Como atrair colaboradores? Cinco profissionais de RH apontam tendências para o setor que vive uma competição por talentos

  • Ricardo Vieira
  • 20 Abril 2019

Há setores em que escasseiam profissionais especializados, as novas gerações mudam as regras do jogo com as suas ambições e ser feliz no trabalho nunca foi tão valorizado.

Num cenário em que se compete pelos melhores talentos mas é também primordial o match perfeito entre ambições pessoais e a visão da empresa, num contexto no qual a retenção de colaboradores é um desafio diário e em que as várias gerações de profissionais sob o mesmo teto são tão diferentes quanto as suas expectativas de carreira, cinco gestores de pessoas antecipam as nove tendências para o setor dos recursos humanos.

Atratividade da empresa

Reconhecer o nome de uma empresa deixou de ser suficiente no momento em que se procura por trabalho. Quem o diz é Maria Roman, diretora de recursos humanos do Lidl Portugal, para quem o “employer branding” é determinante. “É preciso que a empresa dê provas do seu investimento no colaborador e que se mostre presente: testemunhos reais do ambiente de trabalho, depoimentos sobre os valores da empresa, transparência nos desafios a enfrentar, apresentação de projetos de sucesso nas diversas áreas, ou ainda a apresentação clara de benefícios para o colaborador, são formas de o realizar”, acrescentando que “a tomada de decisão de se juntar a uma empresa está baseada em referências e perceções, não sendo suficiente o que a empresa diz de si própria – os candidatos estão cada vez mais atentos”.

Maria Roman, Diretora de Recursos Humanos do Lidl PortugalLidl Portugal

E de acordo com o Randstad Employer Brand Research 2019 – uma análise à atratividade das empresas -, para saberem mais sobre as empresas que estão a recrutar, os portugueses recorrem sobretudo aos portais de emprego (77%), a referências obtidas em grupos pessoais (51%), e, em terceiro lugar, o LinkedIn (47%).

Deixou de ser suficiente o que a empresa diz de si própria, explica a responsável do Lidl, “os candidatos estão cada vez mais atentos, cabendo à empresa o empenho num esforço maior para atrair o candidato. Para isso deve conseguir que os seus colaboradores, ex-colaboradores e até parceiros falem bem da relação e experiência estabelecida com a empresa. Neste sentido a máxima deve ser: “a melhor marca empregadora é aquela que é construída pelos próprios colaboradores”.

Retenção de talento

Um inquérito elaborado pela Hays mostrou, recentemente, que 78% dos colaboradores querem mudar de emprego, o que faz da retenção de talento uma prioridade nos departamentos de RH.

Tanto a fase de contratação como as políticas de retenção de talento são desafios do mercado, principalmente o tecnológico, explica Ana Morgado, Human Resources e Talent Manager na Xpand IT, que acredita que “as organizações têm de se adaptar às novas realidades e àquilo que as novas gerações de profissionais procuram”.

Dentro desta tecnológica, sabe-se que a individualização é fundamental nos RH e tal como diz Ana Morgado “as novas gerações procuram desempenhar funções que lhes cumpram ‘requisitos mínimos’, seja por necessidade, cultural ou gosto, querem estar associados a temas e causas que defendem, tornando-se mais exigentes na escolha e, desta forma, esperam encontrar purpose, role e uma empresa ‘à sua medida’”.

Ana Morgado, Human Resources e Talent Manager na Xpand ITXpand IT

Uma ideia que se cruza com as de Pedro Rocha e Silva, Managing Partner da Neves de Almeida, consciente que as novas gerações “não querem nem toleram funções de âmbito limitado, querem uma maior exposição e impacto, vivências internacionais, formação contínua. São altamente impacientes relativamente a novos desafios que possam superar e não aceitam passivamente a monotonia de funções de gestão corrente durante muito tempo. Tudo isto traz novos desafios aos gestores (sejam os líderes desses jovens sejam os gestores de recursos humanos das empresas). É uma realidade mais complexa e exigente do que a existente desde há muitos anos em que predominava a lógica do ‘emprego para a vida’.”

Mas no seio de uma organização há diversidade de colaboradores, e “a combinação entre os interesses de cada geração, motivações e preferências, com os interesses das empresas é o grande desafio dos profissionais dos RH”, reforçar a diretora de RH do Lidl, que acredita que “apenas com esta combinação é possível chegar ao sucesso, impulsionador de crescimento tanto dos colaboradores como do próprio negócio”.

Os recursos humanos enquanto parceiros do negócio são também uma tendência, refere Patrícia Baptista, diretora de Recursos Humanos da Vitacress, pelo que é necessário “conhecer o mercado, os concorrentes, as tendências de consumo, o setor onde nos posicionamos, a nossa missão, visão, os nossos valores”, acrescenta.

Patrícia Baptista, Diretora de Recursos Humanos da VitacressVitacress

Felicidade no trabalho (e em casa)

Joana Santos, HR Manager da Hays Portugal, está convicta de que “o paradigma do mundo do trabalho mudou e conceitos como ‘Felicidade’ associada ao trabalho aparecem no topo das prioridades dos colaboradores”. Diz também que “a forma como as pessoas experienciam o trabalho são cruciais para a competitividade e produtividade das empresas” e por isso “vamos continuar a assistir a uma forte aposta das empresas na felicidade e no bem-estar, como estratégia de retenção dos colaboradores”.

Aliás, o mesmo estudo da Randstad referido anteriormente mostra que o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal é o que mais interessa à maioria dos millennials no momento de decisão por um trabalho, um aspeto não tão valorizado pelas gerações anteriores.

Para o Lildl Portugal, “é essencial assegurar que os colaboradores não têm que renunciar a uma vida plena ao dar o melhor pelo seu trabalho. As empresas tornam-se atrativas pela capacidade e possibilidade que trazem de se integrar na vida dos seus colaboradores. Mais que um emprego, a procura atual é de um estilo de vida equilibrado, que possibilite a conjugação fluida entre prioridades da vida profissional e pessoal. Falo de flexibilidade de horário, de flexibilidade de local de trabalho – caso do ‘home office’ – soluções que permitem ao colaborador não apenas um work life balance, mas um work life blend”.

Salário (com emoção)

O Guia do Mercado laboral, elaborado pela Hays, mostra que o principal motivo de recusa de uma oferta de emprego é o salário oferecido (51% dos inquiridos), mas as condições contratuais também pesam na hora de aceitar a oferta (22% dos inquiridos).

A trabalhar numa tecnológica, um setor onde há muitas vagas para pouco talento, Ana Morgado, explica que apesar de esta ser uma fase em que “salários estão, de forma geral, a crescer. No entanto, há cada vez mais formas compensatórias que podem fazer parte de uma proposta financeira, já não são só os fatores monetários que são alvo de avaliação – há perks e parcerias que podem ser uma vantagem competitiva. Para além disso, o conceito ‘salário emocional’ ganha cada vez mais força”.

Contudo, para Pedro Rocha e Silva “a forma como a maior parte das organizações gere o pacote de benefícios que coloca à disposição dos seus colaboradores segue ainda a lógica de “one size fits all”, o que não promove nem a eficiência nem a eficácia deste processo. Cada vez mais, os colaboradores pretenderão customizar o seu pacote de benefícios ao seu contexto pessoal e profissional. Isto virá obviamente trazer maior complexidade e exigência a este processo. Mas seguramente terá um contributo muito maior para a motivação”.

Pedro Rocha e Silva, Managing Partner da Neves de Almeida | HR Consulting.Neves de Almeida

Formação de colaboradores

Para todos os profissionais de RH com quem o ECO conversou, o desenvolvimento profissional dos colaboradores, não sendo novidade não deixará de ser tendência.

Se na Vitacress as competências são desenvolvidas, por exemplo, em sessões de coaching individual e de equipa, no Lidl há formações distintas para os colaboradores.

Maria Roman explica que na cadeia de supermercados onde é diretora de recursos humanos há programas desenhados para “recém-licenciados – onde a prioridade é investir numa experiência e na aquisição de um conhecimento muito abrangente da empresa, permitindo posteriormente escolher a área de destino que mais sentido faz para o colaborador”, e “para gestores de topo, que têm como propósito a passagem por experiências que mudem a sua ótica relativamente ao impacto que têm determinados comportamentos nas equipas, replicando essas situações do dia-a-dia em ambiente de ‘Laboratório’. (…) Aproveitamos esta aprendizagem baseada na experiência para ajudar na autorreflexão, conduzindo ao amadurecimento e à utilização devida dos valores nas decisões do dia-a-dia”.

“Qualquer colaborador quer progredir e desenvolver espaços/oportunidades para o fazer. A ativação de mecanismos para isso é fundamental para recrutar e manter pessoas. Desta forma, a aposta nos recursos internos é bastante valorizada e é importante transmitir essa ideia”, comenta a Ana Morgado.

Para Pedro Rocha e Silva “importa olhar de forma contínua para os colaboradores, num binómio performance versus potencial, e ajustar estratégias de desenvolvimento e acompanhamento com base nisso”.

Revolução do Digital

“Esta tendência é absolutamente imparável e está à vista de todos (…), tem já um impacto significativo na forma como as pessoas trabalham e colaboram, será ainda mais vincado num futuro próximo”, refere o Managing Partner da Neves de Almeida.

Nesta revolução do digital cabe o ‘home office‘, que foi já apontado como um promotor do equilibro casa-trabalho, mas as novas formas de comunicação entre colaboradores. Na opinião da Hays, “muitos profissionais ainda utilizam o email no trabalho como principal ferramenta profissional para comunicar, mas, como ferramenta de comunicação é cada vez menos relevante. A realidade é que muitos de nós queremos ou esperamos poder optar por interagir através de plataformas de mensagens. Os colaboradores não são diferentes. Assim, vemos o aparecimento do chat como ferramenta de RH”.

Sobre isto, Maria Roman diz que “os RH não devem estar à parte da transformação digital da empresa. Os processos exigem maior rapidez, maior canalização de informação, uma capacidade de resposta imediata e um investimento da própria empresa em inovação”.

Joana Santos, HR Manager da Hays PortugalHays

 

People Analytics

“Hoje nos Recursos Humanos, várias ferramentas de análise de dados, juntam o uso de ‘big data’ com o ‘Business Intelligence’. (…) A palavra chave é informatizar e utilizar a melhor tecnologia, permitindo assim aceder a elevado número de informações, dar apoio à tomada de decisão e posicionar os RH de forma mais estratégica dentro das organizações”, garante Joana Santos, consciente que “a tecnologia está cada vez mais presente na área de Recursos Humanos e, por isso, é inevitável que algumas tarefas sejam substituídas pela automação. Estes processos irão permitir uma maior otimização, uma diminuição no tempo que dedicam aos processos e um maior foco no apoio da estratégia da empresa”.

Para Pedro Rocha e Silva “as tecnologias de informação à disposição (…) e não considerando aqui os cenários de utilização indevida” têm um “potencial de informação altamente poderoso que poderá vir a enriquecer a forma como se gerem os colaboradores de uma organização”

Ambiente

Nesta tendência cabe a aposta no design de escritórios e áreas de trabalho, mas onde colaboradores, muitas vezes de níveis hierárquicos distintos, se relacionam positivamente.

Se Ana Morgado fala da importância dos “espaços e equipas com os quais os colaboradores se identificam”, reforça o valor de “ter uma equipa em que se confia e ter chefias compreensivas, que desafiam e apostam, têm orgulho nos seus e que fomentam interações sociais, é fundamental. Ninguém está muito tempo num local onde o ambiente profissional é desagradável e, atualmente, é demasiado fácil mudar para descurar este fator”, diz.

Para Maria Roman “há apenas uma primeira oportunidade de conquistar o novo colaborador e de trazer para o momento da entrada na empresa o sucesso conseguido na fase de candidatura. No Lidl acreditamos que o foco deverá ser uma experiência positiva e uma verdadeira integração. (…) O segredo deve estar em colocarmos a nós mesmos a seguinte pergunta: Como posso garantir que um momento vulnerável se torna num momento inesquecível?”

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Paddy Cosgrave critica benefícios fiscais às empresas na Irlanda. Estratégia “atingiu o prazo de validade”

A Irlanda é conhecida por cobrar impostos mais baixos às grandes empresas, como a Apple. Num artigo de opinião, o líder do Web Summit critica o Governo irlandês e pede uma nova estratégia para o país.

Paddy Cosgrave, empreendedor irlandês e fundador do Web SummitDavid Fitzgerald/Web Summit via Sportsfile

O fundador do Web Summit defende que a estratégia irlandesa de atribuir condições fiscais mais favoráveis às grandes empresas “atingiu o prazo de validade”. Num artigo de opinião publicado no The Irish Times, Paddy Cosgrave sugere uma “transição” para outro modelo que não ponha em causa a perceção internacional sobre o país.

“O poder e influência da Irlanda sobre o mundo é real. Mas não é por causa do nosso tamanho, é por causa da nossa marca”, começa por dizer o líder do Web Summit. “No entanto, o sentimento internacional perante a marca Irlanda é cada vez mais negativo. E isso devia chamar a atenção a qualquer pessoa preocupada com a estabilidade do mercado laboral e com as perspetivas económicas para os irlandeses ao longo da próxima década”, considera Cosgrave.

O empreendedor irlandês vai ainda mais longe, acusando o Governo de se defender com um argumento “ingénuo” quando o assunto dos benefícios fiscais é abordado. “A defesa do Governo de que a OCDE ‘não classifica a Irlanda como um paraíso fiscal’ simplesmente já não funciona. […] Continuar a assegurar aos irlandeses que está tudo bem é ingénuo”, critica.

Temos de admitir a nós próprios que o nosso sistema de impostos mais favorável, sobretudo para as empresas estrangeiras, tem sido durante décadas o nosso modelo económico. Mas também temos de admitir que esse modelo atingiu o prazo de validade.

Paddy Cosgrave

Fundador do Web Summit

Segundo Paddy Cosgrave, a Irlanda tem de definir um novo modelo e fazer uma “transição”, “correndo sérios riscos” de os termos dessa transição acabarem por ser decretados “por nações maiores”. “Para o fazermos, temos de admitir a nós próprios que o nosso sistema de impostos mais favorável, sobretudo para as empresas estrangeiras, tem sido durante décadas o nosso modelo económico. Mas também temos de admitir que esse modelo atingiu o prazo de validade”, remata.

“Não podemos permitir que a crescente maré internacional contra o nosso sistema fiscal afete a marca Irlanda e prejudique a nossa economia. A nossa marca e a nossa economia foram meticulosamente construídas ao longo de muitas décadas”, apela o fundador do Web Summit.

A Irlanda é um país conhecido por servir de sede europeia para algumas das maiores empresas tecnológicas norte-americanas, como é o caso da Google, do Facebook e da Apple. Como incentivo, o Estado oferece taxas mais baixas sobre os lucros destas companhias.

Mas este regime tem vindo a ser posto em causa nos últimos meses. Em 2018, a Comissão Europeia obrigou o Estado irlandês a recuperar 13,1 mil milhões de euros em impostos que não tinham sido cobrados à fabricante do iPhone, valor ao qual foram somados 1,2 mil milhões de euros em juros. Numa primeira reação, o Governo rejeitou. Mas, em meados de outubro, a Apple acabou por transferir o montante para o Tesouro irlandês.

Esta posição de Paddy Cosgrave surge depois de o empreendedor ter fechado com Portugal um contrato para a realização do Web Summit em Lisboa até 2028, em troca de uma verba anual de 11 milhões de euros. O montante foi a forma encontrada por Portugal para atrair e fixar um evento que, em 2017, gerou um retorno de mais de 300 milhões de euros para a economia. O montante pago por Portugal anualmente ao Web Summit é repartido entre o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa e o Ministério da Economia.

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Porque é que os portugueses mudam de emprego? Ganhar competências e, claro, melhor salário

O desenvolvimento de novas competências é a principal justificação dos portugueses para mudarem de trabalho. Vem antes até da melhoria da condição salarial.

Para mais de metade dos portugueses, a decisão de mudar de emprego justifica-se, sobretudo, com a vontade de adquirir novas competências. O desejo de conquistar conhecimento que possa levar a uma evolução na carreira futura supera até aquele que, à primeira vista, poderia ser apontado como o objetivo principal: ter um salário mais generoso.

De acordo com o índice de confiança laboral do primeiro trimestre do ano elaborado pela Michael Page, 54% dos profissionais inquiridos apontam o desenvolvimento e a aquisição de novas competências como o principal motivo de mudança de emprego. Segue-se a procura por uma melhoria da condição salarial (34%) e a evolução na carreira (30%).

A vontade de conquistar conhecimento nota-se também na aceitação de trabalhos temporários. Cerca de metade dos portugueses inquiridos pela recrutadora pondera aceitar este tipo de trabalho, pensando, sobretudo, na possibilidade de ganhar mais experiência e de trabalhar com empresas diferentes, algo que pode valorizar-lhes o currículo. Ainda assim, a falta de estabilidade financeira continua a ser apontada como o principal receio que dita a recusa destas propostas.

Portugueses acreditam que bastam três meses para encontrar trabalho

Se, por um lado, os profissionais portugueses veem vantagens em mudar de trabalho, por outro lado, acreditam que três meses será o tempo suficiente para encontrar um novo emprego. De acordo com o estudo da Michael Page, 57% dos candidatos acredita que irá encontrar um trabalho nos próximos três meses, reforçando a esperança no mercado de trabalho laboral português.

Já em relação aos objetivos profissionais, 69% dos trabalhadores diz que se sente confiante quanto ao desenvolvimento de novas competências, enquanto 61% dos profissionais revela que, em breve, espera estar a executar novas funções e 55% está à espera de ser promovido.

“Os indicadores de confiança laboral mostram o dinamismo do mercado português e o crescente otimismo dos trabalhadores no futuro laboral e na economia”, afirma Álvaro Fernández, diretor geral da Michael Page Portugal, em comunicado.

As conclusões da Michael Page foram tiradas com base nas respostas de mais de 600 profissionais em Portugal e que serviram para elaborar o índice de confiança laboral em Portugal. No geral, este índice registou um aumento de um ponto percentual, fixando-se nos 56%. Contudo, a média europeia é, ainda, superior (57%). Já a Alemanha é o país que está mais satisfeito com o mercado laboral (68%), enquanto a Itália revela o pior desempenho no índice de satisfação (44%).

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“Coletes amarelos” nas ruas de Paris. Mais de 120 pessoas foram detidas

  • Lusa
  • 20 Abril 2019

O protesto dos "coletes amarelos" este sábado está a ser marcado por episódios de violência. Mais de 120 pessoas foram detidas pelas autoridades.

Novos tumultos ocorreram ao início da tarde deste sábado no centro de Paris em mais uma manifestação dos “coletes amarelos”, que protestam aos sábados desde meados de novembro do ano passado contra a política social e fiscal do Governo. As forças de segurança repeliram os “coletes amarelos” entre as praças da Bastilha e da República, usando granadas de gás lacrimogéneo.

A manifestação, que se realiza pelo 23.º sábado consecutivo, voltou a reunir milhares pessoas nas principais artérias da capital francesa. Até ao meio-dia, a polícia realizou 11 mil controlos preventivos e 126 pessoas foram detidas, segundo a Euronews.

Desde novembro de 2018 que os “coletes amarelos”, incluindo muitos jovens vestidos de preto e de cara tapada, manifestam-se e criam o caos nas ruas de Paris. O movimento nasceu espontaneamente num sinal de protesto que começou contra a taxação de combustíveis em França e contesta agora a carga de impostos, perda do poder de compra e desilusão geral com o Governo.

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Estará Portugal a caminho da cauda da Europa?

Marcelo e Cavaco lançaram o alerta: é preciso crescer mais para não cair para a ponta da Europa. Mesmo com a economia a convergir com a Europa, os países do centro e leste estão cada vez mais perto.

O Governo reviu em baixa o crescimento que antevê nos próximos anos, como já era esperado, devido ao abrandamento da zona euro, e as campainhas soaram para os lados de Belém. Marcelo Rebelo de Sousa disse que era preciso “não nos deixarmos ficar na ponta da zona euro“. O seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, repetiu um aviso que tem feito: “mais ano menos ano, Portugal será lanterna vermelha do pelotão da Zona Euro”. Com a economia a caminho do terceiro ano consecutivo de convergência com a Europa, farão sentido estes avisos?

Mário Centeno apresentou esta segunda-feira o seu último Programa de Estabilidade, pelo menos nesta legislatura, e nele reviu a previsão de crescimento económico para este ano de 2,2% para 1,9%. Mas o maior pessimismo não se fica por 2019, e as previsões de crescimento para 2020, 2021 e 2022 também foram revistas em baixa. De imediato, os dois últimos Chefes de Estado deixaram avisos.

Cavaco Silva, mais pessimista e crítico da atual solução de Governo, disse que “por este caminho, mais ano menos ano, Portugal será lanterna vermelha do pelotão da Zona Euro”, lembrando que os países de centro e leste da Europa se estão a aproximar. Marcelo Rebelo de Sousa disse primeiro que os números “não são preocupantes”, mas logo de seguida alertou que “é preciso não nos deixarmos ficar na ponta da zona euro” e que não basta estar a crescer mais só em comparação com os outros “porque a França e Alemanha estão a crescer menos”.

Depois dos anos críticos do resgate, a economia portuguesa voltou a convergir com a Europa em 2017 e 2018, o que deverá voltar a acontecer este ano, mesmo com esta revisão em baixa do crescimento. As previsões internacionais mais recentes, da responsabilidade do Fundo Monetário Internacional, apontam nesse sentido, o que se deve essencialmente a um abrandamento mais pronunciado da zona euro — em especial da Alemanha, França e Itália, as três maiores economias do bloco.

Para os anos seguintes, o entendimento já é diferente. O Governo espera uma manutenção da taxa de crescimento nos 1,9% e uma aceleração gradual a partir de 2021, o que garantiria a continuação da convergência. Já o FMI espera um abrandamento da economia portuguesa até 2020, e a partir desse ano Portugal passaria a crescer ao mesmo ritmo que a zona euro. Não haverá convergência, mas também não haverá divergência.

Neste campeonato, só quatro países crescem menos que Portugal em 2019 e 2020 — Alemanha, França, Itália e Bélgica –, todos eles com economias consideravelmente maiores que a de Portugal. De acordo com o FMI, em 2024, voltam a ser quatro as economias que crescem menos que Portugal, mas agora com a Grécia e a Finlândia neste lote, por troca com a Itália e a Bélgica.

Os avisos do atual e do anterior presidente apontam para outra dimensão e na qual Portugal já parece estar a perder gás. As economias com dimensão semelhante à de Portugal apresentam taxas de crescimento mais expressivas que Portugal, tanto agora como nos próximos anos, de acordo com as previsões do FMI.

De acordo com os dados do Eurostat, entre os países da zona euro só Estónia, Letónia, Lituânia, Eslováquia e Grécia têm um PIB per capita (PIB dividido pela população do país) menor que o de Portugal. Desde 2009, Malta ultrapassou Portugal, e os restantes países cresceram e estão cada vez mais perto.

Como o PIB per capita é um indicador de atividade económica e é afetado pela população do país, o INE e o Eurostat defendem que a forma mais apropriada para refletir o bem-estar das famílias é o PIB per capita expresso em paridade de poder de compra.

Mas olhando para este indicador, as notícias são ainda mais negativas para Portugal. Os dados mais recentes apontam que, não só o poder de compra dos portugueses caiu em comparação com os restantes países no último ano para o qual há dados disponíveis, que é 2017, como Portugal está cada vez mais na cauda da zona euro.

Em 2009, havia cinco países no euro com menor poder de compra que Portugal — Malta, Estónia, Lituânia, Letónia e Eslováquia. Em 2017, mesmo com a queda da Grécia, só havia três países. Ou seja, Malta, Estónia e Lituânia passaram à frente de Portugal. De acordo com o INE, o poder de compra em Portugal fixou-se em 76,6% da média da União Europeia em 2017.

O ministro das Finanças não vê as coisas da mesma forma. Numa entrevista à TVI, o ministro explicou que Portugal “chegou mais tarde a este ciclo de crescimento que esses países”, países esses que têm menos dívida e o Orçamento em ordem, mas para Centeno o mais importante é que Portugal paga menos juros pela sua dívida pública.

“É muito importante termos noção que Portugal paga hoje muito menos pela dívida do que há três anos e muito menos em comparação com outros países. A diferença nas taxas de juro reduziu-se muito significativamente e esse é o verdadeiro sucesso da convergência, o que mostra mais claramente esse sucesso”, disse.

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Presidente da República vai a Macau no final deste mês

  • Lusa
  • 20 Abril 2019

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visita Macau nos próximos dias 30 de abril e 1 de maio, no âmbito de uma visita de Estado à China.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visita Macau nos próximos dias 30 de abril e 1 de maio, no âmbito de uma visita de Estado à China, anunciou o Governo do território.

A visita de dois dias a Macau insere-se na deslocação do chefe de Estado português à China, que arranca já na próxima quinta-feira, a convite do Presidente chinês, Xi Jinping. Marcelo Rebelo de Sousa irá encontrar-se com o chefe do executivo, Fernando Chui Sai On, indicou em comunicado o gabinete do porta-voz do Governo.

Entre 25 e 27 de abril, em Pequim, o Presidente da República irá participar no segundo Fórum Uma Faixa, Uma Rota. O fórum irá contar com a participação de 37 chefes de Estado ou de Governo, incluindo o chefe do executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, anunciou esta sexta-feira o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

Mais tarde, entre 11 e 19 de maio, será Chui Sai On a realizar uma visita oficial a Portugal, que prevê reuniões com o Presidente da República e o primeiro-ministro, António Costa.

Lançada em 2013, pelo Presidente chinês, a iniciativa Uma Faixa, Uma Rota materializa a nova vocação internacionalista de Pequim.

Portugal é, até à data, um dos poucos países da União Europeia a apoiar formalmente um projeto que tem suscitado divergências com as potências ocidentais, que veem uma nova ordem mundial ser moldada por um rival estratégico, com um sistema político e de valores profundamente diferentes.

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Um choque de energia. Há muita potência no S90

No T8 Plug-in Hybrid, a Volvo juntou um motor elétrico alimentado por uma bateria de 10,4 kWh a um 2.0 a gasolina com turbo. Resultado? 390 cv. É rápido, muito rápido.

A Volvo está a acabar com o diesel. Mas ainda falta um bocadinho para essa promessa se tornar uma realidade. Por enquanto, há um phasing out onde cabem motores a gasóleo mais eficientes, mas muitos a gasolina… híbridos, rumo à eletrificação de toda a gama. O processo está em marcha, com os topos de gama na liderança. Por isso, tanto o S90 como a V90 passaram a contar com a ajuda de motores elétricos que transformam o dois litros a gasolina numa verdadeira “bomba”.

O arranque é sempre silencioso. Motor ligado e… nada. O S90 desliza pela estrada em modo totalmente elétrico. É fantástico quando se quer tirar o carro da garagem logo de manhã, ou mesmo quando se está à procura de lugar no parque de estacionamento de uma qualquer superfície comercial. A autonomia é que não é grande. A bateria permite 30 a 35 quilómetros de condução totalmente elétrica. Depois vem o motor a combustão.

No T8 Plug-in Hybrid, a Volvo juntou um motor elétrico alimentado por uma bateria de 10,4 kWh a um 2.0 a gasolina com turbo. Ou seja, juntou 88 cv elétricos a uns estonteantes 320 cv a gasolina de 95 octanas. O resultado é uma potência combinada de 390 cv que se faz sentir assim que se carrega com um pouco mais de força no pedal direito. É de que maneira.

A suavidade do S90 dá lugar a um automóvel musculado, capaz de fazer condutor e restantes ocupantes encostarem aos bancos. É rápido. Pouco mais de cinco segundos chegam para ver o ponteiro nos três dígitos, mas mais divertido é pôr os motores a recuperarem fôlego em andamento. É uma boa sensação. Estranha até, se pensarmos que estamos a falar de uma berlina familiar com praticamente cinco metros de comprimento.

A resposta musculada do S90 acaba por traduzir um pouco o look do topo de gama sueco. Nas linhas direitas que caracterizam a marca realçam-se as cavas das rodas preenchidas por umas jantes de grandes dimensões. E com cada uma das rodas colocada num dos extremos, amplifica-se essa pose do Volvo. Um jogo estético que se revela vencedor quando se leva o S90 da autoestrada para as estradas de curva e contracurva.

A resposta do motor encontra match na afinação da suspensão, permitindo superar sem qualquer susto mesmo as curvas mais fechadas. Faz tudo em ritmo acelerado, mas sempre com bastante requinte. Quem vai lá dentro sente o conforto a que a marca já habituou os seus clientes — bons bancos, em pele, um bom sistema de infotainment, e um ainda melhor sistema de som.

Ritmos mais acelerados têm o contra de esgotar rapidamente a parte elétrica — a bateria demora quatro horas a recarregar por completo –, mas uma boa utilização do sistema de regeneração acaba por permitir ter sempre uns quilómetros extra de energia que se podem utilizar para… voltar a ganhar velocidade. Ou para ajudar aos consumos. Conseguir 6/7 litros aos 100 quilómetros com toda esta potência é um excelente resultado.

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Beneficiários de prestações de desemprego caem 5,9% em março

  • Lusa
  • 20 Abril 2019

O número total de beneficiários de prestações de desemprego foi de 177.130 em março, uma redução de 5,9% face ao período homólogo.

O número total de beneficiários de prestações de desemprego foi de 177.130 em março, uma redução de 5,9% face ao período homólogo e de 3,1% comparando com o mês anterior, indicam as estatísticas mensais da Segurança Social. Em março registaram-se assim menos 11.080 prestações de desemprego relativamente ao mesmo mês do ano passado e menos 5.671 face ao mês anterior.

O subsídio de desemprego foi atribuído a 146.296 pessoas em março, uma queda homóloga de 3,3% (menos 5.004 subsídios) e uma redução de 3,4% em cadeia (menos 5.159).

Também o subsídio social de desemprego inicial registou uma redução de 13,1% em termos homólogos e de 4,9% comparando com fevereiro, tendo sido processados 8.076 subsídios em março. Já o subsídio social de desemprego subsequente abrangeu 21.569 pessoas, diminuindo 9,9% comparativamente com o período homólogo, mas registando uma ligeira subida de 0,1% face ao mês anterior.

A medida extraordinária de apoio aos desempregados de longa duração incluiu 2.231 pessoas em março, menos 2.503 (52,9%) em termos homólogos e menos 34 indivíduos (1,5%) considerando fevereiro.

O valor médio mensal do subsídio processado por beneficiário foi de 494,2 euros em março, um aumento de 1,4% face ao mês homólogo e uma redução de 0,6% em cadeia. Quanto ao subsídio por doença, em março foram atribuídas 145.105 prestações, 60% das quais a mulheres e 39,8% a homens.

Comparando com o mesmo mês de 2018, registou-se uma redução de 3% no número de subsídios por doença. Também face ao mês anterior houve uma queda de 15,2% no total de beneficiários.

As estatísticas da Segurança Social mostram ainda que em março foram processadas 2.030.587 pensões de velhice, uma redução tanto homóloga como mensal de 0,3%. Por sexo, as mulheres detiveram 52,9% do total de pensões de velhice e os homens os restantes 47,1%.

Foram ainda processadas 704.778 pensões de sobrevivência, uma descida homóloga de 0,1% e uma redução de 0,7% relativamente ao mês anterior. Do total de pensões desta natureza, é o sexo feminino que continua a deter a maioria (81,7%).

Já a concessão de pensões de invalidez subiu 0,6% quer em termos homólogos como em cadeia, para 178.541 pensões, com o sexo masculino a deter a maioria (52,2%).

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Tesla reduz número de administradores. Saem quatro até 2020

A Tesla quer tornar o Conselho de Administração "mais ágil e eficiente". Por isso, anunciou ao regulador planos para reduzir o número de membros de 11 para sete. Vão sair quatro gestores até 2020.

A Tesla vai reduzir o número de administradores de 11 para sete. Quatro dos atuais membros do board da fabricante não serão reeleitos e vão deixar a empresa até final do próximo ano, segundo uma informação divulgada pela empresa ao regulador norte-americano dos mercados financeiros.

A decisão da empresa liderada por Elon Musk visa tornar o Conselho de Administração “mais ágil e eficiente” e, segundo a Tesla, não resultou da existência de qualquer conflito ou desacordo entre os administradores.

Segundo a Reuters, Stephen Jurvetson, Linda Johnson Rice, Brad Buss e Antonio Garcias são os quatro gestores em vias de deixar a administração da Tesla. Os dois últimos nomes fazem parte do comité responsável por assegurar que a empresa cumpre os termos do acordo assinado com o regulador, na sequência da polémica dos tweets de Elon Musk.

Desde que foi processado no ano passado por ter publicado informação falsa no Twitter, Elon Musk não deixou de continuar a publicar tweets por sua conta e risco, sem aprovação prévia do comité. Isso levou a que o processo fosse reaberto por alegada violação dos termos acordados entre Musk e a SEC (o regulador) e, na quinta-feira, a Justiça norte-americana deu a ambos mais uma semana para que possam chegar a um novo acordo.

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“Coletes amarelos” voltam às ruas de Paris. Mas longe da Notre-Dame

  • Lusa
  • 20 Abril 2019

O movimento francês dos "coletes amarelos" volta às ruas este sábado, pela 23.ª vez consecutiva. Desta vez, perímetro junto à Notre-Dame é proibido.

Os “coletes amarelos” voltam a manifestar-se este sábado em Paris, pelo 23.º sábado consecutivo desde novembro, mas estão proibidos de se aproximar da catedral de Notre-Dame, atingida por um incêndio no passado dia 15.

A proibição vigorará durante todo o dia, num perímetro que inclui a Île de la Cité, na qual estão localizadas a catedral e seus arredores, segundo um comunicado da Polícia.

Áreas como os Campos Elísios e a zona em torno do Palácio do Eliseu (palácio presidencial) também estão interditas à manifestação, como tem acontecido todos os sábados, após os casos de violência e saques então registados.

Os milhões de euros em doações prometidos em poucos dias para a reconstrução de Notre-Dame atraíram muitas críticas, enquanto os “coletes amarelos” reivindicam há meses nas ruas pelo aumento de seu poder de compra e apoios a associações que cuidam dos pobres. Várias figuras do movimento tomaram a palavra para denunciar uma generosidade seletiva.

Os “coletes amarelos” manifestam-se há meses na rua, inicialmente para protestar contra os impostos, mas a sua contestação transformou-se num conjunto alargado de exigências, que abrange questões institucionais, políticas, económicas e sociais.

No dia em que o incêndio devastou Notre-Dame, Macron deveria ter feito uma série de anúncios para responder à crise desencadeada pelos “coletes amarelos”, mas foi adiado sine die. A catedral de Notre-Dame encontrava-se em obras de restauro no seu exterior quando, no passado dia 15 à tarde, deflagrou um violento incêndio que demorou cerca de 15 horas a ser extinto.

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Senadora democrata Elizabeth Warren pede destituição de Donald Trump

  • Lusa
  • 20 Abril 2019

A senadora democrata Elizabeth Warren defendeu que o Congresso deve iniciar um processo de destituição do Presidente Donald Trump, na sequência das conclusões da investigação de Robert Mueller.

A senadora democrata Elizabeth Warren, candidata às presidenciais de 2020 nos EUA, defendeu que o Congresso deve iniciar um processo de destituição contra Donald Trump, após as conclusões do relatório Mueller.

“Mueller colocou o próximo passo nas mãos do Congresso” escreveu Elizabeth Warren na rede social Twitter, defendendo que o Congresso tem o poder de proibir o “uso corrupto” da autoridade de Trump enquanto Presidente. Para a antiga professora de direito em Harvard, “o processo correto para exercer esse poder é o impeachment (destituição)”.

“Ignorar os repetidos esforços de um Presidente em obstruir uma investigação sobre o seu comportamento provocaria danos graves e duradouros a este país, além de sugerir que tanto este como futuros Presidentes estão livres de abusar do poder desta maneira”, disse.

Após uma longa investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, o procurador especial Robert Mueller concluiu que não houve conluio entre a campanha de Donald Trump e a Rússia. No entanto, o documento, libertado esta semana, deixa dúvidas quanto a ter havido obstrução à justiça. De acordo com Mueller, o presidente Donald Trump tentou afastá-lo, desincentivou testemunhas a cooperar com os promotores e encorajou os assessores a enganar o público.

O relatório detalha os vários esforços que Trump fez para condicionar a investigação sobre a Rússia que temia que enfraquecesse a sua administração. Mueller escreve também que as tentativas de Trump controlar a investigação e instruir outras pessoas no sentido de o influenciar “não foram bem-sucedidas, em grande parte porque as pessoas que rodeiam o presidente se recusaram a cumprir as suas ordens ou acatar os pedidos”.

Uma versão truncada do relatório de dois volumes e 447 páginas foi finalmente divulgada na quinta-feira. Donald Trump reagiu ao relatório sobre as suspeitas de conluio entre os membros da sua campanha presidencial e a Rússia, em 2016, falando de testemunhos “fabricados”.

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Estado já controla 33% da operadora SIRESP

  • ECO
  • 20 Abril 2019

O Estado já controla 33% da operadora que gere a rede SIRESP, através da Parvalorem. Posição foi comprada à Galilei.

O Estado já é dono de 33% do SIRESP, empresa da qual a Altice é a principal acionista e que gere a polémica rede de comunicações de emergência. A participação, anteriormente detida pela Galilei, passou para a esfera pública no final do ano passado e permite ao Governo a nomeação do presidente da companhia e de três administradores executivos.

Apesar de já ser acionista do SIRESP, ainda não existem dados sobre o que mudou na empresa e o Estado ainda não publicou qualquer nomeação para o comité executivo da companhia. A notícia foi avançada pelo Público (acesso pago) este sábado.

O jornal salienta que este não foi um negócio de fácil concretização e cita fonte oficial do gabinete do ministro Mário Centeno, que confirmou que “a participação de 33% do capital social da operadora SIRESP já se encontra na esfera do Estado desde o ano passado, através da Parvalorem”. Neste momento, está “a ser ultimado o procedimento da transferência dessa participação para a Direção-Geral do Tesouro e Finanças”, refere a mesma fonte.

O negócio acontece mais de um ano depois de o Governo, através do ministro Eduardo Cabrita, ter prometido que o Estado iria controlar a empresa gestora da rede de comunicações de emergência, através de uma posição maioritária de 54%. Pouco depois, a Altice antecipou-se e comprou a participação da Esegur e da Datacomp, passando a controlar a companhia.

A rede SIRESP provocou polémica devido às sucessivas falhas que registou durante o grave incêndio que afetou a região de Pedrógão Grande em 2017.

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