Champalimaud: “Estamos nos CTT para ficar para sempre”

  • ECO
  • 27 Janeiro 2018

O maior acionista dos CTT ataca os partidos que querem a nacionalização e os sindicatos. Manuel Champalimaud diz que a política de dividendos tem de mudar, mas que está na empresa para ficar.

É o maior acionista dos CTT com 12,43% do capital. E está para ficar. A garantia é dada por Manuel Champalimaud, fundador da Gestmin, em entrevista do Expresso deste sábado [acesso pago] numa altura em que as ações da empresa estão em queda e existe incerteza quanto ao futuro dos dividendos. O acionista garante que o investimento é “estratégico”, mas admite que a empresa terá de mudar profundamente.

Neste momento, os CTT enfrentam um plano de reestruturação que não está a ser bem recebido pela população e pelos trabalhadores. Um caso que também já passou pela política com a esquerda a pedir a nacionalização dos correios. “Há aproveitamento político pernicioso, é caça ao voto”, ataca o empresário, criticando também os sindicatos pela “falta de qualidade”.

Para Manuel Champalimaud é claro que é preciso continuar a fazer mudanças: “Uma coisa é certa, os CTT, quer queiram quer não, ou se modificam e daqui a cinco anos estão totalmente diferentes ou desaparecem”, afirma, referindo que “os CTT têm de estar irreconhecíveis daqui a cinco anos“.

Há aproveitamento político pernicioso, é caça ao voto.

Manuel Champalimaud

Presidente do Grupo Gestmin

Champalimaud admite que houve “desagrado” com a administração “quando foram feitos num ano dois profit warnings (revisão em baixa das previsões dos lucros”, provas de falhas internas de controlo, de gestão e de conhecimento”. “Os acionistas estão descontentes com a evolução da cotação e com o profit warning, isso é inegável e indiscutível“, alerta. Porém, o fundador da Gestmin garante que “agora está tudo tranquilo e confortável”.

Qual é, então, o futuro dos CTT? “As encomendas e a área financeira“, resume, destacando a oportunidade do Banco CTT. Esse futuro será também marcado pelas novas exigências da Anacom. Manuel Champalimaud diz que o que o regulador quer “é uma fórmula impossível”. “O que vai acontecer se se chegar a implementar o que a Anacom quer é destruir valor, e as minhas ações descem”, admite. Para o empresário é claro que “se querem oferecer o serviço universal (naqueles moldes) vai ter de ser outra empresa a prestá-lo e o contribuinte a pagar”.

Também para o futuro, deixa um aviso aos restantes acionistas: “Não é desejável que os dividendos ultrapassem o lucro, 2016 foi um evento único não recorrente“. Champalimaud garante que a empresa não está endividada nem precisou de financiar-se para cumprir a promessa feitos aos acionista sobre os dividendos. Contudo, alerta que continuar com essa política não é “boa gestão”.

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Santa Casa pode dar 160 milhões, mas por 6% do Montepio

  • ECO
  • 27 Janeiro 2018

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa queria um desconto, mas há um hipótese em cima da mesa que encarece o preço a pagar pela entrada no capital do banco.

A Santa Casa poderá vir a pagar mais que o previsto para entrar no capital do Montepio. Inicialmente, o investimento deveria ser de 200 milhões de euros, o que corresponderia a 10% do capital do banco. Contudo, segundo o Expresso deste sábado [acesso pago], há agora outra possibilidade em cima da mesa: A SCML poderá vir a pagar 160 milhões de euros por 6% do capital, o que encarece o negócio.

No início do mês, quando esteve no Parlamento, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, falou da possibilidade de um “desconto” no preço das ações do Montepio. Disse ainda que a entrada no banco pode ser “faseada”. No entanto, o semanário revela que o negócio pode vir a ser mais caro face ao valor inicialmente falado.

Caso a avaliação inicial de 200 milhões de euros por 10% fosse correta — ainda decorre a auditoria do Haitong à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) –, o banco estaria avaliado em dois mil milhões de euros, um valor superior ao do BPI, por exemplo. Se a percentagem descesse para 6%, a SCML teria de pagar 120 milhões de euros.

Porém, o novo valor em cima da mesa de 160 milhões de euros por 6% do capital valoriza ainda mais o Montepio. Assim, a valorização total do banco seria superior a 2,6 mil milhões de euros. Fonte próxima do Montepio disse ao Expresso que “como este é um negócio essencialmente político, nunca se sabe em que termos e quando poderá acontecer”.

Na audição no Parlamento, o provedor da Santa Casa previa que o negócio deveria estar fechado até ao final deste mês, mas isso parece estar longe de acontecer. O Haitong está à espera das contas de 2017 do banco, o que só deverá ser entregue em março. Além disso, há duas semanas foi notícia que a Associação Mutualista — o único acionista do banco — terá recusado facultar informação aos analistas do Haitong para fazer uma análise mais completa da situação financeira.

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Rui Rio: “Porque é que a Google tem de ir para Lisboa?”

  • ECO
  • 27 Janeiro 2018

O presidente eleito do PSD reagiu à notícia de que a Google vai instalar um centro de serviços em Portugal questionando o Governo sobre a localização dessa nova unidade.

Rui Rio, o novo presidente do PSD.Paula Nunes / ECO

Em Davos, António Costa anunciou: a Google vai instalar um novo centro de serviços para a Europa, Médio Oriente e África em Portugal. Onde? Em Oeiras, Lisboa. Ao Expresso deste sábado [acesso pago], o presidente eleito do PSD questiona: “Porque é que a Google em Portugal tem de ir parar a Lisboa?” Rui Rio acusa o Governo de falta de coerência.

O novo líder dos social-democratas tem uma questão para António Costa e Manuel Caldeira Cabral: “Não será uma oportunidade para dar coerência factual ao discurso da descentralização e da desconcentração numa matéria muito relevante, como seja a criação de emprego de qualidade em zonas mais deprimas?” O novo investimento da Google deverá criar 500 postos de trabalho.

Rio considera que “a perder oportunidades destas, continuamos a agravar as assimetrias regionais e sociais cada vez mais”. Falta saber se essa oportunidade de fixar o centro de serviços noutro lugar existiu, uma vez que não se conhece como decorreram as negociações entre a empresa e o Executivo.

Esta sexta-feira o ministro da Economia garantiu que “não negociou contrapartidas” para a instalação de um centro de serviços. Caldeira Cabral argumentou que a “questão-chave” foi o talento, a formação e os bons engenheiros do país.

Rui Rio tem sido um dos principais defensores do combate ao centralismo de Lisboa, apelando à desconcentração. Após a notícia da Google, foi revelado que a Amazon poderá instalar-se no Porto, tendo o executivo de Rui Moreira admitido contactos com a empresa.

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Constitucional analisa recurso que trava investidura de Puigdemont

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2018

O Tribunal Constitucional deve decidir se admite este recurso, o que implica, neste caso, a suspensão preventiva automática do acordo pronunciado no parlamento catalão.

O Tribunal Constitucional espanhol reúne-se este sábado, em sessão extraordinária, para analisar um recurso apresentado pelo Governo que visa suspender a designação de Carles Puigdemont como candidato à presidência do executivo catalão, informaram fontes judiciais.

A convocação desta sessão extraordinária do Tribunal Constitucional (TC) aconteceu depois de o Governo central de Madrid ter decidido apresentar um recurso naquela instância judicial para impugnar a decisão do presidente do parlamento da Catalunha de propor Puigdemont para a presidência do executivo catalão (também designado como Generalitat).

Puigdemont, atualmente na Bélgica, “não está em condições de se apresentar como candidato, […] uma pessoa que está a ser procurada pela polícia” não pode ser investida como presidente do governo catalão, disse na sexta-feira a vice-presidente do executivo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros.

O presidente do TC, Juan José González Rivas, convocou a sessão extraordinária para as 13:00 locais (12:00 horas em Lisboa). Nesta sessão extraordinária, o TC deve decidir se admite este recurso, o que implica, neste caso, a suspensão preventiva automática do acordo pronunciado no parlamento catalão.

O executivo de Madrid avançou com este recurso apesar do parecer desfavorável dado pelo Conselho de Estado espanhol, que em Espanha é o supremo órgão consultivo do executivo.

Num parecer datado de quinta-feira, o Conselho de Estado considerou que não há razões para impugnar neste momento a candidatura de Carles Puigdemont, quando ainda não se sabe se se vai apresentar em pessoa no parlamento regional para ser investido.

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Carlos Moedas leva ao Congresso do PSD moção sobre desigualdades sociais

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2018

Segundo Pedro Duarte, que assina a moção com Moedas, o texto tem “um pendor social-democrata moderno, claramente a puxar para a esquerda do PSD".

O ex-líder da JSD Pedro Duarte e o comissário europeu Carlos Moedas vão levar ao congresso do PSD uma proposta sobre as desigualdades sociais, que pretende ser “um contributo construtivo e não concorrencial” ao texto do presidente eleito, Rui Rio.

Intitulado “Combater a Desigualdade”, o texto trata do impacto da evolução tecnológica e da globalização na sociedade e no agravamento do fosso entre ricos e pobres, e desafia o PSD a lançar, ainda este ano, um ciclo de conferências sob o mote “Nova Social-Democracia para Novos Tempos”.

“Impõe-se um novo ‘contrato social’ que assegure sustentabilidade ao sistema e eficácia ao modelo. O debate deve questionar a justiça da atual progressividade fiscal, deve estudar formatos inovadores como o rendimento básico universal e deve equacionar novas políticas ativas de emprego, dando a flexibilidade que a nova economia exige, sem pôr em causa a segurança que legitimamente os cidadãos anseiam”, defendem os autores, na proposta a que a Lusa teve acesso.

Em declarações à Lusa, Pedro Duarte justificou a apresentação de uma proposta temática – algo que não fez no último Congresso – por defender, como disse após as eleições autárquicas, que o PSD precisava de “uma nova agenda política”. “No anterior congresso existia um líder em continuidade, entendi que deveria ser a direção em funções a empreender essa tarefa. Nesta altura, faz sentido que haja contributos”, explicou, frisando que a sua proposta e de Carlos Moedas é “um contributo construtivo e não concorrencial” à moção de estratégia global que Rui Rio irá apresentar.

De acordo com o antigo secretário de Estado da Juventude, o texto elaborado em conjunto com o comissário europeu para a Investigação, Inovação e Ciência tem “um pendor social-democrata moderno, claramente a puxar para a esquerda do PSD”. “Não queremos apresentar soluções fechadas nem impor nenhuma das nossas visões, mas faz sentido que a sociedade olhe para estas questões e o PSD pode liderar o debate”, defendeu Pedro Duarte, que foi deputado em várias legislaturas e dirigiu a campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.

A proposta temática conta já entre os subscritores com a assinatura de António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto e um dos colaboradores da moção de Rui Rio, do presidente da JSD Simão Ribeiro ou do presidente da Câmara Municipal de Famalicão Paulo Cunha. No texto, defende-se que “a nova agenda política do PSD deve priorizar a componente social e os novos desafios que lhe são inerentes”.

[Moção tem] um pendor social-democrata moderno, claramente a puxar para a esquerda do PSD.

Pedro Duarte

Ex-secretário de Estado da Juventude

“E deve fazê-lo com uma abordagem adaptada ao século XXI e não mais sustentada em conceitos e dogmas ideológicos que, tendo marcado o século passado, estão hoje indubitavelmente ultrapassados. Portugal precisa de um PSD revigorado com uma proposta política clara e inspiradora. Alicerçada nos valores de Sá Carneiro, mas mobilizadora de novas dinâmicas que respondam aos desafios atuais”, refere o texto.

Na moção, lembram-se os impactos negativos da evolução tecnológica e da globalização no agravamento das desigualdades, mas aponta-se que as mudanças que continuarão nos próximos anos podem representar uma oportunidade para “uma pequena economia aberta”, como a portuguesa.

“As características do nosso povo, com mente e espírito voltados para o mundo, com uma adaptabilidade invejável e com criatividade e ambição são um enorme ativo. E as características deste novo mundo, em que o fator espaço perde relevância, colocam-nos numa posição já não mais periférica”, refere a proposta.

Pedro Duarte e Carlos Moedas propõem ao PSD que lance, já este ano, um conjunto de conferências sobre esta temática, com dois objetivos: dinamizar a militância interna, “dando voz ao povo social-democrata na construção” do futuro programa político do partido e, por outro lado, abrir o partido a novos “talentos” que existem em centros de investigação, pequenas empresas, ‘startups’ ou universidades e politécnicos.

O PSD pode ser o veículo para interpelar estas personalidades para contribuírem civicamente para o futuro do seu país.

Carlos Moedas e Pedro Duarte

Moção para o Congresso do PSD

“O PSD pode ser o veículo para interpelar estas personalidades para contribuírem civicamente para o futuro do seu país”, defende o texto, que aponta como fim último da iniciativa ser “a base de uma proposta que possa beneficiar o futuro Programa Eleitoral do PSD”.

Os autores da proposta temática defendem, desde já, algumas orientações para “nortear o debate político que o PSD deverá liderar” no combate à desigualdade e que passa pelo ajustamento do modelo de ensino e formação ao século XXI, pela aposta na cultura como “pilar diferenciador de uma sociedade portuguesa moderna e justa”, pela prioridade à inovação como base do novo modelo económico e pela afirmação de um Estado Social “moderno e reajustado à realidade presente e futura”.

As propostas temáticas podem ser entregues até à próxima quarta-feira, tal como as propostas de alteração estatutárias. O 37.º Congresso do PSD realiza-se entre 16 e 18 de fevereiro no Centro de Congressos de Lisboa.

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Casou? Teve filhos? Saiba como atualizar os dados do agregado nas Finanças

Tem até dia 15 de fevereiro para atualizar o seu agregado familiar no Portal das Finanças. O ECO explica-lhe em que situações o deve fazer e os passos a dar.

Portal das Finanças.PAULA NUNES / ECO

Teve filhos em 2017? Os seus filhos deixaram de depender de si? O Fisco dá-lhe até dia 15 de fevereiro para atualizar o seu agregado familiar no Portal das Finanças. O alerta chegou esta terça-feira do Ministério das Finanças que passou a disponibilizar essa ferramenta dado que este ano o IRS terá de ser entregue online por todos os contribuintes.

Por que razão deve fazê-lo? Esta nova funcionalidade permite que haja uma maior “precisão” no processamento do IRS Automático e, espera-se, rapidez. As Finanças argumentam que “é fundamental que a AT conheça previamente a real situação pessoal e familiar dos contribuintes”. Além disso, caso não haja nenhuma atualização, o Fisco utilizará a informação da declaração de IRS de 2016, o que poderá comprometer o seu acesso ao IRS Automático.

A primeira coisa a fazer é reunir os dados necessários: os NIF e as respetivas palavras-passe de todo o seu agregado familiar. Esses dados são essenciais para fazer qualquer atualização dos seus dados. Depois deve aceder ao Portal das Finanças e clicar no primeiro quadro “comunicação do agregado familiar” no botão “aceder”.

Existem duas opções: consultar o agregado familiar ou comunicar o agregado. No primeiro pode ver qual é a situação atual. No segundo pode alterar a sua situação ou simplesmente confirmá-la. Nesta segunda página é-lhe apresentado o seu NIF, IBAN, nome completo, estado civil e os respetivos dependentes caso os tenha. Para começar a fazer modificações tem de ativar o “modo edição”.

Caso o seu agregado familiar não tenha alterado

Neste caso, pode ver a composição e, caso verifique que tudo bate certo, confirme os dados e será disponibilizado um comprovativo que deverá guardar no computador ou imprimir. Segundo o Fisco, caso não faça nenhuma atualização é automaticamente assumido que o seu agregado familiar continua igual ao do IRS do ano anterior.

“Caso os dados pré-preenchidos correspondam à sua situação em 31 de dezembro de 2017, isto é, não tenha havido alterações em relação a 2016 (…) pode também proceder à confirmação desses dados”, explicam as Finanças, assinalando que “também neste caso terá de autenticar todos os elementos do agregado familiar com as respetivas senhas pessoais de acesso ao portal”.

Se não houver mesmo nenhuma informação, o Fisco vai assumir que o contribuinte é não casado ou unido de facto e não tem dependentes.

Caso o seu agregado familiar se tenha alterado

  • Estado civil

O seu estado civil mudou? São várias as situações possíveis. Se se casou ou se passou a estar em união de facto, terá de fazer uma atualização: abra o modo de edição, altere o estado civil e adicione o seu cônjuge ou unido de facto. Depois terá de autenticar o outro pelo que necessitará dos dados (NIF e password).

Se passou a ser viúvo e “o seu cônjuge tiver falecido no ano a que respeita o imposto”, explica o Fisco, terá de adicionar o elemento do casal que faleceu. Será também necessário autenticar esse elemento o agregado familiar.

Caso deixe de ser casado ou de estar em união de facto também deverá mudar o seu estado civil para “divorciado”, “separado judicialmente” ou “desunido de facto”. “Cada um deve atualizar a sua situação pessoal, a composição do novo agregado familiar em que se integram, bem como atualizar outros elementos pessoais relevantes que tenham sofrido alterações”, esclarece o Fisco.

  • Dependentes

Se houver informação atualizada relacionado com os dependentes do seu agregado familiar, terá de abrir o modo de edição nessa área e alterar os dados com a nova informação.

Pode também adicionar ou remover dependentes. Por exemplo: caso um dependente atinja a idade de 26 anos, esse filho deixa de reunir as condições necessários para ser considerado dependente. Terá, então, de o retirar da sua lista de dependentes.

Além disso, se tiver mais um dependente deverá selecionar a opção “adicionar dependente”. Nesse caso tenha à mão as informações necessárias para completar o perfil, nomeadamente o NIF e a respetiva palavra-passe.

  • Dependente com guarda conjunta

A situação é mais complexa se tiver um dependente em guarda conjunta: nesse caso precisa de introduzir o NIF do outro sujeito passivo, qual o agregado que integra e o tipo de residência (se é alternada ou não).

Imagine que um casal constituído por um homem e uma mulher com um filho menor se divorcia ou separa em 2017. No acordo de regulação do exercício das responsabilidades parentais fica estabelecido que as mesmas são exercidas em conjunto. No entanto, o filho fica a residir com a mãe, ou seja, no agregado familiar da mulher.

Nesse caso, a mulher terá de alterar o seu estado civil, indicar o filho como dependente em guarda conjunta, assinalar o NIF do outro progenitor e indicar que o filho faz parte do seu agregado e que não foi fixada residência alternada. O homem terá de fazer o mesmo, mas referir que o filho não faz parte do seu agregado familiar.

Está quase…

Assim que estiver tudo concluído e a informação correta sobre o seu agregado familiar deverá prosseguir clicando no botão “seguinte” no topo do ecrã. O ecrã seguinte mostra a morada do declarante no ano a que respeita o imposto pelo que deverá atualizar a informação predial. Caso esta tenha mudado, clique no “modo edição” e identifique o tipo de habitação, a identificação matricial do imóvel e se confirme que a morada de habitação permanente corresponde à morada do agregado familiar.

Depois feche o modo de edição e, se não quiser alterar mais nada, clique em “submeter” no canto superior direito da página. Desta forma enviará os seus novos dados para a Autoridade Tributária. Clique em “obter comprovativo” e guarde esse documento que contém o detalhe da informação dado que é a prova perante o Fisco de que atualizou os seus dados antes do dia 15 de fevereiro, o prazo limite para o fazer. Até à mesma data terá de atualizar as suas faturas.

Além de permitir o acesso ao IRS Automático, esta atualização tem outras vantagens: “Os contribuintes que estejam dispensados de entrega da declaração de IRS e que pretendam obter isenções de taxas moderadoras do SNS ou beneficiar da tarifa social de fornecimento de energia elétrica e de outros benefícios sociais que exijam o prévio conhecimento da composição do agregado familiar para efeitos de IRS, deixam de ter de efetuar a entrega da declaração só para que a AT conheça o agregado familiar e possa efetuar os cálculos necessários à atribuição desses benefícios”. Esta comunicação poderá ainda facilitar o processo de atribuição de isenções de IMI.

O Ministério das Finanças espera que o IRS Automático chegue este ano a cerca de três milhões de agregados familiares, o que corresponde a 60% do total. Além de ser mais simples, este processo permite que o reembolso seja mais rápido. Caso tenha dúvidas, dado que este artigo não contempla todas as situações possíveis, lembre-se que pode ligar para a linha de apoio do Fisco: 217 206 707.

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Executive MBA, da Nova e Católica, passa a ter selo do MIT

  • ECO
  • 27 Janeiro 2018

Católica e Nova renovam parceria com o MIT e alargam a ligação a mais um dos seus mestrados para executivos. Executive MBA do The Lisbon MBA passa a integrar semana de formação intensiva nos EUA.

As duas escolas de negócios mais conceituadas do país acabam de renovar e alargar a sua parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Pela primeira vez, a ligação da Nova SBE e da Católica-Lisbon School of Business and Economics à universidade norte-americana passa a abranger não só o MBA Full Time International, como também o Executive MBA. Os alunos destes programas têm acesso a um período de formação intensiva, na Sloan School of Management, nos EUA — um mês, no caso do primeiro programa, e uma semana, no caso do segundo.

“Esta é uma parceria com a qual estamos muito contentes”, revelou ao ECO a diretora executiva do The Lisbon MBA Católica | Nova. Anabela Possidónio explicou que, ao longo da última década, esta tem sido uma ligação realmente importante e uma experiência muito positiva. “Queríamos alargar a todos os alunos”, justifica a representante o alargamento ao segundo programa.

Além de passar a integrar uma semana intensiva no MIT, o Executive MBA vai ver o seu programa alterado para responder “à vontade de internacionalizar o programa”, esclareceu Possidónio. Deste modo, o curso passa agora a seguir uma estrutura semelhante à do Executive MBA do próprio instituto americano, com aulas de três em três semanas, às sextas e aos sábados.

A nível curricular, a componente de liderança e a área de coaching foram reforçadas. “Trata-se de um modelo adaptado às exigências de profissionais de um perfil de aluno mais sénior, que procura uma maior flexibilidade e um modelo de ensino mais aplicado, sem prescindir do rigor académico”, explicam, em comunicado, as escolas portuguesas em causa.

Além disso, os alunos passam a receber três semanas de formação intensiva, durante os dois anos, acontecendo uma delas em Massachusetts — no caso do MBA Full Time International, a estada nos Estados Unidos alarga-se para um mês.

As inscrições para ambos os programas já estão abertas. No caso do Executive MBA, o custo ronda 30 mil euros e, no caso do MBA Full Time International, os alunos têm de pagar 38 mil euros.

No último ano, Executive MBA subiu 15 lugares nos rankings do Financial Times e passou a ocupar a 85ª posição a nível internacional e a 43ª a nível europeu. O programa recebe alunos de todas as regiões do país e do mundo, sendo 10% do seu corpo discente internacional, confirmou ao ECO a a Diretora Executiva do The Lisbon MBA Católica | Nova. No caso do curso a tempo inteiro, 50% dos estudantes são estrangeiros.

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Época de resultados leva Wall Street a bater recordes

A época de resultados continua a animar às bolsas norte-americanas. Dow Jones e Nasdaq bateram recordes, depois de empresas como a Intel terem apresentado bons resultados.

A Intel disparou para um máximo de 18 anos… e deu boleia às bolsas norte-americanas. O Nasdaq e o S&P 500 bateram recordes, numa semana marcada pelo otimismo dos investidores em torno da época de resultados. A descida do dólar também ajudou a impulsionar os ganhos.

Depois de ter apresentado resultados mais fortes do que o previsto pelos analistas, a Intel disparou 9,81% para 49,95 dólares, o valor mais elevado desde outubro de 2000. Esta valorização levou o Nasdaq a encerrar em alta de 1,28% para 7.505,77 pontos.

Os outros índices acompanharam a tendência positiva. O Dow Jones valorizou 0,83% para 26.612,92 pontos, enquanto o S&P 500 disparou 1,18% para 2.872,68 pontos.

“Os resultados estão a puxar pelos ganhos [das bolsas], num cenário de perspetivas otimistas para o crescimento económico [no dia em que se soube que o PIB dos EUA cresceu 2,6%]. Prevê-se ainda mais crescimento graças à reforma fiscal” de Trump, afirma Brent Schutte, responsável da Northwestern Mutual Wealth Management, à Reuters.

O foco dos investidores também esteve virado para Davos. Reiterando o mote dado por um membro da sua administração de que “América primeiro não é América sozinha”, Trump abriu as portas ao diálogo com os parceiros comerciais, principalmente os que faziam parte do Tratado Transpacífico. “Apoiamos o comércio livre, mas tem de ser justo e recíproco, porque comércio injusto prejudica toda a gente”, clarificou.

Antes deste discurso, o Presidente dos EUA afirmou à CNBC que o dólar deve valorizar ao longo da sua presidência. “O dólar vai ficar cada vez mais forte e eu quero ver um dólar forte”, disse Donald Trump. Ainda assim, a moeda norte-americana está a cair. O euro subia 0,14% para 1,2416 dólares.

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Presidente da República defende descentralização com base na “experiência autárquica”

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2018

O Presidente da República afirma que o país deve avançar com uma descentralização de competências para as autarquias locais. Marccelo não percebe como se é "político sem experiência autárquica".

O Presidente da República admitiu, em Viseu, não perceber como é possível “ser-se político nacional sem se ter experiência autárquica” e defendeu que o país deve avançar com a descentralização de competências para as autarquias locais.

“Essa experiência é fundamental. Nunca percebi, aliás, como era possível ser-se político nacional sem se ter experiência autárquica”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado, que falava na sessão de abertura do XVI Congresso da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), no pavilhão multiusos de Viseu, salientou desta forma a exigência por que passam os eleitos locais.

“Trata-se de debater temas sobre os quais não se tem a noção do que é o quotidiano, do que é 24 horas por dia ter apelos para a resolução de problemas concretos, específicos e complexos”, frisou.

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A tarde num minuto

  • Rita Frade
  • 26 Janeiro 2018

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

A Google e a Amazon continuaram em destaque durante esta tarde de sexta-feira. Dados divulgados pelo Banco Central Europeu revelaram também que, em dezembro, o crédito habitação superou os empréstimos que venceram naquele mês.

A Google é mais recente gigante a dizer que vai instalar um hub digital em território nacional, neste caso em Oeiras, mas não está sozinha. Conheça as multinacionais que elegeram Portugal como o melhor local para desenvolver a sua tecnologia ou instalar serviços e os argumentos.

A banca está a apostar em força no crédito habitação. Essa realidade é de tal ordem que, em dezembro, o novo crédito concedido com esse fim mais do que superou os empréstimos que venceram naquele mês. É algo que já não acontecia desde 2015.

O investimento empresarial deverá ter aumentado 5,5% em 2017. Em 2018, os empresários querem continuar a investir, mas preveem uma desaceleração para 3,7% num ano em que o próprio Governo estima um abrandamento da economia.

O presidente executivo da EDP, António Mexia, defendeu que a “inovação da eletrificação não pode esbarrar em nenhuma burocracia” e disse que no seu novo mandato quer continuar a “trazer o futuro para o presente”.

No Fórum Económico Mundial, Benoit Coeuré, membro do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE), garantiu que as moedas digitais estão na agenda internacional e deverão ser discutidas no encontro dos G20, que terá lugar na Argentina, em março.

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Economia portuguesa cresceu 2,7% em 2017, diz o ISEG

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2018

"No quarto trimestre a informação disponível aponta menos crescimento da procura interna, mas também para um contributo menos negativo da procura externa líquida", dizem os economistas.

A economia portuguesa deve ter crescido 2,7% no conjunto do ano passado, terminando o ano com uma ligeira aceleração no quarto trimestre face aos três meses anteriores, antecipa o Grupo de Análise Económica do ISEG.

Na síntese de conjuntura de janeiro, os economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido ligeiramente acima da projeção de 2,6% do Governo, embora o primeiro-ministro tenha admitido, em Davos (Suíça), que a economia subiu acima desta “previsão otimista”.

O Grupo de Análise Económica estima que a economia tenha acelerado no quarto trimestre, ao crescer 0,8% face ao trimestre anterior, depois de no terceiro trimestre a economia ter progredido 0,5% em cadeia.

No entanto, os economistas do ISEG afirmam que “não há uma indicação de uma recuperação do crescimento no último trimestre” do ano em termos homólogos, depois da desaceleração do crescimento do PIB de 3% no segundo trimestre para 2,5% no terceiro trimestre. “Mas também não se estima que o crescimento homólogo do PIB tenha desacelerado mais”, afirmam, prevendo assim que a economia tenha mantido o crescimento de 2,5% no quarto trimestre de 2017 face ao mesmo trimestre de 2016.

O ISEG recorda que a desaceleração do crescimento do PIB entre julho e setembro deveu-se sobretudo “ao contributo razoavelmente negativo da procura externa líquida (-0,9) num trimestre em que o crescimento da procura interna acelerou bastante (3,4%)”.

No quarto trimestre a informação parcial disponível aponta menos crescimento da procura interna, mas também para um contributo menos negativo da procura externa líquida (sobretudo devido a um crescimento homólogo da exportação de bens e serviços superior ao verificado no terceiro trimestre). Assim, afigura-se provável que a conjunção destes dois movimentos mantenha o crescimento global ao mesmo nível do trimestre anterior”, justifica-se na síntese de conjuntura.

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Eles têm dois amores. Conduzem Uber e Taxify ao mesmo tempo

Com a chegada da Taxify a Lisboa, muitos motoristas passaram a trabalhar para duas aplicações em simultâneo. Esta é história de quem procura mais receita com dois amores ao volante.

Uber não pode exclusividade aos motoristas, que estão a trabalhar em simultâneo com outras aplicações.

Carlos Ribeiro é proprietário de uma empresa parceira de três plataformas com operações em Lisboa: Uber, Taxify e… Chofer, embora diga que “a Chofer não tem expressão” na cidade. É um dos muitos motoristas e parceiros de aplicações de transporte privado que operam ao serviço de duas ou mais aplicações em simultâneo. As vantagens são menos tempo de espera, mais viagens e mais receita. No fundo, mais trabalho.

Estas aplicações são já bem conhecidas do público, até porque estão num autêntico braço de ferro com outro setor dos táxis. É um segmento a aguardar regulamentação por parte do Parlamento, uma matéria que se espera que seja fechada já em fevereiro. Mas enquanto o setor do táxi tenta travar a proliferação destas aplicações, acusando-as de concorrência desleal, existem já motoristas a trabalhar com várias aplicações em simultâneo, na expectativa de aumentarem rendimentos e captarem mais e melhores viagens. É um fenómeno que terá aumentado no início deste ano, com o surgimento da Taxify.

“O serviço para o cliente é praticamente o mesmo. Mas para os parceiros e motoristas, a Taxify é mais vantajosa, porque nos cobram menos comissão. Agora, em fase inicial, também dá um bónus aos motoristas que varia de semana para semana”, explica Carlos Ribeiro, em conversa com o ECO. Mas nem tudo são vantagens.

Desafiado a apontar um ponto forte e um ponto fraco da Uber e da Taxify, Carlos Ribeiro tem a resposta na ponta da língua. “Neste momento, a principal desvantagem da Taxify é o contacto. Qualquer problema que tenhamos durante a viagem, reportamos e não temos qualquer feedback, refere. O ponto positivo “são os preços”. “São muito competitivos. O preço vai ser sempre mais económico do que o da Uber”, garante.

Do lado da Uber, para este motorista e parceiro, “o ponto positivo é que tem uma grande clientela”. Sobretudo turistas, que quando aterram no aeroporto, já têm a aplicação instalada. Tem também uma crítica a fazer à Uber, liderada em Portugal por Rui Bento: “O feefback do condutor não é válido para eles. Dão sempre aquelas respostas mecanizadas.” Carlos Ribeiro garante que, ainda assim, tem recebido “mais pedidos na Uber” e que esta se mantém a principal fonte de receita para a sua empresa. Deixa, por fim, um alerta: “Todas as semanas entram carros novos e acho que isso devia ser racionado. Porque, qualquer dia, o mercado fica saturado de oferta e sem procura.”

Certo é que muitos dos motoristas ao serviço da Taxify, importada da Estónia, estão a trabalhar para outra plataforma ao mesmo tempo. Algo que não era tão evidente quando só a Cabify concorria com a Uber: esta, mais voltada para o mercado empresarial, terá requisitos mais ambiciosos para as empresas parceiras com quem trabalha, exigindo exclusividade. Quando anunciou a chegada a Lisboa, a 11 de janeiro, o responsável em Portugal, David Ferreira da Silva, garantiu ter 600 motoristas inscritos, mais 2.000 outros pedidos de registo pendentes.

A principal desvantagem da Taxify é o contacto. Qualquer problema que tenhamos durante a viagem, reportamos e não temos qualquer feedback.

Carlos Ribeiro

Motorista e parceiro da Uber e da Taxify

“Quando se fala de plataformas, toda a gente pensa em Uber”

Tiago Pinheiro também é proprietário de uma empresa com vários automóveis a operar para a Uber e para a Taxify. Diz que a principal diferença é a forma de contabilizar o preço final da viagem: a Uber cobra ao minuto, a Taxify cobra ao minuto e ao quilómetro. “Outra diferença são as tarifas dinâmicas”, nota. Isto é, aquele algoritmo que aumenta os preços quando há muita gente a viajar e poucos carros para dar resposta.

Os vários motoristas que trabalham para a empresa de Tiago Pinheiro têm dado primazia à Taxify como forma de aumentarem os rendimentos. “Obviamente que, fazendo uma gestão correta, temos de potenciar ao máximo à Taxify, até por causa dos bónus. Neste momento, acredito que quem tem Taxify, entre duas viagens iguais, vai optar mais por aceitar a da Taxify do que a da Uber se entrarem as duas ao mesmo tempo.Enquanto a Taxify cobra 15% de comissão aos motoristas, a Uber cobra 25%, que é um valor mais em linha com a média do mercado.

Mas a Uber tem maior clientela, reconhece Tiago Pinheiro. É “mais conhecida no mercado”: “Quando se fala de plataformas, toda a gente pensa em Uber”, atira. E acredita que, quando acabar a promoção de 50% de desconto da Taxify no final deste mês, a Uber “vai continuar com o seu mercado” — “nesta fase, só não anda de Taxify quem não estiver informado dos 50%”, garante. O facto de esta última ser menos conhecida é, para o parceiro, a principal desvantagem.

Ao longo das últimas semanas, conversas que o ECO manteve com motoristas de diferentes plataformas em Lisboa apontam para uma boa integração da Taxify no mercado lisboeta. Um motorista da Taxify e da Uber comentou que já recebe mais pedidos pela Taxify e acredita que os preços mais baixos vão obrigar a empresa norte-americana a dar mais incentivos aos motoristas. Outro motorista, que opera apenas ao serviço da Uber, disse já ter tentado marcar uma reunião com os responsáveis da Taxify para conhecer melhor as condições dadas aos motoristas, acrescentando que ficará com “a que pagar melhor”. Um outro motorista da Uber disse acreditar também que o mercado voltará a ficar equilibrado quando terminarem as promoções da Taxify.

As aplicações de transporte privado, um fenómeno que arrancou em Portugal com a vinda da Uber em dezembro 2014, vieram romper com alguns dogmas em várias áreas da mobilidade. Por norma, estas plataformas argumentam que podem ajudar a melhorar a vida nas cidades, embora não se conheça ao certo o impacto real que têm na mobilidade urbana.

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