Sporting oficializa venda de Bas Dost por 7 milhões

Sporting confirma venda do holandês ao Eintracht Frankfurt por sete milhões de euros, mais meio milhão por objetivos. Leões ficam ainda com 15% de uma futura venda de Bas Dost.

O Sporting oficializou esta segunda-feira a transferência do avançado holandês Bas Dost para os alemães do Eintracht Frankfurt, num negócio que vai render sete milhões de euros aos cofres dos leões.

A SAD leonina confirmou a venda do ponta-de-lança holandês em comunicado enviado ao mercado ao início da tarde, adiantando que o clube alemão poderá pagar mais meio milhão de euros pela compra de Bas Dost em função do cumprimento de determinados objetivos.

Adicionalmente, esclarece o clube de Alvalade, a SAD sportinguista fica “com o direito a receber o montante correspondente a 15% de uma futura venda” do passe de Bas Dost pelo Eintracht Frankfurt a outro clube.

Com isto, termina a novela em torno do avançado holandês, que motivou uma troca de acusações entre clube e empresário do jogador na semana passada.

O Sporting lidera a Liga Nos com 7 pontos ao fim de três jornadas, depois da vitória sobre o Portimonense por 3-1 este domingo.

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Governo promete para 5 de setembro verba para evitar suspensão da venda de passes de estudantes

Apesar do promessa de compensar empresas mensalmente, Estado acumula oito meses de dívidas. Governo diz que não está em causa o programa PART e que verba será aprovada a 5 de setembro.

As empresas de transporte público decidiram suspender a venda dos títulos 4_18, sub23 e Social + para o mês de setembro com efeitos imediatos, depois de o Governo ter deixado acumular mais de 7 milhões de euros de dívidas para com estas transportadoras. O ministério do Ambiente e Transição Energética, que tutela o setor, já veio dizer que a verba para pagar às empresas será aprovada a 5 de setembro.

A informação da decisão de suspender a venda de passes foi avançada por Luís Cabaço Martins, presidente da Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Pesados de Passageiros (Antrop), à TSF, e confirmada pelo ECO. “As vendas destes títulos para setembro estão já suspensas”, apontou Cabaço Martins, em declarações ao ECO, salientando que o Executivo ainda não saldou a sua dívida com as empresas aproveitando-se de obstáculos burocráticos.

“É preciso uma Resolução de Conselho de Ministros (RCM) que autorize o pagamento, as verbas já existem, estão previstas no Orçamento do Estado, o processo está todo normalizado mas o Ministério das Finanças não paga enquanto não surgir a RCM que autorize o pagamento”, detalha Cabaço Martins.

Os passes 4_18, sub23 e Social+ são vendidos com um desconto de 25% face ao preço de venda ao público dos passes e visam apoiar os jovens em idade escolar e as famílias com menores rendimentos. Segundo o presidente da Antrop, o passe sub23 tem muita procura nas principais áreas metropolitanas do país e o 4_18 é essencialmente mais procurado nas restantes zonas.

Apesar do problema com os pagamentos devidos às empresas por estes títulos específicos com descontos, o oposto verifica-se ao nível do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), cujos pagamentos têm sido saldados mensalmente, disse Cabaço Martins.

Questionado pelo ECO, o ministério do Ambiente e da Transição Energética afirmou que a “resolução do Conselho de Ministros que permite o pagamento das verbas reclamadas pela ANTROP está agendada para o Conselho de Ministros de 5 de setembro“. Clarificou ainda que o adiamento do agendamento foi causada pela “necessidade de reconfirmar as verbas em causa”.

O ministério liderado por João Pedro Matos Fernandes sublinhou que “estas verbas nada têm a ver com o Programa de Apoio à Redução Tarifária, cujo pagamento tem sido disponibilizado antecipadamente”. Acrescentou que, no último Conselho de Ministros, já foi aprovado o pagamento dos passes intermodais de Lisboa e que a ANTROP foi informada do calendário para o pagamento.

(Notícia atualizada às 13h30)

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Elogios do FT? “O jornalista está longe de Portugal e não tem conhecimento do nosso quotidiano”, diz Rui Rio

Presidente do PSD diz que quem escreveu o artigo do FT, onde se elogia o bom desempenho de Portugal, "está longe" do país e "não tem conhecimento do quotidiano".

O presidente do PSD, Rui Rio, rejeita o tom elogioso do Financial Times em relação a Portugal, dizendo que é a opinião que quem não conhece a realidade portuguesa e adiantando que o jornal britânico teria outra opinião se soubesse que o défice externo, mais importante do que o défice orçamental, está a aumentar novamente.

“É a opinião de alguém que até está longe. É a opinião desse jornalista, está longe da Europa e particularmente está longe de Portugal e não tem conhecimento do que é o quotidiano aqui“, começou por dizer Rui Rio em declarações transmitidas, esta segunda-feira, pela RTP 3, depois de questionado sobre o editorial publicado este domingo pelo FT (acesso pago, conteúdo em inglês) com o título “Perspetivas brilhantes para Portugal oferecem à Europa alguma esperança”.

O jornalista do FT, prosseguiu Rui Rio, “vê os números e diz: ‘Olha, o défice baixou’. Fica contente, acha que o défice baixou. A taxa de desemprego também baixou, mas é preciso ir ver essas coisas. A taxa de desemprego baixou, é verdade. Pois, então, se a economia internacional cresce, se a economia portuguesa quando este governo tomou conta da governação estava razoavelmente estabilizada por força do período negro que tivemos da troika e que não foi da responsabilidade do PSD, mas também foi da responsabilidade do PS, naturalmente que esses indicadores acabam por melhorar”, declarou o dirigente social-democrata.

“Agora, que emprego é que nós criamos? Críamos emprego relativamente precário e fundamentalmente emprego de baixos salários”, acrescentou de seguida.

Rio explicou depois que para se ter melhores empregos com salários mais elevados “é preciso modificar completamente o modelo de crescimento da economia portuguesa”, o qual “tem de assentar em exportações e tem de assentar em investimento”.

"É a opinião de alguém que até está longe. É a opinião desse jornalista, está longe da Europa e particularmente está longe de Portugal e não tem conhecimento do que é o quotidiano aqui.”

Rui Rio

Presidente do PSD

Não isto é o que está a acontecer, na opinião do presidente do PSD. “Estamos num patamar em que é o consumo que já está a puxar pelo crescimento da economia. O que é que isto dá? Dá um défice na balança de pagamentos. O défice externo português já aumentou outra vez. Tinha sido eliminado, estávamos com excedente e agora o défice aumentou. Isto quer dizer que o endividamento de Portugal face ao exterior está a aumentar. Esse endividamento externo de Portugal face ao exterior foi aquilo que há uns anos determinou a falência”, disse.

Esse desequilíbrio é tão ou mais importante, no sentido negativo, do que o equilíbrio do orçamento do Estado português”, notou Rui Rio.

Para Rio, “o défice mais grave que temos é o défice externo, é esse que temos de eliminar”. “Já foi eliminado, mas está a aumentar outra vez. Se quiser dizer estas coisas ao homem ou mulher do Financial Times talvez mudem de opinião”, declarou o líder do PSD.

Num editorial publicado este domingo, o FT referiu que de bom se passa em Portugal é um mix de “escolhas políticas acertadas” e “uma boa dose de sorte” e que António Costa “tem razões para estar mais otimista do que muitos outros líderes europeus”.

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Milionário dos seguros suspeito de contrabando de diamantes

  • ECO Seguros
  • 26 Agosto 2019

Arron Banks, magnata dos seguros, mantém-se controverso: após o seu apoio generoso ao Brexit, está agora a ser investigado por alegadamente traficar diamantes.

Afirmar que o magnata do setor segurador Arron Banks é um empresário controverso será porventura um eufemismo. Famoso pelas suas generosas contribuições para o mundo da política, é conhecido como um dos “Bad Boys of Brexit” (um dos “maus rapazes” do Brexit), tendo surgido agora acusações de que faz contrabando de diamantes.

O jornal Sunday Times disse que as autoridades policiais britânicas (“National Crime Agency – NCA), cuja atuação não é estranha a Arron Banks (iniciaram, em 2018, uma investigação sobre as origens do dinheiro que o empresário afetou à campanha pelo “não” à continuação do Reino Unido na União Europeia) estão atualmente a avaliar as afirmações feitas por Chris Kimber ex-parceiro de Banks, sobre a possibilidade de gemas ilegais originárias do Zimbabwe e de outras locais terem sido colocadas no mercado como sendo provenientes das minas sul-africanas de Arron Banks.

De acordo com o jornal britânico, as autoridades (NCA) estão a analisar um depoimento de Kimber e vários documentos comprometedores. Estes incluem uma suposta cópia de um e-mail sobre tráfico de diamantes ilegais, alegadamente enviado por Banks em 2014.

Banks nega as acusações e diz que o antigo parceiro de negócios tem uma ‘pedra no sapato’. O milionário classificou-as como absurdas, afirmando que ele nem enviou o e-mail nem fez sair ilegalmente diamantes de África.

Banks começou a sua fortuna em Inglaterra através de seguradoras automóveis sendo atualmente parte interessada na Southern Rock Insurance e na Eldon Insurance.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Em entrevista ao ECO, a líder do Bloco revela como financia o aumento do investimento público e revela que o programa que leva às legislativas não cumpre o Tratado Orçamental.

A guerra comercial entre os EUA e a China tem novos contornos. Esta segunda-feira, Donald Trump disse que recebeu duas chamadas “muito produtivas” a pedir para que sejam retomadas as negociações.

Ao contrário da leitura da Antram, motoristas só vão cumprir as 40h definidas como horário normal no CCT e não as 48 horas admitidas como máximo. Serviços mínimos sim, mas com proporcionalidade.

A Comissão Europeia está a preparar uma proposta para alterar as regras para os Orçamentos dos países da Zona Euro, que pode incluir mudanças na meta da dívida.

Depois das férias, regressar ao trabalho pode trazer alguma ansiedade e preocupação. Especialistas em gestão de pessoas e em neuropsicologia dão algumas dicas para voltar à rotina com tranquilidade.

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Amazónia: Bruxelas adverte para risco de não ratificação do acordo UE-Mercosul

  • Lusa
  • 26 Agosto 2019

Bruxelas diz que este acordo é “uma forma de ancorar o Brasil ao Acordo de Paris” e alerta que é "difícil imaginar" a sua ratificação caso o governo brasileiro não tome uma posição sobre a Amazónia.

A Comissão Europeia lembrou esta segunda-feira que o acordo comercial UE-Mercosul contempla diversos compromissos de ordem ambiental e que é “difícil imaginar” a sua ratificação por todos os países europeus “caso o Governo brasileiro permita a destruição da Amazónia”.

Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, a porta-voz Mina Andreeva apontou que o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul é também “uma forma de ancorar o Brasil ao Acordo de Paris” sobre o clima, e determina que as partes não enfraquecerão a legislação ambiental.

A UE irá “monitorizar” de perto se esse é o caso, adiantou a porta-voz, sobretudo face aos incêndios em curso na Amazónia, que muitos atribuem à desflorestação ilegal e à passividade do Governo brasileiro liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro.

“Não são apenas palavras, existem enquanto obrigações no papel, e, uma vez que o acordo comercial entre em vigor, esperamos que o Brasil honre os seus compromissos, e monitorizaremos a situação muito de perto. Claro que é difícil imaginar um processo de ratificação harmonioso pelos países da UE caso o Governo brasileiro permita a destruição da Amazónia”, alertou.

Alguns países da União Europeia, casos de França, Irlanda e Luxemburgo, já ameaçaram bloquear o processo de ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul se o Brasil não começar a cumprir as suas obrigações climáticas de proteção da Amazónia.

Outros Estados-membros, como Portugal e Espanha, manifestaram-se contra o bloqueio do acordo comercial entre UE e Mercosul, argumentando que não se deve “confundir” o “drama” que se vive na maior floresta tropical do mundo com um acordo que levou duas décadas a ser negociado e que abrange um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial.

A mesma porta-voz destacou, ainda assim, a disponibilidade já manifestada pela União Europeia para ajudar, apontando que já foi, de resto, ativado o serviço europeu de emergência por satélite, para ajudar as autoridades do Brasil, mas também do Peru, Bolívia e Paraguai, a seguir em tempo real a evolução dos incêndios em curso na Amazónia.

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Crescimento na OCDE abranda para 0,5% no segundo trimestre

  • Lusa
  • 26 Agosto 2019

A OCDE constatou uma desaceleração mundial, alastrada pelas quedas do PIB na Alemanha e no Reino Unido. Os Estados Unidos registaram o maior crescimento homólogo, de 2,3%,

O crescimento económico no conjunto dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) abrandou para 0,5% no segundo trimestre, depois de crescer 0,6% nos primeiros três meses do ano, foi esta segunda-feira anunciado.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos países da OCDE cresceu 0,5% entre abril e junho, anunciou a entidade.

Entre as sete maiores economias da OCDE, “o crescimento do PIB desacelerou acentuadamente” no Reino Unido, que registou uma contração de 0,2% face ao crescimento de 0,5% entre janeiro e março, e na Alemanha, que recuou 0,1% em comparação com a expansão de 0,4% no trimestre anterior, indicou a Organização.

O PIB também desacelerou, “mas mais moderadamente”, nos Estados Unidos, avançando 0,5% face aos 0,8% registados no trimestre anterior, e no Japão, para 0,4% depois dos 0,7% nos três meses anteriores.

A OCDE indica que o crescimento também desacelerou “marginalmente” na economia francesa, que abrandou para 0,2% no segundo trimestre, face aos 0,3% no trimestre anterior, e na economia italiana, que registou um crescimento nulo (0%) depois da expansão de 0,1% entre janeiro e março.

A OCDE indica ainda que o crescimento do PIB também abrandou na União Europeia e na zona euro para 0,2% em ambos os casos, no segundo trimestre, em comparação com os avanços de 0,5% e 0,4%, respetivamente, no trimestre anterior.

Em termos homólogos, ou seja, na comparação com o segundo trimestre de 2018, o crescimento económico no conjunto dos países da OCDE “abrandou marginalmente para 1,6%”, no segundo trimestre, em comparação com a expansão de 1,7% nos primeiros três meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.

Entre as sete principais economias do grupo, os Estados Unidos registaram o maior crescimento homólogo, de 2,3%, enquanto Itália registou o menor, de 0%.

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BE pede a Centeno que assine autorizações que tem na secretária para o SNS

  • Lusa
  • 26 Agosto 2019

Catarina Martins instou o ministro da Finanças a "assinar as autorizações de despesa que tem na secretária" para que se invista no SNS.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, pediu ao ministro das Finanças para assinar “as autorizações de despesa que tem na secretária para o Serviço Nacional de Saúde”, porque o dinheiro, previsto no orçamento, “está a ser necessário como nunca”.

“Mário Centeno tem de assinar as autorizações de despesa que tem na secretária e que são investimento preciso no Serviço Nacional de Saúde (SNS). O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) precisa de ambulâncias e de 300 profissionais. Há hospitais que aguardam pela assinatura do ministro para terem os profissionais e os meios necessários. Não se compreende que continuem a esperar: está nos orçamentos o investimento necessário e não há cativações”, afirmou esta segunda-feira Catarina Martins aos jornalistas, à margem de uma visita à feira semanal de Espinho, distrito de Aveiro.

Questionada sobre os elogios do jornal britânico Financial Times à recusa da austeridade por parte do primeiro-ministro António Costa, Catarina Martins destacou que a reposição de salários e pensões “foi possível” devido à “participação de vários partidos que fazem uma maioria no parlamento”, destacando que “esse caminho não chega”, sendo agora necessário o investimento nos serviços públicos, em particular no SNS.

“O BE orgulha-se de ter contribuído para um caminho de reposição de salários, pensões e criação de emprego. Todos nos lembramos que, em 2015, o PS queria congelar as pensões e não se comprometia com nenhum aumento do salário mínimo nacional. Portanto, houve um caminho que foi possível porque houve participação de vários partidos que fazem uma maioria no parlamento [BE e PCP]”, respondeu Catarina Martins, quando os jornalistas lhe perguntaram sobre qual a quota-parte de responsabilidade do BE no trabalho elogiado pelo Financial Times ao primeiro-ministro socialista António Costa.

"O BE orgulha-se de ter contribuído para um caminho de reposição de salários, pensões e criação de emprego. Todos nos lembramos que, em 2015, o PS queria congelar as pensões e não se comprometia com nenhum aumento do salário mínimo nacional. Portanto, houve um caminho que foi possível porque houve participação de vários partidos que fazem uma maioria no parlamento.”

Catarina Martins

Coordenadora do Bloco de Esquerda

A coordenadora bloquista notou ser preciso “reconhecer que esse caminho ainda não chega”, compreender as suas “fragilidades” e “ter a responsabilidade de investir onde é mais necessário”.

Neste momento, quem precisa mesmo desse olhar atento e determinado é o SNS”, frisou. “O ministro das Finanças tem de autorizar a despesa para servir da melhor maneira possível a população portuguesa”, acrescentou depois.

Catarina Martins fez questão de deixar a Mário Centeno um “apelo muito claro” para assinar “as autorizações de despesa que tem na secretária para o SNS”. “Está a ser necessário como nunca para o SNS. O SNS não pode continuar à espera”, alertou.

A coordenadora do BE destacou que “atrasar a despesa não poupa dinheiro ao país, pelo contrário”. Para Catarina Martins, atrasar despesa “fica mais caro ao país”.

“As pessoas não tem os cuidados na altura em que precisam e, quando o SNS não responde porque não tem os meios de que precisa, cria listas de espera e isso leva o Estado a fazer cheques cirurgia ou cheques consulta para o privado”, disse.

Ainda sobre o artigo do Financial Times, a coordenadora do BE considera que o país provou, com a maioria parlamentar saída das eleições de 2015, “que recuperar rendimentos faz bem à economia”.

“O que Portugal fez de diferente na Europa nos últimos anos foi ter uma maioria parlamentar que recuperou salários e pensões”, destacou.

"O que Portugal fez de diferente na Europa nos últimos anos foi ter uma maioria parlamentar que recuperou salários e pensões.”

Catarina Martins

Coordenador do Bloco de Esquerda

“Talvez não [tenha recuperado] tanto como país precisa, mas há uma diferença entre corte e reposição, e estes quatro anos foram de reposição. Isso faz diferença. Isso está a ser reconhecido e é importante”, observou.

Observando que, “durante muito tempo, se criou a ideia de que os países perderiam se protegessem quem trabalha”, Catarina Martins afirmou que em Portugal se provou que “um país é tão mais forte quanto melhor trata de quem nele trabalha”.

“Chamo a atenção para outro passo que é preciso dar e que noutros países se discute para prevenir futuras crises: investimento público que torne o nosso país mais forte”, disse.

“Precisamos agora de cuidar dos serviços públicos essenciais”, vincou.

(Notícia atualizada às 12h27)

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Regresso ao trabalho? Saiba como evitar a depressão pós-férias

Depois das férias, regressar ao trabalho pode trazer alguma ansiedade e preocupação. Especialistas em gestão de pessoas e em neuropsicologia dão algumas dicas para voltar à rotina com tranquilidade.

Depois de um longo período de descanso e sem responsabilidades, o regresso à rotina de trabalho pode ser angustiante. No limite, pode conduzir à designada “depressão pós-férias”. A fadiga, o sono alterado, a falta de motivação e irritabilidade são alguns dos sintomas. Para combater esta sensação, o ideal é saber antecipar e fazer uma transição calma.

Para Joana Santos, People & Culture Manager da Hays Portugal, “é importante destacar que a maioria das pessoas sentirá algum grau de tristeza quando volta para o trabalho depois de umas férias incríveis. No entanto, se forem questões mais profundas do que simples saudades das férias, identifique a raiz do problema e crie um plano de ação“. A especialista da empresa de recrutamento dá algumas dicas.

  • Mantenha um pensamento mais positivo

“Mudar para um pensamento mais positivo não acontece da noite para o dia, mas a prática de otimismo nos dias que antecedem o regresso ao trabalho pode ajudar. Em vez de se concentrar nos aspetos negativos pense nos positivos, como por exemplo, aquele projeto interessante em que irá trabalhar ou até mesmo o facto de rever alguns colegas de trabalho. Existem também podcasts e apps que podem ajudá-lo a conseguir um mindset mais positivo”, refere Joana Santos.

  • Promova a variedade e a espontaneidade

“A perspetiva de voltar à mesma rotina depois de umas boas férias pode significar, compreensivelmente, que regressar não é exatamente agradável. Assim, em vez de pensar na rotina do seu dia-a-dia, pense em novas formas de inovar por exemplo começar a passear durante a hora do almoço, ou ir a uma aula de curta duração a um ginásio próximo do seu local de trabalho”, diz a People & Culture Manager da Hays Portugal.

"Criar um espaço de trabalho mais organizado e mais pessoal pode melhorar o seu humor. Tente acrescentar toques simples, como uma fotografia ou uma planta na sua secretária”

Joana Santos

People & Culture Manager da Hays Portugal

  • Aceite a quantidade de emails por ler

“Antes de voltar ao trabalho, é importante aceitar que terá muitos emails por ler e analisar. No entanto, é possível reduzir a pressão imediata definindo no seu “out of office” quando voltará ao escritório. Outra dica é manter o seu primeiro dia de regresso o mais livre possível. Evite programar muitas reuniões e chamadas e, em vez disso, programe trabalhar apenas nas coisas mais simples e na caixa de entrada do email”, acrescenta Joana Santos.

  • Personalize o seu espaço de trabalho

Joana Santos fala da personalização do espaço de trabalho como uma vantagem na hora de combater os sintomas da depressão pós-férias. “Criar um espaço de trabalho mais organizado e mais pessoal pode melhorar o seu humor. Tente acrescentar toques simples, como uma fotografia ou uma planta na sua secretária.

  • Gira expectativas, preparando a ida e o regresso

Para Sónia Jesus, diretora de R&H da Claranet, é importante “preparar a ausência e gerir a expectativa no regresso.” Não marcar reuniões ou encontros importantes exatamente para o dia em que regressa ao trabalho poderá evitar algum stress no primeiro dia depois das férias. “O que eu digo sempre à equipa é, em primeiro lugar, preparar as férias e, nos dias do regresso, gerir as expectativas e começar a marcar coisas para dali a dois ou três dias”.

André M. Carvalho, neuropsicólogo no Hospital dos Lusíadas, acredita que não há um modelo ou uma teoria certa de como evitar a depressão pós-férias. “Tem de ser um negócio muito justo. Ir de férias e ir trabalhar tem de ser um contínuo, o meu conselho é que não seja uma clivagem. Tudo tem de ser planeado e negociado, mesmo que seja ir de férias”, começa por explicar o especialista.

"Temos de fazer uma distribuição responsável das férias e que seja consertada com aquilo que é o nosso desejo e a nossa forma de relaxar ”

André M. Carvalho

Neuropsicólogo do Hospital dos Lusíadas

É fundamental não ir de férias “como se fosse uma fuga do trabalho”, sublinha o neuropsicólogo André M. Carvalho, que acredita que quem se sente muito infeliz ou insatisfeito com a sua profissão está sempre no limiar do designado burnout, que se pode traduzir em irritabilidade fácil, intolerância, confronto e conflito no trabalho. O neuropsicólogo explica como regressar ao trabalho férias em equilíbrio.

  • Antecipe problemas e pense em planos B

Antes de irmos de férias, é importante não deixar problemas graves ou decisões difíceis exatamente para o período em que regressamos de férias. Não ter aquela sensação que vamos de férias a fugir do trabalho”. Para André M. Carvalho,é fundamental deixar o trabalho preparado para o regresso. “Para não regressarmos deprimidos das férias temos de saber antecipar e planear as férias, mas também saber antecipar e planear o trabalho para quando regressamos.”

  • Planeie as férias

Tratar do nosso tempo livre e do nosso lazer com a mesma responsabilidade e dedicação com que nos dedicamos ao trabalho. As férias têm de ser pensadas, e podemos ter férias de aventura, de descanso, ou podemos assumir que não vamos viajar e ficamos na nossa casa, mas temos de sentir que tivemos um plano de férias e que esse plano foi cumprido”, frisa. É também fundamental “que as férias não sejam um escape, sejam uma construção, para a pessoa possa sentir que teve as férias com que sonhou”.

  • Delegue

Temos de fazer uma distribuição responsável das férias e que seja concertada com aquilo que é o nosso desejo e a nossa forma de relaxar“, reforça o neuropsicólogo André M. Carvalho. Se for um amante de aventura e viagens, o ideal será concentrar o máximo de dias de férias. Pelo contrário, se gostar de fazer pequenas pausas, distribua as férias ao longo do ano.

"É um negócio. Temos de aceitar que temos de regressar de férias para depois mais tarde voltarmos a ir de férias”

André M. Carvalho

Neuropsicólogo do Hospital dos Lusíadas

  • Pense sobre o que quer

A insatisfação na profissão é uma das causas da “depressão pós-férias”, por isso o tempo de descanso pode ser uma boa altura para refletir sobre aquilo que o faz realmente feliz. “Durante as férias, termos um tempo no espaço em que nos dedicarmos a pensar se, de facto, o trabalho que temos e a forma como gerimos o nosso trabalho nos faz feliz”, lembra o neuropsicólogo.

  • Cuide da sua saúde mental

“Já que temos tempo livre, é importante não nos esquecermos de cuidar daquilo que é a nossa saúde mental. Além de dormir e comer melhor, dedicarmo-nos a alguma prática desportiva, fazer ioga ou meditação. Habituar novamente o corpo a relaxar”, refere o especialista. “Ir de férias requer uma adaptação do nosso organismo. É urgente habituar novamente o corpo a relaxar, para termos ferramentas para lidarmos com o stress, porque acima de tudo, quando mudamos de rotina, o que sentimos muito é o stress e a adaptação.”

Para o especialista em neuropsicologia, é cada vez mais importante ter tempo livre durante a semana de trabalho e não só durante o fim de semana, porque “tempo é dinheiro” e dá saúde.

Tire proveito da tecnologia…para relaxar

  • Tecnologia, a melhor amiga da organização

Para o ajudar a planear o regresso ao trabalho e à rotina, pode tirar proveito de apps como a Evernote e a Wunderlist, que o ajudam a criar listas de tarefas e ter sempre presentes as prioridades do dia ou da semana. [Se ainda não foi de férias, tome nota das dicas para preparar o seu out-of-office. Programe-o para estar em vigor até um dia após o seu regresso e consiga um dia extra para gerir a caixa do correio].

  • No regresso ao trabalho, encontre tudo o que precisa e automatize tarefas

Utiliza o sistema de ECM (Entreprise Content Management) para armazenar, gerir e encontrar facilmente conteúdo. Pode facilitar-lhe o regresso ao trabalho e aumentar a produtividade da equipa. A tecnologia pode ser uma verdadeira aliada dos trabalhos aborrecidos e repetitivos. As soluções de RPA (Robotic Process Automation), funcionam com um software que permite automatizar tarefas repetitivas e de baixo valor intelectual, dando-lhe a si mais tempo para regressar tranquilamente à rotina de trabalho.

  • Não atenda chamadas de trabalho

Não atenda chamadas de trabalho durante as férias. Pode optar por bloquear chamadas e mensagens de números que selecione como indesejados e números privados (anónimos), com a ajuda de apps como a Calls Blacklist.

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Rio quer gerir dívida como Costa, mas recupera proposta de mutualização com Eurobonds

Programa eleitoral do PSD para as legislativas promete reduzir dívida até menos de 100% do PIB em 2023. Reembolsar credores europeus, trocar títulos e alongar maturidades também estão nos planos.

Se chegar a primeiro-ministro, o social-democrata Rui Rio quer uma gestão da dívida pública cautelosa e de redução de custos, sem grandes diferenças da que está a ser implementada pelo Governo do socialista António Costa. Mas o programa eleitoral do PSD traz uma novidade: recupera a ideia de mutualização da dívida através de Eurobonds até 60%.

A proposta de partilha de risco entre os países da Zona Euro, através da emissão de títulos de dívida a nível europeu, não é nova. Foi amplamente discutida em 2012, durante a crise, e novamente em 2017, quando a Comissão Europeia propôs a criação de um Tesouro único para a Zona Euro, um Fundo Monetário Europeu e dívida europeia. Nas várias ocasiões, encalhou com a oposição da Alemanha.

Há dois anos, Joaquim Miranda Sarmento (porta-voz do PSD para as finanças e responsável pelo cenário macroeconómico no programa eleitoral, apesar de ter ficado de fora das listas às legislativas) defendia exatamente esta ideia. No artigo “Que caminhos para a Dívida Portuguesa?” dizia que o Estado devia, em coordenação com as autoridades europeias, procurar melhores condições para o financiamento, incluindo com Eurobonds.

No programa eleitoral para as legislativas de 6 de outubro, Rio propõe igualmente “a mutualização da dívida através de Eurobonds até 60%”. “De todas estas hipóteses, a adoção de Eurobonds — apesar das dificuldades políticas associadas ao inerente aprofundamento do projeto político europeu (desde logo, com a criação de um Tesouro europeu) — seria a solução que maiores vantagens poderia proporcionar a Portugal“, diz.

Esta é uma das principais propostas do PSD para a dívida pública, mas não a única. Rio fala da criação de uma linha cautelar junto do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) “superior à atual” de um ano, mas não especifica qual a maturidade.

Nas restantes medidas, há poucas diferenças face ao que está a ser implementado pelo Governo PS e que o partido quer continuar, caso vença as eleições. O PSD propõe que Portugal recompre obrigações do Tesouro (OT) que estão no Eurosistema pelo MEE, que foi um dos membros da troika e a quem o país tem uma dívida viva de 24,3 mil milhões de euros, a que paga um juro de 2,6%.

Em termos práticos, o que Rio quer é o reembolso antecipado, ao género do que foi feito com a dívida ao Fundo Monetário Internacional. O ministro das Finanças Mário Centeno já disse esperar “entre o final do terceiro trimestre e o princípio do quarto trimestre” ocorra o primeiro pagamento antecipado aos credores europeus (MEE e Fundo Europeu de Estabilização Financeira), “na ordem dos 2.000 milhões de euros”.

Dívida abaixo de 100% e reforço da almofada financeira

O programa eleitoral define como objetivos tanto a redução como a gestão prudente da dívida pública. “Portugal necessita de reduzir a sua dívida pública para valores abaixo dos 100% do PIB, para que um valor mais baixo de dívida e uma gestão mais prudente da mesma possam proteger o país de futuros choques externos e turbulência nos mercados financeiros”, refere.

Assumindo que a dívida vai fechar este ano em 117,9% do produto interno bruto (PIB), Rio compromete-se a continuar a redução para 114,8% e atingir os 98,6% no último ano da legislatura, em 2023. Também Costa quer a dívida a cair e vê o rácio abaixo de 100% em 2023.

A gestão da dívida pública a médio e longo prazo deve assentar num perfil de risco muito conservador, optando por uma gestão de portfólio de risco muito reduzido“, continua o programa do PSD. Quer assegurar o refinanciamento “atempado” da dívida pública, bem como reduzir o custo da dívida e aumentar da maturidade média da dívida. Para o partido, os reembolsos anuais ficariam limitados entre seis e oito mil milhões de euros.

Esta tem sido exatamente a estratégia implementada por Centeno e pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, liderada por Cristina Casalinho: aproveitar o período de juros em mínimos históricos para emitir dívida mais longa, trocar títulos mais caros no mercado e reembolsar antecipadamente dívida.

“Uma gestão da dívida assente nestes princípios de prudência permite enfrentar eventuais turbulências nos mercados financeiros e reforçar a capacidade de suportar choques externos”, diz. Acrescenta que esta “capacidade será ainda mais reforçada”, com uma almofada financeira que permita país estar pelo menos um ano sem recorrer financiamento em mercado. Ou seja, “em torno dos oito mil milhões de euros”.

Também neste momento Rio alinha com Costa já que Portugal tem atualmente uma almofada financeira até acima do esperado. No início de 2019, o Governo decidiu reforçar o nível de depósitos, temendo os efeitos negativos do abrandamento da economia. Em vez de 7,9 mil milhões de euros, o país fechou o ano passado com um pé-de-meia de 9,3 mil milhões de euros, a maior entre os países da União Europeia.

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Confiança empresarial alemã cai em agosto para mínimo desde novembro de 2012

  • ECO
  • 26 Agosto 2019

Depois de terem sido conhecidos sinais de que a economia alemã está em recessão, o Ifo disse esta segunda-feira que o índice de confiança empresarial no país caiu em agosto para 94,3 pontos.

O índice de confiança empresarial na Alemanha caiu em agosto para 94,3 pontos, o mínimo desde novembro de 2012, aumentando os sinais de uma recessão na maior economia da zona euro, divulgou esta segunda-feira o instituto alemão Ifo.

Este índice recuou dos 95,8 pontos revistos em julho para os 94,3 pontos divulgados nesta segunda-feira pelo instituto germânico Ifo, cujo presidente, Clemens Fuest, disse que “a preocupação (…) se tornou mais profunda”.

As empresas estão menos satisfeitas com a situação atual, enquanto aumenta o pessimismo em relação aos próximos seis meses.

No setor manufatureiro, a diminuição da confiança empresarial não dá sinais de travar e, quer a satisfação com a atual situação, como as expectativas, já estão em valores negativos.

“A última vez que as empresas industriais mostraram pessimismo foi no ano da crise de 2009. Não se vê um raio de luz em nenhuma das principais indústrias da Alemanha”, salientou Fuest.

Nos serviços, a confiança empresarial deteriorou-se significativamente devido à valorização menos favorável da situação atual e ao crescimento do ceticismo face ao futuro próximo.

No comércio, o índice de confiança empresarial caiu em terreno negativo, o que se deveu à grande distribuição.

Na construção, a confiança empresarial caiu ligeiramente, pois as empresas estão menos confiantes com a sua situação atual e não esperam grandes mudanças nos próximos meses, embora as condições empresariais sejam, todavia, “muito favoráveis”.

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Reviravolta na guerra comercial trava perdas nas bolsas, mas não afasta investidores do ouro

Os mercados reagiram negativamente ao escalar de tensões entre os Estados Unidos e a China, mas notícias de que os países iam voltar às negociações aliviaram as perdas.

Os últimos dias da semana passada e o fim de semana estiveram repletos de notícias que deram sinais contrários aos mercados. Os investidores parecem ainda estar a tentar digerir as várias declarações e, com os bancos centrais atirados para segundo plano, é a guerra comercial a centrar atenções.

Os mercados foram apanhados de surpresa na sexta-feira, com a China a decidir aplicar tarifas sobre bens norte-americanos no valor de 75 mil milhões de dólares. Os EUA responderam com um aumento das tarifas aplicadas sobre 250 mil milhões de bens importados da China e uma subida das novas taxas aduaneiras sobre 300 mil milhões de dólares de importações.

A reação foi negativa e tudo indicava que as ondas de choque se prolongassem esta semana até porque, durante o fim de semana, a reunião do G7 aqueceu ainda mais as tensões.

Questionado sobre a guerra comercial, o presidente Donald Trump admitiu que “pensou duas vezes”, levando os jornais a falarem de arrependimento. Mas a responsável pela comunicação da Casa Branca, Stephanie Grisham, apressou-se a clarificar: o que Trump queria dizer era que tinha pensado duas vezes se não deveria ter aplicado ainda mais tarifas.

“Melhor do que parece”

As praças asiáticas caíram e a moeda chinesa desvalorizou para mínimos de onze anos, face ao dólar. As bolsas europeias, incluindo a lisboeta, replicaram o sentimento e abriram em queda. Mas novas notícias de um volte-face animaram os investidores: o presidente dos EUA disse que recebeu duas chamadas de Pequim para retomar as negociações, o que deverá acontecer “em breve”. Mas Trump sublinhou que é a China ter maior interesse num acordo do que os EUA.

“O estado atual dos mercados é melhor do que parece”, explicam os analistas do Bankinter, numa nota de research. “Não achamos que as ocorrências de sexta-feira tenham grande relevância, mas foram um fator que impactou a performance dos mercados e que continuará a pesar nos próximos dias. Ainda assim, são menos graves do que parecem”.

Duas horas depois da abertura dos mercados na Europa, os futuros norte-americanos recuperaram de perdas e as praças europeias inverteram: o Stoxx 600, o alemão DAX e o francês CAC 40 avançam mais de 0,5%, enquanto o português PSI-20 ganha 0,44%. Mas o cenário não é exatamente pacífico já que se mantêm receios sobre os desenvolvimentos na guerra comercial, bem como em outras frentes.

Bolsa de Lisboa recupera em linha com a Europa

“As dúvidas sobre as ações dos bancos centrais e a desaceleração global unem-se a estes receios e podem continuar a provocar tomadas de mais-valias nos próximos dois ou três dias. Ainda assim prevemos uma recuperação. Já as obrigações continuam a valorizar”, diz o Bankinter.

Com a retoma nas ações, os juros das dívidas sobem ligeiramente, mas continuam em níveis muito próximos de mínimos históricos. As Bunds alemãs a dez anos têm um juro negativo de 0,67%. Em Portugal, a yield dos títulos benchmark situa-se em 0,173%, perto dos 0,144% que os investidores pedem a Espanha.

Bancos centrais em segundo plano

No entanto, o apetite por ativos mais arriscados não tirou o interesse por ativos refúgio. O ouro aprecia-se 0,24%, valendo já quase 1.530 dólares por onça e o iene japonês ganha 0,50%. A bitcoin — que tem valorizado com as tensões nos mercados — ganha 2,35% e está acima dos 10.000 dólares.

O apaziguar das tensões comerciais não parece chegar para os investidores se sentirem totalmente seguros a abandonar os ativos refúgio, especialmente numa altura em que a sombra de uma recessão à espreita é um dos principais fatores de stress.

A forma como os bancos centrais iam abordar a questão da recessão era uma das principais expectativas em relação ao simpósio em Jackson Hole, que também aconteceu no final da semana passada. No entanto, levantaram-se mais dúvidas do que as respostas que foram dadas.

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, reforçou a mensagem de que irá atuar caso seja preciso para dar suporte ao atual ciclo de expansão, mas que sobre as taxas de juro não tem nenhuma decisão tomada. Já Philip Lowe, governador do banco central da Austrália, afirmou que “os banqueiros centrais não podem salvar a economia sozinhos” e Mark Carney, governador do banco central de Inglaterra, alertou para o aumento do risco da “armadilha de liquidez”.

Esta reunião de banqueiros centrais acabou por ficar na sombra de um G7, no qual Trump aumentou a pressão comercial sobre a China e reduziu sobre o Japão”, sublinharam os analistas, acrescentando que acabou por ter um “impacto negativo sobre o mercado devido tanto à falta de novos conteúdos nas mensagens (sobretudo de Powell) como aos alertas sobre os riscos“.

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