Do auto-retrato à mala de luxo. Estes foram os presentes oferecidos a Donald Trump

Da mala da Louis Vuitton ao taco de golfe, passando pelo retrato de si próprio. Estes foram os presentes oferecidos a Donald Trump nas visitas oficiais do presidente.

Um taco de golfe, uma mala Louis Vuitton e até um retrato de si próprio com moldura em ouro. Estes foram alguns dos presentes que Donald Trump recebeu em visitas de Estado no ano de 2018, revelou o Departamento de Estado norte-americano.

Sempre que há uma visita oficial, os chefes de Estado têm por hábito trocar presentes. Por norma, o objetivo é tentar impressionar, ainda que, muitas vezes, as ofertas acabem expostas em museus… ou mesmo destruídas pelos serviços secretos.

Mas, afinal, que tipo de presente é capaz de impressionar Donald Trump? Foram várias as opções. Por exemplo, Emmanuel Macron ofereceu uma mala de golfe de luxo, da conhecida marca francesa Louis Vuitton, bem como e algumas fotografias. Os presentes foram avaliados em 8.275 dólares, segundo a Bloomberg (acesso condicionado).

E como Trump é um conhecido fã de golfe, os presentes refletem isso mesmo. Tarzisius Caviezel, presidente da Câmara de Davos (Suíça), ofereceu-lhe um taco avaliado em 540 dólares. Já o primeiro-ministro do Vietname, Nguyen Xuan Phuc, arriscou oferecer ao presidente um retrato do próprio Trump com moldura em ouro.

As ofertas incluem ainda botas de couro, presenteadas pelo ex-primeiro ministro australiano Malcolm Turnbull e avaliadas em 545 dólares, assim como um bloco retangular de pedra a simbolizar Jerusalém como capital de Israel, avaliado em 600 dólares, e uma escultura de uma baleia por parte do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

A generalidade das ofertas foram transferidas para o Arquivo Nacional, como exige a lei norte-americana. Mas não todas. Segundo a agência, os serviços secretos tiveram de destruir um relógio que o príncipe herdeiro do Bahrein, Salman Isa Al Khalifa, ofereceu ao vice-presidente, Mike Pence. Em causa, a suspeita de que o artefacto pudesse ser um dispositivo de espionagem.

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7 números que mostram como o vírus infetou os mercados

Com o coronavírus a galopar, está a aumentar a ansiedade dos investidores. As bolsas afundam, o petróleo também, ao mesmo tempo que os ativos refúgio brilham.

Depois de semanas em que os números foram-se avolumando na China, o coronavírus saltou para a Europa. Num ápice, o número de infetados, mas também de mortes, disparou, deixando os investidores em pânico. As bolsas europeias, mas também do resto do mundo, afundaram, o petróleo também. O “índice do medo” tocou máximos, assim como o ouro. Veja, em sete números, como o vírus que ameaça a economia global está a infetar os mercados internacionais.

-5,45%

Nenhuma outra praça financeira registou uma queda tão expressiva quanto a italiana. Enquanto o Stoxx 600 perdeu 3,84%, eliminando todos os ganhos acumulados desde o início do ano, o FTSE MIB, o índice de referência de Itália, afundou 5,45%, perante o aumento repentino do número de casos de infeção, e de mortes, com coronavírus no norte do país. Foi o maior trambolhão do índice de Milão desde o referendo do Brexit, em 2016, com as empresas de vestuário e de bens de luxo a destacarem-se nas quedas.

-2,19 mil milhões

Lisboa não conseguiu fazer diferente das restantes bolsas europeias. Registou uma forte queda, com todas as cotadas a encerrarem em “terreno” negativo, levando o PSI-20 a perder 3,53%. Esta desvalorização, também neste caso a maior desde a sessão seguinte ao referendo ao Brexit em que os britânicos votaram a favor da saída do país da União Europeia, em junho de 2016 — algo que só veio a acontecer a 31 de janeiro deste ano — levou a capitalização bolsista das cotadas do índice principal a encolher em 2,19 mil milhões de euros.

-16,37%

Todos os setores de atividade foram castigados pelos investidores, desde o retalho ao luxo. Contudo, houve um que se destacou nas quedas: o da aviação, especialmente na Europa. O Stoxx Travel & Leisure, que reúne as maiores empresas do setor, desde as companhias aéreas até às agências de viagens e às cadeias hoteleiras, perdeu mais de 6%, com a easyjet a protagonizar a queda mais acentuada. As ações da companhia low cost afundou 16%, sendo que a Ryanair, sua concorrente, perdeu 12,9%.

-5,33%

A forte queda das ações traduz a fuga de investidores de ativos considerados de risco, como são as ações. É um movimento explicado, em grande parte, pelos receios quanto ao impacto que o coronavírus poderá vir a ter na economia mundial. Num ano que já se previa de abrandamento, este vírus vem ensombrar as perspetivas, levando também muito dinheiro a sair do mercado petrolífero. Prova disso é a queda de 5,33% do preço do barril de Brent, negociado em Londres, para 55,38 dólares. Em Nova Iorque, o WTI cai 5% para 50,72 dólares.

24,13 pontos

Os receios dos investidores são muitos. A cada novo número que surge, seja de pessoas contagiadas, seja de mortes provocadas pelo vírus, aumenta a ansiedade de quem tem dinheiro no mercado, levando-os a disparem ordens de venda. Essas ordens tendem a gerar fortes variações nos mercados, fazendo aumentar a volatilidade, medida através do VIX. Aquele que é conhecido como o “índice do medo” disparou 31,7% na primeira sessão da semana, tocando nos 24,13 pontos, o nível mais elevado desde 3 de janeiro de 2019.

-0,485%

Ao mesmo tempo que tiram dinheiro das ações, ou do mercado petrolífero, os investidores procuram alternativas para o “guardarem”. Boa parte desses fundos está a ser transferido para ativos considerados seguros, como são os títulos de dívida soberana de países como os EUA, Japão ou a Alemanha. As Bunds alemãs a 10 anos valorizaram, levando a taxa a cair para “terreno” ainda mais negativo. Os juros chegaram aos -0,485%, enquanto a yield a 10 anos de Portugal está nos 0,23%.

1,87%

Melhor desempenho que os títulos de dívida soberana tem tido o ouro. O metal ganha ainda mais brilho de cada vez que se agudiza o surto do coronavírus, estando já a negociar em máximos de 2013, com o valor da onça nos 1.673 dólares.

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Huawei está na linha “da frente” da oferta de 5G, diz diretor

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2020

Tiago Flores, diretor de consumo da Huawei Portugal, nega que a empresa tenha tido algum abrandamento das vendas em Portugal e acredita na "forte penetração" da marca no mercado português.

O diretor de consumo da Huawei Portugal, Tiago Flores, disse esta segunda-feira à Lusa que a marca tem “forte penetração” no mercado português e que no 5G a tecnológica chinesa “estará na ponta da frente da oferta de portefólio”.

Tiago Flores falava à Lusa após o presidente executivo da Huawei Consumer Business Group, Richard Yu, ter apresentando esta segunda-feira, em Barcelona, na conferência de imprensa virtual “Juntos, a conectar possibilidades”, um conjunto de novidades, entre os quais o novo smartphone dobrável da marca preparado para o 5G.

O 5G é uma nova tecnologia que vai trazer novas possibilidades não só às empresas como também aos consumidores“, afirmou Tiago Flores.

“Acreditamos que durante este ano muitos consumidores irão migrar os seus ‘smartphones’ para esta nova tecnologia [5G] onde, obviamente, a Huawei estará na ponta da frente da oferta de portefólio”, salientou o diretor de consumo da tecnológica.

Questionado sobre se a marca tem sentido, nos últimos meses, algum abrandamento das vendas em Portugal devido ao conflito que existe entre os Estados Unidos e a Huawei, Tiago Flores afirmou que “não”.

Mantemos uma forte penetração no mercado nacional, a confiança dos consumidores na marca tem sido reforçada e nós acreditamos que estas novas tecnologias, estes novos produtos, vão continuar a suportar” a marca no mercado português, prosseguiu.

“Estamos focados no consumidor entregando a melhor experiência de hardware e software“, sublinhou.

A Huawei lançou o primeiro smartphone 5G em Portugal em agosto do ano passado e, de acordo com o responsável, os consumidores já estão a apostar na compra destes telemóveis preparados para a quinta geração móvel.

“Lançámos o primeiro equipamento 5G no ano passado, estamos preparados [para a quinta geração móvel], somos um dos líderes da tecnologia 5G e este ano vamos continuar a apresentar novos equipamentos também prontos para receber o 5G“, salientou.

“O Mate Xs [‘smartphone’ desdobrável] que foi lançado hoje estará preparado para receber esta nova tecnologia em Portugal” e vai estar disponível no mercado português a partir do próximo mês, disse.

“Este é o nosso segundo telemóvel em Portugal de 5G”, acrescentou Tiago Flores, sublinhando que “há uma crescente procura deste tipo de equipamentos”.

Além dos ‘smartphones’, a Huawei está também a “alargar o ecossistema”, o que inclui computadores, ‘tablets’ e dispositivos conectáveis ‘wearables’ – desde relógios a auriculares, entre outros.

Por exemplo, o tablet que esta segunda-feira foi apresentado também tem “uma versão 5G que também vai estar em Portugal”, acrescentou.

“Acreditamos que durante este ano o consumidor vai ter, do ponto de vista da Huawei, uma oferta muito mais avançada”, considerou Tiago Flores.

No ano passado, um em cada três smartphohes comprados em Portugal foram Huawei, de acordo com a empresa, que está confiante que as vendas da marca continuarão a crescer em 2020, nomeadamente com o arranque do 5G, o qual está previsto em meados deste ano.

Na semana passada, o diretor executivo da Huawei, Ryan Ding, anunciou que a empresa quase duplicou o número de contratos para fornecer redes de nova geração 5G desde junho de 2019, de 50 para 91.

A Huawei está no centro de uma ‘guerra’ entre os Estados Unidos e a China, com Washington a querer ver a empresa banida da 5G. Os Estados Unidos acusam a Huawei de alegada espionagem e roubo de dados, algo que tem sido refutado pela tecnológica chinesa.

Até agora, nenhum país da União Europeia baniu a Huawei das redes de 5G, embora países como Reino Unido e França tenham imposto restrições, algo que mesmo assim desagrada a Washington.

Em 18 de fevereiro, o responsável pela política cibernética do Departamento de Estado norte-americano, Robert Strayer, afirmou, em entrevista à Lusa, estar confiante que a longo prazo as operadoras portuguesas implementem “apenas” tecnologia fiável, deixando de trabalhar com a Huawei.

Em dezembro de 2018, por ocasião da visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado um memorando de entendimento entre a Altice Portugal e a Huawei, empresa que marca presença em Portugal desde 2004.

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Coronavírus provoca pânico nas bolsas. Custa 2,2 mil milhões de euros à praça portuguesa

Foi um dia de pânico nas bolsas europeias com os investidores bastante apreensivos com o foco do coronavírus que já fez várias vítimas em Itália. PSI-20 registou pior sessão desde o Brexit.

Com o agravar do surto do novo coronavírus na Europa, depois de Itália ter contabilizado num espaço de poucos dias a sexta vítima mortal com chamado Covid-19, o medo e a incerteza tomaram conta dos investidores e das bolsas do Velho Continente. As quedas nos principais índices acionistas europeus foram acentuadas esta segunda-feira, com a bolsa de Milão a perder quase 6%. Por cá, o tombo de 3,5% tirou 2,2 mil milhões de euros ao valor bolsista do PSI-20.

O principal índice português caiu 3,53% para 5.197,09 pontos, num desempenho negativo como há muito não se via em Lisboa e que eliminou por completo os ganhos que tinha construído desde o início do ano. Foi a pior sessão desde o dia a seguir ao referendo sobre o Brexit, realizado no dia 23 de junho de 2016, e que levou o PSI-20 a derrapar 7%.

Nenhuma cotada nacional escapou à razia. Os grandes perdedores do dia vieram do setor da energia: a Galp tombou 3,88% para 13,74 euros, “emagrecendo” 430 milhões; a EDP derrapou 3,88% para 4,71 euros e perdeu 628 milhões em bolsa; e a EDP Renováveis, fechando em baixa de 2,15%, desvalorizou mais de 240 milhões de euros.

Entre as grandes cotadas, a Jerónimo Martins perdeu 2,76% esta segunda-feira, o equivalente a quase 300 milhões de euros de valor mercado. Isto enquanto o BCP afundou 5,16%, menos 150 milhões de euros naquilo que é o seu market cap.

The biggest losers no PSI-20

Fonte: Reuters

O cenário na Europa foi pior, com os investidores bastante alarmados com o crescente número de casos de infetados pelo Covid-19 fora da China, onde o novo vírus surgiu. O índice FTSE-Mib de Milão tombou 5,43%, na sessão mais negativa desde o dia em que os britânicos decidiram em referendo abandonar o projeto da União Europeia. É em Itália que incide a maior preocupação neste momento com o coronavírus.

Os principais índices de Paris, Frankfurt ou Madrid também registaram quedas em torno de 4%. O Stoxx 600, que serve de referência para a Europa, caiu 3,84%.

“Não foram os números que mudaram dramaticamente, mas o que mudou foi a geografia do surto, e isso adiciona um novo nível de preocupação”, referiu Art Hogan, analista da National Securities, citado pela agência Reuters. “O mercado está a tentar prever a dimensão do caso em termos globais e quando é que atingirá o pico”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 17h06)

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Fectrans acusa ACT de “passividade”. Ameaça com greves

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2020

A Fectrans acusa a ACT e as demais entidades fiscalizadoras de "passividade" quanto à fiscalização do cumprimento do contrato coletivo de trabalho e admite avançar com greves entre março e abril.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) apontou esta segunda-feira inconformidades na aplicação do contrato coletivo do setor e do acordo de cargas e descargas, pedindo a intervenção da tutela e tendo já em vista formas de luta.

Do balanço que fazemos, concluímos que hoje estamos a viver um momento diferente em que, na generalidade, se procura aplicar o contrato [coletivo de trabalho vertical – CCTV]. No entanto, estamos a verificar […] que algumas empresas não estão a cumprir tudo aquilo que está aplicado, nomeadamente, algumas matérias contributivas ou mantendo práticas ilegais”, notou o coordenador da Fectrans, que falava aos jornalistas, em Lisboa.

Conforme apontou José Manuel Oliveira, apesar da intervenção e dos avisos do sindicato, que conseguiu mais 327 associados desde a assinatura do acordo, tem-se verificado “uma passividade” Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e das demais entidades fiscalizadoras, no sentido “de obrigar” ao cumprimento do acordo, que se aplica a cerca de cinco mil empresas e 50.000 trabalhadores.

Por outro lado, a federação disse ter recebido alertas de empresas ou de grupos para os problemas que a aplicação do CCTV, que entrou em vigor em dezembro, pode ter para o setor.

Se foi registado algum problema, “tem a ver com facto de termos ainda muitas empresas que, ao longo dos anos, montaram toda a sua operação na base da desregulamentação e dos salários baixos e ainda não se adaptaram à necessidade de fazer uma reconversão” das suas práticas, apontou.

A par do CCTV, em janeiro, entrou em vigor o acordo quadro sobre cargas e descargas, que reconhece, entre outros pontos, que os motoristas não são obrigados a desempenhar estas operações.

Porém, segundo a federação sindical, têm-se registado problemas com as empresas filiadas na Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), como a Jerónimo Martins, Sonae e Lidl, “que têm procurado contornar” o acordo, “impondo aos motoristas que sejam estes a fazer as cargas e descargas.

“São as empresas que têm que garantir todas essas tarefas, incluindo as condições de repouso. Não estamos a verificar que estejam a ser cumpridos esses pressupostos e, nesse sentido, vamos desenvolver um conjunto de iniciativas”, vincou José Manuel Oliveira.

Neste contexto, a federação afeta à CGTP pretende “desencadear processos de greve” nas empresas em incumprimento, entre março e abril, “com o objetivo de que o contrato coletivo de trabalho seja aplicado em todo o setor”.

Adicionalmente, na semana de 16 a 20 de março, vão ser desenvolvidas ações nos centros de logística e da grande distribuição, exigindo o cumprimento do acordo quadro.

A nível institucional, a Fectrans vai também pedir reuniões com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, para solicitar uma intervenção legislativa para a resolução do problema, bem como com a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, para discutir e potenciar a intervenção da ACT e da Segurança Social.

A federação sindical pretende ainda reunir-se como as instituições patronais que subscreveram o acordo – Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP).

Em 6 de dezembro de 2019, os sindicatos dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias e a federação sindical Fectrans consideraram que o acordo para regular as cargas e descargas era “um passo” no sentido de melhorar as condições dos trabalhadores.

Os representantes do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e Fectrans estiveram, na altura, no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, para assinar o acordo quadro resultante do grupo de trabalho criado para avaliar o funcionamento das cargas e descargas, operações de que os motoristas se queixaram nas greves de abril e agosto.

O acordo em causa estabelece um tempo máximo de duas horas de espera para a operação de descarga do camião, que, quando ultrapassadas, implicam o pagamento de uma indemnização por parte do destinatário da carga, que pode ir dos 12 aos 40 euros por hora, consoante a capacidade do veículo ou se este está a fazer serviço nacional, ibérico ou internacional.

Os motoristas de matérias perigosas cumpriram duas greves em 2019: uma em abril, exigindo melhores condições salariais, que parou o país esgotando os ‘stocks’ de vários postos de abastecimento de combustível, e outra em agosto (esta convocada em conjunto com o SIMM) para reivindicar junto da Antram o cumprimento de um acordo assinado em maio, que previa uma progressão salarial.

Em 29 de outubro, a Antram e os sindicatos de motoristas assinaram o novo contrato coletivo de trabalho para a classe profissional.

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O futuro da impressão é sinónimo de inovação e rentabilidade

A Konica Minolta acaba de instalar a primeira AccurioJet KM-1 em Portugal, um marco na sua operação e com que se quer diferenciar no mercado.

A Grafisol é o primeiro cliente e foi, por isso, na sede da empresa gráfica que decorreu a apresentação oficial de um dos mais recentes lançamentos da Konica Minolta em Portugal: a AccurioJet KM-1.

Segundo Pedro Monteiro, Deputy Managing Director da Konica Minolta Portugal “para além de introduzirmos no mercado equipamentos inovadores e com tecnologia de última geração, prestamos um serviço global de consultoria”.

“Para esta nova abordagem ao negócio da Grafisol, procedemos a um extenso estudo prévio, onde foram analisadas todas as áreas de operação da Grafisol, onde incluímos uma avaliação à sustentabilidade e o retorno do investimento”, acrescenta. “É para nós extremamente importante assegurarmos que o nosso cliente fica com um parque gráfico adequado às suas necessidades e reforçando assim a sustentabilidade do seu negócio”, nota.

A Grafisol é assim a primeira a investir numa solução que se posiciona como inovadora, e com que quer disponibilizar uma oferta de impressão mais completa aos clientes, diferenciar-se no mercado nacional e aumentar a rentabilidade do negócio.

Com uma carteira de 360 clientes das mais variadas áreas de atividade, onde se inclui a indústria farmacêutica, de cosmética e de alta relojoaria (por natureza com exigências de produtos premium), a gráfica tem como expectativa aumentar em 15% o volume de vendas em 2020, um crescimento impulsionado pela nova aquisição que moderniza o seu parque de impressão e que, pelas características, abre novas oportunidades de negócio.

Veja o vídeo da apresentação:

http://videos.sapo.pt/fzljZSKedsYkelj79fiI

 

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OMS alerta que o mundo tem de se preparar para “eventual pandemia”

OMS considera “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou hoje que o mundo tem de se preparar para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.

“Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia“, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.

O surto teve início na cidade chinesa de Wuhan, em dezembro do ano passado, já provocou cerca de 2.592 mortos na China continental e infetou mais de 78 mil pessoas a nível mundial. A cidade de Wuhan encontra-se atualmente isolada do mundo, o que tem provocado constrangimentos junto da população, como a escassez de alimentos.

Ao longo das últimas semanas foram surgindo relatos de infeções em vários países do mundo, mas a situação agravou-se no último fim de semana com o repentino aumento de casos na Europa, mais propriamente em Itália. Estima-se mais de 200 casos de pessoas infetadas desde sexta-feira e já seis pessoas faleceram devido ao coronavírus, sendo o país europeu mais afetado até ao momento.

O Governo italiano, perante os desenvolvimentos, tem aplicado medidas de contenção do surto. Um delas foi através da colocação em quarentena de cerca de uma dúzia de cidades no norte, sendo as regiões da Lombardia e Veneto, onde estão localizadas as cidades de Milão e Veneza, estão no centro do aumento de casos de coronavírus. O carnaval de Veneza, que terminava esta terça-feira, foi interrompido no domingo, com a introdução de medidas para conter o vírus.

Nesta segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou a mobilização de 230 milhões de euros para apoiar a luta global contra o coronavírus Covid-19 e, face aos desenvolvimentos em Itália, solicitou ao Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças uma reavaliação de risco.

“Os rápidos desenvolvimentos verificados no fim de semana em Itália mostraram o quão rapidamente a situação pode mudar”, notaram os comissários europeus da Saúde, Stella Kyriakides, e da Gestão de Crises, Janez Lenarcic em conferência de imprensa.

Face ao aumento gradual de pessoas infetadas e mortas com o vírus, a Comissão Europeia mostrou-se também preocupada com a possibilidade de haver o encerramento de fronteiras nos países da União Europeia.

(Notícia atualizada às 17h48 com mais informação)

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Banco de Portugal quer conhecer grandes clientes da banca para travar negócios de favor

Grandes devedores e grandes depositantes vão ser equiparados a partes relacionadas e que podem influenciar a gestão do banco. Para evitar tratamento de favor, supervisor quer que sejam identificados.

Os bancos vão ter de identificar quem são os seus grandes clientes e com os quais precisa de ter mais atenção na hora de fazer negócios, isto com o objetivo de evitar situações de favorecimento. Para tal, terá de enviar ao Banco de Portugal uma lista atualizada, pelo menos, a cada três meses com a identidade dos seus grandes devedores, grandes credores e grandes depositantes, entre outros.

O supervisor bancário pôs em consulta pública um novo aviso sobre os requisitos aplicáveis em matéria de governo interno, que prevê novas regras para o setor financeiro em várias áreas até final do ano.

No que diz respeito ao tema das partes relacionadas, o novo aviso vem obrigar os bancos a adotarem uma política sobre transações com parte relacionadas e identificarem as suas partes relacionadas numa lista que tem de ser atualizada, pelo menos, a cada três meses. Esta lista terá de ser disponibilizada à autoridade de supervisão competente sempre que solicitado.

O projeto vem definir o conceito de partes relacionadas, um conceito que não era exato até hoje: “cônjuge, unido de facto, filho ou progenitor de um membro do órgão de administração ou de fiscalização da instituição; uma entidade comercial na qual um membro do órgão de administração ou do órgão de fiscalização, ou um seu familiar próximo referido na alínea a), detenha uma participação qualificada de 10% ou mais do capital ou dos direitos de votos, ou na qual essas pessoas exerçam cargos de direção de topo ou sejam membros do órgão de administração ou de fiscalização ou possam, por outra via, exercer uma influência significativa”.

Simultaneamente, introduz a nova figura de “partes equiparadas a partes relacionadas”, isto é, entidades que gravitam à volta do banco e cuja relação com a instituição lhes permita, potencialmente, influenciar a sua gestão, no sentido de conseguir um relacionamento fora das condições normais de mercado.

Por partes equiparadas definem-se, entre outros, participantes qualificados do banco, grandes depositantes, grandes credores e grandes devedores, entidades participadas pela instituição e entidades que integram o mesmo grupo e relativamente às quais existe uma relação de interdependência económica.

Para partes relacionadas e partes equiparadas terá de haver uma atenção especial da parte dos responsáveis do banco. Não são clientes normais. O novo aviso vai consagrar expressamente que as transações — como concessão de crédito ou outros negócios – com estas entidades próximas da instituição “são celebradas em condições de mercado e que são aprovadas por um mínimo de dois terços dos membros da administração, após parecer prévio do órgão de fiscalização e das funções de gestão de riscos e de conformidade“.

As novas regras surgem depois de vários casos de alegado favorecimento a alguns grandes clientes no passado, como concluiu a auditoria aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e se admite que possa ter existido noutros bancos.

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Concorrentes às obras da Metro do Porto com prazo alargado até 9 de março

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2020

Os concorrentes às obras da nova Linha Rosa e do prolongamento da Linha Amarela do Metro do Porto podem apresentar propostas aos dois concursos até 9 de março.

Os concorrentes às obras da nova Linha Rosa e do prolongamento da Linha Amarela do Metro do Porto têm até 9 de março para apresentarem propostas aos dois concursos, cujo prazo foi esta segunda-feira prorrogado por duas semanas.

Os avisos da prorrogação foram publicados esta segunda-feira em Diário da República (DR) pela Metro do Porto, sendo esta a segunda prorrogação de prazo anunciada em menos de um mês.

Fonte da Metro do Porto disse à agência Lusa que o objetivo deste novo prazo é permitir que os concorrentes pré-qualificados façam perguntas e pedidos de esclarecimentos sobre os cadernos de encargos.

Inicialmente o prazo para entrega de propostas terminava em 18 de fevereiro, tendo passado para 23 de fevereiro e esta segunda-feira para 9 de março.

De acordo com a Metro do Porto, para cada concurso foram pré-qualificados sete concorrentes.

Os concursos para as duas empreitadas foram lançados no início de abril, tendo o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, que tutela os transportes urbanos, apontado então para um prazo de três anos para a conclusão.

O aviso inicial publicado no DR indicava 42 meses (quatro anos) como “prazo de execução do contrato” da construção da Linha Rosa do Porto, com o valor base de 175 milhões de euros.

Quanto à obra de Vila Nova de Gaia, o prazo de execução previsto no DR era de 34 meses (dois anos e 10 meses), com o valor base de 95 milhões de euros.

Representando um investimento total de 307 milhões de euros, o prolongamento da Linha Amarela diz respeito ao troço entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, e a Linha Rosa será feita entre os Aliados/Praça da Liberdade e a Casa da Música, no Porto.

O Metro do Porto opera atualmente em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto através de uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, tendo em 2019 ultrapassado os 71 milhões de clientes, de acordo com dados da empresa.

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Sandra Leal Vera-Cruz é a nova diretora da Coca-Cola em Portugal

Sandra Leal Vera-Cruz será responsável pela gestão das operações da marca em Portugal. É a primeira vez que a Coca-Cola conta com liderança local de nacionalidade portuguesa.

Sandra Leal Vera-Cruz é diretora-geral da Coca-Cola em Portugal desde o início de janeiro. Para ocupar o novo cargo deixou as funções de business development director na TMD para a Europa, que ocupava desde janeiro de 2016, na mesma empresa. É a primeira vez que a Coca-Cola conta com liderança local de nacionalidade portuguesa.

A nova responsável pelas operações em Portugal vai conduzir a visão estratégica da empresa, com o objetivo de maximizar as oportunidades de negócios. “É um grande desafio ao qual conto dar a melhor resposta, sempre com o contributo de todas as equipas que compõe a nossa atividade em Portugal. Vamos trabalhar para fazer crescer as nossas marcas, conquistar mais relevância, dar resposta aos desafios do setor e acelerar ainda mais a transformação por via da inovação, sempre com o consumidor no centro da estratégia”, reage a nova diretora-geral.

Sandra Leal Vera-CruzD.R.

 

Sandra Leal Vera-Cruz integrou a Coca-Cola em 2007 como business decision support manager e desde 2016 que assumia a responsabilidade de business development director na TMD para a Europa. Antes de se juntar à Coca-Cola, Sandra Leal Vera-Cruz trabalhou na Procter & Gamble Portugal, onde assumiu vários cargos em diferentes áreas desde finanças, gestão de categoria, gestão de projetos com clientes, shopper marketing e consumer insights.

“Com uma mentalidade voltada para o crescimento e a sua energia, Sandra Leal Vera-Cruz conduziu uma estratégia sustentável em toda a região e implementou planos de negócios conjuntos, focados em aumentar a incidência de bebidas nos McDonald’s da região”, refere a empresa em comunicado.

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Wikileaks: EUA pedem extradição de Julian Assange como um criminoso “normal”

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2020

As autoridades dos EUA querem extraditar o fundador do WikiLeaks para o país para poder julgá-lo por espionagem. Argumentam que colocou vidas em risco com a publicação de informação classificada.

Os EUA argumentaram esta segunda-feira, num tribunal em Londres, que o fundador do WikiLeaks não é um defensor da liberdade de expressão, mas um criminoso “normal” que colocou vidas em risco com a publicação de informação classificada.

No início do julgamento para a extradição de Julian Assange, o advogado James Lewis, que representa os EUA, qualificou a publicação de centenas de milhares de documentos militares secretos e telegramas diplomáticos em 2010 como “uma das maiores infrações de informações confidenciais na história dos Estados Unidos”, acrescentado: “Noticiar ou jornalismo não é desculpa para atividades criminosas ou autorização para infringir leis normais”.

As autoridades dos EUA querem extraditar Assange para o país para poder julgá-lo por espionagem, cuja pena pode ir até 175 anos de prisão, mas o fundador do Wikileaks argumenta que agiu como jornalista e tem direito à proteção da Primeira Emenda da Constituição norte-americana, que protege a liberdade de expressão.

Dezenas de apoiadores de Assange concentraram-se no exterior de Woolwich Crown Court, um tribunal de alta segurança, cantando e tocando buzinas, incluindo a estilista Vivienne Westwood, que envergou uma faixa com a palavra “anjo”, esclarecendo que considera o australiano um “anjo da democracia”. “Não é crime publicar crimes de guerra americanos. É do interesse público, é a democracia, que ele possa fazer isso”, afirmou.

Assange, 48 anos, assistiu aos procedimentos do banco dos réus, vestido de fato cinzento, foi transportado da prisão de Belmarsh, localizada junto ao tribunal, onde está preso há 10 meses, e falou apenas para confirmar o nome e data de nascimento, tendo ainda acenado aos jornalistas presentes antes de se sentar.

O ativista argumenta que os documentos revelados expuseram irregularidades militares dos EUA, nomeadamente um vídeo de um ataque com um helicóptero Apache de 2007 pelas forças americanas em Bagdad que matou 11 pessoas, incluindo dois jornalistas da Reuters.

Organizações de jornalismo e grupos de liberdades civis, incluindo a Amnistia Internacional e a Repórteres Sem Fronteiras, dizem que as acusações contra Assange estabelecem um precedente para a liberdade de imprensa. Mas James Lewis disse que Assange é culpado de atividades criminosas “diretas” ao tentar invadir o sistema informático do Pentágono e de expor fontes dos serviços secretos no Iraque.

“O que Assange procura defender com a liberdade de expressão não é a publicação dos documentos confidenciais, mas a defesa da publicação de fontes – os nomes das pessoas que se arriscam a ajudar os EUA e os seus aliados”, afirmou o advogado.

Lembrou ainda que não era papel do tribunal britânico determinar se Assange é culpado. “Esta é uma audiência de extradição, não um julgamento. A culpa ou inocência de Assange será determinada em julgamento nos Estados Unidos, não neste tribunal”.

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Vírus afunda Wall Street. Bolsas mundiais já perdem dinheiro este ano

O alastrar do coronavírus está a afundar as bolsas norte-americanas, arrastando as bolsas mundiais para "terreno" negativo no acumulado de 2020.

Depois das fortes quedas nas praças europeias e asiáticas, maré vermelha também nas bolsas norte-americanas. Os três principais índices dos EUA estão a afundar no arranque desta semana, perante renovados receios quanto ao alastrar da epidemia de coronavírus, que está a propagar-se na Europa a partir de Itália e que ameaça travar a recuperação da economia global.

A pressão vendedora está instalada sobre as ações cotadas em Wall Street, com as bolsas dos EUA a acompanharem a tendência negativa que se verifica na generalidade dos ativos de risco em todo o mundo. O S&P 500 perde mais de uma centena de pontos e está a recuar 3,14%, para 3.232,89 pontos. O industrial Dow Jones cai mais de 988 pontos e cede 3,41%, para 28.004,19 pontos. O tecnológico Nasdaq derrapa 4,25%, para 9.169,31 pontos.

Estas quedas nas bolsas norte-americanas seguem-se às fortes desvalorizações registadas nos mercados europeus, que acompanharam a tendência negativa nas bolsas asiáticas. Com as perdas verificadas nos índices dos EUA, o MSCI World, o índice que mede o comportamento dos mercados acionistas em todo o mundo, já está em “terreno” negativo no acumulado do ano, após uma queda de 2,7% nesta sessão. Significa que a pressão do coronavírus já está a fazer os mercados acionistas mundiais perderem dinheiro em 2020.

A pesar nos mercados acionistas mundiais está o aumento súbito no número de infeções por coronavírus em Itália, que já alcança as 219 e que causa preocupação acrescida numa União Europeia sem fronteiras. Fora da China, o vírus também está a ganhar terreno na Coreia do Sul e no Irão.

Algumas das principais quedas na bolsa em Nova Iorque estão a verificar-se no setor da aviação civil. Os títulos da Delta Air Lines estão a desvalorizar 5,58%, para 54,55 dólares, enquanto os da American Airlines perdem 8,73%, para 25,26 dólares. As ações da United estão a cair 5,18%, para 73,99 dólares. Em causa, o eventual impacto nas contas destas empresas provocado pelas restrições nas deslocações, que estão a ser levantadas em vários países, na tentativa de evitar que a epidemia se transforme numa pandemia.

Evolução das ações da American Airlines no Nasdaq

Perante este cenário, nem mesmo os títulos da Berkshire Hathaway escapam ao afundanço nas bolsas. A empresa do lendário investidor Warren Buffett acabou de apresentar lucros recorde no ano de 2019, nomeadamente um resultado líquido de 81,4 mil milhões de dólares, mas as ações registam uma perda líquida de 10.250 dólares, estando a cair 2,98%, para 333,5 mil dólares cada. Um sinal de que os investidores estão focados nos impactos futuros do coronavírus, mais do que nos desempenhos passados registados pelas empresas.

Já no setor tecnológico, mais concretamente, os investidores temem o impacto económico dos problemas que já se estão a verificar nas cadeias de fornecedores. É o caso da Apple, uma das empresas que tem sido mais pressionadas pelo coronavírus. Os títulos da fabricante do iPhone, que é um dos “pesos pesados” da bolsa norte-americana, cedem 3,67%, para 301,73 dólares.

As perspetivas de menor procura de petróleo estão também a resultar numa desvalorização da matéria-prima nos mercados internacionais. Os futuros do WTI estão a cair 4,57%, para 50,94 dólares o barril, um desempenho que está a arrastar também as ações das petrolíferas. A perfuradora Exxon Mobil perde 3,57% e está a cotar nos 57,03 dólares.

Em sentido contrário, o ouro brilha à medida que os investidores vão procurando refúgio em ativos com valor intrínseco. O preço da onça de ouro já supera os 1.600 dólares, levando um avanço de 1,92%, para 1.674,8 dólares. Além da valorização do ouro, o receio dos investidores está bem espelhado no índice Vix, que mede a volatilidade no índice de referência norte-americano: está a somar 32,44%, para 22,62 pontos.

Stoxx 600 cai quase 4%. Itália afunda perto de 6%

Deste lado do Atlântico, a possibilidade da propagação acentuar-se a partir de Itália continua a provocar um rombo nas principais praças europeias. O índice mais penalizado é mesmo o italiano. O FTSE Mib, sedeado em Milão — que é também um dos epicentros da epidemia na Europa — afunda 5,93%.

Mas as perdas são generalizadas. O pan-europeu Stoxx 600 está a derrapar 3,85%, enquanto o índice português PSI-20 apresenta todas as 18 cotadas em terreno negativo. A queda em Lisboa é de 3,48% e todas as cotadas com maior peso figuram entre os piores desempenhos. É o caso da Nos, que derrapa mais de 5%, ou do BCP, que cai 4,53%. A Galp, pressionada também pela desvalorização do Brent, desliza 4,06%, e a EDP desvaloriza 3,36%.

Ambos os cenários de quedas na Europa e nos EUA somam-se ao que se verificou nas praças asiáticas. O Hang Seng perdeu 1,79%, o Taiwan Weighted derrapou 1,30% e o sul-coreano KOSPI cedeu 3,90%. As perdas foram menores no japonês Nikkei, que desvalorizou apenas 0,39% esta segunda-feira.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h13)

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