Uber despede 30% dos trabalhadores do Centro de Excelência em Lisboa

A Uber Portugal tem em curso um plano para despedir 30% dos 500 trabalhadores do Centro de Excelência em Lisboa. Estarão em causa cerca de 150 pessoas.

A Uber tem em curso um plano para despedir mais de uma centena de trabalhadores em Portugal. Em causa está um corte de cerca de 30% nos 500 trabalhadores do Centro de Excelência da empresa em Lisboa.

O impacto da pandemia a um nível central forçou a administração a acelerar o caminho para a rentabilidade e a avançar com despedimentos em vários países. A decisão também abrange Portugal, onde a empresa instalou em Lisboa, em 2017, um centro operacional que presta apoio a vários países e em diversos idiomas.

A Uber já começou a notificar os trabalhadores afetados por esta decisão e alguns destes terão sido informados por videoconferência, devido ao regime de teletrabalho imposto pela pandemia. O número de trabalhadores afetados deverá, assim, rondar os 150.

Confrontada com esta informação, fonte oficial da Uber Portugal explicou que “foi uma decisão muito difícil, mas necessária para ajudar a proteger a sustentabilidade a longo prazo da empresa”. “Apoiaremos todos os colaboradores afetados por estas mudanças e reforçamos o nosso compromisso com o crescimento do nosso negócio em Portugal”, disse a mesma fonte.

No início de maio, o The Wall Street Journal revelou que a Uber se preparava para cortar 3.700 postos de trabalho, cerca de 14% do total, depois de um período de vários meses em que o negócio do transporte privado estive praticamente paralisado por causa da pandemia. Em meados de maio, o mesmo jornal avançou que os despedimentos irão abranger outros 3.000 trabalhadores em todo o mundo.

Já este mês, em entrevista ao ECO e à revista Pessoas, o diretor-geral da Uber Portugal, Manuel Pina, reconheceu o impacto da incerteza no negócio. “O compromisso de contratar em 2020 ainda não mudou, mas vivemos tempos muito incertos”, afirmou.

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Apetece-lhe Pastéis de Belém? Já pode pedir na Uber Eats

Para além de anunciar a chegada a novas cidades, a Uber Eats vai passar a entregar Pastéis de Belém. A aplicação de entregas ao domicílio tem mais de quatro mil restaurantes parceiros em todo o país.

A Uber Eats continua a crescer em Portugal e acaba de lançar o serviço em Santa Maria da Feira, Espinho, Ponta Delgada, Caldas da Rainha e Marinha Grande. Com mais esta expansão, a aplicação de entrega de refeições ao domicílio cobre agora mais de metade do território nacional, passando a contar também com os icónicos Pastéis de Belém no catálogo na região de Lisboa, anunciou a empresa em comunicado.

“É com entusiasmo que iniciamos esta parceria com a Uber Eats. Em 2019, foram produzidos e vendidos cerca de nove milhões de Pastéis de Belém, e estaremos a partir de agora mais próximos dos nossos clientes, que poderão assim passar a receber os Pastéis de Belém à sua porta”, explica Miguel Clarinha, responsável pela pastelaria Pastéis de Belém, citado na mesma nota.

Para celebrar a parceria com a conhecida pastelaria, durante esta quarta-feira, 10 de junho, os clientes podem pedir uma caixa de seis pastéis de Belém por apenas dois euros, sem taxa de entrega. “A nossa data de fundação é 1837, sendo que a receita proveniente do Mosteiro dos Jerónimos se mantém inalterada até ao dia de hoje”, acrescenta Miguel Clarinha.

Atualmente, a Uber Eats já está disponível no norte a sul do país em 47 cidades e a oferta já inclui mais de quatro mil restaurantes disponíveis em Portugal.

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Uber Portugal vai dar 300 mil máscaras a motoristas e estafetas

A Uber Portugal vai obrigar os motoristas a usarem máscara, exigindo uma selfie para confirmar o cumprimento desta medida de segurança. Empresa oferece máscaras e desinfetantes.

Os motoristas que conduzem ao serviço da Uber Portugal vão ser obrigados a usar máscara de proteção e a empresa tem 300 mil para dar. Para garantir que a medida é respeitada, a Uber implementou um sistema em que os condutores vão ter de tirar uma selfie para poderem ficar online e receber viagens. Depois, um algoritmo de inteligência artificial verifica a imagem e confirma se a pessoa está, efetivamente, a usar máscara de proteção.

Esta é, no entanto, apenas uma das várias medidas anunciadas pela Uber Portugal numa altura em que o país tenta uma reabertura gradual da economia, antecipando-se a retoma também das viagens nas plataformas eletrónicas de transporte. Por isso, e como também os passageiros serão obrigados pela Uber a usarem máscara, estes, antes de cada viagem, terão de confirmar na aplicação que estão protegidos e que tomaram algumas medidas de segurança, através da apresentação de uma checklist.

“Antes de ficarem online, será solicitado aos motoristas e parceiros de entrega que confirmem a utilização de máscara tirando uma selfie“, explica a empresa num comunicado. “Será [também] solicitado aos utilizadores de viagens Uber que confirmem que tomaram algumas medidas importantes de segurança […] como usar máscara, sentarem-se apenas no banco de trás, lavar as mãos e abrir as janelas de ventilação”, lê-se na mesma nota.

As medidas da Uber Portugal surgem um dia depois de a multinacional ter apresentado as linhas orientadoras da estratégia de retoma das operações nos EUA. As medidas em Portugal estão em linha com as medidas tomadas ao nível internacional, sendo que, neste mercado em específico, a empresa promete a distribuição de 16 mil desinfetantes (8.000 para motoristas da Uber e 8.000 para estafetas da Uber Eats). “Adicionalmente, a Uber está a distribuir cerca de 300 mil máscaras de proteção através dos postos de abastecimento Prio e de restaurantes parceiros para motoristas e parceiros de entrega”, sublinha a empresa.

A Uber tem sido significativamente penalizada pela pandemia, com o negócio do transporte de passageiros quase paralisado, o que forçou o grupo a reinventar-se nas entregas ao domicílio com a Uber Eats, bem como a despedir uma parte da equipa em todo o mundo, incluindo em Portugal, sabe o ECO. A empresa aposta agora na recuperação do negócio, mantendo ainda alguma proteção aos motoristas, apesar da quebra expressiva nos rendimentos, que deixou muitos trabalhadores da “economia da partilha” em sérias dificuldades financeiras.

“Desde dia 16 de março que a Uber garante uma compensação financeira equivalente a 14 dias do seu rendimento a motoristas ou parceiros de entrega [estafetas da Uber Eats] em quarentena obrigatória ou infetados pelo vírus”, aponta a empresa. A Uber garante que a medida serve para que “nenhum” motorista ou estafeta “se sinta obrigado a trabalhar em situação de risco para a comunidade”, apesar de, em Portugal, por lei, pessoas infetadas e sob vigilância das autoridades de saúde já serem obrigadas a permanecer em confinamento.

“Estamos a trabalhar diariamente no sentido de reforçar as práticas de segurança e fornecer gratuitamente materiais sanitários e de proteção aos motoristas e parceiros de entrega que colaboram com a Uber. Teremos também especial atenção ao feedback de utilizadores e atuaremos em tempo útil de modo a garantir a segurança de todos”, promete Manuel Pina, diretor-geral da Uber Portugal, citado na mesma nota.

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Uber vai oferecer viagens e refeições aos profissionais de saúde

  • Lusa
  • 16 Abril 2020

A Uber vai oferecer 12 mil viagens e cinco mil refeições aos profissionais de saúde para ajudar a reduzir a pressão na linha da frente ao combate ao Covid-19.

A Uber vai oferecer 12 mil viagens e cinco mil refeições aos profissionais de saúde para ajudar a “reduzir a pressão na linha da frente” ao combate à pandemia de Covid-19.

Em comunicado, a Uber, empresa de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica, adiantou que vai oferecer 12 mil viagens gratuitas, até ao valor de 10 euros cada, para ajudar os profissionais de saúde. As viagens seguintes terão 20% de desconto.

Na nota é também referido que a Uber Eats vai oferecer cinco mil refeições até 15 euros para a equipa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e cinco mil taxas de entrega.

A Uber Eats vai também desenvolver esforços para que “os seus restaurantes parceiros doem refeições ou forneçam ofertas específicas aos profissionais de saúde”.

A plataforma anunciou também a oferta de cinco mil viagens em bicicletas JUMP, disponíveis para os profissionais de saúde em quatro hospitais de Lisboa: Santa Maria, São José, Curry Cabral e Estefânia.

Essa oferta garante duas viagens por dia, até 30 minutos cada uma.

As viagens e refeições gratuitas podem ser solicitadas por qualquer pessoa com um endereço de e-mail do SNS ou de um serviço de saúde.

A Uber adianta também que todos os profissionais de saúde do SNS assim como do Grupo Luz Saúde, Grupo Lusíadas Saúde e Santa Casa da Misericórdia do Porto foram já pré-aprovados e a oferta estará disponível para todos os profissionais de saúde que se queiram juntar a esta iniciativa.

Coronavírus Dados Informativos

Última atualização: 2021-03-03 15:32:02

Fonte: DGS

  • Confirmados

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    +979

  • Internados

    1.827

    -170

  • Internados UCI

    415

    -31

  • Óbitos

    16.430

    +41

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.

Portugal regista hoje 629 mortos associados ao covid-19 em 18.841 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente a terça-feira, há mais 30 mortos (+5%) e mais 750 casos de infeção (+4,1%).

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Motoristas da Uber vão fazer entregas de encomendas dos CTT

A Uber vai pôr os motoristas de passageiros a fazerem transportes de encomendas do serviço "Expresso para Hoje" dos CTT. Empresa postal torna-se a primeira cliente da nova solução Uber Drop-Off.

Os CTT e a Uber estabeleceram uma parceria que alarga a cinco novas regiões do país o serviço de entrega rápida de encomendas “Expresso para Hoje” (antigo CTT Now). Depois de Lisboa, Porto e Braga, esta aplicação dos CTT, que chegou a ser apelidada de “Uber das encomendas”, conta agora com a própria Uber para entregar objetos no próprio dia em Aveiro, Coimbra, Évora, Algarve e Funchal.

“O cliente pode realizar os seus pedidos através da aplicação no telemóvel ou no site dos CTT […] e solicitar o envio do seu objeto, acompanhando o percurso do estafeta até ao momento da entrega. Quando o serviço é concretizado por um estafeta da Uber, o cliente recebe um email a informá-lo de que o serviço foi atribuído à Uber”, informaram as duas companhias, num comunicado.

A empresa de correios torna-se assim a primeira cliente conhecida do novo serviço Uber Drop-Off, uma solução desenvolvida pela marca norte-americana para colocar à disposição de grandes empresas a “frota” que trabalha ao serviço da plataforma de transportes. Este serviço deve ser visto à luz do atual contexto de pandemia, em que o número de viagens afundou por causa do isolamento social que tem sido recomendado aos cidadãos.

“A sinergia entre ambas as plataformas irá proporcionar uma maior vantagem às pessoas e empresas que, ficando em casa, poderão satisfazer os seus pedidos de entrega com rapidez e conveniência, fazendo com que a economia continue a funcionar, ligando pessoas e empresas”, considera o presidente executivo dos CTT, João Bento, citado em comunicado. Para Manuel Pina, diretor-geral da Uber em Portugal, esta é uma forma de contribuir “para que os motoristas façam mais viagens quando estão ligados à aplicação”.

O serviço “Expresso para Hoje” permite que qualquer pessoa possa fazer chegar um pacote ou objeto a um destino na cidade num período máximo de duas horas. Em Lisboa, Porto e Braga, o serviço funciona para distâncias superiores a dez quilómetros, o que não acontece nas regiões que passam a ser cobertas pela Uber.

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Uber Eats vai ter mercearia no catálogo. Motoristas da Uber farão entregas dos hipermercados

A Uber Eats vai passar a ter produtos de mercearia e os motoristas da Uber vão passar a fazer entregas ao domicílio das encomendas dos hipermercados. Com o país em quarentena, empresa reinventa-se.

A Uber Portugal pretende vir a disponibilizar produtos de mercearia através da aplicação Uber Eats. A empresa está também a desenvolver uma solução para pôr os motoristas de passageiros a fazerem entregas de compras ao domicílio, uma adaptação da empresa perante a quebra do volume de viagens na plataforma.

No caso da Uber Eats, a ideia é permitir aos utilizadores comprarem “produtos de conveniência através da aplicação”, em linha com o que já é possível na aplicação concorrente Glovo. Porém, num comunicado onde dá conta desta intenção, a empresa não se compromete com qualquer data para o lançamento desta prometida funcionalidade.

Já no que toca às entregas de compras ao domicílio, também não há data, mas o serviço já tem nome: Uber Drop-Off. A ideia não é os utilizadores pedirem ao motorista para que recolha as compras num determinado hipermercado, mas sim que sejam as próprias retalhistas a solicitar à Uber o transporte das compras até à casa de um cliente.

“A Uber está a desenvolver uma nova solução B2B [ou seja, para empresas], o Uber Drop-Off. Este produto está a ser desenvolvido em Portugal para ajudar a escala e a capacidade logística de retalhistas e empresas de bens de consumo a terem entregas com a comunidade de motoristas que viaja com a Uber em Portugal”, esclarece a empresa na mesma nota.

Ambas as novidades, sobretudo esta última, devem ser vistas à luz do atual contexto de pandemia. Milhões de portugueses estão isolados nos respetivos domicílios, perante a existência de mais de 4.000 casos de pessoas infetadas por uma novo coronavírus que se alastrou a todo o mundo a partir da China. Estas restrições têm castigado empresas como a Uber, que viram o volume de viagens afundar em poucas semanas.

Ora, os motoristas, ao mesmo tempo que correm um risco de serem infetados pelo contacto com eventuais passageiros doentes, têm visto os rendimentos das viagens recuarem devido a essas mesmas limitações. Ao mesmo tempo, os tempos mortos aumentaram, apesar de as despesas com o aluguer dos automóveis e o combustível não terem recuado na mesma linha.

“Trabalhamos todos os dias para apoiar a nossa comunidade de utilizadores e motoristas durante este momento difícil. A partir de agora, abrimos a nossa aplicação para ajudar grandes retalhistas e pequenos comerciantes a entregar os seus produtos em casa dos portugueses, assim como ajudar os motoristas e parceiros a ultrapassar esta fase que o país atravessa”, reconhece Manuel Pina, que lidera a empresa há poucos meses e enfrenta agora uma das ameaças mais severas ao negócio da Uber.

Mas há mais novidades da parte da Uber. De forma a melhorar a segurança dos motoristas, o acesso ao banco da frente foi restringido a todos os passageiros, enquanto estiver em vigor o estado de emergência em Portugal. Além do mais, a lotação máxima das viaturas foi apertada para três utilizadores (ou cinco no caso do serviço UberXL).

Quando à Uber Eats, já era sabido que a empresa deixou de cobrar a taxa de entrega para todas as refeições encomendadas, desde que os utilizadores apliquem o código promocional “TAXAGRATIS” no separador das promoções na aplicação. Aos restaurantes parceiros, a Uber passou a disponibilizar a opção de “transferência diária” dos valores faturados.

Assim, na prática, em vez de pagar à semana, a Uber Eats passou a pagar aos restaurantes a cada dia útil, tendo em conta que o setor da restauração tem sido outro dos mais afetados pela crise do coronavírus. O mesmo será disponibilizado aos estafetas da aplicação “em breve”, promete a Uber.

Com a pandemia a ganhar terreno em centenas de países — e os EUA, mercado doméstico da Uber, a figurar no topo da lista de países com mais casos confirmados –, as ações da Uber têm estado sob forte pressão em Nova Iorque. No último mês, os títulos da empresa acumulam uma desvalorização de mais de 20%, que compara com a queda de 11,7% do índice de referência S&P 500 no mesmo período.

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Uber Eats entrega almoços “sem contacto” nem taxa de entrega

A Uber Eats deixou de cobrar taxa de entrega até ao fim do mês nas encomendas de refeições acima de cinco euros em dias úteis. Proporciona também uma experiência "sem contacto" para conter o vírus.

A Uber Eats vai deixar de cobrar a taxa de entrega nos almoços até 31 de março, anunciou a empresa aos clientes deste serviço de entrega de refeições ao domicílio. Este “bónus” acontece em plena pandemia do coronavírus e numa altura em que muitos portugueses trabalham a partir de casa para evitarem o contágio.

“Vamos eliminar a taxa de entrega em todos os pedidos superiores a cinco euros, durante o período do almoço (das 11h às 15h) nos dias da semana (segunda a sexta-feira), desde dia 16 até 31 de março”, informa a Uber Eats num email enviado aos utilizadores. Ou seja, na prática, os clientes pagarão apenas o valor da refeição que for estipulado pelo restaurante, sendo removida a taxa de entrega que costuma rondar os dois euros, aproximadamente.

No entanto, o desconto não é automático: antes de submeter a encomenda na aplicação, os clientes terão de aceder ao separador “Conta”, selecionar a opção “Promoções” e adicionar o código “ALMOCO”, seguido do dia e mês correspondentes. Ou seja, esta segunda-feira o cupão deverá ser “ALMOCO1603”, esta terça-feira será “ALMOCO1703” e por aí em diante.

“Ao remover a taxa de entrega, estamos a tornar a entrega de refeições ainda mais acessível. Acreditamos que temos um papel a cumprir e queremos apoiar todos os que estão a trabalhar em casa em Portugal. A entrega de refeições também pode ajudar num apoio melhor aos restaurantes face a uma possível queda de atividade nas próximas semanas”, disse ao ECO a diretora de comunicação da Uber em Portugal, Mariana Ascenção.

De forma a evitar o contacto social e a evitar a propagação do Covid-19, a Uber Eats disponibiliza uma experiência sem contacto. “Para isso apenas tem de deixar uma nota de entrega, pedindo para deixar o seu pedido à porta ou na entrada. Basta que no checkout verifique os detalhes da entrega e clique em ‘Adicionar nota de entrega’. Pode escrever, por exemplo: ‘Deixe o pedido à porta, por favor.’ Acompanhe o pedido para o poder recolher assim que for entregue”, explica ainda a Uber na nota enviada aos clientes.

Assim, a Uber deverá assumir a despesa de pagar o serviço aos estafetas, apesar de a nota enviada aos clientes não ser clara nesse aspeto. Além disso, esta medida surge numa altura em que o Governo tem pedido aos portugueses para que fiquem em casa, pelo que a própria oferta de refeições na aplicação é muito mais reduzida.

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Uber Portugal “expulsa” todos os carros com matrícula de 2013

A Uber baniu da plataforma todos os automóveis com matrícula de 2013, por já terem ou por estarem perto de completar os sete anos de idade máxima prevista na lei.

A Uber Portugal baniu todos os automóveis com matrícula de 2013, apurou o ECO. A medida entrou em vigor a 21 de fevereiro e enquadra-se nas exigências da lei que regula este tipo de plataforma. No entanto, a empresa foi um pouco mais além, banindo também muitos automóveis que ainda não alcançaram os sete anos de idade.

“A partir de dia 21 de fevereiro de 2020, qualquer viatura do ano 2013 será impossibilitada de operar pela Uber”, lê-se num email enviado pela Uber a motoristas e parceiros, a que o ECO teve acesso. Em causa estão os serviços UberX (serviço básico), Uber XL (serviço até seis passageiros), Green (serviço em automóveis elétricos) e Comfort (serviço intermédio).

Desta forma, a Uber vai ao encontro de uma das exigências previstas na lei que veio regulamentar este tipo de transporte privado, nomeadamente a que obriga que todos os automóveis tenham menos de sete anos de idade a contar da primeira matrícula. Mas vai um pouco mais adiante, excluindo também alguns automóveis que, apesar de terem matrícula de 2013, ainda não completaram os sete anos de idade.

Por exemplo, um automóvel de 1 de fevereiro de 2013, que já tem sete anos à luz da lei, já estaria legalmente impedido de circular ao serviço da Uber a 21 de fevereiro. Mas, por exemplo, um automóvel de 1 de novembro de 2013, que ainda não completou os sete anos previstos na lei, passou, mesmo assim, a deixar de poder prestar serviços para a Uber desde essa data, como decretou a plataforma.

Quanto ao serviço premium Uber Black, a situação é diferente e os critérios são ainda mais exigentes: “Para o serviço UberBlack, o ano mínimo da viatura passará a ser 2016”, refere a mesma mensagem, enviada pela empresa aos motoristas. Em causa, o serviço de topo da Uber, que é mais caro, mas que conta apenas com automóveis “topo de gama”.

Contactada, fonte oficial da Uber Portugal não quis responder às questões do ECO. Nomeadamente, sobre o que motivou a decisão, quantos automóveis ao serviço foram abrangidos pela medida e se foi acionado algum mecanismo na plataforma para impedir a realização de serviços com carros com matrícula de 2013.

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Portugueses gastam 200 milhões de euros em plataformas como a Uber. Contribuição deu 2,3 milhões ao Estado

Uber, Bolt, Kapten e Cabify geraram um volume de negócios de, pelo menos, 200 milhões de euros em 2019. O Estado, através da contribuição definida na lei, arrecadou 2,3 milhões, menos que o previsto.

Uber, Bolt ou Kapten têm conquistado muitos portugueses desde que chegaram às estradas portuguesas. Fazem, diariamente, centenas ou mesmo milhares de viagens, tendo, desde que a atividade foi legalizada, gerado mais de 200 milhões de euros em receitas, com a empresa norte-americana fundada por Travis Kalanick sido responsável pela maior “fatia” do negócio. O Estado, com a contribuição cobrada ao setor, encaixou 2,3 milhões de euros.

203,7 milhões de euros, mais concretamente, foi o valor gasto pelos portugueses neste serviço, de acordo com cálculos realizados pelo ECO com base nos valores das contribuições feitas pelas plataformas de Transporte de Passageiros em Viaturas Ligeiras Descaracterizados (TVDE) divulgados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), em resposta a questões colocadas pelo PCP.

Os dados datados de 3 de janeiro de 2020 referem-se ao ano de 2019, apesar de a lei só ter entrado em vigor para os motoristas em março — para as plataformas, começou a aplicar-se a 1 de janeiro do ano passado. Mas poderão mesmo ser superiores quando estiver apurado todo o valor arrecadado com a contribuição em dezembro: o ECO sabe que as plataformas podem liquidar esta contribuição até ao fim do mês seguinte, neste caso, até 31 deste mês de janeiro.

A maior parte deste “bolo” foi gerada pela Uber. Segundo os cálculos do ECO, o valor gasto em viagens na Uber foi de, pelo menos, 154,7 milhões de euros, com os motoristas, que ficam com 75% do valor das viagens, a “arrecadarem” cerca de 116 milhões.

A empresa norte-americana conseguiu, ainda assim, gerar para si 38,67 milhões de euros — a comissão cobrada aos motoristas é de 25% do valor total das viagens –, tendo entregado 5%, como prevê a lei, ao Estado. Ou seja, pagou 1,9 milhões de euros, por autoliquidação mensal, de contribuição de regulação e supervisão que é cobrada pela AMT.

Estes 38,67 milhões representam o valor bruto de receitas da Uber com o negócio do transporte de passageiros, cobrado em comissões, mas o valor não inclui as receitas com outros negócios, como a entrega de refeições da Uber Eats. Também não é líquido de eventuais impostos, como o IVA ou impostos sobre o rendimento.

As contas das plataformas de transporte

Dados de 2019 apurados a 3 de janeiro de 2020, com base na informação da AMT e em cálculos do ECO. A rubrica “Contribuição” diz respeito aos dados oficiais dos montantes entregues à AMT. “Comissões” diz respeito ao montante bruto faturado pelas plataformas e calculado pelo ECO. “Receitas totais” é o valor total das viagens nestas plataformas e inclui as receitas dos motoristas, calculado pelo ECO. A Uber cobra uma comissão de 25%, a Bolt de 15%, a Kapten de 15% e a Cabify cobrava 20%. Não foi possível apurar a comissão cobrada pela It’s My Ride. Em alguns casos, pode faltar o mês de dezembro, que poderá ser liquidado até 31 de janeiro de 2020.

Uber lidera nas receitas, seguida pela Bolt

As diversas plataformas de transporte a operar em Portugal cobram comissões diferentes aos motoristas e têm mecanismos distintos de faturação, pelo que não é possível apurar as quotas de mercado exatas de cada uma das plataformas. Ainda assim, é possível verificar que a Uber lidera nas receitas, seguida da Bolt.

Em 2019, segundo valores apurados, a plataforma da Bolt gerou um volume de negócios de, pelo menos, 37 milhões de euros com as viagens solicitadas pelos utilizadores em Portugal. Através da comissão de 15% cobrada aos motoristas, a empresa de origem estoniana conseguiu faturar 5,56 milhões de euros aos condutores, sem contar com impostos. Deste montante, entregou quase 277,8 mil euros ao Estado através da contribuição, que é cobrada pela AMT.

A terceira a faturar mais foi a Kapten. No ano em análise, a empresa francesa gerou um volume de negócios com o transporte de passageiros na ordem dos dez milhões de euros. “Ficou” com 1,5 milhões de euros brutos através de uma comissão de 15% e entregou ao Estado 75,1 mil euros.

No fundo da tabela ficou a Cabify, que saiu de Portugal no final de novembro, após vários meses de dificuldades em atrair motoristas e clientes. Os dados refletem o menor volume de negócios, com a extinta Cabify Portugal a gerar viagens no valor total de 1,99 milhões de euros e a gerar 398,8 mil euros em receitas brutas com uma comissão de 20%, um valor muito abaixo da Kapten e das demais. Ainda assim, pagou quase 20 mil euros em contribuições ao Estado.

Nas contas entra ainda a It’s My Ride. Bem menos conhecida, só tem operações em Albufeira, pelo que os números são bem menos expressivos. Gerou receitas brutas de 6.772,20 euros, pagando pouco mais de 338 euros ao Estado português.

As novas regras para este negócio entraram em vigor a 1 de janeiro de 2019 para as plataformas e em março para os motoristas, legalizando este tipo de aplicações em Portugal. Ficou conhecida por “lei da Uber” e obrigou estas plataformas a pagarem ao Estado uma contribuição de 5% do valor das comissões cobradas aos motoristas. Uma espécie de “imposto” que incide, de forma efetiva, sobre as receitas destas empresas com o negócio do transporte individual de passageiros e cujos números acabaram detalhados pela AMT.

“Receita” do Estado abaixo do previsto. AMT queria mais 1,2 milhões

A contribuição paga pelas aplicações de transporte foi um dos temas polémicos das negociações da “lei da Uber”. Chegou a motivar o “chumbo” do Presidente da República à primeira versão da lei, por o valor ser relativamente baixo. À segunda tentativa, lá foram aprovados os 5%, por proposta do PSD e do PS (apesar de a primeira versão da lei publicada no Diário da República estar errada).

Em maio, pouco mais de um mês depois da chegada da nova lei ao terreno, o Jornal de Negócios (acesso pago) revelou que a AMT tinha inscrito uma estimativa que apontava para que as contribuições gerassem 3,5 milhões de euros para o Estado. O valor ficou um terço aquém dessa previsão, nos 2,3 milhões de euros.

“O valor arrecadado pela AMT, em 2019, relativo à contribuição em referência, foi de 2.306.580,63 euros. Dos oito operadores de plataforma eletrónica que se encontram licenciados à presente data [3 de janeiro de 2020] para desenvolver a atividade, refira-se que nenhum reportou qualquer intenção de não proceder ao pagamento da contribuição de regulação e supervisão”, refere a AMT na nota enviada ao PCP.

A resposta ao requerimento sublinha ainda que os montantes referidos foram efetivamente pagos — isto é, os valores foram liquidados “até 31 de dezembro” do ano que terminou. Assim, “atendendo a que não houve operadores de plataforma eletrónica que se recusaram a pagar a contribuição em referência, e que […] não foram identificadas situações em que o pagamento realizado por autoliquidação fosse abaixo dos valores devidos, não foram adotados quaisquer procedimentos de regularização”, informa, por fim, o regulador da mobilidade e dos transportes.

Segundo a lei, a contribuição “visa compensar os custos administrativos de regulação e acompanhamento das respetivas atividades e estimular o cumprimento dos objetivos nacionais em matéria de mobilidade urbana”. Dos 2,3 milhões arrecadados, 30% ficam na AMT, outros 30% deverão ser transferidos para o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), e 40% ficam afetos ao Fundo para o Serviço Público de Transportes. Desconhece-se a forma exata de como é que estes capitais vão ser investidos.

Correção: Uma versão anterior indicava que os dados diziam respeito ao período entre março e dezembro. Na verdade, para as plataformas, a lei entrou em vigor logo a 1 de janeiro de 2019. Por isso, os dados dizem respeito a todo o ano de 2019. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

(Notícia atualizada às 14h44 para clarificar que os valores finais poderão ser superiores, uma vez que as plataformas têm até ao próximo dia 31 de janeiro para liquidar a contribuição referente a dezembro de 2019).

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Uber e empresas de transporte interessadas em táxis fluviais entre Lisboa e a margem Sul

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2020

Empresas como a Uber e plataformas de táxis estão entre as que já manifestaram interesse em ter pequenas embarcações de transporte de passageiros sem hora marcada entre Lisboa e a margem sul do Tejo.

Empresas como a Uber e plataformas de táxis estão entre as que já manifestaram interesse em ter pequenas embarcações de transporte de passageiros sem hora marcada entre Lisboa e a margem sul do Tejo, segundo um projeto apresentado esta quarta-feira.

O projeto de criação da Rede Cais do Tejo sairá de uma proposta concreta a apresentar à Câmara Municipal de Lisboa (CML) pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL) até ao final de março, que deve incluir um plano de negócios e uma proposta de financiamento e calendarização, segundo o protocolo assinado.

“Aqui o conceito é o mais importante, que é nós virmos a dispor nas margens Norte e Sul do Tejo de condições para que os operadores possam desenvolver os seus vários tipos de negócios e as suas ideias, porque todos nós dizemos há muitos anos que o Tejo tem um potencial enorme, mas que não é aproveitado suficientemente. Isso é verdade”, disse Vítor Costa, diretor da ATL.

A vereadora Teresa Leal Coelho, de quem partiu a ideia, disse esperar, no próximo verão, já ir de barco táxi até à praia de São João, na Costa de Caparica, a partir de Porto Brandão, mas Vítor Costa não se compromete com uma data, porque o processo de recuperação dos cais deverá ser progressivo, já que nalguns serão necessárias pequenas intervenções e noutros obras de fundo.

No que ambos concordam é que já existem muitas manifestações de interesse de empresários.

“Já temos interessados. Já tivemos uma primeira conversa com a Uber, que, depois de reuniões internas, nos manifestou a disponibilidade para criar a plataforma. É uma coisa simples. O modelo está criado e só adaptá-lo para os transportes fluviais. Também já tivemos manifestação de interesse de plataformas de táxis e depois serão aqueles que se vão inscrever com as suas próprias embarcações”, afirmou Teresa Leal Coelho.

Também Vítor Costa realçou que a ideia levou a bastantes manifestações de interesse por parte dos associados da ATL nesta área.

“A vários níveis. São projetos de desenvolvimento das operações ou de passeios ou de táxis-barco. Já há algumas ideias, mas nós [a ATL] aqui não estamos a entrar num negócio. A nossa competência não é essa. A nossa intenção é criar condições para que os projetos se desenvolvam. São as empresas que vão fazer”, acrescentou.

“Até agora, quando alguém queria montar um negócio ligado, por exemplo, à marítima ou turística tinha que arranjar uma infraestrutura só para si (…) Aquilo que nós aqui estamos a ganhar é massa crítica. É utilizar [uma infraestrutura] por todos um pouco, como – mal comparado, dada a dimensão – uma slot no aeroporto, em que uma pista não é usada só por uma companhia, mas por todas. É isso que nós vamos fazer. Isso dá uma capacidade muito maior e baixa o custo de utilização”, explicou.

Na proposta que a ATL irá entregar à Câmara de Lisboa estará incluída também uma parte financeira. Ainda sem valores, nem percentagens de comparticipação, Vítor Costa salientou que “o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, que resulta das taxas turísticas, e também alguma parte do orçamento do Turismo de Lisboa, que depois vai ficar a coordenar” a rede, “certamente serão fontes que irão contribuir para esse projeto”.

O projeto Rede Cais do Tejo prevê a instalação, reabilitação, adaptação e utilização progressiva de 13 pontos e cais de acostagem para incentivar “a utilização do rio como meio de transporte público ou privado, turístico e de lazer, coletivo ou individual”.

A central da Rede Cais do Tejo será na Estação Sul e Sueste, no Cais de Lisboa, cujo projeto foi apresentado no final e novembro.

Estão previstos quatro cais principais: em Belém, Parque das Nações, Montijo e Cacilhas.

Estão ainda previstos um projeto especial para o Cais da Matinha e sete cais complementares no Cais do Gás, Alcântara, Ginjal, Trafaria, Porto Brandão, Seixal e Barreiro, acrescentou a autarquia.

Além da CML e da ATL, são parceiras neste projeto a Administração Porto de Lisboa e a Transtejo.

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Uber dá bónus aos motoristas para compensar descida de preços. Pode exigir 75 horas de trabalho por semana

A Uber Portugal criou um plano de "incentivos personalizados" para compensar temporariamente os motoristas pela descida dos preços do serviço. Em alguns casos, exige 75 horas de trabalho por semana.

A Uber Portugal criou um programa de “incentivos personalizados” para compensar os motoristas pela descida dos preços do serviço, uma tentativa de assegurar a transição suave para o novo tarifário, que entrou em vigor este ano. Este apoio, em vigor até fevereiro, assegura que os motoristas podem obter o mesmo rendimento médio dos últimos meses, mediante algumas condições que variam de motorista para motorista. Ao que o ECO apurou, em alguns casos, poderão ter de trabalhar 75 horas numa semana, caso queiram aceder ao bónus.

A 2 de janeiro, a Uber anunciou uma descida nos preços do serviço básico de transporte Uber X, que ficou 10% mais barato, segundo cálculos da plataforma. A medida, positiva na ótica do passageiro, gerou desconforto entre os motoristas, que temem a pressão adicional sobre os rendimentos e criticam a decisão da empresa de manter inalterada a comissão de 25% aplicada ao valor das viagens. Foi, inclusivamente, marcado um protesto para o fim de semana que passou, mas que não gerou impacto na operação da Uber em Lisboa.

O ECO sabe que, a somar à preocupação dos motoristas em Portugal está o novo plano de “incentivos personalizados”, anunciado pela empresa num email enviado aos motoristas e parceiros, em simultâneo com o anúncio da descida dos preços. Num desses emails enviado a um motorista, a que o ECO teve acesso, a plataforma exige “tempo online igual ou superior a 75 horas” numa semana, assim como um mínimo de 47 viagens ao serviço da aplicação.

“Entre 6 de janeiro e 2 de fevereiro, garantimos no mínimo 388,49 euros por semana, o mesmo rendimento semanal que recebeu, em média, entre 18 de novembro a 15 de dezembro. Para que seja elegível, terá que cumprir” com os requisitos, informa a empresa, na mesma mensagem enviada a um dos motoristas — o valor varia em função do perfil do condutor. Para além das horas de trabalho e do mínimo de viagens, a Uber exige uma “taxa de aceitação e de cancelamento” em linha com o previsto na nova lei.

Os motoristas são livres para estar online na aplicação da Uber onde, quando e durante o tempo que quiserem. Podem escolher trabalhar as horas que entenderem, dentro dos limites previstos na lei, ou mesmo não trabalhar de todo.

Fonte oficial da Uber Portugal

Motoristas podem “trabalhar as horas que entenderem”

Nem todos os motoristas estão a ser “empurrados” para as 75 horas semanais de trabalho, sendo este um valor que, ao que foi possível apurar, está acima da média pedida no âmbito deste programa. Num outro caso consultado pelo ECO, a Uber exige um mínimo de 58 viagens e 53 horas de trabalho para garantir um rendimento igual à média de 410,92 euros semanais. E, num terceiro caso, são pedidas 21 horas semanais de trabalho e 24 viagens mínimas por 162,24 euros por semana.

“É surreal”, comentou um motorista da Uber, que pediu para não ser identificado. Contactada, a presidência da Associação Nacional de Parceiros das Plataformas Alternativas de Transporte (ANPPAT), que representa alguns parceiros de plataformas como a Uber, não respondeu a tempo da publicação deste artigo.

No entanto, fonte oficial da Uber Portugal lembrou que nenhum motorista é obrigado a aceder ao incentivo e justificou ao ECO, com mais detalhe, a decisão de avançar com este plano, bem como a de descer preços.

“Este plano de incentivos tem como objetivo permitir que os motoristas que viajam com a aplicação experimentem os novos preços durante quatro semanas sem comprometer os seus rendimentos esperados. Garantimos que, nas quatro semanas entre 6 de janeiro e 2 de fevereiro, todos os motoristas elegíveis irão receber os mesmos rendimentos que receberam nas quatro semanas entre 18 de novembro e 15 de dezembro, se fizerem uma utilização equivalente da aplicação da Uber nestes dois períodos”, disse fonte oficial da Uber Portugal.

A mesma porta-voz da empresa assumiu acreditar “que esta redução de preços será positiva tanto para utilizadores como para motoristas, mas também que deve ser a Uber e não os motoristas a suportar o risco imediato dessa mudança”. “Após estas quatro semanas, compete-nos a nós continuar a merecer a preferência dos motoristas pelo nosso serviço”, frisou.

A plataforma garante ainda que os “incentivos personalizados”, calculados com base no trabalho que cada motorista já fazia ao serviço da aplicação, estão abertos a todos os que tenham feito “pelo menos uma viagem e estado online, em média, pelo menos dez horas por semana” nas quatro semanas entre novembro e dezembro, acima indicadas. Confrontada com as 75 horas que foram exigidas a um motorista, fonte oficial da Uber garantiu, assim, que esse foi o tempo médio de trabalho desse mesmo motorista no período usado para o cálculo.

“A Uber não exige, nem nunca exigiu, nenhum valor mínimo de horas aos motoristas. Pelo contrário, os motoristas são livres para se ligarem à aplicação onde, quando e durante o tempo que quiserem”, recordou. E sublinhou: “Podem escolher trabalhar as horas que entenderem, dentro dos limites previstos na lei, ou mesmo não trabalhar de todo.”

A lei é omissa quanto a um limite de horas de trabalho semanal, referindo apenas que os motoristas não podem “operar” os veículos por “mais de dez horas dentro de um período de 24 horas”. Ou seja, este limite diário de dez horas aplica-se à “condução efetiva”, como tem sido interpretado pela empresa. Ultrapassado este limite, os motoristas são forçados a ficar offline.

A descida dos preços da Uber apanhou o setor de surpresa, mas acontece num mês tradicionalmente de menor procura pelo serviço. O ECO sabe que outras plataformas estão a analisar a hipótese de também reverem as suas tarifas, mas nenhuma decisão foi anunciada até ao momento.

A Bolt não quis comentar uma eventual descida de preços, enquanto a Kapten não respondeu a tempo de publicação deste artigo. A Cabify já não se encontra a operar em Portugal desde dezembro.

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Travis Kalanick, cofundador da Uber, deixa conselho de administração da empresa a 31 de dezembro

Travis Kalanick, cofundador da Uber, vai deixar o conselho de administração da Uber a 31 de dezembro. Quer focar-se nos novos negócios e na filantropia.

Depois de vários meses a vender as ações que detinha na Uber, o cofundador da aplicação de transporte, Travis Kalanick, vai deixar o conselho de administração da Uber a 31 de dezembro, de acordo com um comunicado divulgado pela empresa.

“No encerramento da década, e já com a empresa na bolsa, parece-me o momento certo para eu me focar nos meus negócios atuais e nas minhas atividades filantrópicas”, afirma Travis Kalanick, na nota citada pelo The Wall Street Journal (acesso pago).

Kalanick, um dos históricos fundadores da Uber, liderou a empresa ao longo de vários anos e conduziu os destinos da plataforma durante a fase de expansão global. Deixou o cargo em junho de 2017, depois de uma sucessão de escândalos que fragilizou a empresa, tendo sido substituído pelo atual líder, Dara Khosrowshahi.

No mês passado, foi revelado que Travis Kalanick conseguiu levantar um financiamento de 400 milhões de dólares do fundo soberano da Arábia Saudita para a nova startup em que está a trabalhar, a CloudKitchens, uma plataforma de entrega de refeições ao domicílio.

Além disso, nos últimos meses, a imprensa foi noticiando as vendas de ações que o gestor foi promovendo, já depois da entrada da Uber em bolsa. Estas operações levaram Kalanick a reduzir a sua posição na Uber em 90%.

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