Covid-19, preço do petróleo e renováveis roubam metade do valor à Galp Energia

Prejuízos de 45 milhões de euros espoletaram a pressão vendedora das ações, mas a tendência não é de agora. Investidores mostram resistência à reconversão do negócio e à aposta em renováveis.

A Galp Energia já perdeu 5,35 mil milhões de euros em bolsa só este ano, ou seja, metade da capitalização. A tendência de queda acentuou-se esta semana após a apresentação de resultados da empresa, mas não é nova. A pressão que a Covid-19 gerou nos preços do petróleo a par dos esforços de investimento na transição energética estão entre os principais fatores para a desvalorização da petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva.

A petrolífera registou prejuízos de 45 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que compara com lucros de 403 milhões no mesmo período de 2019. Logo a seguir comunicou a venda de 75,01% da participação de 77,5% na Galp Gás Natural Distribuição por 368 milhões de euros. Dois dias depois chegava a acordo com a Petrobras para a alienação da participação numa plataforma flutuante em construção no Brasil por 85 milhões de euros.

As perspetivas de encaixe financeiro nos próximos meses não foram suficientes para animar os investidores. A reação foi imediata e prolongou-se ao longo das sessões, levando as ações a caírem 15,7% até aos 6,862 euros por ação em que fechou esta quarta-feira. É o valor mais baixo desde outubro de 2008.

A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva não está sozinha. Pares como a BP, a Shell ou a Total também têm sido fortemente penalizadas na bolsa. As petrolíferas “estão a ser penalizadas pelo forte declínio dos preços do petróleo”, explica Paulo Rosa, senior trader do Banco Carregosa, apontando para desconto de que o valor do barril caia abaixo dos 30 dólares.

A queda dos preços comprime as margens face ao preço de extração, ainda que a portuguesa tenha alguma margem de manobra. “A Galp é uma das empresas petrolíferas com o breakeven mais baixo no nosso universo de cobertura e oferece longevidade sobre o perfil de produção até 2030″, aponta a RBC Capital Markets, numa nota a que o ECO teve acesso.

Ainda assim, a empresa não é imune às variações, especialmente numa altura em que é expectável que o crescimento da procura por combustíveis fósseis estagne nos próximos dez anos. A remoção do dividendo e a falta de clareza sobre a alocação de capital geraram alguma underperformance. Consideramos que o portefólio está significativamente subavaliado“, acrescenta.

A alocação de capital a que os analistas se referem alinha com algum “stress ambiental” que Rosa também vê. O ambiente tornou-se um ponto fulcral para o setor. As petrolíferas têm-se apressado a procurar estratégias para reforçar a presença nas renováveis, incluindo a Galp. Depois de, na viragem do século, o então CEO Manuel Ferreira de Oliveira ter feito uma experiência nas renováveis, mas ter posto a pasta na gaveta, foi o atual líder Gomes da Silva a retomar o tema.

Fatura pesada das renováveis

A Galp Energia comprometeu-se, em 2017, a alocar anualmente entre 10% e 15% do investimento em renováveis. No entanto, a chegada tardia obrigou a empresa a acelerar. Só este ano, já comprou dois projetos ligados a energia renovável. Em janeiro, anunciou a aquisição de uma empresa de energia solar em Espanha, a Zero-E, num investimento que vai ascender a 2,2 mil milhões de euros até 2023. Em julho, comprou também uma participação de 50% nos projetos de construção de duas centrais fotovoltaicas em Ourique, onde vai investir um total de 315 milhões.

“Tinha de ter sido feita uma diversificação antes, mas não foi feita. A Galp não perdeu o comboio das renováveis, acabou por apanhá-lo, mas definitivamente não esteve na dianteira. Está a tentar recuperar caminho e com vontade, mas os retornos são baixos”. É assim que uma das fontes contactadas pelo ECO sumariza o que se está a passar na Galp Energia.

Não é fácil neste momento comprar ativos renováveis e o retorno é baixo (de cerca de 8% a 10%). E devia ter reforçado a equipa com pessoas especialidades, o que não fez“, diz a mesma fonte da banca de investimento, sobre a empresa que tem a gestora Susana Quintana Plaza com o pelouro das renováveis. Acrescenta que as petrolíferas BP, Shell e Total “têm maior músculo financeiro para comprar grandes ativos financeiros”.

Se o caminho de mudança do negócio poderá ser visto como positivo para a sustentabilidade de longo prazo da empresa, a estratégia (de aquisições) os custos (com impacto na disponibilidade financeira e dividendos) e a incerteza face ao setor poderão pesar no sentimento dos investidores. Isto apesar de o petróleo continuar a ser o principal negócio da Galp Energia, com grande parte dos resultados a serem gerados no Brasil.

Queda exagerada? CEO aproveita

A pressão vendedora que tem tomado conta das ações da Galp Energia está a levar, contudo, a que os títulos estejam a transacionar em bolsa a um valor muito inferior àquele a que deveriam, considerando os indicadores fundamentais. Ou seja, há sinais de que queda pode ter ido longe demais, subavaliando o negócio.

A média do preço-alvo das ações da Galp Energia situa-se em 12,56 euros (com um potencial de valorização de 83%) contra 12,89 euros há um mês. Há, por isso, quem veja oportunidades. “É tempo para ser audaz”, afirmava a Société Generale, numa nota emitida esta quarta-feira, em que elevou a recomendação para “comprar” de “manter”.

Entre os 22 analistas que cobrem a Galp, 14 recomendam aos clientes “compra forte” ou “compra”, sete “manter” e apenas um “vender”. E se poucos investidores têm seguido estas recomendações, dentro da Galp Energia há quem o faça, procurando dar um sinal de confiança na empresa e no seu futuro. Carlos Gomes da Silva, o CEO, comprou 7.500 a 7,05 euros, cada, enquanto Filipe Silva, CFO da empresa, comprou 5.000 títulos a 7,02 euros, cada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Quem tem e não tem de usar máscara? Perguntou ao Google, nós respondemos

O uso de máscara em todos espaços públicos é obrigatório sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde não seja possível. Mas estão previstas algumas exceções.

Já era obrigatório usar a máscara nos espaços fechados e agora também é obrigatório nas vias públicas. Esta é mais uma medida do governo para tentar evitar a propagação do novo coronavírus em Portugal, numa altura em que os casos de contágio aumentam diariamente.

Todas as pessoas devem usar máscara, sempre que não seja possível manter o distanciamento de segurança recomendado pelas autoridades de Saúde, mas há exceções. Saiba quais neste vídeo:

http://videos.sapo.pt/ZzyvSBgDhMkRv1ZMAwSl

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lagarde ainda só usou metade da bazuca e já prepara reforço

O Banco Central Europeu poderá abrir caminho a um aumento do programa de estímulos associado à pandemia em 500 mil milhões de euros. Até agora, usou cerca de 617 mil milhões.

O agravamento da pandemia na Europa poderá ser razão para o Banco Central Europeu (BCE) reforçar a bazuca de combate à crise. Até agora, a instituição liderada por Christine Lagarde usou cerca de metade do envelope que tem disponível podendo anunciar um alargamento já esta quinta-feira, após a reunião do Conselho de Governadores. No entanto, a expectativa não é consensual entre analistas, que alertam que poderá haver discórdia entre os decisores políticos.

“Mais infeções, mais restrições e mais alívio na política monetária? O BCE poderá preparar o caminho para mais estímulos em dezembro, sem mostrar as cartas”, diz Carsten Brzeski, global head of macro do ING. O banco de investimento — que lembra que ao contrário do que acontecia com Mario Draghi, Christine Lagarde é mais difícil de ler — antecipa que haja um aumento do programa de compra de ativos normal e em vez do programa pandémico.

A instituição liderada por Christine Lagarde lançou, em meados março, um programa de emergência pandémica (PEPP, na sigla em inglês) com 750 mil milhões de euros para comprar dívida pública e privada dos países da Zona Euro até ao fim do ano, tendo posteriormente reforçado o envelope para 1,35 biliões de euros.

Os últimos dados agregados (divulgados semanalmente) indicam que o BCE detém quase 616,9 mil milhões de euros em dívida comprada no âmbito do PEPP, ou seja, gastou cerca de metade do envelope. Grandes economias como a Alemanha, Itália ou França estão entre as mais beneficiadas. No caso de Portugal, o BCE tinha comprado 11.649 milhões de euros no final de setembro (data dos últimos dados disponíveis por país).

Fonte: Banco Central Europeu

Além do PEPP, o BCE continuou com o programa de compra de dívida que já tinha em curso, a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros e até o reforçou com um envelope temporário de 120 mil milhões a ser usado também até ao final de 2020. Entre os vários programas, os economistas consultados pela Bloomberg antecipam um aumento dos estímulos em 500 mil milhões de euros. Poderá, no entanto, fazê-lo só mais tarde.

“O BCE não precisa fazer nenhum anúncio de política na reunião de outubro, mas deve enfatizar a sua disposição para fazer futuras intervenções em face de uma deterioração nas perspetivas macroeconómicas”, refere Franck Dixmier, global CIO fixed income da Allianz Global Investors. “Perante a deterioração das perspetivas económicas e a baixa inflação no contexto do agravamento da crise sanitária, Christine Lagarde deve afirmar veementemente a sua disposição para tomar medidas adicionais de suporte monetário no final do ano“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Álvaro Santos Pereira defende mecanismos que permitam reforma mais tarde

Aumento da idade da reforma e novas fontes de financiamento da Segurança Social promovem a sustentabilidade do sistema. Conferência web da Proteste Investe traça caminhos para o sistema de pensões.

Com as pessoas a viverem cada mais tempo, e de forma mais confortável, deveriam ser criados mecanismos para que, quem quiser, possa trabalhar até mais tarde, defende Álvaro Santos Pereira, diretor do departamento de Economia da OCDE. Santos Pereira aponta assim que tem de se “mudar o mercado de trabalho” para contribuir para a sustentabilidade do sistema de pensões, num debate sobre “O futuro do atual modelo de Segurança Social”, uma conferência digital promovida pela Proteste Investe em parceria com o ECO. A “flexibilidade ao nível da idade de reforma é fundamental”, acrescenta.

Neste sentido, o antigo ministro da Economia e do Emprego salienta também a importância da aprendizagem ao longo da vida, nomeadamente para que as gerações mais velhas “não fiquem para trás”, no que diz respeito à digitalização e novas tecnologias.

Esta visão foi partilhada por Paulo Trigo Pereira, Professor Catedrático do ISEG/Universidade de Lisboa e Presidente do Institute of Public Policy, também presente no painel, que defendeu que, “se estamos a pensar em prolongar a idade média de trabalho, é fundamental que haja formação profissional”.

Já Susana Peralta, professora da Nova SBE, ressalva que “há relações muito diferentes com o trabalho”, de forma a que não se pode, “de maneira uniforme querer que vão todos trabalhar mais tarde”. Defende assim o desenho de “esquemas que permitam a pessoas um ajustamento em função das capacidades”.

Sistema de pensões “não incentiva poupança”

Para além destas mudanças no mercado de trabalho, Santos Pereira salientou a necessidade de reforma da Segurança Social, nomeadamente no que diz respeito à poupança. “Poupamos cerca de metade do que poupa a União Europeia”, apontou, algo que está relacionado com o sistema de pensões, quenão incentiva a poupança”.

O diretor do departamento de Economia da OCDE argumenta que se deve “simplificar possibilidade” de se poupar através da Segurança Social, incentivando a poupança e usando o sistema para “poder aumentar a poupança nacional”.

Paulo Trigo Pereira contrapõe, no entanto, que os produtos de poupança “não resolvem o problema”, que se centra nas gerações mais novas, que têm mais tendência a ter vínculos precários e quando chegam a idade de reforma “têm uma vida contributiva irregular”. João César das Neves, professor catedrático da Universidade Católica, corrobora este ponto de vista, defendendo que os “jovens já hoje são altamente prejudicados”, nomeadamente porque as leis protegem os mais velhos, num sistema que está a “favorecer os mais velhos e prejudicar os mais novos”.

Santos Pereira defende também que não se dá a devida importância aos jovens, reiterando que se devia “promover uma sociedade empreendedora e dar oportunidades” aos mais novos.

Segurança Social aguenta?

Quanto à reforma na Segurança Social, apesar de ter sido feita uma em 2017, “bastante ambiciosa”, esta não foi “suficiente”, sendo que os custos do envelhecimento vão ser refletidos nas contas públicas, indica o ex-ministro do Governo de Pedro Passos Coelho. Deixou assim o alerta de que, estes custos, que se sentem na Segurança Social e nos sistemas de saúde, podem pesar na dívida pública.

Perspetivando a necessidade de reforma do sistema, Susana Peralta defende que é necessário “começar a dissociar financiamento da Segurança Social dos rendimentos do trabalho”. “Enquanto continuarmos a debater sustentabilidade apenas baseada nos rendimentos do trabalho vamos estar num beco sem saída”, reiterou.

Uma das outras formas de financiamento poderia ser então os impostos sobre o capital, aponta. Perante esta perspetiva, João César das Neves aponta que o “problema é termos capital para tributar”. “Não temos poupança, estamos endividados”, reitera, acrescentando que “o que tinha sido investido desapareceu”. Para o professor, o crédito está todo concentrado no imobiliário ou consumo, defendendo que a Segurança Social é “parte do problema”.

Um país mais velho

Antes do debate, João Peixoto, professor do ISEG, fez uma apresentação sobre demografia do país. “O futuro da demografia portuguesa: o que nos dizem (e não nos dizem) as projeções demográficas?”. O envelhecimento da população é um dado que se constata em todas as projeções — sem ter em conta, claro, efeitos desconhecidos à data como o comportamento da imigração, por exemplo — e para isso, João Peixoto deixa três áreas de intervenção nas variáveis demográficas: Promoção do aumento da fecundidade, manutenção dos ganhos da esperança de vida – mas com saúde, e controlo da emigração e abertura à imigração.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Do recolher obrigatório ao confinamento parcial, Europa protege-se do vírus

Com o número de pessoas infetadas a disparar, os países vão tomando medidas mais drásticas para travar a evolução da pandemia. Isto é o que está a ser feito na Europa.

Um pouco por toda a Europa, são vários os países que já adotaram medidas mais drásticas para combater a evolução da pandemia. À medida que o número de pessoas infetadas com a doença vai subindo, batendo-se recordes diários de novos casos, os Governos vão adotando novas restrições para tentarem controlar a escalada de casos que ameaçam os sistemas de saúde. Veja o que já está a ser feito nos países do Velho Continente.

Espanha decreta recolher obrigatório entre as 23h e as 6h

Depois de Espanha ter atingido um novo máximo de novos casos de infeção, o primeiro-ministro espanhol admitiu na passada sexta-feira que a situação era “grave”, reiterando ser necessário adotar medidas que causassem “o menor dano possível à economia”. Assim, no domingo, Espanha passou do estado de alarme para o estado de emergência, e com isso vieram novas medidas.

O estado de emergência vai durar 15 dias, mas o Governo de Pedro Sánchez quer estendê-lo até abril do próximo ano. Uma das consequências deste estado de emergência foi a imposição de um recolher obrigatório em todo o país das 23h às 6h da manhã. No entanto, os Governos regionais poderão mudar ligeiramente este período, atrasando ou adiantando em uma hora.

Espanha registou esta quarta-feira 19.765 novos casos de infeção, elevando para 1.136.503 o total de infetados no país. As autoridades sanitárias contabilizaram mais 168 mortes atribuídas à doença, passando o total de óbitos para 35.466. A região de Madrid é a mais atingida desde o início da pandemia e tem atualmente 301.493 pessoas infetadas.

Itália encerra piscinas, ginásios, teatros e cinemas

Decidida a tentar travar o aumento do número de casos de coronavírus no país, o Governo italiano anunciou no domingo o encerramento de piscinas, ginásios, teatros e cinemas a partir desta segunda-feira, bem como o fecho às 18h dos bares e restaurantes. Este anúncio foi feito após várias horas de negociação com as regiões italianas que pretendiam ajudas para os proprietários de bares e restaurantes.

Estas medidas vão durar até 24 de novembro, tendo os italianos de continuar a usar máscara em todos os momentos — uma medida obrigatória — recomendando-se que sejam evitadas as visitas em casa. O Governo não decretou a proibição da deslocação entre regiões, mas recomendou às pessoas que “não se desloquem, por meio de transporte público ou privado, a um município que não seja o de residência”.

O endurecer das medidas em Itália surge depois do aumento exponencial de casos no país, tendo sido registado esta quarta-feira um novo máximo diário de novos casos: 24.991 infetados nas últimas 24 horas, elevando para 276.457 o número de casos ativos. O coronavírus já provocou a morte de 37.905 pessoas no país, 205 das quais nas últimas 24 horas.

Bélgica antecipa recolher obrigatório para as 22h

As autoridades de Bruxelas decidiram no sábado antecipar da meia-noite para as 22h o recolher obrigatório imposto no país, tendo ainda ordenado o encerramento das lojas às 20h. O anúncio foi feito pelo ministro presidente da região, Rudi Vervoort, uma decisão que vai além das adotadas na sexta-feira pelo Governo belga e que inclui ainda a proibição de atividades culturais e desportivas a partir de segunda-feira.

O país decretou a 16 de outubro recolher obrigatório e, face ao evoluir da situação, o Governo belga decidiu antecipar a hora de permanecer em casa. “A situação é muito grave”, disse Rudi Vervoort em conferência de imprensa.

A Bélgica tornou-se no país europeu com mais casos por cada 100.000 habitantes, com uma taxa de 1.390,9. Esta quarta-feira o país registou mais de 12.000 novos casos de infeção, elevando para 347.289 o número total de pessoas infetadas. Desde que apareceu na Bélgica o coronavírus já provocou a morte de mais de 11 mil pessoas.

França impõe confinamento parcial

França decidiu voltar a confinar devido à pandemia. Emmanuel Macron anunciou esta quarta-feira que vai impor no país um confinamento parcial, uma medida adotada depois do forte aumento de novos casos de contágio nas últimas semanas. Assim, a partir desta sexta-feira, 30 de outubro, os franceses vão ser proibidos de circular entre regiões.

Os cidadãos vão poder sair de casa para trabalhar, prestar assistência familiar, ir a uma consulta médica ou mesmo para praticar exercício, mas devem procurar ficar nos seus lares para travar a propagação do vírus. E ficam proibidos os ajuntamentos fora do âmbito familiar. Para desincentivar a saída à rua, os estabelecimentos comerciais vão encerrar, assim como restaurantes e bares. Contudo, as escolas vão manter-se abertas.

Os dados mais recentes dão conta de mais de 33 mil novos casos de coronavírus em 24 horas, elevando para mais de 1,2 milhões o número de pessoas infetadas com a doença. Até ao momento o país regista mais de 35 mil vítimas mortais.

Alemanha encerra parcialmente durante um mês

O Governo alemão decretou esta quarta-feira, entre outras medidas, o encerramento parcial, durante quatro semanas, de restaurantes, bares e teatros devido ao elevado aumento de casos de coronavírus no país. Segundo a chanceler alemã, os poderes regionais concordaram com este encerramento ao longo de novembro, incluindo também a proibição da oferta cultural, mantendo, no entanto, e “enquanto for possível”, as escolas e o comércio abertos.

Merkel sublinhou que deverão ser limitados ao mínimo os contactos sociais e as reuniões entre pessoas que não convivem, adiantando que as restrições entrarão todas em vigor a 2 de novembro com o objetivo de “evitar uma emergência sanitária nacional” face ao avanço da pandemia. Por outro lado, prosseguiu, todas as competições desportivas profissionais decorrerão sem púbico a partir de segunda-feira.

Com cerca de 83 milhões de habitantes, a Alemanha registou esta quarta-feira mais 27 vítimas mortais devido ao coronavírus, elevando para mais de 10.000 o número total de pessoas que morreram com esta doença. O país tem atualmente mais de 463.000 pessoas infetadas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ordem é preparar vacinação em massa, mas Portugal vai aguardar avaliação da Agência Europeia de Medicamentos

Os hospitais britânicos estarão a preparar-se para receber a potencial vacina da Oxford já na próxima semana. Contudo, o Infarmed prefere aguardar pela avaliação da Agência Europeia de Medicamentos.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) alertou os países para começarem a preparar uma campanha de “vacinação em massa”, assim que comecem a ser disponibilizadas as primeiras vacinas contra a Covid-19. Esta semana foi também noticiado pelo The Sun que os hospitais do Reino Unido deverão começar a receber as primeiras vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, no início da próxima semana. Ainda assim, apesar de o Governo ter já encomendado 6,9 milhões de doses desta potencial vacina, o Infarmed prefere aguardar pela avaliação da Agência Europeia de Medicamentos para avançar com uma data sobre a distribuição das primeiras doses deste fármaco.

Num relatório publicado esta segunda-feira, o Centro Europeu de Controlo de Doenças adverte que “é preciso preparar e treinar recursos humanos dedicados a uma campanha de vacinação em massa”, acrescentado que apesar de ainda não existir nenhuma aprovação de uma potencial vacina na Europa contra o novo coronavírus, quando esse momento chegar deve existir uma “monitorização ativa e passiva de eventos adversos após a imunização”,dados robustos e oportunos de cobertura de vacinação”, tanto a curto como a longo prazo e uma “monitorização da aceitabilidade da vacina e pesquisa comportamental”.

Nesse contexto, a agência europeia para a saúde pública alerta que são precisos profissionais de saúde, assim como logística, comunicação e gestão para que a campanha de vacinação funcione bem. Dado que numa fase inicial as doses disponíveis serão “limitadas”, o ECDC sinaliza a importância de garantir um “acesso ético e equitativo à vacinação”, sugerindo que sejam definidos grupos prioritários para a vacinação. Assim, deve ser ministrada primeiro aos grupos de risco, trabalhadores de setores essenciais e grupos mais vulneráveis, tendo em conta a idade e as doenças preexistentes.

Milhares de cientistas por todo o mundo procuram uma solução para a pandemia, sendo que esta “corrida” em contrarrelógio conta já com quase 200 potenciais vacinas em desenvolvimento. Destas, 154 estão em avaliação pré-clínica (sem testes em humanos) e 44 em avaliação clínica (com testes em humanos, em diferentes etapas – fases 1, 2 e/ou 3), últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicados a 19 de outubro.

Um destes últimos casos é o da vacina que está a ser desenvolvida pela Universidade Oxford em colaboração com o laboratório AstraZeneca. Esta vacina encontra-se na fase 3 de ensaios clínicos, o que permite uma testagem alargada da potencial vacina e é crucial para aferir efeitos secundários, de modo a concluir se é eficaz e segura para a comercialização massificada. Certo é que tem demonstrado resultados promissores. De acordo com os últimos resultados preliminares divulgados, a vacina está a produzir “uma resposta imunitária robusta” em pessoas acima dos 55 anos, segundo revelou o Financial Times (acesso livre, conteúdo em inglês). Trata-se de uma descoberta particularmente relevante pelo grupo etário considerado, dado ser a idade mais avançada um fator de risco para o desenvolvimento de complicações associadas à Covid-19 e para a mortalidade.

Esta notícia surgiu, após os ensaios terem sido suspensos no início de setembro, depois de ter sido identificada uma suspeita de reação adversa séria num participante do estudo. Contudo, dias depois o estudo foi retomado. Ainda em julho, a vacina já demonstrava sinais promissores, com os primeiros dados a apontarem para o facto de se estar perante uma vacina segura, que produzia uma resposta imunitária e que não provocava “efeitos secundários graves”.

Na sequência destes resultados, o The Sun revelou também esta segunda-feira que alguns responsáveis dos maiores hospitais de Londres receberam indicações de que as primeiras doses da vacina chegarão na primeira semana de novembro. Contudo, o secretário de Estado da Saúde, Matt Hancock, veio posteriormente resfriar as expectativas, dizendo que “não descarta essa possibilidade”, mas que a expectativa central é a de que “a maior parte dos lançamentos ocorra no primeiro semestre do próximo ano”, disse em declarações ao The Sun (acesso livre, conteúdo em inglês).

Certo é que a Comissão Europeia já reservou antecipadamente 300 milhões de doses desta futura vacina, estando neste lote incluídas 6,9 milhões de doses para Portugal. Tal como explicou o Infarmed aquando do anúncio, as vacinas serão distribuídas proporcionalmente, conforme o número de habitantes por país. E se numa fase inicial a expectativa era a que de as primeiras doses chegassem em dezembro, agora preferem não antecipar datas. “A utilização da referida vacina na União Europeia está dependente do cumprimento do processo de avaliação da segurança, eficácia e qualidade pela Agência Europeia de Medicamentos“, afirma ao ECO, fonte oficial do Infarmed, acrescentando que “nestas circunstâncias qualquer vacina para a Covid-19 depende desta apreciação, pelo que só após o seu cumprimento se poderá considerar a sua utilização na União Europeia”.

Esta parece ser a mesma estratégia utilizada pelas autoridades de saúde nacionais nos testes rápidos à Covid-19, já que só depois de ter sido demonstrada a sua forte eficácia é que a Direção-Geral da Saúde (DGS) decidiu utilizá-los, isto apesar de já serem utilizados em vários países a nível mundial. Segundo a nova norma da DGS, os testes devem ser utilizados apenas nos casos suspeitos sintomáticos, surtos de Covid e para testar profissionais de saúde. Graça Freitas explicou que a DGS só agora tomou a decisão de usar estes testes porque “são o resultado da evolução do conhecimento”. “Já andamos há muito tempo a ouvir falar de testes rápidos”, mas “só agora temos disponíveis no mercado testes rápidos com boa sensibilidade e boa especificidade”, justificou. Os testes mostram o resultado em 15 a 30 minutos e começaram a ser utilizados dentro de duas semanas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medidas mais drásticas para travar pandemia afundam economia

Economistas consultados pelo ECO admitem que a economia possa contrair no quarto trimestre, face ao terceiro trimestre, se houver restrições mais apertadas por causa do combate à pandemia.

Com o aumento do número de infeções na Europa, a ameaça de um novo confinamento, ainda que menos intenso do que em março e abril, é cada vez mais real. Em Portugal, o cenário é semelhante, com o Governo a decretar o regresso ao estado de calamidade, mas a preparar-se para mais medidas que serão tomadas no Conselho de Ministros Extraordinário deste fim de semana. Isso terá consequências na recuperação da economia, que poderá ser interrompida no quarto trimestre, admitem os economistas consultados pelo ECO.

Após a quebra da atividade económica sem precedentes em março e abril, a economia portuguesa começou gradualmente a recuperar em maio e de forma mais significativa durante o verão. Chegados a setembro, o Instituto Nacional de Estatística (INE) já identificou uma desaceleração do ritmo de recuperação. Mas será que com a deterioração da situação pandémica a economia ainda vai sofrer mais? O receio existe e poderá traduzir-se na contração do PIB no quarto trimestre.

“Para já, o mais provável é um crescimento fraco ou quase nulo do terceiro para o quarto trimestre”, estima António Ascensão Costa, do Grupo de Análise Económica do ISEG. “Se entrarmos, nós e a Europa, num quase confinamento, uma contração já parece possível“, admite. Ao ECO, o economista alerta que “não se sabe o que irá suceder”, mas considera ser expectável que “com restrições de atividade mais gerais a recuperação económica poderá mesmo ser travada”.

João Borges de Assunção, do NECEP da Católica, segue a mesma linha de cautela, mas também de preocupação face aos desenvolvimentos recentes. Um novo confinamento, “claro está, será um grande problema“, assume, referindo que os dados conhecidos mostram que será “difícil” que se mantenha no quarto trimestre o “ressalto” da recuperação do terceiro trimestre. Contudo, para já, “em Portugal ainda não há dados que permitam dizer que uma contração em cadeia no quarto trimestre é o cenário mais provável“.

No quarto trimestre, com a reposição de restrições à circulação e à atividade, há a possibilidade de um retrocesso“, antecipa também o diretor do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira. Da mesma forma, a consultora IHS Markit, que mede a atividade económica da Zona Euro todos os meses ao pormenor, identificou em outubro uma reversão da recuperação, admitindo que esta tendência “levanta a possibilidade de que a economia europeia possa voltar a contrair-se no quarto trimestre”.

Já é praticamente certo que em termos homólogos tanto o PIB do terceiro trimestre — que será conhecido a meio de novembro — como o do quarto trimestre será negativo. Ou seja, face ao mesmo período do ano passado, a economia continua a produzir menos. A dúvida incide sobre a evolução entre um trimestre e o anterior, ou seja, o crescimento em cadeia. Entre o segundo trimestre e o terceiro trimestre é quase garantido que o crescimento em cadeia será positivo, mas agora há dúvidas sobre se o mesmo acontecerá entre o terceiro trimestre e o quarto trimestre.

Recuperação em 2021 poderá ser mais lenta

Caso haja uma deterioração significativa da economia no quarto trimestre, as consequências vão fazer-se sentir não só em 2020 — levando a uma recessão maior do que a prevista atualmente –, mas também no início de 2021 que é visto como um ano de clara recuperação económica. “A repetição de um confinamento severo e generalizado idêntico ao praticado entre março e maio deste ano terá consequências quer na previsão de contração este ano bem como no crescimento e eventual recuperação do próximo ano“, alerta o economista João Borges de Assunção.

Pedro Braz Teixeira afasta para já a ideia de que haverá uma recuperação em ‘V‘, existindo “o receio de recaídas, como a que se verifica já na Europa, que lança dúvidas sobre o ritmo da recuperação”. Tal levará a uma recuperação mais lenta também no início do próximo ano e, em termos líquidos, a economia poderá chegar ao final do próximo ano num nível mais baixo do que o estimado anteriormente, avisa o economista, alertando que uma recuperação percentual maior em 2021 resulta apenas de uma recessão mais profunda em 2020.

António Ascensão Costa, do ISEG, alerta que há “alguns aspetos da crise (desemprego, encerramento de empresas)” que “só a partir de agora se começariam a fazer sentir mais intensamente”. A última previsão do Grupo de Análise Económica aponta para uma queda de 8 a 10% do PIB em 2020, sendo que “a atual perspetiva de mais restrições torna mais provável uma queda de 10%”. Para 2021, as previsões são “muito incertas” pelo que não arrisca dizer “qual o cenário mais provável”. Tudo dependerá da evolução da crise sanitária.

No caso da Católica, o cenário central para 2020 continua a ser uma contração de 10%, “mas agora com um intervalo de confiança entre -9% e -12%, o que ainda assim é alargado”, nota João Borges de Assunção. O economista explica que a metodologia do NECEP “já inclui modelos com a possibilidade de uma segunda vaga e algumas medidas preventivas”. Para 2021 está mais pessimista do que o Governo e outras instituições que fazem previsões: o PIB deverá recuperar apenas entre 2,5% a 3% no próximo ano, ficando ainda 8% abaixo do nível de 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

EDP, EDP Renováveis e BCP divulgam resultados dos primeiros nove meses do ano. Serão conhecidos indicadores sobre o emprego e o clima económico, isto em dia de reunião do BCE.

Esta quinta-feira será marcada pela divulgação de resultados dos primeiros nove meses do ano de alguns dos “pesos pesados” da bolsa nacional: BCP, EDP e EDP Renováveis. Para além disso, serão também conhecidos dados sobre o emprego no país, bem como indicadores do clima económico em dia de reunião do BCE.

Parlamento ouve Tribunal de Contas sobre OE

Realiza-se esta quinta-feira de manhã a audição do Tribunal de Contas no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2021, na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República. A proposta de Orçamento do Governo já foi aprovada na generalidade, esta quarta-feira, seguindo-se agora a fase de especialidade, em que os partidos podem introduzir alterações.

Desemprego continua a subir?

O Instituto Nacional de Estatística divulga as Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego, referentes a setembro de 2020. A taxa de desemprego subiu para 8,1% em agosto, face aos 7,9% registados em julho. No entanto, houve criação de emprego pelo terceiro mês consecutivo.

Pandemia continua a afetar empresas e consumidores?

O Instituto Nacional de Estatística publica os dados relativos aos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores, que dizem respeito ao mês de outubro deste ano. Para além disso, a Comissão Europeia irá também divulgar o Indicador de Sentimento Económico e o Indicador de Clima de Negócios referente ao mesmo mês.

Há contas da EDP e EDP Renováveis. E também do BCP

Depois de a EDP Renováveis dar a conhecer os resultados antes da abertura da bolsa, os investidores vão ficar a conhecer as contas da EDP referentes ao terceiro trimestre de 2020, mas só após o fecho dos mercados. No primeiro semestre do ano, os lucros da EDP caíram 22%. Com a pandemia a pesar nas contas do grupo, o resultado líquido situou-se em 315 milhões de euros, sendo que o negócio em Portugal voltou a ser negativo. Ao mesmo tempo, as atenções viram-se para os números do BCP, isto depois de o banco ter revelado uma quebra de 55% nos lucros do primeiro semestre.

Mais dinheiro para a bazuca de Lagarde?

É dia de reunião do Banco Central Europeu (BCE). Não haverá novidades relativas à taxa de referência, que continuará em zero, mas os investidores vão estar atentos a sinais de Lagarde quanto à possibilidade de a presidente do banco central vir a aumentar o valor da “bazuca” para contrariar os efeitos negativos da pandemia. Pode abrir a porta a adicionar 500 mil milhões de euros às compras de dívida, mas só deverá anunciar oficialmente esse reforço em dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Privados da saúde desmentem Governo sobre doentes Covid-19

O presidente da associação dos grupos privados de saúde desmente o presidente do Administração Regional de Saúde de Lisboa sobre os doentes Covid no acesso aos hospitais privados.

A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, tutelada pelo Ministério de Marta Temido, acusou os grupos privados de saúde de recusarem receber doentes Covid-19. O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar, diz que a afirmação de Luís Pisco é “falsa“. “A ARS de Lisboa e Vale do Tejo ficou de apresentar um plano do que pretendia e em que termos poderia ser a relação com os hospitais privados”, afirmou o gestor ao ECO.

O presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo afirmou ao jornal Público que na sequência de uma reunião que manteve esta quarta-feira com os principais grupos privados e a associação, constatou que não há disponibilidade para receber doentes com Covid-19. O objetivo da reunião “era saber que capacidade instalada é que existia que pudessem ceder, se fosse necessário. Foi uma sondagem, uma conversa com o dr. Óscar Gaspar [presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada] e representantes dos principais grupos privados de Lisboa, porque é nossa obrigação ter as coisas preparadas”, sublinhou Luís Pisco, citado pelo Público.

Confrontado pelo ECO, Óscar Gaspar confirmar a reunião, mas desmente o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco. Sem se alongar em comentários, afirma aguardar pelo plano que a entidade do Ministério da Saúde ficou de apresentar para avaliar que colaboração poderá haver.

Uma fonte de um dos maiores grupos privados de Saúde tinha afirmado ao ECO, já esta quarta-feira, que o setor tinha sido surpreendido, esta semana, com um pedido de informação sobre as camas e os ventiladores disponíveis. “Desde que, em abril, o Governo denunciou o acordo, não houve mais contactos”.

O ECO também confirmou que o Governo não respondeu nos últimos meses a pedidos de reunião de gestores dos grupos privados, primeiro com a secretária de Estado cessante, Jamila Madeira, e agora com o novo secretário de Estado da Saúde. Outra fonte confirmou que só agora, com a situação de pressão nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, é que o Governo voltou a tomar a iniciativa de abordar os grupos privados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Luís Filipe Vieira reeleito como presidente do Benfica até 2024

  • ECO
  • 29 Outubro 2020

Luís Filipe Vieira foi reeleito para um sexto mandato nas eleições do Benfica que registaram uma participação recorde.

Luís Filipe Vieira foi reeleito para um sexto mandato na presidência do Benfica, nas eleições ocorridas na quarta-feira, as mais concorridas de sempre.

Foram três as listas que se candidataram às eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica para o quadriénio 2020-2024: a Lista A de Luís Filipe Vieira, o atual presidente, a Lista B liderada por João Noronha Lopes e, finalmente, a Lista D de Rui Gomes da Silva. A Lista C era de Bruno Costa Carvalho que entretanto desistiu da corrida.

O candidato da lista A, Luís Filipe Vieira, venceu as eleições com 62,59% (471.660 votos), batendo a lista B, liderada pelo gestor João Noronha Lopes, que conseguiu 34,71% (261.574), e a lista D, do advogado Rui Gomes da Silva, que ficou nos 1,64% (12.341).

Luís Filipe Vieira, de 71 anos, que já é o presidente com mais tempo na liderança do Benfica, foi reeleito para o quadriénio 2020-2024, depois de ter sido eleito pela primeira vez há 17 anos, em 2003.

De acordo com os números disponibilizados no site do Benfica, nestas eleições participaram 36.212 votantes (dados às 00h08), um número recorde.

A votação superou a anterior marca histórica, alcançada em 2012, com 22.676 eleitores, quando o atual presidente Luís Filipe Vieira derrotou o juiz Rui Rangel, tendo na altura conseguido 83,02% dos votos.

As eleições para os órgãos sociais do Benfica foram feitas através do voto eletrónico e presencialmente (decorreram no Pavilhão n.º 2 do Estádio da Luz, em Lisboa, e em 24 casas do clube).

As eleições no Benfica estavam marcadas inicialmente para o dia 30, mas foram antecipadas para esta quarta-feira por decisão da Mesa da Assembleia Geral.

A mudança de data aconteceu depois do Governo ter anunciado na quinta-feira a limitação à circulação de pessoas entre concelhos entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro por causa da pandemia.

Luís Filipe Vieira está há 17 anos a comandar os destinos do Sport Lisboa e Benfica.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP precisa de mais de 100 milhões por mês até final do ano

  • ECO
  • 28 Outubro 2020

O plano de tesouraria da TAP revela que a companhia aérea vai precisar de mais de 100 milhões de euros por mês até ao final do ano, esgotando, assim, o empréstimo do Estado.

O Plano de Tesouraria da TAP para 2020 mostra que a companhia aérea nacional precisa de mais apoio financeiro do que aquele que vai ser concedido pelo Estado. De acordo com o Observador (acesso pago), serão precisos, em média, mais de 100 milhões de euros por mês até ao final do ano para suprir as necessidades de liquidez.

O Estado vai emprestar à TAP 1.200 milhões de euros este ano, mas esta vai precisar de bem mais para suprir as necessidades de liquidez. De acordo com o documento que foi entregue à Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças esta semana, consultado pelo Observador, o ritmo de necessidade de liquidez da companhia aérea tem sido de 120 milhões de euros por mês, em média, desde maio.

E, até ao final do ano, as necessidades de liquidez esgotam praticamente o empréstimo concedido pelo Estado — que tem ainda reservados mais 500 milhões de euros para 2021 — e autorizado pela Comissão Europeia. Assim, para colmatar estas dificuldades, a TAP tem de avançar com o plano de reestruturação logo no início do ano para baixar os custos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Temos de fazer um esforço muito grande para salvar o Natal”, diz Santos Silva

  • Lusa
  • 28 Outubro 2020

"Creio que temos de fazer nestes dias um esforço muito grande para conter o alastramento do vírus, exatamente para podermos salvar o Natal", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta quarta-feira que é necessário “um esforço muito grande” para travar a propagação do coronavírus “para salvar o Natal” das famílias dos cerca de cinco milhões de portugueses e lusodescendentes no estrangeiro.

Augusto Santos Silva falava na comissão parlamentar de Assuntos Europeus e, quando questionado sobre a eventualidade de novas restrições às viagens internacionais devido ao atual agravamento da situação epidemiológica, tendo sido evocar designadamente o habitual fluxo de portugueses no estrangeiro para se reunirem com as famílias em Portugal na época do Natal, respondeu: Creio que temos de fazer nestes dias um esforço muito grande para conter o alastramento do vírus exatamente para podermos salvar o Natal”.

Frisando não querer imprimir um “tom dramático” à expressão, Santos Silva explicou que, sendo o Natal “uma ocasião muito importante de reunião familiar”, em Portugal ela envolve potencialmente as famílias de 2,3 milhões de portugueses residentes no estrangeiro, número que ascende a cinco milhões quando se contam também os que já nasceram fora do país.

“É muito importante que na Europa consigamos conter o vírus de forma a preservarmos esse bem maior que é a mobilidade intraeuropeia”, disse Santos Silva, acrescentando que, para fora da Europa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros continua “a desaconselhar vivamente viagens não essenciais”, “designadamente para países fora da UE e países sem representação diplomática portuguesa”.

Nas respostas aos deputados que o questionaram sobre eventuais novos fechos de fronteiras na UE ante o atual agravamento da pandemia, o ministro insistiu que Portugal sempre foi e continua a ser contra medidas desse tipo, mas considerou que todos os países da UE “aprenderam bastante com o resultado que isso teve” e sabem hoje que sempre que houve coordenação foram criadas “melhores condições combater pandemia”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.