CEO da Galp recebeu mais. Salário ficou perto de 1,8 milhões

Carlos Gomes da Silva recebeu mais pelo cargo de presidente executivo da petrolífera portuguesa. Remuneração aumentou 1,5% em 2019.

Carlos Gomes da Silva foi aumentado no ano passado. A remuneração global do presidente executivo da Galp Energia aumentou em 1,5%, aproximando-se dos 1,8 milhões de euros, revelou a petrolífera portuguesa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Depois de em 2018 ter recebido 1,75 milhões de euros, no ano passado, e num período em que os lucros da empresa que lidera encolheram em 21% para os 560 milhões de euros, o salário do CEO cresceu para 1,778 milhões de euros.

A remuneração fixa foi de 980 mil euros, mas entre remunerações variáveis, PPR e outros, o valor total foi de quase o dobro. O bónus do ano passado foi de 181 mil euros, inferior aos 227 mil euros do prémio plurianual. Só com PPR recebeu 245 mil.

Gomes da Silva recebeu quase o dobro do administrador executivo mais bem pago da Galp Energia. Thore E. Kristiansen arrecadou 923 mil euros, enquanto José Carlos Silva auferiu 840 mil euros.

No total, a administração executiva da Galp Energia recebeu 6,629 milhões de euros, com 3,6 milhões correspondentes à remuneração fixa e os restantes três milhões foram bónus.

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Hoje nas notícias: Sondagem, bens penhorados e carne

  • ECO
  • 24 Março 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Numa altura em que os casos de coronavírus continuam a aumentar, o Governo tem recorrido cada vez mais aos laboratórios privados para fazer testes. Nas empresas, somam-se as denúncias recebidas pelos sindicatos de vários incumprimentos e ilegalidades por parte dos empregadores em altura de pandemia, isto enquanto nos talhos e supermercados o preço da carne de vaca e frango dispara.

Pandemia reforça imagem de Costa, Marcelo perde popularidade

Uma sondagem da Intercampus mostra que o coronavírus está também a ter influência na popularidade dos governantes. A popularidade do primeiro-ministro subiu de 2,9 para 3,3 pontos percentuais, enquanto a do Presidente da República caiu de 3,9 para 3,7 pontos percentuais, numa escala até cinco. Entre todos os partidos, o Bloco de Esquerda e o Chega voltaram a ser as forças cuja popularidade mais aumentou, enquanto André Ventura foi o único líder partidário a cair neste indicador. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (link indisponível)

Estado paga 100 euros por teste à Covid-19 feito por privados

O Estado está a pagar a laboratórios privados 100 euros por cada testes à Covid-19. Há três laboratórios com os quais o Estado celebrou acordos e dois deles confirmaram este valor recebido para trabalhar para as autoridades públicas de saúde. Todos os dias abrem novos centros de rastreio, mas ainda assim o número de análises realizadas nos últimos dias desceu e, no domingo, ficava abaixo dos dois mil exames. O número fica muito abaixo dos da Direção Geral de Saúde, que diz que Portugal tem capacidade para 2.500 testes públicos e mais 1.500 testes no privado. Leia a notícia completa no Público

Sindicatos denunciam despedimentos, layoffs, dispensas e férias forçadas

Em pleno estado de emergência, vários sindicatos do país estão a receber denúncias de situações de “ilegalidades” por parte das empresas. Trabalhadores com contratos a termo e em período experimental que foram dos primeiros a ser notificados de que os contratos de trabalho não seriam renovados, em que as empresas induzem os trabalhadores para que sejam eles próprios a rescindir o contrato, mas sem lhes ser facultada a documentação para pedir o subsídio de desemprego são muitos dos vários exemplos. Leia a notícia completa no Diário de Notícias

Preço da carne dispara 30%

Numa altura em que parte do país está em teletrabalho e isolamento voluntário para travar a epidemia de coronavírus, a corrida aos supermercados está a gerar escassez de alguns bens e inflação dos preços de outros. A carne de vaca e de frango ficou 30% mais cara desde que o surto chegou a Portugal. O Governo já disse que não pretende racionar produtos, mas também alertou que as autoridades competentes estarão atentas a eventuais abusos nos preços dos produtos. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

Venda de bens penhorados ultrapassa os 1.659 milhões de euros

Desde que foi criado o portal da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE), e-leilões, já foram vendidos 16.140 bens resultantes de penhoras no âmbito de processos judiciais, de insolvência e apreendidos em processos-crime. Em valor, estas vendas já ultrapassam os 1.659 milhões de euros. Os imóveis e os veículos foram os bens mais vendidos, num total de 19.818 leilões. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Fórmula 1 com calendário mais curto. Vai ter 15 a 18 corridas

  • Lusa
  • 24 Março 2020

Temporada de 2020 tinha previstas 22 provas, mas dada a rápida propagação do novo coronavírus, o calendário teve de ser revisto.

O calendário do campeonato do Mundo de Fórmula 1, já com oito grandes prémios cancelados ou adiados, deverá ter de 15 a 18 corridas, devido à pandemia de Covid-19, informou hoje o diretor executivo da empresa promotora.

A temporada de 2020 tinha previstas 22 provas, mas dada a rápida propagação do novo coronavírus, o calendário teve de ser revisto, sendo que não deverá iniciar-se antes de 14 de junho, data prevista para o GP do Canadá, em Montreal.

“Reconhecemos, de facto, que há um potencial risco de atrasos adicionais nos eventos que constam atualmente no programa, mas esperamos, assim como os nossos parceiros, que a temporada comece num momento ou outro neste verão, com o calendário revisto para 15 a 18 corridas”, explicou Chase Carey, em comunicado.

De acordo com o diretor norte-americano, a última corrida da temporada deverá acontecer no final de novembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, contudo admite que “a temporada se possa estenda além das datas finais inicialmente previstas para o fim de semana de 27 a 29 novembro”.

Embora o ideal fosse “especificar e prever” com mais certeza o calendário de 2020, Carey afirma que tal “não é possível neste momento”.

“Não é possível prever neste momento um calendário mais específico, devido às circunstâncias [do novo coronavírus], mas esperamos ter uma visão mais clara da situação nos nossos países anfitriões, bem como das possibilidades de deslocação nos próximos meses”, acrescentou.

O Grande Prémio da Austrália, primeira ronda do calendário, foi cancelado no dia em que deveriam desenrolar-se os treinos livres. China, Bahrain, Vietname, Países Baixos e Espanha também adiaram as suas provas para datas posteriores, enquanto o Mónaco cancelou definitivamente a sua histórica prova.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.

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Trabalhadores dos call center em greve. Querem teletrabalho

  • Lusa
  • 24 Março 2020

Profissionais alertam que a maior parte dos locais de trabalho não teve qualquer preparação para o vírus. Defendem possibilidade de fazer teletrabalho.

O Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC) convocou uma greve a partir desta terça-feira para exigir teletrabalho para todos estes profissionais, “sem qualquer perda de rendimentos”, em pleno surto de covid-19.

“A situação geral nos call-center é caótica. A maior parte dos locais de trabalho não teve qualquer preparação, o que os torna potenciais focos de contágio”, alertou a entidade, num comunicado, no dia 20 de março.

Para aumentar a pressão sobre as empresas, o STCC resolveu “convocar greve geral” nos call-center a partir de hoje, defendendo que “as entidades patronais só vão acelerar a transição para teletrabalho se virem as linhas de atendimento paralisadas e os seus lucros afetados”.

Segundo o STCC, mesmo nos casos em que foram aplicadas medidas de contingência, estas “são insuficientes”.

“A ansiedade e o medo são o dia-a-dia de todos os trabalhadores. Em muitos casos, as chefias são as primeiras a ir para casa em regime de teletrabalho, ficando os trabalhadores a laborar em condições que já normalmente são insalubres e que na conjuntura atual potenciam o contágio a um nível inaceitável”, lamentou o sindicato.

O STCC deu ainda conta do panorama atual nestas empresas.

“Ainda há muitos call-center em que trabalhadores estão uns em cima dos outros sem qualquer distanciamento, os espaços são poucos e de curta dimensão, os espaços de refeição estão cheios, as casas de banho são poucas face ao elevado número de trabalhadores, os elevadores andam lotados em edifícios que chegam a ter mais de 10 andares, há falta de limpeza, falta gel desinfetante (muitas vezes são os trabalhadores que de sua iniciativa levam material de limpeza) e sabonete nas casas de banho, as portas internas estão fechadas obrigando a usar as mãos para entrar e sair”, relatou.

O sindicato disse mesmo que “trabalhadores e clientes vindos de países fortemente afetados pela pandemia não são monitorizados e estão misturados com a restante força de trabalho”, e que em alguns locais os profissionais “continuam a não estar diariamente num posto de trabalho fixo, sendo forçados a ‘dividir’ o manuseamento de computadores e de equipamentos entre si”.

O sindicato sublinhou que é “necessário que seja feita legislação específica para os call-center” e exigiu que “o Governo legisle no sentido de garantir que todos os trabalhadores de call-center sejam colocados em regime de teletrabalho, sem qualquer perda de rendimentos”.

“O Governo deve igualmente garantir que, até que todos estejamos em regime de teletrabalho, os trabalhadores de call-center que não prestem serviços essenciais (por exemplo no INEM ou no SNS24) sejam colocados em casa com salário completo. É preciso reforçar que não pode recair sobre os trabalhadores a responsabilidade de garantir os meios técnicos para a transição – algo que a legislação já prevê, mas que os empregadores não cumprem”, alertou o STCC.

A Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC), por seu turno, já garantiu que a grande maioria dos contact centers está a recorrer ao teletrabalho para proteger os seus trabalhadores da pandemia covid-19.

“Os contact centers que integram a APCC já acionaram planos de contingência para fazer face ao surto do novo coronavírus (Covid-19) e a grande maioria já está mesmo a recorrer ao teletrabalho”, como a BlissNatura, a Cetelem, os CTT, a GS1, a RHmais e a SIBS Processos, indicou, em comunicado divulgado recentemente, a associação.

Os trabalhadores podem optar pelo regime de teletrabalho aprovado no âmbito das medidas excecionais relacionadas com a covid-19 sem que seja necessário o acordo do empregador, desde que a prestação à distância seja compatível com as suas funções, segundo legislação publicada pelo Governo.

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Twitter faz alerta. Pandemia pode atirar empresa para prejuízos

  • Lusa
  • 24 Março 2020

Jack Dorsey indicou que, com base em dados atuais, é possível prever que as receitas do Twitter entre janeiro e março sejam “ligeiramente inferiores”. Pode ditar prejuízos no trimestre.

O Twitter reviu em baixa as projeções de receitas para os primeiros três meses do exercício fiscal de 2020, por causa do decréscimo de publicidade na plataforma digital, na sequência da pandemia da doença covid-19.

De acordo com um comunicado divulgado, citado pela agência espanhola Efe, a empresa liderada por Jack Dorsey indicou que, com base em dados atuais, é possível prever que as receitas do Twitter entre janeiro e março sejam “ligeiramente inferiores” em relação ao período homólogo de 2019.

Esta empresa também anteviu que poderá regressar temporariamente aos prejuízos, na sequência da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

Contudo, a rede social também registou um aumento de 23% no número de utilizadores que acedem ao Twitter diariamente, como consequência desta pandemia.

“O objetivo do Twitter é servir de plataforma para a discussão pública e, nestes tempos, o nosso trabalho é tremendamente importante. Estamos a observar um aumento no número de pessoas que estão a utilizar o Twitter e as nossas equipas estão a demonstrar uma resiliência incrível para se adaptarem a este momento sem precedentes”, apontou Dorsey.

Em 02 de março, o Twitter foi uma das primeiras empresas tecnológicas situadas em Silicon Valley, no estado da Califórnia, a recomendar o teletrabalho para os cerca de 5.000 funcionários que emprega.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.182 mortos em 33.089 infeções, o Irão, com 1.812 mortes num total de 23.049 casos, a França, com 860 mortes (19.856 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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Hoje há debate quinzenal. O que muda no hemiciclo por causa do Covid-19?

  • ECO
  • 24 Março 2020

O debate arranca às 15h00 e será discutida a necessidade de travar os despedimentos, por iniciativa do Bloco, mas com uma presença física de deputados e governantes muito menor do que o habitual.

No Parlamento decorre, esta terça-feira, o primeiro debate quinzenal com o primeiro-ministro desde a entrada em vigor do estado de emergência em Portugal. O debate arranca às 15h00 e será discutida a defesa do Serviços Nacional de Saúde e a necessidade de travar os despedimentos num momento em que as empresas fecham portas, por iniciativa do Bloco de Esquerda, sendo que o hemiciclo contará com uma configuração bastante diferente do habitual. Serão muito menos as presenças tanto do lado dos partidos representados nas bancadas, como do Governo, tal como determinam as regras de distanciamento físico impostas com vista a conter a propagação do novo coronavírus.

O primeiro-ministro leva ao Parlamento uma equipa reduzida de ministros, de modo a assegurar a distância mínima aconselhada pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número exato de governantes que acompanhará António Costa ao hemiciclo esta tarde não é certo, mas a declaração do estado de emergência a isso obriga. Nessa ocasião, na quarta-feira passada, António Costa teve a seu lado cinco governantes, separados entre si por apenas uma cadeira. É possível que o distanciamento possa ser agora ainda maior.

Já do lado das bancadas, no início da semana passada, foi decidido em conferência de líderes, as novas regras que permitissem assegurar as devidas distâncias entre os deputados a aplicar-se no Parlamento durante a pandemia.

Nomeadamente, que iria passar a funcionar com apenas um quinto dos deputados presentes. Ou seja, 46 num total de 320 deputados, garantindo assim o respeito da distância de segurança mínima de dois metros dentro das bancadas.

Os líderes dos grupos decidiram ainda que quando ocorressem votações, essas passassem a ser feitas com metade dos deputados mais um (116 deputados, o necessário para ter poder legislativo) e, para cumprir as recomendações da DGS, ao contrário do habitual o período de votação será aberto uma hora antes para que os deputados possam ir entrando e saindo do hemiciclo sem estarem todos ao mesmo tempo dentro da sala.

Esta segunda-feira a conferência de líderes voltou a reunir para discutir, nomeadamente, se o debate quinzenal deveria ou não acontecer. A posição de Rui Rio era negativa. “O PSD vai insistir, hoje, na conferência de líderes, que a Assembleia da República deve funcionar no regime de Comissão Permanente constitucionalmente previsto e evitar fazer o contrário do que exige aos portugueses. Juntar 230 pessoas encostadas umas às outras não faz sentido”, escreveu o presidente do PSD na rede social Twitter.

A posição não é única. Quando a solução do “quórum flutuante” foi decretada o CDS juntou a sua voz ao PSD para criticar a opção. Os dois partidos defenderam que seria mais claro e transparente o funcionamento do Parlamento através da Comissão Permanente. Para Adão Silva seria de evitar “soluções criativas”, como a que foi aprovada, e que “roça a inconstitucionalidade”, enquanto Telmo Correia criticou o Parlamento “a meio gás”. “O Parlamento funcionaria com um quinto, mas os outros passam por cá. Depois faz de conta que estavam mas não estavam”, ironizou o líder parlamentar centrista sobre a forma como se vai votar.

No entanto, para partidos como o Bloco de Esquerda “não seria compreensível” que, na situação em que o país de encontra, depois de ter sido decretado o estado de emergência, não se realizasse o debate onde o primeiro-ministro pode ser questionado sobre as medidas aplicadas e a sua eficácia.

A conferência de líderes acabou por decidir que o debate quinzenal de terça-feira será feito apenas com quórum de funcionamento, e que o plenário voltará a reunir-se em 1 de abril, podendo nessa ocasião renovar o estado de emergência. Foi também acordado que, num eventual debate sobre o estado de emergência, os deputados únicos do Chega e da Iniciativa Liberal terão direito a intervir por dois minutos, depois de na passada quarta-feira não terem podido usar da palavra.

A deputada do PS Maria da Luz Rosinha e porta-voz da conferência de líderes, citada pela Lusa, revelou ainda que o Governo transmitiu na conferência de líderes, através do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, disponibilidade para “reuniões periódicas com os líderes parlamentares para dar informações contínuas sobre o ponto de situação relativo ao novo coronavírus“.

A conferência de líderes decidiu ainda antecipar para terça-feira a tomada de posse da comissão de inquérito criada potestativamente pelo PSD, sobre a atuação do Governo no processo de atribuição de apoios relativos aos incêndios que deflagraram em Pedrógão Grande, em 2017, que ocorrerá depois do plenário.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 24 Março 2020

A nível internacional, o dia será marcado por reuniões do G7 e Eurogrupo. Por cá, há debate quinzenal, o primeiro depois de ter sido decretado o estado de emergência em Portugal.

O coronavírus continua a marcar a atualidade nacional e internacional. Lá fora, os ministros das Finanças da Zona Euro voltam a reunir-se para discutirem medidas, por forma a conterem o impacto económico do Covid-19. Em Espanha, o Conselho de Ministros reúne-se para provar o pedido para prolongar o estado de emergência até 11 de abril. Suspensão da maioria dos voos da Ryanair começa esta terça-feira.

Primeiro debate quinzenal após estado de emergência

Às 15h00 desta terça-feira o Parlamento reúne para realizar o primeiro debate quinzenal desde a declaração do estado de emergência na semana passada. O arranque do debate está a cargo do Bloco de Esquerda, sendo que o hemiciclo contará com uma lotação bem mais pequena do que o habitual devido às restrições de presenças de deputados e governantes imposta pelas novas regras do Parlamento a vigorar em tempos de coronavírus. O debate sempre avançou depois de a conferência de líderes assim o decidir e isto apesar de o PSD defender que o debate não deveria acontecer por contrariar as regras de concentração de pessoas decretadas pelo Governo.

Eurogrupo reúne. Coronabonds na calha?

Os ministros das Finanças da Zona Euro voltam a reunir-se, nesta terça-feira. O encontro por vídeoconferência visa discutir possíveis medidas para uma nova linha de defesa contra o surto de Covid-19, visando uma “resposta coordenada” aos impactos económicos. Na mira poderá estar a emissão de eurobonds, sendo que Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, também irá participar.

Conselho de Ministros espanhol prolonga estado de emergência

O Governo espanhol decidiu pedir autorização ao Parlamento para prorrogar por mais 15 dias o “estado de emergência” que vigorou até ao passado sábado. Esta terça-feira será a ocasião de o Conselho de Ministros espanhol aprovar o pedido para prolongar o estado de emergência até 11 de abril.

G7 reúne por videoconferência devido ao coronavírus

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido vão reunir-se esta terça-feira por videoconferência devido à pandemia de Covid-19. O encontro, que estava inicialmente previsto para Pittsburgh, na Pensilvânia e termina a 25 de março.

Ryanair cancela quase todos os voos a partir de hoje

Depois de ter anunciado uma forte redução nas viagens, a Ryanair foi mais longe e decidiu suspender quase a totalidade dos voos. A partir da meia-noite desta terça-feira, a maioria dos aviões da Ryanair deverão ficar em terra, com a exceção de “um número muito reduzido de voos” que “serão operados para manter um nível de conectividade essencial, principalmente entre o Reino Unido e a Irlanda”, informou a companhia aérea em comunicado.

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Moratória nos créditos por causa do vírus? Isto é o que está a ser feito lá fora

A banca portuguesa já abriu portas à suspensão do pagamento das prestações dos créditos às famílias com três bancos a revelarem medidas nesse âmbito. E lá fora o que está a banca a fazer nesse quadro?

O coronavírus promete ter um impacto devastador no bolso de muitas famílias portuguesas, nomeadamente na sua capacidade de cumprir com o pagamento das prestações dos créditos. Por essa razão, e depois de outros países europeus o terem feito, o Governo português prepara-se para publicar legislação que irá reger a atribuição de moratórias nos créditos, conferindo um alívio dos encargos com prestações às famílias mais afetadas neste período de impacto económico mais agudo. E a banca está recetiva.

Mário Centeno, o ministro das Finanças, revelou, no dia em que viu o Orçamento do Estado para 2020 aprovado pelo Presidente da República, que ainda esta semana o Governo irá publicar um diploma que “enquadra as moratórias bancárias a créditos que tenham a sua materialização ao longo do próximo trimestre”.

A publicação deste diploma irá regulamentar o quadro e os procedimentos que deverão reger a atribuição de moratórias de crédito pelos bancos, tendo em conta aquelas que são as indicações do supervisor europeu — o Banco Central Europeu — que no final da semana passada lançou novas medidas de emergência para incentivar a banca a ajudar a economia real a recuperar do impacto da Covid-19. Nomeadamente permitindo-lhes a flexibilização das regras de supervisão que serão aplicadas aos empréstimos concedidos pela banca, com garantias estatais.

Mas enquanto se espera pelo diploma que irá reger a atribuição destas moratórias de crédito, já há bancos portugueses que se disponibilizaram a a atuar nesse âmbito. Nomeadamente, a Caixa Geral de Depósitos, o BPI e o Santander.

Na passada semana, o banco de capitais públicos anunciou pretender avaliar a eventual carência de capital até seis meses a famílias com dificuldade em cumprir com o pagamento das prestações devido à crise do coronavírus.

no fim de semana, foi a vez de o BPI se mostrar disponível para uma moratória que, no caso das famílias, consiste na “concessão de uma carência de capital, acompanhada de prorrogação do prazo da operação, até seis meses, para operações de crédito regulares que se encontrem em período de reembolso, ou iniciem esse período em 2020”.

nesta segunda-feira, foi a vez de o Santander também se juntar a essas iniciativas. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida mostrou-se disponível para renegociar créditos à habitação com “a carência imediata de amortização de capital durante seis meses para as operações de crédito que se encontrem em situação regular”. Uma medida similar também prevê aplicar no caso do crédito ao consumo.

Aquilo que está a ser trabalhado, em Portugal, entre o Governo, o Banco de Portugal e a Associação de Bancos tem como objetivo dar seguimento ao que já está a ser feito noutros países. Concretamente, em Itália e Espanha, países que estão a ser duramente afetados pelo crescendo do número de contágios e de mortes, e onde já foi criada legislação específica para enquadrar a atribuição de moratórias nos créditos.

No que respeita à minimização dos riscos para a saúde dos bolsos das famílias resultante das falhas de pagamento das prestações dos créditos devido à crise do coronavírus, Itália foi o país precursor. No caso italiano, foi decidido suspender o pagamento das prestações dos créditos às famílias afetadas pelo coronavírus. A medida aplica-se a quem fique sem emprego ou tenha sido alvo de um despedimento temporário. A essas famílias será possibilitado o congelamento do pagamento das prestações que poderá ir até um máximo de 18 meses. Finda essa suspensão, os valores a cobrar aos devedores serão os mesmos que vigoravam antes do congelamento.

No caso espanhol, o decreto aprovado a 18 de março determina que os trabalhadores por contra de outrem ou independentes que provem estar com “dificuldades extraordinárias” em cumprir com os seus compromissos com créditos devido aos efeitos do coronavírus têm direito ao congelamento do pagamento das prestações — tanto do capital como dos juros. A medida é válida até 3 de maio, podendo vir a ser prorrogada para meses seguintes. Os bancos não podem nem pedir garantias adicionais às famílias nem cobrar juros de mora ou comissões por concederem a moratória.

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Que salário vou receber no novo regime de lay-off? Veja as simulações

O novo regime de lay-off foi criado para dar resposta à pandemia de coronavírus e apoia as empresas mais afetadas no pagamento de salários.

Face à pandemia de coronavírus, o Governo decidiu criar um novo regime de lay-off, garantindo aos trabalhadores das empresas mais afetadas o pagamento de, pelo menos, dois terços da sua remuneração. Desse valor, uma fatia de 70% é assegurada pelo Estado, o que alivia significativamente os gastos despendidos em termos salariais pelas empresas. Isso mesmo confirmam as simulações feitas pelo ECO, que também deixam claro que deverá ser considerável o peso colocado sobre a Segurança Social em resultado deste regime.

Conhecido como lay-off simplificado, este novo apoio extraordinário à “manutenção de contratos de trabalho” está disponível para empregadores que estejam em crise empresarial, isto é: paragem total da atividade decorrente da interrupção das cadeias de abastecimento globais ou da suspensão ou cancelamento de encomendas; ou quebra “abrupta e acentuada” de, pelo menos 40% da faturação, nos 60 dias anteriores ao pedido, em comparação com o período homólogo. Deste regime deverão também vir a beneficiar as empresas que foram obrigadas a encerrar portas na sequência da declaração do estado de emergência.

Aos trabalhadores das empresas que acedam a esse regime está garantido o pagamento de, pelo menos, dois terços da remuneração de referência, sendo tal valor pago — no caso da interrupção da prestação de serviços — em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo próprio empregador, que fica, além disso, temporariamente isento de pagar contribuições sociais.

Tal resulta, por um lado, na redução da remuneração liquida a receber pelo trabalhador e, por outro, na diminuição dos custos despendidos pela empresa com cada empregado. Contas feitas, também a Segurança Social e a própria Autoridade Tributária perdem verba à boleia deste novo regime. O primeiro-ministro revelou esta segunda-feira, em entrevista à TVI, que este novo regime deverá custar mil milhões de euros por mês aos cofres do Estado.

Simulações: qual será o novo salário e a poupança para a empresa

No caso de um trabalhador que recebia até agora 700 euros mensais, a empresa pagava todos os meses em taxa social única (23,75%) mais 166,25 euros, ou seja, gastava 866,25 euros para garantir o tal salário de 700 euros. Desse valor, o trabalhador descontava, depois, 11% para a Segurança Social (77 euros) e 29,4 euros em retenção na fonte de IRS (considerando um solteiro, sem dependentes), recebendo em termos líquidos 593,60 euros.

Com o lay-off simplificado, diz o Código do Trabalho, o trabalhador passará agora a receber, pelo menos, o equivalente a dois terços da remuneração, com um limite mínimo de 635 euros. Como neste caso os dois terços ficam abaixo (466,67 euros) desse último valor, é esse o montante a receber pelo trabalhador (635 euros).

Desses 635 euros brutos, 444,5 euros são assegurados pela Segurança Social e 190,5 euros pelo empregador. Será, de resto, esse o único valor despendido pela empresa para assegurar o salário ao trabalhador, já que não há lugar ao pagamento da TSU. Logo, os custos do empregador baixam de 866,25 para 190,5 euros, uma poupança de 675,75 euros.

Por outro lado, dos 635 euros, o trabalhador continua a ter de descontar 11% para a Segurança Social (69,85 euros), não fazendo, ainda assim, retenção na fonte, já que a parte da remuneração assegurada pelo patrão está abaixo do primeiro nível remuneratório ao qual se aplica tal taxa. Tudo somado, o mesmo trabalhador passará agora a receber, em termos líquidos, 565,15 euros, menos 28,45 euros do que ganhava até aqui.

No caso de um trabalhador que hoje receba 1.000 euros, o empregador gasta, todos os meses, mais 237,5 euros na TSU, ou seja, despende 1.237,5 euros para assegurar o salário de 1.000 euros. A esse valor é, depois, subtraído o desconto do trabalhador para a Segurança Social (110 euros) e da retenção na fonte (116 euros, no caso de um solteiro sem dependentes). Contas feitas, esse trabalhador recebia, até agora, em termos líquidos, 774 euros.

Com o lay-off simplificado, são assegurados 666,67 euros brutos (dois terços dos mil euros), sendo 466,67 euros pagos pela Segurança Social e 200 euros pagos pelo empregador, se houver interrupção da prestação de serviços. Desses 666,67 euros, o trabalhador desconta ainda 73,33 euros para a Segurança Social, ficando com um salário líquido de 593,33 euros.

Neste cenário, os custos do empregador descem de 1.237,5 euros para 200 euros (uma poupança de 1.037,5 euros), enquanto o salário líquido baixa 180,67 euros, de 774 euros para 593,33 euros.

Numa outra situação, um trabalhador que hoje ganhe, mensalmente, 3.500 euros custa ao seu empregador 4.331,25 euros, uma vez que há a pagar 831,25 euros em TSU. Por outro lado, com o desconto da Segurança Social (385 euros) e com a retenção na fonte (1.029 euros, no caso de um solteiro sem dependentes), dessa remuneração só chegam 2.086 euros ao bolso do trabalhador.

Com o novo lay-off, o tal salário de 3.500 euros passará agora para 1.905 euros, uma vez que os dois terços, nesse caso, são superiores ao limite máximo de três vezes o salário mínimo nacional estabelecido por lei.

Desses 1.905 euros, 1.333,5 euros são pagos pela Segurança Social e 571,50 euros pelo patrão. Do lado do trabalhador, há ainda lugar a um desconto de 209,55 euros para a Segurança Social, resultando num salário líquido de 1.695,45 euros, 390,55 euros abaixo do salário em circunstâncias normais.

Mesmo neste caso em que se atinge o valor bruto mais alto (os tais 1.905 euros), o trabalhador mantém-se isento de retenção na fonte de IRS, porque a parte paga pelo empregador continua abaixo do primeiro nível a ser taxado. “Na componente suportada pela empresa (30%), mesmo num cenário do apoio mais alto, o valor que a empresa paga não chega ao valor mínimo que está sujeito à retenção a fonte”, explica Luís Leon, da Deloitte.

Ao ECO, o fiscalista explica que o mesmo já se passa no regime de lay-off tradicional, “porque os apoios da Segurança Social não estão sequer sujeitos a IRS”. “O IRS não incide sobre apoios sociais. Por isso é que o subsídio de desemprego, a baixa medida ou a licença de paternidade não estão sujeita a IRS”, exemplifica.

Por outro lado, note-se que, em qualquer um destes exemplos de aplicação do novo lay-off, a Segurança Social perde uma fatia considerável da verba que conseguiria fora desta luta contra a pandemia.

No caso do salário de 700 euros, o Estado perde 617,90 euros, já que o empregador deixa de fazer contribuições sociais, a Segurança Social tem de pagar uma parte da remuneração (70%) e o desconto que passa a ser feito pelo trabalhador é inferior já que o salário também é mais baixo. No exemplo do salário de 1.000 euros, a perda é de 740,83 euros, pelas mesmas razões, e no caso do salário de 3.500 euros a perda é de 2.340,20 euros.

A CGTP tem alertado, por isso, para a pressão que esta medida colocada sobre a Segurança Social, avisando que tal pode conduzir à sua descapitalização.

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Serão as Coronabonds a salvação da Zona Euro em plena pandemia?

Ministros das Finanças do euro vão discutir uso do Mecanismo Europeu de Estabilidade para combater o impacto do coronavírus, numa altura em que cada vez mais vozes apoiam emissão de dívida conjunta.

Com uma pandemia a ameaçar a saúde da população e o isolamento a pôr em risco a economia, governos e bancos centrais multiplicam-se em medidas de contenção. Para as financiar, renasceu na Zona Euro a hipótese de emitir dívida pública em conjunto na esperança de que a partilha de risco permita evitar uma nova crise da dívida. No entanto, não é certo que — mesmo que tenha o apoio de todos os países e avance — esta opção possa ser uma tábua de salvação.

“A melhor política seria a de partilha de risco. A nova dívida iria cobrir custos adicionais de financiamento causados por esta crise. Idealmente, seria emitida por uma agência europeia comum com solidariedade de todos os Estados-membros em vez de por cada país separadamente. Seria a ideia das Eurobonds”, diz Eric Dor, diretor de estudos económicos da IESEG School of Management em Lille, ao ECO.

Desde que existe União Europeia, há mais de 28 anos, que se fala de emitir dívida em conjunto, tendo ganhado força quando foi criado o euro e, mais tarde, novamente durante a crise. Mas houve sempre oposição de parte dos países, incluindo a Alemanha.

O tema voltou a ser abordado na semana passada devido ao surto de Covid-19. O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte fez o pedido no Conselho Europeu e, pela primeira vez, a chancelar alemã Angela Merkel mostrou abertura. Merkel solicitou ao ministro das Finanças alemão que analisasse a potencial emissão de emitir Eurobonds específicas para este fim, ou seja, Coronabonds. E remeteu o tema para a reunião dos ministros das finanças.

Ministros das Finanças querem pôr MEE ao serviço

O Eurogrupo reúne-se esta terça-feira e o ECO sabe que os governantes irão discutir como usar o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para combater o impacto económico do coronavírus. Apesar de as Coronabonds poderem ser um tema em cima da mesa, as negociações que terão lugar deverão ser ainda preliminares.

Apesar de apoiar a ideia, Eric Dor é cético quanto ao que irá acontecer já que “vários países têm sempre sido relutantes a federalismo orçamental e solidariedade orçamental”. E sublinha que há um problema adicional: têm de haver condições associadas e este não seria o momento para impôr regras de austeridade aos países.

Lembrou, ainda assim, que houve “exceções” no passado: entidades como a MEE que emitem dívida e financiam os países. Ou seja, que já funcionam como uma espécie de Eurobonds. Estas poderão voltar a ser usadas pelas autoridades europeias, sendo assim uma solução de compromisso.

Entre os que consideram que é necessário um instrumento comum de dívida para mutualizar os custos orçamentais estão mais de 300 economistas europeus, o governador do Banco de Portugal Carlos Costa ou a presidente do Conselho de Finanças Públicas Nazaré da Costa Cabral. Mas a posição não é unânime.

Metas de redução da dívida não são alteradas

Não é claro que as Eurobonds acrescentam muito ao que já existe e não respondem aos principais problemas atuais“, diz o economista Ricardo Paes Mamede, ao ECO. O objetivo destes títulos seria permitir aos países financiarem-se com baixos custos em mercado, mas quando o risco se começou a espelhar no mercado de dívida, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um pacote de emergência.

O anúncio de que o BCE iria comprar 750 mil milhões de euros em dívida que levou novamente a uma quebra nas yields e “nada indica que Portugal não se consiga financiar em mercado”, diz Paes Mamede. O economista considera que as Coronabonds servem como sinal político de que a UE está a responder de forma conjunta e uma medida de prevenção já que não há garantias de que o BCE continue a ter sucesso na manutenção dos baixos juros.

“A questão que tem de ser colocada é o que vão fazer os países que não podem aumentar a dívida. As Eurobonds não deixariam de ser dívida portuguesa”, aponta o economista, que antecipa que a crise leve a dívida pública portuguesa para entre 140% e 150% do PIB (contra a estimativa de 116,2% do Governo para este ano).

Apesar de a Comissão Europeia ter suspendido as regras orçamentais permitindo aos países quebrarem as metas para o défice, o mesmo não acontece para as metas da dívida. Assim, os Estados-membros continuam condicionados pelo nível de endividamento. “A solução seria abolir o tratado orçamental ou permitir ao BCE comprasse diretamente dívida como anunciou a Reserva Federal dos EUA. Mas isso é impossível“, acrescenta.

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Um, dois ou 4,5 metros. Há uma distância social correta?

Há quem aconselhe a manter um metro de distância para evitar o contágio de coronavírus, mas também há países que recomendam um pouco mais. E pode chegar mesmo aos 4,5 metros.

Numa altura em que aumentam os casos de coronavírus, as autoridades de saúde alertam para a necessidade de os cidadãos porem em prática o “distância social”. O objetivo é simples: diminuir o risco de contágio. Mas, na hora de pôr esse distanciamento social em prática, fica a dúvida: quanto é? Há quem defenda que se deve manter um metro, outros defendem que deve ser mais. No final, cada país adota a sua própria recomendação sobre qual é a distância de segurança.

Logo que a epidemia começou a ganhar lastro na Europa, depois de ter infetado milhares de pessoas na China, onde o Covid-19 surgiu, Governo e Direção Geral de Saúde (DGS) começaram a falar na distância social que os cidadãos devem manter, assim como a necessidade de se lavar frequentemente as mãos para evitar o contágio.

Segundo a DGS, essa distância social é de 1,50 metros. “Mais do que usar a máscara, é essencial manter a distância de segurança uns dos outros”, tem afirmado a a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas.

Mas esta medida difere consoante os ambientes. No caso dos centros comerciais, já há um decreto que obriga a manter uma distância mínima de dois metros das outras pessoas e prevê ainda que, por cada 100 metros, só podem estar quatro pessoas. Já no caso do atendimento ao público, a DGS recomenda que “o atendimento em balcão se realize a distância apropriada”, isto é, “pelo menos um metro, idealmente dois metros”.

Contudo, da parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), as orientações são um pouco diferentes. No site da instituição, na parte dos conselhos sobre o coronavírus, é recomendado manter “pelo menos, um metro de distância de qualquer pessoa que esteja a tossir ou espirrar”.

E nos outros países? De um a dois metros

  • Alemanha: Distância mínima de 1,5 metros

O Governo alemão anunciou este fim de semana novas medidas de combate ao coronavírus. Numa altura em que a Alemanha conta com mais de 300.000 casos confirmados e mais de 13.000 mortos, Angela Merkel, citada pelo The New York Times (conteúdo em inglês), anunciou a proibição de grupos com mais de duas pessoas, exceto famílias, e uma distância mínima de 1,5 metros ou quatro passos de separação das pessoas. Estas novas regras estarão em vigor durante, pelo menos, duas semanas.

  • Brasil: Distância mínima de dois metros

No Brasil, o ministro da Saúde recomenda manter, sempre que possível, uma distância mínima de dois metros das outras pessoas. “Dois metros de uma pessoa para a outra. Essa é a recomendação atual de distância social. Porque quando falamos, a gotícula, mesmo que não vejamos, sai”, disse Luiz Henrique Mandetta, citado pelo O Globo.

  • Itália: Distância mínima de um metro

Em Itália, as recomendações do Governo e das autoridades de saúde são para manter uma distância social mínima de um metro entre as pessoas, de forma a evitar o contágio de coronavírus. Mas também aqui há exceções. De acordo com o Il Fatto Quotidiano (conteúdo em italiano), há um decreto que prevê que, nas situações em que os trabalhadores não consigam cumprir esta distância, devem proteger-se com máscaras. Uma medida que não está a ser bem aceite por muitos setores, que consideram isso insuficiente. A situação em Itália é, atualmente, das mais preocupantes do mundo, com mais de 50 mil infetados e mais de cinco mil mortes.

  • Espanha: Distância mínima de um a 1,5 metros

No país vizinho, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro, apontou para uma distância social que deve ser cumprida para evitar o crescimento galopante de casos em Espanha. Essa distância é de um metro, mas na Catalunha é maior. O presidente da Generalitat, Quim Torra, anunciou este fim de semana que vai estabelecer uma distância mínima de 1,5 metros entre os trabalhadores, exceto nos serviços de saúde, sociais e órgãos de segurança, diz o La Vanguardia (conteúdo em espanhol).

  • Reino Unido: Distância mínima de dois metros

Aos britânicos é imposta uma distância mínima de dois metros, isto num país onde milhares de restaurantes já encerraram devido à pandemia. “Se as pessoas não souberem usar os parques e parques infantis de forma responsável, de uma forma que observa a regra dos dois metros de distância, claro que teremos de considerar mais medidas”, avisou Boris Johnson, depois de ter pedido à população para manter o distanciamento social.

  • França: Distância mínima de um metro

Em França, as recomendações da Direção-Geral de Saúde daquele país indicam uma distância mínima de um metro entre as pessoas. “Estamos a caminhar rapidamente para uma epidemia generalizada no país”, disse este sábado o diretor-geral de Saúde francesa, citada pelo Le Parisien (conteúdo em francês). Jérôme Salomon pediu ainda aos franceses para “respeitarem estritamente as instruções”, tanto da distância social como da quarentena.

Estudo chinês aconselha a manter distância superior a 4,5 metros

Apesar de todas as recomendações/obrigações, um estudo feito pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Província de Hunan, citado pelo South China Morning Post (conteúdo em inglês), contrariou os números avançados por estes países. Mesmo antes de haver um surto, quando apenas se contavam alguns casos, ocupou-se um autocarro e colocou-se uma pessoa infetada (sem máscara) nos lugares do fundo.

O estudo concluiu que oito pessoas ficaram infetadas, incluindo as que estavam a 4,5 metros de si. Ou seja, uma distância de 4,5 metros não é suficiente para evitar o contágio. “Pode confirmar-se que, num ambiente fechado com ar condicionado, a distância de transmissão do novo coronavírus vai ser superior à distância normalmente recomendada”, escreveram os autores, num artigo publicado na revista Practical Preventive Medicine.

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Luz e gás de graça em tempo de pandemia? Ambientalistas contra a ideia, empresas preferem outras “ofertas”

As empresas do setor da energia não têm neste momento nos seus planos tornar grátis a eletricidade e o gás. Em alternativa avançaram com planos alternativos com outras "ofertas" para clientes.

Em tempo de pandemia, com o estado de emergência a obrigar as famílias a ficar em casa e muitos negócios a fechar portas, os serviços básicos como eletricidade e gás natural deviam ser oferecidos pelas empresas? O Capital Verde, do ECO, fez a pergunta. Respostas dividem-se.

A Deco garante que os valores das faturas vão aumentar (algures entre quatro e 25 euros) e pede medidas de exceção para aliviar o orçamento familiar. Alguns ambientalistas até concordam com a ideia de um “desconto social” nas tarifas de luz e gás, mas outros são mesmo contra a ideia de tornar estes serviços gratuitos, como forma de regular o consumo e incentivar a poupança energética.

Quanto às empresas do setor da energia, não têm neste momento nos seus planos tornar grátis os seus produtos e serviços, mas em alternativa as maiores operadoras do mercado avançaram com planos alternativos de medidas e outras “ofertas” para os consumidores. É que apesar de a Deco estimar que as famílias em isolamento social consumam pelo menos mais 20% de energia, no total o consumo de eletricidade promete cair a pico no país.

De acordo com a Reuters, foi o que já aconteceu em Itália e em França: no norte de Itália, a região mais afetada pelo novo coronavírus, o consumo de energia elétrica recuou 25% nas últimas semanas, enquanto no resto do país houve queda de cerca de 15%. Em França, a procura também caiu 15%, sobretudo devido à desaceleração económica associada à epidemia.

Por cá, a REN ainda não compilou os dados do mês de março, mas de acordo com os registos do consumo de eletricidade disponíveis no site, é possível verificar a mesma tendência: olhando apenas para as últimas três sexta-feiras de março, vemos que o volume total de energia elétrica comercializada caiu de 150 GWh a 6 de março, para 143,6 GWh a 13 de março e, por fim, 136,2 GWh a 20 de março.

Perante estes números, fonte oficial da EDP garantiu ao Capital Verde que, em relação ao impacto da atual situação de pandemia, “neste momento, ainda é difícil ter uma noção real do impacto que vai ter no consumo de energia. Mas é previsível que, face à paragem temporária de atividade de muitos clientes industriais e empresariais — que são os grandes consumidores de energia –, os níveis de consumo sofram uma quebra”.

Borlas na luz e no gás? Empresas contra-atacam com outras “ofertas”

sobre hipotéticas “borlas” na luz e gás, a EDP prefere sublinhar as medidas já avançadas: “Suspender todos os cortes de energia agendados, sendo esta uma medida que deverá ser mantida no decurso das próximas semanas; em paralelo, e desde o início da semana passada, a EDP comercial tem vindo a comunicar aos seus clientes a possibilidade de flexibilizar o prazo e modo de pagamento das faturas, sempre que seja manifestada essa necessidade, via: diferimento da data de pagamento; parcelamento do valor em dívida, sem juros. Para tal, os clientes deverão manifestar essa intenção junto dos canais habituais, com preferência para os canais digitais, e aguardar resposta da EDP que procurará responder a todas as solicitações com a maior brevidade possível”, referiu fonte oficial.

Por seu lado, Miguel Checa, diretor-geral da Goldenergy, disse que a empresa ainda não conseguiu perceber os efeitos diretos no consumo do mercado residencial, mas “tenho a certeza que este consumo irá aumentar. No setor industrial essa queda abrupta no consumo já foi percebida e deveu-se à menor atividade. Em Espanha, por exemplo, já há notícias de que o consumo elétrico caiu 5,2% e o do gás 9,5%”.

“Com quase 20% de quota de mercado, temos uma posição muito significativa no mercado industrial de gás em Portugal. Os nossos clientes enfrentam uma quebra da procura da sua atividade que tem influência nos seus consumos e na sua tesouraria. Estas dificuldades afetam também a Goldenergy, pelo menor consumo e prazos de pagamento mais alargados”, diz Miguel Checa.

Fazendo os cálculos para o setor residencial, o responsável da comercializadora do grupo suíço Axpo estima que “tendo em conta a fatura média dos nossos clientes, o aumento poder andar à volta de 15 euros/mês na eletricidade e de 7 euros no gás“. Não porque aumenta o preço da energia, mas porque, se aumenta o consumo, aumentam também os valores das taxas e impostos associados.

Em relação à ideia de aplicar “descontos sociais” às tarifas ou mesmo cobrar zero, o diretor geral explica que, em vez disso, a empresa criou um fundo de 300 mil euros para oferecer um mês de eletricidade e gás a um máximo de 6.000 clientes que apresentem perdas de rendimento. “Pode ser pouco, mas é uma ajuda válida, Queremos responder às crescentes necessidades de energia para quem ficar em casa no regime de teletrabalho, prevenção ou assistência aos membros da família“, remata o diretor geral da Goldenergy.

Neste momento, também a Endesa diz não ser possível ainda quantificar os impactos do isolamento social no consumo de eletricidade e gás. A elétrica espanhola avançou apenas com a suspensão de todos os cortes de luz e gás que estivessem programados por falta de pagamento desses clientes.

A Iberdrola informou que vai alargar o prazo de pagamento das faturas emitidas nos meses de março e abril de 2020 a um período de 90 dias (até fim de junho e julho, respetivamente), em substituição dos habituais 30 dias, para clientes residenciais. Vai também flexibilizar o pagamento das faturas, mediante fracionamento dos valores faturados até 12 meses, sem cobrança de juros de mora, aos clientes residenciais que o solicitem.

Na luz e gás residencial e para empresas, a Galp garante que “não efetua cortes de fornecimentos em contexto de pandemia. Estamos solidários com os portugueses neste momento difícil que todos atravessamos”. No pacote de apoios da petrolífera soma-se ainda a oferta de um mês de consumo de eletricidade e gás natural para mais de 500 Instituições Públicas de Solidariedade Social suas clientes.

Ambientalistas contra eletricidade e gás de graça

A primeira a fazer o apelo foi a Quercus: “Neste período de contenção, em que as famílias estão quase obrigadas a ficar em suas casas, seria importante as empresas fornecedoras de energia, água e gás pudessem oferecer um desconto social na prestação destes mesmos serviços básicos“, disse a associação de defesa da natureza ao Capital Verde, do ECO.

Depois disso, também a Deco avançou que as famílias com tarifa di-horária serão as mais prejudicadas e sugeriu que “durante este período de crise, se estabeleça a possibilidade de estes consumidores pagarem como se tivessem a tarifa simples”. A mesma coisa no gás natural: “Uma solução possível para aliviar o orçamento, passa por esticar o limite do primeiro escalão até aos 500 m3 por ano, atingindo o segundo escalão: uma medida que ajudaria mais de 90% das famílias”. A defesa do consumidor diz que as medidas já anunciadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) são importantes, mas “não são suficientes para aliviar a fatura dos consumidores, em especial quem tem tarifa bi-horária”.

“Tratando-se de serviços públicos essenciais, é necessário que sejam tomadas as medidas necessárias para garantir, por um lado, que o fornecimento se mantém, e, por outro, que o orçamento familiar não se vai ressentir demasiado, sobretudo quando muitos consumidores podem ver os seus rendimentos mensais mais reduzidos“, remata a Deco.

Por seu lado, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável e a Associação Natureza Portugal (ANP), que trabalha em alinhamento com o WWF – World Wide Fund For Nature, estão contra a ideia de tornar serviços básicos como a luz e o gás gratuitos, como forma de regular o consumo e incentivar a poupança energética.

“Os dados indicam que o preço é um fator importante para promover um uso mais regrado. Assim, para já, não somos apologistas da ideia de tornar gratuitos estes serviços básicos“, disse ao Capital Verde, do Eco, Susana Fonseca, da associação Zero.

Ângela Morgado, diretora executiva da ANP|WWF, tem a mesma opinião “Compreendemos que estes consumos são fora do hábito das famílias, mas é um serviço que está a ser prestado e que deve continuar a ser pago pelos utilizadores, até para que haja uma auto-regulação dos consumos. É muito provável que o que é gasto neste contexto esteja a ser poupado pela ausência de consumo de combustíveis, passes de transportes, refeições fora de casa (que são sempre mais caras que as caseiras), compras por impulso, desporto e lazer, entre outros gastos que agora não existirão”.

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