Incubadora do Instituto Pedro Nunes procura estagiários universitários

  • Ricardo Vieira
  • 5 Junho 2019

Além dos estudantes do ensino superior, empresas também podem inscrever-se para acolher estagiários.

Até 7 de junho estão a decorrer as inscrições para o programa de Estágios de Verão – Summer@IPN 2019. O Instituto Pedro Nunes (IPN) está a aceitar inscrições de estudantes do ensino superior para estagiar numa empresa, laboratório ou departamento do universo IPN.

Os estágios, que vão decorrer entre julho e setembro (com duração a acordar com as empresas de acolhimento), são uma forma de “estabelecer desde cedo uma aproximação com potenciais e futuros empreendedores e profissionais qualificados”, destaca a instituição.

O IPN foi criado em 1991 por iniciativa da Universidade de Coimbra, e tem apostado em promover a inovação, estabelecendo a ligação entre o meio científico e tecnológico e o tecido produtivo.

Em 2002, foi criada a IPN-Incubadora, considerada em 2010 a “Best Science Based Incubator” e por onde já passaram importantes tecnológicas portuguesas, como a Critical Software, a WIT Software, a Crioestaminal, a Active Space Technologies, a Take the Wind ou a Feedzai.

Desde e 2014, acolhe o centro de Incubação da Agência Espacial Europeia em Portugal (ESA BIC Portugal). Nesta estrutura, um dos dez atuais centros de incubação da ESA a nível europeu, são apoiadas startups que usam tecnologia espacial para utilizações industriais e comerciais não espaciais como saúde, energia, transportes, segurança e vida urbana, entre outras.

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Volkswagen prevê 4.000 despedimentos devido à digitalização

  • Lusa
  • 5 Junho 2019

O grupo Volkswagen prevê que serão destruídos 4.000 empregos no grupo devido ao plano de digitalização da empresa. Mas a empresa promete que não haverão despedimentos obrigatórios até 2029.

O grupo Volkswagen anunciou que o plano de digitalização e otimização de processos da empresa prevê até 2023 a destruição de até 4.000 postos de trabalho em unidades “não produtivas”. Num comunicado, o maior fabricante de automóveis da Europa explicou que a adoção do referido plano também prevê a criação de pelo menos 2.000 novos “empregos digitais”.

O plano é um passo no “roteiro de transformação digital”, foi acordado pela direção e a representação dos trabalhadores e afeta a Volkswagen Passenger Cars, a Volkswagen Group Components e a Volkswagen Sachsen GmbH. O grupo também anunciou o investimento até 4.000 milhões de euros nestes projetos de digitalização, “principalmente na área de administração, mas também na produção”.

“Consequentemente, até 4.000 empregos em unidades não produtivas na Volkswagen AG Passenger Cars, Vokswagen Group Components e Volkswagen Sachsen GmbGH não serão cobertos nos próximos quatro anos. Um requisito prévio para isto é que sejam redundantes como resultado da digitalização, a otimização de processos e as melhorias organizativas”, explicou a empresa.

Os postos concretos que desaparecerão serão acordados nos próximos três meses e a maior parte dos novos “empregos digitais” serão concentrados em Wolfsburgo, a central do grupo. O responsável de operações da marca Volkswagen, Ralf Brandstätter, explicou que a empresa eliminará os postos de trabalhos abrangidos seguindo a “curva demográfica” e da “forma mais socialmente responsável possível”. A empresa também se comprometeu a não realizar despedimentos na Volkswagen AG e na Volkswagen Sachsen GmbH até 2029.

A este respeito, o presidente do Conselho Geral dos Trabalhadores, Bernd Osterloh, valorizou que não vá haver despedimentos obrigatórios em dez anos e o sinal enviado aos trabalhadores com este acordo de que “a digitalização traz mudança, mas os trabalhos na Volkswagen permanecem seguros”. A direção e os trabalhadores acordaram mesmo assim mais investimentos na denominada Indústria 4.0 e acréscimos de produtividade associados de 5% ao ano até 2023.

Por outro lado, o orçamento para a formação de trabalhadores incluirá um aumento de 60 milhões de euros, para 160 milhões, para preparar os trabalhadores para a “ofensiva digital” da Volkswagen.

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Bruxelas pede a Portugal para acelerar redução da dívida pública

Portugal pretende continuar a baixar a dívida pública, mas a Comissão pede às autoridades nacionais que acelerem o passo. Recado de Bruxelas chega a quatro meses das eleições legislativas.

A Comissão Europeia quer que Portugal acelere o passo na redução da dívida pública e aconselha as autoridades nacionais a usar todos os ganhos inesperados para conseguir esse objetivo. O recado de Bruxelas chega a quatro meses das eleições legislativas em Portugal, sinalizando que a Comissão não só não verá com bons olhos políticas públicas que ameacem a redução de dívida pública, como ainda defende que Portugal deve ir mais longe.

O aviso consta das recomendações específicas para Portugal ao abrigo do semestre europeu, que a Comissão Europeia está a divulgar esta quarta-feira.

No Programa de Estabilidade para 2019-2023, o Governo prevê obter este ano um rácio da dívida pública de 118,9% do PIB, reduzindo-se a partir daí e atingindo 102,9% do PIB em 2023.

O alerta da Comissão é particularmente importante quando o Governo já tem contado com receitas inesperadas que tem usado para baixar mais o défice. No relatório do Conselho das Finanças Públicas, a instituição liderada por Nazaré Cabral indicava que dois terços da redução do défice tinha sido conseguida à custa de uma fatura com juros mais baixa, com as receitas inesperadas vindas dos dividendos do Banco de Portugal e de receitas fiscais (nomeadamente no IVA) a justificarem o resto da correção do saldo estrutural.

Além de acelerar a redução da dívida, a Comissão Europeia chama ainda a atenção para o facto de Portugal não estar a respeitar uma das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que é a do crescimento da despesa líquida primária. O aumento da despesa não devia ultrapassar 0,7% em 2019, as Previsões de Primavera da Comissão indicam que pode vir a existir um “risco de desvio significativo”.

No relatório publicado por Bruxelas, o executivo comunitário recomenda que Portugal atinja o objetivo de médio prazo em 2020, que fixa um saldo estrutural nulo para Portugal, um ano depois da meta traçada pelo Governo português que vê o saldo estrutural em 0,1% do PIB já em 2019. Bruxelas refere que teve em conta um desvio relacionado com as despesas com a reconstrução depois dos incêndios de 2017, no valor de 0,04% do PIB.

Apesar de na frente orçamental, Portugal sair bem na maioria dos indicadores, Bruxelas diz que a revisão da despesa que o Governo tem feito tem sido “limitada”. Uma das áreas em que a Comissão mostra preocupação é a das pensões. Bruxelas considera que juntando a pressão demográfica às medidas adotadas pelo Governo que têm aumentado a despesa com pensões podem pôr em risco a sustentabilidade do sistema de pensões como um todo.

Na saúde, outro importante foco de despesa do Estado, a Comissão avisa para a necessidade de pôr fim às dívidas em atraso dos hospitais. A sustentabilidade financeira das empresas públicas e a falta de transparência na informação sobre estas são outras preocupações de Bruxelas.

(Notícia atualizada)

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Bruxelas recomenda a Portugal que reduza contratos a prazo

A Comissão Europeia defende que Portugal deve adotar medidas para diminuir o número de trabalhadores com contratos a prazo e nota que há medidas paradas no Parlamento.

Ainda que reconheça melhorias no mercado de trabalho luso, a Comissão Europeia sublinha que Portugal deve adotar medidas para diminuir o número de trabalhadores com contratos a prazo, promovendo-se a transição para contratos sem termo.

“Não obstante a implementação em curso de algumas medidas para reduzir a segmentação do mercado de trabalho, como o reforço da inspeção do trabalho e o lançamento do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública, a proporção de trabalhadores a termo em Portugal ainda excede a média da UE“, explica Bruxelas, nas recomendações específicas para Portugal, no âmbito do semestre europeu. Portugal “deve travar a elevada percentagem de trabalhadores em contratos a prazo, promovendo a transição para contratos sem termo”, sublinha.

A Comissão Europeia nota ainda que as restantes medidas acordadas entre o Governo, os empregadores e os sindicatos para mitigar essa segmentação e precariedade do mercado de trabalho e promover a negociação coletiva está atualmente parada na Assembleia da República, não tendo sido possível transformá-la até então em legislação concreta.

Em causa está o pacote de alterações ao Código do Trabalho levado ao Parlamento pelo Ministério de Vieira da Silva e que foi negociado com os parceiros sociais. Desde o verão do ano passado que essas medidas estão estacionadas na especialidade, estando previsto o arranque da votação indiciária destas propostas para a próxima semana.

Em cima da mesa estão alterações que limitam a utilização contratos a prazo — ou seja, que seguem a recomendação deixada, esta quarta-feira, pela Comissão Europeia — mas preveem o alargamento do prazo e do âmbito dos contratos de muito curta duração.

Esse último ponto tem sido, de resto, muito criticado pelas bancadas parlamentares de esquerda, que já confirmaram que irão votar contra a revisão do Código do Trabalho proposta pelo Governo, se essa medida avançar.

Em resposta, o Ministro do Trabalho deixou o seguinte recado aos grupos parlamentares de Catarina Martins e Jerónimo de Sousa: “Podemos não concordar em muitas coisas, mas temos de concordar em [aprovar] rapidamente essa e outras normas, como a duração dos contratos a termo, reduzindo-a para a mais baixa de sempre”. Ou seja, o Governo tem apelado à aprovação deste pacote legislativo a bem da luta contra a segmentação do mercado do trabalho.

Nas recomendações específicas para Portugal, a Comissão Europeia salienta ainda que a desigualdade remuneratória continua elevada, sendo o impacto “das transferências sociais na redução da pobreza limitado”. “Ainda que a desigualdade remuneratória em Portugal esteja mais baixa, ainda está significativamente acima da média comunitária“, frisa Bruxelas, enfatizando que o rendimento social de inserção (RSI) é um dos mais baixos da UE.

A Comissão Europeia reforça, por outro lado, que as baixas qualificações dos trabalhadores portugueses têm sido um obstáculo ao crescimento do investimento e da produtividade. “A baixa disponibilidade de trabalhadores com competências é um obstáculo importante ao investimento”, explica-se, referindo-se que é preciso apostar em particular na formação de adultos e alargar os incentivos públicos atribuídos às pequenas e médias empresas que formem os seus colaboradores. “O investimento na educação e na formação, incluindo nas infraestruturas, é uma das chaves para melhorar a empregabilidade e a mobilidade social”.

Bruxelas remata, recomendando a Portugal que, entre 2019 e 2020, adote “medidas relativas à segmentação do mercado de trabalho”, aposte na melhoria das competências dos trabalhadores (nomeadamente reforçando a literacia digital e a formação de adultos), aumente o número de licenciados (particularmente nas áreas da ciência e das tecnologias da informação) e melhore a proteção social.

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Bee Engineering põe trabalhadores a “jogar” para crescer

  • Ricardo Vieira
  • 5 Junho 2019

Empresa aposta na solução de advergames para empresas e prevê também entrada no mercado dos videojogos ainda em 2019.

Chama-se Bee Brave e é uma plataforma de gamificação que encoraja os jogadores a atingir objetivos e a chegar mais longe, uma solução criada pela Nectar Interactive — a nova marca da consultora de tecnologias da informação e comunicação, Bee Engineering – que pode ser utilizada pelas empresas como acelerador de crescimento e monitorização de objetivos (de colaboradores, clientes ou mesmo a parceiros de negócio).

A unidade de jogos da empresa, lançada em 2017 como GameLAB, afirma “ter encontrado o néctar do crescimento no sentido de ajudar as empresas a melhorar as suas métricas de performance, envolvimento e reconhecimento de marca”.

Outra solução para empresas na área dos jogos são os advergames (que junto advertise = publicidade e games = jogos). “Estes jogos utilizados em campanhas de publicidade permitem às empresas proporcionar uma experiência interativa e divertida com a sua marca ou produto. Assente em géneros clássicos de videojogos, o aspeto do jogo é totalmente adaptado ao produto ou marca. A interação e envolvimento é muito mais intensa num jogo do que uma campanha de banners ou vídeo. Os jogadores podem chegar a jogar 10 minutos seguidos aumentando exponencialmente o envolvimento com a marca”, refere a Bee Engineering em comunicado.

Nectar Interactive vai entrar no mercado dos videojogos ainda este anoDR

“A criação da Nectar Interactive concretiza a evolução da área, para aproximar ainda mais o mercado dos videojogos dos objetivos das empresas, potenciado os ganhos destas e aumentado a diversão de quem os joga”, afirma José Leal e Silva, diretor executivo da empresa. E para André Santos, product manager, “este passo representa um avanço significativo nos nossos objetivos em ganhar um lugar de destaque no setor do entretenimento digital, algo que sabemos que é muito importante não só para o nosso crescimento, mas também para os nossos parceiros.”

Com a nova marca, a empresa pretende entrar no mercado dos videojogos ainda este ano, posicionando-se na venda direta de entretenimento ao consumidor. Na comercialização de jogos digitais haverá oferta para os mercados B2B (advergames e gamification) e B2C (videojogos).

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Comissão Europeia quer abrir Procedimento dos Défices Excessivos contra Itália

Depois do acordo orçamental alcançado em dezembro que permitiu a Itália evitar este processo, Bruxelas entendeu que não houve progressos e pediu a abertura do procedimento que pode levar a sanções.

A Comissão Europeia recomendou esta quarta-feira a abertura de um Procedimento dos Défices Excessivos contra Itália. Em causa está o elevado nível de dívida pública e os progressos insuficientes dos planos italianos para reduzir o défice estrutural e a dívida pública (a segunda maior da zona euro). A recomendação surge depois de, no final do ano passado, ter alcançado um acordo orçamental com o Governo italiano que evitou que esse passo fosse dado. Este processo poderá, no limite, implicar sanções na ordem dos 0,2% do PIB contra Itália. Já o Procedimento dos Défices Excessivos contra Espanha deverá ser fechado já este verão.

Depois de um acordo, considerando longe do ideal pelos responsáveis europeus, com o novo Governo italiano no final do ano passado para que Itália corrigisse as suas contas públicas a um ritmo mais acelerado do que previa, a Comissão Europeia voltou a reavaliar as contas do Orçamento italiano e a evolução orçamental deste ano, e decidiu recomendar aos países da União Europeia que abram um Procedimento dos Défices Excessivos contra Itália.

A Comissão Europeia — que decidiu adiar estas decisões para depois das eleições europeias — anunciou esta quarta-feira que vai fazer essa recomendação aos países da União Europeia. Ou seja, os ministros das Finanças da União Europeia terão de aprovar esta recomendação para que o processo seja aberto. Como estas regras só se aplicam a países que aderiram ao euro, apenas os ministros das Finanças de países do euro tomam esta decisão.

Caso assim seja, Itália será o primeiro país alvo de um Procedimento dos Défices Excessivos devido ao elevado nível de dívida. Esta nova regra foi criada depois da crise, quando as regras orçamentais europeias foram reformuladas, permitindo à Comissão Europeia abrir processos contra países que não reduzam a dívida pública acima de 60% do PIB a um ritmo anual de um vigésimo.

“A dívida pública de Itália atingiu os 132,2% do PIB em 2018, muito acima da referência de 60% do PIB prevista no Tratado, e Itália não cumpriu a meta de redução da dívida em 2018, de acordo com os resultados [do Eurostat publicados no fina de abril]. Acresce que não se antevê que Itália venha a cumprir a meta da redução da dívida em 2019 como em 2020, de acordo nas previsões do Governo italiano e também nas previsões da primavera da Comissão Europeia”, diz o relatório da Comissão Europeia.

Quando analisou o Orçamento italiano, a Comissão Europeia exigiu mais medidas a Itália, ameaçando com a abertura de um processo. A Itália aceitou tomar algumas medidas, e, apesar de a Comissão Europeia não estar satisfeita, conseguiu evitar a abertura de um Procedimento dos Défices Excessivos, maioritariamente porque quando os orçamentos são analisados na altura da sua apresentação, a base usada são as previsões económicas feitas pelo próprio país.

No entanto, os orçamentos dos países são avaliados numa segunda fase, normalmente no final de maio (este ano início de junho devido às eleições europeias). Nesta segunda fase, os orçamentos dos Estados são avaliados pela Comissão Europeia à luz das suas próprias previsões, que têm em conta os dados do défice e da dívida publicados pelo Eurostat para o ano anterior. No caso italiano, terão sido as previsões excessivamente otimistas do Governo italiano que permitiram escapar por pouco à abertura de um PDE no final do ano passado.

Agora, com base nas previsões da Comissão Europeia divulgadas no início de maio, essas previsões são corrigidas em baixa e já não se antecipa qualquer correção do saldo estrutural, como era obrigatório à luz das regras europeias. É essa nova informação quer Bruxelas argumenta ser a justificação para avançar com esta recomendação, que será discutida na reunião do Conselho da União Europeia (ministros das Finanças) no verão.

As previsões da Comissão conhecidas no início de maio antecipam um aumento da dívida pública para 133,7% este ano, e para 135,2% em 2020. O défice estrutural deverá aumentar novamente, em vez de cair, algo que acontece desde 2015. A previsão é que atinja os 2,4% do PIB este ano e 3,6% em 2020, caso não sejam tomadas mais medidas.

No acordo alcançado entre a Comissão Europeia e o Governo italiano no final do ano passado, o défice estrutural deveria atingir no máximo os 1,8% em 2018, mas este acabou por ser de 2,2%.

No relatório que será enviado ao Conselho da União Europeia, os técnicos da Comissão dizem ainda que para esta avaliação foi tida em conta a margem de flexibilidade que as regras dão — como as cláusulas de investimento e os fatores cíclicos que afetam o crescimento económico –, mas ainda assim o aumento do défice estrutural (concretizado e previsto) e da dívida pública exigem esta ação mais musculada da Comissão.

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PSD recua e pede adiamento da votação sobre carreiras na saúde

  • ECO
  • 5 Junho 2019

A votação sobre a carreira dos técnicos de diagnóstico e terapêuticas foi adiada. O PSD justificou a decisão com um diploma que prevê a necessidade de um estudo prévio para a revisão.

O PSD pediu para adiar as votações sobre a carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica, que estavam agendadas para esta manhã. Na origem do adiamento estará a existência de um projeto de decreto-lei de execução orçamental onde se determina que as revisões devem ter um estudo prévio, justificou o partido liderado por Rui Rio.

Ricardo Batista Leite, deputado do PSD, garantiu, depois de pedido o adiamento da votação, que o tema será retomado ainda nesta legislatura.

A justificação do PSD para a decisão de pedir mais tempo também não terá convencido os restantes deputados. A esquerda critica o adiamento, apontando que o objetivo é atirar o diploma “para as calendas”. Ainda não foi definida uma nova data para discutir e votar o tema, já que fica dependente da publicação do decreto que prevê o estudo prévio.

Este era um tema que poderia dar origem a uma maioria negativa, já que a proposta dos sociais-democratas prevê as mesmas coisas que a da esquerda.

Tanto o PSD como o PCP e o Bloco de Esquerda tinham apresentado propostas de alteração ao documento proposto pelo Governo, que define as regras de progressão das carreiras dos técnicos de diagnóstico e terapêutica, que iria ser votado na comissão parlamentar de saúde.

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“Escolhe-te a ti mesmo”, de James Altucher

Sempre que se fala de 2008 fala-se no ano da crise. Mas para James Altucher, famoso empresário e gestor de fundos especulativos, 2002 não foi melhor.

James Altucher já perdeu muito dinheiro, empregos, amigos e até família. E é hoje um homem bem-sucedido. A solução? Escolher-se a si próprio. É através deste livro que ficamos a saber a sua história e várias dicas de como transformar-se “numa máquina de ideias”, aprender a “resolver problemas” e a “ganhar dinheiro”.

Sempre que se fala de 2008 fala-se no ano da crise. Mas para James Altucher, famoso empresário e gestor de fundos especulativos, 2002 não foi melhor. Depois de uma série de más escolhas pessoais, foi nesse ano que deu por si cheio de dívidas, sem dinheiro, sem emprego e sem amigos. A vida de excessos que levava fê-lo cair em desgraça e entrar numa espiral descendente. “Ou teria um ataque cardíaco ou simplesmente cometeria suicídio”, desabafa o autor no seu mais recente livro, onde dá conta da sua experiência e de como superou a sua queda.

Em Escolhe-te a Ti Mesmo, o autor propõe o antídoto óbvio, mas muitas vezes esquecido, contra o falhanço sucessivo: a solução é seguirmos o (e confiarmos no) nosso instinto, sem segundas ou terceiras opiniões.

“O mundo está a mudar. (…) Já não nos vêm contratar ou investir na nossa empresa de forma vitalícia. Ninguém nos vem buscar. Cabe a nós tomarmos a decisão mais importante da nossa vida. Por isso digo: escolhe-te a ti mesmo”, pode ler-se.

É já bastante tarde que o primeiro de livro de Altucher chega a Portugal, depois de ter sido lançado em 2013. À Pessoas, António Pacheco, fundador e editor da Self, explica que sempre teve vontade de editar este livro, mas o atraso deveu-se à dificuldade em chegar à editora original. “Só depois de conseguir um contacto mais próximo é que conseguimos trazê-lo para cá. O livro já era conhecido, sobretudo entre os empreendedores”, conta. Ainda assim, é um livro popular e que consegue chegar a toda a gente. “Não é só a quem tem uma empresa, quem tem uma carreira vai identificar-se”.

Sobre o feedback dos leitores, admite que ainda é cedo para dizer, mas os comentários iniciais foram positivos. “Quando o lançámos [em fevereiro de 2019] muita gente disse ‘finalmente!’. O que mostra que o livro só peca por chegar tarde, o que foi uma falha”, diz o editor. No futuro, espera vir a editar mais livros do “guru número um” do podcasting, que é cada vez mais conhecido por cá.

Autopreserverança e superação: o caminho para o sucesso

Este discurso de libertação e de autoemancipação pode não ser novo, e corre o risco de, por vezes, cair facilmente em clichés de autoajuda convencionais, mas pela sua própria história Altucher dá ao leitor a sensação de que, mesmo quando tudo está perdido, nem tudo está perdido.

Com uma escrita fácil e desapegada, o leitor pode esperar o retrato cru das várias disfuncionalidades da vida em pleno século XXI e de como, afinal, pode haver esperança e encontrar-se sucesso onde menos se espera e mais se falha. É na capacidade de resiliência e de reinvenção que está a chave, relembra o escritor, para o sucesso e, sobretudo, o bem-estar.

Menos é mais, e o falso sonho americano

Altucher também desmistifica o chamado “sonho americano”. Afinal, quem nunca quis ter a casa de sonho com a vedação branca, o carro de sonho e uma televisão grande para encher a sala? A nossa constante sede material e a ideia de que nunca temos o suficiente pode tornar-se numa via rápida para a depressão. É por isso que James Altucher, depois de vender a grande maioria dos seus pertences, ficou com apenas 15 coisas: o suficiente para caber apenas numa mochila. Numa entrevista ao The New York Times em 2016, o autor chegou a confessar que o seu minimalismo é simplesmente a prática do que aconselha nos seus livros. Depois de ter atingido o fundo, conseguiu reerguer-se como uma “fénix”. A sua ambição? É “não ter ambição nenhuma”. Uma lição de vida para ler e reter.

Sobre o autor:

Considerado pela Forbes em 2016 o “homem mais interessante do mundo”, James Altucher é um escritor, empresário de sucesso, mestre de xadrez e investidor. Com 20 livros publicados, já fundou mais de 20 empresas, vendeu algumas delas com grande êxito. Administrou fundos de capital de risco, hedge funds, angel funds e é hoje membro do conselho administrativo de muitas empresas. Já escreveu para vários jornais e publicações como o The Wall Street Journal, o Financial Times, a CNBC, a Forbes e a Business Week. O seu blogue, criado em 2010 e no qual narra a história de como conseguiu passar de falido a rico, já atraiu milhões de leitores e serviu de inspiração para uma banda desenhada. Altucher também tem um famoso podcast: o “The James Altucher Show”, que conta com mais de 30 milhões de downloads.

Editora: Vida Self

Páginas: 224

Outras sugestões na cabeceira

O Valor de Tudo – Fazer e tirar na economia global, de Mariana Mazzucato

Mariana Mazzucato, professora do University College, em Londres, é a vencedora do Leontief Prize for Advancing the Frontiers of Economic Thought 2018. Em “O Valor de Tudo”, a autora explora o conceito de valor e volta a trazê-lo ao debate económico.

Muito ligada à promoção da inovação e a políticas públicas, tenta responder neste livro às perguntas: Quem são de facto os criadores de riqueza no mundo? E como é definido o valor do que fazem?

Conta-me Estórias – Storytelling na Gestão de Pessoas, de José Bancaleiro e Pedro Ramos

Esta é um livro que reúne estórias dos vários sucessos e insucessos de gestores de recursos humanos e de como as pessoas são um elemento fulcral para o desenvolvimento das empresas – ao nível individual e organizacional.
José Bancaleiro é managing partner da Stanton Chase Portugal, foi diretor de RH na Tabaqueira, Electroliber, Smithkline Beecham Farmacêutica (GSK), Altitude Software, Essilor, OPCA e Banco Finantia. Pedro Ramos é diretor de RH do Grupo TAP Air Portugal, e já passou por grandes empresas como a Groundforce Portugal, Carris, Grupo ETE e o Grupo GECI Internacional.

Capitalismo Sem Capital, de Stian Westlake e Jonathan Haskel

Abordando as potencialidades da economia intangível, esta obra pretende focar-se no crescente investimento de bens imateriais e tecnológicos, como pesquisa e desenvolvimento, software, bases de dados, criação artística, design, gestão de marca ou processos de negociação. Como se gerem estas ferramentas? O que esperar no futuro? São algumas das questões que os autores exploram num livro que foi considerado um dos Wise Words Books of the Year pelo The Economist.

Jonathan Haskel é professor de economia na Imperial College Business School, em Londres, onde dirige o departamento de doutoramentos. Stian Westlake é conselheiro do ministro da Ciência, Inovação e Educação Superior do Reino Unido.

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Governo antecipa apoios da PAC em três meses por causa da seca

  • Lusa
  • 5 Junho 2019

O Ministério da Agricultura decidiu antecipar em três meses os apoios da Política Agrícola Comum (PAC) e vai abrir um concurso de três milhões de euros para a captação de água.

O Ministério da Agricultura vai antecipar em três meses, para outubro, pagamentos da Política Agrícola Comum (PAC) aos agricultores afetados pela seca e abrir concurso de três milhões de euros para captação, armazenamento e transporte de água.

“O último relatório [sobre a situação de seca, em maio] mostra dados objetivos que há condições para algumas medidas de derrogação” das condições de atribuição de subsídios aos agricultores, afirmou o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, numa audição parlamentar esta quarta-feira, na comissão de Agricultura e Mar.

O último mapa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), de segunda-feira, a que a Lusa teve acesso, mostra que em maio houve 46,1% do território em situação de seca fraca (regiões norte e centro), 27,2% em seca severa (Alentejo e Algarve e Lisboa), 22,4% (Alentejo, Lisboa e centro) em seca moderada, 2,5% (Algarve) em seca extrema e 1,8% (Braga e Vila Real) em situação meteorológica considerada normal.

Capoulas Santos, que se deslocou à Assembleia da República a requerimento do CDS-PP, PSD e PCP, anunciou a abertura de um concurso “na próxima semana”, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), “para dar resposta” aos pedidos de agricultores em resultado do levantamento de necessidades que o Ministério da Agricultura efetuou – através de inquéritos aos agricultores – até meados do mês passado.

“No levantamento das necessidades, recebemos pedidos para abrir 44 poços, 276 furos”, disse o governante aos deputados, referindo ainda mais de 200 pedidos para a aquisição de tanques e reboques para os agricultores. Capoulas Santos explicou aos deputados que destinou três milhões de euros para estes pedidos de captações de água e compra de equipamentos de transporte e armazenamento de água, menos do que os 15 milhões libertados no ano passado para 1.400 projetos para furos aprovados.

“Quem fez na altura o investimento não precisa agora, por isso este ano é tão pouco”, justificou Capoulas Santos, anunciando de seguida estarem reunidas as condições, de seca no país, que permitem pedir à União Europeia a derrogação de algumas das condições exigidas para a atribuição de subsídios aos agricultores, como os tempos de pousio exigidos (sem pastagem de gado) ou o alargamento do tempo de intervalo entre os nascimentos das vacas (de 18 para 24 meses).

Outra das medidas anunciadas, e que tinha sido reivindicada pelos agricultores nas últimas semanas, é a antecipação das ajudas da PAC: “Vamos antecipar 70% dos pagamentos para outubro. São 640 milhões de euros da PAC antecipados três meses”, disse o ministro.

Aos deputados, Capoulas Santos afirmou estar confirmado o “quadro de alterações climáticas” que o país enfrenta nos últimos anos e que exige medidas que mitiguem esses efeitos. “Mas não podemos dizer que estamos numa situação de grande anormalidade. Os registos históricos mostram que foi na primeira metade do século XX que a situação foi pior, embora atualmente os intervalos entre os períodos de seca sejam menores”, precisou o ministro, considerando que “este ano é, de facto, abaixo do normal”.

Tal como no ano passado, em que março atenuou os efeitos da seca, este ano abril foi um mês que teve mais pluviosidade do que é normal, segundo o governante, que considerou que em abril o país “saiu praticamente da situação de seca”, com a seca severa apenas em 2% do país, no sudeste algarvio. Os dados de abril foram, segundo o ministro, o que “impediu” o Governo de solicitar no mês passado à União Europeia ajudas para os agricultores, mas esta situação alterou-se em maio.

O Ministério da Agricultura, baseando-se no relatório quinzenal dos serviços do ministério sobre a situação de seca no país, considera não haver “nenhuma indicação de quebra de produção” na agricultura devido à seca, exceto na produção de cereais, que perspetiva uma quebra de 10%, o que o ministro considerou ser “normal em qualquer atividade” económica. “No fim do verão pode haver problema com a alimentação animal”, admitiu Capoulas Santos, lembrando haver disponível uma linha de crédito para a alimentação animal de 3,5 milhões de euros.

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“Porque dormimos?”, de Matthew Walker

O sono é imprescindível na nossa vida mas é, frequentemente, um aspeto negligenciado e incompreendido entre o ritmo alucinante a que operamos e nos mexemos hoje em dia e os deadlines constantes.

Quantas são as vezes que negligenciamos uma boa noite de sono? Demasiadas? A longo prazo, vamos sentir efeitos drásticos na nossa saúde. Neste livro, Matthew Walker, especialista mundial em sono, conta quais as consequências físicas e psicológicas de não dormir bem, com base nas últimas descobertas científicas.

O sono é imprescindível na nossa vida mas é, frequentemente, um aspeto negligenciado e incompreendido entre o ritmo alucinante a que operamos e nos mexemos hoje em dia e os deadlines constantes. Seja por uma hora a mais nas redes sociais antes de dormir, seja a responder emails, muitas vezes não deixamos o cansaço vencer-nos e adiamos horas preciosas de sono durante noites a fio. O que vai refletir-se no nosso dia-a-dia e no futuro.

Dormir faz bem… mas a quê?

Neste livro, Matthew Walker ajuda a aprofundar o nosso conhecimento dos verdadeiros benefícios que o sono traz e como a sua falta impacta no nosso bem-estar a curto e longo prazo. “Este livro vai revelar uma verdade bastante diferente: o sono é infinitamente mais complexo, profundamente mais interessante e assustadoramente mais relevante para a nossa saúde. Dormimos por uma enorme litania de funções, uma constelação abundante de benefícios noturnos que servem o nosso corpo e o nosso cérebro. Aparentemente, não existe nenhum órgão no corpo nem nenhum processo cerebral que não seja otimizado e melhorado pelo sono”, pode ler-se nas primeiras páginas.

Por que razão dormimos ou por que razão a saúde é tão afetada quando não dormimos são aspetos que estão a ser apenas compreendidos agora.

Ao apresentar novas descobertas científicas com base nas últimas investigações, o autor mostra que o sono está na base do que “somos, física e psicologicamente”, e estabelece, por exemplo, uma ligação entre a privação de sono e doenças como a depressão, doenças cardíacas, diabetes, cancro ou o Alzheimer.

Entre melhorar a nossa capacidade para memorizar e tomar decisões lógicas, regular o nosso apetite e abrandar os efeitos do envelhecimento e aumentar a longevidade, o sono é o motor que nos revitaliza e uma das chaves para o nosso bom funcionamento.

Muito aclamado lá fora, o livro por cá tem tido um bom feedback, que vai chegando aos poucos. É pelo menos é isso que o editor Luís Corte Real, da Desassossego, explica à Pessoas. “Mas para já deparamo-nos com a surpresa, de alguns leitores, com a complexidade do sono”, conta. A seu ver, este é um livro que “procura responder a algumas perguntas que o ser humano faz há muito tempo e que só agora, com a ciência mais moderna, começamos a conseguir responder”. Com essas perguntas respondidas no livro, já “não há desculpa para negligenciar o sono por ignorância. Apenas por opção, mas sabendo bem qual o preço a pagar”, aponta.

Sobre os desafios do processo de edição do livro, Luís Corte Real explica que foi pacífico e não lhes tirou o sono, dado o sucesso internacional e o facto de o autor ser uma referência nesta área.

Faltam livros para despertar?

Recentemente, em entrevista ao Expresso, o autor Gonçalo M. Tavares dizia que as pessoas não devem ler livros quando estão cansadas porque “a função da arte e da literatura não é descansar. É acordar, perturbar, refletir. Não deveríamos ver arte ou ler livros quando estamos cansados. A literatura e a arte exigem muito de nós”. Será que a literatura que “acorda” ainda tem lugar num mundo de pessoas que dormem mal?

“Tendo como base essa frase concebida, parece-me, devo dizer que a literatura é um mundo imenso. Nenhum autor ou leitor experimentado o descobre ou visita na totalidade”. Na literatura há lugar para livros que exigem muito de nós; são assim alguns dos meus favoritos. Mas também para livros que pegam nas nossas mãos e nos levam sem esforço; também são assim outros tantos favoritos. Não estou preocupado com o risco da literatura exigente desaparecer. Só quem anda distraído o pode temer.

E “Porque Dormimos” entrará nesta categoria? “Não”, responde o editor. “Este é dos tais que acorda, perturba e faz refletir”, mas se os leitores estiverem cansados quando o forem ler vão adormecer, adverte. “É a chamada win-win situation”.

Sobre o autor:

Matthew Walker é professor de Neurociência e Psicologia na Universidade de Berkley e diretor do laboratório de sono e neuroimagiologia na mesma universidade. Foi também professor de psiquiatria na Universidade de Harvard. Publicou vários estudos científicos e participou em programas como o 60 Minutes, Nova, BBC News e Science Friday.

Editora: Desassossego

Páginas: 416

Outras sugestões:

Mulheres à Obra – Movimento Mulheres Empreendedoras, de Camila Rodrigues e Carla Lopes

“O Movimento Mulheres à Obra” é um grupo de Facebook que nasceu de forma espontânea e não estruturada das inquietações profissionais de mulheres de verdade. Aqui é possível encontrar histórias de mulheres de sucesso nas mais variadas áreas, muitas lições e sobretudo motivação para qualquer empreendedora a começar o seu percurso.

Este é um livro que quer fazer descolar a vida profissional das mulheres portuguesas, ao ajudá-las a alcançarem o sucesso profissional e a realização pessoal, pelos testemunhos reais e inspiradores das protagonistas do Movimento Mulheres à Obra.

O que faz um Líder?, de Daniel Goleman

Será que o QI e a capacidade técnica ainda são meio caminho andado para a liderança forte? Afinal, o que faz de um líder um líder? A inteligência emocional é a chave que veio revolucionar a definição dos líderes de excelência, e a ferramenta que os gestores de topo precisam de ter para liderarem bem e deixarem marca na sua organização. O processo pode ser longo e pouco fácil, mas exige sobretudo envolvimento. Neste livro, Daniel Goleman diz-nos que o líder do futuro é aquele que dá importância à inteligência emocional e a estabelece como prioridade.

Sabrina, de Nick Drnaso

O que aconteceu a Sabrina? A resposta a esta pergunta está escondida numa cassete de vídeo, que é enviada às redações de vários órgãos de comunicação social e que, rapidamente, se torna viral. Entre aclamações internacionais, esta é a primeira novela gráfica a ser selecionada para o Man Booker Prize.Entre o desafio das fake news e ansiedades dos tempos modernos, este é um livro que quer mexer com os leitores e com o nosso estilo de vida.

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Selio já arrancou e vai concorrer com o OLX e CustoJusto

  • Lusa
  • 5 Junho 2019

O novo portal de classificados teve um investimento inicial de 1,5 milhões de euros e pretende diferenciar-se dos concorrentes aplicando a inteligência artificial ao negócio.

O novo portal de classificados Selio.com, que arrancou em Portugal num investimento inicial de 1,5 milhões de euros, quer diferenciar-se dos concorrentes aplicando a inteligência artificial ao negócio dos classificados, anunciaram esta quarta-feira os promotores.

“Apesar da grande concorrência por parte da OLX e do CustoJusto, acreditamos que há espaço para um projeto centrado na segurança e na satisfação do utilizador, graças à ajuda da inteligência artificial”, afirma o fundador, Julian Martinez, citado num comunicado.

A nova aplicação de classificados resulta de um investimento inicial de 1,5 milhões de euros, estando prevista uma segunda ronda de investimentos nos próximos meses que, segundo Martinez, “vai contar com importantes investidores do mundo dos classificados europeus”.

Com escritórios no Porto e em Madrid, a equipa do Selio.com é composta por dez pessoas a trabalhar na cidade portuguesa e espanhola e por outras tantas que trabalham remotamente a partir de três continentes diferentes.

O negócio é liderado por Julian Martinez e Alex Nemirovsky, que trabalharam na versão beta do produto durante os últimos meses e viram no mercado português “um grande potencial para lançar o produto, na tentativa de oferecer uma alternativa eficaz ao que já existe”.

“A nossa experiência de 15 anos na área dos classificados fez com que o produto evoluísse a grande velocidade. Desenvolvemos tanto um site como uma aplicação que se adapta a Android e a IOS, com um design focado na facilidade de utilização”, refere Julian Martinez, explicando que “o interface faz com que seja possível pesquisar, contactar e publicar de uma forma rápida e intuitiva”.

Contando com mais de 1.000 categorias, entre carros, oportunidades de emprego, casas e compra-venda, a equipa do Selio.com desenvolveu sistemas de inteligência artificial para a categorização automática, com o objetivo de “permitir ao utilizador a publicação mais rápida”.

Além disso, o Selio “personaliza a lista de anúncios para que cada utilizador possa aceder ao que mais lhe interessa de uma forma mais simples”, sendo os anúncios “validados automaticamente por diversos algoritmos” de forma a tornar o Sélio “numa plataforma segura para a utilização de várias gerações”.

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“EDP nunca considerou não construir Fridão sem ser ressarcida”

  • Lusa
  • 5 Junho 2019

O presidente executivo da EDP, António Mexia, disse que a empresa "nunca considerou" abandonar o projeto do Fridão "sem ser ressarcida" pelo valor pago em 2008.

O presidente executivo da EDP, António Mexia, afirmou que a empresa “nunca considerou não construir” o aproveitamento hidroelétrico do Fridão, no rio Tâmega, sem ser ressarcida do valor pago em 2008, e disse que a elétrica ainda esta “disponível para assinar o contrato de concessão” com o Governo.

“A EDP sempre esteve disponível, e nunca considerou não construir sem ser ressarcida”, afirmou António Mexia na sua intervenção inicial no parlamento, onde está a ser ouvido sobre a barragem do Fridão na comissão de Ambiente, por requerimento do PSD.

O presidente da EDP disse que “desde a adjudicação provisória, em dezembro de 2008, e durante todo o processo, a EDP cumpriu integralmente as suas obrigações decorrentes do Contrato de Implementação”.

Quando, em 2016, o Governo decidiu proceder à reavaliação do Plano Nacional de Barragens, acordando com a EDP a suspensão da implementação do Fridão por três anos e a revogação do Contrato de Implementação do Alvito, “a EDP nunca mostrou abertura para não construir o Fridão sem ser ressarcida do investimento realizado”.

“A EDP disponibilizou-se para uma análise conjunta com o Estado com o objetivo de encontrar uma solução que se adequasse melhor com o contexto atual e os interesses em presença”, declarou. Em causa está um valor de cerca de 218 milhões de euros, pago pela EDP como contrapartida financeira pela exploração por 75 anos, que a elétrica considera que lhe tem de ser restituído, e o Governo entende que não há direito a qualquer devolução.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, contestou no Parlamento os argumentos da EDP sobre este empreendimento hidroelétrico e manteve que o Governo não pretende restituir as contrapartidas pagas pelo grupo por esta concessão.

(Notícia atualizada às 12h13 com mais informação)

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