Pharol tomba 7% após exigência de 750 milhões da ESI. Bolsa está em queda

À Pharol foram pedidos 750 milhões de euros pela Espírito Santo Internacional e as ações da empresa cedem mais de 7% em Lisboa. PSI-20 começa o dia mal disposto.

A bolsa colocou um ponto final ao pior ciclo em três semanas na última sessão, mas volta a cair esta quarta-feira num dia negativo lá fora. A maioria das cotadas nacionais está em queda no arranque lisboeta, mas há uma mais saliente entre todas: as ações da Pharol cedem mais de 7% após a Espírito Santo Internacional ter exigido a devolução de 750 milhões de euros.

O PSI-20, o principal índice português, perde 0,57% para 5.238,88 pontos, depois de ontem ter sido a única praça na Europa a fechar no verde.

Apenas seis ações resistem no verde. Ibersol, Jerómino Martins, REN, Nos e Sonae Capital os ganhos não excedem os 1%.

Na família EDP, há subidas de 0,47% na EDP. Um desempenho positivo que surge depois de a elétrica nacional ter ido ontem ao mercado financiar-se em 500 milhões de euros em dívida a dez anos, numa operação bem recebida pelos investidores devido ao baixo juro que pagou. “Aplaudimos o facto de a EDP estar a conseguir refinanciar a sua dívida, tomando partido das condições favoráveis do mercado (tanto no spread como na taxa)”, referem os analistas do Haitong.

Mas o sentimento dominante nas primeiras horas de negociação em Lisboa é negativo. Destacam-se as ações da Pharol. Embora a antiga PT Portugal não tenha grande peso no rumo dos acontecimentos na praça, os títulos cedem 7,38% para 0,339 euros, depois de a ESI, a casa mãe do Grupo Espírito Santo (GES), que colapsou em 2014 juntamente com as restantes empresas do grupo, ter exigido 750 milhões de euros à Pharol. Esse pedido já foi contestado.

As ações da Pharol encontram-se sob pressão. Mais de três milhões de papéis já rodaram de mãos em menos de duas horas de negociação em Lisboa, metade do que a Pharol costuma transacionar em média por dia.

Entre os pesos pesados da bolsa portuguesa, o banco BCP cede 1,47% para 0,2474 euros, depois de na segunda-feira ter apresentado lucros de 133 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Galp e Jerónimo Martins estão em baixa de 1,18% e 0,03%, respetivamente.

A Sonae cai 0,51% para 0,971 euros, no dia em que reporta contas trimestrais. Terá obtido lucros acima dos 60 milhões no terceiro trimestre, segundo o BPI Research.

Lá por fora, Milão e Madrid lideram as quedas, seguindo em baixa de 0,8%. O DAX-30 de Frankfurt cai 0,76%. E o Cac-40 perde 0,21%.

(Notícia atualizada às 9h51)

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Com o prazo a terminar, credores portugueses da Oi queixam-se de problemas

Oi deu aos obrigacionistas portugueses a possibilidade de reaverem até 13.400 euros em dívida. Programa termina quinta-feira, mas credores queixam-se de que não estão a ser contactados.

O programa da Oi para ressarcir obrigacionistas portugueses da antiga PTIF está a ter problemas. Esta era a solução encontrada pela operadora brasileira para ressarcir os pequenos obrigacionistas portugueses num máximo de 50.000 reais, pouco mais de 13.400 euros. A Oi deu até esta quinta-feira, 19 de outubro, como prazo para a conclusão do processo, que contemplava uma reunião para fechar o acordo. No entanto, quase em cima da data final, credores queixam-se de que não foram contactados nem conseguem contactar os responsáveis.

Foi a 15 de setembro que muitos obrigacionistas da PT International Finance (PTIF), através da comunicação social, ficaram a saber da hipótese de verem reembolsada a dívida — ou parte dela — num processo simples e rápido. Alguns, contudo, só o souberam já em outubro. O “programa”, como foi apelidado, previa duas fases. Primeiro, a identificação dos detentores de obrigações interessados mediante o registo num formulário online disponibilizado pela Oi. Depois, mediante a entrega de documentação mais específica, o credor e a sociedade de advogados que representa a Oi em Portugal eram postos em contacto. Seria agendada uma reunião e fechado o acordo: ressarcir até 13.451,71 euros, 90% no imediato e 10% quando fosse aprovado o plano de recuperação judicial da empresa (que ainda não foi nem é garantido que seja).

O prazo dado pela Oi para tudo isto foi 19 de outubro, esta quinta-feira — tendo sido estabelecido ainda antes de se ficar a conhecer o novo plano de recuperação judicial da empresa brasileira, não se sabendo se tem ou não influência no prazo de aceitação do programa para os pequenos investidores. Contudo, a sociedade de advogados em causa, Carneiro Pacheco & Associados, não estará a conseguir dar resposta aos pedidos. Ao ECO, um credor que investiu 21.000 euros em obrigações de valor nominal de 1.000 euros da PTIF queixa-se da impossibilidade de contactar a representante da Oi no país.

Por telefone, a última vez que teve resposta foi na sexta-feira, mas não foi agendada qualquer reunião nem conseguiu chegar à fala com responsáveis diretos da sociedade. Por email, o último contacto data de 13 de outubro. O ECO fez várias tentativas de contacto com a Carneiro Pacheco & Associados, mas o telefone permaneceu desligado. Foi enviado um conjunto de questões à sociedade, mas não foi obtida resposta até à hora de publicação deste artigo.

Uma fonte conhecedora do assunto, sob a condição de anonimato, admitiu ao ECO que “têm havido muitos problemas” com este programa e que “muitas pessoas não estão a conseguir fechar o procedimento”. Estão a ser registadas “dificuldades em fazer os agendamentos”. Em causa poderão estar até 2.000 pequenos obrigacionistas da Oi de um total de cerca de 5.000. Como justificação para os “problemas”, a mesma fonte aponta para a possibilidade de terem sido subestimados os meios necessários para levar a cabo um programa desta envergadura.

Plano de recuperação em risco

Quando este programa foi conhecido, foi apontada como condição que estes obrigacionistas votassem favoravelmente ao plano de recuperação judicial da empresa na próxima assembleia-geral de credores agendada para 23 de outubro. A última versão do plano prevê, em traços gerais, um aumento de capital de nove mil milhões de reais (cerca de 2,4 mil milhões de euros) e a troca de obrigações por ações numa operação que poderá pôr nas mãos dos credores até 40% da maior operadora de telecomunicações do Brasil. Este plano estará em risco de ser chumbado na assembleia de credores da próxima segunda-feira, como avançou a Bloomberg na semana passada, pelo que a Oi deverá ter interesse em ter mais estes obrigacionistas portugueses do seu lado.

Este programa de reembolso de dívida estava a ser visto por muitos obrigacionistas como a última esperança para reaverem parte ou a totalidade dos seus investimentos, esperanças que estarão, agora, em risco de saírem goradas. A hipótese de uma extensão do prazo é ainda vista como uma possibilidade pelos credores, mas a Oi tem interesse em fechar este processo antes da reunião geral da próxima segunda-feira no Brasil.

Credores manifestam-se nas Amoreiras

A incógnita permanece e, na manhã desta quarta-feira, mais de meia centena de credores deslocaram-se presencialmente ao escritório da Carneiro Pacheco & Associados nas Amoreiras em Lisboa, numa tentativa de acelerar o processo. Terá sido fornecido um endereço de email brasileiro como alternativa para os obrigacionistas, mas um credor confirmou ao ECO que as mensagens estarão a ser devolvidas por a caixa de entrada estar cheia.

Credores da PTIF/Oi manifestam-se junto à sociedade de advogados que representa a Oi em PortugalD.R.

A Oi encontra-se ao abrigo de um processo de recuperação judicial no Brasil, como forma de evitar a sua falência. Acumula uma dívida avultada a inúmeras entidades, incluindo a Anatel, o regulador das comunicações brasileiro. A portuguesa Pharol PHR 3,66% , antiga holding da Portugal Telecom, é a principal acionista da empresa: gere apenas a participação de cerca de 27% na Oi e tenta recuperar o investimento ruinoso de 897 milhões de euros em instrumentos de dívida da Rio Forte, sociedade do Grupo Espírito Santo.

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Mexia não é o único. Metade do PSI-20 também tem gestão em fim de mandato

Mexia não é o único gestor em Lisboa que está em fim de mandato. Metade das cotadas da bolsa de Lisboa também terá de eleger novos membros no próximo ano. Chineses vão ter palavra decisiva.

São oito os CEO cujos mandatos terminam no final do ano (por ordem, da esquerda para a direita): Luís Paulo Salvado (Novabase), Moura Martins (Mota-Engil), Cláudia Azevedo (Sonae Capital), Manso Neto (EDP Renováveis), António Mexia (EDP), Nuno Amado (BCP), Palha da Silva (Pharol) e Rodrigo Costa (REN).

António Mexia não é o único gestor cujo mandato caminha para o fim em 2017. Quase metade das cotadas que compõem o PSI-20 também vai ter de eleger novos presidentes e equipas de gestão assim que os mandatos atuais terminarem no final deste ano, segundo o levantamento realizado pelo ECO. Em muitas destas decisões os chineses vão ter uma palavra importante a dizer. Tal como acontece na EDP.

Além da EDP, onde António Mexia verá o seu lugar de CEO ser discutido em Pequim no próximo dia 22 de outubro, também EDP Renováveis, BCP, REN, Novabase, Sonae Capital, Pharol e Mota-Engil vão ter de levar às próximas assembleias gerais de acionistas os nomes dos membros que vão compor os diferentes órgãos de governo das sociedades para os próximos anos.

Estas oito cotadas são de peso. Em conjunto, apresentam-se com um valor de mercado superior a 24 mil milhões de euros, respondendo por aproximadamente de 40% da capitalização bolsista de 60 mil milhões de um o índice de referência nacional composto, atualmente, apenas por 18 empresas.

Se há incerteza em relação à permanência de alguns dos gestores, há outros casos em que a aposta dos acionistas deverá passar pela continuidade face ao trabalhado apresentado até aqui. Esse deverá ser a situação de Nuno Amado. Foi ele que nos últimos anos empreendeu uma reviravolta no BCP, sobretudo com a libertação da intervenção do Estado depois anos de turbulência na instituição que culminou com o último aumento de capital de 1.300 milhões de euros, realizado em fevereiro.

Foi esta ampliação de capital que trouxe os chineses da Fosun para o primeiro plano no seio do banco — atualmente, o grupo chinês detém 25% do banco, à frente dos angolanos da Sonangol (com 15%). Juntos, estes dois acionistas terão voto de relevância na próxima equipa de gestão.

Quem termina mandato este ano

Chineses decidem

De resto, também o futuro das gestões de EDP e EDP Renováveis vai ser discutido sobretudo em mandarim. O caso de António Mexia na EDP é o mais mediático. A China Three Gorges detém 22,5%, procura alternativas a António Mexia e até já marcou um encontro para o dia 22 deste mês para decidir o futuro CEO, como adiantou em primeira mão o ECO.

Ainda que Mexia, que lidera a elétrica nacional desde 2007, tenha manifestado disponibilidade para continuar, os chineses estarão à procura de caras novas. A investigação judicial à empresa no caso dos CMEC terá pesado nesta decisão de mudança na administração da empresa. Francisco de Lacerda, cujo mandato nos CTT apenas termina em 2019, é um dos nomes falados para suceder ao antigo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações na EDP. A acontecer, isto obrigaria a mudanças também na liderança da empresa de correio postal. Mais uma. Lacerda Machado também foi apontado, mas disse ao ECO que “não tem perfil para ser CEO da EDP“.

Por outro lado, a permanência de Manso Neto à frente da EDP Renováveis também poderá ser uma incógnita. Ele é o braço-direito de Mexia e o mandato também termina dentro de três meses. E mais de dois terços da empresa de energias limpas é detida pela casa-mãe… onde os chineses mandam. Importa também lembrar que Manso Neto é outro dos arguidos no caso dos CMEC, uma das razões para os chineses pretenderem mudanças na EDP.

Na REN, também há chineses a assumirem papel relevante: a companhia estatal chinesa State Grid assume 25% da gestora de rede elétrica. O mandato de Rodrigo Costa expira igualmente no último mês do ano e acontece numa altura particularmente importante para a empresa: está em vias de diversificar o seu portefólio em Portugal com a aquisição de ativos de gás à EDP, numa operação avaliada em 530 milhões de euros.

Nova dança para o ano

Este ano pode haver mudanças em oito cotadas, numa lista que inclui ainda os nomes de Luís Paulo Salvado (Novabase), Cláudia de Azevedo (Sonae Capital), Luís Palha da Silva (Pharol) e Gonçalo Moura Martins (Mota-Engil). Estas empresas também vão ter eleger brevemente as novas administrações para o próximo ciclo. No caso de Luís Paulo Salvado, a tecnológica indicou esta segunda-feira que os acionistas propuseram o nome de João Bento para liderar a comissão executiva no triénio 2018-2020, enquanto Salvado assumirá apenas o cargo de chairman.

Em 2018, perspetiva-se uma nova dança de cadeiras. Estão na calha mudanças em mais seis empresas da bolsa de Lisboa, valendo 31 mil milhões de euros em valor de mercado (metade do PSI-20), com destaques para petrolífera Galp Energia, as retalhistas Jerónimo Martins e Sonae e a operadora de telecomunicações Nos.

Carlos Gomes da Silva lidera os destinos da Galp desde 2015 e o seu mandato de quatro anos à frente da petrolífera termina no final de 2018. Também Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins), Paulo Azevedo/Ângelo Paupério (co-CEO na Sonae) e Miguel Almeida (Nos) se encontrarão em fim de ciclo nas respetivas empresas no próximo ano.

Quem termina mandato em 2018

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Pharol sobe 12% com reestruturação da Oi

A aprovação de um novo plano de recuperação para a operadora Oi está, mais uma vez, a alimentar a Pharol na bolsa. A antiga holding da PT está a valorizar cerca de 12% esta quinta-feira.

As ações da Pharol estão esta quinta-feira a subir quase 12%, beneficiando da notícia de que a administração da operadora brasileira Oi aprovou um novo plano de recuperação judicial que prevê um aumento de capital multimilionário.

Perto das 13h15, os títulos da antiga holding da Portugal Telecom avançavam 11,96% para 46,8 cêntimos, com mais de 20,3 milhões de ações transacionadas, cerca de quatro vezes mais do que a liquidez média diária dos últimos 12 meses. As ações chegaram a somar mais de 16% para 48,5 cêntimos.

A Oi já confirmou aos mercados que foram aprovadas alterações ao plano de reestruturação, mudanças essas que já foram submetidas para aprovação da Justiça e que deverão ser votadas pelos credores a 23 de outubro. Esta terça-feira, a Bloomberg avançou que esse novo plano prevê um aumento de capital de nove mil milhões de reais, cerca de 2,4 mil milhões de euros, assim como a conversão de obrigações em ações. Contas feitas, os credores da operadora, que se encontra numa séria situação financeira, poderão ficar com até 40% da companhia.

Já esta quinta-feira, a Oi comunicou aos mercados que a empresa esteve reunida com obrigacionistas no início da semana para discutir esse plano de reestruturação e apresentou alguns pormenores sobre a sua situação financeira — entre eles, que os gastos de capital no segundo semestre deverão ser superiores aos do primeiro, segundo a Bloomberg. A Oi apresentou ainda um relatório da EY com projeções financeiras sobre a empresa. A Pharol é a maior acionista da Oi, com 27% do capital, aproximadamente.

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Oi dá pulo de quase 10% com novo plano de reestruturação

A administração da Oi já terá aprovado o novo plano de recuperação da empresa. As ações da operadora estão a subir quase 10%. Valorização chega aos 14% esta semana.

As ações da operadora brasileira Oi estão a avançar a bom ritmo, reagindo positivamente à notícia de que a administração da empresa terá aprovado o novo plano de recuperação judicial que vai ser submetido à aprovação dos credores ainda este mês.

Como avançou a Bloomberg esta terça-feira, entre outras operações, a administração pretende levar a cabo um aumento de capital superior a dois mil milhões de euros e converter obrigações em ações, num projeto que poderá pôr até 40% da empresa nas mãos dos credores.

Face a estas informações, a empresa, cujos títulos já valorizavam há três sessões consecutivas, estão esta quarta-feira a valorizar 9,63%, para 4,10 reais, um máximo desde meados de março deste ano. Desde o início da semana, a empresa já subiu 14,21%.

Cotação das ações da Oi, em reais

A beneficiar desta subida está também a portuguesa Pharol PHR 3,66% , que é, atualmente, a principal acionista da Oi, com uma “fatia” de cerca de 27%. A antiga holding da Portugal Telecom, cotada na bolsa de Lisboa, avançava 4,87% na reta final da sessão, de 39 para 40,9 cêntimos, com uma liquidez acima da média (cerca de nove milhões de títulos transacionados).

A Oi é a maior operadora do Brasil, mas vive sérias dificuldades financeiras. Tem uma dívida avultada a inúmeros credores e encontra-se ao abrigo de um programa de recuperação judicial que evita a sua falência. O plano de recuperação que terá sido aprovado agora ainda não foi apresentado oficialmente, na medida em que ainda terá de passar o crivo da Justiça brasileira.

Além do mais, terá também de ser submetido à aprovação dos credores, na reunião que está agendada para o próximo dia 23 de outubro.

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Brasileira Oi na mira da China Mobile

Perante o impasse na recuperação da operadora brasileira, regulador pretende encontrar um novo acionista para a Oi. Chineses da China Mobile estão interessados. Mas têm condições.

A operadora China Mobile tem mantido conversas preliminares com responsáveis do regulador brasileiro de telecomunicações no sentido de comprar a Oi, avança a revista brasileira Exame.

Encontrar um novo investidor para Oi é a “solução dos sonhos” para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), escreve aquela publicação esta quinta-feira. E, nesse sentido, os conselheiros do regulador têm realizado reuniões com os executivos da empresa estatal chinesa para discutir investimentos no Brasil, incluindo na problemática operadora brasileira detida em 27% pela portuguesa Pharol.

Os chineses estão interessados no negócio. Mas há pontas soltas que querem definir antes de tomar qualquer decisão: pretendem comprar apenas a divisão de telefonia móvel da Oi (não quer o negócio da telefonia fixa) e querem ver a telecom brasileira livre das multas em atraso.

Juarez Quadros, presidente da Anatel, reuniu-se no dia 11 de setembro com os responsáveis da China Mobile e também com o Banco de Desenvolvimento da China.

A Exame lembra que a companhia chinesa abriu em setembro um escritório em São Paulo. Na China, a operadora estatal detém 837 milhões de clientes, mais de três vezes o número total de telemóveis que existem no Brasil.

A possibilidade de os chineses entrarem na Oi surge num contexto de impasse em torno do plano de recuperação da operadora. A Oi entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado por não conseguir negociar um total de 65,4 mil milhões de reais (17,5 mil milhões de euros) em dívidas. Desde então, os acionistas e obrigacionistas têm tentado encontrar um consenso em torno da reestruturação da operadora.

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É credor da Oi? Já pode receber 90% da dívida de imediato

  • Lusa
  • 15 Setembro 2017

Arrancou esta sexta-feira o programa que permite aos obrigacionistas portugueses da Oi recuperarem 90% da dívida de imediato. Mas não deixe ficar tudo para a última hora.

Os obrigacionistas portugueses que foram lesados no caso da PT/Oi podem aderir, a partir desta sexta-feira e até ao final do mês, a um programa que permite receber de imediato 90% da dívida, que equivale a cerca de 11 mil euros.

Em declarações à agência Lusa, o advogado Ricardo Marques Candeias, que representa cerca de 300 obrigacionistas portugueses, explicou que “foi hoje aberto um programa de adesão [dirigido] aos obrigacionistas da PT para receberem 90% do valor da dívida, que totaliza 50 mil reais, isto é, para receberem cerca de 11 mil euros, dependentemente da taxa de câmbio”. Os restantes 10% arrecadam “depois, quando aprovado o plano de recuperação”, que estará em apreciação na assembleia-geral da empresa, a 9 de outubro.

O advogado da Candeias & Associados recordou que a Oi aprovou, por intermédio do tribunal brasileiro, um programa de pagamento aos obrigacionistas. Inicialmente aberto para obrigacionistas brasileiros, o plano alarga-se agora para os portugueses. A notícia foi avançada hoje pelo Jornal de Negócios. Contudo, para poderem ser ressarcidos, têm de votar favoravelmente aquando da discussão do plano de recuperação da empresa, na assembleia-geral.

Ricardo Marques Candeias considerou que este programa “é vantajoso para aqueles obrigacionistas que investiram até 15 mil euros porque vão receber cerca de 13 mil euros [juntando os 90% e os 10%]”. “No caso daqueles obrigacionistas que têm 25 mil ou 30 mil euros investidos, já não sei se será a melhor opção, só vendo caso a caso”, referiu.

Não deixe para a última hora

O advogado alertou que “as pessoas não devem deixar para a última da hora porque vão precisar de alguns documentos, nomeadamente um que comprove a titularidade das obrigações que é facultado pelo banco onde as obrigações estão sob custódia”. Além disso, os obrigacionistas terão de apresentar documentos identificativos e uma procuração para serem representados na assembleia-geral, que decorre no Brasil.

A Oi entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado por não conseguir negociar um total de 65,4 mil milhões de reais (17,5 mil milhões de euros) em dívidas. Atualmente, a Pharol SGPS PHR 3,66% , antiga Portugal Telecom, é acionista de referência da operadora brasileira Oi, já que detém 27% das suas ações.

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Cientistas e robôs, marines e filantropos. Os investidores bizarros da bolsa de Lisboa

Nova onda de euforia na bolsa traz grandes investidores, incluindo alguns bizarros. É o caso do robô que aposta contra a Pharol. Ou dos marines americanos e do fundo que vem do frio do Alaska.

Um fundo do petróleo, filantropos que financiam cientistas, geeks de computadores e robôs: há investidores bizarros na bolsa portuguesa.

Um robô desenhado por cientistas e matemáticos de Oxford analisou milhões e milhões de bites de informação e chegou à conclusão de que seria oportuno apostar na queda das ações da Pharol.

Mas, desde 20 de julho, dia em que a Oxford Fund Management detinha uma posição curta na empresa portuguesa, os títulos seguiram um rumo contrário ao previsto pela máquina, criando um problema de alguns milhares de euros para estes génios resolverem.

A Oxford é apenas um dos investidores menos convencionais que podemos encontrar atualmente na bolsa portuguesa. Há um pouco de tudo. Um fundo soberano que vem do frio do Alaska para investir o dinheiro que obtém dos seus abastados recursos naturais e que distribui dividendos pelos seus habitantes. Uma associação de militares e antigos militares, incluindo os famosos Marines. Ou uma fundação que tem a missão de ajudar a humanidade através do apoio ao conhecimento e que já ajudou a descobrir parte da nossa história genética.

Numa altura em que o PSI-20 volta a aquecer com a presença de grandes investidores, a bolsa tenta acompanhar o ritmo da economia para dar um ar de sua graça e voltar a ser um centro financeiro com alguma relevância. Ainda que alguns acionistas tenham resistido à crise e por cá se mantiveram, como o fundo Asteck da holding do setor petrolífero chamada Heerema, esta nova brisa trouxe novos investidores. Incluindo alguns mais bizarros.

O fundo que ajudou a desvendar 30% do genoma humano

Nem todos os fundos presentes na praça lisboeta procuram rentabilidades com vista ao interesse privado. É o caso do Wellcome Trust Limited. Este fundo detém uma posição importante na Jerónimo Martins. E é com a retalhista portuguesa que conta para continuar a financiar alguns dos projetos promovidos pela fundação de caridade britânica Wellcome.

Esta organização sem fins lucrativos foi fundada ainda no século XIX por Sir Henry Wellcome, um empresário no setor da saúde, colecionador e filantropo. “O nosso financiamento apoia mais de 14 mil pessoas em mais de 70 países. Nos próximos cinco anos, pretendemos investir até cinco mil milhões de libras em pessoas curiosas e apaixonadas em todo o mundo que explorem ideias na ciência, saúde da população, inovação médica, ciências humanas e sociais e envolvimento público”, diz a fundação.

"Nos próximos cinco anos, pretendemos investir até cinco mil milhões de libras em pessoas curiosas e apaixonadas em todo o mundo que explorem ideias na ciência, saúde da população, inovação médica, ciências humanas e sociais e envolvimento público.”

Wellcome

O fundo detém uma carteira de ativos de 20,9 mil milhões de libras, que financia todo o trabalho da fundação. Entre estes ativos estão cinco milhões de ações da retalhista dona do Pingo Doce que valem 85 milhões de euros.

Dos principais feitos da fundação britânica faz parte o mapeamento de 30% do ADN humano na sequência de um projeto de investigação internacional que contou com a colaboração do Wellcome Trust Sanger Institute. Mas os apoios desta organização vão além da ciência.

Nome: Wellcome Trust Limited
País: Reino Unido
Valor da arteira de ativos: 20.900.000.000 libras
Principais investimentos: Setor das tecnologias da informação e setor financeiro

Do vestuário infantil para dar cartas nos CTT

Qual o interesse de uma cadeia de roupa infantil no negócio de distribuição de cartas? A 5 de julho, a espanhola Indumentaria Pueri, que detém a marca de vestuário para crianças Mayoral, reforçou a sua posição para mais de 5% nos CTT, tornando-se num dos principais acionistas da cotada. Através do fundo Wilmington Capital, o grupo espanhol detém ainda uma participação relevante na produtora de pasta de papel Altri, com os interesses no PSI-20 a totalizarem os 80 milhões de euros.

Contactada pelo ECO acerca da presença na bolsa nacional, a Indumentaria Pueri não comenta — o que se percebe dado que Dominguez de Gor, dono da Mayoral, é um dos empresários mais discretos da moda espanhola.

Em Espanha dizem que a Mayoral é uma máquina registadora imparável. E investimentos em bolsa como este nos CTT surgem como consequência da robusta disponibilidade de liquidez e de uma estratégia de diversificação do grupo de Málaga.

Além dos CTT, em Lisboa, tem ainda investimentos noutras praças. Tem 3% da construtora de ferrovias espanhola CAF. Está ainda presente na papeleira Miquel i Costas, no banco e corretora Renta 4, no grupo industrial Azkoyen, na farmacêutica Laboratorios Rovi e na empresa de vestuário Adolfo Domínguez. Tudo junto, este a Indumentaria Pueri gere ativos no valor de 350 milhões de euros.

Nome: Indumentaria Pueri
País: Espanha
Valor da carteira de ativos: 347.750.000 euros
Principais investimentos: CAF, CTT, Altri e Laboratorios Rovi

Os matemáticos e cientistas de Oxford que apostam contra a Pharol

Da cidade universitária de Oxford, no Reino Unido, vem um fundo robô particularmente interessado numa queda das ações da Pharol.

Lançada em 2004, na gestora Oxford Asset Management trabalham apenas geeks da matemática, cientistas de computadores e engenheiros de software. Não é por isso de estranhar que as suas estratégias de investimento se baseiem em modelos computacionais complexos que analisam dados quantitativos e informações dos mercados, cabendo aos robôs a função vital de investimento: a tomada de decisão.

“A maioria das nossas operações são geridas automaticamente pelos nossos algoritmos e software“, diz a Oxford. “A nossa equipa trabalha com as últimas tecnologias para desenvolver estes algoritmos e ferramentas para navegar numa ampla variedade de mercados”, explica.

No últimos meses, o computador encontrou uma oportunidade em Portugal. A 20 de julho a Oxford assumia uma posição curta na Pharol através de mais de cinco milhões de ações, o equivalente a cerca de 0,6% da empresa. Se os modelos apontam para uma queda do preço das ações da cotada portuguesa, até agora isso ainda não aconteceu. O título valoriza pouco mais de 1,5%. E a Oxford arrisca agora uma perda potencial de mais de 35 mil euros. Os computadores são como os humanos: também erram.

"A maioria das nossas operações são geridas automaticamente pelos nossos algoritmos e software. A nossa equipa trabalha com as últimas tecnologias para desenvolver estes algoritmos e ferramentas para navegar numa ampla variedade de mercados.”

OxFord

Nome: Oxford Asset Management
País: Reino Unido
Valor da carteira de ativos: 10.200.000.000 dólares
Principais investimentos: ETF expostos aos mercados emergentes, Embraer, Liberty Media

Oxfam situa-se mesmo ao lado da conhecida Universidade de OxfordPixabay

O fundo do petróleo que chegou sem avisar

Foi em fevereiro de 2007 que o fundo Asteck chegou de rompante à Jerónimo Martins. De uma assentada, ficou com 10% da retalhista portuguesa, tendo deixado o presidente da cotada, Alexandre Soares dos Santos, um pouco embaraçado. “Não sei por que razão comprou a participação. Têm de perguntar ao investidor”, disse na altura.

Uma década depois, aquele fundo detido pela holding holandesa do setor petrolífero ainda por cá se mantinha, mas com uma presença mais tímida. Em 2013, em plena crise da dívida e do mercado de capitais português, a companhia holandesa vendeu uma participação de 5%. Ainda resiste com um interesse avaliado em mais de 350 milhões de euros.

A Heerema é uma empresa que trabalha no setor do petróleo e gás natural. Transporta, instala e remove todo o tipo de infraestruturas de apoio à exploração energética em alto mar. Desde 1948 que trabalha no setor.

Da atividade do fundo Asteck pouco se conhece. Contactada pelo ECO, a Jerónimo Martins não esteve disponível para responder a questões acerca da presença deste fundo no seu capital.

Nome: Asteck
País: Holanda
Valor da carteira de ativos: Desconhecido
Principais investimentos: Jerónimo Martins

Yes, sir! Os marines americanos que tomaram Lisboa de assalto

Não se trata de uma nova incursão militar dos EUA fora de portas. Trata-se antes de um “assalto” ao mercado acionista português por parte de uma associação norte-americana que serve militares no ativo e reformados (Força Aérea, Exército, Guarda Costeira, Marines ou Marinha) e seus familiares.

São vários os serviços que a United Services Automobile Association oferece aos seus membros. Desde seguros, banca, soluções de investimento e de reforma e imobiliário, esta associação não deixa de ter uma presença relevante em Lisboa. No PSI-20, conta investimentos em meia dúzia de cotadas: Altri, CTT, EDP, Galp, Mota-Engil e Semapa. Uma exposição que atualmente vale aproximadamente 19 milhões de euros.

"Conquistámos a confiança dos nossos membros ao oferecer serviços vencedores por muitos anos através de um largo e personalizado conjunto de produtos financeiros, de ferramentas e conselhos.”

United Services Automobiles Association

Mas o leque de fundos de investimento desta associação explora sobretudo o mercado norte-americano (Apple, Facebook, Boeing são exemplos em Wall Street) e outros principais mercados europeus (Nestlé, Bayer, UBS, entre muitos outros títulos) e emergentes (Samsung, Baidu, Alibaba, Sberbank), indo além das ações — mercado monetário, obrigações, matérias-primas.

“Conquistámos a confiança dos nossos membros ao oferecer serviços vencedores por muitos anos através de um largo e personalizado conjunto de produtos financeiros, de ferramentas e conselhos”, sublinha a organização fundada “por militares para militares”.

Nome: United Services Automobile Association
País: EUA
Valor da carteira de ativos: 29.900.000.000 dólares
Principais investimentos: Ações norte-americanas (Apple, Microsoft, Amazon e Facebook)

Do frio do Alaska chegam os minerais e petróleo

“Em 1976, com o pipeline quase completo, os eleitores de Alaska aprovaram uma alteração constitucional para criar um fundo especializado: o Alaska Permanent Fund“.

Assim começou a história deste fundo soberano cujas receitas para investir nos mercados financeiros provêm sobretudo das royalties e licenças com a exploração e extração de minerais e petróleo nas abastadas terras do Estado americano do Alaska.

Com um poder de fogo de 55 mil milhões de dólares, o Alaska Permanent Fund investe sobretudo em obrigações norte-americanas e estrangeiras, ações norte-americanas e estrangeiras, imobiliário e outros produtos alternativos. Apple, Google, Microsoft, Samsung, Facebook… está presente nas maiores empresas mundiais. E, em Portugal, raras são as cotadas do PSI-20 que não figuram na carteira de investimentos deste fundo soberano que é dono dos centros comerciais Alegro em Setúbal e Carnaxide.

Tem ações de 15 empresas nacionais – a exceção são mesmo Pharol, Ibersol, Montepio, Novabase e Sonae Capital –, assumindo uma exposição ao benchmark nacional avaliada em quase 20 milhões de euros. A posição mais valiosa está na petrolífera Galp, onde detém 844 mil ações que valem 12 milhões de euros.

De acordo com o que está estabelecido pela Constituição do Alaska, parte dos rendimentos poderão ser gastos tendo em vista “qualquer fim público”, incluindo as distribuições do Permanent Fund Dividend a todos os residentes considerados elegíveis sob a forma de dividendo.

Nome: Alaska Permanent Fund
País: EUA
Valor da carteira de ativos: 60.784.900.000 dólares
Principais investimentos: Obrigações norte-americanas, ações norte-americanas (Apple, Google, Microsoft, Samsung)

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Valorização da Oi dá lucro de 62 milhões de euros à Pharol

Empresa de Luís Palha da Silva registou um resultado líquido positivo de 61,8 milhões de euros no primeiro semestre, assente na valorização do investimento na operadora Oi. E continua a cortar custos.

O vento soprou de feição para a Pharol. No primeiro semestre do ano, a antiga holding da Portugal Telecom conseguiu um resultado líquido positivo de 61,8 milhões de euros. O valor compara com os 8,26 milhões de euros de prejuízo que a empresa registou no mesmo período do ano passado — prejuízo de 65,88 milhões no primeiro trimestre e lucro de 57,62 milhões no segundo.

A suportar o resultado positivo está a valorização da operadora brasileira Oi, da qual a Pharol é a principal acionista, com mais de 27% do capital. Num comunicado, a empresa confirma que o resultado reflete “a valorização do investimento na Oi alavancado pelo incremento da capitalização bolsista”, bem como o “ganho de 700 mil euros na valorização da opção de compra das ações da Oi”, apesar de uma das tranches ter expirado no final de março.

A empresa de Luís Palha da Silva continua também a cortar nos gastos operacionais, que caíram 20% em termos homólogos. Os custos operacionais fixaram-se, assim, nos 2,6 milhões de euros, contra 3,3 milhões no primeiro semestre do ano passado. Já o EBITDA — isto é, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — fixou-se em 2,6 milhões de euros negativos.

A Pharol mantém também a perspetiva de reaver apenas 9,56% do investimento de 897 milhões de euros em instrumentos de dívida da Rio Forte, uma sociedade do Grupo Espírito Santo (GES). Ou seja, desse investimento tido como ruinoso, a Pharol ainda espera conseguir pelo menos 85,8 milhões de euros.

Esta leva de resultados da empresa, que já só os apresenta semestralmente, surge numa altura crítica para o plano de recuperação judicial da Oi, cuja participação é o único ativo que a Pharol gere. Como o ECO noticiou, a data da assembleia geral de credores foi marcada para 9 de outubro. Em causa, uma dívida global de cerca de 18 mil milhões de euros, num total de mais de 55.000 credores.

Um semestre “francamente animador”

“A recuperação judicial da Oi poderá estar perto da sua concretização; encontros entre os diversos stakeholders têm vindo a confirmar que a flexibilidade de todos é, neste momento, obrigatória”, avançou Luís Palha da Silva, presidente executivo, no comunicado de apresentação de resultados enviado à CMVM.

Quanto aos números, o gestor fala num “semestre francamente animador”. “Os esforços de contenção de custos mantêm-se e o progresso no primeiro semestre de 2017 foi francamente animador”, disse.

E acrescenta: “Apesar do insucesso de alguns passos dados nas instâncias judiciais no Luxemburgo visando maior celeridade e transparência do processo de falência da Rio Forte, a Pharol considera que houve esclarecimentos que se podem revelar muito positivos no relacionamento com os administradores judiciais.”

(Notícia atualizada às 20h32 com mais informação)

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Pharol e 900 lesados contra administradores de insolvência da Rio Forte

  • Lusa
  • 19 Julho 2017

A antiga holding da PT, em conjunto com 900 lesados do BES, pediu o afastamento dos administradores de insolvência da Rio Forte.

A Pharol (ex-PT SGPS), um dos principais credores da Rio Forte, e mais de 900 lesados do papel comercial, pediram ao tribunal do Luxemburgo o afastamento dos responsáveis pela liquidação da empresa que pertencia ao Grupo Espírito Santo (GES).

Na documentação a que a Lusa teve acesso, enviada em 2 de maio ao tribunal do Luxemburgo, onde decorre o processo de insolvência da Rio Forte, os representantes da Pharol pedem ao tribunal que proceda “à substituição dos curadores” da insolvência.

Em causa estão Alain Rukavina e Paul Laplume, que são responsáveis por gerir a liquidação da Rio Forte, mas também da Espírito Santo International (ESI), empresas do GES, uma vez que ambas as empresas tinham sede no Luxemburgo.

O pedido de afastamento dos liquidatários judiciais feito pela Pharol — a principal credora da Rio Forte, que reclama cerca de 918 milhões de euros — foi acompanhado por mais de 900 clientes do papel comercial, que se juntaram à ação judicial, segundo a informação a que a Lusa teve acesso.

Estes lesados — que perderam milhões de euros com a compra de papel comercial da Rio Forte e ESI aos balcões do BES — pretendem impedir que os antigos administradores do GES possam vir a beneficiar com a venda de ativos da Rio Forte, enquanto credores da empresa.

Nas 16 páginas que a Pharol enviou para o tribunal, esta mostra discordar da forma como os curadores estão a gerir a liquidação da Rio Forte, que tem impacto no modo como os credores que vão beneficiar da massa falida, entre os quais está Ricardo Salgado, o histórico presidente do Banco Espírito Santo (BES) e líder do GES.

O caso está relacionado com o investimento de cerca de 900 milhões de euros feito pela PT (PT SGPS e PT Finance) em títulos de dívida de curto prazo da Rio Forte, que a operadora de telecomunicações nunca recebeu devido, primeiro, às dificuldades financeiras da empresa e, depois, à falência. Isto provocou uma grave crise na operadora, que levou ao fim da fusão entre a PT e a brasileira Oi e culminou na venda da PT Portugal aos franceses da Altice.

Segundo a Pharol, a Rio Forte tinha capacidade de reembolsar essa dívida, não fossem as operações feitas após esse investimento dentro do GES, mandatadas pelos homens de topo deste e que acabaram por penalizar a empresa. Em causa está, nomeadamente, a compra pela Rio Forte da Espírito Santo Irmãos, que lhe deu o controlo da Espírito Santo Financial Group (ESFG).

Já os curadores, segundo a Pharol, consideram que o impacto nefasto para a Rio Forte veio sobretudo da decisão do Banco de Portugal de intervir no BES em 3 de agosto de 2014. A Pharol recorda mesmo que este é também dos principais argumentos de defesa utilizado em Portugal por Ricardo Salgado nos processos em que está envolvido.

“Parece evidente que os curadores apoiam a posição do principal responsável pela ruína. O tribunal apreciará”, refere a ex-PT SGPS na documentação a que a Lusa teve acesso. A Pharol diz ainda que os curadores são assessorados por uma sociedade denominada “Black in Line”, o que critica num tom irónico.

“Sabendo que esta empresa é dirigida por Ana Paula Alves, que era administradora da Rio Forte à data das transações litigiosas [que a Pharol contesta], e Caetano Beirão de Veiga, membro da família Espírito Santo, percebemos por que se chama ‘Black in Line’”, refere. A Lusa tentou falar sobre este pedido de afastamento dos curadores com André Luiz Gomes, advogado da Pharol, mas sem sucesso.

A Rio Forte era a holding não financeira do GES e detinha alguns ativos importantes (nas áreas de turismo, imobiliário, agropecuária em vários países), cuja venda poderá permitir alguma recuperação dos investimentos para os credores, nomeadamente os credores comuns. O prazo para os credores da Rio Forte e da ESI reclamarem créditos foi prolongado até 30 de setembro.

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Pharol tem três novos administradores incluindo Nelson Tanure

  • Marta Santos Silva
  • 30 Junho 2017

O Conselho de Administradores da Pharol escolheu três novos membros, incluindo o empresário que, no ano passado, convocou uma assembleia da Oi para destituir administradores ligados a Portugal.

A Pharol tem três novos administradores, escolhidos por cooptação, que serão ratificados na próxima Assembleia Geral de Acionistas: são eles Jorge Santiago Neves, Thomas Cornelius Azevedo Reichenheim e Nelson Tanure, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM).

Os três administradores foram escolhidos para completar o mandato em curso do Conselho de Administração, ou seja, até ao final de 2017.

O empresário brasileiro Nelson Tanure, que criou um fundo de investimento acionista da Oi, a Société Mondiale Fundo de Investimento, requereu no ano passado uma assembleia extraordinária da Oi, operadora brasileira que é a maior acionista da Pharol, para destituir os administradores ligados a Portugal.

O Jornal de Negócios assinala que Nelson Tanure tem vindo a reforçar a sua posição na Pharol nos últimos meses, e que a posição que detinha a 29 de maio era de 2%, através do Discovery Capital Management.

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Bolsa nacional regista pior semana em dois meses

Pesos pesados derrubaram PSI-20 na última sessão da semana, em dia de perdas na Europa. O BCP contraiu mais de 2% no pior desempenho em Lisboa.

Apenas três cotadas contrariaram a pressão vendedora na bolsa nacional e fecharam a semana em terreno positivo. Esta sexta-feira, o PSI-20 foi sobretudo pressionado pelos pesos pesados BCP, EDP, EDP Renováveis e Jerónimo Martins. Na Europa, a sessão também acabou em sinal negativo.

O principal índice português fechou a cair 0,85% para 5.200,64 pontos. Foi a quarta sessão de quedas em Lisboa, que acumulou assim uma perda de 1,39% entre segunda-feira e hoje, correspondendo ao pior desempenho semanal em dois meses.

Entre os pesos pesados, destaque para a EDP (-0,9%), EDP Renováveis (-0,7%) e Jerónimo Martins (-0,63%), com o pior desempenho a pertencer ao BCP. As ações do banco liderado por Nuno Amado caíram 2,16% para 0,23 euros. Já esta quinta-feira o banco havia sido alvo de alguma pressão com a notícia de que as autoridades chinesas estão a investigar os investimentos da Fosun, principal acionista do BCP, no exterior do país.

Outra nota negativa vai para a Mota-Engil, cujos títulos desceram 1,61% para 2,57 euros. Para os analistas do BPI, a construtora nacional “foi alvo de uma pressão vendedora após os recentes ganhos”.

Do lado dos ganhos, a Galp até conseguiu recuperar e fechar o dia em alta de 0,08% para 13,11 euros, “em virtude da subida do preço do petróleo”, explica o BPI. Também a Pharol somou 1% para 0,30 euros, depois de a brasileira Oi ter anunciado que inicia na próxima segunda-feira um programa para chegar a acordo com os seus credores. Já depois do fecho do mercado, a Pharol revelou que a Discovery Capital Management aumentou esta semana a sua posição na empresa dos 2,02% para os 5,4%, segundo o comunicado enviado à CMVM.

E a Nos avançou 0,47% para 5,5 euros depois de a casa de investimento Haitong ter mantido a recomendação de “compra” sobre os seus títulos, apesar de ter baixado o preço alvo da operadora portuguesa para 7,10 euros.

Lisboa acompanhou as quedas nos pares europeus, que registaram perdas entre os 0,2% e os 0,7%, “numa sessão em que os investidores acompanharam a evolução do preço do petróleo, bem como os desenvolvimentos relacionados com a reunião dos líderes da União Europeia”, disseram os analistas do BPI.

(Notícia atualizada às 17h01)

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