Governo faz anúncio na sexta-feira sobre barragem do Pisão

  • Lusa
  • 5 Junho 2019

A barragem do Pisão, no Alto Alentejo, já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir.

O Governo vai anunciar na sexta-feira novidades sobre a barragem do Pisão, no Crato, cuja construção tem sido reivindicada por agricultores e empresários do Alto Alentejo, mas nunca chegou a ser construída, afirmou esta quarta-feira o ministro da Agricultura.

“Sexta-feira vai ser feito um anúncio, pelos ministros da Economia, do Ambiente e da Agricultura, sobre a barragem do Pisão”, afirmou aos deputados o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, sem adiantar mais pormenores, numa audição regimental da Comissão de Agricultura e Mar.

Há cerca de dois meses, no início de abril, o Governo anunciou a constituição de um grupo de trabalho para avaliar a viabilidade técnico-financeira da barragem do Pisão, um projeto hidroagrícola reivindicado há dezenas de anos por vários setores locais. O grupo de trabalho teve por missão desenvolver um modelo de financiamento e gestão do empreendimento e, no prazo de 60 dias, tinha de apresentar um relatório que inclui, nomeadamente, estimativas do custo-benefício no contexto regional, proposta de financiamento e gestão do empreendimento e um plano de ação e respetivos prazos de execução.

Na altura, o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, em declarações à agência Lusa, mostrou-se “bastante satisfeito” com a criação do grupo de trabalho, considerando que foi dado “mais um passo de forma consolidada” para que a construção da barragem pudesse ser uma realidade.

Os primeiros estudos sobre a barragem do Pisão e a sua valia agrícola datam de 1957, no Plano de Valorização do Alentejo, que indicava – segundo o Governo – a necessidade de construção de uma barragem para armazenar água dos caudais da ribeira da Seda.

Em 2010, o Estudo de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato – Sua Viabilidade, nas vertentes da rega, do abastecimento público e da criação de uma central mini-hídrica estimou o custo da obra em cerca de 100 milhões de euros, segundo o gabinete do ministro Adjunto e da Economia.

Seis anos depois, todos os grupos parlamentares, em resolução da Assembleia da República, consideraram a barragem do Pisão como obra prioritária e aprovaram, por unanimidade, recomendar a inclusão do projeto nas prioridades de investimento do regadio, no Plano Nacional de Regadio e no Programa Nacional para a Coesão Territorial.

Em todos os estudos efetuados, segundo o Executivo, a barragem do Pisão foi “apontada como fundamental para estimular o desenvolvimento económico e sustentável da área de influência do projeto, pelo que foi considerado urgente avaliar, de forma rigorosa, toda a documentação produzida até à data, que possam suportar uma decisão sobre a viabilidade de construção do empreendimento, rentabilizando o conhecimento específico já produzido”.

A barragem do Pisão, no Alto Alentejo, já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir.

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Tecnológica portuguesa Infraspeak expande-se para três novos mercados

  • Lusa
  • 5 Junho 2019

A empresa de tecnologia Infraspeak, sediada no Porto, anunciou ter fechado novos contratos de distribuição que lhe permitirão entrar no Dubai, África do Sul e Botswana.

A startup tecnológica Infraspeak, que desenvolve software de gestão para empresas, fechou contratos de distribuição com dois parceiros que lhe permitirão expandir-se para o Dubai, África do Sul e Botswana.

A empresa do Porto adianta, em comunicado, que estes contratos de distribuição, fechados através do programa Infraspeak Partners, são um “novo modelo expansão” — paralelo à abertura de escritórios e formação de equipa local própria, como aconteceu recentemente em Espanha e no Reino Unido — com o qual “pretende acelerar a expansão global da sua solução de gestão de manutenção e facility management.

“O programa Infraspeak Partners permite-nos encontrar e fechar parcerias com empresas ambiciosas e empreendedoras que pretendam levar a inovação da Infraspeak para os seus mercados. Por conhecerem bem as necessidades, os problemas e as abordagens adequadas aos seus respetivos mercados, os parceiros permitem uma mais rápida penetração”, explica o cofundador e presidente executivo da ‘startup’, Felipe Ávila da Costa, citado num comunicado.

Segundo explica, cada parceiro, após participar num processo intensivo de formação na sede da Infraspeak, no Porto, estará encarregue de representar a empresa nos seus respetivos mercados.

Desde o lançamento do programa Infraspeak Partners, em fevereiro, a Infraspeak diz ter recebido nove candidaturas, das quais aprovou as duas agora anunciadas: a do grupo AHM, com sede no Dubai e que desde 1981 se foca no apoio ao desenvolvimento de negócios usando aquele emirado como ponto de distribuição para a região do Médio Oriente e Norte de África, e a da Pivotal Development & Consulting, com sede em Gaborone, que assegurará a distribuição nos mercados da África do Sul e do Botswana.

Fundada em 2015 por Felipe Ávila da Costa e Luís Martins, a Infraspeak diz contar com mais de 120 clientes em três continentes — Europa, África e América do Sul –, estando agora a expandir as operações para “continuar a crescer a um ritmo acelerado”.

A empresa comercializa uma plataforma destinada a “fazer as infraestruturas mais inteligentes e a vida e o trabalho mais fácil para os gestores e os técnicos”, descrita como “uma solução totalmente personalizável que usa tecnologias de ponta como NFC, APIs, apps e sensores para aumentar a eficiência das equipas e reduzir o custo das operações”.

“Sendo um software modular e flexível, o Infraspeak permite aos seus clientes construir a sua própria solução para gerir as suas operações técnicas, desde a manutenção às auditorias de qualidade, gestão do stock, compras, housekeeping, inventários e mais”, lê-se no site da empresa.

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“Corrupção continua a ser um problema” em Portugal, diz Bruxelas

Para a Comissão Europeia, ainda há melhorias a fazer tanto no sistema de Justiça como na prevenção da corrupção em Portugal.

“A corrupção continua a ser um problema” em Portugal, avisa a Comissão Europeia, depois de já ter deixado o alerta num relatório em fevereiro. Apesar de reconhecer melhorias no sistema de Justiça, a instituição europeia reforça que ainda não existe um plano definido para resolver a situação.

“O sistema de justiça está a tornar-se mais eficiente, mas continua a enfrentar desafios críticos com processos demorados e um grande volume de processos, em particular nos tribunais administrativos e fiscais”, refere Bruxelas, nas recomendações específicas para Portugal no âmbito do semestre europeu.

Para além disso, “enquanto os esforços para reprimir a corrupção continuam, prevenir a corrupção continua a ser um problema devido à falta de uma estratégia coordenada e responsabilidades fragmentadas“, completa a instituição.

Já no Estudo sobre a Economia Portuguesa da OCDE, de fevereiro, se tinham debruçado sobre o tema em Portugal. Foram feitas recomendações sobre estas áreas, nomeadamente a criação de um tribunal exclusivo para casos de corrupção e o registo eletrónico da declaração de interesses para todos os membros do Governo e funcionários públicos.

O capítulo sobre corrupção presente neste documento levantou alguma polémica. O relatório foi preparado pela equipa de Álvaro Santos Pereira, diretor do departamento de Economia da OCDE, mas este não marcou presença na apresentação do documento, e revelou que houve “algum incómodo” por parte da delegação portuguesa sobre a utilização da palavra “corrupção”.

Já o secretário de Estado das Finanças, Mourinho Félix, líder da equipa portuguesa, defendeu que apenas tinha problemas com a utilização de indicadores de perceção. No entanto, admitiu que “em Portugal, existe um problema de corrupção, como existe em todos os países desenvolvidos”.

Atualmente estão em curso vários processos que se debruçam sobre corrupção, em vários setores. Um dos mais mediáticos é a Operação Marquês, que teve início há mais de cinco anos, culminou na acusação a 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas, e investiga a alegada prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

Este processo tem como uma das figuras principais o antigo primeiro-ministro José Sócrates, que é acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.

Mais recentemente foi também conhecido o caso dos autarcas em Santo Tirso e Barcelos, que foram detidos em conjunto com o presidente do Instituto Português de Oncologia do Porto, acusados de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio.

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Comissão só recomenda equilíbrio orçamental em 2020

Comissários responsáveis pelo Semestre Europeu dizem que são necessárias mais reformas para que a recuperação da crise seja completa. Pedem maior controlo da despesa e mais investimento.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse esta quarta-feira que a Comissão Europeia recomenda a Portugal que atinja o equilíbrio orçamental apenas em 2020. A Comissão defende também um reforço do controlo orçamental e a reorientação da despesa para investimento, como os transportes ferroviários, portos e interligações energéticas.

Na conferência de imprensa em Bruxelas, onde os comissários europeus responsáveis pelo Semestre Europeu apresentaram as recomendações específicas por país, Valdis Dombrovskis disse que “é recomendado a Portugal que atinga o Objetivo de Médio Prazo em 2020”, sendo o este Objetivo de Médio prazo o equilíbrio do saldo estrutural.

Esta meta vai ter em conta um ‘desconto’, já que Portugal pediu que não sejam contadas as despesas extraordinárias realizadas com os incêndios – um acontecimento imprevisto –, e a Comissão Europeia autorizou que estas não contem para o défice.

No entanto, o montante que a Comissão permite que não conte para o défice é de apenas 0,04% do PIB, o equivalente a cerca de 80 milhões de euros.

O vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro disse ainda que “ainda há reformas estruturais orçamentais que precisam de ser implementadas, ou continuar a ser implementadas”, entre estas salientou a necessidade de reforçar a sustentabilidade financeira das empresas públicas.

Valdis Dombrovskis disse ainda que é necessário escolher as prioridades em termos de investimento, com a Comissão a recomendar áreas como a investigação em inovação e desenvolvimento, nos transportes ferroviários, infraestruturas dos portos, e na transição energética.

Já Pierre Moscovici, o comissário europeu para os Assuntos Económicos, fez questão de dizer que a Comissão estava impressionada com o crescimento robusto dos países que estiveram sujeitos a programas de assistência financeira, como é o caso de Portugal, mas “uma recuperação completa requer reformas”.

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BdP: Aumento da exposição à dívida põe banca em risco

Após uma década em queda, os ativos dos bancos portugueses cresceram pela primeira vez em 2018. Mas foi à conta do investimento em dívida pública, o que aumenta a vulnerabilidade do setor.

A banca está a apostar fortemente na dívida pública portuguesa, que já representa 9% dos ativos detidos pelas instituições financeiras. O investimento levou a que o montante dos ativos tenha aumentado pela primeira em uma década, mas também a um aumento da vulnerabilidade do sistema, de acordo com a análise do Banco de Portugal.

“O sistema bancário aumentou o volume total dos seus ativos pela primeira vez desde 2010. O aumento dos ativos bancários contrasta com a queda observada na última década. O crescimento dos ativos, em 2018, resulta sobretudo do aumento significativo dos títulos de dívida, em particular dívida pública portuguesa, mas também de dívida de empresas”, refere o relatório de estabilidade financeira publicado esta quarta-feira pelo BdP.

Os títulos de dívida pública (não só portuguesa, mas também espanhola e italiana) deram o maior contributo para o crescimento de 0,9% do ativo total do sistema bancário. As restantes rubricas contribuíram negativamente para a evolução.

A elevada liquidez dos bancos portugueses, a par dos juros negativos nos depósitos junto do Banco Central Europeu (BCE), tornaram a dívida pública portuguesa (especialmente de curto prazo) mais atrativa. As contas dos bancos mostram que, no ano passado, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI viram as carteiras de dívida pública portuguesa engordar cerca de 30% para mais de 21 mil milhões de euros.

Mais do que o número absoluto, a tendência preocupa as autoridades internacionais, incluindo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e BCE, que já tinham feito alertas semelhantes. É cada vez maior o peso da dívida pública no balanço dos bancos, tendo passado de 1% em 2008 para cerca de 9% dez anos depois.

“O sistema financeiro continua exposto de forma significativa a determinadas classes de ativos. A exposição aos títulos de dívida soberana, em particular, deixa o sistema financeiro português sensível a estas reavaliações”, sublinha o relatório do BdP.

Apesar de os juros da dívida portuguesa estarem em forte queda e a renovar mínimos históricos, os alertas focam-se na possibilidade do impacto em cadeia de um choque que aumente os juros dos títulos soberanos. “Uma eventual subida de 100 pontos base das yields da dívida pública nacional, teria um impacto negativo de cerca de 51 pontos base no rácio CET1 dos bancos portugueses“, acrescenta o BdP.

Dívida portuguesa, italiana e espanhola lideram investimentos

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Estas são as quatro recomendações de Bruxelas para Portugal

No âmbito do semestre europeu, Bruxelas emitiu recomendações para todos os países da região. Para Portugal, o principal alerta vai para a necessidade de reduzir a dívida.

Portugal tem sido bom aluno, mas nem por isso deixa de receber recados. No âmbito do semestre europeu, Bruxelas emitiu recomendações para o país, alertando, entre outros, para a necessidade de manter os esforços de consolidação que permitam uma redução do endividamento público.

Mais investimentos para fomentar a economia, maior aposta na formação dos portugueses, são outras das recomendações específicas para Portugal. Conheça-as:

  • Bruxelas diz que Portugal “vai atingir o objetivo de médio prazo em 2020”, isto sem considerar os eventos extraordinários nacionais, referindo-se aos incêndios. Apesar de dar boa nota na questão do objetivo de médio prazo, alerta para a necessidade de o país “acelerar a redução do endividamento público”, isto numa altura em que a dívida portuguesa ascende a 252 mil milhões de euros. Defende ainda que Portugal olhe também para as contas das empresas públicas, pedindo um acompanhamento mais abrangente e transparente do setor empresarial do Estado.
  • Portugal deve, na perspetiva de Bruxelas, “adotar medidas que deem resposta à segmentação do mercado laboral”, isto ao mesmo tempo que recomenda que sejam implementadas medidas que promovam a “melhoria das competências dos trabalhadores, nomeadamente através do reforço da literacia digital e tornando a formação de adultos mais relevante para as necessidades do mercado laboral”. Nas recomendações específicas defende ainda que o país “aumente o número de licenciados (particularmente nas áreas da ciência e das tecnologias da informação) e melhore a proteção social”.
  • “O país deve focar a política económica na pesquisa e na inovação, nos caminhos-de-ferro e nas infraestruturas portuárias”, isto além de dar passos na transição energética. Neste campo, Bruxelas alerta para a necessidade de “alargar as ligações de energia levando em conta as disparidades regionais”.
  • Para Bruxelas, Portugal deve permitir uma “recuperação mais fácil dos colaterais associados ao malparado”, promovendo uma maior “eficiência dos processos de insolvência”. Lembrando que a “duração média dos processos de recuperação” de empresas é demorado, e que isso “pesa sobre os preços aplicados pelo mercado aos ativos não produtivos”, Bruxelas defende que se dêem passos no sentido de aumentar a eficiência dos tribunais para encurtar os tempos de tomada de decisão.

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PT2020 com 20 mil milhões de euros aprovados até abril

  • Lusa e ECO
  • 5 Junho 2019

O Portugal 2020 conta com 20 mil milhões de euros aprovados até fim de abril, altura em que estavam pagos 10 mil milhões de euros. Taxa de execução fixava-se em 36%.

O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, anunciou no Parlamento que o Portugal 2020 conta com 20 mil milhões de euros de apoio aprovados até abril, o equivalente a 80% dos recursos programados.

“Face ao total dos recursos programados, em matéria de taxa de compromisso, [o valor em causa] representa perto de 80% dos recursos”, disse Nelson de Souza, durante uma audição parlamentar na comissão de Economia, Inovação e Obras Púbicas.

De acordo com os dados avançados pelo governante, a 30 de abril, estavam pagos dez mil milhões de euros e a taxa de execução fixava-se em 36%. “Portugal mantém-se na linha da frente na execução de fundos comunitários a nível europeu”, vincou o ministro do Planeamento, recusando voltar a entrar na polémica sobre as métricas de avaliação deste desempenho, numa alusão à polémica que houve em abril sobre este tema. “Portugal está na linha da frente independentemente do indicador escolhido, mas entre os países com pacotes superiores a sete mil milhões de euros está em primeiro lugar”, frisou.

Durante a sua intervenção inicial, Nelson de Souza assegurou ainda que a regra N+3 “já está garantida”, apesar de ainda só ter decorrido meio ano, sublinhando que Portugal “não vai perder nem um cêntimo”. Esta regra, estipulada pela Comissão Europeia, define que apesar do prazo de vigência dos programas ser apenas até 2020, o orçamento pode ser executado até três anos depois, ou seja, até 2020 podem ser aprovados os projetos e até 2023 executado o orçamento. “Continuamos ainda a trabalhar em medidas de simplificação. Há sempre mais para melhorar e corrigir”, concluiu.

O ministro do Planeamento revelou ainda que o Executivo vai “concluir rapidamente todo o processo de reafetação de verbas no âmbito dos Pactos dos municípios, disponibilizando verbas para escolas e centros de saúde”.

Com uma dotação global de cerca de 25 mil milhões de euros, o programa Portugal 2020 (PT 2020) consiste num acordo de parceria entre o país e a Comissão Europeia, “no qual se estabelecem princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020”.

O PT 2020 engloba 16 programas operacionais, como o Programa de Desenvolvimento Rural, aos quais se juntam programas de cooperação territorial, nos quais Portugal participa a par de outros Estados-membros. Os programas operacionais 2014-2020 são financiados pelos Fundos da Política de Coesão – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo de Coesão e Fundo Social Europeu. Os primeiros concursos do programa Portugal 2020 foram abertos em 2015.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Banco de Portugal alerta que guerra de spreads da banca pode fazer crescer malparado no futuro

Banco de Portugal alerta para os riscos que trazem as estratégicas dos bancos para atrair clientes. Pede às instituições que tenham "cuidado" nos critérios de concessão de crédito à habitação.

A descida dos spreads oferecidos pelos bancos para a concessão de crédito à habitação poderá vir a contribuir para um aumento do malparado no futuro. O alerta é feito pelo Banco de Portugal (BdP) no relatório de estabilidade financeira, publicado esta quarta-feira, que aponta para os riscos das estratégias dos bancos para atrair clientes.

“A tentativa de aumentar o volume de crédito através da fixação de spreads de taxa de juro que não cubram o risco de crédito de maneira sustentável poderá resultar, no futuro, num maior nível de incumprimento”, alerta o BdP.

Os maiores bancos em Portugal entraram numa guerra de spreads para aumentar a competitividade e atrair clientes para o crédito à habitação, apesar de o supervisor lançado alertas e limitações à concessão de empréstimos. Entre as dez maiores instituições financeiras no mercado português, a disputa pelo spread mais baixo levou o intervalo entre as propostas mais competitivas a apenas 25 pontos base, no intervalo entre 1% e 1,25%.

O BdP avisa que “é importante que as instituições tenham particular cuidado na definição dos critérios de concessão de crédito”, especialmente porque “continua a existir evidência, em termos agregados, de sobrevalorização no mercado imobiliário residencial desde a segunda metade de 2017”.

Além do aumento dos preços das casas — que o supervisor considera que não foi impulsionado pelo crédito bancário e que poderá ser mitigado com o travão aplicado pelo BdP à concessão de empréstimos –, a dependência do mercado imobiliário do exterior também é um risco.

O mercado imobiliário português continua a estar particularmente dependente da intervenção de não residentes, seja por via do turismo, seja por via do investimento direto. O abrandamento mais acentuado da atividade económica a nível global, decorrente em particular da materialização de eventos de tensão geopolítica, aumentos de prémio de risco e eventuais alterações no quadro regulamentar nacional sobre o mercado imobiliário poderão vir a traduzir-se numa interrupção brusca do dinamismo do imobiliário e, consequentemente, num ajustamento abrupto em baixa dos preços”, refere o relatório de estabilidade financeira.

O forte dinamismo do imobiliário e a guerra dos spreads faz renascer o risco do crédito malparado, que durante a crise penalizou fortemente a banca portuguesa e cuja recuperação ainda não está completa.

Nos últimos dois anos e meio, o sistema bancário reduziu o stock de non-performing loans (NPL) em cerca de 50% e o rácio de NPL para 9,4% (menos 8,5 pontos que em 2016). “A redução do rácio de NPL bruto das SNF [sociedades não financeiras] foi transversal no setor bancário, tendo as instituições com maior rácio registado uma diminuição mais acentuada”, refere o BdP, clarificando que a redução do rácio “resultou, principalmente, das vendas de empréstimos non-performing, estimando-se o impacto de 3,3″ pontos percentuais.

Apesar das melhorias e “dado o nível de NPL ainda elevado no contexto europeu, é necessário assegurar a continuação deste ajustamento”, recomenda o supervisor. A necessidade é especialmente importante tendo em conta os desafios que a banca enfrenta, incluindo baixas taxas de juro e pressão concorrencial que pressionam margens comerciais, a competição das tecnológicas ou a transformação digital.

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Mexia descarta fusão de ativos da EDP no Brasil. É “especulação”

  • ECO
  • 5 Junho 2019

O presidente da EDP garantiu que não há conversações em curso para a fusão de ativos da EDP no Brasil com a China Three Gorges.

O presidente da EDP garantiu no Parlamento que “não há nenhuma conversa” com a China Three Gorges (CTG) para uma eventual fusão de ativos que a elétrica portuguesa detém no Brasil. A informação tinha sido avançada pela Bloomberg na terça-feira, mas trata-se de “especulação”, disse António Mexia aos deputados.

“Acho que a nossa posição foi muito clara: não há nenhuma conversa sobre esse assunto. Portanto, não temos nada a dizer porque isto tudo resulta, aliás, muitas vezes de especulação”, afirmou o gestor, citado pelo Jornal de Negócios (acesso condicionado). Mexia está a ser ouvido esta quarta-feira pelos deputados acerca do projeto da barragem do Fridão.

A Bloomberg noticiou na terça-feira que os chineses da CTG, maior acionista da EDP, tencionam fundir os ativos da EDP no Brasil com os que já detém no mesmo país. Segundo a agência, se o negócio avançar, a nova empresa que resulte da fusão poderá ser controlada pela CTG. A notícia indica que as negociações estarão ainda numa fase inicial.

Como escreveu o ECO, a EDP é acionista maioritária (com 51% do capital) da EDP Brasil e a hipótese de uma fusão dos negócios brasileiros já tinha sido levantada pela Reuters. O acionista ativista Paul Singer, do fundo Elliott — que entrou no capital da EDP em novembro do ano passado e manifestou-se pela primeira vez em fevereiro — defendeu a venda do negócio brasileiro, dizendo que poderia render 2,3 mil milhões de euros. A EDP Brasil acumula uma valorização de 33% em bolsa brasileira desde o início do ano.

(Notícia atualizada às 12h59 com mais informações)

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Bruxelas volta a alertar Portugal para reduzir dívidas em atraso dos hospitais

O país tem injetado capital para reduzir as dívidas dos hospitais, mas o volume destas continua a apresentar-se como uma preocupação para a Comissão Europeia.

Portugal injetou 1.400 milhões de euros para reduzir dívidas dos hospitais aos fornecedores no ano passado, e este ano já voltou a reforçar o capital dos hospitais em 282 milhões. No entanto, a Comissão Europeia insiste novamente na necessidade de diminuir os pagamentos em atraso na saúde. O Governo aprovou recentemente um plano com este objetivo.

Entre as recomendações específicas para Portugal no âmbito do semestre europeu, Bruxelas aponta a necessidade de “melhorar a qualidade das finanças públicas, priorizando os gastos que aumentam o crescimento, e ao mesmo tempo fortalecer o controlo geral da despesa, a eficiência de custos e a orçamentação adequada, com foco especial na redução duradoura das dívidas dos hospitais“.

A Comissão Europeia sublinha que as “dívidas hospitalares persistentemente altas resultam de planeamento e implementação do Orçamento inadequados e de fragilidades no controlo das contas e na gestão”. No entanto, reconhece que foi delineado um novo programa para 2019.

O Governo acabou de traçar um plano mais alargado de pagamento de dívidas dos hospitais aos fornecedores, que serão pagas ao longo de cinco anos, até 2023. No total serão pagos 855 milhões de euros de dívidas acumuladas por uma lista de 37 hospitais, que inclui pagamentos tanto a fornecedores externos como entre serviços da própria administração central.

Bruxelas deixa o alerta de que “a capacidade deste programa para abrandar a acumulação de dívidas ​hospitalares a curto prazo e levar a uma redução do seu stock global depende, fundamentalmente, da sua implementação oportuna e eficaz”. A instituição europeia relembra ainda que as diminuições temporárias nas dívidas em 2018 “resultaram essencialmente de medidas extraordinárias consideráveis”.

Em abril deste ano, as dívidas a fornecedores externos somavam 587,1 milhões de euros. No plano aprovado de liquidação de pagamentos em atraso no Serviço Nacional de Saúde, o Governo prevê pagar este ano 445 milhões de euros a fornecedores externos, a maior parte da dívida que será saldada até 2020.

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Bruxelas quer insolvências e recuperação de empresas mais rápidas para reduzir malparado da banca

A Comissão Europeia nota que ainda há muito malparado de empresas na banca portuguesa. Por isso, quer que Portugal agilize os processos de insolvência e recuperação.

A Comissão Europeia quer que os processos de insolvência e de recuperação de empresas em Portugal sejam mais ágeis e eficientes para ajudar os bancos a acelerar a redução do “elevado” nível de crédito malparado.

Bruxelas notou “progressos substanciais” na redução dos chamados empréstimos não produtivos (non performing loans) na banca portuguesa (representavam cerca de 10% dos ativos no final do ano passado) e salientou a “série de reformas legais e institucionais no âmbito da insolvência e a execução da dívida” no que diz respeito às empresas. Mas pede mais.

“A duração média dos processos de insolvência continua persistentemente elevada, assim como o número de casos pendentes em tribunal. Os enquadramentos legais e judiciais estão a afetar de forma considerável o processo de recuperação e as perspetivas para uma reintegração eficiente de garantias”, sublinha a Comissão Europeia nas recomendações específicas para Portugal ao abrigo do semestre europeu.

Salienta ainda que a “duração média dos processos de recuperação” de empresas é demorado e isso “pesa sobre os preços aplicados pelo mercado aos ativos não produtivos”.

Neste cenário, a Comissão recomenda a Portugal que se “aumente a eficiência dos processos de insolvência e recuperação” para “permitir uma recuperação mais rápida das garantias associadas a empréstimos não produtivos”.

De acordo com o Banco de Portugal, o rácio de malparado baixou para 9,4% no final do ano passado, Estes ativos não produtivos totalizam os 25,8 mil milhões de euros e diziam respeito sobretudo a crédito malparado no segmento empresarial. Há metas das autoridades europeias que apontam para um rácio de 5% até 2022.

(Notícia atualizada às 12h44)

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