Risco de “instabilidade” com reunião de acionistas da Oi convocada pela Pharol, alerta Justiça brasileira

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2018

A Justiça brasileira aceitou a convocação de uma assembleia geral extraordinária da Oi pedida pela empresa portuguesa Pharol. Mas diz ser "desnecessária" e alerta que pode provocar "instabilidade".

O juiz que, no Brasil, está a acompanhar a recuperação judicial da operadora brasileira Oi, aceitou a convocação de uma assembleia-geral extraordinária pedida pela portuguesa Pharol PHR 3,66% , principal acionista, mas alertou para uma eventual “instabilidade” decorrente do encontro.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Pharol divulga a homologação do plano de recuperação judicial da companhia, anunciado na segunda-feira no Brasil, numa nota em que acrescenta que “a decisão também tratou da convocação de uma assembleia-geral extraordinária de acionistas para deliberar sobre matérias que impactem o plano”, encontro pedido na empresa portuguesa, que não concorda com o novo estatuto social da Oi.

Porém, de acordo com o juiz Fernando Viana, da 7.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, “as alterações pertinentes, inclusive do estatuto social da companhia, aprovadas no plano de recuperação judicial dispensam a realização de assembleia-geral extraordinária e podem ser levadas a cabo pelos órgãos de direção da companhia”. Acresce que, segundo o responsável, “a cláusula do plano que regula a governança durante a fase de transição está em consonância” com a legislação brasileira, “até porque visa conferir estabilidade institucional aos órgãos sociais e aos administradores (…) para fins de cumprimento do plano de recuperação judicial aprovado pela manifestação soberana dos credores”, nota o juiz.

“Portanto, a convocação de assembleia-geral extraordinária é absolutamente desnecessária para dar eficácia à decisão soberana dos credores”, considera o responsável, alertando para que, “pelo contrário, a convocação de assembleia de acionistas, nesta hipótese, poderá reinstalar a instabilidade fortemente rejeitada pelo Judiciário durante todo esse processo de recuperação judicial”.

A convocação de assembleia-geral extraordinária é absolutamente desnecessária para dar eficácia à decisão soberana dos credores.

Fernando Viana

Juiz da 7.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro

Na segunda-feira, a Pharol convocou uma assembleia-geral extraordinária de credores para fevereiro para discutir o estatuto social da empresa. Num comunicado ao mercado, a Pharol refere que o plano de recuperação “não está em conformidade com a governança estabelecida no estatuto social da Oi em vigor”, sendo uma “oposição direta aos direitos dos acionistas”. A Pharol também informou ainda que pretende discutir “providências judiciais e extrajudiciais adequadas” a adotar.

A Oi, na qual a portuguesa Pharol é acionista de referência com cerca 27% das ações, esteve num processo de fusão com a Portugal Telecom, que nunca se concretizou. A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial em junho de 2016 por não conseguir negociar as suas dívidas, que na época somavam 65 mil milhões de reais (cerca de 17 mil milhões de euros).

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Pharol força nova assembleia geral da Oi para 7 de fevereiro

A antiga holding da Portugal Telecom, que é a maior acionista da Oi, convocou uma assembleia geral extraordinária de acionistas da operadora brasileira. Está contra o plano de recuperação

A Pharol, antiga holding da Portugal Telecom, vai forçar a realização de uma assembleia geral de acionistas da operadora Oi para o próximo dia 7 de fevereiro. A informação foi comunicada esta segunda-feira aos mercados. Numa nota, a empresa refere que a sua subsidiária Bratel convocou “uma assembleia geral extraordinária da Oi”. A Pharol, através da Bratel, é a maior acionista da empresa brasileira e está contra o plano de recuperação aprovado pela administração da companhia.

Oposição essa que é recordada no próprio comunicado: “A Pharol entende que o plano de recuperação judicial não está em conformidade com a governança estabelecida no Estatuto Social da Oi em vigor, em oposição direta aos direitos dos acionistas (…).” Em causa, indica a Pharol, está, entre outras coisas, a “diluição injustificada” da posição dos acionistas, com um aumento de capital que define “o preço de emissão com base em avaliação que não reflete o real valor de mercado da Oi”. O pedido de convocação desta reunião já tinha sido comunicado aos mercados no final de 2017.

Outros motivos invocados pela empresa de Luís Palha da Silva estão relacionados com “a destituição e nomeação indevida” de administradores “em flagrante violação das regras” do estatuto social, e falta de “garantia de manutenção, nos seus respetivos cargos, da própria diretoria responsável pela elaboração do plano de recuperação judicial”, durante o processo, “com a renovação dos seus compromissos contratuais, incluindo indemnizações”. Além disso, para a Pharol, a “regra de resolução de conflitos” entre os acionistas e a empresa é “distinta da prevista” no estatuto.

Por fim, a Pharol PHR 3,66% gatrante que houve ficação de “privilêgios indevidos para determinado grupo de credores, que receberiam comissões bilionárias”, bem como a “entrega gratuita de valores mobiliários da Oi, sem garantia de contraprestação à Oi, em prejuízo da companhia”. Neste último ponto, a empresa escuda-se nas questões já levantadas pela Anatel, o regulador brasileiro das comunicações, que também está contra o plano.

(Notícia atualizada às 11h02 com mais informações)

Cotação das ações da Pharol na bolsa de Lisboa

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Bolsa de Lisboa tem o melhor arranque de ano de sempre

BCP disparou quase 10% na primeira semana de 2018. Pharol e Sonae também estiveram em evidência em Lisboa, que entrou no novo ano a todo o gás.

É preciso recuar a… não é preciso. 2018 começou mesmo com o melhor arranque na história da bolsa de Lisboa. O PSI-20 disparou mais de 4% na primeira semana do novo ano, sobretudo com BCP e Sonae em grande estilo, a aproveitar a onda do ciclo económico positivo em Portugal. Há boas razões para os investidores abrirem as garrafas de champanhe ao fim de uma semana de negociação no novo ano.

A semana na bolsa foi mais curta que o normal pois não houve negociação na segunda-feira. Mas isso não impediu que, entre terça-feira e esta sexta-feira, o PSI-20 tivesse feito um sprint assinalável — ainda que tenha relaxado um pouco na última sessão da semana. Acumulou um ganho semanal de 4,22%. Foi a semana de abertura de um novo ano mais positiva de sempre por cá e foram precisas duas décadas para a bolsa portuguesa pulverizar o recorde de 4,17% com que iniciou o ano de 1998.

Os analistas dizem que não se deve isolar o excecional desempenho da praça lisboeta do bom momento nos mercados acionistas internacionais. Na verdade, o milanês FTSE-Mib também valorizou cerca de 4% durante a semana e, em Frankfurt e Paris, os ganhos foram superiores a 3%. Do outro lado do Atlântico, os nevões em Nova Iorque não arrefeceram os ânimos dos investidores e Wall Street voltou a atingir um novo recorde.

Melhores arranques na bolsa nacional

Fonte: Bloomberg

“Olhamos lá para fora e vemos a mesma exuberância. Vemos Wall Street com o Dow Jones a experienciar máximos históricos. Na Europa, também temos um sentimento muito positivo. Nada se alterou face ao fim do ano. 2017 acabou com a economia muito forte e que vai ter um efeito positivo nos lucros das empresas. Por outro lado, nos EUA, tivemos o plano fiscal de Trump”, contextualiza Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.

“A verdade é que os investidores não encontram muitas alternativas no mercado neste momento e as ações são o investimento mais atrativo. Vamos ter de esperar pela temporada de resultados que começa dentro de um mês para termos uma melhor noção do que se está a passar”, frisou ainda o analista.

"Olhamos lá para fora e vemos a mesma exuberância. Vemos WallStreet com o Dow Jones a experienciar máximos históricos. Na Europa, também temos um sentimento muito positivo. Nada se alterou face ao fim do ano. 2017 acabou com a economia muito forte e que vai ter um efeito positivo nos lucros das empresas. Por outro lado, nos EUA, tivemos o plano fiscal de Trump.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

BCP e Sonae na crista do ciclo económico

Não é só o contexto internacional mais positivo que dá maior otimismo cá dentro. Há fatores específicos de cada empresa. Por exemplo, no BCP e Sonae, que estão entre as cotadas com ganhos mais expressivos nesta semana em Lisboa, o bom desempenho surge associado ao ciclo económico favorável. O BCP ganhou quase 10%, aproveitando a boleia dos juros mais baixos da dívida soberana.

Steven Santos, do BiG, escreveu na sua conta de Twitter que “com a banca europeia a viver um período de acalmia e os investidores a procurarem temas cíclicos, o BCP beneficia por ser o único banco cotado [presente no PSI-20] em Portugal”.

Albino Oliveira acolhe com surpresa a performance excecional do BCP. Acompanha a análise de Steven Santos, mas diz que a descida das taxas de juro da dívida portuguesa não é motivo suficiente para sustentar a avaliação de 0,2977 euros que os investidores dão atualmente ao banco liderado por Nuno Amado.

“O BCP continua a evoluir positivamente à boleia dos juros, mas a descida das taxas não é suficiente. Não é crível que a dívida venha a ter nos próximos três meses descidas tão acentuadas. Ou seja, embora seja positiva para a carteira de títulos dos bancos, melhorando os resultados do banco, este efeito não será continuado, não é sustentado a prazo”, diz o analista da Patris. “É preciso que o banco consiga mostrar em termos de resultados melhorias de forma sustentada”, salienta ainda.

Fonte:

Olhando para o top 5 de maiores valorizações em Lisboa, além do BCP e Sonae, encontramos a Pharol, os CTT e a Navigator. “Há motivos que justificam as valorizações”, atira Albino. Quais são? Em relação à Pharol, a cotada liderada por Palha de Silva encontrar-se em correção altista depois de um mês de dezembro instável com os acontecimentos na brasileira Oi, nomeadamente o plano de recuperação judicial que iria diluir e muito a posição da empresa portuguesa na operadora.

Para os CTT, a história também de recuperação depois de ter apresentado o plano de reestruturação em meados de dezembro e que visa colocar o negócio da empresa de correios numa rota sustentável. Esta semana, o ECO avançou em primeira mão as primeiras 22 lojas que os CTT pretendem encerrar. Na Navigator, a possibilidade de um dividendo extra abriu o apetite dos investidores, depois de a papeleira ter vendido o negócio de pellets nos EUA no último dia útil de 2017.

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Chairman da Oi renuncia à administração da Pharol

José Mauro da Cunha, chairman da operadora brasileira Oi, renunciou ao cargo de administrador não executivo da Pharol. Decisão surge depois da cotada nacional se ter oposto ao plano de recuperação.

José Mauro da Cunha, presidente do conselho de administração da operadora Oi, renunciou ao cargo de administrador não executivo da empresa portuguesa Pharol PHR 3,66% . A informação foi revelada aos mercados pela antiga holding da Portugal Telecom num comunicado enviado à CMVM esta quinta-feira à noite. A Pharol detém cerca de 27% da Oi.

A saída de José Mauro da Cunha da Pharol surge pouco depois de os credores da empresa terem aprovado o novo plano de recuperação judicial proposto pela administração da Oi. A proposta ainda carece de aprovação da Justiça brasileira. No entanto, a Pharol já se mostrou contra o plano, lançando suspeitas quanto à legalidade de algumas medidas propostas.

A Oi, da qual a Pharol é a maior acionista, está ao abrigo de um processo de recuperação judicial no Brasil. É a maior operadora de telecomunicações do país, mas tem vindo a perder quota de mercado. Uma avultada dívida a milhares de credores ditou que fosse feito o pedido judicial para evitar a falência da empresa. Um dos credores é a Anatel, o regulador das comunicações brasileiro, que também já veio opor-se à proposta da administração.

Cotação das ações da Pharol na bolsa de Lisboa

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Pharol tomba 7% com previsível redução acionista na Oi

Assim que o plano de recuperação da Oi estiver concluído, os atuais acionistas irão ver as suas participações reduzidas. É o caso da Pharol, que depois desta notícia já esteve a perder 7% em bolsa.

A Oi apresentou esta quarta-feira no novo plano de reestruturação, 18 meses depois de ter entrado num processo de recuperação judicial devido à elevada dívida. A proposta, que inclui a conversão de dívida em ações, não foi bem recebida pelos investidores, com a Pharol — uma das acionistas — a ver as suas ações a tombar 7%.

Como comunicado pelo novo presidente da Oi, Eurico Teles, o plano vai permitir uma conversão da dívida até 75% do capital da telecom brasileira. Isto quer dizer que, assim que o plano de recuperação da Oi estiver concluído, serão os credores a ficarem com o controlo da operadora, com os atuais acionistas a verem as suas participações reduzidas.

Na iminência da redução da participação da Pharol, que atualmente detém 27% da brasileira Oi, os títulos da portuguesa seguem a desvalorizar, tendo já atingido perdas de 7%.

Pharol cai 7% com a redução acionista da Oi

As ações da empresa já estiveram a perder 7,05% esta sessão, cotando nos 29 cêntimos, seguindo agora a cair 3,85% para os 30 cêntimos.

Para além desta operação, o novo plano da Oi prevê um aumento de capital de quatro mil milhões de reais, um montante abaixo do que estava estabelecido na versão anterior do plano. Esta foi a quinta alteração ao plano e tudo aponta para que seja finalmente aprovado, dado que foi negociado previamente com a maioria dos credores e inclui este aumento de capital.

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Tribunal confirma multa à Telefónica por pacto com Portugal Telecom

  • ECO
  • 13 Dezembro 2017

O Tribunal de Justiça da União Europeia rejeitou o recurso interposto pela espanhola Telefónica por causa de uma cláusula de não-concorrência assinada com a PT em 2010, na venda da brasileira Vivo.

A Telefónica perdeu um recurso que tinha interposto no tribunal da União Europeia depois de ter sido condenada juntamente com a Portugal Telecom (hoje Pharol) em 2013 por causa de uma cláusula de não-concorrência que constava no acordo de compra da brasileira Vivo pela operadora espanhola.

A decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia foi conhecida esta quarta-feira, de acordo com a agência Bloomberg.

Em causa está um acordo de compra de ações celebrado em 2010 entre a PT e a Telefónica e que iria permitir aos espanhóis adquirirem o controlo exclusivo da operadora brasileira Vivo, onde até então formavam uma joint-venture.

No entanto, nesse contrato foi incluída uma cláusula de não-concorrência, segundo a qual “na medida do permitido por lei, as partes abster‑se‑ão de participar ou investir, direta ou indiretamente através de qualquer filial, em qualquer projeto no setor das telecomunicações (…) que possa ser considerado como estando em concorrência com a outra parte no mercado ibérico”. Este pacto acabou em fevereiro de 2011.

Por causa disto, já em 2013, a Comissão Europeia multou as duas operadoras ibéricas em 79 milhões de euros, depois de ter considerado que infringiram a lei da concorrência europeia. A Telefónica foi condenada ao pagamento de 66,9 milhões de euros, enquanto a Portugal Telecom foi multada em 12,3 milhões.

Em junho do ano passado, depois dos recursos colocados pelas duas operadores, o Tribunal Geral da União Europeia já tinha confirmado a ilegalidade da cláusula de não-concorrência entre a Portugal Telecom e a Telefónica. Mas nessa decisão considerou que iria rever as coimas aplicadas (calculadas em função das vendas relacionadas direta ou indiretamente com a infração cometida).

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Novo plano de recuperação reduz dívida da Oi para metade

Quinta versão do plano de recuperação foi apresentado esta terça-feira. Credores vão ficar com 75% do capital da Oi com conversão de dívida em ações. Aumento de capital será de mil milhões de euros.

A operadora brasileira Oi apresentou esta terça-feira uma nova versão do plano de reestruturação, 18 meses depois de ter entrado num processo de recuperação judicial devido à elevada dívida. Foi a quinta alteração ao plano e tudo aponta para que seja finalmente aprovado dado que foi negociado previamente com a maioria dos credores e vem com um acordo para aumentar o capital da empresa em quatro mil milhões de reais (cerca de mil milhões de euros).

De acordo com os novos termos da proposta, o plano de recuperação vai permitir à operadora reduzir a dívida para metade, dos 64 mil milhões de reais (16 mil milhões de euros) para os 32 mil milhões (oito mil milhões), somando já as dívidas relacionadas com as multas aplicadas pelo regulador brasileiro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A dívida que permanecer vai ser alongada nos prazos de pagamento — o prazo médio de vencimento ficará acima de dez anos.

“Com a redução da dívida, a Oi passa a ficar com o balanço equacionado e, ao solucionar o desequilíbrio em sua estrutura de capital, estará em condições de acelerar os investimentos para voltar a crescer e desempenhar um papel ainda mais relevante no setor de telecomunicações”, referiu o recém-nomeado presidente da Oi, Eurico Teles.

Entre outras medidas incluídas no plano está a conversão da dívida até 75% do capital da telecom brasileira onde a Pharol detém atualmente 27%. Isto quer dizer que, assim que o plano de recuperação da Oi estiver concluído, serão os credores a ficarem com o controlo da operadora, com os atuais acionistas a verem as suas participações reduzidas.

"Com a redução da dívida, a Oi passa a ficar com o balanço equacionado e, ao solucionar o desequilíbrio em sua estrutura de capital, estará em condições de acelerar os investimentos para voltar a crescer e desempenhar um papel ainda mais relevante no setor de telecomunicações.”

Eurico Teles

Presidente da Oi

Além disso, está previsto um aumento de capital de quatro mil milhões de reais, um montante abaixo do que estava estabelecido na versão anterior do plano. Este reforço de capital foi negociado com o maior grupo privado de credores internacionais, com mais de 22 mil milhões de reais em dívida (cerca de 5,6 mil milhões de euros).

Em relação à dívida à Anatel, ela será liquidada em tranches ao longo dos próximos 20 anos.

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Oi volta a adiar assembleia de credores. Já chegou a acordo com mais de metade

  • Lusa
  • 30 Novembro 2017

O adiamento decorre da decisão tomada pelo juiz que está a acompanhar a situação no tribunal brasileiro, que considerou que se “impõe, mais uma vez, o adiamento da assembleia-geral de credores”.

A operadora de telecomunicações brasileira Oi, que está num processo de recuperação judicial, adiou, mais uma vez, a assembleia de credores de 07 para 19 de dezembro, numa altura em que conseguiu acordos com 54% dos obrigacionistas.

O adiamento decorre da decisão tomada pelo juiz que está a acompanhar a situação no tribunal do Rio de Janeiro, que considerou que se “impõe, mais uma vez, o adiamento da assembleia-geral de credores”, revela um comunicado da Oi feito à Comissão de Valores Mobiliários do Brasil e divulgado ao mercado português — já que a Pharol é a principal acionista da operadora.

Na decisão, o responsável acrescenta que, “se por um lado, o adiamento da assembleia-geral de credores é uma medida negativa do ponto de vista da celeridade e do cumprimento dessa etapa processual, por outro, exatamente por conta dos adiamentos da assembleia, foi possível a realização de mais de 30 mil acordos com os credores, dentro do programa de mediação que foi instaurado e vem sendo realizado pelas devedoras, com a supervisão do administrador judicial”.

Depois de vários adiamentos, previa-se que a primeira convocação da assembleia-geral de credores se realizasse a 07 de dezembro, seguindo-se uma segunda sessão a 01 de fevereiro do próximo ano, data que se mantém. O comunicado precisa que, dos 55.093 credores, a Oi já chegou a acordo com 30.042, isto é, 54%, um número que o juiz vê como “altamente positivo e significativo”.

“Entendo que o programa está a ser bem-sucedido e está a trazer benefícios aos envolvidos, considerando que 54% dos credores já mediaram e receberam parte significativa do seu crédito”, aponta. Em causa está o plano de recuperação judicial da Oi, que resulta de um pedido feito pela operadora de telecomunicações brasileira em junho do ano passado por não conseguir negociar as dívidas.

Na semana passada, o Conselho de Administração da Oi aprovou alterações ao plano de recuperação judicial da operadora de telecomunicações brasileira e das suas subsidiárias, tendo em vista um consenso no processo judicial, que terão de ser aprovadas na assembleia-geral de credores. Entretanto, verificaram-se ainda mudanças na administração da empresa. Na sexta-feira, o até então presidente executivo da Oi, Marco Schroeder, demitiu-se do cargo.

Já na segunda-feira, a Oi informou que o diretor jurídico da companhia, Eurico Teles, foi designado para acumular estas funções com a de presidente interino. Na passada segunda-feira, a Agência Nacional de Telecomunicações do Brasil (Anatel) exigiu à operadora Oi que não celebre “qualquer” acordo com os credores no âmbito do plano judicial, por ser “ruinoso aos interesses da companhia”. A Pharol (antiga PT SGPS) é a principal acionista da Oi, com cerca de 27% da operadora brasileira.

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Pharol afunda. Perde um quarto do valor em três sessões

Com o plano de reestruturação da Oi encalhado, a Pharol acentua a queda em bolsa. Já cai mais de 25% em apenas três sessões.

A Pharol continua a afundar em bolsa. Depois de a Anatel ter travado o acordo firmado entre a Oi com os seus credores por considerar que este vai contra os interesses da empresa, a cotada liderada por Luís Palha da Silva acentuou a queda. A empresa portuguesa, que detém 27% do capital da operadora brasileira, já perdeu mais de um quarto do valor em três sessões.

Depois de recuar mais de 5% no final da semana passada, a Pharol cedeu mais de 12,37% no arranque desta. E nesta sessão, a tendência negativa continua, com a cotada portuguesa a cair 11,61% para 27,40 cêntimos. Esteve já a cair um máximo de 12,90% para os 27 cêntimos, um mínimo desde junho.

Ações da Pharol afundam

Esta queda, que eleva para 26,9% a descida acumulada em três sessões, reflete a decisão do regulador das telecomunicações brasileiro, a Anatel, que bloqueia o plano de reestruturação da empresa por poder ser danoso para os interesses da companhia.

A proposta acordada pela administração da Oi prevê o pagamento de uma taxa aos detentores de dívida em troca da participação no aumento de capital da empresa de telecomunicações. Enquanto alguns credores apoiam este acordo, grandes grupos de obrigacionistas da empresa afirmaram que é improvável que a proposta ganhe uma ampla aceitação, tendo em conta que os atuais acionistas mantêm-se no controlo.

De acordo com um documento divulgado esta terça-feira pela Anatel citado pela Bloomberg, o regulador brasileiro das telecomunicações diz que a Oi enfrentará sanções caso dê seguimento ao acordo ou algo que se aproxime.

De recordar que a Oi fez um pedido de proteção contra credores por um período de 17 meses, com uma dívida avaliada no equivalente a 16 mil milhões de euros. A Pharol detém 27% do capital da companhia brasileira.

Pharol vai ao aumento de capital

Em declarações à agência Reuters, Palha da Silva referiu que a Pharol pretende participar no aumento de capital da Oi, tendo indicado que está a estudar a forma como vai financiar essa operação. O presidente da empresa portuguesa disse mesmo que a Pharol pretende manter a maior posição na operadora brasileira que o processo de recuperação judicial permitir.

“A Pharol tem a intenção de manter a participação máxima que o processo de recuperação judicial aprovado possa permitir”, afirmou o CEO, em entrevista à Reuters. “Para isso, está disposta, obviamente dentro dos termos do plano que venha a ser aprovado, encontrar, caso seja necessário, alguns recursos financeiros que permitam ir a uma menor diluição”.

“Sim, queremos manter participação, estamos à procura dos recursos que forem possíveis”, disse.

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Pharol desliza 12% e castiga Lisboa. BCP e REN não perdoam

  • Juliana Nogueira Santos
  • 27 Novembro 2017

O anúncio da saída do CEO da Oi levou os títulos da Pharol a deslizarem mais de 12%. O BCP e a REN aumentaram a pressão sobre o PSI-20, que acabou por ceder.

A primeira sessão desta semana foi de perdas para as principais bolsas europeias e nem Lisboa escapou. O índice de referência nacional perdeu quase 0,5% pressionado pelo deslize de 12% da Pharol, pelo BCP e pela REN, cujos direitos de subscrição acumulam já perdas de 16%.

Do outro lado do Atlântico, o CEO da Oi está de saída da empresa, mas atravessaram as água e passaram para Portugal, com as ações da Pharol a caírem 12,18% para 31 cêntimos. Os rumores de saída de Marco Schroeder começaram na passada sexta-feira, com a Reuters a avançar que este já tinha entregado a carta de demissão, devido a desentendimentos com o conselho de administração da empresa.

Estes vieram a confirmar-se na manhã desta segunda-feira, através de um comunicado enviado aos mercados, juntando-se também à instabilidade trazida pelo processo de recuperação da Oi.

Pharol desliza 11% com saída do CEO da Oi

A contribuir para este dia de perdas estiveram também as ações do BCP, que caíram 1,44% para 24,57 cêntimos, bem como as ações da REN, que foram castigadas pelo fraco desempenho dos direitos de subscrição. Os direitos deslizaram 9,15% para 12,9 cêntimos, acumulando já perdas de 16,23% desde que entraram em negociação, enquanto as ações da empresa deslizaram 1,97% para 2,39 euros.

No lado dos ganhos, os destaques vão para a Jerónimo Martins que, ainda que tenha iniciado a sessão desta segunda-feira a perder terreno, avançou 0,40% para 16,36 euros, e para a EDP, a única energética a conseguir manter-se à tona nesta sessão, avançando 0,38% para 2,92 euros. A Semapa avançou 4,74% para 16,23 euros, no dia em que viu o BPI subir seu preço-alvo para 21,10 euros.

Lisboa segue assim o caminho das principais praças europeias, que também terminaram o dia em terreno negativo. O francês CAC-40 perdeu 0,56%, enquanto o alemão DAX deslizou 0,46% e o agregador Stoxx 600 caiu 0,45%. O espanhol IBEX-35 foi o único a pintar-se de verde nesta segunda-feira, avançando 0,13%.

(Notícia atualizada às 16h50 com mais informação)

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Diretor jurídico da Oi designado para presidente da operadora brasileira

  • Lusa
  • 27 Novembro 2017

Depois da demissão de Marco Schroeder, a operadora brasileira Oi nomeou o diretor jurídico da companhia Eurico de Jesus Teles Neto foi designado para acumular estas funções com a de presidente.

A operadora brasileira Oi informou que o diretor jurídico da companhia foi designado para acumular estas funções com a de presidente, após a renúncia do antecessor, Marco Schroeder na sexta-feira, cabendo à administração deliberar.

Num comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, a Oi indica que se reuniu na sexta-feira à noite, após a renúncia de Marco Schroeder nesse dia, para deliberar sobre o seu sucessor.

Eurico de Jesus Teles Neto foi, então, escolhido pela administração da Oi para “acumular interinamente as suas funções de diretor jurídico com as de presidente da companhia”, de acordo com a nota.

“A designação do substituto para o cargo de presidente ocorreu em linha com o que prevê o estatuto social, tendo ele sido indicado pela diretoria até que o Conselho de Administração da companhia delibere a respeito do tema”, acrescenta a operadora brasileira.

Marco Schroeder demitiu-se na sexta-feira do cargo que ocupava na operadora de telecomunicações brasileira, que está em negociações com os credores com vista a um processo de recuperação.

A Pharol (antiga ex PT SGPS) é a principal acionista da Oi, com cerca de 27% da operadora brasileira.

Marco Schroeder assumiu a presidência executiva da Oi em junho de 2016, dias antes de a empresa de telecomunicações ter apresentado um pedido de recuperação judicial devido à elevada dívida.

Nos últimos meses, Schroeder vinha negociando com os credores da Oi e com o Governo brasileiro o plano de reestruturação da empresa, isto quando se aproxima a data da assembleia de credores, marcada em primeira convocatória para 07 de dezembro.

Esta semana foi dado mais um passo na elaboração de propostas para a recuperação da Oi, com o Conselho de Administração da empresa a aprovar as alterações ao plano de recuperação da operadora e das suas subsidiárias, tendo em vista um consenso no processo de recuperação.

O plano prevê diminuir o montante da dívida da empresa, que ronda os 65,4 mil milhões de reais (17 mil milhões de euros), por um aumento de capital através de conversão de dívida.

Este plano de recuperação da Oi deverá ser discutido na assembleia-geral de credores da empresa, de 7 de dezembro. Entre os credores da Oi está a Agência Nacional de Telecomunicações.

A Oi teve lucros oito milhões de reais (dois milhões de euros), incluindo a operação no Brasil e negócios internacionais, no terceiro trimestre. Já a dívida consolidada somou 51,8 mil milhões de reais (13,5 mil milhões de euros).

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Oi aprova ajustamentos no plano de recuperação após exigência do regulador

Plano de recuperação prevê aumento de capital de dois mil milhões de euros. Administração da operadora brasileira efetuou ajustamentos ao plano para responder às recomendações do regulador.

O Conselho de Administração da Oi, onde a portuguesa Pharol detém uma participação de 27%, aprovou esta quarta-feira um conjunto de ajustamentos no plano de recuperação da empresa, isto depois de a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ter sugerido alterações por causa de “riscos” que o anterior plano apresentava para a operadora brasileira.

O plano de recuperação judicial prevê o pagamento de uma comissão aos credores que participarem no processo de capitalização da Oi. Essa comissão vai ser liquidada no momento da capitalização e não antes desse aumento como estava previsto na versão anterior. Outra alteração ao plano: o pagamento desta comissão poderá ser feito em dinheiro ou em ações e não apenas em dinheiro, como previa a redação anterior.

Em cima da mesa está um aumento de capital até oito mil milhões de reais (cerca de dois mil milhões de euros), uma operação para a qual vão contribuir os detentores de dívida da Oi — entre 3,5 mil milhões de reais e cinco mil milhões de reais — e também os atuais acionistas — 2,5 mil milhões de reais. Ou seja, a Pharol será chamada a participar.

No âmbito deste aumento de capital está ainda prevista a emissão de títulos de crédito convertíveis em ações num montante até três mil milhões de reais.

Ainda assim, este processo de reforço de capital encontra-se condicionado à aprovação do plano de recuperação judicial no Brasil, Reino Unido e EUA, adianta a operadora brasileira. Adicionalmente, o aumento de capital só avançará se a Oi registar um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 5,75 mil milhões de reais (1,5 mil milhões de euros).

Nos primeiros nove meses do ano a Oi obteve um EBITDA de 4,9 mil milhões de reais.

As ações da Oi fecharam a sessão desta quarta-feira a valorizar 2,65%.

“Os ajustes aprovados contemplam algumas das adequações que vinham sendo defendidas pela Diretoria da Companhia para que o Plano atinja uma configuração que permita a evolução das negociações a partir de um novo patamar, em busca de consenso entre as partes envolvidas no processo de Recuperação Judicial das empresas Oi”, diz o Conselho de Administração no comunicado divulgado ao mercado e publicado esta quinta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

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