Greve na Air France cancela um voo em Portugal esta segunda-feira

  • Lusa
  • 22 Abril 2018

Trabalhadores da companhia aérea francesa Air France vão estar em greve na segunda-feira. A empresa prevê realizar 75% dos voos programados, mas admite anulamentos pontuais e atrasos de última hora.

A companhia aérea francesa Air France anunciou este domingo que prevê manter 75% do programa de voos de segunda-feira, dia em que está prevista uma greve de pilotos e de pessoal de cabine e de terra. A companhia precisou num comunicado que prevê garantir 65% dos voos de longo e médio curso com saída ou chegada no aeroporto de Charles de Gaulle, em Paris, e 85% dos voos domésticos.

Fonte da companhia disse à agência Lusa que o impacto da greve em Portugal se resume a um voo cancelado em ambos os sentidos, estando “os passageiros a ser recolocados em outros voos ou a receber soluções alternativas”. Segundo a mesma fonte, o voo cancelado estava previsto para sair de Lisboa às 15h50 de segunda-feira, com chegada a Paris às 19h20.

A companhia precisou num comunicado que prevê garantir 65% dos voos de longo e médio curso, com saída ou chegada ao aeroporto de Charles de Gaulle, em Paris, e 85% dos voos domésticos. A Air France não afasta anulamentos pontuais e possíveis atrasos de última hora nos trajetos assegurados.

“A Air France lamenta a continuação destas greves, apesar de a direção da companhia já ter apresentado várias propostas para sair do conflito e ter anunciado o lançamento de uma consulta direta aos trabalhadores sobre o acordo apresentado em 16 de abril”, afirma a direção no comunicado.

A mobilização dos sindicatos do pessoal começou em fevereiro, impulsionada por um pedido de um aumento salarial de 6% para compensar a perda de poder de compra devido à inflação nos últimos anos. Os sindicatos pedem um aumento salarial imediato de 5,1% tendo em conta a melhoria dos resultados da empresa e não responderam esta semana à oferta da direção de aplicar uma subida progressiva de até 7% em quatro anos.

Convicto de que a maior parte dos trabalhadores não partilha as opiniões dos sindicatos, o presidente da Air France, Jean-Marc Janaillac, sublinhou que no caso de a oferta não ser aceite, assumirá “pessoalmente” as suas responsabilidades e apresentará a demissão.

(Notícia atualizada às 14h52 com informações sobre impacto da greve em Portugal)

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Polémica das viagens: Vasco Cordeiro sai em defesa de Carlos César no Facebook

  • Lusa
  • 22 Abril 2018

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, disse não aceitar o que diz ser uma "grotesca tentativa de linchamento político e ético" de Carlos César por causa da polémica das viagens.

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, disse este domingo não aceitar o que diz ser uma “grotesca tentativa de linchamento político e ético” de Carlos César, questionando “onde estão” Berta Cabral e António Ventura (PSD). Numa publicação na rede social Facebook, o chefe do executivo açoriano — atualmente em visita oficial ao Brasil — abordou a polémica levantada por uma notícia do semanário Expresso, segundo a qual os deputados dos círculos eleitorais das regiões autónomas dos Açores e da Madeira beneficiam da duplicação de apoios estatais ao transporte entre o continente e as ilhas.

Reconhecendo não ter o “hábito” de usar o Facebook para este tipo de pronúncias, Vasco Cordeiro diz não poder aceitar o “linchamento seletivo” a Carlos César. No texto na rede social, Vasco Cordeiro sublinha ainda que César, seu antecessor como líder do executivo açoriano, “foi um dos poucos que se chegou à frente e assumiu, com frontalidade e total transparência, um comportamento que a lei e a prática de anos na Assembleia da República” nunca “consideraram como desconforme ao que era permitido ou aceitável”. “É caso para perguntar onde estão Berta Cabral e António Ventura”, prosseguiu ainda Vasco Cordeiro, também líder do PS/Açores, referindo-se aos deputados do PSD eleitos pelo arquipélago.

Na visão do socialista, “obviamente que é legítimo questionar o mérito de uma lei”. Mas concretiza: “O que já não me parece legítimo é querer linchar aqueles que cumpriram a lei, mas, sobretudo, assumiram frontalmente os seus comportamentos, acomodando os que primam, ainda hoje, pelo silêncio ensurdecedor. Quando a lei está mal, muda-se a lei. Não se mudam os homens!”. Vasco Cordeiro concretiza este domingo, no Rio de Janeiro, uma visita oficial de cinco dias ao Brasil, onde passou também por Florianópolis e São Paulo.

Segundo um memorando do secretário-geral da Assembleia da República divulgado na terça-feira, a resolução do parlamento que fixa em 500 euros o valor das viagens semanais pagas aos deputados das ilhas é “a matriz regulamentar única de atribuição de despesas de transporte aos deputados”, que é seguida “à risca pelos serviços financeiros” da instituição. Contudo, admite, “pode colocar-se a questão de saber se um deputado que tem a deslocação paga pela Assembleia da República pode adicionalmente prevalecer-se do recurso a um subsídio de mobilidade pago nas regiões autónomas, do qual podem gozar todos os passageiros residentes”.

Assim, o secretário-geral do parlamento, Albino de Azevedo Soares, em resposta ao líder da bancada do PSD, Fernando Negrão, que lhe pediu parecer sobre uma eventual duplicação de apoios, considera que a sua opinião “não deve ser tida como suficiente”, porque o que está em causa não é apenas a interpretação de uma norma da Assembleia da República.

Albino de Azevedo Soares expôs no memorando que os deputados residentes nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira recebem, mensalmente, “o valor correspondente ao custo de uma viagem semanal de ida e volta” nas “semanas em que têm presença em trabalhos parlamentares (processamento adiantado)”.

“O valor de referência atual é de 500 euros. Foi negociado com as transportadoras TAP e SATA e foi aprovado em Conselho de Administração. É correspondente ao montante de uma viagem de avião — ida e volta –, na classe económica, com flexibilidade de agendamento, entre o aeroporto da residência e Lisboa”, expõe.

Aos deputados não é exigido qualquer “documento justificativo da sua deslocação”, acrescenta, tal como acontece com “os demais deputados com residência em território continental fora de Lisboa”. “Realça-se que, se as presenças registadas na ‘lista de presenças’ confirmarem que o deputado esteve ausente durante uma ou mais semanas, os serviços financeiros debitar-lhe-ão, no mês seguinte, o montante correspondente”, aponta o memorando.

Segundo este documento, em 2017 os montantes de referência (em vigor) são 500 euros quer se trate de viagens para Ponta Delgada, Terceira ou Funchal. Em 2016, eram de 531,35 euros para Ponta Delgada, de 525,60 euros para a Terceira, e de 529,20 para o Funchal. Em 2015, foram fixados em 448,56 euros para Ponta Delgada, 445,68 para a Terceira, e de 534,24 euros para o Funchal. O último valor de referência de anos anteriores fornecido é de 2014, sendo de 470,88 euros para Ponta Delgada, 470,88 para a Terceira e de 531,36 euros para o Funchal.

A polémica das viagens resultou na demissão do deputado bloquista eleito pelo círculo da Madeira, Paulino Ascenção, renunciou ao cargo.

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Economista italiano Tito Boeri é o primeiro convidado de Centeno no Eurogrupo

  • Lusa
  • 22 Abril 2018

Já é conhecido o nome do primeiro convidado externo de Mário Centeno enquanto presidente do Eurogrupo. É o economista italiano Tito Boeri, presidente da administração da Segurança Social.

Tito Boeri, economista italiano, é o primeiro convidado de Mário Centeno enquanto presidente do Eurogrupo.Wikimedia Commons

O economista italiano Tito Boeri é o primeiro convidado pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, para participar nestas reuniões de ministros das Finanças do euro, fazendo na sexta-feira uma apresentação sobre a dinâmica salarial. Segundo disse à Lusa um porta-voz do presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, a apresentação do economista italiano vai focar-se no papel dos salários como mecanismo de ajustamento macroeconómico no quadro de uma união monetária, como é a da zona euro, mas também enquanto instrumento para assegurar que o crescimento na fase de recuperação é inclusivo.

Tito Boeri, de 59 anos, é um economista italiano e presidente da administração da Segurança Social, tendo sido professor de Economia na Universidade de Bocconi, em Milão, e na London School of Economics.

Este tema da dinâmica salarial já estava definido no plano de trabalho de Centeno para o primeiro semestre enquanto presidente do Eurogrupo, mas só agora ficou a saber-se quem seria o primeiro convidado, que, depois de uma apresentação de cerca de 15 minutos, deixará os ministros das finanças da zona euro a debaterem o tema durante a reunião que vão manter na capital da Bulgária, Sófia.

O ministro das Finanças de Portugal decidiu abrir as discussões sobre temas específicos, geralmente preparadas por técnicos internos, à sociedade, convidando personalidades externas, nomeadamente académicas ou com experiência reconhecida na área, para apresentar os assuntos ao Eurogrupo.

Na entrevista que deu à Lusa a propósito dos 100 dias à frente do Eurogrupo, que se assinalaram no sábado, Mário Centeno já tinha abordado esta questão, inserindo-a na “dinâmica distinta de funcionamento” deste grupo que junta os ministros das Finanças dos países da zona euro. “Há propostas que tínhamos feito, por exemplo quanto ao funcionamento do Eurogrupo, de convidar académicos relevantes para trabalhar e fazer apresentações nas reuniões, e isso vai começar já este mês”, disse então o governante português.

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Mariana Mortágua: Governo esteve na “vertigem da minoria absoluta”

  • ECO
  • 22 Abril 2018

A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu que um Governo gerido a partir do Ministério das Finanças nunca será bem gerido. PS esteve na "vertigem" de uma "minoria absoluta".

Mariana Mortágua é deputada do Bloco de Esquerda.Paula Nunes/ECO 15 setembro 2017

Mariana Mortágua considerou que o Governo esteve na “vertigem da minoria absoluta” e disse que, “se o Governo for gerido a partir do Ministério das Finanças, então será sempre mal gerido”. Em entrevista ao Diário de Notícias e TSF, a deputada bloquista explicou que um ministro das Finanças “não tem capacidade para tomar decisões que são importantes em cada setor”.

Assim, se “todos forem ‘Centeno’, então a gestão financeira desse Governo é errada”, disse, brincando com a frase do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que disse que, neste Governo, ‘todos são Centeno’.

Em causa está o Programa de Estabilidade, que “propõe um défice de 0,7%, ao contrário dos 1,1% que estavam no Orçamento para 2018”. Mariana Mortágua dá voz às críticas que têm vindo a surgir neste, que é um dos partidos que apoiam o Governo. Desta feita, na entrevista, a deputada foi perentória: a revisão em baixa do défice “é um erro”.

“Nós entendemos que se o crescimento económico (porque há uma estratégia que está a resultar) produz folga orçamental, essa folga tem de ser usada para fazer agora investimentos que não podem ser adiados. É um erro não o fazer e querer adiar investimentos de que o país precisa hoje”, sublinhou Mariana Mortágua.

PS tem de “fazer as suas escolhas políticas”

Sobre o futuro do Governo do PS, a deputada bloquista endureceu a posição e disse que os socialistas estiveram na “vertigem da minoria absoluta” nesta última semana.

“O que determina maiorias políticas são ideias políticas, ideias para o país, mas acho que o PS, na última semana, quando mudou de posição sobre as reformas antecipadas e o programa das reformas antecipadas, quando anunciou que não haveria aumentos na função pública ou, pelo menos, tentou testar negativamente essa proposta, ou quando alterou as metas do défice, mostrou-nos um PS na vertigem da minoria absoluta”, afirmou.

Sobre a relação mantida pelo Governo socialista com o PSD de Rui Rio, Mariana Mortágua indicou que os socialistas têm “de fazer as suas escolhas políticas”. Na visão da deputada, esse “tipo de escolhas” são, por exemplo: “o que queremos do SNS, da legislação laboral, da forma como estruturamos os apoios sociais, da política de investimentos, do setor público e até onde é que ele deve ir, o que queremos do controlo de setores estratégicos”.”Estas escolhas são essenciais para o futuro do país, são escolhas que definem qualquer partido politicamente”, frisou.

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X2, o SUV mais “reguila” da família BMW

Há mais um X na família da BMW. Apesar de ser o 2, é o mais pequeno (até que o X1), mas também o mais “reguila” de todos. Tem o “look” de fora de estrada, mas adora devorar asfalto.

Uma fotografia vale por mil palavras? Na maioria das vezes, sim. No caso do X2, o novo SUV da BMW, esta máxima… não é assim tão verdade. Quando se pensa num SUV, criamos a imagem mental de um automóvel de dimensões superiores à dos comuns modelos, mas a marca da Baviera surpreendeu ao apresentar uma proposta que garante todo o estilo que tanto atrai os condutores num modelo muito compacto. E que apesar de ter o “look” de quem gosta de “pôr o pé” fora de estrada, revela toda a sua alma no asfalto.

O X2, apesar do nome, é o mais pequeno dos X. Mesmo que o X1. Tão pequeno que não se admire se quando estiver um estacionado junto de outros automóveis não dê sequer por ele. Não que não seja um modelo com uma imagem forte. Pelo contrário. Se há argumento que o X2 tem é do estilo… Vem com uma linha de cintura elevada, um tejadilho rebaixado, mas num corpo cheio de músculo. Juntamente com todas as proteções “todo o terreno” criam uma imagem que será, para muitos, de desejo.

Na traseira é o difusor com as duas saídas de escape que brilha. Na dianteira, o X2 mostra o seu lado mais irreverente. Uma entrada de ar de grandes dimensões, os tradicionais “rins” da grelha de base mais larga que na parte superior, mas também um novo conjunto de óticas mostram que este pequeno SUV está pronto para fazer arrepiar os pelos do antebraço de muitos condutores com uma idade um pouco inferior àquela que habitualmente põe as mãos num BMW – e não falta conexões para estes, nem um ecrã de 8,8 polegadas (tátil).

Ah… Por isso é que é um SAV

Esteticamente, com detalhes estilísticos como os logos em ambas as laterais, em lugar de destaque, a BMW parece ter acertado em cheio nesta aventura pelo mundo dos SUV compactos. Ou melhor, dos SAV… É que a marca prefere identificar o seu mais recente membro da família como um Sports Activity Veihicle. Qual é a diferença? Só quando nos sentamos no lugar do condutor, carregamos no botão Start e damos a primeira “voltinha” é que tudo parece fazer sentido.

O X2 traz aquela posição de condução um pouco mais elevada que tantos parecem gostar, mas também um capot que nos faz sentir ao volante de um pequeno “monstro” na estrada. Na condução propriamente dita, tem o ADN de todos o BMW. Sentados em autênticas bacquets (que são, obviamente, um extra que vem com o pacote M), com o volante desportivo nas mãos, um pequeno toque no acelerador e… percebemos que estamos perante um modelo que quer estrada. É um “reguila”.

E esse apetite revela-se especialmente se debaixo do capot estiver um 2.0 a gasóleo, como estava no ensaio realizado. Há um X2 18d, mas o 20d, de 190 cv, tem muita alma. Associado à caixa automática de oito velocidades, é ver o conta-rotações ganhar vida. Ele e o velocímetro também, à medida que se vai subindo de relação de forma sempre subtil. Há potência que chegue. E mesmo em velocidades mais elevadas, a sensação de segurança está garantida pela afinação desportiva da suspensão (bem como de todas as ajudas eletrónicas) que culmina nos pneus que calçam as jantes de 20 polegadas.

Até custa dizer… Ponham um 1.6!

O X2 20d é uma pequena “bomba” que faz virar cabeças sempre que passa na estrada, especialmente neste dourado com que a marca o lançou no mercado. Tem muitos argumentos para ser um sucesso, mas há um “pequeno” problema que pode fazer com que não se vejam assim tantos na estrada. É o preço. Se mesmo com um motor deste tamanho os consumos são comedidos – uma média de 7 litros aos 100 km, numa condução totalmente despreocupada –, a elevada cilindrada faz engordar a fatura total para o comprar até aos 54.840 euros.

Na realidade, é pouco mais caro que um X1 — cerca de 1.500 euros. Traz mais motor, mas menos carro. A solução para baixar o valor de venda poderia ser copiar o 1.6 a gasóleo do 1, mas o 2 quer ser desportivo… E para garantir essa imagem, pode ser preciso gastar ainda mais alguns euros. Não há só um Pack M para incluir. Há um Pack M X, que definitivamente faz o X2 destacar-se. Custa mais de cinco mil euros. E extra a extra, a lista vai avolumando-se, assim como os zeros da conta. O total da unidade ensaiada supera os 70 mil euros (71.064 euros).

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Portugal e Espanha vão testar carros sem condutor

  • ECO
  • 22 Abril 2018

Acordo assinado entre os dois países prevê a criação de dois corredores para testar automóveis que se conduzem sozinhos. Viseu e Cascais também mostram vontade de ir a jogo.

Portugal também vai a jogo nos testes com carros autónomos em estrada. Na semana passada, o país assinou um acordo com Espanha que visa a união de esforços nesta área com potencial para romper paradigmas nos setores automóvel e da mobilidade. Esse acordo prevê, entre outras coisas, a criação de dois corredores com acesso a rede móvel de quinta geração para teste destes automóveis: um entre Porto e Vigo e outro entre Évora e Mérida.

A notícia foi avançada este domingo pelo Público (acesso condicionado), que sublinha que o memorando de entendimento entre os dois países foi assinado a 10 de abril, pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, e pelo subsecretário de Estado espanhol da Administração Interna. Segundo o jornal, o documento refere mesmo que a intenção é “transformar a Península Ibérica numa das áreas mais inovadoras para o teste e implementação da automação na mobilidade”.

Os Estados Unidos são vistos como estando na vanguarda dos testes com automóveis que não precisam de um condutor. É lá que estão algumas das empresas pioneiras nestes testes, como a Google (Waymo), a Uber ou a Tesla. Mas Portugal também quer entrar na corrida. Para além do acordo internacional assinado com Espanha, Viseu e Cascais são dois municípios que mostram vontade de estar na linha da frente.

Como recorda o Público, no caso de Viseu, a autarquia anunciou este mês o “Viriato”, um veículo de transporte público capaz de transportar 24 pessoas, sem condutor, por um percurso de 700 metros dentro da cidade. O projeto conta com o apoio da Mercedes, Salvador Caetano e Siemens, por exemplo.

A mesma ideia está a ser estudada em Cascais, nomeadamente um veículo autónomo para nove passageiros. O projeto pretende ainda, numa segunda fase, implementar outro com a mesma capacidade do de Viseu: 24 pessoas.

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Advogados em guerra com a Caixa de Previdência. A Segurança Social é melhor?

Advogados querem referendo para que se altere o Estatuto da Ordem para que possam escolher descontar para a CPAS ou para a Segurança Social. Mas afinal, quais as diferenças entre os dois regimes?

Em janeiro cerca de 3.000 advogados e solicitadores juntavam-se à porta da Ordem dos Advogados (OA) em protesto contra as contribuições obrigatórias para a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS). Em causa o facto de os valores do sistema contributivo — em vigor desde 2015, com a revisão do Regulamento da CPAS, sob o mandato de Paula Teixeira da Cruz — terem aumentado substancialmente. Outra razão é o facto de o desagravamento das contribuições, proposto pela presidência da CPAS ao Governo em dezembro, não estar ainda em vigor.

Em concreto, a classe queixa-se de que não foram aprovadas as reduções das contribuições que desde o ano passado têm vindo a subir e que, gradualmente, irão continuar a subir. Esta contribuição é paga pelos advogados todos os meses, com um valor mínimo de 243 euros, para que tenham garantia de uma reforma no futuro.

Vieira da Silva, Ministro do Trabalho e da Segurança Social e António Faustino, Presidente da Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores.Fotomontagem: Lídia Leão / ECO

À data da manifestação, fonte do Ministério da Justiça explicava à Advocatus que a CPAS — que conta com mais de 50 mil beneficiários — “é uma instituição de previdência autónoma com personalidade jurídica e gestão privada, com fins previdenciais dos advogados, solicitadores e agentes de execução, únicos profissionais liberais que dispõem de um sistema próprio de previdência”.

Vem fevereiro e as contribuições à CPAS não baixaram para os advogados, conforme o previsto. Foi esta a conclusão de uma reunião entre o Governo, a Ordem dos Advogados, dos Solicitadores e a Caixa de Previdência. Reagindo a esta decisão, um grupo de advogados lançou uma petição pública a pedir uma auditoria às contas da instituição.

O documento, assinado pelos advogados José Miguel Marques, Cristina Vilar dos Santos, Fátima de Leiras, Berta Martins, Isabel de Almeida, Fernanda Almeida Pinheiro, Lara Roque Figueiredo e Carla Pina, pedia uma “auditoria contabilística, financeira, de gestão e legal, externa e independente, à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, de forma a que possa ser aferida a sua robustez económica e financeira, a sua sustentabilidade a longo prazo e no âmbito da qual se proceda à análise dos exercícios desde o ano de 2008 à atualidade, apurando todas as responsabilidades dos respetivos decisores”.

A petição, dirigida ao primeiro-ministro, presidente do Parlamento, bastonários das respetivas ordens profissionais, ministra da Justiça e do Trabalho e Segurança Social, juntou cerca de 4600 assinaturas numa semana e foi já entregue na Assembleia da República.

Entretanto as contas da Caixa de Previdência relativas ao ano passado foram tornadas públicas na madrugada do dia 9 para o dia 10 de abril: a CPAS gastou em 2017 87,5 milhões de euros de pensões de reforma, 1,7 milhões em subsídios de invalidez, 6,4 milhões em pensões de sobrevivência, 523 mil euros em benefícios de nascimento, 1,1 milhões em subsídio de maternidade e ainda 66 mil euros para benefício de internamento hospitalar na maternidade.

No primeiro relatório apresentado pela direção da CPAS após o pedido da auditoria contabilística para aferir a sua sustentabilidade a longo prazo — a direção da CPAS garante que a saúde financeira da mesma está boa e recomenda-se. A instituição tem agora 119 milhões de euros em dívida (de advogados e solicitadores que não pagam as contribuições para que no futuro tenham direito a uma reforma), menos dois milhões do que no final de 2016.

Não obstante a “boa saúde financeira” da CPAS, está em vista um referendo que pede que se altere o Estatuto da Ordem para que se possa optar pelo regime da CPAS ou pelo regime da Segurança Social. Os advogados pretendem convocar um referendo para que a classe responda se quer poder escolher entre descontar para a CPAS ou para o regime geral de Segurança Social. Isto é, se deve ou não o estatuto da OA ser alterado de forma a que deixe de ser obrigatório descontar para a CPAS. A concretizar-se, este referendo será uma iniciativa inédita na classe dos advogados. Mas, afinal, quais são as diferenças estruturantes entre uma instituição e outra? Pode esta profissão liberal escolher o seu regime de previdência? E o que escolheria um advogado se pudesse, de facto, escolher? A Advocatus foi tentar perceber.

Reforma

Segundo António Faustino, presidente da CPAS, desde 1947 que a CPAS é essencialmente uma Caixa de Reforma. “Não obstante, tem desenvolvido um leque vasto de benefícios que corporizam a sua vertente assistencial”, contou ao ECO em janeiro, concretizando: “subsídio de nascimento, subsídio de maternidade, comparticipação nas despesas de internamento hospitalar (por maternidade e por doença) dos seus beneficiários e do seu agregado familiar, subsídio de assistência (em situações de carência económica dos requerentes), assistência médica e medicamentos e subsídio de funeral”.

Fontes: cpas.org.pt e seg-social.pt.Lídia Leão / ECO

Em declarações à Advocatus, Lara Roque Figueiredo, advogada e uma das assinantes da petição pública a pedir auditoria às contas da CPAS, ajuda a perceber as diferenças entre os dois regimes em temas estruturais como reforma, desemprego, maternidade e doença.

“A reforma é o ponto onde ainda existe alguma convergência nos direitos entre a CPAS e a Segurança Social. O direito à reforma nasce após 15 anos de contribuições, como na Segurança Social. O seu cálculo foi reformulado com o novo regulamento, existindo colegas que viram a sua perspetiva de reforma diminuir na ordem dos 40%”, explica a advogada.

De facto, e como se pode aferir na tabela que compara os dois regimes no direito à reforma, o artigo 40.º da CPAS diz que têm direito a pensão de reforma os contribuintes com pelo menos 65 anos de idade e 15 anos de carreira contributiva na CPAS. A sua situação tem também de estar regularizada, ou seja sem a existência de dívida de contribuições. Caso não esteja, não se prevê nenhuma pensão ao contribuinte, que só volta a ser atribuída após regularizar a sua situação. “Quem não tem a situação regularizada perde os direitos que tem, incluindo a reforma”, conta Lara. A regularização da dívida permite pagar até num máximo de 150 prestações e são contabilizados juros.

Saliente-se ainda que na CPAS, segundo informações no seu site oficial, os reformados têm o dever de dar prova de vida em janeiro de cada ano, através de uma das seguintes modalidades:

  • Certidão narrativa completa de registo de nascimento;
  • Atestado médico, datado de janeiro do ano no qual a prova de vida é efetuada;
  • Atestado da Junta de Freguesia, datado de janeiro do ano no qual a prova de vida é efetuada;
  • Pessoalmente, nos serviços da CPAS, com apresentação do respetivo bilhete de identidade ou cartão do cidadão.

Relativamente à Segurança Social, a realização da chamada operação Prova de Vida pelo Centro Nacional de Pensões ficou suspensa a partir do ano de 1997, no entanto, o Centro Nacional de Pensões poderá solicitar a atualização de dados.

Doença

Relativamente a casos de doença, na CPAS não está previsto qualquer apoio. “Tem um benefício para o internamento hospitalar, mas apenas nos casos em que os advogados suportem efetivamente esses custos. Se estiverem internados no Serviço Nacional de Saúde não podem requerer qualquer subsídio ou benefício”. Na Segurança Social é atribuído subsídio de doença, que consiste numa prestação em dinheiro para compensar a perda de rendimentos do trabalhador que não pode trabalhar temporariamente por estar doente. “Para os trabalhadores independentes tem uma duração máxima de 365 dias”.

Em caso de baixa médica, os advogados, solicitadores e agentes de execução não têm esse direito. “Não temos baixa médica. Ou seja um advogado que por motivo de doença não possa trabalhar não recebe qualquer ajuda por parte de CPAS e ainda mantém a obrigatoriedade de efetuar mensalmente os descontos”.

Existe o benefício para o internamento hospitalar que consiste, como mencionou Lara, apenas em despesas comparticipáveis em despesas com internamento hospitalar, com intervenção cirúrgica (incluindo honorários médicos) e com maternidade. Esta comparticipação deve ser requerida no prazo de 4 meses.

Segundo informações do site oficial da CPAS, “a comparticipação da CPAS é de 15 % das despesas efetivamente pagas pelo beneficiário, depois de deduzidas todas as comparticipações atribuídas por outras entidades”. Desta lista constam: Serviço Nacional de Saúde, ADSE, Seguros, SAMS, Serviços Sociais, ou qualquer outro sistema ou subsistema de saúde, com um limite máximo de perto de 5.000 euros por ano.

Maternidade

No que toca à maternidade, em licenças e apoios, a CPAS providencia benefícios aos advogados. “Um deles é o benefício de nascimento (um ou dois salários mínimos nacionais, conforme seja um ou os dois progenitores advogados), que é pago havendo um ano de contribuições pagas. Depois existe o benefício de maternidade que é concedido apenas às mulheres advogadas, com um limite mínimo de três retribuições mínimas mensais e um máximo de seis. Durante este período a mãe terá que manter o pagamento das suas contribuições e tem que continuar a trabalhar”, explica Lara à Advocatus.

Na Segurança Social o direito à parentalidade está consagrado. “Assim é contrariamente à desigualdade de género que existe na CPAS”, comenta a advogada, pois “tanto homens como mulheres têm direito a vários subsídios, como de risco clínico na gravidez, interrupção da gravidez, riscos específicos, parental, parental alargado, adoção, adoção em caso de licença alargada e assistência a filho doente” (ver tabela).

Fontes: cpas.org.pt e seg-social.pt.Lídia Leão / ECO

A grande diferença aqui, diz a advogada, “é que as mulheres e homens têm direito aos subsídios e deixam de pagar as contribuições, ficando em casa. As advogadas e os advogados não têm esse direito”.

Desemprego

“Na CPAS não há qualquer subsídio de desemprego. Na SS os trabalhadores independentes podem, desde 2015, ter um subsídio por cessação da atividade profissional. Assim aqueles cujos 80% dos rendimentos são provenientes da mesma entidade, tem direito a esse subsídio”.
Lara realça, contudo, que embora a diferença de prestação social existente na CPAS e na SS “seja notória”, na Segurança Social as contribuições são calculadas com base no rendimento real dos beneficiários, “isto é, o rendimento anual é reduzido a 70% e a taxa é aplicada sobre esses 70% sendo indexada ao IAS. Uma vez atribuído o escalão, o beneficiário ainda pode escolher ser taxada dois escalões acima ou abaixo”.
Já na CPAS “o rendimento é presumido e, no mínimo, um advogado após os cinco anos de contribuições ganha dois salários mínimos nacionais. A este valor total de cerca de 1200 euros é aplicada uma taxa de 21%, o que faz com que na CPAS seja possível que quer ganhando 750 euros por mês, quer ganhando 7500 euros por mês, se possa pagar o escalão mínimo, ou seja, a mensalidade de 243,60 euros”.

Afinal, CPAS ou SS?

Quando questionada sobre, se pudesse escolher, qual era o regime que escolhia, Lara é peremptória: “entendo que a CPAS não cumpre atualmente a sua função, ou seja, a Caixa de Previdência foi criada para garantir as reforma e a previdência social dos advogados, mas a verdade é que ficam de fora os principais apoios que são constitucionalmente garantidos aos restantes cidadãos portugueses. Assim, a CPAS deveria ser alvo de uma alteração profunda para se tornar pelo menos similar à SS”, critica.

Entre as propostas da direção da CPAS e o que é aceite pelos ministérios que a tutelam — Ministério da Justiça e Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social — “a CPAS não tem hoje capacidade para garantir aos seus beneficiários os mesmos direitos que a SS. Assim, e caso se demonstre incapaz de garantir esses direitos, eu escolheria se houvesse essa opção, a SS”.

Sobre o fosso entre os dois regimes, que parece estar longe de estreitar, a advogada salienta mais duas notas importantes:

  1. Os advogados que também são trabalhadores por conta de outrem são obrigados a descontar para ambos os sistemas de previdência, “numa situação completamente injusta e muitas vezes economicamente insustentável”.
  2. Nas alterações propostas pela CPAS para a tributação de uma isenção de pagamento de contribuições em caso de gravidez e doença, o beneficiário é obrigado a comprovar que não pode efetivamente pagar as contribuições. “Ou seja, faz depender a isenção de uma prova de pobreza por parte dos advogados, como se de uma esmola se tratasse e não de um efetivo direito”, frisa a advogada.

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Angola faz roadshow e espera vender dívida com juros de 7%

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

Angola vai fazer um 'roadshow' em várias praças financeiras, a começar por Nova Iorque, na segunda-feira. A intenção é avançar com uma emissão de, pelos menos, dois mil milhões de dólares.

O ministro das Finanças de Angola disse este sábado que a emissão de dívida em moeda estrangeira (‘eurobonds‘) será feita em maio e que espera taxas de juro de 7%, começando um ‘roadshow‘ na segunda-feira, em Nova Iorque.

“Vamos fazer um ‘roadshow’ [apresentação aos investidores] em várias praças financeiras, a começar por Nova Iorque, na segunda-feira”, disse Archer Mangueira em entrevista à agência Lusa, à margem dos Encontros da Primavera, que decorrem até domingo em Washington.

O mínimo é dois mil milhões de dólares, mas pode ser mais”, disse o governante, salientando que a expectativa é que as taxas de juro exigidas pelos investidores fiquem em linha com as praticadas atualmente na emissão de dívida que Angola lançou em 2015.

“A expectativa que temos é que [a taxa de juro] ficará abaixo da dos títulos emitidos em 2015, que já estão a ser comercializados a menos de 7%; foram lançados a 9,5% e estão a ser comercializados a 7%, portanto a nossa expectativa é que fiquem a esse nível”, disse o ministro das Finanças de Angola à Lusa.

De acordo com o Plano Anual de Endividamento, Angola prevê captar 6,721 biliões de kwanzas (23.800 milhões de euros) de dívida pública, em 2018, totalizando 54.500 milhões de euros de endividamento.

De acordo com o documento, elaborado pelo Ministério das Finanças em meados de fevereiro, estas necessidades repartidas por 4,762 biliões de kwanzas (18.100 milhões de euros) a captar em dívida emitida internamente e 1,959 biliões de kwanzas (7.400 milhões de euros) em desembolsos externos, visam “colmatar as necessidades de financiamento” do Orçamento de 2018.

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Moody’s só sobe rating de Portugal se progressos forem sustentáveis

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

A Moody's diz que só vai retirar a dívida pública portuguesa da categoria "lixo" se concluir que os progressos são sustentáveis e a redução da dívida for constante.

A agência de notação financeira Moody’s disse este sábado que o rating atribuído a Portugal será melhorado se concluir que os progressos alcançados a nível orçamental e económico são sustentáveis, e se a redução da dívida for constante. A Moody’s tinha agendado para a sexta-feira passada uma revisão da notação atribuída a Portugal, mas optou por não se pronunciar, mantendo a avaliação da dívida portuguesa em ‘Ba1’, uma notação que é considerada “lixo”.

Questionada pela agência Lusa sobre o que motivou a manutenção, a Moody’s remeteu para a avaliação que tinha feito à dívida pública portuguesa em setembro passado e que levou a uma melhoria da perspetiva para positiva, indicando que a notação poderá ser melhorada num horizonte até 18 meses.

“Como dissemos na altura, o rating atribuído à dívida soberana portuguesa será revisto em alta para uma nota de investimento, se a Moody’s concluir que as tendências positivas na economia e na frente orçamental são sustentáveis e que a dívida muito elevada entra numa tendência descendente constante”, lê-se na resposta enviada pela agência de notação à Lusa, por correio eletrónico.

Essa conclusão, explica a Moody’s, deverá ser suportada por “melhorias orçamentais sustentáveis que apontem para um registo mais consistente de excedentes primários [excluem os encargos com a dívida pública], por evidências de que o crescimento económico continua a ser amplo, apoiando a resiliência a choques, e por novos avanços na recapitalização dos bancos mais fracos”. A próxima data prevista para que a agência norte-americana se pronuncie sobre Portugal é 12 de outubro, sendo que a Moody’s salienta que o calendário de avaliação é apenas indicativo.

Depois de ter melhorado a perspetiva sobre a dívida em setembro, e de um vice-presidente da agência ter dito que a Portugal estaria prestes a regressar à nota de investimento, havia a expectativa nos mercados de que a Moody’s tiraria o país do “lixo”, na passada sexta-feira. No entanto, a Moody’s optou por não rever o rating atribuído a Portugal, mantendo a notação ‘Ba1’, atribuída ao país desde julho de 2014.

Assim, a agência norte-americana continua a ser a única entre as quatro maiores a atribuir à dívida pública portuguesa uma nota especulativa, quando já a Standard & Poor’s (S&P), Fitch e DBRS colocam Portugal no patamar de investimento.

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Investigadores já recolheram amostras na Síria para apurar se houve mesmo ataque químico

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

Investigadores da Organização para a Proibição das Armas Químicas recolheram amostras em Douma (Síria) para apurar se houve mesmo um ataque químico, que se suspeita ter matado pelo menos 40 pessoas.

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) anunciou este sábado que os seus investigadores recolheram amostras na cidade síria de Douma, palco a 7 de abril de um alegado ataque químico que causou várias dezenas de mortos.

“A missão de investigação da OPAQ deslocou-se hoje [sábado] a um dos locais em Douma para recolher amostras”, indica num comunicado a OPAQ, adiantando que uma “outra visita poderá ser realizada” à cidade, na região de Ghouta oriental, nos arredores da capital síria, Damasco.

A equipa da OPAQ chegou à Síria a 14 de abril e o atraso no início das inspeções em Douma foi explicado com razões de segurança. “Vamos avaliar a situação e decidir em relação a iniciativas futuras, entre as quais a possibilidade de uma outra visita a Douma”, refere a organização, com sede em Haia.

O alegado ataque químico em Douma causou pelo menos 40 mortos, segundo equipas de socorro. “As amostras recolhidas serão enviadas para o laboratório da OPAQ em Rijswijk [nos subúrbios de Haia], antes de serem distribuídas por vários laboratórios em todo o mundo certificados pela organização”, indica ainda.

O ataque com “gases tóxicos” em Douma, atribuído às forças governamentais sírias pelos ocidentais, teve como resposta ataques de Washington, Paris e Londres contra instalações de produção e armazenamento de armas químicas do regime de Bashar al-Assad. A Rússia, aliada de Assad, foi acusada pelos ocidentais de impedir o acesso dos inspetores da OPAQ a Douma, acusações que Moscovo rejeitou e considerou “sem fundamento”.

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Ana Gomes diz que o PS se prestou a ser “instrumento de corruptos e criminosos”

  • ECO
  • 21 Abril 2018

Ana Gomes, eurodeputada do PS, defendeu que o PS deve aproveitar o próximo congresso para fazer uma "autocrítica". "O PS não pode continuar a esconder a cabeça na carapaça da tartaruga", criticou.

A eurodeputada socialista Ana Gomes defendeu, este sábado, que “o PS não pode continuar a esconder a cabeça na carapaça da tartaruga”. E indicou que o próximo congresso do partido “é a oportunidade para escalpelizar” como é que o PS “se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos”, afirmou, numa publicação feita na rede social Twitter.

Em declarações ao Diário de Notícias, Ana Gomes confirmou que a mensagem que publicou deve, “obviamente”, ser vista “à luz das revelações” das reportagens da SIC sobre o ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates, acusado de corrupção no âmbito da operação Marquês e, também, pelas suspeitas de corrupção que recaem sobre o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, agora investigado no “caso EDP”.

Ao jornal, Ana Gomes disse que “não há dúvida nenhuma de que o PS se tornou instrumento de vários indivíduos corruptos e com uma agenda de enriquecimento pessoal”. Sobre o caso de Manuel Pinho, a eurodeputada disse ainda, citada pelo DN, que nunca teve “dúvidas nenhumas”. “Não sabia nada, mas cheirou-me mal tudo aquilo”, referiu, apontando para eventuais ligações entre o ex-governante e o BES.

"Não há dúvida nenhuma de que o PS se tornou instrumento de vários indivíduos corruptos e com uma agenda de enriquecimento pessoal.”

Ana Gomes

Eurodeputada do PS

Desta feita, Ana Gomes admitiu que o PS deve aproveitar o congresso para “fazer uma autocrítica”, para que este tipo de situações não volte a acontecer. O congresso nacional do PS decorre de 25 a 27 de maio.

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PSD vai apresentar reformas para a justiça e saúde

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

Rui Rio tem planos para apresentar reformas nas áreas da justiça e da saúde. Catarina Martins, do BE, defende um "caminho muito diferente" do proposto pelo PSD.

A justiça e a saúde são duas das áreas em que o PSD vai apresentar reformas estruturais, que são “extremamente necessárias” para o país, disse este sábado o líder do PSD, Rui Rio. Em Coimbra, no final da primeira reunião do Conselho Estratégico Nacional, o líder social-democrata disse que a “justiça do país carece de reforma profunda e global, não de uma coisa pontual”.

“A semana da saúde permitiu-me ver melhor, já todos sabíamos disso, a situação dificilíssima do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de todo o sistema de saúde em Portugal”, referiu. Segundo Rui Rio, esta área carece também de uma “atenção especial e de uma reforma, não digo que seja tão profunda como a da justiça, mas carece de uma reforma”.

“O que vamos fazer são propostas no sentido da reformulação do SNS e do sistema nacional de saúde”, adiantou o dirigente, mostrando-se indiferente se a sua aplicação “é por acordo [com o Governo] ou por desacordo, no âmbito da tática política”.

Referindo que a saúde é a área que mais “toca” aos portugueses, o antigo presidente da Câmara do Porto considera que “não podemos ter pessoas à espera dois, três, quatro, cinco, seis meses para fazer uma intervenção cirúrgica, ou ter uma simples consulta”. Para o líder social-democrata, “isso não pode acontecer” e o partido vai “tentar contribuir com propostas sérias, pensadas, estudadas e participadas para ajudar Portugal a resolver essas questões”. “Sendo oposição, ajudamos, ganhando as eleições, lideramos, mas queremos acima de tudo o bem de Portugal”, sublinhou.

Rui Rio apontou ainda o sistema político e a baixa natalidade, associado às questões da segurança social e da desertificação do interior como áreas em que o PSD vai começar a “construir propostas para ajudar Portugal a ultrapassar estas questões”. Salientando mais uma vez que uma solução política de bloco central, rejeitada pelo primeiro-ministro socialista António Costa, só aconteceu uma vez e foi uma situação “extremamente extraordinária”, o presidente do PSD considera que isso “nada tem a ver com acordos estruturais”.

“Independentemente de quem ganha as eleições, de quem está no poder atualmente, o país como um todo precisa do Governo e da oposição, dos partidos todos, para fazer essas reformas estruturais, senão Portugal nunca as fará e atrasa o seu desenvolvimento”, sustentou. A posição do PSD, acrescentou, é a de “ter soluções e propostas para os estrangulamentos que Portugal tem”.

BE defende caminho muito diferente na saúde

A coordenadora do BE disse este sábado não lhe passar “pela cabeça que o PS queira discutir uma Lei de Bases para a Saúde” que mantenha o financiamento dos privados pelo Estado, defendendo um caminho oposto ao do PSD.

À margem de uma sessão pública do BE sobre direitos dos animais, a líder bloquista, Catarina Martins, foi questionada pela agência Lusa sobre a manchete deste sábado do jornal Público, segundo a qual o presidente do PSD, Rui Rio, pediu a elaboração de um documento estratégico sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que permitirá ao Governo reformar esta área sem o BE.

“O PSD foi sempre contra a existência do SNS, chumbou a lei quando ela foi criada. Depois foi uma tal conquista da democracia que nenhum partido hoje é capaz de dizer que é contra o SNS, mas nós lembramos que foi num Governo de PSD, com Cavaco Silva nos anos 90, que foi criada a atual Lei de Bases da Saúde que obriga o Estado a financiar o setor privado da saúde”, recordou.

Catarina Martins foi perentória ao afirmar que é preciso “um caminho muito diferente daquele que é o caminho do PSD”, sendo urgente “reforçar e modernizar o SNS, parando com o absurdo do Estado estar a financiar os privados da saúde”.

“Não nos passa pela cabeça que o PS queira discutir uma lei de bases para a saúde para continuar a mandar recursos públicos para o setor privado, quando aquela que é a análise que tem sido feita é que, pelo contrário, é preciso proteger o SNS e parar com essa sangria de recursos”, avisou. O PS, de acordo com a líder do BE, “terá de fazer as suas escolhas”.

Catarina Martins lembrou que “a única proposta que está em cima da mesa, concreta, para uma lei de bases da saúde é aquela que foi feita por João Semedo e António Arnaut e que o Bloco transformou em anteprojeto de lei”, estando convicta que esta será “debatida com certeza ainda nesta sessão legislativa”.

“A proposta do BE é uma proposta que foi feita por António Arnaut, fundador do SNS e presidente honorário do PS, e João Semedo, que foi coordenador do BE e tem uma enorme experiência nesta área da saúde”, sublinhou. A líder bloquista admitiu que está “com expectativa para saber o que dirá o grupo de trabalho” do PS.

A apresentação do anteprojeto para uma nova Lei de Bases da Saúde do BE foi feita precisamente há uma semana, dia 14 de abril, sendo o objetivo evitar a fragilização do SNS e que os cuidados médicos se transformem num negócio que beneficia os privados.

A apresentação do projeto foi feita, em Lisboa, por Catarina Martins, na Conferência Nacional em defesa do SNS.

 

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