Parlamento Europeu quer acordo na UE obrigar multinacionais a divulgarem quanto ganham e onde pagam impostos

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 24 Outubro 2019

Numa resolução aprovada por esmagadora maioria, os eurodeputados pedem aos Estados-membros que cheguem rapidamente a um acordo sobre a proposta de diretiva que está há meses em cima da mesa.

O Parlamento Europeu quer acelerar um acordo para obrigar as multinacionais que operam na UE a tornarem públicos os lucros obtidos e os impostos pagos em cada país. Numa resolução aprovada por esmagadora maioria (572 votos a favor, 42 contra e 21 abstenções), os eurodeputados pedem aos Estados-membros que cheguem rapidamente a um acordo sobre a proposta de diretiva que está há meses em cima da mesa dos 28.

O Parlamento Europeu (colegislador com os Estados-membros) já aprovou em julho de 2017 o seu mandato para negociar bem como a sua posição em primeira leitura em março último, mas as negociações entre instituições ainda não começaram devido à falta de acordo entre os Estados-membros. Os governos, divididos, ainda não conseguiram alcançar uma posição comum para negociar com os deputados um acordo final.

A resolução insta os Estados-membros a “ultrapassarem urgentemente o impasse” e a presidência semestral da UE, a cargo da Finlândia, “a reencetar e dar prioridade, com caráter de urgência, aos trabalhos relacionados com a proposta” nas reuniões dos representantes nacionais.

A proposta de diretiva é considerada uma peça-chave no reforço da transparência e no combate à elisão fiscal e ao planeamento fiscal agressivo. As regras destinam-se às empresas com um volume de negócios igual ou superior a 750 milhões de euros e exigem que as multinacionais divulguem informações sobre lucros, volumes de negócios, impostos e outras informações relevantes, discriminadas por país.

Na posição aprovada em 2017, os eurodeputados pretendem que as multinacionais apresentem as informações num modelo comum, discriminadas por jurisdição fiscal. As informações sobre as empresas incluem (se aplicável) a lista de todas as suas filiais, uma breve descrição das atividades exercidas, os ativos fixos que não sejam caixa ou equivalentes de caixa, o montante do volume de negócios líquido, o montante dos resultados acumulados, o capital declarado, o montante dos lucros ou prejuízos e os montantes do imposto sobre o rendimento devido e pago.

Se a informação for considerada sensível do ponto de vista comercial, a empresa terá a possibilidade de solicitar à autoridade competente do país em que está estabelecida para não divulgar esse conteúdo.

Nos casos de infrações em que não comuniquem as devidas informações, as empresas serão puníveis com sanções a aplicar pelos Estados-membros, o que constará num registo público gerido pela Comissão. Na sua posição negocial, o Parlamento Europeu especifica que as sanções podem incluir coimas administrativas ou a exclusão de concursos públicos ou da concessão de fundos comunitários.

Estima-se que o custo para os países da UE alcance entre 50 a 70 mil milhões de euros por ano em termos de receitas fiscais perdidas. De acordo com dados da Comissão Europeia, as PME pagam mais 30% de impostos, em média, do que as grandes empresas multinacionais que recorrem a planeamento fiscal agressivo.

As discussões entre os governos arrastam-se. “Há diferentes pontos de vista entre os Estados-membros”, reconhece uma fonte em Bruxelas. Há vários países mais reticentes em avançar em matérias fiscais – habitualmente Luxemburgo, Holanda, Malta e Irlanda -, sublinha outra fonte comunitária.

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Bruxelas propõe corte de 50% na pesca de carapau nas águas continentais para 2020

  • Lusa
  • 24 Outubro 2019

Bruxelas propõe um corte de 50% na pesca do carapau em águas continentais portuguesas para as 46.659 mil toneladas. Além disso, as capturas de pescada e de linguado também deverão sofrer cortes.

A pesca do carapau em águas continentais portuguesas deve ser reduzida para metade, segundo a proposta apresentada esta quinta-feira pela Comissão Europeia dos limites de capturas para 2020, que inclui também cortes na pescada e no linguado.

Em relação ao carapau, Bruxelas propõe um corte de 50% nos totais admissíveis de capturas (TAC) na zona IX – as águas continentais portuguesas – para as 46.659 mil toneladas, seguindo a recomendação dos peritos em espécies pelágicas (que vivem em cardumes).

Também as capturas de pescada deverão sofrer um corte geral de 20% no próximo ano, de modo a manter as unidades populacionais (‘stocks’) em boa forma.

Para o linguado, a Comissão Europeia propõe uma redução de 40%, incluindo em águas nacionais, para a lagosta uma redução de 23% e de 20% para os TAC de solha.

A juliana (-10%) e o tamboril (-3%) são as espécies para as quais é recomendada uma redução mais ligeira nas capturas.

Por outro lado, tendo em conta a avaliação positiva dos ‘stocks’, Bruxelas aponta para um aumento de 30% nas capturas de arinca e de 12% nas de areeiro.

Os limites para a pesca de carapau nas águas dos Açores e Madeira são definidos por Portugal.

As propostas de Bruxelas serão debatidas, alteradas e adotadas em dezembro pelos ministros da Pesca da União Europeia, numa reunião normalmente caracterizada por uma ‘maratona negocial’.

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EDP pode perder mais de 400 milhões de euros com centrais a carvão só este ano

Relatório da Carbon Tracker Iniciative indica que 79% das centrais a carvão já não são rentáveis e estão a gerar perdas para as empresas. No total, serão 6,6 mil milhões de euros em toda a Europa.

A transição energética está a levar ao fecho de centrais a carvão e as ainda existentes são cada vez menos rentáveis. O relatório anual da Carbon Tracker Iniciative concluiu que 79% de todas as unidades na União Europeia (UE) vão gerar perdas para as energéticas. Perdas para a EDP poderão chegar aos 404 milhões de euros.

“O carvão está sob profunda pressão económica por toda a UE. Com base no modelo Carbon Tracker, estimamos que 84% dos geradoras de lignite e 76% dos a carvão estão atualmente a operar com perdas e poderão gerar quebras de 3,54 mil milhões de euros e 3,03 mil milhões de euros, respetivamente, em 2019”, refere o relatório publicado esta quinta-feira.

Por um lado, energias renováveis como solar ou eólica são mais baratas que fontes fósseis como é o caso do carvão. Por outro, o carvão é mais poluente e os países da UE assumiram como compromisso de descarbonização das economias, levando ao fecho de centrais deste tipo. Neste processo, os custos do CO2 pressionam as empresas a acelerarem.

Segundo o Carbon Tracker, o país da UE em que as perdas serão mais elevadas é a Alemanha (1.968 milhões de euros), seguida de Espanha (992 milhões de euros) e da República Checa (899 milhões de euros). Para Portugal, as perdas potenciais são consideravelmente menores: 165 milhões de euros.

Entre as empresas de toda a Europa, são a alemã RWE, a checa EPH e a britânica PPC que poderão ter maiores perdas, de 975 milhões, 613 milhões e 596 milhões, respetivamente. No caso da EDP, as quebras estimadas distribuem-se entre 125 milhões de euros para a unidade em Portugal, que será descontinuada ou reconvertida até 2025, bem como 279 milhões de Espanha, cuja meta para o encerramento é 2023.

O grupo liderado por António poderá ver reduzido o EBIDTA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que no ano passado se situou em 3.317 milhões de euros. Apesar do reforço na aposta nas energias renováveis, 12% da energia produzida pela EDP no ano passado ainda foi gerada a partir de carvão.

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Travão ao alojamento local em Lisboa adiado. Oposição quer mais tempo para analisar proposta

A votação do Regulamento Municipal do Alojamento Local foi adiada novamente, desta vez para dia 30, apurou o ECO. PSD e CDS querem mais tempo para analisar proposta do PS, que conta com ideias do BE.

O Regulamento Municipal do Alojamento Local ia ser votado esta quinta-feira, numa reunião privada da Câmara de Lisboa (CML), mas a votação acabou por ser adiada a pedido do PSD e CDS, apurou o ECO. Esta quarta-feira, os socialistas tinham incluído no documento uma proposta do Bloco de Esquerda (BE) para converter a zona da Baixa, Avenida da Liberdade e Almirante Reis numa área de contenção ao alojamento local.

Foi adiada pela segunda vez a votação do regulamento do alojamento local pelos vereadores da CML, passando, desta vez, para 30 de outubro, sabe o ECO. Na base deste adiamento está a última alteração feita pelo PS ao documento, que passou a incluir uma proposta do BE, e que, para a oposição, não teve tempo suficiente para ser analisada.

Então, na sequência desta alteração, os vereadores do PSD e do CDS pediram mais tempo para analisar o documento, de forma a poderem dar contributos para o regulamento proposto por Fernando Medina.

Tal como estava, com a junção da medida do Bloco, o documento seria aprovado com os votos a favor dos oito vereadores do PS e a abstenção de Manuel Grilo, o único vereador do BE. PSD, CDS e PCP votariam contra, mas os oito vereadores no total não seriam suficientes para chumbar a proposta, dado Fernando Medina tem um “voto de qualidade”.

Esta quarta-feira, após vários dias de negociações, tal como o ECO avançou, o PS cedeu aos bloquistas e decidiu incluir na sua proposta de regulamento a conversão da Baixa, Avenida da Liberdade e Almirante Reis numa área de contenção de alojamento local, dado que o rácio entre estas unidades e as habitações permanentes é atualmente de 34%. “O Bloco tornou pública a sua intenção de não viabilizar este regulamento caso a proposta não sofresse alterações”, referiu esta quarta-feira o BE, em comunicado.

Para além desta nova zona de contenção, o ECO sabe que a proposta de regulamente prevê converter a Graça e o Bairro das Colónias, a zona envolvente à Almirante Reis, numa área de contenção relativa, ou seja, onde as novas licenças de AL serão condicionadas.

(Notícia atualizada às 11h49 com mais informação)

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Carlos Carreiras critica ex-ministro Pedro Marques: “Não cumpriu mas continuou a prometer”

O presidente da Câmara Municipal de Cascais criticou esta quinta-feira o anterior ministro da tutela das infraestruturas, Pedro Marques, referindo a "falência" da linha de Cascais e a saturação da A5.

O presidente da Câmara Municipal de Cascais criticou o anterior ministro Pedro Marques, afirmando que o então titular da pasta das infraestruturas “não cumpriu mas continuou a prometer”. Carlos Carreiras, do PSD, falava no palco da conferência Portugal Mobi Summit, na presença do atual ministro do Ambiente e da Transição Energética.

O autarca referia-se, concretamente, ao que chamou de “falência da linha [ferroviária] de Cascais” e a cada vez mais saturada Autoestrada 5 (A5), assuntos que fizeram a Câmara Municipal chocar com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas que foi antecessor do atual ministro, Pedro Nuno Santos. É necessário “avançar na descentralização, depois de muitas promessas não cumpridas”, acrescentou.

Apesar das críticas, Carlos Carreiras aproveitou a presença do ministro João Pedro Matos Fernandes para desejar “felicidades” ao novo Governo que toma posse este sábado, defendendo que o sucesso do país também depende das políticas públicas implementadas pelo Governo.

Na mesma conferência sobre mobilidade, o presidente da Câmara Municipal de Cascais afirmou que pretende que o município que lidera seja um “território laboratorial” em que novas soluções são testadas, numa lógica de tentativa e erro. Apesar das muitas tentativas, Carlos Carreira garantiu terem existido “muitos poucos erros”.

Por fim, num evento em que estão presentes alguns dos maiores players do setor da mobilidade e da energia, o autarca lembrou que a “mobilidade é um direito constitucional”. Ao mesmo tempo, “é um dos mais esquecidos”, rematou.

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Crescimento económico da Zona Euro quase estagna em outubro

  • Lusa
  • 24 Outubro 2019

Estimativa flash do indicador PMI (Purchasing Managers Index) da atividade total da Zona Euro subiu para 50,2 pontos. Markit fala em crescimento próximo da estagnação.

O crescimento económico dos países do euro mantém-se próximo da estagnação em outubro porque a procura de bens e serviços está a cair pelo segundo mês consecutivo, anunciou esta quinta-feira a Markit.

A Markit anunciou que a estimativa flash do indicador PMI (Purchasing Managers Index) da atividade total da Zona Euro subiu para 50,2 pontos, mais uma décima que em setembro e ligeiramente acima dos 50 pontos que marcam o limite entre contração e expansão económica.

A produção da indústria transformadora continua a cair em outubro, enquanto o setor dos serviços cresce, mas a um ritmo dos mais fracos desde 2014.

As expectativas em relação à atividade futura caíram para um mínimo desde 2013 e a criação de emprego é a menor desde 2014.

A inflação dos preços cobrados mantém-se num mínimo de quase três anos, com uma leve pressão para a subida pelo lado dos custos.

A análise por países revela que as melhorias em França contribuem para que a Zona Euro não se contraia, enquanto na Alemanha a contração se está a atenuar e nos restantes países o crescimento económico continua a desacelerar.

O economista-chefe da Markit, Chris Williamson, sublinha num comunicado que a Zona Euro começa o quarto trimestre “quase submersa na paralisação”, fazendo com que se estime um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,1% para o referido período.

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Fisco faz megaoperação de fiscalização a oficinas

  • ECO
  • 24 Outubro 2019

Centenas de inspetores da AT estão no terreno a fiscalizar mais de cinco mil estabelecimentos de manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos para ver se cumprem a lei.

Centenas de funcionários da Autoridade Tributária (AT) estão esta quinta-feira a realizar uma megaoperação a nível nacional de fiscalização a oficinas. Na mira do Fisco estão mais de cinco mil estabelecimentos de norte a sul do país, com o intuito de perceber se emitem faturas, se as entidades estão cadastradas e se utilizam programadas de faturação certificados, avança o Jornal Económico (acesso livre) e confirmou o Ministério das Finanças à agência Lusa.

No âmbito da Ação “Manutenção Preventiva“, os inspetores estão a analisar atividades de manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos. Pouco depois de a notícia ser avançada, fonte do ministério tutelado por Mário Centeno confirmou a operação à Lusa, mas remete mais esclarecimentos para um um comunicado a divulgar ainda esta manhã no site da administração tributária.

Com esta operação, a administração fiscal pretende recolher informação que permita conhecer a dimensão e o funcionamento das oficinais. Além disso, será desenvolvida uma “monitorização subsequente e uma eficaz análise de risco para seleção para inspeção”, refere o mesmo jornal, citando as instruções da Direção de Serviços de Planeamento e Coordenação da Inspeção Tributária (DSPCIT) às Direções de Finanças.

Em caso de detenção de infrações, os contribuintes incorrem em coimas ou posteriores regularizações fiscais. De acordo com as instruções desta operação, está ainda previsto que os funcionários do Fisco avisem os contribuintes de que podem ser realizados procedimentos inspetivos subsequentes.

Com estas ações de prevenção, a AT pretende reforçar a presença no terreno, incentivando os contribuintes ao comprimento voluntário da lei e dissuadir eventuais práticas de incumprimento.

Segundo o JE, no ano passado, numa operação semelhante o Fisco apanhou 110 oficinas por irregularidades fiscais, como a de não emissão de fatura ou a não utilização de Programa de Faturação Certificados. Em julho deste ano, a AT realizou uma ação de fiscalização a restaurantes, padarias, bares e cafés, para controlo das obrigações de faturação chamada Operação “Ementa Turística” para controlo das obrigações de faturação.

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Busy Angels lança fundo de 10 milhões e torna-se venture capital

Investidora transita de "business angel" para "venture capital", com lançamento de fundo de 10 milhões de euros. Passa a chamar-se Bynd Venture Capital.

Equipa executiva da Bynd Venture Capital.D.R.

A Busy Angels, que até agora se posicionava no mercado de investimento em startups como “business angel”, anunciou o lançamento de um fundo de 10 milhões de euros, transitando para a denominação de “venture capital”. Além da alteração no posicionamento do mercado, a capital de risco passa agora a chamar-se Bynd Venture Capital.

A mudança de posicionamento relaciona-se, tanto face ao ecossistema nacional como internacional. O fundo de 10 milhões de euros terá como prioridade o investimento em projetos seed e early-stage nas áreas de digital (B2B e B2C) e sustentabilidade (incluindo Ciências da Vida, Clean Tech), com ligação direta a Portugal e Espanha.

Fundada em 2010 como um grupo de “business angels”, a Busy Angels evoluiu para uma sociedade gestora de capital de risco, em 2015, e tem atualmente um portefólio de 32 investimentos ativos. A Bynd Venture Capital representa, assim, refere a capital de risco em comunicado, “mais um passo na evolução desta sociedade e o novo fundo”.

“A Bynd não surge como uma disrupção do passado, mas como uma evolução. A experiência e know-how que ganhámos ao longo dos últimos nove anos, permitiram uma forte preparação e elevados níveis de profissionalização. Esta mudança expressa uma aposta de continuidade e sustentabilidade dos investimentos, sobre um passado com uma estrutura de negócio sólida, preparada e profissional, capaz de enfrentar os desafios de futuro num contexto mais desafiante, competitivo e global”, explica Francisco Ferreira Pinto, partner da Bynd Venture Capital.

Com o lançamento da nova marca, nos planos do fundo está a realização de pelo menos 20 investimentos e até rondas de follow-on. “Conseguimos captar novos investidores, muito qualificados, de diferentes nacionalidades, com perfis diversificados e experientes, que analisaram detalhadamente o nosso track record, e nos permitiram criar um novo fundo em apenas seis meses. Iremos completar o fundo muito brevemente e estamos em contacto com diversos investidores potenciais que nos têm abordado diretamente”, acrescenta Francisco Ferreira Pinto.

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Belga Xior investe 130 milhões em seis residências para estudantes em Lisboa e no Porto

A empresa belga Xior comprou seis residências de estudantes, algumas em fase de licenciamento, à portuguesa U.hub,. No total são 1.900 camas em Lisboa e no Porto.

A falta de camas para estudantes está a levar cada vez mais empresas internacionais a entrarem em Portugal para apostarem nesse mercado. Exemplo disso é a Xior, uma empresa presente nos mercados da Bélgica e da Holanda, que, adquiriu um portefólio de seis residências estudantis em Lisboa e no Porto por 130 milhões de euros. Esta operação aconteceu através da compra de uma participação no capital do operador nacional U.hub.

Em causa estão duas residências de estudantes na capital já em funcionamento, operadas pela U.hub — em Alvalade e na Alameda, em Lisboa –, num total de 98 camas. Em construção encontram-se outras duas, que deverão ficar concluídas já no próximo ano: uma em Benfica, em Lisboa, com 350 camas, e outra na Asprela, no Porto, com 450 camas.

Somam-se ainda outros dois projetos em licenciamento, com 500 camas cada um, que deverão ficar concluídos em 2021 e 2022: um na zona do Lumiar, em Lisboa, e outro na zona da Boavista, no Porto.

Concluída esta operação — considerada a “maior operação deste tipo de ativos jamais realizada em Portugal”, diz a consultora JLL, que representou a U.hub –, a Xior passará a deter uma carteira de 2.574 camas para estudantes em Portugal, tornando-se líder de mercado neste segmento. Isto porque, já este ano, a empresa belga tinha adquirido duas residências à Promiris, num total 674 camas, num negócio que ascendeu a 28 milhões de euros.

Além deste acordo de venda, a Xior assinou com a U.hub uma parceria estratégica através da entrada no capital da portuguesa, e que prevê o investimento em novas residências, cujo desenvolvimento será liderado pela equipa da U.hub.

“Neste portefólio incluem-se cerca de 800 camas em construção e outras 1.000 em projeto com previsão de estarem concluídas até 2022, o que irá dar um forte impulso à oferta de alojamento para estudantes nas duas maiores cidades universitárias de Portugal, que neste momento sofrem de um desequilíbrio massivo entre o stock existente e a procura“, diz Fernando Ferreira, head of capital markets da JLL, citado em comunicado.

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Governo vai entregar gestão da rede Mobi.e a privados até ao final do ano

O Governo vai lançar um concurso para entregar a gestão da rede Mobi.e a empresas privadas. No total, são 600 os postos de carregamento que vão passar da esfera pública para a privada.

O Governo tenciona entregar a gestão da rede Mobi.e a empresas privadas, considerando que estas são “mais capazes” do que o Estado na execução dessa missão. Para tal, serão postos a concurso vários lotes da rede de postos de carregamento de automóveis elétricos, revelou o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

A partir da conferência de mobilidade Portugal Mobi Summit, que decorre esta quinta-feira em Carcavelos, no campus da Nova SBE, Matos Fernandes revelou que o Governo “tem preparado para breve, ainda este ano, o lançamento da concessão de todos os carregadores da Mobi.e associados à rede de carregamento elétrico”.

No total serão 600 postos de carregamento que vão passar da esfera pública para a privada, em dez lotes de 60 a 70 carregadores. Esse concurso, salientou o governante, vai ser lançado até ao final do ano, “o mais tardar no início de dezembro”.

Recorde-se que desde 1 de novembro de 2018 que os carregamentos feitos nos postos rápidos são pagos. Os postos de carregamento normal começaram a poder ser cobrados em abril deste ano.

EDP quer mais do que duplicar número de postos

A EDP EDP 1,62% , sem referir se será uma das empresas que participará no concurso de concessão de postos de carregamento, sublinhou que já tem 130 postos na rede nacional Mobi.e. E revelou que quer mais do que duplicar a oferta até ao final do próximo ano.

A elétrica liderada por António Mexia quer chegar ao final do próximo ano com 300 postos de carregamento de veículos elétricos no país, a maioria deles com capacidade para carregar as baterias dos veículos elétricos em poucas dezenas de minutos. Atualmente, a empresa conta apenas com 13 postos de carregamento rápido, dos 130 que tem no país.

No âmbito desta iniciativa, a EDP fechou uma parceria com o Benfica que prevê a instalação de 20 postos de carregamento no estádio do clube, em Lisboa, incluindo o primeiro posto “ultrarrápido” neste local, e ainda no Seixal, onde se localiza o centro de estágios.

À margem do evento, Vera Pinto Pereira, presidente executiva da EDP Comercial, explicou que este posto de carregamento “ultrarrápido” numa zona perto da estátua de Eusébio permitirá carregar automóveis elétricos em dez minutos.

Além desta iniciativa, a EDP fechou uma parceria com a BP para juntar a modalidade dos carregamentos elétricos ao “cartão frota” da petrolífera. Segundo a líder da EDP Comercial, um dos “grandes desafios” da mobilidade elétrica são as frotas das empresas, que têm uma “gestão coletiva através de um contrato para abastecimento de todos os veículos”. Assim, este cartão da BP vai permitir às empresas mais facilidade nos carregamentos, sendo um incentivo à integração de automóveis mais ecológicos nessas mesmas frotas.

Metas para travar emissões “pecam”por serem baixas

Presente na mesma conferência, António Mexia, líder da EDP, aproveitou para alertar para a urgência de travar o aquecimento global, um fenómeno que ameaça criar disrupções na sociedade, na economia e no meio ambiente nos próximos anos. Ora, para o gestor, a mobilidade e os veículos elétricos são uma peça-chave nessa missão.

Mexia deu alguns números: 25% das emissões de gases com efeitos de estufa, a principal causa do aquecimento global provocado pela atividade humana, são geradas pelo setor dos transportes. Esta percentagem aumenta “2,5% ao ano”, alertou.

Depois, a quota de veículos elétricos é “1% em todo o mundo, 3% na Europa e 5% em Portugal”. Mas, para se atingir o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius na próxima década, os dados indicam que é preciso aumentar estas quotas para “30% em todo o mundo e 50% na Europa”, referiu, sem indicar a origem destas estatísticas.

Em terceiro lugar, disse que a mobilidade partilhada representa “5% dos quilómetros percorridos”, mas que, para se cumprir a meta proposta, “em 2030 deverá aproximar-se de um quarto” do total de quilómetros percorridos.

Face a este cenário, o presidente executivo da maior empresa de energia elétrica do país decretou serem números que “pecam” por serem baixos: “Tenho a certeza de que estes valores de que estamos a falar serão largamente ultrapassados”, defendeu.

Os automóveis com motores a combustão emitem gases com efeito de estufa, devido à queima de combustíveis fósseis — assim como a maior “fatia” da energia produzida pela EDP. Mas a empresa quer acelerar a transição para uma mobilidade elétrica, nomeadamente ajudando a reforçar a capilaridade da rede de postos de carregamento de alta capacidade, capazes de carregar as baterias dos automóveis em poucas dezenas de minutos (os restantes demoram mais de seis horas).

“Num mundo em que a maioria das pessoas irá viver em cidades, a questão é como é que essas pessoas vão viver nessas cidades”, apontou António Mexia, que prometeu que quer que a EDP represente a “liderança pelo exemplo”. De acordo com a norte-americana EPA, a produção de energia elétrica representava, em 2017, mais de 27% das emissões globais de gases com efeito de estufa, uma vez que quase 63% da energia elétrica produzida resultou da queima de combustíveis fósseis, como o carvão natural e o gás natural.

(Notícia atualizada às 12h29 com mais informações sobre as características do posto de carregamento “ultrarrápido” e sobre a nova modalidade para frotas)

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CTT disparam 10% em dois dias. Tocam máximos de seis meses

Desde o início do mês que a operadora postal tem recuperado. Apesar dos fortes ganhos, não chegam para apagar a queda de 10% desde o início do ano.

Há seis meses que os CTT não valiam tanto em bolsa. Após um período de forte turbulência que atirou os títulos para mínimos históricos, a cotação da ação está em recuperação desde o início do mês. Só nos últimos dois dias, as ações já valorizaram 10% no PSI-20.

Os CTT chegaram a valorizar 5% esta quinta-feira no PSI-20 para 2,66 euros por ações, para o valor mais alto em quase seis meses. A operadora postal mantém assim a tendência de fortes ganhos, que foi esta semana apenas interrompida na terça-feira. Tanto na última sessão como na segunda-feira, os títulos tinham somado mais de 4%.

Carla Maia Santos, salesteam leader da XTB, aponta que a cotada “prossegue a recuperação iniciada no final do mês passado, recuperando as perdas de cinco meses e voltado a valores de abril (2,60 euros por ação), com tendência altista”. No entanto, mais subidas poderão estar limitadas já que “a próxima resistência a observar localiza-se perto dos 2,80 euros por ação”, acrescentou Maia Santos.

Nas 17 sessões negociadas em outubro, os CTT desvalorizaram apenas em quatro. Apesar de não terem chegado para a empresa limpar as perdas deste ano — acumula ainda uma desvalorização superior a 10% em 2019 –, os ganhos recentes põem fim a um período negro para a operadora postal.

Mudanças na liderança, a subida das reclamações e a redução de preços ordenada pela Anacom estiveram entre as principais causas para os CTT afundarem em bolsa nos últimos meses. Há cinco anos em bolsa, os títulos negociaram pela primeira vez abaixo dos dois euros e, a 15 de agosto, tocaram o mínimo histórico de 1,761 euros por ação.

CTT em alta desde o início do mês

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“Extraordinário”, “ousado”, “certeiro”. Carlos Costa despede-se do “querido Mario”

Como governador há mais tempo em funções, coube ao português fazer o discurso no jantar de despedida do presidente do Banco Central Europeu. Não faltaram elogios.

“Querido Mario, queridos amigos”. Foi assim que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, se dirigiu à audiência, no jantar de despedida em honra do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. O italiano prepara-se para abandonar o cargo no final do mês, sendo esta quinta-feira a última reunião que preside, e o português não lhe poupou elogios.

“Quando Mario assumiu funções como presidente do BCE há oito anos, a Europa estava profundamente mergulhada na crise da dívida soberana”, lembrou Carlos Costa. “Oito anos depois, o euro está aqui para ficar e tem fundações muito mais fortes. Não se pode enfatizar demais o contributo de Mario para este resultado. A sua liderança como presidente do BCE mostrou extraordinárias capacidades“.

Como governador de um banco central nacional há mais tempo em funções, foi o responsável do Banco de Portugal a discursar no jantar de despedida. Além de listar as capacidades de Draghi no combate à crise — referindo-se a ações que dividiram opiniões e geraram duras críticas, especialmente vindas da Alemanha –, Costa defendeu que com “decisões equilibradas e determinadas” e “políticas não convencionais ousadas”, o BCE “efetivamente salvou o euro”.

O governador do Banco de Portugal continuou, dizendo que Draghi entendeu os problemas, teve “coragem” de procurar soluções, “mostrou autoridade” e teve “capacidade de pensar — e agir — fora da caixa”. Por isso, Carlos Costa agradeceu a visão e intuição, as capacidades e por deixar um BCE credível, maduro e independente.

Por último, o português lembrou ainda que Mario Draghi não acatou os conselhos para cancelar o Fórum BCE em Sintra, há dois anos, devido aos incêndios que afetavam Portugal. “Não posso agradecer o suficiente a confiança e solidariedade demonstrada”, rematou. “Uma decisão diferente teria sido um enorme golpe não só para Portugal, mas também para o Fórum BCE. Mais uma vez, provou ser certeiro“.

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