Indústria papeleira dona de uma “pequena percentagem” da área ardida nos últimos dias

  • Margarida Peixoto
  • 22 Junho 2017

Nenhum dos terrenos atravessados pela chamada "estrada da morte" pertencia às empresas associadas da CELPA, garante fonte oficial ao ECO.

As maiores empresas da indústria papeleira — Altri, Celbi, Celtejo, Caima, Altriflorestal, Europac, The Navigator e Renova — são donas de “uma pequena percentagem” da área ardida nos últimos dias nos distritos de Coimbra, Leiria e Castelo Branco. Contudo, nenhum dos terrenos atravessados pela chamada “estrada da morte” pertencia a estas empresas, revelou fonte oficial da associação do setor, ao ECO.

“As associadas da CELPA [Associação da Indústria Papeleira] têm propriedades nos distritos referidos [de Coimbra, Leiria e Castelo Branco]. Podemos confirmar que algumas dessas áreas também foram atingidas pelos fogos. Todavia, apesar de ainda não podermos apresentar números exatos, estamos em condições de confirmar que é uma pequena percentagem da área total ardida”, explicou fonte oficial.

Sobre os terrenos atravessados pela chamada “estrada da morte”, a Nacional 236, que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pera, a associação garante que não pertenciam a nenhuma das suas associadas.

Das associadas da CELPA, a Renova não tem floresta. Já o Grupo Altri e a The Navigator Company têm floresta de várias espécies, mas na maior parte é eucalipto. A Europac tem uma área muito reduzida de pinho, mas não tem nada naquela zona.

Confrontada pelo ECO, a CELPA garante que as regras do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra incêndios são “seguidas rigorosamente pela indústria” e que a distância de segurança entre a floresta e a estrada “é sempre cumprida”.

No âmbito da AFOCELCA — um corpo de sapadores florestais privado, criado pela Altri e a The Navigator, para proteger as florestas das empresas, mas que desde 2005 integra o dispositivo nacional de defesa da Proteção Civil — a indústria está a colaborar no combate aos fogos que ainda lavram no Centro do país. Aliás, “cerca de 85% do combate feito pela AFOCELCA é fora das propriedades sob sua gestão”, adianta a mesma fonte.

Geralmente, os meios disponibilizados pela AFOCELCA consistem em três helicópteros ligeiros, cada um com uma equipa de combate de cinco sapadores florestais; 38 unidades de prevenção e vigilância, compostas por três sapadores com equipamento de primeira intervenção, e 18 equipas de combate terrestre com seis elementos operacionais num veículo semi-pesado.

Nos fogos de 2015, o último ano para o qual há dados disponíveis, arderam 700 hectares das empresas associadas da CELPA (Grupo Altri e The Navigator Company), o que corresponde a 0,4% das áreas que tinham sob gestão, explica a associação. Nesse ano, a AFOCELCA investiu 3,3 milhões de euros em ações de prevenção dos incêndios — controlo de vegetação, limpeza de caminhos e aceiros e manutenção e construção de rede viária e divisional. As ações incidiram sobre uma área de 29,3 mil hectares, o equivalente a 18% do território gerido pelas empresas associadas.

(Notícia atualizada com mais informação às 17h19)

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Mais impostos roubam lucros à Semapa

A Semapa, holding que controla a Navigator e a Secil, anunciou que os lucros caíram 18,7% nos primeiros três meses do ano. A culpa foi dos impostos.

A Semapa fechou os primeiros três meses do ano com um resultado líquido de 14,3 milhões de euros, menos 18,7% do que me igual período do ano anterior.

Em comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa imputa esta quebra nos resultados “à evolução desfavorável dos impostos sobre os lucros”.

A Semapa pagou 12,9 milhões de euros em impostos sobre lucros, quando nos primeiros três meses de 2016 tinha pago 8,2 milhões de euros.

O volume de negócios, por seu turno, cresceu 5% para os 521,5 milhões de euros, com as exportações e vendas ao exterior a ascenderem a 401,4 milhões de euros, cerca de 77% do volume de negócios.

O EBITDA do primeiro trimestre cresceu 0,6%, atingindo os 111,2 milhões de euros. Já a margem consolidada situou-se 0,9 pontos percentuais abaixo da registada em igual período do ano anterior, nos 21,3%.

Em termos de contribuição por segmento de negócio, a Pasta e Papel — com 392,7 milhões de euros — continuou a ser a principal fonte de receita do grupo. A Pasta e Papel cresceu 2,1% face a igual período do ano anterior. Em segundo lugar aparecem os Cimentos que terão crescido 14% para os 121,4 milhões, seguido pelo Ambiente cujo crescimento se cifrou nos 34,6% para os 7,5 milhões de euros.

Já a dívida líquida consolidada da Semapa era no final do primeiro trimestre do ano de 1.758,5 milhões de euros, o que significa uma descida de 21,2 milhões de euros face ao valor apurado no final de 2016.

Os resultados financeiros referentes ao período em análise foram negativos em 17,5 milhões de euros, uma melhoria de 8,8% face ao período homólogo. A Semapa diz que esta variação “resultou principalmente do efeito positivo decorrente de reembolso de dívida e refinanciamento de dívida em condições mais vantajosas”.

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Bolsa está em bull market. Olé!

PSI-20 já avança mais de 20% face ao mínimo de novembro, entrando em bull market. O ataque do touro na bolsa portuguesa está para ficar? Analistas acreditam que sim. Olé, touro lindo!

Touro chegou à bolsa portuguesa.Fotomontagem: Raquel Sá Martins

O touro está de volta à arena da bolsa nacional. O PSI-20 já avança mais de 20% desde que tocou mínimos de seis meses em novembro do ano passado, correspondendo à definição clássica do bull market. Há vários fatores que têm alimentado o movimento ascendente do mercado — o mesmo movimento com que aquele animal ataca através dos seus cornos. A vitória de Macron neste domingo reforçou o ambiente de otimismo nas bolsas. Lisboa será capaz de aguentar o ataque do touro? Os analistas acreditam que sim.

Desde o dia 14 de novembro, em que atingiu o nível mais baixo do último semestre, o benchmark nacional protagoniza uma rally imparável superior a 20%. Isto compara com o avanço de 16,6% do índice de referência europeu Stoxx 600 e de 10% do índice que funciona como um farol para investidores em todo o mundo, o S&P 500. Melhor só mesmo a bolsa de nuestros hermanos: o Ibex-35 ganha mais de 28% no mesmo período.

O facto de o PSI-20 partir de um nível mais baixo que os pares ajuda a explicar o bom momento da praça lisboeta. Mas há mais motivos. A começar pelo desempenho da economia e por fatores específicos das cotadas portuguesas, até ao maior otimismo no cenário internacional, criando o habitat perfeito para a convivência com o touro.

Madrid alcança melhor desempenho desde novembro

Fonte: Bloomberg (valores em %)

“O desempenho positivo do PSI-20 decorre do desempenho positivo do mercado europeu, com o ‘ponto de partida’ mais deprimido do PSI-20 face às congéneres a justificar a outperformance recente face a este, da resolução de algumas ‘histórias’ que estavam a pressionar o índice, de um período de M&A mais ativo no mercado português (conclusão da OPA sobre o BPI, lançamento da OPA da EDP sobre a EDP Renováveis), e da conjuntura económica ‘mais forte’ em Portugal, que consequentemente reflete-se num melhor desempenho operacional pelas cotadas com maior exposição à economia nacional”, diz a equipa de research do Banco BiG.

É um facto. Portugal apresenta níveis de confiança reforçados. As últimas notícias em relação ao défice, ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao desemprego são positivas. A perceção de risco do país junto dos investidores internacionais está em queda livre — razão pela qual o IGCP já arrisca a ir ao mercado com leilões de dívida a dez anos. Da Europa sopram também ventos favoráveis e que saíram reforçados com a vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas deste fim de semana, afastando Marine Le Pen do poder.

“Há um sentimento geral dos investidores, sobretudo ativos de risco como as ações, de diminuição da aversão ao risco e aumento da complacência perante a incerteza. Este fenómeno ficou mais visível desde o resultado da primeira volta das eleições francesas, com as sondagens a afastarem Marine Le Pen do Eliseu”, comenta João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa.

“A perceção do risco soberano dos países da periferia também melhorou. Mas não foi só isso: o calendário de apresentação de resultados nos EUA, em média, surpreendeu pela positiva com estimativas de crescimento de dois dígitos nos lucros”, reforça Queiroz.

"Há um sentimento geral dos investidores, sobretudo ativos de risco como as ações, de diminuição da aversão ao risco e aumento da complacência perante a incerteza. A perceção do risco soberano dos países da periferia também melhorou. Mas não foi só isso: o calendário de apresentação de resultados nos EUA, em média, surpreendeu pela positiva.”

João Queiroz

Banco Carregosa

Winners e laggers

No plano empresarial, também há motivos para pegar o touro pelos cornos. Algum do otimismo dos investidores em relação às cotadas está de regresso. Ou, pelo menos, a reputação do mercado nacional parece ter superado o trauma que foram as falências em catadupa do império Espírito Santo e Banif e ainda o caso da Portugal Telecom.

O próprio índice registou alguns ajustamentos nos últimos meses. Saiu o BPI depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank, entraram dois novos sócios para o PSI-20: Novabase e Ibersol.

Albino Oliveira, gestor de ativos da Patris Investimentos, nota que há um “regresso da confiança por parte dos investidores a algumas cotadas do PSI-20”. De facto, empresas como Mota-Engil, Navigator, Corticeira Amorim e Pharol têm estado em plena evidência na principal montra do mercado português: desde meados de novembro as ações acumulam ganhos entre 40% e 50%. Em relação à Novabase, a tecnológica liderada por Luís Paulo Salvado só chegou ao PSI-20 em março e o primeiro mês foi pautado por alguma ausência do mercado.

Winners da bolsa

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Em sentido contrário, Nos Montepio e CTT não conseguiram aproveitar o sentimento mais favorável que o mercado português tem evidenciado desde novembro e são as exceções na bolsa nacional, enquanto REN e BCP têm estado aquém do desempenho do PSI-20, ainda assim mantendo-se em terreno positivo.

Importa salientar, porém, que o banco liderado por Nuno Amado valoriza aproximadamente 25% desde o início do ano. “Está a beneficiar do comportamento do setor na Europa, mas o desempenho traduz também uma maior confiança dos investidores relativamente ao balanço da instituição após a realização do aumento de capital”, argumenta Albino Oliveira. O BCP apresenta contas trimestrais esta segunda-feira após o fecho da bolsa.

Laggers da bolsa

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Os riscos

O apetite no mercado nacional existe e pode durar, admitem os especialistas consultados pelo ECO. Mas este sentimento pode mudar de forma brusca a qualquer momento. E o touro vai embora.

“Por exemplo, uma deterioração no enquadramento económico, tendo em conta as atuais elevadas expectativas. Os indicadores de sentimento e atividade registaram nos últimos meses uma forte subida. Por outro lado, o movimento nas yields portuguesas foi também já bastante significativo…”, lembra Albino Oliveira. “Uma inversão no movimento (mesmo que temporária) em ambos os casos poderia ter um impacto negativo”, frisa o responsável.

"Uma inversão no movimento (mesmo que temporária) económico ou dos juros poderia ter um impacto negativo na bolsa portuguesa.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Para João Queiroz, as maiores preocupações que enfrenta a bolsa nacional neste momento são sobretudo exportadas. “No fundo, temos sempre receio de uma crise sistémica do setor bancário, de um resultado inesperado de processos eleitorais (dentro de um mês haverá três processos eleitorais), de um cisne negro ou de uma das dez bolhas dos EUA suscitar preocupações relevantes”, elenca o gestor do Banco Carregosa.

Seja como for, o touro chegou à bolsa portuguesa e parece estar bem alimentado. Olé, touro lindo!

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5 coisas que precisa de saber antes de abrirem os mercados

Resultados empresariais, Orçamento espanhol e indicadores para todos os gostos. Esta quinta-feira será um dia em cheio para os investidores.

Em Portugal, o dia nos mercados começa bem cedo com a Navigator a apresentar os resultados trimestrais ainda antes da abertura da bolsa. Após o fecho do PSI-20 é a vez da Sonae Capital. Também os bancos gigantes como o britânico HSBC e o suíço Credit Suisse reportam contas. No plano macroeconómico também não faltarão pontos de interesse, tanto cá na Europa como nos EUA. Em Madrid, vota-se pela primeira vez o Orçamento do Estado espanhol para 2017. Há indicadores que permitirão avaliar o importante setor dos serviços da zona euro. Nos EUA, atualizam-se dados sobre o mercado laboral e défice comercial. Tudo para investidor ver.

Navigator e Sonae Capital apresentam contas…

É a vez de a produtora de pasta de papel The Navigator Company prestar contas relativas ao primeiro trimestre do ano. Fá-lo ainda antes da abertura da bolsa. Os analistas sondados pela Bloomberg projetam um resultado líquido na ordem dos 44 milhões de euros entre janeiro e março deste ano. As ações têm estado em evidência no PSI-20: ganham mais de 20% este ano. Também a Sonae Capital apresenta resultados, após o fecho do mercado.

… HSBC e BMW também

A temporada de resultados é sempre um ponto de interesse para os investidores. Lá por fora, entre as grandes companhias europeias que também prestam contas ao mercado esta quinta-feira, estão o banco britânico HSBC e o banco suíço Credit Suisse e a fabricante de automóveis alemã BMW.

Madrid vota Orçamento do Estado

Já vamos no quinto mês de 2017 mas só agora é que o Orçamento do Estado espanhol para este ano é votado no Parlamento. Em Madrid, fala-se em prova de fogo para o Governo de Mariano Rajoy depois de novos casos de corrupção.

Serviços na zona euro à prova

Os índices Purchasing Managers Index (PMI) são importantes indicadores para os investidores avaliarem a força da economia e as atuais condições de negócio das empresas. Esta quinta-feira são revelados os dados sobre os PMI no importante setor dos serviços no bloco da moeda única, numa altura em que a e economia continua a dar sinais de retoma: no primeiro trimestre do ano, o PIB da zona euro cresceu 1,7% em termos homólogos.

Indicadores para todos os gostos nos EUA

Do outro lado do Atlântico, há uma bateria de indicadores económicos que poderão ajudar a definir o rumo dos mercados norte-americanos, quando os principais índices negoceiam perto de máximos. Pedidos iniciais de subsídio de desemprego (semanal), confiança dos consumidores (semanal), produtividade e custos de trabalho (primeiro trimestre), défice comercial (março) e encomendas à indústria (março) registam atualizações esta quinta-feira.

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Navigator arranca construção de nova fábrica em Cacia na próxima semana

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

A nova fábrica da Navigator em Aveiro vai começar a ser construída na próxima semana, num investimento de 121 milhões de euros. A entrada em funcionamento deve acontecer no segundo semestre de 2018.

A nova fábrica de papel ‘tissue’ da The Navigator Company (TNC) vai começar a ser construída na próxima semana, em Cacia, Aveiro, perspetivando-se a sua entrada em funcionamento no segundo semestre de 2018, informou hoje a Câmara Municipal.

De acordo com uma nota informativa da autarquia, a nova fábrica, que numa primeira fase vai criar 100 novos postos de trabalho, representa um investimento de 121 milhões de euros. “Esta operação vai ter uma relevante componente de exportação, o que constitui uma oportunidade muito significativa de dinamização e crescimento económico e de promoção do emprego, no contexto atual muito relevante, devidamente articulada com uma estratégia integrada de Ordenamento do Território e de sustentada coesão social”, salienta a Câmara.

"Esta operação vai ter uma relevante componente de exportação, o que constitui uma oportunidade muito significativa de dinamização e crescimento económico e de promoção do emprego, no contexto atual muito relevante, devidamente articulada com uma estratégia integrada de Ordenamento do Território e de sustentada coesão social.”

Câmara Municipal de Aveiro

A mesma nota refere que, com o início dos trabalhos, a circulação automóvel através do arruamento privado da fábrica, que é utilizado atualmente para acesso ao centro da freguesia de Cacia, “será desativado em definitivo”. Segundo a Câmara, um novo acesso ao centro de Cacia será disponibilizado aquando da conclusão da nova variante rodoviária, que está atualmente em construção, num investimento total de cerca de 1,2 milhões de euros.

A intenção de investir na fábrica de Cacia foi comunicada pela TNC em finais de 2015, quando deu a conhecer o seu projeto para a construção de uma linha de produção de papel ‘tissue’ (utilizado em papel higiénico e lenços de papel) e respetiva transformação em produto final, com uma capacidade de produção nominal de 70 mil toneladas por ano.

O projeto estava, no entanto, condicionado “à concretização de um conjunto de fatores, nomeadamente a obtenção de um pacote de incentivos fiscais e financeiros”. No início deste ano, o grupo papeleiro anunciou, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que decidiu avançar com o desenvolvimento do projeto, depois de ter reunido “a globalidade das condições necessárias para a concretização deste investimento”.

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Cotadas mais generosas. Vão dar dois terços dos lucros aos acionistas

Lucros subiram, mas dividendos vão crescer mais. As cotadas nacionais vão ser mais generosas com os acionistas. Por cada três euros de lucro, dois vão para o bolso dos investidores.

As cotadas nacionais vão ser mais generosas este ano. Apesar do modesto crescimento dos resultados que deverá apresentar, a maioria das empresas prepara-se para aumentar os dividendos. Contas feitas, por cada três euros de lucro obtido no ano passado, dois euros deverão ir para o bolso dos acionistas. Em alguns casos, até vão pagar mais do que lucraram no ano passado.

Com a época dos dividendos à porta, muitos investidores começam a centrar atenções nas cotadas com políticas de remuneração mais atrativas. E 2017 deverá ser bastante generoso com eles. O bolo dos dividendos deverá crescer mais de 25% para um total de 2,15 mil milhões de euros face ao ano anterior. Isto apesar de os lucros das cotadas que pagam dividendos crescerem uns tímidos 4% para 3,07 mil milhões de euros. Ou seja, 70% dos resultados vão parar às mãos dos acionistas, segundo as estimativas dos analistas, um valor que compara com os 57% de payout observado no ano passado.

“Apesar do rácio de payout (dividendos/lucros) se manter a níveis relativamente elevados, observou-se um esforço relativamente bem-sucedido de desalavancagem da generalidade das empresas do índice português, o que se constata (por exemplo) na redução do rácio dívida líquida sobre o EBITDA de 3,23 vezes em 2010 para 2,57 vezes no final de 2015″, refere a equipa de research do BiG.

A temporada de resultados no PSI-20 ainda vai a meio. Até ao momento, as contas até têm sido francamente positivas. Das oito que já foram a exame, seis bateram as previsões do mercado. Entre elas destacam-se EDP e Galp. A elétrica aumentou o lucro de forma tímida e a petrolífera ganhou menos no ano passado, mas isso não impediu de manter uma remuneração sob a forma de dividendos em linha com o compromisso com os acionistas. Juntas representam mais de metade do bolo de dividendos: mais de mil milhões.

A EDP anunciou ontem um lucro de mais de 960 milhões de euros, batendo as previsões dos analistas. Com isso, vai propor uma subida do dividendo para os 19 cêntimos por ação, prevendo distribuir cerca de 700 milhões de euros. No caso da Galp, a queda de 24% do resultado líquido para 483 milhões de euros não influenciou a política da gestão de Carlos Gomes da Silva, que até aumentou o dividendo dos 40 cêntimos para os 50 cêntimos. Vai entregar aos acionistas 86% dos lucros, um total de cerca de 415 milhões de euros. Dos quais 140 milhões irão para o bolso de Américo Amorim e dos angolanos Isabel dos Santos e Sonangol.

Dividendos superam os dois mil milhões

Fonte: Bloomberg

Entre as que contam mais para o bolo no PSI-20 estão ainda Jerónimo Martins, Navigator e Nos. A retalhista nacional vai atribuir aos acionistas uma parcela de 64% dos seus lucros, 0,605 euros por ação, depois de um ano em que o resultado líquido de 593 milhões de euros foi amplamente beneficiado com a venda da Monterroio à família Soares dos Santos. Já a produtora de pasta de papel obteve um lucro de 217,5 milhões de euros e o CEO Diogo da Silveira anunciou aos investidores que o dividendo deste ano será superior ao do ano passado. Os analistas apontam para um dividendo de 0,23 euros por título.

Quanto à Nos, com os lucros de 90,4 milhões de euros, o dividendo subiu para os 20 cêntimos. Ou seja, a empresa liderada por Miguel Almeida vai fazer um esforço adicional para remunerar os seus acionistas: serão mais de 100 milhões de euros colocados à disposição dos investidores sob a forma de dividendos, um payout acima de 100%.

EDP e Galp dominam dividendo

Fonte: Bloomberg

As contas tiveram por base 14 cotadas do PSI-20. Foram excluídos da análise os bancos BPI e BCP e ainda a Caixa Económica Montepio, pela razão de que não vão pagar dividendos. E ainda a Pharol devido à falta de cobertura dos analistas, apesar do dividendo de três cêntimos que a antiga PT SGPS pagou no ano passado.

Empresas pagam sem lucro

Depois de vender terrenos a Sandra Ortega, filha do dono da Zara, por 50 milhões de euros, a Sonae Capital viu os lucros multiplicarem-se para os 17,6 milhões de euros em 2016. Ainda assim, a cotada liderada por Cláudia Azevedo vai dar aos acionistas mais do que isso. Propõe um dividendo de 10 cêntimos, um total de 25 milhões de euros, representando 142% dos lucros.

Esta política não é propriamente novidade na Sonae Capital, já que no exercício anterior, pagou um dividendo de seis cêntimos, apesar dos prejuízos na ordem dos 300 mil euros. E também não deverá ser novidade no PSI-20. A Nos vai fazer. Os CTT também deverão.

Os analistas antecipam um dividendo de 0,48 cêntimos, um aumento de um cêntimo face ao ano anterior. A cotada liderada por Francisco Lacerda deverá por nas mãos dos acionistas um montante superior aos lucros de 65 milhões de euros que terá registado em 2016. Tendo em conta que é a ação mais penalizada este ano — cai mais de 20% em 2017 –, a questão do dividendo poderá (ou não) mudar o rumo dos acontecimentos nos CTT.

De resto, os CTT deverão ser um dos pontos de atenção para os investidores. O BiG espera que, “apesar do estágio desafiante em que se encontra a atividade do Banco CTT, deverá continuar a reforçar o valor do dividendo com base na elevada proporção do cash em balanço (cerca de 47,5% dos ativos totais)”.

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As 5 apostas do fundo soberano da Noruega em Portugal

É o maior fundo soberano do mundo. A sua presença no mercado acionista é colossal. Google, Apple, Nestlé, JP Morgan fazem parte das eleitas dos Norges Bank. Mas onde é que investe em Portugal?

Nestlé, Shell, Apple, Google, Microsoft, JP Morgan, Amazon.com, Exxon… não faltam estrelas mundiais na carteira de investimentos do maior fundo soberano do mundo. O Norges Bank tem aplicados muitos milhões em quase 9.000 empresas espalhadas por 77 países. A sua presença no mercado acionista é absolutamente estonteante: o fundo detém 1,3% de todas as cotadas do mundo e 2,3% das cotadas europeias. E em Portugal?

O Norges Bank reduziu a sua exposição ao mercado acionista nacional. Ainda assim, não deixa de assumir um protagonismo interessante em muitas das nossas cotadas. Onde é que ela está presente?

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Resultados: PSI-20 vai a exame do mercado. Será que passa?

Arranca esta quinta-feira a temporada de resultados na praça nacional. Analistas esperam uma descida global dos lucros, mas há cotadas com desempenhos positivos. O PSI-20 passa no exame dos mercados?

À partida para mais uma temporada de resultados em Lisboa, as estimativas dos analistas apontam para um ano de 2016 pouco positivo para as empresas nacionais. Sem contar com o BCP e BPI, os lucros no índice nacional terão recuado 2,7% num ano em que em que economia portuguesa que deverá ter crescido pouco mais de 1,2%. Incluindo aqueles dois bancos, as contas são ainda mais negativas: -11%. Mas há fatores extraordinários a ter em conta.

É no setor financeiro onde vão estar centradas todas as atenções. O BPI é o primeiro a prestar contas. E Fernando Ulrich, presidente do banco alvo de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos catalães CaixaBank, deverá anunciar já esta quinta-feira um lucro de 244 milhões de euros relativo ao exercício de 2016, mais 2% do que no ano anterior. A explicar a melhoria de resultados terá estado o forte crescimento da margem financeira, em 13%, dizem os analistas do CaixaBI, cuja previsão de lucro é mais otimista: 266 milhões de euros.

Para o BCP, que só reporta os resultados a 6 de março, a estimativa dos analistas sondados pela Bloomberg sugere uma melhoria evidente face aos prejuízos de 250 milhões de euros registados nos nove primeiros meses do ano, devido sobretudo ao esforço do banco com provisões extraordinárias para cobrir o crédito em risco de incumprimento. Terá fechado o ano com um resultado líquido negativo menos pesado, de cerca de 85 milhões. Com um aumento de capital no valor de 1.300 e dois novos acionistas de referência em luta por protagonismo na estrutura acionista, Nuno Amado deverá anunciar uma nova vida no maior banco privado português.

“A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento”, referiu Albino Oliveira, da Patris Investimentos. “Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas”, frisou o responsável.

BPI dá o pontapé de arranque na earnings season nacional

Para Albino Oliveira há mais setores que deverão despertar a curiosidade dos investidores. “Tivemos já a divulgação das vendas preliminares do quarto trimestre de 2016 por parte de Sonae e Jerónimo Martins (fortes em ambos os casos). Resta agora conhecer a informação relativamente às margens, principalmente no que se refere à Sonae, tendo em conta os sinais positivos observados no terceiro trimestre e a manutenção do ambiente competitivo no setor do retalho em Portugal”.

Em relação à dona da cadeia de hipermercados Continente, os especialistas apontam para lucros de 173,4 milhões de euros, ainda assim menos 1% face a 2015. A Jerónimo Martins, que detém a marca Pingo Doce e que se apresenta como uma das favoritas dos analistas, beneficiou da venda da Monterroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos para acumular um lucro de 500 milhões de euros só nos nove primeiros meses do ano. O consenso do mercado aponta para um lucro total de 439,7 milhões de euros em 2016 — não devendo contabilizar o negócio com a Monterroio por 310 milhões de euros.

"A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento. Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Habituada a ser o rei da temporada, a EDP terá melhorado o seu resultado líquido em 2% face a 2015. A elétrica liderada por António Mexia apresenta contas a 2 de março e deverá revelar um lucro de 932 milhões de euros, representando um terço dos lucros do PSI-20 no ano passado.

Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial, salienta a “estabilização no segundo semestre do ambiente de negócios” que beneficiou “setores com maior volatilidade, como o energético e o bancário”. Por exemplo, a REN, que perdia mais de 20% dos lucros nos nove primeiros meses do ano, atenuou essa queda e terá encerrado o ano com uma redução de 14% para pouco mais de 100 milhões de euros. A EDP Renováveis, cujo lucro tombava mais de 70% entre janeiro e setembro, fechará o ano com menos 30% dos lucros que registou em 2015, de acordo com os analistas.

Albino Oliveira destaca ainda a Nos, os CTT e a Mota-Engil. Por razões diferentes.

“Os resultados da Nos, o segundo título no PSI-20 com pior performance nos últimos três meses (com pior performance apenas o BCP), no sentido de determinar até que ponto poderão revelar-se decisivos para poderem conduzir a uma inversão dessa tendência negativa. No que se refere aos resultados dos CTT, os números do quarto trimestre poderão ser importantes para o sentimento dos investidores relativamente à evolução operacional do negócio ao longo dos próximos meses”, explicou.

Quanto à construtora, “tendo em conta a decisão da empresa de divulgar números apenas numa base semestral, os números de 2016 assumirão provavelmente maior importância”.

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As quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20

As bolsas europeias devem continuar a valorizar. E a bolsa portuguesa pode seguir a tendência, mas nem todas as cotadas vão brilhar. O CaixaBI aponta quatro para acertar em cheio no PSI-20.

Se quer ganhar na bolsa portuguesa em 2017, o CaixaBI tem a estratégia. São quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20. O banco de investimento antecipa um potencial de valorização médio de 12,7% para as cotadas nacionais que faz cobertura, mas entre as suas eleitas para este ano estão empresas cujo potencial de valorização pode atingir os 70%.

Cada top pick do CaixaBI pode beneficiar com fatores diretamente relacionados com a sua atividade. Mas o contexto europeu também deverá ajudar. “Na Europa, a vantagem para os mercados de ações é mais visível, apoiada pela manutenção de uma política monetária expansionista e pelos incentivos ao investimento da Comissão Europeia, contribuindo para construir um ambiente mais benigno para o crescimento da atividade económica no futuro”, dizem os analistas do banco numa nota de investimento em que traça um cenário moderado para as cotadas nacionais: “As empresas portuguesas deverão apresentar uma taxa de crescimento dos lucros mais baixa, mas positiva, em 2017”. Em todo caso, há quatro alvos para onde deve apontar os seus investimentos.

Salta a rolha à Corticeira

É a primeira destacada pelo CaixaBI. “A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno de dividendo atrativo”, salientam os analistas do banco de investimento, indicando que a cotada liderada António Rios de Amorim vai beneficiar “da liderança de Portugal na produção de cortiça, da integração vertical das suas atividades, mas também do alcance da sua extensa rede de distribuição mundial”.

Com efeito, o CaixaBI atribui um preço-alvo de 10,00 euros à corticeira nacional, uma avaliação deixa implícito um potencial de valorização quase 15% face à atual cotação. E isto depois de as ações terem registado um dos melhores desempenhos em Lisboa em 2016: subiram 42,9%.

"A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno do dividendo atrativo.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Os elogios da equipa de research à Corticeira Amorim são muitos: “A eficiência da empresa tem melhorado continuamente ao longo dos últimos anos, permitindo à Corticeira Amorim alcançar lucros recorde, enquanto ostenta um balanço sólido”. Recomendação: Compra.

Navigator com papel relevante

O setor papeleiro tem sido amplamente favorecido pela valorização do dólar. Mas no caso da Navigator há mais fatores que a tornam altamente atrativa para este ano.

Explica o CaixaBI: “A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e uma rendibilidade do dividendo acima da média”.

Neste contexto, o banco acredita que os títulos da papeleira liderada por Diogo da Silveira poderão escalar mais de 40% ao longo dos próximos meses. Para os analistas do CaixaBI, o valor justo da Navigator está fixado nos 4,60 euros, bastante acima da atual cotação de 3,275 euros, daí a recomendação de compra.

"A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e um retorno do dividendo acima da média.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Entre as letras gordas que acompanham a apresentação da papeleira estão duas ideias bastante fortes que são capazes de convencer qualquer investidor: “política generosa de dividendos” e “elevado rendimento a baixo custo“.

Promoções? No Continente

Se há promoção no PSI-20, então procure-a numa estante de uma loja do Continente. Ou melhor, na Sonae, cotada a quem a equipa de research do CaixaBI concede um potencial de valorização de 70%, com uma recomendação de compra para os títulos que, em termos justos, deviam valer 1,45 euros — bastante longe dos 0,845 euros com que fecharam a última sessão.

“A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização”, explica o banco.

Para contextualizar a sua confiança, o CaixaBI considera que a retalhista está hoje mais resistente a “eventuais choques externos”, podendo vir a beneficiar de melhores perspetivas para o setor do retalho alimentar. Adicionalmente, há outros dois fatores que devem merecer a atenção dos investidores:

  • “A Sonae está a reformular sua atividade de retalho especializado através de mudanças estruturais dos seus negócios e de aquisições”, diz o CaixaBI — recentemente, a retalhista liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério comprou 51% da Go Natural e vendeu o Continente Albufeira;
  • “A Sonae Sierra e a Nos estão a registar ganhos recorrentes de eficiência operacional, contribuindo para aumentar o valor global da Sonae”, acrescenta.

    "A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização.”

    CaixaBI

    Top Picks Selection 2017

Por tudo isto, reforça o banco: “Acreditamos que [a Sonae] é uma proposta atraente, considerando o elevado potencial em função da atual da cotação da Sonae”.

Energia limpa a baixo custo

Para o CaixaBI, o mercado está a subestimar a capacidade da EDP Renováveis de crescer nos EUA. Aliás, os investidores até “penalizaram a ação devido à sua exposição de 45% a esse país, depois dos resultados das eleições presidenciais” que vão colocar Trump na Casa Branca. Daí que consideram que “a energia limpa está barata”

“O mercado dos EUA representa 65% dos planos de crescimento da empresa para 2016-2020, (…) proporcionando uma boa visibilidade aos objetivos da EDP Renováveis. Além disso, é possível uma valorização da ação, uma vez que a EDP Renováveis continua a cumprir os seus planos estratégicos no período entre 2016-2020, que consideramos ser o principal motor dos títulos”, justificam os analistas do banco de investimento.

O CaixaBI acredita que as ações possam valer 7,60 euros. Isto representa um potencial de 32,6% face ao atual preço da cotada liderada por Manso Neto.

Isto apesar do “mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação” que perdeu 16% em 2016. “Mas há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim“.

"Apesar do mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação, há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Três apostas para o xeque-mate ao PSI-20

Evite ser apanhado desprevenido nos altos e baixos do mercado. Movimente os seus peões de forma estratégica e coloque-se em posição no tabuleiro para fazer xeque-mate ao PSI-20.

2017 não promete facilidades para quem investe no mercado nacional. Mas há oportunidades que os analistas consideram atrativas e com potencial para um ano positivo. Disponha-se no tabuleiro da bolsa de forma estratégica, movimente os seus peões para antecipar a volatilidade das ações e coloque-se em posição para fazer o xeque-mate ao PSI-20.

Nos no campo de batalha

Se há setor que promete ser um campo de batalha em 2017, esse setor é o das telecomunicações pelas movimentações que podem acontecer. Com a Altice no mercado, a Nos já prometeu guerra, segundo admitiu o CEO Miguel Almeida. Nas entrelinhas das suas declarações, o Haitong antevê uma oferta da operador para comprar a Impresa, dona da SIC.

A Nos é uma das balas de prata para a Haitong. Dos 17 analistas que seguem a operadora, 10 recomendam a compra dos títulos, atribuindo um potencial de valorização de aproximadamente 30% face à atual cotação, que ronda os 5,50 euros. E isto numa altura em que a cotada liderada por Miguel Almeida apresenta sinais de robustez financeira e de conforto operacional.

“A Nos evidenciou um sólido desempenho operacional em 2016, obtendo a quota de mercado (25,9%) mais elevada da sua história e o EBITDA acentuou a trajetória ascendente (deverá atingir cerca 555 milhões em 2016), com a respetiva margem acima dos 38%”, salienta a equipa de research do Banco BiG, ao ECO. “Praticamente todas as áreas de negócio do segmento de telecomunicações registaram uma tendência favorável (voz, dados e TV)”, acrescentam os analistas.

"A Nos evidenciou um sólido desempenho operacional em 2016, obtendo a quota de mercado (25,9%) mais elevada da sua história e o EBITDA acentuou a trajetória ascendente. Praticamente todas as áreas de negócio do segmento de telecomunicações registaram uma tendência favorável (voz, dados e TV).”

Banco BiG

Para o BiG, os riscos de deterioração do cash flow em função do investimento nos conteúdos desportivos estão minimizados nesta altura. “Acreditamos que a libertação de Capex realizada nos investimentos de rede no médio prazo poderá suavizar os riscos em torno da monetização do investimento em conteúdos desportivos, contribuindo para uma eventual inversão da atual tendência negativa”, explica o banco de investimento.

CTT vão (voltar a) dar cartas

Podem estar pressionados pelo “declínio maior do que o esperado do volume de correio transacionado”, mas também os CTT assumem uma “elevada robustez financeira, com capacidade de geração de cash flow operacional permite reiterar o compromisso de uma política de dividendos com crescimento estável e sustentado”, dizem os responsáveis do BiG.

Os CTT conseguem um score agradável no que toca à recomendação de analistas: 10 recomendam a compra entre os 14 que acompanham a cotada de correio e banco postal; a média dos preços-alvo confere um potencial de ganhos na casa dos 30% — que é mais ou menos a cifra de perdas que resultam do ano que agora está a terminar.

O BiG destaca a diversificação do negócio que Francisco Lacerda tem promovido desde que a empresa outrora pública se lançou no mercado de capitais, no final de 2013. “A aposta no e-commerce e no setor financeiro (Banco CTT) poderão ser importantes catalisadores de crescimento do grupo”, frisam os analistas. Em relação ao banco, o negócio começa a ganhar expressividade: inaugurou este mês o balcão número 200 este mês.

Navegar na pasta do papel com Semapa

Fruto da valorização do dólar, as produtoras de pasta de papel vão continuar beneficiar do facto de a matéria-prima ser negociada em notas verdes. É o caso da Semapa, cujo seu principal ativo é a The Navigator Company. “Em conjunto com a Semapa, destacamos a Navigator (a Semapa detém 70% da Navigator). O preço da pasta de papel e do papel tem sido bastante pressionado ao longo de 2016, mas o downside é limitado do nosso ponto de vista. Gostamos muito da estratégia de expansão da Navigator, que está a abrir portas em vários negócios sinérgicos ao da papeleira e a apostar de forma arrojada num projeto grande para o longo prazo”, dizem os analistas do BiG.

Analisando as avaliações dos analistas, a Semapa faz um pleno: os quatro analistas que seguem a cotada liderada por Pedro Queiroz Pereira recomenda a compra do papel da papeleira, atribuindo uma avaliação média com um potencial de 27%. A ação acumula um ganho 3%.

“O principal risco é a continuação da queda do preço da pasta e do papel, e o aumento de barreiras ao comércio internacional, que é uma possibilidade que tem vindo a aumentar ao longo dos últimos meses”, alerta ainda assim o BiG.

"O principal risco é a continuação da queda do preço da pasta e do papel, e o aumento de barreiras ao comércio internacional, que é uma possibilidade que tem vindo a aumentar ao longo dos últimos meses.”

Banco BiG

Para aproveitar a oportunidade fornecida pela situação mercado cambial — “título também beneficia muito da desvalorização do euro face ao dólar”, diz o BiG –, os fundos de investimento nacionais reforçaram a aposta no setor papeleiro português em novembro.

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Navigator ajusta calendário de resultados com ano fiscal

  • Rita Atalaia
  • 6 Dezembro 2016

A Navigator vai ter de passar a coincidir o período anual de prestação de contas com o ano fiscal e não com o ano civil. A mudança deve-se a uma alteração do regime já aprovado no Orçamento de Estado.

A Navigator vai mudar o período de prestação de contas. Antes, a empresa coincidia a apresentação dos resultados com o ano civil. Mas agora, devido a uma alteração do regime no Orçamento de Estado para 2017, a empresa vai passar a ter em conta o ano fiscal.

“Na The Navigator Company S.A. (“Navigator”) o período anual de prestação de contas é coincidente com o ano civil, decorrendo no entanto o período anual de tributação entre o dia 1 de Julho e o dia 30 de Junho, opção que foi tomada nos termos da lei com confirmação expressa da Autoridade Tributária e Aduaneira”, explica a empresa do setor do papel num comunicado enviado ao regulador.

Mas “o já aprovado Orçamento de Estado para 2017 alterou o regime legal vigente, impondo agora a obrigação de coincidência entre o período de tributação e o período social de prestação de contas“. Portanto, coincidir a apresentação dos resultados com o ano fiscal, entre 1 de julho e 30 de junho. O ano civil corresponde ao período entre 1 de janeiro e 31 de dezembro.

A papeleira também diz no comunicado que vai fazer a próxima divulgação das contas seis meses depois desta alteração, com “início no dia 1 de janeiro de 2017 e termo no dia 31 de junho de 2017”. O que é que isto significa? Com o ajustamento do calendário de apresentação de resultados do ano civil para o fiscal, a prestação de contas anuais passa a ser realizada a meio do ano, enquanto o reporte semestral acontece no final de cada ano, ao contrário do que acontece até agora.

"O já aprovado Orçamento de Estado para 2017 alterou o regime legal vigente, impondo agora a obrigação de coincidência entre o período de tributação e o período social de prestação de contas”

The Navigator

No entanto, esta mudança levanta dúvidas. A Navigator diz que esta alteração legislativa e a obrigação de coincidir o período de prestação de contas com o ano fiscal não é suficientemente clara em relação aos impactos futuros que a manutenção desta divergência pode ter na empresa.

Por isso mesmo, vai pedir esclarecimentos às “autoridades competentes”, refere a empresa. Se a Navigator obtiver esses esclarecimentos atempadamente, antes do encerramento do período de prestação de contas que decorrerá até ao dia 30 de junho de 2017, poderá revogar a decisão.

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Também há Black Friday na bolsa de Lisboa?

Saldos, promoções e mega descontões. A Black Friday não chegou à bolsa. Mas há "pechinchas" no PSI-20 que pode aproveitar neste dia de grande apetite consumidor. Vamos caçar os melhores negócios?

Descontos, descontos e mais descontos. Estamos na Black Friday. O dia é de consumo por tradição para aproveitar as borlas dadas pelas superfícies comerciais. Mas em vez de gastar, prefere aproveitar o dinheiro extra para investir? Na praça lisboeta há alguns negócios que podem ser interessantes para a sua carteira.

“Nem sempre os descontos são boas oportunidades de compra”, diz Pedro Lino. “Há que olhar além do preço. É preciso ver a qualidade e sustentabilidade dos resultados“, diz o CEO da Dif Broker. E foi isso que o ECO foi fazer. Olhando para o PSI-20, procurámos os negócios mais atrativos em função das recomendações dos analistas.

Lisboa não tem um grande número de empresas — o índice de referência deveria ter 20 mas está reduzido a 18 títulos –, mas ainda oferece oportunidades. Damos-lhe a conhecer três cotadas que podem revelar-se uma “pechincha”. Vamos aos saldos?

Papel, qual papel? O da Navigator

precos-06-08Se há setor que está a ganhar com a valorização expressiva do dólar, esse setor é o do papel. O Haitong já reviu em alta a avaliação que faz das produtoras de pasta de papel. “Melhoramos o setor para uma recomendação de ‘compra’. (…) Mas, no setor ibérico, preferimos a Navigator devido ao seu balanço forte”, além do “elevado dividendo”, diz o analista Nuno Estácio.

A cotada liderada por Diogo da Silveira surge com um “desconto” de 20%, isto é, há um potencial de valorização até aos 3,40 euros, em média, atribuído pelos analistas face ao preço atual da ação. Dos oito analistas que acompanham a papeleira, apenas um se apresenta com uma recomendação “neutral” para os títulos. Os restantes apostam na sua “compra” ou “manutenção”.

Para a equipa de research BiG, trata-se de um “título que tem potencial significativo” — a ação negoceia com um rácio entre a cotação e os lucros de 10,9 vezes, um dos mais atrativos em Lisboa.

A “expansão para novos segmentos associada ao dividendo atrativo” que o BiG espera que a Navigator pague no próximo ano, ajudam à construção de uma boa história em torno da papeleira. “A empresa está a conseguir ter um equilíbrio muito saudável entre investimento em crescimento e remuneração ao acionista. Vemos isso com muito bons olhos”, reforça o banco.

“A cotação não incorporou a recente subida do dólar, mas a elevada geração de fluxos de caixa e a diminuição da dívida deverá ser um catalisador para uma recuperação no futuro”, acrescenta Pedro Lino.

Mota a desconto sem contas

precos-06-07A construtora nacional pode estar a braços com “problemas de visibilidade” depois de ter anunciado que não vai apresentar as contas do último trimestre. Mas é a cotada do PSI-20 que apresenta o maior potencial de valorização tendo em conta o atual preço da ação e a média da avaliação dos analistas: 55%. Três dos seis especialistas que acompanham a Mota-Engil recomendam “comprar” este título que, em média, poderá chegar aos 2,45 euros.

Adicionalmente, a Mota-Engil negoceia com o rácio entre a cotação e os lucros mais baixo da praça lisboeta, negociando a 4,6 vezes face ao valor estimado dos resultados líquidos, um rácio que o coloca bem posicionada em relação ao setor da construção europeu — apresenta um rácio de 16,3 vezes.

A equipa do BiG destaca “os múltiplos fundamentais atrativos“, pese embora a “tendência deprimida” que a Mota-Engil tem apresentado, “extremada após comunicar que não iria divulgar as contas relativas aos primeiros nove meses do ano”. “Ainda para mais considerando a exposição geográfica das suas receitas”, destacam os analistas do BiG.

Com os investidores à espera da concretização do plano de desinvestimento, “a recente política de não divulgar as contas trimestrais contribuiu para uma menor visibilidade em termos económicos por parte de analistas”, diz Pedro Lino. Contudo, a “venda de ativos com o objetivo de redução da dívida” associada à estratégia de “internacionalização” são pontos a favor da Mota-Engil.

Não invente, vá ao Continente

precos-06-06Habituada aos descontos nos seus hipermercados, os Continente, a Sonae também se apresenta com uma “grande promoção” no PSI-20. Em média, os analistas acreditam que a cotada liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério pode valorizar 43%. Seis dos oitos analistas que seguem a retalhista recomendam “comprar” os títulos.

A Sonae tem sido uma das mais castigadas na bolsa portuguesa em 2016. Desde o início do ano já perdeu 25% do seu valor, mas as contas que a holding tem vindo a apresentar podem abrir a porta a uma valorização no sentido da média dos preços-alvo de 1,115 euros. As ações estão a cotar a 7,3 vezes os lucros, o que compara com as 19,1 vezes do setor do retalho na Europa.

“Na última divulgação de resultados, a empresa apresentou bons números nos segmentos de retalho (alimentar e especializado) e resiliência nos restantes segmentos de negócio”, dizem os analistas do BiG. “Este desempenho operacional desencadeou uma tendência positiva para o título que beneficiou igualmente do desconto fundamental, das novas oportunidades de internacionalização e forte estrutura do balanço”, reforçaram.

Pedro Lino alerta para o esforço promocional que a Sonae tem praticado nos seus hipermercados. “Um dos problemas da Sonae é que tem vindo a sacrificar EBITDA, para aumentar as vendas. Este facto é constatado pela diminuição do ‘underlying EBITDA'”, diz Pedro Lino. Mas “quando se assistir a uma inversão deste indicador a cotação tenderá a subir”, acrescentou o gestor.

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