Portugueses agarrados ao telemóvel. Usam mais internet e falam mais minutos, mas enviam menos SMS

Os portugueses estão cada vez mais "viciados" no telemóvel. Estão mais adeptos da internet móvel, nunca consumiram tantos dados por mês e fazem mais chamadas. Mas os SMS estão a cair em desuso.

O telemóvel é cada vez mais indispensável na vida dos portugueses. Os dados revelados pela Anacom mostram que nunca houve tantos utilizadores de internet móvel e que nunca se consumiram tantos dados móveis como agora. As chamadas de voz também estão a ganhar popularidade, enquanto as SMS continuam a cair em desuso.

No final de 2018, mais de 73 em cada 100 habitantes tinha internet móvel, o valor mais elevado registado até à data. O regulador explica a tendência com o “aumento dos utilizadores de internet no telemóvel”, uma subida de 7,8% face a 2017, numa altura em que 79,5% dos portugueses tem um telemóvel. A elevada penetração da internet móvel também está relacionada com o “desenvolvimento das aplicações móveis”.

Outra prova de que a banda larga móvel veio para ficar é que os portugueses usam, em média, 2,99 GB de dados por mês, um máximo histórico. É um aumento de 21,9% face à média apurada em 2017.

E se a internet móvel está em alta no setor das telecomunicações em Portugal, o mesmo se verifica nas chamadas de voz. “O tráfego de voz móvel atingiu, em 2018, o valor mais alto contabilizado até ao momento, tendo crescido 5,9% face a 2017, em termos de minutos”, refere o regulador. No ano passado, os portugueses falaram, em média, 200 minutos por mês ao telemóvel, mais 9 minutos do que em 2017.

No entanto, as mensagens de texto seguem em contraciclo. Apesar de a Anacom ainda não ter atualizado os dados relativos às aplicações que permitem enviar mensagens através da internet, como o Messenger e o WhatsApp, os números publicados esta terça-feira mostram que, no ano passado, os portugueses enviaram menos 3,2% SMS do que em 2017. Ainda assim, a queda é “inferior à redução média dos últimos anos”.

Portugueses põem cada vez mais fibra em casa

No segmento residencial, os portugueses continuam a deixar as tecnologias mais antigas, como o ADSL, e a migrar para redes de alta velocidade assentes em tecnologia nova, como a fibra ótica, que permite aceder a mais serviços e a débitos mais altos, de acordo com a Anacom.

A este facto não é alheio o aumento de alojamentos cablados com redes de alta de velocidade, que atingiram os 5,1 milhões em território nacional no final de 2018, valor que representa uma cobertura de 81,2% do país. Deste valor, 4,7 milhões representam casas cabladas com fibra ótica, um crescimento de 11,5% face a 2017. Isto permitiu que os clientes residenciais de serviços de alta velocidade tivessem aumentado 10,9% em 2018, para 2,5 milhões de clientes.

A fibra ótica conseguiu ser a “principal forma de acesso à internet em banda larga fixa”, com uma quota de 45,2%, existindo 1,7 milhões de clientes de fibra em Portugal. A fibra foi ainda “a forma de acesso que mais contribuiu para o crescimento do número de acessos”, reflexo dos esforços das três principais operadoras em cobrir o país com fibra e aumentar o portefólio de clientes com esta tecnologia.

“O cabo e o ADSL representavam 31,2% e 16% dos acessos à internet em banda larga fixa, respetivamente. O LTE [4G] em local fixo representou 7,5% do total de acessos. Em 2018 intensificou-se a tendência de queda do número de acessos através de ADSL, tendo estes diminuído 19,1%”, refere a entidade liderada por João Cadete de Matos.

Contas feitas, o número de acessos de banda larga fixa cresceu 59% em 2018, para 3,8 milhões no final de 2018. Este aumento, no entanto, representou uma desaceleração face ao ritmo médio de crescimento anual dos últimos quatro anos. Ainda assim, a penetração do serviço ficou 1,1 pontos percentuais acima da média da União Europeia.

Em casa, os portugueses consumiram uma média mensal de 107,1 GB, que também é um máximo histórico. “Nos mercados do serviço de acesso à Internet em banda larga fixa, estão presentes quatro entidades com quotas relevantes: a Meo (40%), o grupo Nos (36,7%), a Vodafone (19,2%), que foi a entidade cuja quota mais cresceu em 2018, e o grupo Nowo/Onitelecom (3,9%)”, conclui o regulador.

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Juros do crédito da casa sobem pelo quinto mês. Estão em máximos de quase três anos

A taxa de juro implícita no crédito à habitação atingiu 1,073% em abril, registando o quinto mês consecutivo de subidas e o valor mais alto dos últimos 34 meses.

A taxa de juro implícita no crédito à habitação atingiu 1,073% em abril, registando o quinto mês consecutivo de subidas. É um acréscimo de 0,7 pontos base face ao registado no mês anterior e o valor mais alto dos últimos 34 meses. A atualização mensal foi revelada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com aquele organismo, a taxa de juro passou de 1,066% em março para 1,073% em abril para a globalidade dos contratos, nível que é o mais elevado desde junho de 2016.

Também nos contratos mais recentes se verificou um aumento dos juros implícitos. Nos créditos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro média passou de 1,396% em março para os 1,411% em abril, invertendo o rumo de quedas observado entre fevereiro e março.

Juros da casa aceleram

Fonte: Reuters

Em abril, o capital médio em dívida aumentou 77 euros, atingindo os 52.686 euros, o valor mais alto em mais de quatro anos. Seria necessário recuar até março de 2015 para ver um montante mais elevado.

Já a prestação média vencida da totalidade dos empréstimos subiu um euro para os 246 euros, o patamar mais alto desde abril de 2014. No entanto, os créditos mais recentes apresentam prestações mais altas e um aumento mais acentuado entre março e abril. Fixou-se em 336 euros no último mês, 12 euros acima do verificado em março.

(Notícia atualizada às 11h25 com mais informação)

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Os novos embaixadores da sua empresa

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  • 21 Maio 2019

Havendo colaboradores que se orgulham da marca, a compreendem e vivem os valores da organização será mais fácil demonstrarem-no em palavras, atos e publicações.

As comunicações feitas pelos colaboradores nas redes socais sobre os produtos e marcas das empresas em que trabalham é um reflexo do seu engagement. O impacto dessas comunicações para a imagem da empresa pode ser decisivo!

Todos nós reconhecemos a importância do “engagement” e de ter uma equipa unida e motivada. Em 2012 a Gallup lançou resultados de um estudo que marcou um ponto de viragem na abordagem e no nível de importância que os níveis de motivação têm no centro da organização. A análise do estudo demonstrou uma correlação positiva entre altos níveis de engagement e avaliação de colaboradores, o lucro, a produtividade, e inversamente proporcional diminuindo a rotatividade, os acidentes de trabalho, o roubo, o absentismo, entre outros. Estudos mais recentes (Pitt, Batha, Ferreira & Al Employee brand engagement on social media: Managing optimism and commonality, 2018) indicam-nos que 84% colaboradores motivados acreditam que podem melhorar a qualidade dos produtos/serviços e 72% acreditam que podem influenciar positivamente o serviço ao cliente.

De acordo com a Eurostat cerca de 47% das empresas da UE usaram pelo menos um tipo de rede social em 2017, sendo que mais de oito entre dez dessas empresas (84%) usaram as redes sociais para construir a sua imagem e comercializar produtos. Cada vez mais as empresas têm uma pegada significativa nas redes sociais, onde pesquisam informação, fazem parte da sua comunicação para clientes, fornecedores, colaboradores e à sociedade. Sendo uma ferramenta com uma abrangência de larga escala e baixo custo é um instrumento valioso para fazer passar comunicação institucional.

É igualmente uma ferramenta de comunicação dos colaboradores para o mundo. Assim, um dos produtos que resulta dos níveis de engagement, e que é mais visível, são as comunicações feitas nas redes socais. As comunicações feitas por colaboradores em sites como o Glassdoor, Facebook, Instagram ou Twitter vão patrocinar uma perceção mais ou menos positiva das marcas/empresas que integram. Se muitas destas comunicações têm uma abrangência curta já outras terão um alcance superior. É aqui que o employee engagement entra em ação. Se bem trabalhado e dirigido, a empresa terá uma fonte de informação positiva contribuindo para a construção de uma imagem de sucesso da empresa/marca.

Desta forma, em conjunto com outros vetores potenciadores de engagement, demonstra-se fulcral a construção de uma marca forte junto das pessoas que a integram, pois vai auxiliar os colaborares a compreenderem o cerne do que vendem, direta ou indiretamente, e perceber exatamente o que os diferencia no mercado. A ideia de que os clientes, fornecedores e interessados compreendam exatamente quais os elementos diferenciadores da empresa tem de começar nos seus próprios colaboradores. Vão ser estes que durante as suas interações vão conseguir passar a mensagem a outros.

Havendo colaboradores que se orgulham da marca, a compreendem e vivem os valores da organização será mais fácil demonstrarem-no em palavras, atos e publicações. Não porque são instruídos para tal, mas simplesmente porque lhes é natural partilhar nas redes sociais os seus gostos, atividades e sugestões. Um exemplo extremo são os colaboradores da Nike que escolhem tatuar o logotipo no seu corpo (New York Times, edição de 22 de maio de 1994), podendo desta forma mostrar o seu compromisso para com a marca – esta é uma imagem que se tornou viral com as redes sociais!

Naturalmente que as comunicações não podem ser feitas de forma aleatória e sem limite, para tal a organização necessita de auxiliar esses colaboradores, disponibilizando conteúdos disponíveis para partilha e, nos casos em que não existe essa disponibilidade, linhas de orientação sobre o tipo de comunicação permitida e os seus limites.

Sendo a comunicação empresarial estruturada algo que é feito e desenhado tem os seus limites, nem que seja pela capacidade de produção dos seus membros. O employee engagement pode ser uma das ferramentas de marketing da Organização, com uma abrangência alargada e estratégica, em que todos os membros da empresa conseguem veicular uma mensagem essencial e positiva com impacto e alcance muito superior no mercado. Uma partilha positiva é uma success story!… E todos os colaboradores da organização são potenciais embaixadores e para os seus produtos e marca.

A sua empresa tem uma estratégia de comunicação alicerçada em engagement?

Artigo da autoria de Joana Gonçalves Rebelo, Manager da EY

 

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Navigator cria saco de papel para 89ª Feira do Livro

  • ECO
  • 21 Maio 2019

Navigator e Associação de Editores vão oferecer um saco em papel a todos os visitantes da Feira do Livro de Lisboa. Objetivo é substituir os sacos em plástico e reduzir pegada ecológica.

A The Navigator Company e a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) vão oferecer um saco em papel a todos os visitantes que adquirirem livros da próxima edição da Feira do Livro de Lisboa, que se realiza entre 29 de maio e 16 de junho.

“Ao todo, são 60 mil sacos em papel que a The Navigator Company irá entregar aos vários livreiros presentes na Feira para que os possam partilhar com cada visitante no ato da aquisição dos livros, permitindo-lhes assim o transporte dos vários exemplares num único saco amigo do ambiente, feito em material natural de origem renovável e com elevada reciclabilidade e biodegradabilidade”, anunciou a Navigator em comunicado.

Com este passo, a empresa e a entidade organizadora do evento procuram reduzir a pegada ecológica associada à Feira que no ano passado recebeu meio milhão de visitantes. A operação pretende igualmente “apelar, através do novo suporte em papel que substitui os tradicionais sacos em plástico” para a “adoção de atitudes que salvaguardem o futuro do ambiente”.

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“Ao assumirmos esta parceria com a APEL e ao proporcionarmos a oferta de 60 mil sacos de papel para que os visitantes transportem os livros adquiridos, estamos certos que este nosso contributo irá alertar a sociedade para a importância da sustentabilidade”, sublinha António Quirino Soares, diretor de marketing da Navigator, no comunicado.

A empresa lembra ainda que a indústria papeleira já não utiliza madeira proveniente de florestas naturais, antes de árvores plantadas especificamente para a produção de papel e que este é hoje um dos produtos mais reciclados da Europa, com uma taxa de reaproveitamento de 72,5%.

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Famílias portuguesas são as que pagam mais pela eletricidade na União Europeia

Em termos de paridade do poder de compra, foi em Portugal que as famílias mais pagaram pela luz. Em relação ao gás, apenas a Suécia e a Espanha conseguem ultrapassar os preços portugueses.

O preço da eletricidade em Portugal não é o mais elevado entre os Estados-membros da União Europeia, mas, quando comparado em paridade do poder de compra, são as famílias portuguesas que mais pagam pela eletricidade consumida. De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, que dizem respeito ao segundo semestre de 2018, este tipo de energia registou um aumento de 2,8%. Já no gás, os preços mais altos (em pp) são praticados na Suécia e Espanha.

Os números do gabinete de estatística de Bruxelas revelam que, em termos de paridade do poder de compra, foi em Portugal, Alemanha e Espanha que as famílias fizeram um esforço maior para pagar a eletricidade consumida. Finlândia, Luxemburgo e Holanda foram, pelo contrário, os países em que a fatura da luz menos pesou às famílias.

Ainda que Portugal, em paridade do poder de compra, lidere o ranking, em termos de preço médio da eletricidade, o país desce para o sexto lugar, ultrapassado pelos preços praticados na Dinamarca (31,2 euros), Alemanha (30 euros), Bélgica (29,4 euros), Irlanda (25,4 euros) e Espanha (24,8 euros). Os países onde o preço é mais baixo são, por outro lado, a Bulgária (10,1 euros), Lituânia (11 euros) e Hungria (11,2 euros). De referir que todos estes valores são relativos a cada 100 kWh de eletricidade.

Entre julho e dezembro do ano passado, os portugueses pagaram 22,9 euros por cada 100 kWh de eletricidade, o que representa uma subida de 2,8% relativamente ao período homólogo. Isto quando, em média, na União Europeia, os preços da eletricidade rondam os 21,1 euros.

No preço praticado a nível nacional, mais de metade do valor é constituído por impostos e taxas. Neste indicador, o comportamento varia significativamente consoante os Estados-membros. Enquanto na Dinamarca os impostos e taxas representam 64% da fatura da luz, em Portugal 55% e na Alemanha 54%, em Malta, pelo contrário, apenas constituem 6% do preço final.

Recorde-se, contudo, que os preços que têm vindo a ser praticados em Portugal na eletricidade deram força à discussão dos preços da energia no país e à reivindicação de reduzir o IVA sobre a eletricidade. A primeira descida da fatura da luz fez-se sentir no início do ano, altura em que a “eletricidade se reduziu para todos os consumidores em 3,5%”, disse, na semana passada, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes.

Já a redução do IVA, que entra em vigor em julho, vai abranger “cerca de dois milhões de contratos, o que significa um terço dos consumidores”, avançou. Em causa está a descida do IVA da luz de 23% para 6% nos contratos cuja potência contratada seja de 3,45 kVa.

Fatura do gás não pesa tanto no orçamento familiar como a da luz

No que diz respeito ao gás, em termos de paridade do poder de compra, foi na Suécia, em Espanha, em Portugal e em Itália que as faturas que as famílias fizeram um esforço maior para pagar as faturas. Os consumidores para quem o peso deste encargo foi menor vivem, por outro lado, no Reino Unido, na Croácia e na Estónia.

Se analisarmos apenas os preços praticados no gás, Portugal surge na sexta posição, com a Suécia, Itália e Dinamarca a ocuparem o pódio dos preços mais elevados e a Hungria, Roménia e Croácia a subirem ao pódio dos preços mais baixos.

Os clientes portugueses pagaram 7,8 euros por por cada 100kWh de gás, na segunda metade de 2018, o que simbolizou uma descida homóloga de 1,9% da tarifa. De salientar, ainda, que a média da União Europeia, ronda os 6,7 euros por cada 100kWh de gás.

No caso da fatura do gás em Portugal, as taxas e os impostos pesaram 25% nos preços cobrados, sendo a carga fiscal mais pesadas na Dinamarca (54%) e na Holanda (52%).

(Notícia atualizado às 11h15)

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Revista de imprensa internacional

Portugal mantém-se nos destinos favoritos dos brasileiros mais ricos. Nos EUA, o tema das alterações climáticas continua a gerar controvérsia. No Reino Unido, a Uber está sob investigação.

O tema das alterações climáticas continua a gerar controvérsia nos EUA. Por cá, Portugal continua a ser um dos destinos favoritos para os brasileiros com fortunas maiores. No Reino Unido, a Uber pode ser obrigada a pagar 1.000 milhões de libras em IVA não liquidado, numa altura em que a aplicação volta a torcer para não ser considerada uma empresa de transporte.

Bloomberg

Portugal é a “nova Miami” para brasileiros ricos

Incentivos fiscais agressivos e um mercado imobiliário em acelerada valorização estão a atrair cada vez mais brasileiros ricos para Portugal, que veem neste canto da Europa “a oportunidade de viver num paraíso fiscal que não é uma ilha das Caraíbas”. E se graças à administração Trump a imigração para os Estados Unidos está cada vez mais dificultada, é em Portugal que estes milionários estão a encontrar a sua “nova Miami”. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Financial Times

BP reconhece “caminho insustentável” no consumo de energia

O chairman da BP, Helge Lund, reconheceu que o consumo de energia no mundo está “num caminho insustentável” e defendeu que a BP tem de ser preparada para o negócio das baixas emissões no futuro. Ainda assim, Lund não apresentou qualquer medida concreta e continuou a rejeitar os pedidos dos investidores para que aperte os limites máximos nas emissões de gases com efeito de estufa produzidas pela queima do combustível, uma das principais causas das alterações climáticas. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

The New York Times

EUA mudam critérios para contar menos mortes prematuras causadas pela poluição

A Agência da Proteção Ambiental dos EUA tem planos para mudar o critério pelo qual são contabilizadas as mortes prematuras provocadas pelo flagelo da poluição atmosférica. A medida poderá resultar numa menor contabilização de mortes e em novos argumentos para a Administração Trump promover recuos nas políticas ambientais promovidas no passado. Leia a notícia completa no The New York Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

The Times

Uber investigada no Reino Unido por não pagar IVA

A Uber está sob investigação das autoridades britânicas, acusada de não ter pagado 1.000 milhões de libras em IVA. A empresa não paga IVA a 20% sob as tarifas por alegar que é apenas uma intermediária no serviço e por os motoristas que trabalham ao serviço da aplicação recebem menos de 85.000 libras por ano. No entanto, se o Reino Unido concluir que a Uber é mesmo uma empresa de transporte e está sujeita ao IVA, os passageiros poderão enfrentar aumentos nos preços que poderão chegar aos 20%. Leia a notícia completa no The Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

NPR

Presidente comediante da Urânica vai dissolver parlamento

O comediante Volodymyr Zelenskiy tomou posse esta segunda-feira como Presidente da Ucrânia e anunciou que uma das primeiras medidas que vai tomar é a dissolução do parlamento ucraniano, dando início ao processo para a convocação de eleições legislativas antecipadas. “O governo não é a solução para o nosso problema; o governo é o problema”, disse Zelenskiy, que conquistou a Presidência ao incumbente Petro Poroshenko. Leia a notícia completa na NPR (acesso gratuito, conteúdo em inglês).

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Banco de Portugal aprova nome de Bian Fang para líder do Bison Bank

Bian Fang já tem luz verde do Banco de Portugal (BdP) e acaba de se tornar o presidente executivo do Bison Bank, que incorpora ativos do Banif Investimento.

O Banco de Portugal (BdP) aprovou o nome de Bian Fang para presidente executivo do Bison Bank, a empresa que incorpora os ativos do Banif Investimento vendidos pela Oitante no ano passado, revelou o grupo em comunicado.

“Sinto-me muito honrado pela confiança depositada em mim pela administração do Grupo Bison. Estou muito entusiasmado por poder usar toda a experiência acumulada durante a minha carreira para contribuir para o desenvolvimento do Bison Bank”, refere o gestor chinês, em comunicado.

Bian Fang tem “mais de três décadas no setor bancário”, o que “irá permitir levar a cabo a implementação do plano estratégico do banco através da expansão do seu core business nas áreas de Wealth Management e Investment Banking, sustentada na plataforma Euro-Asiática, assegurando em simultâneo uma forte cultura e estrutura de gestão de risco”, refere o Bison Bank na mesma nota.

O nome de Fang Bian substituiu o de Pedro Oliveira Cardoso, inicialmente proposto para o cargo, que foi um dos gestores que passaram pela administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no período crítico de 2008 a 2012, em que o banco público aprovou “várias operações ruinosas”, segundo a auditoria da EY a 15 anos de gestão da instituição.

Como noticiou o ECO no final do ano passado, essa auditoria estará na posse do Banco Central Europeu (BCE) e cerca de 14 gestores que passaram pela CGD nessa altura arriscam chumbo do regulador, caso sejam propostos para cargos de gestão no setor bancário.

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Os oito alertas da OCDE para Portugal

OCDE antecipa um abrandamento da economia e uma desaceleração das exportações. A instituição liderada por Gurría sugere que é preciso aumentar o investimento público e levar a cabo novas reformas.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) vê Portugal a crescer menos este ano e as exportações a abrandarem. A organização liderada por Angel Gurría deixa uma pequena lista de recomendações a Portugal.

  1. “A redução da dívida pública deve ser prioritizada“. A OCDE prevê que a dívida pública desça para 118,9% do PIB este ano e para 115,7% em 2020. Uma projeção umas décimas mais pessimista face ao Governo que antecipa uma dívida de 118,6% este ano. O valor para este ano consiste também numa revisão em alta, em algumas décimas face ao estudo sobre a Economia Portuguesa apresentado em fevereiro — 118,4%, este ano e 115% do PIB em 2020.
  2. “Os ventos adversos no crescimento das exportações“. A OCDE reconhece que o abrandamento económico em Espanha, Alemanha e Reino Unido vai afetar o desempenho das exportações em Portugal e consequentemente o crescimento económico que deverá ficar pelos 1,8% este ano — uma revisão em baixa face aos 2,2% previstos ainda em fevereiro pela própria OCDE e face aos 1,9% estimados pelo Governo.
  3. A revisão em baixa do desempenho económico incorpora “condições financeiras mais restritivas”. A instituição admite, “em particular”, que um “aumento das taxas de juro no mercado pode travar a despesa das famílias e a das empresas levando a um aumento do stock do crédito malparado”. Um regresso ao passado num momento em que os bancos ainda estão a braços com carteiras de malparado das quais se têm tentado desfazer. O rácio do crédito malparado caiu para 9,4% no final de 2018, mas ainda há 25,8 mil milhões de euros por limpar das folhas de balanço.
  4. Recuperar os projetos de investimento público é um ponto-chave“. Para a OCDE é fundamental que Portugal restabeleça os projetos de investimento público com elevado retorno económico rendo em conta “o rápido envelhecimento da população e o fraco crescimento da produtividade”. No relatório em que antecipa uma forte aceleração do investimento global (público e privado) este ano — crescerá de 4,4% em 2018 para 6% em 2019 –, a instituição esclarece que tal se deve à “crescente absorção dos fundos comunitários” nos próximo anos.
  5. Introduzir mudanças de política que promovam a produtividade“. A instituição sediada em Paris defende que estas “novas reformas” podem “reduzir ainda mais os custos para as empresas”. A OCDE lembra que “vários serviços profissionais são, simultaneamente, estritamente regulamentados e representados pela mesma associação profissional”. “Supervisores independentes devem ser estabelecidos que aprovem quaisquer novas regulamentações que proponham”, acrescenta o Economic Outlook divulgado esta terça-feira.
  6. Concessões a privados nos portos são muitas vezes demasiado longas“. A OCDE repesca um dos reparos que já tinha feito no Estudo sobre a Economia Portuguesa sobre a forma como são geridas as concessões dos portos. A instituição defende o fim da renovação automática de concessões a privados e sugere que o Estado abra sempre um novo concurso público no final de cada contrato. A OCDE sugeria, nesse estudo, ainda que os novos contratos estabeleçam, à partida, um montante mínimo de investimento a realizar pela empresa concessionária e que a escolha não se faça pela proposta com o valor mais elevado a pagar ao Estado, mas pela oferta que prometa preços mais baixos para as empresas que neles operam. Agora sublinha apenas que “nos portos, os contratos de concessão podem ser atribuídos dando direitos exclusivos a concessionários privados dos serviços portuários. No entanto, muitas vezes têm uma duração excessiva, reduzindo o potencial de entrarem novos players no mercado que podem oferecer serviços de maior qualidade às empresas portuguesas”.
  7. “Devem ser levados a cabo mais esforços para reformular o sistema judicial”. A frase do Economic Outlook é única, mas a OCDE já tinha dedicado todo um capítulo à Justiça portuguesa no Estudo publicado em fevereiro, com especial ênfase para a corrupção. “Várias medidas apontam diferentes níveis de perceção de corrupção. A corrupção deturpa a atividade económica, reduz a eficiência e reforça a desigualdade por favorecer os mais bem posicionados”, sumariza o estudo que, foi muito polémico pela censura de que este capítulo foi alvo. “Um fator importante de combate à corrupção passa por uma acusação mais efetiva. Há margem para continuar a fortalecer o mecanismo de acusação em Portugal”, pode ler-se no documento elaborado pelo ex-ministro português da Economia, Álvaro Santos Pereira, que é agora diretor do departamento de Economia da OCDE. Reforçar a autonomia de gestão dos tribunais para que possam distribuir os recursos de forma mais eficaz e analisar os dados recolhidos através do sistema informático dos tribunais (CITIUS), de modo a que os tribunais possam identificar processos problemáticos e outros processos prioritários., foram outras das recomendações feitas.
  8. “Devem ser levados a cabo mais esforços para reformular o ensino profissional”. Também esta recomendação é feita por uma única frase. Mas no estudo sobre a economia portuguesa, a OCDE especificava que o Governo deveria direcionar as oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para os trabalhadores pouco qualificados, nomeadamente através da recolha e divulgação pública de informações sobre os benefícios pessoais decorrentes da melhoria das qualificações. Por outro lado, a instituição sugeriu ainda o alargamento dos programas de formação profissional bem concebidos (como o “Aprendizagem” e “Cursos de Educação e Formação de Adultos”), para servir um número maior de pessoas com baixas qualificações. Consolidar os dois sistemas de ensino e formação profissional num único sistema dual com uma forte componente de formação no local de trabalho e realizar uma avaliação, foi outra das recomendações deixadas.

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OCDE: Défice vai ser mais do dobro do previsto, excedente já não acontece em 2020

A organização liderada por Angel Gurría, tradicionalmente mais otimista nas suas previsões, tem agora a pior previsão para o défice deste ano: 0,5% do PIB. Excedente orçamental não acontecerá em 2020.

No mesmo dia em que deixa o Governo isolado como o mais otimista relativamente ao crescimento económico da economia portuguesa este ano, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) também está mais pessimista em relação à capacidade do Governo de cumprir o objetivo de um défice abaixo dos 0,2%, prevendo que este volte a atingir os 0,5%. Nas contas da organização, o excedente orçamental também já não chega em 2020 como espera o Governo.

A OCDE era a instituição internacional e nacional mais otimista nas previsões sobre a economia portuguesa em 2019, até mais que o Governo. Parte da razão é que também era a organização com as previsões mais antigas: as últimas previsões para a economia portuguesa foram publicadas em novembro de 2018.

No que ao défice diz respeito, a instituição reviu a sua previsão no seu Economic Outlook de maio e é agora a mais pessimista, mais até que a Comissão Europeia. A OCDE prevê que o défice este ano atinja os 0,5%, mais do dobro dos 0,2% que o Governo não quis rever quando publicou o Programa de Estabilidade — apesar de ter revisto em baixa a previsão de crescimento.

Só a Comissão Europeia fica perto da previsão da OCDE, antecipando um défice de 0,4% este ano. O Fundo Monetário Internacional e o Governo antecipam que o défice não vá além dos 0,2%.

Fonte: OCDE Economic Outlook 2019.

Quanto a 2020, a previsão também passa de uma das mais otimistas para a mais pessimista. A OCDE deixa de prever um excedente orçamental de 0,1% do PIB, que seria o primeiro em democracia, para prever um défice de 0,2%, a previsão mais pessimista entre Conselho das Finanças Públicas e Comissão Europeia (défice de 0,1% do PIB), FMI (défice zero) e o Governo (excedente orçamental de 0,3% do PIB). Neste momento, só Governo acredita que é possível que as contas públicas venham a ter um saldo positivo em 2020.

A revisão em baixa do crescimento económico em 2019 e a revisão em alta do défice levou a organização liderada por Angel Gurría a rever também a sua previsão para a evolução da dívida pública nestes dois anos, para os quais tem previsões.

De acordo com os novos números, a dívida pública deverá continuar a cair, mas para níveis ligeiramente mais altos que os antecipados em novembro pela OCDE e em abril pelo Governo. A OCDE espera que a dívida pública desça no máximo até aos 118,9% do PIB este ano (mais 0,5 pontos percentuais do PIB que na anterior previsão), mais três décimas que o estimado pelo Governo e mais um ponto percentual que o estimado pelo Conselho das Finanças Públicas. Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional têm ambos previsões mais pessimistas.

Para 2020, a OCDE também reviu em alta a sua previsão, desta vez para os 115,7% do PIB (mais 0,7 pontos percentuais que o antecipado em novembro). É, aqui também, mais pessimista que o Governo, mas mais otimista que o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia, duas instituições com previsões para o crescimento da economia significativamente mais pessimistas, o que influenciará, pelo menos em parte, estes cálculos.

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OCDE corta previsão de crescimento para Portugal e melhora para a Zona Euro

A OCDE alinhou as previsões de crescimento económico para Portugal com as das restantes instituições. A instituição vê as exportações a subirem pouco mais de metade do que via em novembro.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) cortou a previsão de crescimento para Portugal para este ano de 2,1% para 1,8%, revelou a instituição no Economic Outlook publicado esta terça-feira. No mesmo documento, a instituição liderada por Ángel Gurría reviu em alta a projeção para a Zona Euro em duas décimas para 1,2%. Apesar disso, a economia nacional continua a convergir com o bloco do euro.

As novas previsões para Portugal atualizam dados de novembro do ano passado. Com a projeção de um crescimento do PIB de 1,8% para 2019, a OCDE aproxima-se das restantes instituições e volta a colocar o Governo português na posição de o mais otimista quanto ao desempenho económico previsto para este ano. Isto apesar de há um mês, o ministro das Finanças ter cortado a previsão de crescimento económico de 2,2% para 1,9%.

Este corte nas previsões para Portugal coloca a projeção de Mário Centeno fora do intervalo das previsões prováveis. O mesmo era assinalado pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) no parecer sobre o Programa de Estabilidade 2019-2023. “As previsões para 2019-2020 apresentadas no cenário em análise encontram-se dentro do intervalo das projeções consideradas”. “No entanto, excluindo o cenário da OCDE, que é o que incorpora menos informação atual (novembro/2018), as previsões do Ministério das Finanças quanto ao PIB em volume ficariam fora daquele intervalo de projeções.”

Ora, o valor avançado esta terça-feira pela OCDE é inferior ao do Governo, o que coloca a previsão do Executivo fora do intervalo apurado a partir das previsões do FMI, Comissão Europeia, Banco de Portugal, CFP e OCDE, que vai de 1,6% a 1,8%.

Ao mesmo tempo que corta na previsão para Portugal, a OCDE melhora a projeção para a área do euro, que agora vê a crescer 1,2%, acima dos 1% projetados em março. Apesar dos movimentos contrários, Portugal mantém-se a convergir com o bloco da moeda única.

Tanto em 2019 como em 2020. Para o próximo ano, a OCDE vê o PIB português a crescer 1,9%, acima dos 1,4% esperados para a Zona Euro.

Apesar de piorar as previsões para o crescimento, a instituição com sede em Paris vê a taxa desemprego para este ano ligeiramente melhor do que antecipava em novembro (6,3% contra 6,4%), mantendo assim a trajetória de descida, que se deverá prolongar para 2020, altura em que nas contas da OCDE chegará aos 5,9%.

Exportações crescem menos de metade do previsto. PIB sobe à boleia de fatores internos

“O consumo privado vai continuar a crescer em resultado do aumento persistente do emprego e, mais recentemente, da subida dos salários. O crescimento do investimento empresarial deverá permanecer robusto, apoiado no aumento dos lucros empresariais e de condições financeiras acomodatícias”, explica a OCDE.

As novas previsões apontam para um reforço do consumo privado face a novembro. Em meio ano, a instituição liderada por Gurría melhorou a previsão para o consumo das famílias de um crescimento de 1,8% para uma subida de 2,4%.

Esta revisão em alta é justificada no relatório da OCDE com o fim dos cortes nos salários do setor público (o descongelamento das progressões no Estado termina este ano), o novo aumento do emprego público e mudanças nos impostos, que “suportam o crescimento do rendimento disponível”.

A previsão para o investimento total na economia mantém-se num crescimento de 6% face à projeção de novembro. “O investimento vai ser impulsionado por uma maior absorção de fundos comunitários durante os próximos anos anos”, diz a OCDE, acrescentando que “reabilitar projetos de investimento público com um retorno económico maior é essencial dado o rápido envelhecimento da população e o crescimento lento da produtividade”.

“Contudo, o crescimento das exportações vai abrandar devido ao enfraquecimento na atividade económica dos principais parceiros comerciais de Portugal”, avisa a OCDE. As exportações deverão crescer este ano 2,4%. Há seis meses, a instituição via as vendas para o estrangeiro a subir 4,3%.

Já as importações deverão aumentar 4,1% este ano, um pouco abaixo dos 4,8% esperados em novembro passado, mas acima da subida esperada para as exportações.

Em consequência, a previsão quanto ao défice da balança corrente agrava-se para 1,1%. Em novembro último, a OCDE apontava para um défice corrente de 0,4% do PIB. Isto significa que, nas previsões da instituição, o saldo negativo desta balança quase duplica face aos 0,6% do PIB de 2018.

Previsões da OCDE para Portugal

 

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Portugal é a “nova Miami” para brasileiros ricos, diz a Bloomberg

  • ECO
  • 21 Maio 2019

Condições fiscais oferecidas levam milionários brasileiros a comparar Portugal com "um paraíso fiscal que não obriga a viver numa ilha das Caraíbas", escreve a agência Bloomberg.

Incentivos fiscais e um mercado imobiliário em acelerada valorização estão a atrair cada vez mais brasileiros ricos para Portugal, que veem neste canto da Europa “a oportunidade de viver num paraíso fiscal que não é uma ilha das Caraíbas”. E se graças à administração Trump a imigração para os Estados Unidos está cada vez mais dificultada, é em Portugal que estes milionários estão a encontrar a sua “nova Miami”.

“Estamos na Europa, num país que passou por um renascimento nos últimos anos”, explica Ricardo Bellino, multimilionário brasileiro de 53 anos, à Bloomberg sobre a opção de viver em Portugal. Este empresário comprou uma casa num resort de luxo em Lisboa e, lembra a agência noticiosa, tem direito a uma taxa de imposto especial de apenas 20% sobre os rendimentos e, no futuro, terá direito a uma pensão isenta de qualquer imposto.

Foi há sensivelmente dez anos que o governo português avançou com um novo regime de incentivos fiscais para atrair milionários estrangeiros para o país, numa política reforçada em 2012 com a criação dos vistos gold para não-europeus que invistam mais de 500 mil euros em imobiliário.

Em resultado da conjugação destas políticas, uma série de investidores estrangeiros concentraram baterias no pequeno retângulo europeu, sobretudo em Lisboa e Porto, alimentado uma acelerada valorização do parque imobiliário do país. Segundo dados citados pela Bloomberg, os franceses responderam por 29% do investimento estrangeiro em imobiliário, seguidos pelos brasileiros, com 19%. Mas os empresários do Brasil deverão tomar o pódio rapidamente, avança a agência.

“Eles estão a comprar casas em todos os lugares”, apontou Luís Lima, presidente de uma associação de corretores em Lisboa ouvido pela agência. “Estes brasileiros são completamente diferentes dos que vieram para Portugal no passado. Pertencem a uma classe social mais elevada”, acrescentou.

Além de ser um país europeu que oferece incentivos fiscais agressivos, também a língua e o fato de se tratar de um dos países mais seguro do Mundo são outras razões que colocam Portugal no top das preferências dos milionários brasileiros. Afinal, o Brasil é um dos países com uma das mais elevadas taxas de homicídios a nível global — 175 por dia.

A Bloomberg não esquece, porém, o outro lado da moeda de ter o imobiliário no centro das atenções de investidores milionários estrangeiros. “O boom do turismo, no imobiliário e os incentivos à imigração ajudou a economia a apresentar seu maior crescimento em quase duas décadas, mas também levou a uma reação entre os portugueses que se viram fora do mercado imobiliário à medida que a nova procura subiu os preços”, sublinha a agência. Só em 2018, os preços médios para viver em Lisboa cresceram 23,5% enquanto o salário médio subiu 3,7%.

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Lime baixa preços em Lisboa. Custo de desbloqueio passa a 50 cêntimos

Usar as trotinetas elétricas da Lime em Lisboa ficou mais barato. O custo de desbloqueio caiu de 1 euro para 50 cêntimos, uma medida que deverá fazer mexer a concorrência.

Desbloquear uma trotineta da Lime em Lisboa custa agora 50 cêntimos, ao invés de 1 euro, mantendo-se o custo de 15 cêntimos por cada minuto de utilização. A notícia foi avançada pelo Observador e confirmada pelo ECO.

A Lime decidiu cortar ao meio o preço de desbloqueio das trotinetas elétricas na capital portuguesa, baixando o custo geral do serviço num mercado que, para além de recente, tem-se caracterizado por todos os operadores praticarem os mesmos preços.

Segundo Luís Pinto, diretor de expansão da empresa, a medida “não é nenhuma promoção” mas sim “uma baixa de preço”. A expectativa é a de que, ao concorrer com preços mais baixos do que o praticado pelas outras alternativas, aumente “a vantagem competitiva” da Lime, comentou o responsável.

A ideia passa também por “atrair mais pessoas” para esta nova solução de mobilidade elétrica, pelo que a empresa vai “analisar os resultados desta medida na vida dos lisboetas”, comentou com o ECO o responsável da empresa norte-americana.

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