Quase dois terços dos empresários recomendam criar negócio

  • Lusa
  • 19 Abril 2017

Os empresários portugueses estão mais otimistas do que em 2015 e avaliam positivamente o clima empresarial. Também otimistas, mas menos, estão os empresários espanhóis.

Quase dois em cada três empresários portugueses aconselham a criação de novos negócios, quando em 2015 era menos de metade, de acordo com um estudo nacional de competitividade regional da Zaask hoje divulgado. O documento, denominado Estudo Nacional de Competitividade Regional referente a 2016, indica que 63% dos empresários portugueses inquiridos aconselha “o lançamento de um novo negócio, em contraste com os 49% no ano anterior [2015]”.

No que respeita à evolução da economia portuguesa, os empresários destacaram uma “melhoria significativa” nos diferentes distritos do país, no entanto, apontam a dificuldade de recrutamento de trabalhadores (32% em 2016, contra 37% em 2015).

“Apenas 15% dos empresários portugueses encara esta tarefa [de recrutamento] com facilidade”, conclui o inquérito da Zaask, feito pelo segundo ano consecutivo e em colaboração com o Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa.

Este estudo contou com 1.590 respostas, das quais mais de metade (83%), ou seja, 1.321 correspondem a empresas a operar em território português (micro, pequenas e médias empresas) e 269 (17%) em Espanha. “A distribuição das respostas por distrito/zona é muito assimétrica: em Portugal, Lisboa, Porto e Setúbal, e em Espanha, a Comunidade de Madrid são os distritos/zonas com maior número de respostas ao inquérito”, refere.

No caso dos empresários espanhóis, o inquérito conclui que estes são “mais cautelosos” que os portugueses no que respeita a aconselharem a criação de novos negócios, pois apenas 45% incitam a fazê-lo.

O estudo revela também que a maioria dos empresários portugueses (56%) classifica a situação financeira da sua empresa como razoável, situação que melhorou face aos 53% que deram a mesma resposta no ano precedente. Paralelamente, o estudo permitiu identificar uma redução do número de empresários portugueses que consideram a sua situação financeira de má ou muito má, tendo passado dos 37% de 2015 para os 29% em 2016.

Em termos de distritos, Portalegre e Viana do Castelo são aqueles em que os inquiridos indicam que há uma maior facilidade em contratar trabalhadores. Já Bragança surge como o distrito que apresenta a melhor avaliação em termos da situação financeira das empresas e, consequentemente, da economia do distrito, em oposição a Faro e a Castelo Branco, respetivamente.

A Madeira e os Açores surgem como sendo as regiões que melhor conhecem a existência de ações de formação e de programas de ‘networking’, sendo também a Madeira uma das regiões com maior acompanhamento, a este nível, por parte das entidades locais.

No caso de Lisboa, quando comparada com o Porto, apresenta melhores resultados em termos de acompanhamento, recrutamento, programas de formação e ‘networking’. No entanto, o estudo permite concluir que Lisboa, face ao Porto, denota piores resultados financeiros das empresas e um maior pessimismo face à evolução da situação económica das empresas e do distrito.

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CGD: António Domingues será ouvido a 28 de abril na nova Comissão

  • Lusa
  • 19 Abril 2017

A audição está marcada para as 10 horas, sendo António Domingues a primeira personalidade a ser ouvida pelos deputados neste inquérito parlamentar.

O ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) António Domingues vai ser ouvido a 28 de abril na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a atuação do Governo na nomeação e demissão da anterior administração do banco público.

O presidente da segunda comissão de inquérito sobre a Caixa, o social-democrata José Pedro Aguiar-Branco, confirmou hoje à Lusa que a audição está marcada para as 10h00, sendo António Domingues a primeira personalidade a ser ouvida pelos deputados neste inquérito parlamentar.

Na reunião de hoje, apenas dos coordenadores da comissão, foi analisada a recusa de algumas entidades, nomeadamente da CGD, de enviar ao parlamento documentação solicitada, e na quinta-feira, na reunião plenária da comissão, os deputados irão decidir se haverá novo pedido ou se se avança imediatamente para instâncias judiciais.

Hoje soube-se também que o PS vai propor o deputado socialista Luís Testa, eleito pelo círculo de Portalegre e coordenador socialista na comissão de Economia, para as funções de relator, nome que será formalmente proposto na reunião plenária desta comissão parlamentar de inquérito.

Na quinta-feira, além de aprovar o nome do relator, esta segunda comissão parlamentar de inquérito, que foi proposta de forma potestativa por PSD e CDS-PP, vai definir a calendarização dos trabalhos, nomeadamente as audições a realizar nas próximas semanas.

As primeiras audições previstas, além de António Domingues, serão as do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, do secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, e do ministro das Finanças, Mário Centeno.

Numa segunda fase, deverão ser ouvidas outras personalidades, casos de Elsa Roncon, ex-diretora-geral do Tesouro e Finanças, Francisco Sá Carneiro, advogado da CS Associados, e a consultora McKinsey, que apoiou Domingues nas negociações com Bruxelas ainda antes de assumir o cargo.

Para já, apenas PSD e CDS-PP, que apresentaram requerimentos conjuntos, e o Bloco de Esquerda pediram audições e documentação, ao contrário de PS e PCP.

Enquanto o BE se cingiu às atas das reuniões do Conselho de Administração da CGD durante o período em que o banco foi presidido por António Domingues, PSD e CDS-PP foram mais longe e dividiram o pedido em três áreas: sobre a nomeação, gestão e demissão da anterior administração da Caixa.

PSD e CDS-PP solicitaram toda a documentação entre o Governo e a anterior administração da CGD, mas sem nunca pedirem concretamente as mensagens telefónicas escritas (SMS) trocadas entre Domingues e Centeno, que tinham chegado a ser requeridas na primeira comissão de inquérito sobre a Caixa, pedido rejeitado pela esquerda.

Sobre a demissão de António Domingues, o ponto mais polémico, PSD e CDS pedem “toda a documentação trocada entre o Ministério das Finanças ou qualquer membro dos respetivos gabinetes governamentais e a administração liderada por António Domingues, relativa à alteração do Estatuto do Gestor Público e suas implicações, designadamente quanto à declaração de rendimentos e património, incluindo declarações, notas ou comunicados emitidos por qualquer uma das partes”.

Um dos pontos centrais desta segunda comissão de inquérito será apurar se “é verdade ou não que o ministro [das Finanças] negociou a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos [de António Domingues]”, o que tem sido negado por Mário Centeno.

Atualmente, decorre – com trabalhos suspensos – um outro inquérito parlamentar sobre o banco público, a Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD e Gestão do Banco para apurar factos desde 2000 e sobre os motivos que estão na origem da necessidade de recapitalização.

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Estabilidade financeira? Está melhor. Mas há três riscos principais

O FMI afirma que a estabilidade financeira está "a melhorar". Mas os riscos continuam a existir. O fundo liderado por Christine Lagarde diz que são várias as ameaças identificadas no setor.

O Global Financial Stability Report do Fundo Monetário Internacional (FMI) revela que a estabilidade financeira “continua a melhorar”. A tendência positiva mantém-se suportada na recuperação da economia global perante um contexto de políticas monetárias expansionistas, mas os riscos continuam a existir. Desde a incerteza política, à alavancagem das empresas dos países desenvolvidos e emergentes, até aos problemas estruturais da banca europeia, são várias as ameaças identificadas pelo fundo liderado por Christine Lagarde.

“As taxas de juro de longo prazo subiram, ajudando a aumentar os resultados dos bancos e das seguradoras. Os ganhos nos preços de muitos ativos refletem uma perspetiva mais otimista“, diz o FMI, notando que as bolsas norte-americanas atingiram recordes em março com os investidores expectantes quanto às reformas fiscais. E mesmo fora dos EUA, os mercados valorizaram “impulsionados, em parte, pelas melhores perspetivas para o crescimento e a valorização das matérias-primas”. Isto ao mesmo tempo que os prémios de risco e a volatilidade caíram.

As taxas de juro de longo prazo subiram, ajudando a aumentar os resultados dos bancos e das seguradoras. Os ganhos nos preços de muitos ativos refletem uma perspetiva mais otimista.

Fundo Monetário Internacional

É perante este cenário que o FMI diz que a estabilidade financeira “continua a melhorar”, mas diz que para que esta melhoria seja sustentável é preciso fazer mais. “Os responsáveis políticos terão de implementar o mix correto de políticas, incluindo medidas que fomentem a assunção de riscos por parte dos agentes económicos, especialmente nos EUA, através de políticas que puxem pelo crescimento potencial, aumentem o investimento privado e evitem aumentar os riscos à estabilidade financeira”. Mas é preciso também medidas que respondam aos desequilíbrios internos e externos nos emergentes, bem como uma resposta mais proativa aos problemas estruturais no sistema financeiro europeu.

Conheça os três riscos à estabilidade financeira em detalhe:

Incerteza política. O principal risco

O FMI diz que estão “a emergir novos riscos à estabilidade financeira em resultado da incerteza política e de políticas em todo o mundo”. E o principal receio recai sobre os EUA, embora a Europa também mereça destaque por parte do FMI.

“Nos EUA, se a prevista reforma fiscal e desregulação resultar em rumos de crescimento e de dívida menos positivos do que o antecipado, os prémios de risco e a volatilidade poderão aumentar de forma expressiva, ameaçando a estabilidade financeira“, nota o FMI. Uma viragem para o protecionismo nas economias desenvolvidas pode reduzir o crescimento global e arrasar com o sentimento do mercado.

Na Europa, a tensão política combinada com a falta de progresso nos desafios estruturais no sistema financeiro e os elevados níveis de dívida podem reacender receios em torno da estabilidade financeira.

“O risco de uma ampla reversão na regulação financeira — ou a perda de cooperação global — poderá derrotar os ganhos em termos de estabilidade financeira. Até agora os mercados têm tido uma visão relativamente benigna relativamente a estes riscos, sugerindo que o potencial para uma revisão da avaliação dos riscos caso as expectativas sejam goradas”, conclui.

As ameaças às economias emergentes

O FMI diz que as economias emergentes estão mais resilientes, especialmente depois de as empresas terem conseguido reduzir a alavancagem. “O crescimento destas economias deverá continuar, puxado pelos ganhos das empresas exportadoras de matérias-primas e as perspetivas para a evolução das suas economias fruto do crescimento das desenvolvidas”, diz o FMI.

Contudo, os riscos à estabilidade financeira continuam elevados em resultado da incerteza política e de políticas em todo o mundo. “Uma súbita reversão do sentimento do mercado ou uma viragem para o protecionismo a nível global poderão levar à fuga de capitais e penalizar as perspetivas de crescimento, testando a resiliência destas economias”.

Entre os emergentes, a preocupação principal do FMI é a China. “A China enfrenta riscos crescimentos à estabilidade financeira à medida que o crédito continua a crescer a um ritmo elevado. Os ativos dos bancos chineses são já o triplo do PIB da China e outras instituições financeiras não bancárias têm aumentado ainda mais a exposição ao crédito”, nota o FMI, acrescentando que há grandes vulnerabilidades.

Os problemas estruturais na banca europeia

Já muito foi feito para resolver o problema do malparado. Mas não é suficiente. São precisos mais esforços para que os bancos voltem à rentabilidade. Sobretudo nas instituições financeiras que se focam mais na atividade doméstica — foram as mais penalizadas em 2016. Apesar de a Irlanda continuar a apresentar o nível mais elevado de malparado, o FMI destaca Portugal e Itália como os casos mais preocupantes.

O fundo explica que para os bancos regressarem “à rentabilidade e financiarem de forma bem-sucedida o crescimento económico, os bancos devem limpar os balanços através de abordagens abrangentes para reestruturar a dívida“. E isto deve ser suportado por “aumentos de capital, provisões para o malparado e para as imparidades” e através da venda destes empréstimos em incumprimento.

A combinação desta fraca rentabilidade nos bancos domésticos e nas instituições sistémicas, a falta de acesso a capital privado e uma lista extensa de problemas por resolver a nível dos empréstimos “têm o potencial de reacender riscos sistémicos em algumas economias“, defende o fundo. Como já aconteceu durante a crise financeira, quando o facto de os bancos deterem dívida soberana expôs as instituições ao stress dos países em dificuldades.

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FMI: Bancos vão demorar seis anos a resolver o malparado

  • Rita Atalaia
  • 19 Abril 2017

O fundo liderado por Christine Lagarde reconhece que foram feitos progressos. Mas é preciso mais. Há vários entraves à "limpeza" do malparado, que pode durar cerca de seis anos a ser resolvido.

Seis anos. É este o tempo que os países da Zona Euro vão demorar, em média, a resolver um dos problemas que mais pesa na rentabilidade dos bancos: o crédito malparado. Esta é a conclusão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Se, por um lado, a entidade liderada por Christine Lagarde reconhece que foram feitos progressos, por outro considera que ainda há um conjunto de entraves estruturais que bloqueiam a “limpeza” destes empréstimos em incumprimento. Por isso, diz que há trabalho a fazer.

“Pode demorar cerca de seis anos, em média, para os países da Zona Euro resolverem o fardo dos ativos tóxicos” com base nas taxas atuais de amortização e no ritmo a que surge o crédito malparado, diz o FMI no Global Financial Stability Report. Segundo o fundo, já muito foi feito para resolver este problema. “Já foram realizadas várias iniciativas que deverão ajudar a resolver o malparado. O Banco Central Europeu publicou linhas de orientação sobre como os bancos podem responder ao problema dos créditos em incumprimento”, nota, salientando, entre outros, a criação de dois fundos para estes ativos em Itália.

Ainda assim, os rácios de crédito em incumprimento continuam a ser muito elevados. Apesar de a Irlanda continuar a ser o país que apresenta os níveis de malparado mais elevados, o FMI continua a destacar Portugal e Itália como os casos mais problemáticos. Até ao final do terceiro trimestre, Portugal apresentava o segundo rácio de malparado mais elevado entre os países considerados — está no top 3 na Zona Euro, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade Bancária Europeia.

Irlanda, Portugal e Itália no top do malparado

Fonte: Fundo Monetário Internacional

Nestes dois países, a diminuição deste fardo foi “relativamente pequena” e é “preciso fazer mais progressos”. O fundo liderado por Christine Lagarde alerta que ainda há uma série de entraves estruturais que limitam a alienação destes empréstimos em incumprimento. Uma venda que poderá ser feita, segundo a Comissão Europeia, num mercado secundário para os NPL (crédito malparado).

 

Regressar à rentabilidade. Mas como?

O fundo explica que para os bancos regressarem “à rentabilidade e financiarem de forma bem-sucedida o crescimento económico, devem limpar os balanços através de abordagens abrangentes”. E isto deve ser suportado por “aumentos de capital, provisões para o malparado e para as imparidades” e através da venda destes empréstimos em incumprimento.

E já foram realizadas várias dessas operações. “Os rácios de capital foram reforçados, foram recapitalizados bancos em Itália e Portugal, os bancos utilizam menos financiamento de curto prazo, a regulação continua a ser reforçada e a supervisão melhorada”, refere o FMI. Também houve esforços de adaptação de modelos de negócio e operações de consolidação que ajudaram a estabilizar a banca.

Em Portugal, por exemplo, “foi anunciado em março de 2017, o acordo final com a Comissão Europeia para uma recapitalização de cinco mil milhões de euros da Caixa Geral de Depósitos. As negociações para vender o Novo Banco continuam. O BCP recebeu uma injeção de capital privado e a OPA do CaixaBank pelo BPI foi concluída”.

Para regressarem à rentabilidade e financiarem de forma bem-sucedida o crescimento económico, os bancos devem limpar os balanços através de abordagens abrangentes.

Fundo Monetário Internacional

O fundo diz que para haver uma estabilização do sistema, os bancos “devem também reduzir os custos operacionais e melhorar a sua governação interna para que as decisões relacionadas com a cedência de empréstimos sejam apenas influenciadas por critérios comerciais”. Isto num cenário de taxas de juro muito baixas. “Um desafio”, disse o FMI no início deste mês, que vai obrigar a uma mudança na forma como o setor funciona, processo para o qual os governos terão de contribuir com medidas que garantam uma transição suave.

Banca pode ameaçar soberanos

A combinação desta fraca rentabilidade nos bancos domésticos e nas instituições sistémicas, a falta de acesso a capital privado e uma lista extensa de problemas por resolver a nível dos empréstimos “têm o potencial de reacender riscos sistémicos em algumas economias”, alerta o fundo. Neste caso, Itália e Portugal voltam a destacar-se… pela negativa. “Debilidades nos sistemas financeiros italiano e português levaram a um aumento dos seguros da dívida das instituições que, por sua vez, ditou um aumento do risco associado aos soberanos”. E o contrário também é verdade.

“Mais recentemente, os spreads das obrigações soberanas aumentaram em França e Itália, e continuam em níveis elevados em Portugal”, diz o fundo. E Isto “reflete uma combinação de receios em torno do aumento dos riscos políticos e do peso da dívida soberana”, o que pode, por sua vez, castigar os bancos.

“Primeiro, o corte do rating [dos países] pode aumentar os custos de financiamento dos bancos e reduzir o número de ativos que os bancos têm disponíveis enquanto colateral aceitável para obterem esses créditos. Em segundo, embora os bancos tenham reduzido de forma geral o número de obrigações soberanas que detêm, algumas instituições continuam a deter um número significativo desta dívida nos balanços“, conclui.

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Nuno Amado: Entidades ligadas ao BES devem assumir custos do Novo Banco

  • Lusa
  • 19 Abril 2017

O presidente do BCP defende que devem ser as entidades ligadas ao BES a assumirem os custos da venda do Novo Banco (NB). Gestor assume ainda risco no nível de crédito do BCP.

O presidente do BCP considera que não faz sentido que acionistas de outros bancos suportem custos do Novo Banco, sem que entidades ligadas ao BES o façam, quando questionado sobre a atual negociação com os obrigacionistas do banco. “Não tenho informação sobre o processo do Novo Banco, mas não faz sentido os acionistas dos outros bancos suportarem custos sem que as entidades que estavam à volta do BES tenham também algum suporte”, disse Nuno Amado.

Nuno Amado disse ainda que “cada instituição é uma instituição” e que “não há um sistema financeiro, há diversos bancos com diversas realidades”. “E a do Novo Banco é uma realidade muito particular, muito especial, que não se pode expandir para o resto do setor”, frisou, sustentando ainda que nos últimos meses a situação teve uma evolução positiva, dando como exemplos a recapitalização do próprio BCP, a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e a evolução do BPI.

O negócio de venda do Novo Banco à Lone Star prevê a alienação de 75% do banco ao fundo norte-americano, ficando o Fundo de Resolução com 25% (posição que poderá alienar a qualquer momento a um privado). Contudo, a concretização do negócio ainda está a sujeita a três condições. Uma delas passa por uma troca de obrigações com vista a melhorar o capital do Novo Banco em 500 milhões de euros, o que implicará penalizações para os seus detentores.

É esperado que seja brevemente apresentada a oferta de troca de obrigações aos seus detentores – sejam clientes institucionais ou de retalho -, desconhecendo-se ainda pormenores da operação. Por exemplo, poderá ser proposto um corte de juros ou aumento de maturidades dos títulos ou até uma solução que implique as duas modalidades. Também poderá ser proposto uma alteração no preço da obrigação.

Os obrigacionistas serão confrontados com o dilema de, caso não aceitem a solução proposta, o Novo Banco poder ser liquidado, com implicações também para os seus investimentos. Para já, com o contrato de promessa de compra e venda que foi assinado foi conseguido que desaparecesse o prazo de 02 de agosto de 2017 para o banco ser vendido ou liquidado, existindo o prazo indicativo da venda ser concretizada até ao final do ano, que pode ser dilatado.

BCP com nível de crédito em risco “muito elevado”

O presidente executivo do BCP reconheceu também que o banco ainda tem um nível de crédito em risco “demasiado elevado”, mas destacou que a instituição vai continuar a melhorar os rácios de cobertura na atual velocidade que considera ser a adequada. “Temos ainda um nível de crédito em risco ainda demasiado elevado, mas a diminuição que temos feito ano após ano, a melhoria dos rácios de cobertura que temos feito ano após ano tem sido muito relevante”, disse Nuno Amado, à margem da Conferência de Lançamento ‘Prémios Millennium Horizontes, em Lisboa.

O presidente executivo do BCP afirmou que esta tendência é para continuar este ano, sublinhando que o banco está a reduzir o nível de crédito em risco e a aumentar o rácio de cobertura na “velocidade certa”. “Não é saudável haver um aumento da velocidade para lá daquela que já existe e que é grande – mais de um bilião de euros por ano – porque isso colocaria o risco de haver alguma destruição de capital e capital é algo essencial”, frisou o gestor.

Nuno Amado justificou que “não há um efeito claro de haver mais crédito em risco nas dificuldades de financiamento”, até porque, na sua opinião, “não há dificuldades de financiamento à economia neste momento”. “Hoje em dia não há um problema de financiamento ao crescimento, o que havia até agora era a falta de confiança dos empresários e de falta de procura”, disse.

 

Rating do risco soberano português tem de melhorar

Nuno Amado, sublinhou ainda que “é essencial” que o risco soberano português “mostre sinais claros” de melhoria do rating, porque isso representa melhores condições de financiamento e de acesso aos mercados. “Em dezembro, quando me perguntavam qual o desejo empresarial para 2017, a única resposta que podia dar era que era bom que o risco soberano português mostrasse sinais claros de melhoria do rating [avaliação financeira]”, disse.

O presidente executivo do BCP sublinhou que essa melhoria do rating “é essencial para o país, mas também para os bancos e agentes económicos, porque permite condições de financiamento melhores e uma sustentabilidade e acesso aos mercados diferente”. “Esse é um desejo que faço e que deve estar na agenda de todos os intervenientes, seja políticos, seja empresariais”, reforçou.

Já na terça-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que “já está, pelo menos, na altura” de as perspetivas das agências internacionais de ‘rating’ sobre Portugal “começarem a ser um pouco mais positivos”. “Já está, pelo menos, na altura de os outlooks [perspetivas] começarem a ser um pouco mais positivos”, disse o governante no ECO Talks, em Lisboa, acrescentando que a revisão positiva dos outlooks, o que já começa a ser sinalizado por alguns analistas”, sublinhou.

O ministro afirmou que a economia está melhor, que as contas públicas estão controladas e que o sistema financeiro está “muito mais estabilizado”. Na sexta-feira, a agência de notação financeira DBRS publica relatório sobre o rating de Portugal.

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Quatro startups portuguesas no Cleantech Camp

O programa internacional Cleantech Camp, que vai decorrer em Lisboa e Barcelona, contará com quatro ideias portuguesas e dez projetos espanhóis. Há prémios de até 20.000 euros.

Existem quatro projetos tecnológicos com ADN português entre as 14 propostas selecionadas para participar no programa de aceleração Cleantech Camp, focado nas ideias de negócio no campo das energias limpas. As quatro startups ficam assim habilitadas aos prémios de 20.000, 10.000 e 5.000 euros que serão entregues ao primeiro, segundo e terceiro classificados, quando o programa terminar em junho. São elas:

  • Picma, um medidor de energia inteligente.
  • Rocket Farm, uma estufa com energia solar autossustentável.
  • Trigger Systems, uma plataforma para controlar remotamente sistemas de irrigação.
  • Fuelsave.io, uma solução para reduzir custos provocados pela emissão de gases poluentes enquanto se conduz.

As ideias têm origem em Lisboa e, além de competirem entre elas, vão concorrer contra outra dezena de empresas espanholas que também estão entre as finalistas. Em comunicado, a organização diz ter recebido 50 candidaturas.

O programa de aceleração Cleantech Camp estende-se entre Lisboa e Barcelona, com sessões de formação e eventos com players relevantes do setor das energias limpas. E como o ECO noticiou em meados de fevereiro, os custos da viagem e o alojamento nas duas cidades está já garantido.

“Os participantes dispõem de um espaço em Barcelona e em Lisboa e têm acesso ao InnovaHub [uma incubadora de empresas] da Gas Natural Fonseca para a realização de workshops”, acrescenta a organização. “O programa conta com os melhores profissionais de apoio ao empreendedorismo e com Albert Bosch, empreendedor e aventureiro, que fará uma sessão motivacional”, conclui.

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IEFP: desemprego regressa a níveis de fevereiro de 2009

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 19 Abril 2017

Número de desempregados inscritos nos centros de emprego regista quebra recorde em março e atinge níveis de fevereiro de 2009.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu para 471.474 em março, atingindo o valor mais baixo em oito anos. É preciso recuar a fevereiro de 2009 para encontrar um número inferior, indicam os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) publicados esta quarta-feira.

Em dezembro, os registos do IEFP já apontavam para o valor mais reduzido desde fevereiro de 2009, já que 2016 fechou com 482,6 mil desempregados. Mas entretanto, o número voltou a aumentar. Março marca agora um regresso a níveis do início de 2009.

Em comparação com o mesmo mês de 2016, a descida no desemprego registado atingiu 18% em março, uma quebra recorde. De acordo com informação do IEFP, é o recuo mais significativa desde que há registos (1989). Face a fevereiro de 2017, a descida é de 3,3%.

Mas os centros de emprego não recebem apenas desempregados. Os números de março apontam ainda para cerca de 104 mil ocupados, mais 10,6% face ao período homólogo — em causa estão pessoas integradas em programas de emprego (excluindo os que visam integração direta no mercado de trabalho) ou formação. Há ainda 60,6 mil empregados e 23,2 mil “indisponíveis temporariamente” por motivos de doença. Contas feiras, são 659.322 as pessoas inscritas no IEFP.

Número de pessoas que deram entrada em março aumentou

Ainda que o número total de desempregados tenha caído, as inscrições feitas durante o mês de março aumentaram em termos mensais. Ou seja, olhando apenas para o mês de março, deram entrada nos centros de emprego 50.848 desempregados, o que corresponde a uma descida de 4,9% face a março de 2016 mas representa uma subida de 15,7% face a fevereiro de 2017.

Ainda assim, olhando para trás, temos de chegar a 2008 para encontrar um mês de março com um valor mais alto de novas inscrições.

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Um mês no PSI-20? Ibersol e Novabase só negociaram um dia

Foram promovidas ao índice de referência português há um mês mas têm estado "fora da bolsa". Ibersol e Novabase só negociaram 5% do tempo, pouco mais do que uma sessão em 21 sessões.

Ibersol e Novabase completam esta quinta-feira um mês na principal montra do mercado bolsista português. Mas, apesar da maior visibilidade com a pertença ao exclusivo índice PSI-20, tanto uma como outra têm faltado à chamada. Contas feitas aos minutos em que houve pelo menos uma transação destes títulos, as duas cotadas apenas negociaram pouco mais do que uma sessão desde o dia 20 de março. São dois zombies à solta em Lisboa.

O cenário é constrangedor para um índice de ações que funciona como principal chamariz internacional da bolsa portuguesa. A Ibersol IBS 0,00% e a Novabase NBA 0,00% chegaram ao PSI-20 há um mês, depois de o BPI ter deixado o benchmark português reduzido a 17 membros, mas têm ambas estado praticamente ausentes. Passaram-se 21 sessões desde a promoção. Porém, contabilizando os minutos em que houve efetivamente troca destes títulos, é como se tivesse passado apenas um dia de expediente na bolsa para as duas empresas. Porquê?

“São duas micro caps, pequenas empresas, de uma bolsa periférica”, diz Rui Bárbara, gestor de ativos do Banco Carregosa.

"São duas micro caps, pequenas empresas, de uma bolsa periférica.”

Rui Bárbara

Gestor de ativos do Banco Carregosa

Steven Santos, do Banco BiG, complementa: “A Ibersol e a Novabase têm um free float diminuto e uma baixa capitalização bolsista, o que, por si só, afastam investidores institucionais. Ao mesmo tempo, o PSI-20 tem tido um desempenho inferior ao de muitos índices acionistas europeus desde o início do ano”.

No caso da tecnológica liderada por Luís Paulo Salvado, é mesmo a cotada que apresenta a capitalização bolsista mais baixa do PSI-20, avaliada em menos de 100 milhões de euros. Já a empresa de restauração, que explora marcas como o Burger King ou Pizza Hut, tem um valor de mercado de 365 milhões de euros — vale mais, ainda assim, do que a Pharol, Sonae Capital e Montepio.

Fora do radar

Apesar a reduzida liquidez, as duas cotadas apresentam-se com ganhos bastante acima dos seus pares desde o início do ano. A Ibersol ganha 22% desde o início do ano e a Novabase avança mais de 24%, situando-as entre os melhores desempenhos do PSI-20. O rally delas aconteceu sobretudo quando ainda estavam na “segunda liga”, o que ajuda a explicar que desde o dia 20, em que passaram ao escalão principal, assumem valorizações menos expressivas face ao índice.

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Apesar de surgirem destacadas, o fator novidade não tem despertado o interesse de muitos investidores, sobretudo institucionais. Com a promoção ao PSI-20, era expectável que Ibersol e Novabase entrassem no radar de muitos fundos de investimento, que estão direcionados sobretudo aos índices de referência. Só que neste caso isso não tem acontecido. Para Steven Santos, isto sucede por causa das forças de (des)equilíbrio dentro do próprio índice, numa estrutura bolsista que retira preponderância às pequenas cotadas em favor das grandes empresas.

“Há instrumentos passivos como os ETFs que não replicam integralmente a composição do PSI-20, devido ao baixo peso no índice de algumas empresas constituintes“, nota Steven Santos. No PSI-20, os seis principais membros — BCP, EDP, Jerónimo Martins, Galp, EDP Renováveis e Nos — têm um peso dominante de quase 70% sobre o índice. E “alguns cabazes de ações preferem deixar de fora ações com uma ponderação residual no índice”, remata o gestor do BiG. Ou seja, Ibersol e Novabase ficam na sombra.

"Há instrumentos passivos como os ETFs que não replicam integralmente a composição do PSI 20, devido ao baixo peso no índice de algumas empresas constituintes. Alguns cabazes de ações preferem deixar de fora ações com uma ponderação residual no índice.”

Steven Santos

Gestor do Banco BiG

Rui Bárbara acredita, ainda assim, que a entrada das duas cotadas no PSI-20 tenha aumentado o número de ordens dadas sobre estas ações, “quanto mais não seja por força dos volumes passivos, isto é das compras de instrumentos que replicam os índices, como os ETF”. “Mesmo assim, não deixam de ser títulos de baixa liquidez”, diz.

Luzes desligadas mas em máximos

A Ibersol pouco negoceia mas encontra-se num bull market que tem deixado o título em máximos históricos. Está a transacionar atualmente nos 15,03 euros. Para Steven Santos, a empresa liderada por António Teixeira tem ganho brilho especial com aumento da atividade turística em Portugal e Espanha, mercados onde está presente.

Ainda assim, as ações têm passado um pouco indiferentes, com pouca expressão no que toca à troca de títulos no mercado e nem os pequenos investidores tem demonstrado especial interesse na única empresa de restauração que negoceia em Lisboa. “Possivelmente, o elevado preço nominal, em torno dos 15 euros, é um fator dissuasor”, diz.

Já a Novabase, longe dos máximos de 14 euros que atingiu em 2000, em plena formação da bolha tecnológica em Wall Street, está a cotar nos 3,10 euros. É o valor mais elevado dos últimos três anos, com a empresa a beneficiar do encaixe de 44 milhões de euros resultante da venda da Infrastructures & Managed Services à Vinci, em janeiro.

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Morreu jovem de 17 anos internada com sarampo em Lisboa

  • Lusa
  • 19 Abril 2017

A jovem de 17 anos com sarampo, internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, faleceu hoje de madrugada, segundo fonte hospitalar.

A jovem de 17 anos com sarampo, internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, faleceu hoje de madrugada, segundo fonte hospitalar.

De acordo com o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), a jovem morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”.

A jovem estava internada desde o fim de semana na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do CHLC – Hospital Dona Estefânia, na sequência de uma pneumonia bilateral – complicação respiratória do sarampo.

DGS afasta epidemia de “grande escala”

O diretor-geral da Saúde garantiu hoje que Portugal nunca terá uma epidemia de sarampo “de grande escala” devido aos elevados níveis de cobertura vacinal e anunciou a existência de uma reserva estratégica de 200 mil doses de vacinas.

Francisco George falava durante uma conferência de imprensa a propósito do surto de sarampo em Portugal, onde foram já confirmados 21 casos da doença, e que causou a morte de uma jovem de 17 anos na madrugada de hoje, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

Os níveis de cobertura de vacinação da população é de tal maneira alta que o sarampo encontra resistência para progredir. O sarampo só existe em doentes. Só doentes têm o vírus do sarampo. Para circular é preciso encontrar terreno favorável e nós não temos terreno favorável”, disse.

Além das vacinas disponíveis para as crianças que completam, este ano, um ano de idade e as que têm cinco anos, existe ainda uma reserva estratégica de 200 mil doses de vacinas que poderão ser usadas em caso de necessidade, acrescentou.

Francisco George reiterou que não existe qualquer falta de vacinas contra o sarampo em Portugal e defendeu a vacinação da população.

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Sondagem: Le Pen com poucas hipóteses de ganhar as eleições

Marine Le Pen passa à segunda volta, mas tem poucas hipóteses de ganhar as eleições em França, segundo uma sondagem OpinionWay para o Les Echos e Radio Classique. Emanuel Macron vai à frente.

Marine Le Pen tem poucas hipóteses de conquistar a presidência da república francesa mas é provável que passe à segunda volta. Pelo menos é o que indica uma sondagem OpinionWay realizada para o Les Echos e Radio Classique e publicada esta quarta-feira. Emanuel Macron segue à frente com 23% das intenções de voto contra os 22% da candidata da Frente Nacional, na primeira volta que se realiza este domingo, 23 de abril. Em terceiro lugar, François Fillon, com 20%.

Macron e Le Pen surgem, assim, bem posicionados para disputar a segunda volta a 7 de maio. Segundo a sondagem, se este for o cenário, as intenções de voto apontam para uma vitória larga por parte de Emanuel Macron, com 65% das intenções de voto contra 35% de líder da extrema-direita. Se, em contrapartida, a segunda volta for disputada por Fillon e Le Pen, as intenções de voto na candidata sobem para os 42%, sagrando Presidente da República o antigo primeiro-ministro de França.

Intenções de voto

Primeira volta

Emmanuel Macron: 23%
Marine Le Pen: 22%
François Fillon: 20%
Jean-Luc Mélenchon: 19%
Benoît Hamon: 8%
Nicolas Dupont-Aignan: 4%
Philippe Poutou: 2%
François Asselineau: 1%
Jean Lassalle: 1%
Jacques Cheminade: 0%
Nathalie Arthaud: 0%

Segunda volta (com Macron)

Emmanuel Macron: 65%
Marine Le Pen: 35%

Segunda volta (com Fillon)

François Fillon: 58%
Marine Le Pen: 42%

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Portugal com juros mais negativos na dívida de curto prazo

O IGCP voltou aos mercados para se financiar em 1.250 milhões de euros. Conseguiu o montante total, beneficiando de juros ainda mais baixos face às últimas emissões comparáveis.

Portugal obteve os 1.250 milhões de euros que pretendia em mais um leilão de dívida de curto prazo. Em mais uma emissão concorrida, ainda que menos do que a anterior, o IGCP acabou por conseguir financiar-se com taxas ainda mais baixas face às últimas emissões comparáveis, sendo os juros negativos em ambos os prazos. Os títulos a três meses foram emitidos com um juro de -0,266%.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) pretendia obter entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros em bilhetes com prazos de três meses e 11 meses. Acabou por se financiar em 1.250 milhões de euros, o montante máximo, sendo que a maior “fatia” foi colocada no prazo mais longo, a 11 meses.

Na maturidade mais longa foram obtidos 950 milhões de euros com uma taxa de juro de -0,135%, o que compara com os -0,096% registados em fevereiro. Já no prazo a três meses a taxa foi a mais baixa de sempre: -0,266%. Na anterior operação, realizada também em fevereiro, o país tinha registado uma taxa de -0,219%.

"A descida do prémio de risco em toda a Zona Euro justifica estas taxas negativas nos dois prazos, ainda mais negativas que as emissões anteriores.”

Filipe Silva

Diretor de Gestão de Ativos do Banco Carregosa

Portugal continua a conseguir taxas negativas nos leilões de dívida de curto prazo, registando mesmo juros mínimos históricos, apesar de no longo prazo apresentar custos de financiamento elevados. O custo médio da dívida emitida em 2017 subiu para 3,4%, face à taxa de 2,5% que o Tesouro português pagou em média no ano passado. Ainda assim, no mercado secundário, as taxas têm caído, estando em mínimos de três meses.

“A descida do prémio de risco em toda a Zona Euro justifica estas taxas negativas nos dois prazos, ainda mais negativas que as emissões anteriores”, refere Filipe Silva. “É um movimento que vimos sentido nas últimas semanas, e especialmente na última semana, o da queda das taxas. Na dívida portuguesa a 10 anos que há um mês estava nos 4,2% hoje está nos 3,76%, numa descida considerável para um curto espaço de tempo”, remata o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa.

“Apesar de algum sentimento de risco nos mercados financeiros, que levou o uma subida na volatilidade do spread da divida soberana entre os países do sul para a alemã, Portugal acabou por se financiar a níveis mais favoráveis”, nota José Lagarto, gestor de ativos da Orey iTrade. “Não deixa de ser um sinal positivo para o sentimento em torno do país, a dias da reavaliação do rating de Portugal por parte da DBRS“, conclui.

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Taxa de inflação homóloga da Zona Euro confirmada em 1,5% em março

  • Lusa
  • 19 Abril 2017

A taxa de inflação está agora em linha com o objetivo traçado pelo BCE, depois de ter chegado à meta de quase 2% em fevereiro.

A taxa de inflação homóloga da Zona Euro recuou 0,5 pontos para 1,5% em março, divulgou o Eurostat esta quarta-feira, confirmando a primeira estimativa. Já no conjunto dos 28 países da União Europeia (UE), a taxa de inflação homóloga recuou para 1,6% em março, face aos 2,0% registados em fevereiro.

Em março de 2015, a taxa de inflação dos 19 países da moeda única e no conjunto da UE era de 0,0%.

Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, em março as menores subidas homólogas de preços foram observadas na Roménia (0,4%), na Irlanda e na Holanda (0,6% cada) e as maiores na Letónia (3,5%), na Lituânia (3,2%) e na Estónia (3,0%).

Face a fevereiro, a inflação homóloga baixou em 17 Estados-membros, manteve-se estável em seis e aumentou em outros cinco.

Em Portugal, os preços subiram, em março, 1,4%, depois de terem aumentado 1,6% em fevereiro.

A taxa de inflação está em linha com o objetivo traçado pelo Banco Central Europeu — próxima mas abaixo dos 2% — depois de em fevereiro ter chegado àquela meta, pela primeira vez em quatro anos.

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