a petição contava com cerca de 2.000 assinaturas.

Entre os assinantes encontra-se o SEAL, dos estivadores, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato do Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Automóvel, o sindicato dos trabalhadores dos call-center e também do mais jovem sindicato dos professores, o STOP, entre outros, adianta o Público (acesso pago).

Na petição, os sindicatos pedem solidariedade “contra a miséria dos salários e a anulação do direito à greve”. Para os trabalhadores, “o direito à greve está a ser violentamente atacado — como nunca o foi até hoje — com o Governo de António Costa a pretender, com a intervenção do Exército, das forças policiais e dos bombeiros, destruir um direito fundamental dos trabalhadores”.

Do lado dos motoristas, a reação ao parecer da PGR também foi de indignação. O advogado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, disse que uma declaração preventiva de requisição civil é “bloquear praticamente o direito à greve”.

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Metro quer vender terreno em Sete Rios por 30 milhões em 2020

  • ECO
  • 9 Agosto 2019

O Metropolitano de Lisboa prevê vender um terreno com seis hectares em Sete Rios, encaixando mais de 30 milhões de euros. Venda permitirá obter resultado líquido de 9,8 milhões em 2020.

O Metropolitano de Lisboa prevê vender um terreno com seis hectares em Sete Rios no próximo ano. De acordo com o plano de atividades e orçamento para este ano, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago), a venda deverá acontecer por 30,2 milhões de euros.

A alienação do antigo Parque de Materiais e Oficinas I, inserida na estratégia de venda de património imobiliário considerado não estratégico, vai permitir ao Metro de Lisboa apresentar um resultado líquido positivo de 9,8 milhões de euros no próximo ano.

Ao Negócios, o Metro afirma que já tem vindo a desenvolver contactos “com entidades públicas e respetivamente licenciadoras, de modo a analisar o potencial dos seus imóveis não adstritos à operação, com vista a desenvolver as iniciativas processuais que permitam a sua potencial rentabilização”.

Para além do terreno de Sete Rios, o Metropolitano pretende ainda alienar apartamentos e uma loja, vendas essas que visam financiar a expansão da rede e a compra de novos equipamentos.

No plano de atividades para 2019, a empresa afirma que a venda do Parque do Materiais e Oficinas resultará numa melhoria do EBITDA dos 1,8 milhões de 2019 para 36,8 milhões de euros em 2020.

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Lisboa regressa às quedas, com BCP a perder 1,5%

A bolsa de Lisboa arrancou a última sessão da semana no vermelho, pressionada pelos títulos do BCP, que voltaram a cair. Setor energético trava queda mais acentuada.

A bolsa nacional arrancou a última sessão da semana com perdas ligeiras, pressionada pelo BCP. As ações do banco estão de volta ao vermelho, depois de terem valorizado, esta quinta-feira, pela primeira vez em 12 sessões. A impedir uma queda mais acentuada do índice estão as cotadas do setor energético.

O PSI-20 está a desvalorizar 0,13% para 4.920,9 pontos, depois de, na última sessão, ter interrompido um ciclo de quedas consecutivas. Das 18 cotadas nacionais, a maioria está a perder valor.

A penalizar o desempenho do principal índice bolsista nacional estão as ações do BCP, que recuam 1,55% para 0,216 pontos, representando a maior queda desta sessão. O banco voltou ao vermelho, depois de ter desvalorizado durante 11 sessões consecutivos, recuperando apenas na última sessão.

Ainda no vermelho, destaque para as ações da Sonae, que desvalorizam 0,43% para 0,817 euros, e dos CTT que recuam 0,16% para 1,9 euros.

A travar uma queda mais expressiva está o setor energético, com destaque para a EDP Renováveis que soma 0,62% para 9,69 euros, batendo um novo máximo histórico, e para a EDP que avança 0,21% para 3,369 euros.

A evitar maiores perdas está também a Galp Energia que valoriza 0,19% para 13,275 euros, numa altura em que o preço do barril de petróleo está a subir nos mercados internacionais.

Na Europa, o sentimento é de perdas, com as bolsas atentas ao que se passa em Itália, nomeadamente com a possível queda do Governo. Além disso, os dados económicos europeus continuam a ser desanimadores.

(Notícia atualizada às 8h21 com mais informação)

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Farfetch multiplica prejuízos e ações afundam 39%

A plataforma eletrónica de artigos de luxo liderada pelo português José Neves anunciou a compra da New Guards, no final de um período em que viu os prejuízos crescerem 406,9%.

A Farfetch anunciou esta quinta-feira, após o fecho do mercado norte-americano, os resultados do segundo trimestre do ano e a compra da New Guards, mas os números foram mal recebidos pelos investidores. Com prejuízos cinco vezes maior do que os registados há um ano, as ações já estiveram a cair mais de 40% no mercado “after hours”. A queda fica agora pelos 39%.

A plataforma eletrónica luso-britânico de artigos de luxo fechou o segundo trimestre do ano com prejuízos de 89,6 milhões de dólares (80 milhões de euros), valor que representa um crescimento de 406,9% face às perdas registadas em igual período do ano passado, altura em que o resultado foi negativo em 17,6 milhões de dólares. Apesar das perdas, estas representam um desacelerar dos prejuízos face ao primeiro trimestre do ano, altura em que o resultado foi negativo em 109 milhões de dólares.

Em sentido contrário esteve o volume de negócios (Gross Merchandise Value), que atingiu um valor recorde no segundo trimestre: 488 milhões de dólares (435 milhões de euros), mais 44% do que no período homólogo. Já as receitas foram de 209 milhões de dólares (186 milhões de euros), acima dos 174 milhões obtidos no primeiro trimestre.

“Os prejuízos foram em grande parte resultado da subida anual dos prejuízos operacionais, que passaram de 36,8 milhões de dólares para 95,8 milhões, parcialmente causados pela redução nas perdas cambiais não realizadas sobre a reavaliação de contas a receber e a pagar em dólares não americanos. A nossa exposição aos ganhos e perdas cambiais estrangeiros diminuíram após uma alteração na moeda funcional da nossa entidade legal principal, a Farfetch UK Limited — da libra esterlina para dólares americanos, a 1 de janeiro de 2019″, escreve a empresa no comunicado.

Já o crescimento do volume de negócios é justificado com o crescimento de 55,7% do número de consumidores que fazem compras na plataforma, que chegaram aos 1,8 milhões de pessoas. Mesma evolução teve o número médio de pedidos por consumidor ativo.

Apesar dos prejuízos, José Neves, presidente da Farfetch mostra-se satisfeito com os resultados. “À medida que se avizinha o primeiro aniversário enquanto empresa pública [o IPO foi a 21 de setembro de 2018], estou encantado com o progresso que fizemos na execução da nossa visão para o segundo capítulo — construir uma plataforma global que vai ficar com a fatia de leão do crescimento de 100 mil milhões que é esperado para a indústria online do luxo”, escreve o gestor em comunicado.

A divulgação dos resultados acontece no mesmo dia, em que a empresa luso-britânica anunciou a aquisição da New Guards, plataforma de marcas com a Off-White, Palm Angels, Marcelo Burlon County of Milan, Heron Preston, Alanui, Unravel Project e Kirin Peggy Gou. De acordo com José Neves esta operação, avaliada em 675 milhões de dólares, permite à Farfetch posicionar-se “de forma única para capacitar criadores, curadores e consumidores e ajudar a preservar” os valores do grupo.

(Notícia atualizada com informação sobre cotações às 9H20)

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Hoje nas notícias: motoristas, proteção de dados e Metro

  • ECO
  • 9 Agosto 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Poucos dias antes de arrancar a greve, os motoristas conseguiram o apoio de outros sindicatos, depois de o Governo avançar com medidas para travar os efeitos da paralisação. Entre os apoiantes encontram-se estivadores, tripulantes e motoristas. Esta sexta-feira entram em vigor as novas multas de proteção de dados, que podem chegar aos 20 milhões de euros. O Metro de Lisboa está a planear vender um terreno em Sete Rios. Veja estas e outras notícias que marcam os jornais nacionais.

Estivadores, tripulantes e professores apoiam motoristas

O parecer da PGR indica que é legal decretar a requisição civil preventiva antes da greve dos motoristas. Em reação a estas notícias, o advogado Pedro Pardal Henriques anunciou que os motoristas tinham recebido apoio de um conjunto de sindicatos, que fizeram uma petição pública a pedir “solidariedade com os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias”. Entre os assinantes encontram-se o sindicato dos estivadores (SEAL), o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), do Metropolitano de Lisboa e também do STOP, dos professores.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Novas multas de proteção de dados entram hoje em vigor

Entra esta sexta-feira em vigor a nova lei nacional sobre proteção de dados e uma das questões que prevê são coimas para quem não cumpra as novas regra do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). As multas vão variar consoante a gravidade da violação — duração e se houve, ou não, negligência — e dependendo de que as comete. Estarão divididas entre graves e muito graves, sendo que, para estas últimas, o valor varia entre os 5.000 e os 20 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Metro prevê vender terreno de Sete Rios por 30 milhões em 2020

O Metropolitano de Lisboa prevê vender um terreno com cerca de seis hectares em Sete Rios por 30,2 milhões de euros em 2020. A alienação do antigo Parque de Materiais e Oficinas I vai permitir à empresa apresentar um resultado líquido positivo de 9,8 milhões de euros no próximo ano. Além deste terreno, o Metropolitano tenciona ainda vender apartamentos e uma loja, vendas essas que visam financiar a expansão da rede e a compra de novos equipamentos.
Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Número de enfermeiros que opta pela emigração volta a disparar

Foram 2.321 os enfermeiros que pediram à Ordem a declaração para efeitos de emigração, no primeiro semestre deste ano. Este valor é quase tanto como o total do ano passado, com uma diferença de apenas 415. Se o ritmo se manter durante este ano poderá ser atingido um recorde, já que em 2014, o ano em que se registaram mais pedidos do documento que permite trabalhar noutro país desde a crise, o número chegou aos 2.814.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

CTT contratam 150 trabalhadores até final do ano

Até ao final do ano, os CTT querem contratar 150 trabalhadores, para reforçar a área operacional com mais carteiros e profissionais para as estações. Depois de negociações salariais sem acordo, os trabalhadores vão ter aumentos entre 0,8% e 1% em agosto, um valor acima da proposta inicial da empresa mas abaixo das intenções dos sindicatos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

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Quantas unidades de alojamento local existem em Portugal?

Começaram a ser registados em 2014 e, desde então, o número de unidades de alojamento local disparou. Só este ano, em sete meses, já foram inscritas quase 11.000.

Apareceram há vários anos, mas desde 2014 que começaram a multiplicar-se como cogumelos. As unidades de Alojamento Local (AL) vieram dar resposta ao aumento exponencial do turismo, que tem sido um dos principais responsáveis pelo rejuvenescimento da economia nacional. Se há cinco anos eram pouco mais de 4.000 os alojamentos locais registados, só este ano já foram inscritos quase 11.000. Mas, afinal, quantos AL existem no país?

Os números são claros e refletem a posição que Portugal tem vindo a ganhar na vida dos viajantes. Só no ano passado, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 22,8 milhões turistas visitaram terras lusas, mais 7,5% do que em 2017. Embora se comece a observar um certo abrandamento, este indicador continua a crescer, principalmente devido aos turistas espanhóis.

Enquanto o número de turistas sobe, o número de unidades de AL vai acompanhando essa tendência. Desde 2014, ano em que entrou em vigor a nova lei, o número de AL a serem registados sofreu um autêntico boom a cada ano que passa.

Se em 2014 foram 4.042 as unidades a serem registadas no Registo Nacional do Alojamento Local (RNAL), gerido pelo Turismo de Portugal, em 2015 esse número aumentou para 9.878 e, em 2016, ultrapassou a barreira dos dez mil e fixou-se em 10.856. Em 2017 o número continuou a subir e foram registadas 18 mil unidades de AL, enquanto no ano passado foram 25.145.

De 1 de janeiro até esta quinta-feira já foram registados 10.811. Ou seja, até 5 de agosto de 2019, Portugal tem registadas 88.634 unidades de alojamento local.

Em termos de regiões, há zonas que concentram a maioria destes alojamentos. Juntos, os distritos do Porto, Lisboa e Faro representam 76,5% da fatia total do país. A zona do Algarve lidera a tabela com 33.305 unidades, à frente de Lisboa com 23.980 e do Porto com 10.486.

Este aumento exponencial de alojamento local está a levantar preocupações quanto à disponibilidade do mercado e ao preço dos imóveis. Preocupações essas que chegaram também às autarquias, levando à criação de zonas de contenção. Lisboa deu o pontapé de saída, no final do ano passado, ao suspender novos registos de alojamento local nos bairros de Madragoa, Castelo, Alfama, Mouraria e Bairro Alto.

Em julho foi a vez da Câmara do Porto proibir novos registos em zonas de contenção como as ruas da Alfândega, Lóios, Mouzinho da Silveira, Flores, Aliados, Santa Catarina e Rua do Almada e ainda outras zonas fora do casco histórico que apresentam valores elevados, como a rua da Boavista, Aníbal Cunha e da Praça Pedro Nunes.

Quanto custa carregar a bateria do seu telemóvel? Quantas árvores são precisas para fazer uma resma de papel? Quanto custa fazer uma prancha de surf? Quantos casamentos se fazem em agosto? De segunda a sexta-feira, até ao final de agosto, o ECO dá-lhe a resposta a um “Sabia que…”.

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Saída de Elisa Ferreira reduz leque de candidatos ao Banco de Portugal

A vice-governadora do Banco de Portugal foi um dos quatro nomes dados por António Costa a Ursula von der Leyen para comissário europeu. Potenciais sucessores de Carlos Costa são cada vez menos.

Depois de há um ano não ter avançado com uma candidatura para a liderança do Mecanismo Europeu de Supervisão do Banco Central Europeu, Elisa Ferreira é um dos quatro nomes dados por António Costa como potenciais representantes de Portugal a Ursula von der Leyen na próxima Comissão Europeia, o que deixa ainda mais reduzido o leque de candidatos à sucessão de Carlos Costa no Banco de Portugal no próximo verão.

António Costa e Ursula von der Leyen ainda não decidiram quem será o próximo comissário português. A presidente eleita tem de fazer uma ginástica complicada para escolher que pastas serão atribuídas a cada país, de acordo com o perfil dos nomeados pelos países da União Europeia, e ainda conseguir a Comissão paritária que prometeu no Parlamento Europeu.

Nesse sentido, Ursula von der Leyen pediu a todos os países que apresentassem dois nomes: um homem e uma mulher. Nem todos o fizeram, mas, de acordo com a Agência Lusa, Portugal apresentou quatro nomes para o lugar, entre eles dois homens e duas mulheres. Segundo o Público, dois desses candidatos já foram ouvidos pela presidente da Comissão Europeia: Pedro Marques e Elisa Ferreira.

Elisa Ferreira, que tem uma vasta experiência europeia nas pastas mais financeiras, tendo estado no desenvolvimento da União Bancária enquanto eurodeputada (entre outros temas de relevo), perfila-se como uma candidata forte ao lugar de comissária. Mas, a ser a escolhida, a socialista deixará vaga uma posição de vice-governadora do Banco de Portugal e ainda reduzirá o leque de candidatos à sucessão de Carlos Costa, que termina o seu segundo mandato no verão de 2020.

Carlos Costa foi alvo de muitas críticas ao longo do seu segundo mandato por membros do Governo e altos dirigentes do Partido Socialista pela sua gestão do banco central, e já o tinha sido durante o primeiro mandato, apesar de ter sido nomeado pelo Governo de José Sócrates. Não tendo tido a oportunidade de fazer a sua escolha para governador do Banco de Portugal, o Governo acabou por escolher duas personalidades próximas dos socialistas para os dois cargos de vice-governador: Luís Máximo dos Santos e Elisa Ferreira.

Caso Elisa Ferreira seja a escolhida de Portugal para a Comissão Europeia, o colega de universidade do primeiro-ministro pode ganhar força como sucessor de Carlos Costa.

Luís Máximo dos Santos é vice-governador do Banco de Portugal desde 2017, mas está no banco central desde 1992, onde trabalhou em vários processos de insolvência de bancos portugueses e do qual é agora o representante no Fundo de Resolução. Máximo dos Santos é considerado próximo do primeiro-ministro, António Costa, de quem foi colega no curso de Direito em Lisboa e chegou a ser presidente do conselho de administração do BES entre 2014 e 2016, depois de determinada a resolução do banco até então liderado por Ricardo Salgado.

Mas o caminho pode não ser assim tão simples para Máximo dos Santos. A principal razão pode vir a ser aquele que em teoria faria a indicação do nome para governador do Banco de Portugal, o ministro das Finanças. Mário Centeno confidenciou várias vezes que a sua intenção passava por não fazer um segundo mandato enquanto ministro das Finanças, mas António Costa tem conseguido segurá-lo e até o incluiu nas listas do partido às legislativas.

António Costa tentou fazer mais como garantir antecipadamente a extensão do seu mandato enquanto presidente do Eurogrupo, que só termina no próximo ano, mas não conseguiu, nem deverá ter sucesso neste campo quando chegar a altura. O insucesso recente na corrida à liderança do Fundo Monetário Internacional limitou ainda mais as hipóteses de Mário Centeno, que até teria boas hipóteses de ser comissário europeu para os Assuntos Económicos (uma pasta negociada para os socialistas), mas António Costa não o quer deixar sair antes das eleições legislativas, que se realizam a 6 de outubro, e o comissário português tem de ser escolhido no máximo até dia 26 de agosto.

Mário Centeno é quadro do Banco de Portugal desde 2000 e foi consultor da administração a partir de 2014, pouco depois de ver o seu nome chumbado no concurso para diretor do gabinete de estudos do banco central. Próximo de Vítor Escária, ex-assessor económico de José Sócrates e António Costa, acabou por liderar a elaboração do programa económico com que António Costa criou o programa eleitoral do PS e em novembro foi nomeado ministro das Finanças. A saída do Banco de Portugal não foi pacífica. Centeno foi sempre um forte crítico de Carlos Costa e da sua governação.

Como o ECO noticiou em setembro, outro nome que estava na lista de potenciais sucessores de Carlos Costa é o de Paulo Macedo, que foi diretor do Fisco nos anos de Durão Barroso e ministro da Saúde de Pedro Passos Coelho durante o resgate da troika. Apesar de conotado com a direita, Paulo Macedo é independente e foi considerado para cargos de relevo pelo atual Governo socialista, acabando mesmo por ser nomeado já por este Executivo para a presidência da Caixa Geral de Depósitos depois da saída conturbada de António Domingues. O seu mandato na CGD terminará em fevereiro de 2021, uma vez feito o balanço do plano estratégico.

(Artigo corrigido às 11h46, para precisar que o mandato de Paulo Macedo em frente à Caixa Geral de Depósitos terminará em fevereiro de 2012)

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Entre juros em mínimos e pressão externa, rating português vai hoje a exame pela Moody’s

A apenas dois meses das eleições legislativas, Moody's poderá preferir esperar para ver, apesar de ser a agência de notação financeira que atribui, atualmente, pior rating a Portugal.

O brilharete dos juros da dívida portuguesa não deverá passar despercebido às agências de notação financeira, mas as incertezas sobre a economia global também não. Com fatores positivos e negativos a pesarem na balança, não há certezas sobre o que irá a Moody’s fazer esta sexta-feira à noite quando avaliar o rating de Portugal.

“Até é difícil de justificar uma decisão de não subir tendo em conta os desenvolvimentos positivos. Desde a última revisão em que a Moody’s se pronunciou, os juros caíram a pique e estão em mínimos históricos“, afirmou Filipe Garcia, economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, que espera uma revisão em alta do rating.

A Moody’s avalia atualmente Portugal no primeiro nível do grau de investimento (Baa3) com perspetiva estável. Uma revisão em alta poderia levar o rating para Baa2, ou seja, o segundo degrau do patamar de investimento de qualidade, onde as pares Standard and Poor’s, Fitch e DBRS veem o país, sendo que as duas últimas têm também perspetiva positiva (que sinaliza a possibilidade de nova subida nos seis a 12 meses seguintes).

Na última avaliação da Moody’s, em fevereiro, decidiu não se pronunciar sobre o país. Assim, a última vez em que o fez foi em outubro, quando tirou o rating do “lixo”. Na altura, a yield das obrigações do Tesouro a dez anos negociava em torno de 2%. Desde então, afundou para próxima de 0,2%, tendo chegado mesmo a tocar o mínimo histórico de 0,15% esta semana.

“Há o fator positivo que são as taxas de juro, mas há maior receio no mercado sobre a desaceleração da economia global e a guerra comercial”, sublinhou Mário Carvalho Fernandes, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, acrescentando que “para já, esperaria que o rating se mantivesse inalterado”.

Yield da dívida a dez anos negoceia próxima de 0,20%

Fonte: Reuters

Eleições legislativas aumentam incerteza

O rating é “sempre um balanço de riscos”, como diz Garcia e nos pratos da balança Portugal tem, além dos juros da dívida, outros fatores positivos. A contínua melhoria nas contas públicas deverá ser novamente apontada como ponto positivo até porque o Governo espera um défice de apenas 0,2% este ano e excedente orçamental no próximo, enquanto a recente mudança metodológica que engordou o rácio da dívida pública face ao PIB deverá ser ignorada já que o valor absoluto não se altera.

E Mario Draghi dá uma ajuda de peso. Tem sido a política monetária expansionista a reduzir os custos de financiamento dos países e o Banco Central Europeu (BCE) já anunciou que está a preparar um novo pacote de estímulos para depois do verão. Mas se a rede de segurança do BCE ajuda à manutenção de baixas taxas de juro para Portugal, a razão para Draghi relançar os estímulos prejudica.

Do outro lado da balança está a economia global. O fim do ciclo de crescimento está a ser pressionado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, levando instituições como a Comissão Europeia ou o Fundo Monetário Internacional a mostrarem-se mais pessimistas para este ano. Com o exacerbar das tensões entre as duas maiores potenciais do mundo, aumentam os receios sobre o impacto da guerra comercial e a possibilidade de recessão.

"As perspetivas futuras poderão justificar alguma cautela.”

Mário Carvalho Fernandes

Diretor de Investimentos do Banco Carregosa

No meio estão as eleições. Esta é a última avaliação da Moody’s antes das legislativas de outubro. Apesar de as sondagens indicarem que o PS se mantenha na governação do país, o economista da IMF considera que “as eleições são a principal razão para a agência de rating se mostrar cautelosa porque às vezes há surpresas”.

Tal como outras agências de notação já fizeram, a Moody’s poderá alertar para o risco de propostas eleitorais (como progressões salariais na Função Pública, aumentos dos salários mínimos ou diminuição de impostos) levarem a uma derrapagem nas contas públicas. A dúvida prende-se com o peso que a agência norte-americana irá a atribuir a cada fator nos pratos da balança.

Carvalho Fernandes, do Carregosa, reconhece que “a evolução de Portugal tem sido positiva, nomeadamente no crescimento económico e na diminuição do malparado” e lembra que “estas revisões de rating têm em conta fatores internos e externos”. Ainda assim, lembra que Portugal é uma economia aberta e, por isso, mais suscetível a riscos internacionais. “As perspetivas futuras poderão justificar alguma cautela”, acrescentou.

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