FMI diz que é preciso poupar mais e pede incentivos fiscais

A entidade liderada por Christine Lagarde apela à criação de incentivos fiscais em Portugal com vista à promoção da poupança de empresas e famílias, com vista a garantir um "crescimento equilibrado".

O Fundo Monetário Internacional está preocupado com o baixo nível de poupança em Portugal. Considera que esta situação deve ser invertida devido aos riscos que acarreta para a economia, apelando assim à criação de incentivos fiscais com vista à promoção da poupança das empresas e famílias.

A recomendação surge no relatório da missão do artigo IV do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta sexta-feira. A promoção de uma poupança privada mais elevada é necessária para um crescimento equilibrado“, começa por avisar a entidade liderada por Christine Lagarde, lembrando que “as poupanças das empresas e (especialmente) das famílias estão abaixo das médias correspondentes da área do Euro”.

O FMI explica que obter taxas de investimento mais elevadas sem criar novos desequilíbrios externos é um desafio que só pode ser cumprido através de “taxas de poupança interna mais fortes”.

Neste sentido, apela à tomada de medidas por parte das autoridades nacionais que promovam a poupança por duas vias. Uma das recomendações da entidade liderada por Christine Lagarde passa pela criação por parte das autoridades da regulação necessária à promoção dos regimes complementares para as pensões, “como exigido pela legislação existente”.

Outra das vias de promoção da poupança passa, segundo o FMI, por “explorar opções, incluindo incentivos fiscais“, que permitam encorajar o uso de esquemas complementares de poupança e de poupança individual para a reforma.

O alerta do FMI surge numa altura em que a taxa de poupança das famílias portuguesas está em mínimos históricos. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, em 2018, os portugueses pouparam apenas 4,6 euros por cada 100 de rendimento disponível, o valor mais baixo desde pelo menos 1999.

Foi nesse ano que INE começou a calcular estes dados, sendo que nessa ocasião os portugueses poupavam mais de 11 euros por cada 100 euros de rendimento.

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Centeno convenceu Lagarde. Défice de 0,2% é “viável”, mas FMI quer mais 2.000 milhões de esforço orçamental

O Fundo acredita na meta do défice do Governo para este ano, mesmo prevendo um crescimento económico menor. Ainda assim recomenda um esforço adicional real de 1% do PIB nos próximos dois anos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou significativamente a projeção para o défice para este ano. Em abril, o FMI apontava para um défice de 0,6% do PIB este ano, que agora cortou para 0,2%. O objetivo de Mário Centeno é “viável”, diz a instituição liderada por Christine Lagarde, que deixa, porém, um caderno de encargos pesado para os próximos dois anos.

A mudança nas projeções para Portugal no espaço de um mês resultam do trabalho de campo feito pela missão do Fundo liderada por Alfredo Cuevas que esteve em Lisboa a preparar o relatório sobre Portugal ao abrigo do Artigo IV.

“Apesar da injeção no Novo Banco acima do previsto ao abrigo do mecanismo de capital contingente, a meta do défice de 0,2% parece viável”, diz o FMI, no comunicado de imprensa sobre o relatório para Portugal, divulgado esta sexta-feira.

Na base da revisão do Fundo está uma previsão mais atual de receitas com contribuições para a Segurança Social e com impostos acima do projetado. Além disso, o FMI baseia-se nas novas metas de investimento público, que no Programa de Estabilidade foram revistas em baixa.

No Programa de Estabilidade, conhecido em abril, o Governo cortou em 471 milhões de euros a despesa de investimento prevista para este ano. O Conselho das Finanças Públicas adiantou que o corte no investimento e a receita fiscal foram usados para acomodar a derrapagem provocada pelo Novo Banco.

Esta é uma boa notícia para Mário Centeno que nos últimos tempos tem sido confrontado com dúvidas quanto à meta do défice. O próprio FMI tinha piorado entre outubro passado e abril deste ano a meta do défice de 0,4% para 0,6%.

Para 2020, o FMI prevê a eliminação do défice orçamental. A nova previsão aponta para um saldo nulo e será atingida mesmo sem medidas novas de política, acredita o Fundo. Em abril, ainda apontava para um défice de 0,1%.

FMI avisa que consolidação não terminou

Apesar das boas notícias na frente orçamental, o Fundo recomenda ao Governo que considere “esforços orçamentais adicionais agora e nos próximos anos” para construir uma margem orçamental que permita baixar a dívida pública mais que o previsto.

“Este espaço orçamental também ajudaria o país a estar preparado para novas pressões na despesa relacionada com o envelhecimento da população e como proteção contra acontecimento adversos que não tenham sido antecipados”, diz o Fundo.

E deixa uma meta. “A missão do [FMI] recomenda um esforço adicional de um ponto percentual do PIB no saldo primário estrutural [que desconta os juros, o efeito do ciclo económico e as medidas one-off], tirando vantagem do ambiente ainda favorável, incluindo as condições da política monetária”.

Este esforço equivale a cerca de 2.000 milhões de euros no conjunto dos dois anos no saldo primário estrutural, aquele que mede a verdadeira consolidação estrutural, ao descontar todos os efeitos extra ou que os governos controlam menos.

A recomendação decorre da eventualidade de algo poder correr mal. “Na eventualidade de uma degradação na atividade económica, uma política orçamental neutra seria adequada enquanto o rácio da dívida pública continua numa trajetória de descida”, permitindo assim uma subida do défice global temporária em resultado de um crescimento menor.

Para a economia, o Fundo acredita que o PIB crescerá este ano 1,7%, contra a previsão de Mário Centeno de 1,9%, apontando para 1,5% em 2020. No médio prazo, o Fundo aposta num crescimento em 1,4%, o que implica uma convergência “muito lenta” com a Zona Euro, admite o FMI.

Os números resultam do acréscimo de volatilidade na economia mundial para o qual o Fundo tem alertado. Em abril, a diretora-geral do Fundo adiantou que 70% da economia mundial está em abrandamento.

Na frente económica, o Fundo mantém a previsão que fez em abril de um crescimento das exportações igual a 4,1% com as importações a subirem 5,2% este ano. A balança corrente deverá apresentar um défice de 0,3% do PIB, melhor do que no ano passado, quando fechou em 0,6% do PIB.

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FMI diz que lucros dos bancos ainda são baixos. E dá luz verde à reforma da supervisão

Fundo Monetário Internacional elogia progressos nos bancos portugueses: estão mais limpos, sólidos e rentáveis. Ainda assim, sublinha que caminho vai a meio e supervisores devem estar atentos.

Os bancos portugueses vão no bom caminho, mas ainda têm obstáculos pela frente, considera o Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois da crise, o sistema financeiro está agora mais limpo, sólido e rentável, mas o esforço ainda não foi suficiente. Os técnicos do Fundo defendem por isso que os supervisores se mantenham vigilantes em relação ao setor.

“A missão recomenda que os supervisores assegurem que os bancos continuam a seguir as metas de redução do NPL (non performing loans) e reforcem o governo, controlo interno e gestão de risco, e encorajem os bancos a acelerar os esforços para melhorar a eficiência operacional e a rentabilidade”, refere a equipa do Fundo liderada por Alfredo Cuevas que esteve em Lisboa a preparar o relatório sobre Portugal ao abrigo do artigo IV.

São várias as notas positivas que a missão dá aos bancos, mas exige mais progressos. Por exemplo: “O sistema bancário registou lucros positivos desde o início de 2017, mas estes mantêm-se baixos relativamente aos níveis pré-crise e abaixo do custo de capital”. No ano passado, tirando o Novo Banco, os maiores bancos nacionais registaram lucros de quase 1.800 milhões de euros, quase cinco milhões por dia.

O FMI também evidencia a melhoria “firme” da qualidade dos ativos, perante a redução do rácio do crédito malparado para 9,4% no final de 2018 e o rácio de provisionamento acima de 50%. Mas os bancos portugueses continuam a ficar mal no retrato europeu, frisa.

"A missão recomenda que os supervisores assegurem que os bancos continuam a seguir as metas de redução do NPL (non performing loans) e reforcem o governo, controlo interno e gestão de risco, e encorajem os bancos a acelerar os esforços para melhorar a eficiência operacional e a rentabilidade.”

FMI

Comunicado da missão sobre Portugal ao abrigo do Artigo IV

Reforma da supervisão financeira vai melhorar “sistema atual”

Ao mesmo tempo, os técnicos do FMI dão parecer favorável à reforma da supervisão financeira promovida pelo atual Governo, embora reconheçam que as dúvidas levantadas pelos supervisores são “legítimas”.

“Um dos principais objetivos da reforma da supervisão passa por assegurar a coordenação entre os três supervisores setoriais. A reforma tem aspetos que poderão melhorar atual sistema”, nota a organização. “Ainda assim, os três supervisores setoriais (Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) levantaram preocupações legítimas em relação à reforma de que merece atenção especial do Parlamento antes de ser aprovada”, refere o Fundo.

A reforma da supervisão foi lançada em 2017 por Mário Centeno e deverá ser aprovada ainda nesta legislatura. O Banco Central Europeu (BCE) deverá enviar a sua posição sobre o tema em “breve”. Entre outros, prevê a criação do Conselho Nacional dos Supervisores, que ficará com a competência macroprudencial até agora nas mãos do Banco de Portugal; autonomiza a autoridade de resolução, que também está atualmente na esfera do Banco de Portugal.

As críticas chegam não só dos três supervisores setoriais, porque poderá colocar em causa a sua independência face ao poder político, mas também por entidades como a Autoridade da Concorrência, a Euronext ou a Associação de Emitentes, que temem um aumento dos custos regulatórios.

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Estes são os cinco recados do FMI para Portugal

  • ECO
  • 17 Maio 2019

Portugal está melhor. Está a crescer, o défice está a cair, assim como a dívida pública. Tudo sinais positivos, mas que exigem uma continuação dos esforços, diz o FMI.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está satisfeito com a evolução do país. No Artigo IV, destaca tanto o “sexto ano de crescimento” económico, como o controlo do défice. No entanto, deixa alguns alertas. O abrandamento da economia é uma realidade que deve ser enfrentada com medidas, assim como o é a necessidade de manter os esforços para reduzir a dívida. Além destes, há mais três recados.

Défice de 0,2%? Sim, mas a dívida…

O FMI aplaude o rigor orçamental de Mário Centeno. E até alinha as suas perspetivas com as do Governo. No Artigo IV, melhorou significativamente a projeção para o défice deste ano, revendo-se de -0,6% para -0,2%, salientando que o objetivo definido por Portugal é “viável”.

Este resultado no défice é positivo para o país, sendo também um trunfo para mostrar no exterior. Mas o FMI defende que o país deve fazer mais “agora e nos próximos anos, para criar espaço para uma redução mais rápida da dívida pública que possa permitir-lhe uma diferenciação positiva perante outros países altamente endividados”. A redução do rácio da dívida para menos de 100% do PIB em 2024 é uma “perspetiva claramente positiva”.

Economia está a abrandar. São precisas medidas

“Portugal está no sexto ano de expansão económica”, nota o FMI. Cresceu 2,1% no ano passado, aquém dos 2,7% registados em 2017. E o abrandamento do ritmo de crescimento da economia vai continuar. “Em 2019, a missão do FMI prevê que o PIB abrande para 1,7% e, subsequentemente, deverá reduzir-se para o crescimento potencial de médio prazo de 1,4%”, diz o relatório preliminar. Neste sentido, o FMI vê uma “muito lenta convergência com a Zona Euro”.

“Apesar de as principais fontes de risco serem externas, são necessárias políticas internas sólidas para tornar Portugal mais resiliente” ao abrandamento económico global.

É prudente rever carreiras da Função Pública

“Os ciclos de paragem e início das progressões desde 2005 foram disruptivos para o Governo e para os funcionários públicos e levantam questões sobre a sustentabilidade desse regime face às flutuações económicas”, diz o FMI.

Face ao aumento previsto das despesas com os funcionários públicos e tendo em conta o histórico de congelamentos, o FMI considera, no Artigo IV, que seria prudente avançar-se com uma revisão das carreiras de forma a assegurar uma evolução estável desses gastos.

Poupança é fraca. Incentivos fiscais podem ajudar

O FMI está preocupado com o baixo nível de poupança apresentado pelos portugueses, tanto por parte das famílias como das empresas. Tendo em conta os riscos que o nível atualmente apresentado acarreta para a economia nacional, defende a necessidade de aumentar a taxa de poupança, sendo que o Governo pode ter um papel fundamental.

Neste sentido, no Artigo IV, apela à criação de “incentivos fiscais” com vista à promoção da poupança, olhando especialmente para os “sistemas complementares de reforma”, ou seja, os PPR.

FMI diz que lucros dos bancos ainda são baixos

Os bancos portugueses vão no bom caminho, mas ainda têm obstáculos pela frente, considera o FMI. Depois da crise financeira, o sistema financeiro está agora mais limpo, sólido e rentável, mas o esforço ainda não é suficiente, defendendo, por isso, que os supervisores se mantenham vigilantes em relação ao setor.

Ao mesmo tempo, o FMI dá parecer favorável à reforma da supervisão financeira promovida pelo atual Governo, embora reconheça que as dúvidas levantadas pelos supervisores são “legítimas”.

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FMI apela à revisão das carreiras da Função Pública e do sistema de pensões

O FMI alerta para o aumento das despesas com funcionários públicos e recomenda que se revejam as carreiras, de modo a estabilizar a evolução desses gastos. Deixa também um aviso sobre as pensões.

O alerta é deixado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Face ao aumento previsto das despesas com os funcionários públicos, e tendo em conta o histórico de congelamentos, seria prudente rever as carreiras, sugere a instituição liderada por Christine Lagarde. O objetivo é assegurar uma evolução estável desses gastos, defende o relatório sobre Portugal feito ao abrigo do Artigo IV, divulgado esta sexta-feira.

“Como foi notado pelo Conselho das Finanças Públicas, as projeção oficiais mais recentes do Governo para os gastos com salários nos próximos anos são significativamente superiores às projetadas no último ano, o que implica pressão adicional sobre as contas públicas“, explica o FMI.

A instituição liderada por Lagarde sublinha que tal acontece mesmo com a “solução encontrada para a questão difícil das progressões das carreiras”. Em causa está o diploma que “mitiga” os efeitos do congelamento nas carreiras especiais e que prevê a recuperação de apenas 70% do módulo padrão. No caso dos professores (carreira que suscitou maior polémica e deu mesmo azo a uma crise política), está prevista a recuperação de apenas dois anos, nove meses e 18 dias dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados, já que o módulo padrão na carreira docente é de quatro anos.

Este diploma esteve em apreciação no Parlamento, tendo estado mesmo em cima da mesa a recuperação integral do tempo “perdido” pelos docentes. Face a esta possibilidade, o primeiro-ministro deixou claro que se demitiria, caso a lei avançasse, uma vez que tal colocaria em causa as contas públicas. Em reação, a direita recuou e fez um ultimato às restantes bancadas, dizendo que só aprovaria a contabilização dos tais nove anos, se fossem aprovadas salvaguardas financeiras. A esquerda não cedeu e chumbou esse travou, tendo o PSD e o CDS mudado a direção do seu voto, inviabilizando a recuperação integral do tempo congelado.

A crise política terminou, mas o FMI alerta, esta sexta-feira, que a ameaça à estabilidade das contas públicas está longe de estar afastada. É que mesmo com a recuperação de apenas 70% do módulo padrão, os gastos com o pessoal devem aumentar significativamente, nos próximos anos.

Face a este cenário e ao histórico de congelamentos (os nove anos referidos dizem respeito a dois períodos de congelamento), a instituição liderada por Christine Lagarde recomenda uma “revisão alargada” da composição e das regras do emprego público. “Os ciclos de paragem e início das progressões desde 2005 foram disruptivos para o Governo e para os funcionários públicos e levantam questões sobre a sustentabilidade desse regime face às flutuações económicas“, explica o FMI.

A instituição deixa ainda um alerta relativo ao sistema de pensões, frisando que “beneficiaria” de alguns ajustamentos que amenizassem o acréscimo das despesas previsto face ao envelhecimento demográfico e atenuassem a desigualdade entre pensionistas, que é “mais alta do que a média europeia”.

A propósito e de acordo com um estudo publicado em abril pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, face ao envelhecimento populacional, entre 2020 e 2045, o número de pensionistas deverá crescer significativamente, passando de 2,7 milhões para 3,3 milhões. A partir de 2040, um terço da população portuguesa estará mesmo a receber pensão de velhice, o que coloca uma grande pressão sobre a Segurança Social.

Assim e apesar do reforço esperado do lado das receitas, a Segurança Social deverá passar a défice já no final da próxima década. “Este crescimento (ligeiro) das contribuições não será suficiente para compensar a subida da despesa com pensões no Regime Previdencial de Segurança Social, que deverá começar a registar défices crónicos a partir de 2027″, lia-se nesse estudo, que aconselhava à subida da idade da reforma em três anos para adiar esse desequilíbrio das contas.

O FMI deixa, por outro lado, uma nota positiva sobre os esforços contínuos prioritizar o investimento público em áreas centrais como a a saúde.

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A manhã num minuto

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Mexia vê “forte procura de investidores” por ativos da EDP. Meta para este ano poderá ser ultrapassada

Em plena reestruturação para reforçar as renováveis, CEO da elétrica afastou a hipótese de uma integração com um concorrente para criar uma mega-eólica.

O grande interesse dos investidores por ativos da EDP poderá levar a empresa a acelerar as vendas. Numa altura de mudanças estratégicas, o presidente António Mexia explicou aos analistas que o plano está a correr como previsto. Quanto a uma fusão da atividade com outra empresa do setor, o CEO da elétrica excluiu a hipótese.

“Dado o forte apetite, está tudo a correr como previsto para a nossa rotação de ativos”, afirmou Mexia, na conferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre do ano. “Há uma forte procura dos investidores por estes ativos”, referiu sobre a estratégia de otimização do portefólio anunciada em março, na atualização do plano estratégico 2019-2022, em que definiu a meta de gerar mais de seis mil milhões de euros em receitas com vendas para reinvestir em renováveis e reforçar a folha de balanço.

Da rotação de ativos, a EDP antecipa gerar mais de 4 mil milhões de euros, sendo que já fechou um negócio no primeiro trimestre do ano. A Renováveis alienou um portefólio de tecnologia eólica, incluindo ativos em Portugal, Espanha, França e Bélgica (num total de 997 megawatts de capacidade instalada), por cerca de 800 milhões de euros.

Com esta venda, “basicamente atingimos 90% da nossa meta para este ano”, explicou Mexia. “Ainda há algumas coisas previstas para este ano e poderemos vir a fazer um pouco mais do que estava previsto para este ano porque o mercado tem condições para isso“, acrescentou, clarificando que não há mudanças no plano, mas que poderá ser acelerado para dar resposta à forte procura.

Além das rotações que visam reforçar o investimento nas renováveis, as alienações poderão levar a um encaixe de dois mil milhões de euros, sendo que a EDP quer reduzir a exposição à Ibéria, merchant e térmica. Sobre este segmento, o CEO deu menos pormenores, mas explicou que “os consultores estão a trabalhar nisso e a analisar todas as opções“. “A meta está plenamente em curso para o enquadramento temporal que foi anunciado no plano estratégico”, sublinhou.

Integração? “Não queremos estar no lugar do passageiro”

Com o forte investimento do grupo português nas renováveis, António Mexia foi questionado sobre um eventual problema de escala que viesse a limitar o crescimento da empresa e sobre se consideraria uma integração com um concorrente para criar uma mega-empresa de renováveis. Uma hipótese afastada pelo CEO.

“Somos um player de topo nas renováveis. A nossa reestruturação tem por base o facto de querermos reduzir exposição à Península Ibérica, merchants e térmico. Temos sido muito claros sobre onde queremos vender e estamos a trabalhar nisso enquanto falamos. Reconhecemos que as renováveis estão a mudar e essa é uma das razões para querermos cristalizar valor”, começou por responder.

“A escala é importante, claro. Em termos de ter as pessoas certas, trabalhar com fornecedores chave… De qualquer forma, provámos que podemos ser rápidos”, continuou, referindo-se ao forte crescimento do negócio das renováveis nos EUA. “Temos todo o equipamento e não queremos integrar-nos porque somos uma empresa de renováveis. Queremos ser rápidos, mas não queremos estar no lugar do passageiro“, sublinhou.

As renováveis representam já 61% do EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa, que se situou nos 556 milhões de euros no primeiro trimestre de 2019 (menos 5% abaixo que no período homólogo). Já o lucro caiu 39% para 100 milhões de euros, penalizado pela pouca chuva na Península Ibérica.

A dívida líquida aumentou 268 milhões de euros para 13,7 mil milhões, reflexo de aceleração de crescimento e de pagamentos a fornecedores de imobilizado, enquanto o encaixe das transações de rotação de ativos são apenas esperados nos próximos trimestres.

O custo médio da dívida também subiu (para 4%, dos anteriores 3,7%), o que a empresa explicou estar relacionado com o peso na dívida em dólares norte-americanos e reais brasileiros. O CFO, Miguel Stilwell de Andrade, afirmou que a gestão “ainda está confortável com 4%”, mas que espera “realizar operações de refinanciamento a taxas de juro mais interessantes nos próximos meses”.

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Revisão da carreira leva inspetores do Estado à greve. Param a 30 de maio

A proposta apresentada pelo Governo para a revisão das carreiras levou os inspetores do Estado a marcar greve para 30 de maio. E dizem que, se o Governo não responder, há mais paragens no horizonte.

Os inspetores do Estado vão fazer greve a 30 de maio, em protesto contra a proposta apresentado pelo Executivo de António Costa para a revisão das carreiras. O paralisação foi convocada, esta sexta-feira, pela Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) e pela Federação Nacional dos Inspetores do Estado (FNIE), que consideram que a proposta do Governo “revê e extingue as atuais carreiras de inspeção, criando carreiras unicategoriais”.

No início da semana, o dirigente da FESAP já tinha adiantado que, se o Executivo não desse respostas claras sobre esta matéria e insistisse na “conversão” destas carreiras pluricategoriais em carreiras unicategoriais, os trabalhadores estariam disponíveis para “ir para a greve a qualquer momento”. Foi isso que ficou decidido esta manhã, tendo a paralisação sido marcada para o último dia deste mês.

Em causa está o projeto legislativo que prevê novas carreiras de inspeção na Função Pública de 14 níveis e categoria única, substituindo as atuais carreiras pluricategoriais. Os sindicatos consideram que essa proposta “representa um retrocesso e uma clara desvalorização face ao atual regime”.

A arquitetura de carreira proposta pelo Governo significa que, para alcançar o topo da carreira, a vasta maioria dos inspetores precisa de cumprir 100 anos de serviço, já que não se conhecem os moldes em que poderá vir a ser adaptado o SIADAP”, explicam as estruturas sindicais, em comunicado. E se os inspetores não receberem um “resposta satisfatória da tutela” às reivindicações, há mesmo mais greves no horizonte, garantem os sindicatos.

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Inovar nos RH

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  • 17 Maio 2019

Design Thinking e Gestão de Recursos Humanos

Nas últimas décadas, são muitas as empresas que procuram compreender os seus clientes, desenhar experiências que aumentem o seu grau de satisfação e consequentemente, a sua fidelização. Neste exercício, as empresas investem recursos porque procuram um retorno imediato em termos de vendas, recomendações, notoriedade no mercado, etc. E todos concordamos que este esforço é necessário, porque o cliente (que por acaso somos todos nós) está mais exigente, com expetativas mais elevadas, e sobretudo, expetativas diferentes, que importa conhecer para poder “encantar”.

Mas, cada vez mais percebemos que o “eu cliente” é indivisível do “eu trabalhador”, do “eu família” ou do “eu social”. Na realidade, somos um só ser. E também percebemos que uma organização é um sistema complexo, composto por seres humanos, motivados por necessidades, perspetivas e emoções diferentes.

O desafio, hoje, é ser capaz de dar resposta à pergunta: Como podemos nós, profissionais de RH, desenvolver uma organização que satisfaça as necessidades dos colaboradores, promova a worklife integration, surpreenda e fidelize os clientes e dê resposta às exigências do negócio?

Hoje os colaboradores querem trabalhar em locais onde se sintam inspirados e reconhecidos, onde possam aprender e evoluir. Querem usar tecnologia intuitiva e ter processos de trabalho simples e descomplicados. Querem ter autonomia para decidir onde e como trabalhar, de modo a serem mais produtivos e sentirem que o seu trabalho acrescenta valor à organização.

Desenhar a Employee Experience (Experiência de Colaborador) tem de passar a ser um tema na agenda dos RH. Mas uma experiência memorável e relevante não acontece por acaso. Para desenhar a experiência de colaborador, customizada às pessoas e alinhada com a estratégia da organização, os RH precisam desenvolver competências de Design Thinking. São estas novas competências que lhes vão dar a inspiração para redesenhar o próprio ambiente de trabalho – Workplace, a forma como as pessoas trabalham e as ferramentas digitais que utilizam – Tecnologia, a forma como comunicam e interagem entre si – Cultura, bem como a forma como recrutam, treinam, desenvolvem o talento, envolvem e avaliam as suas pessoas.

Desenvolver os conhecimentos de Design Thinking, significa aprender a forma de trazer valor ao negócio e às pessoas. E isso só é possível quando o profissional de RH consegue ter uma visão holística da organização, quando faz uma pesquisa etnográfica para entender os desafios e as expetativas dos seus clientes internos, quando de forma empática entende os insights recolhidos, e quando se predispõe a trabalhar de forma colaborativa com todos para chegar a soluções inovadoras. E, por fim, quando é capaz de transformar estas ideias em ações concretas.

Ao envolver os clientes e os colaboradores na definição do problema e na co-criação de soluções, o Design Thinking enfatiza o comprometimento, o diálogo e o trabalho colaborativo, gerando um amplo compromisso com a mudança.

Venha conhecer mais sobre a abordagem do Design Thinking e entender o seu potencial e aplicação prática à Gestão de Recursos Humanos no próximo curso de Design Thinking para a Gestão de Recursos Humanos do CECOA que se realizará em Lisboa nos dias 16 e 17 de maio de 2019.

Para mais informações, contactar através do 213 112 400 ou do e-mail [email protected].

Carmen Almeida
HR Consultant |Design Thinking Facilitator |Employee Experience Designer | Formadora do CECOA

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Nissan anuncia reestruturação e mantém Hiroto Saikawa como CEO da empresa

  • Lusa
  • 17 Maio 2019

Reestruturação do conselho de administração da Nissan acontecem depois de o ex-presidente Carlos Ghosn ter sido detido e acusado de irregularidades financeiras.

Nissan Motor anunciou esta sexta-feira uma reestruturação na qual vai manter como presidente e atual CEO Hiroto Saikawa, cuja continuidade não estava garantida devido ao seu eventual papel no caso Ghosn.

Na sequência das irregularidades financeiras atribuídas ao seu ex-presidente Carlos Ghosn, o fabricante de automóveis Nissan decidiu fazer uma reestruturação.

Durante a apresentação na terça-feira dos resultados financeiros do exercício de 2018 da Nissan, Hiroto Saikawa deixou a possibilidade de renunciar ao cargo devido às suas responsabilidades nas irregularidades.

Saikawa é um dos 11 candidatos a conselheiros propostos pela empresa no plano lançado esta quinta-feira e nos quais se incluem o presidente da Renault, parceira da Nissan, Jean-Dominique Senard, e o CEO do fabricante francês, Thierry Bolloré, bem como o presidente da Sony Interactive Entertainment (SIE), Andrew House.

As mudanças incluem a saída do conselho dos dois diretores franceses Jean-Baptiste Duzan e Bernard Rei e dos japoneses Toshiyuki Shiga, “número dois” da Nissan durante o mandato do ex-presidente Carlos Ghosn, e Hideyuki Sakamoto.

Além da mudança no conselho de administração, a Nissan anunciou a criação de três comités que devem ser aprovados na assembleia-geral de acionistas da Nissan prevista para o final de junho.

Carlos Ghosn foi detido em novembro de 2018, libertado sob fiança em março e novamente detido em abril, após nova acusação. Voltou a ser libertado nesse mesmo mês e colocado em regime domiciliário.

As autoridades japonesas suspeitam que Ghosn cometeu um crime de abuso de confiança agravado contra a Nissan, desviando parte de uma transferência da empresa para um distribuidor de Omã (Jordânia), para seu uso pessoal, causando perdas de cerca de 4,4 milhões de euros ao fabricante nipónico.

O ex-chefe da Nissan está em liberdade, mas sujeito a condições restritas: “prisão domiciliária, proibição de deixar o Japão e outras condições para impedir a destruição de provas e fuga”, revelou o tribunal.

Antes desta investigação, Ghosn já tinha sido acusado de falsificar documentos financeiros e de não declarar todos os seus rendimentos.

No início de abril, Ghosn acusou os executivos do fabricante japonês de conluio contra ele “por medo de que a empresa perdesse autonomia” durante o processo de integração com a francesa Renault, que detém 43% da Nissan.

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Municípios portugueses já receberam 3,1 milhões de Bruxelas para alargar rede Wi-Fi

Mais de 200 municípios portugueses já receberam vales da iniciativa de Bruxelas que promove a instalação de pontos de Wi-Fi em locais públicos.

Os municípios portugueses pediram, a Comissão Europeia respondeu. Dois terços dos municípios do país já receberam vales de Bruxelas para alargar a cobertura Wi-Fi em locais públicos, como parques de diversões, centros de saúde, museus ou bibliotecas, ao abrigo do programa WiFi4EU. Está em causa uma verba de 3,1 milhões de euros.

Aos 127 municípios contemplados na primeira chamada, que se realizou no final do ano passado, juntaram-se 80 na segunda chamada, elevando o total para 207 municípios, adianta a Anacom em comunicado. Em conjunto, representam 67% dos municípios portugueses. O financiamento que receberam serve para cobrir os custos de equipamento e instalação do sistema de Wi-Fi.

Mais de metade dos municípios portugueses que se candidataram garantiram um vale, nesta segunda chamada. Cada um tem o valor de 15 mil euros e a verba total disponibizada pela Comissão Europeia era de 51 milhões de euros. Desta forma, apesar de o programa ter recebido mais de dez mil candidaturas de Estados-membros, foram atribuídos 3.400 vales.

Mesmo assim, ainda há hipótese de mais municípios serem contempladas, já que as verbas para esta iniciativa foram reforçadas, passando de 120 milhões para 135 milhões de euros. Na União Europeia 6.200 municípios já garantiram vales, e o objetivo é que se chegue aos nove mil municípios.

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16 ativos de quase 56 milhões a cargo da SRS Advogados

A SRS assessorou M7 Real Estate, em nome do M7 Portuguese Active Fund, na aquisição de um total de 16 ativos em Portugal, no valor de 55,7 milhões de euros. Conheça os principais desafios jurídico.

O principal desafio desta operação foi “sem dúvida a montagem de 15 emissões de obrigações – cinco seniores e dez subordinadas – a emitir e integrar em simultâneo junto da Interbolsa, o que aconteceu, aliás, pela primeira vez”. No total, foram 15 os advogados da SRS Advogados, que tiveram a cargo a aquisição de um total de 16 mil ativos.

Um processo que se iniciou em maio de 2018 — data da primeira aquisição — e que ficou concluído em definitivo no início de março de 2019. A equipa foi liderada pelo sócio responsável pelos departamentos financeiro e imobiliário, William Smithson, e pela advogada coordenadora, Neuza Pereira.

Contou ainda com o trabalho do advogado coordenador, João Santos Carvalho. O escritório de advogados assessorou a M7 Real
Estate, em nome do M7 Portuguese Active Fund, na aquisição de 16 ativos que totalizaram 55,7 milhões de euros.

As aquisições compreendem ativos de logística urbana multi e single-let (48%), parques empresariais e comerciais (22%) e retail parks (30%). A carteira totaliza 100.999 metros quadrados de área, a qual está ocupada em 87,8% por 41 inquilinos. A maioria dos ativos — 14 em 16 — situa-se nas proximidades de Lisboa e Porto, em micro localizações bem estabelecidas com forte dinâmica de oferta e procura. Os dois ativos restantes estão localizados na região centro.

“Foi também a primeira vez que foram integradas junto da Interbolsa emissões que permitem a emissão de obrigações adicionais com fungibilidade diferida, o que representou outro desafio de particular relevância”, segundo explicou William Smithson, sócio coordenador da operação, em declarações à Advocatus.

Na prática, a operação versou sobre ativos afetos essencialmente à atividade de logística e escritórios, já com alguns anos de existência e muitas vezes com alterações posteriores à construção inicial, “o que muitas vezes representa uma dificuldade acrescida na verificação da situação jurídica do imóvel em várias vertentes, considerando o histórico pesado e/ou dificuldade de confirmação das diferentes contingências nesse contexto a nível documental”, explica a mesma fonte.

"Adicionalmente, os ativos em causa foram adquiridos a vários vendedores o que implica uma negociação com várias contrapartes diferentes, num esforço de harmonização dos termos das aquisições em causa para o adquirente em causa, o que naturalmente só por si representa um desafio.”

William Smithson

Sócio da SRS

“Adicionalmente, os ativos em causa foram adquiridos a vários vendedores o que implica uma negociação com várias contrapartes diferentes, num esforço de harmonização dos termos das aquisições em causa para o adquirente em causa, o que naturalmente só por si representa um desafio”.

O volume da transação causa impacto “por si”

Segundo a equipa de advogados que liderou a operação, além do volume da transação, “que causa impacto por si”, a operação vem “sobretudo reafirmar a atratividade e dinamismo do mercado imobiliário em Portugal para o investimento estrangeiro e o apetite dos investidores por ativos diversificados em termos de localização, afetação e natureza, como é o caso dos ativos adquiridos”. A carteira totaliza cerca de 101 mil metros quadrados de área bruta locável, dos quais 87,8% são atualmente ocupados por 41 inquilinos.

“O M7 PORAF continuará a ter como principal objetivo, a aquisição de imóveis em Portugal com perfil ‘value-add’, nomeadamente nos principais centros urbanos da Grande Lisboa e do Grande Porto”, explicou a M7 Portugal, em comunicado. “Estamos extremamente satisfeitos e entusiasmados com a aquisição desta primeira tranche de ativos para o nosso novo fundo em Portugal”, segundo Leonardo Peres, diretor-geral para Portugal na M7.

“Esta aquisição demonstra a capacidade da M7 de identificar oportunidades de investimento, seja através de situações off-market, quer em processos estruturados, desde que exista a oportunidade de reposicionar e criar valor adicional aos imóveis”.

“Essas transações oferecem uma combinação de rendimento robusto e diversificado, combinadas com um conjunto vasto de oportunidades para acrescentar valor aos ativos, por meio de um programa de investimento nos imóveis devidamente identificado e planeado. Finalmente, registar que um pipeline sólido foi identificado, e esperamos anunciar novas aquisições muito em breve”, diz ainda o responsável.

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