Papa Francisco avança com reforma financeira para aumentar transparência no Vaticano

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

O Vaticano anunciou esta segunda-feira que a gestão de fundos, contas bancárias e investimentos imobiliários deixa de estar à responsabilidade da Secretaria de Estado.

O Papa Francisco assinou o ‘motu proprio’ (documento papal) no qual retira do secretário de Estado a gestão de fundos, contas bancárias e investimentos imobiliários, informou esta segunda-feira o Vaticano, em comunicado.

A partir de 1 de janeiro de 2021, esses fundos serão geridos pela Administração do Património da Sé Apostólica (APSA), um marco da reforma da Cúria que está a ser realizada para conseguir maior transparência nas finanças.

O Papa tomou essa decisão em 25 de agosto e comunicou-a ao secretário de Estado, Pietro Parolin, numa carta publicada em novembro.

O Vaticano explicou esta segunda-feira que, com este ‘motu proprio’, Francisco reduz o número de gestores económicos na Santa Sé e concentra a administração, a gestão e as decisões económicas e financeiras nos dicastérios (ministérios) que têm essa tarefa.

Os fundos e investimentos administrados pela APSA “estarão sujeitos ao controlo ‘ad hoc’ do Ministério da Economia, que doravante também exercerá a função de Secretariado Pontifício em matéria económica e financeira”.

A partir de 2021, as contribuições devidas ou devolvidas à Santa Sé por órgãos eclesiásticos de qualquer espécie serão lançadas numa conta denominada “Orçamento Geral da Santa Sé“, administrada pela APSA, que também se encarregará do pagamento de despesas ordinárias e extraordinárias do secretário de Estado.

O Vaticano explica que a APSA constituirá uma provisão orçamental, denominada de fundos papais, que, para maior transparência, fará parte dos resultados financeiros consolidados da Santa Sé.

Haverá subcontas específicas para o Obolus de San Pedro, o Fundo Discricionário do Santo Padre e os chamados “fundos titulados”, que têm objetivos particulares por vontade dos doadores ou por regulamento.

A APSA informará periodicamente o secretário de Estado sobre a situação dos fundos.

“Com isso, o Santo Padre deseja proceder a uma melhor organização da Cúria Romana e a um funcionamento ainda mais especializado da Secretaria de Estado”, explica a Santa Sé.

A decisão do Papa resulta da investigação da operação financeira da venda de um prédio em Londres, pelo qual alguns funcionários do secretário de Estado foram suspensos dos seus empregos, incluindo Tommaso Di Ruzza, diretor da Autoridade de Informação Financeira (AIF), órgão instituído para a luta contra a lavagem de dinheiro.

A carta de Francisco é anterior à demissão pelo Papa do substituto da Secretaria de Estado (2011-2018) e prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Angelo Becciu, que teve de renunciar aos direitos de cardeal, depois de se envolver neste escândalo.

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Do pacote anticorrupção, Luanda Leaks, caso BES até à suspensão de Mexia. Veja o que marcou a justiça em 2020

Vários foram os avanços na justiça portuguesa, como o caso BES, EDP ou até Football Leaks. Os tribunais reinventaram-se e tornaram-se mais tecnológicos com a pandemia.

O ano de 2020 foi protagonizado por vários avanços nos processos mais mediáticos da justiça portuguesa. Desde o caso EDP e BES passando pelo Football Leaks e caso Tancos, os tribunais ligaram o turbo.

Com a pandemia, várias foram as diligências que necessitaram de ser reinventadas, tornando o setor mais tecnológico. Após uma suspensão dos julgamentos, durante o Estado de Emergência e o consequente confinamento entre março e maio, os tribunais retomaram atividade.

Logo em abril, o regime excecional de libertação de presos permitiu libertar 1.867 reclusos, sendo concedido um perdão parcial de penas até dois anos, definido um regime especial de indulto, autorizado saídas administrativas extraordinárias de reclusos e antecipando a a liberdade condicional. Mas Francisca Van Dunem, ministra da Justiça, já veio alertar que o Governo não vai apresentar um novo regime excecional de libertação de reclusos em contexto de pandemia de covid-19.

O ano de 2020 trouxe outras novidades positivas para o setor da Justiça. Um relatório da Comissão Europeia para a Eficiência da Justiça do Conselho da Europa, que saiu em outubro, afirmou que Portugal tem melhorado a eficiência da Justiça. Apesar da Grécia, Itália e Portugal terem conseguido ser mais eficientes nos processos administrativos, o ministério da Justiça referiu que ainda precisam de reduzir a demora processual.

Também o número de ações cíveis pendentes nos tribunais portugueses caiu 42% num intervalo de cinco anos, passando de 229.779 no final de 2015 para 133.004 em 2019.

Menos positivo, as caixas de correio dos procuradores do Ministério Público (MP) foram acedidas ilicitamente e ocorreram intromissões indevidas nos sistemas informáticos da Justiça e do MP. As queixas foram feitas pelos sócios e pela comunicação social ao Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Em alguns casos foram inclusivamente revelados dados que se encontravam em segredo de justiça.

Combate à corrupção

O combate à corrupção foi bastante discutido no decurso de 2020, sendo aprovado em setembro um pacote anti-corrupção, a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2024. A definição das linhas da estratégia contra a corrupção ficou a cargo de um grupo de trabalho liderado por Maria João Antunes. Entre os pontos deste pacote está a separação dos megaprocessos em vários processos, a formação nesta matéria dos profissionais e a tão falada delação premiada.

O regime do whistleblowers (denunciantes) é uma das medidas que integra este pacote de medidas, ou seja, abre a possibilidade de qualquer arguido de crimes económicos e financeiros não ter de cumprir pena caso confesse ou ajude a Justiça a encontrar provas, tal como a hipótese de as empresas privadas serem obrigadas a pagar coimas caso não adotem os planos de combate à corrupção.

A Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, em entrevista ao ECO/Advocatus - 08SET20
A Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, em entrevista ao ECO/Advocatus – 08SET20Hugo Amaral/ECO

A ministra da Justiça recusou que a delação premiada vá passar a ser permitida em Portugal. E esclareceu vezes sem conta que apenas vai ser feito um aprofundamento da lei, tal como já existe. Em causa a possibilidade do arguido que tenha praticado determinado crime, ao confessar integralmente esse mesmo crime, possa ser dispensado de cumprir uma pena. Mas, caso isso aconteça, o juiz é obrigado a aplicar a dispensa ou suspensão de pena.

Também o bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, manifestou-se contra qualquer iniciativa legislativa para instituir a delação premiada ou acordos de sentença no direito criminal português à Comissão de Combate à Corrupção.

Van Dunem abriu ainda a hipótese de o financiamento dos partidos vir a constar na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção. Apesar de a proposta do Governo não constar a fiscalização deste financiamento, a ministra referiu que a mesma já se encontra prevista na lei.

Ainda em 2020, a PGR e DCIAP criaram um novo mecanismo para combater fraudes com fundos europeus – o Think That. O objetivo é desenvolver estratégias de prevenção e combate a fraudes com fundos europeus.

Do fim do Ticão à demissão do presidente do Tribunal da Relação

A discussão em volta da extinção ou não do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), vulgarmente conhecido como “Ticão”, voltou a estar em cima da mesa. Desta vez foi Luís Menezes Leitão, bastonário OA, que referiu a “inevitabilidade” desse fim. A razão apresentada foi a existência de um número reduzido de juízes de instrução, que denomina de “super-estrelas” (Ivo Rosa e Carlos Alexandre) que decidem os casos mais complexos da justiça: processo dos CMEC/EDP, Operação Marquês, Tancos, BES (caso haja instrução antes do julgamento), entre (muitos) outros.

Também a Associação Sindical dos Juízes Portugueses entregou uma proposta de alteração da lei para que o TCIC fique com mais do que os dois juízes colocados atualmente. Ou então que este passe a fazer parte do ‘mero’ Tribunal de Instrução Criminal, onde estão atualmente sete. O presidente da ASJP, Manuel Ramos Soares, insiste que naquele tribunal há um problema de “pessoalização das decisões” que cria um descrédito da Justiça que é preciso resolver.

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Ivo Rosa (lado esquerdo) e Carlos Alexandre (lado direito)Fotomontagem: Lídia Leão / ECO

Os cursos de formação de magistrados, iniciados entre setembro de 2018 e dezembro de 2022, vão sofrer alterações. Devido à pandemia de Covid-19 e à falta de meios humanos há cinco cursos que vão ser reduzidos na sua duração. Entre as razões apresentadas está a “situação de carência de meios humanos” e o possível agravamento desta situação nos próximos anos, “em função do número de juízes e magistrados do Ministério Público que ficarão em condições de se jubilar”.

Desde finais de setembro que os magistrados do MP – titulares do inquérito e da investigação criminal – incluindo os jubilados (aposentados), passaram a ter de entregar a declaração “de rendimentos e património”. A periodicidade para apresentação de declarações é de cinco anos, mas a partir do momento que começam a exercer funções, têm dois meses para entregar essa declaração. E sempre que haja alguma alteração da sua situação patrimonial, terão de avisar o Conselho Superior da Magistratura.

Depois de a Associação Sindical dos Juízes Portugueses ter pedido ao Conselho Superior de Magistratura uma investigação de forma a averiguar a distribuição de processos no Tribunal da Relação de Lisboa, o relatório não detetou ilegalidades nas atribuições manuais nem encontrou motivos para a instauração de qualquer procedimento disciplinar.

2020 ficou ainda marcado pela demissão de Orlando Nascimento, ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, em março. António Joaquim Piçarra, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, já tinha pedido a Orlando Nascimento para apresentar essa mesma renúncia uns dias antes.

PGR e a suspensão diretiva dos poderes hierárquicos

Logo no início de 2020, a procuradora-geral da República Lucília Gago, pediu um novo parecer para decidir se a intervenção de um superior hierárquico de um magistrado do MP num processo fica registada por escrito. Até lá, pede a suspensão da publicação em Diário da República da diretiva que gerou reações críticas nos últimos dias.

A Procuradora-Geral da República quer ainda ser avisada pelos magistrados do MP das investigações que envolvam figuras públicas ou mediáticas. Chama esses arguidos de “pessoas particularmente expostas”, investigados em processos “que se preveja que venham a ter repercussão mediática” e de “particular sensibilidade em razão da relevância dos interesses envolvidos e da qualidade dos sujeitos processuais”.

Cerimónia de abertura do ano judicial 2020 - 06JAN20
Lucília Gago, procuradora-geral da RepúblicaHugo Amaral/ECO

Ainda no plano de atuação da PGR, o Governo e o Presidente da República fixaram o critério de não haver renovação de mandato para cargos de natureza judiciária, aplicando-se tanto ao presidente Tribunal de Contas como à PGR.

Football Leaks deu pontapé de saída no julgamento

Em 2020, Rui Pinto foi um dos protagonistas da história da justiça portuguesa no âmbito do caso Football Leaks. Começou o ano em prisão preventiva, mas em agosto o hacker foi libertado após ter estado mais de um ano em prisão preventiva e quatro meses em domiciliária.

O criador do Football Leaks foi acusado de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.

Aquando da acusação, Rui Pinto recorreu, mas o Tribunal da Relação de Lisboa manteve o número de crimes. A defesa de Rui Pinto considerou, na contestação apresentada junto do Tribunal Central Criminal de Lisboa, que é “inadmissível” que o hacker esteja a ser acusado por 90 crimes, ao invés de dez que foram identificados no mandato de detenção europeu e no seu posterior alargamento.

Rui Pinto pediu também o afastamento dos juízes Paulo Registo, a quem foi inicialmente entregue o processo e presidente do coletivo de juízes, e Helena Leitão, que compunha esse coletivo. Mas foi o próprio Paulo Registo que acabou por pedir para sair do processo, por existir suspeita sobre a sua imparcialidade, e o Tribunal da Relação de Lisboa aceitou.

O julgamento iniciou-se a 4 de setembro e foram arroladas 45 testemunhas pelo Rui Pinto. Entre elas a antiga eurodeputada Ana Gomes, o diretor nacional da PJ Luís Neves, Edward Snowden, o ex-ministro Miguel Poiares Maduro, o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho, o treinador do Benfica Jorge Jesus, e Octávio Machado.

Atualmente o julgamento está suspenso, devido à confirmação de um teste com resultado positivo à Covid-19, estando agendada para dia 12 de janeiro a retoma do mesmo.

Operação Lex e 17 acusados

A PGR deu por encerrada a investigação em torno da Operação Lex, tendo deduzido acusação para julgamento contra 17 arguidos. Em causa estão os crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, usurpação de funções, falsificação de documento, fraude fiscal e branqueamento.

No banco dos arguidos estão Rui Rangel, ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, Vaz das Neves, ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Fátima Galante, ex-mulher de Rui Rangel e juíza com funções suspensas, entre outros.

Rui Rangel, arguido na Operação Lex

O envolvimento de Rui Rangel neste processo levou à sua suspensão provisória de funções no Tribunal da Relação de Lisboa, em 2018, e posteriormente à sua demissão, em 2019. Também Fátima Galante foi sancionada pelo Conselho Superior de Magistratura (CSM) com aposentação compulsiva.

Rangel ainda recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça da decisão do CSM por violação dos deveres e integridade, retidão e probidade, mas viu o seu recurso ser julgado improcedente.

Furto de armas em Tancos

A 2 de novembro começou o julgamento dos 23 arguidos do processo sobre o furto das armas de Tancos. O antigo ministro da Defesa Azeredo Lopes, o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar Luís Vieira, vários elementos da PJ, membros da GNR e o alegado grupo responsável pelo furto de Tancos regressaram ao tribunal e responderam perante a Justiça no Tribunal Judicial da Comarca de Santarém.

O mentor do furto de armas de Tancos, João Paulino, afirmou em julgamento que militares da GNR lhe disseram que se entregasse o material roubado, “nada lhe acontecia” e que o ministro da Defesa acompanhava o assunto. Em tribunal explicou ainda, com muitos pormenores, a forma como ele e mais dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos, a 28 de junho de 2017, referindo desconhecer que material de guerra continham.

O ex-ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo LopesManuel de Almeida / LUSA 10 novembro, 2016

Um das testemunhas do processo foi Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República. Em causa está uma reunião em Tancos no dia 4 de julho de 2017 e as circunstâncias em que o Chefe de Estado teve conhecimento do aparecimento das armas. O Presidente da República afirmou que soube do “aparecimento do material de guerra pela comunicação social”.

Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo político no seguimento do processo, está acusado dos crimes de denegação de Justiça e prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder e denegação de Justiça. Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

Caso EDP e saída de Mexia da empresa

O ano de 2020 ficou ainda marcado pelo caso EDP que colocou António Mexia, ex-CEO da EDP, João Manso Neto, CEO da EDP Renováveis, e a João Conceição, administrador da REN, no centro das atenções. Em julho, o juiz Carlos Alexandre apresentou o despacho de acusação e validou as medidas de coação propostas pelo aos três acusados.

O despacho ditou que Mexia e Manso Neto ficassem suspensos das funções que exercem atualmente por oito meses. Entre as medidas de coação está ainda a proibição de contactar, por qualquer meio, com arguidos, e o pagamento de cauções. Enquanto para o presidente da EDP e da EDP Renováveis o valor da caução é de um milhão de euros, para João Conceição o valor é de 500 mil euros. Medidas que foram contestadas pelos advogados dos acusados.

João Manso Neto, CEO da EDP Renováveis, e António Mexia, ex-CEO da EDP

Em dezembro, os advogados de Mexia e Manso Neto aperceberam-se que os pareceres jurídicos, em defesa dos seus clientes, que constavam no documento de recurso das medidas de coação entregue ao MP não ficaram juntos ao processo entregue ao Tribunal da Relação. A defesa dos arguidos — protagonizada por João Medeiros da VdA — fez então chegar ao Tribunal da Relação de Lisboa um requerimento a criticar a postura adotada pelo MP.

António Mexia comunicou recentemente à EDP a sua indisponibilidade para integrar os novos órgãos sociais da companhia num próximo mandato, que seria o sexto à frente da empresa.

O processo das rendas excessivas da EDP está há cerca de oito anos em investigação no DCIAP e tem sete arguidos: António Mexia, João Manso Neto, o ex-ministro Manuel Pinho, o administrador da REN e antigo consultor de Pinho, João Conceição, Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas, a própria EDP, e Artur Trindade.

BES: Acusação vê luz do dia

Com início em 2014, um dos megaprocessos da história da Justiça portuguesa, o caso BES, viu em julho novos avanços com o despacho de acusação. Com 25 arguidos, 18 pessoas singulares e sete empresas, no processo estão em causa 348 crimes. Entre eles de burla qualificada, branqueamento de capitais, associação criminosa, falsificação de documentos, fraude no comércio internacional e desvio de fundos e corrupção ativa e passiva.

Ainda sem data marcada para a eventual fase de instrução, o processo do Universo Espírito Santo conta com o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, como arguido, sendo acusado de 65 crimes. Foram várias as razões para imputar a Salgado a responsabilidade ao nível de uma rede organizada de crimes económicos que acabou a resultar na queda e colapso do GES, no verão de 2014.

Ricardo Salgado, antigo presidente do BESMário Cruz / EPA

Entre os arguidos estão ainda José Manuel Espírito Santo, Manuel Fernando Espírito Santo, Alexander Cadosch, líder da Eurofin, Jean-Luc Schneider, ex-administrador da Espírito Santo Financiére, Amílcar Morais Pires, administrador financeiro do BES, e Isabel Almeida, administradora do BES.

O inquérito deste processo visava o apuramento de um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo.

Operação Marquês sem data de regresso

Outro dos megaprocessos, Operação Marquês, termina o ano sem data de regresso aos tribunais. Apesar de em março ter começado o debate instrutório da Operação Marquês, que investiga factos que tiveram lugar entre 2006 e 2015 e coloca entre os 28 arguidos o ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates, a decisão final ainda não tem data marcada.

Segundo a acusação deste processo ficou indiciado que os arguidos que exerciam funções públicas ou equiparadas, tendo em vista a obtenção de vantagens, agiram em violação dos deveres funcionais. Branqueamento de capitais e corrupção são alguns dos 188 crimes em causa.

José Sócrates, antigo primeiro-ministroWikimedia Commons

Agora cabe ao juiz Ivo Rosa decidir o futuro deste processo que se tem arrastado há vários anos na Justiça. No final do debate instrutório, em julho, o magistrado justificou a sua impossibilidade de proferir uma decisão instrutória em dez dias, segundo estipula a lei, ou num prazo razoável. O juiz vai manter-se em exclusivo na fase de instrução.

Luanda Leaks

No virar de ano de 2019 para 2020, a bomba Luanda Leaks explodiu quando o Tribunal Providencial de Angola decidiu o arresto preventivo de participações em nome de Isabel dos Santos e do seu marido, Sindika Dokolo, e do gestor Mário Silva, em empresas como a Unitel, o BFA, o Bic Angola e a ZAP.

A empresária Isabel dos Santos foi constituída arguida por alegada má gestão e desvio de fundos durante a passagem pela petrolífera estatal Sonangol. De acordo com o “Luanda Leaks”, a filha de José Eduardo dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai e que tinha como única acionista declarada a portuguesa Paula Oliveira, amiga de Isabel dos Santos e administradora da operadora Nos.

Isabel dos SantosIsabel dos Santos/Instagram

Face à “bomba”, o EuroBic anunciou a saída de Isabel dos Santos do capital do banco e Jorge Brito Pereira, ex-advogado da empresária e chairman da Nos, apresentou a demissão do cargo de presidente da mesa da assembleia geral. O ex-sócio da Uría Menéndez-Proença de Carvalho saiu também da sociedade de advogados, renunciando o cargo no seguimento do caso.

O advogado foi ainda constituído arguido no âmbito das investigações do Luanda Leaks, depois das buscas da Polícia Judiciária realizadas numa mega operação em várias localidades do país. Brito Pereira foi referido no dossiê Luanda Leaks por ter aberto, pelo menos, duas empresas à filha do ex-presidente de Angola.

Bacelar Gouveia e os diamantes

Jorge Bacelar Gouveia, professor universitário e ex-deputado do PSD está a ser investigado no âmbito da Operação Tutti-Frutti. Prestes a ser nomeado juiz Conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça, Bacelar Gouveia é suspeito de facilitar a atribuição de doutoramentos a alunos de alguns Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP’s) a troco de contrapartidas, como diamantes.

Dias depois da investigação, Bacelar Gouveia ficou impedido de aceder ao Supremo Tribunal de Justiça por decisão foi do Conselho Superior de Magistratura. A decisão de interdição do acesso deveu-se a inexistência de vagas para “juristas de mérito”.

Esta investigação ao constitucionalista nasce da “Operação Tutti-Frutti”, quando a Polícia Judiciária teve conhecimento de conversas telefónicas entre Bacelar Gouveia e o antigo deputado do PSD Sérgio Azevedo, seu aluno na Universidade Nova e a preparar um doutoramento.

A investigação desta operação remonta a 2017, sendo Carlos Eduardo Reis, antigo conselheiro nacional do PSD, o principal suspeito desta alegada teia de crimes de corrupção, participação económica em negócio, tráfico de influência e eventual financiamento político, que envolvem ainda outras personalidades do PS e do PSD. No centro da operação estão adjudicações superiores a um milhão de euros de juntas de freguesia de Lisboa a militantes destes dois partidos.

Das golas antifumo aos clubes de futebol

O processo sobre alegada corrupção no negócio das golas antifumo tem 18 arguidos, entre os quais o ex-secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Neves, e o presidente da Proteção Civil Proteção Civil, Mourato Nunes. As cerca de 70 mil golas antifumo faziam parte do ‘kit’ distribuído à população no âmbito do programa “Aldeia Segura, Pessoas seguras”, que custou cerca de 125 mil euros.

O antigo presidente do BPP, João Rendeiro, foi condenado em julho a cinco anos e oito meses de prisão. O TRL aceitou parcialmente o recurso do Ministério Público, que não ficou satisfeito com a pena de cinco anos de prisão determinada em outubro de 2018, tendo aumentado a condenação em oito meses pelos crimes de falsidade informática e falsificação de documentos, em coautoria, atos que lesaram o BPP. Este processo estava relacionado com a adulteração da contabilidade do BPP, envolvendo uma verba a rondar os 40 milhões de euros.

João Rendeiro, antigo presidente do BPPMário Cruz / Lusa

Um mês antes, em junho, o MP deduziu acusação contra 34 arguidos suspeitos de branqueamento de capitais num total de 2,8 milhões de euros, num processo relacionado com alegada fraude do empresário Carlos Inácio Pinto. No processo, estão 34 arguidos, dos quais dez são empresas, que terão entrado no esquema para ajudar o empresário de 60 anos a alegadamente encobrir a origem do dinheiro, que estaria associado a fraude fiscal praticada por Carlos Inácio Pinto, ficando com uma parte dessa suposta lavagem de dinheiro.

Também em 2020, o MP deduziu acusação contra nove arguidos que são suspeitos da prática de crimes de corrupção, prevaricação de titular de cargo político, branqueamento de capitais e participação económica em negócio. Envolvidos estão os municípios de Trancoso, Alcobaça, Sabugal e Gouveia, e uma pessoa coletiva dedicada à construção civil. Os factos remontam ao período compreendido entre 2007 e 2011 e ocorreram no contexto de parcerias público-privadas institucionais.

No mundo do futebol, o ano de 2020 também foi bastante agitado. A Polícia Judiciária (PJ) suspeita que o Sport Lisboa e Benfica (SLB) tenha subornado atletas de outros clubes para perderem nos confrontos com os encarnados na época 2015/2016. Entre os jogos que estão a ser alvo de investigação está a última disputa entre Benfica e Sporting — então liderado por Jorge Jesus — que foi perdido pelos verdes e brancos.

Estádio da Luz - 18JUN20

Também as instalações da Sporting SAD foram alvo de buscas por parte da PJ. Em causa estão suspeitas de branqueamento de capitais na sociedade na altura em que a Holdimo, maior acionistas depois do clube, entrou no capital social do Sporting.

Em março, foram anunciados 47 arguidos no âmbito da operação “Fora de Jogo”, que ditou buscas às SAD do Benfica, Porto e Sporting. Entre eles estão jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos. Em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, crimes cometidos em negócios do futebol profissional, efetuados a partir do ano de 2015.

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Moeda comemorativa da presidência portuguesa da União Europeia chega a 4 de janeiro

Vai entrar em circulação, a 4 de janeiro, uma nova moeda comemorativa da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

Portugal irá assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) durante o primeiro semestre de 2021. De forma a marcar este acontecimento, o Banco de Portugal irá colocar em circulação uma moeda de dois euros comemorativa, a partir de 4 de janeiro. A moeda designada “Presidência do Conselho da UE” foi apresentada esta segunda-feira através do site da instituição.

Na face frontal da moeda, encontra-se o desenho europeu comummente utilizado nas moedas em circulação. Já na face nacional da moeda, está o “desenho de um mapa de conexões, que representa a ligação entre a capital de Portugal e as outras capitais europeias”. Este é envolto pelas 12 estrelas representativas da União Europeia.

O desenho é acompanhado das legendas “Presidência do Conselho da União Europeia Portugal 2021” e “Casa da Moeda”, como pode ler-se na comunicação do Banco de Portugal. Foi definido o limite de emissão de 500 mil moedas para comemorar a quarta vez que Portugal irá presidir ao Conselho da União Europeia, sucedendo à Alemanha nessas funções.

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Foram detetados 18 casos da nova estirpe de Covid-19 na Madeira

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

O presidente do Governo da Madeira afirmou que foram detetados na região 18 casos de infeção com a nova estirpe do SARS- CoV-2, sendo 17 oriundos do Reino Unido e um de Lisboa e Vale do Tejo.

O presidente do Governo da Madeira afirmou esta segunda-feira que foram detetados na região 18 casos de infeção com a nova estirpe do SARS- CoV-2, sendo 17 oriundas do Reino Unido e uma de Lisboa e Vale do Tejo.

Miguel Albuquerque falava aos jornalistas à margem de uma visita ao novo acesso à via rápida destinado apenas às viaturas da equipa médica de intervenção rápida (EMIR) e localizado no Pinheiro Grande, junto à Cancela, que está sediada no Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira. “Foram 18 [casos], 17 provenientes do Reino Unido e um de Lisboa e Vale do Tejo”, disse o governante.

Em videoconferência em 21 de dezembro, Miguel Albuquerque anunciou que o Governo da Madeira iria proceder, em articulação com o Instituto Ricardo Jorge, a análises de casos positivos oriundos do Reino Unido, para avaliar se a nova estirpe do vírus já havia chegado à região. “Nós próprios vamos fazer uma análise genética de um conjunto de casos que foram detetados ao longo dos últimos meses na Madeira para ver se essa variante do vírus chegou a estar na Madeira, está na Madeira ou não”, disse.

No domingo, a Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira confirmou ter detetado a presença da nova estirpe do SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, em viajantes que chegaram à região provenientes do Reino Unido.

“Na sequência da análise genética pedida pela Direção Regional de Saúde ao Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge a uma amostra de alguns casos positivos detetados na Região Autónoma da Madeira, foi confirmada a presença da nova estirpe do vírus do Reino Unido na Madeira”, revelou.

A nota, que não especificava o número de infetados, referia que “esta identificação só foi possível graças ao trabalho desenvolvido pelo Centro de Rastreio do Aeroporto Internacional da Madeira, o qual permite rastrear, identificar e encaminhar para isolamento casos positivos, quando detetados”. A tutela sublinhou que a estratégia para controlar a pandemia na região se mantém “com enfoque na vigilância dos passageiros” e no cumprimento das orientações das autoridades de saúde.

A nova estirpe do coronavírus SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido, apresentada como mais contagiosa e que está a inquietar o mundo, já está a circular em vários países e territórios, dentro e fora da Europa. Na sequência da identificação desta nova variante do SARS-CoV-2, diversos países, dentro e fora da Europa, decidiram suspender as ligações, nomeadamente aéreas, com o Reino Unido, uma lista que tem vindo a aumentar.

A estirpe britânica do vírus já foi também detetada, pelo menos, na Suécia, Itália, Holanda, Alemanha, França, Espanha, Noruega e no Japão. Grande parte da União Europeia (UE) começou a vacinação contra a covid-19 no domingo, numa ação que será desenvolvida de forma gradual e cuja primeira fase incidirá sobre as pessoas mais vulneráveis, idosos ou profissionais de saúde especialmente expostos a infeções.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde afirmou que as primeiras vacinas contra o novo coronavírus deverão manter pelo menos alguma eficácia contra a nova variante mais contagiosa oriunda do Reino Unido.

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Banca avança com nova ação contra empresa ligada a Isabel dos Santos

  • ECO
  • 28 Dezembro 2020

Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novo Banco lançaram, no dia de Natal, uma ação judicial contra holding maltesa Winterfell Industries, um mês depois de o terem feito contra a subsidiária Winterfell 2.

Três bancos portugueses avançaram com uma nova ação judicial contra uma empresa de Isabel dos Santos. Segundo noticia o Expresso (acesso livre), a Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o Novo Banco avançaram, no dia de Natal, com um novo processo no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, desta vez dirigido à holding maltesa Winterfell Industries, um mês depois de também o terem feito contra a subsidiária Winterfell 2.

As instituições financeiras reclamam 26,39 milhões de euros — que terão sido emprestados no âmbito do negócio para a compra de parte da Efacec em 2015 — a Isabel dos Santos e à Winterfell Industries, de Malta, na ação judicial consultada pelo Expresso. A Winterfell Industries é uma holding com sede em Malta que controla 100% da Winterfell 2. Esta é, por seu turno, controlada pela portuguesa Niara Holding, que tem sede na Zona Franca da Madeira e é detida por Isabel dos Santos.

Foi através da Winterfell 2 que Isabel dos Santos era acionista da Efacec, sendo que esta participação foi nacionalizada devido ao caso Luanda Leaks. Além de ter sido nomeado um avaliador independente para estipular o montante a pagar pelo Estado português pelos 72% da Efacec, o processo de inclui uma investigação a quem é o beneficiário último da participação. O Governo pretende não só ter esses passos concluídos como também a reprivatização feita durante o primeiro semestre do próximo ano.

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Adicional ao IMI bate recorde ao chegar este ano a 88.942 proprietários

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

O novo escalão de taxa de imposto criado em 2019 para particulares com imóveis cujo valor patrimonial tributário excede os dois milhões de euros chegou este ano a 303 contribuintes.

A Autoridade Tributária e Aduaneira enviou este ano 88.942 notas de cobrança do Adicional ao Imposto Municipal sobre os Imóveis (AIMI), sendo este o número mais elevado desde que o imposto foi lançado.

Daquele total de notas de cobrança emitidas, 65.942 dizem respeito a pessoas coletivas e 23 mil a pessoas singulares, segundo indicou à Lusa fonte oficial do Ministério das Finanças.

Estas 88.942 notas de pagamento do Adicional ao IMI correspondem ao maior número desde que o imposto foi cobrado pela primeira vez, em 2017 e traduzem um aumento de 16,5% face às 76.304 que chegaram em 2019 aos proprietários de imóveis cuja afetação (no caso dos contribuintes coletivos) ou valor patrimonial tributário (no caso dos particulares) os coloca na alçada deste imposto.

A subida é maioritariamente explicada pelo incremento de quase 10 mil de contribuintes particulares que receberam este ano uma destas notas de liquidação face ao universo contemplado em 2019.

O número global de liquidações emitidas não inclui os chamados verbetes, ou seja, os imóveis cuja caderneta predial não foi ainda atualizada e não está associada ao NIF dos proprietários.

Os dados do Ministério das Finanças indicam ainda que o novo escalão de taxa de imposto criado em 2019 para particulares com imóveis cujo valor patrimonial tributário excede os dois milhões de euros chegou este ano a 303 contribuintes. No ano passado a nova taxa foi aplicada em 331 liquidações.

Cobrado pela primeira vez em 2017, o Adicional ao IMI é pago anualmente, durante o mês de setembro, com base nos valores patrimoniais tributários (VPT) dos prédios que constem das matrizes em 1 de janeiro do ano a que imposto respeita.

O AIMI incide sobre a soma do VPT dos prédios urbanos (incluindo terrenos para construção), exceto os prédios urbanos classificados como “comerciais, industriais ou para serviços” e “outros”. De fora do alcance deste imposto ficam ainda os imóveis que no ano anterior tenham estado isentos ou não tenham sido sujeitos ao pagamento do IMI.

Dirigido a empresas e particulares, o AIMI contempla, contudo, taxas diferenciadas para cada uma destas tipologias de contribuintes. De acordo com as regras em vigor, as empresas pagam uma taxa de 0,4% sobre a totalidade do valor patrimonial dos prédios urbanos habitacionais e dos terrenos para construção.

Relativamente aos particulares, o AIMI compreende três escalões de taxas: uma taxa de 0,7% sobre o valor patrimonial dos imóveis que exceda os 600 mil euros; outra de 1% quando o valor ultrapassa um milhão de euros; e uma terceira de 1,5% para os valores acima dos dois milhões de euros.

Os casados e unidos de facto podem duplicar estes valores excluídos de tributação caso optem pela tributação em conjunto.

A receita do Adicional ao IMI está consignada ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), mas em 2021, e como forma de fazer face à quebra de receitas da Segurança Social, vai ser atribuída ao orçamento da previdência, tal como estipula o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

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“Velha guarda” da publicidade junta-se no combate à pandemia

Nova Agência de Campanha desenvolveu um projeto de combate ao coronavírus sob o mote “não deixes o vírus entrar”.

A pandemia tocou todo o mundo e muitos foram os que recorreram às redes sociais à procura de informação ou como escape durante o confinamento. Foi exatamente aí, numa rede social, que surgiu a ideia que deu origem à nova campanha publicitária contra o vírus. Tudo começou quando Pedro Bidarra, um das referências da publicidade em Portugal, fez um tweet em que questionava a dicotomia entre economia e saúde na pandemia. A discussão escalou e levou a uma reunião com o Governo, à qual se juntou também outra referência da indústria da comunicação: João Wengorovius.

Em tempo recorde foi criada uma agência e, de seguida, uma campanha que se queria eficaz para o período de Natal e fim do ano. Tal como no filme Armageddon, em jeito de metáfora, os dois publicitários que durante anos trabalharam juntos na agência BBDO, juntaram um grupo da “velha guarda” para resolver um problema atual.

No briefing passado à nova agência, Pedro Bidarra e João Wengorovius deixaram claro alguns pontos: a comunicação devia assentar na vertente “biológica” e não ser moralizadora ou paternalista; devia também ser uma explicação clara de como atua o vírus, como se propaga e os efeitos reais no corpo das pessoas. Por outro lado, tendo em conta o problema e os números atuais da pandemia, a campanha não podia ser desenvolvida e produzida nos mesmos moldes que as campanhas tradicionais, com timings de agência e de vários níveis de aprovação por parte do Governo. Simplesmente, porque não há esse tempo no combate ao vírus.

À semelhança de um hospital de campanha (montado quando há situações de emergência), foi criada a Agência de Campanha, para atuar com urgência e com a missão de acertar à primeira. E é assim que nasce uma equipa especifica, da confiança dos dois profissionais e com as diferentes competências e experiência para o projeto resultar. Entre eles, Nuno Jerónimo de O Escritório, Diogo Anahory da Bar Ogilvy, Marco Pacheco e Andreia Ribeiro da BBDO, André Moreira (atualmente em Londres), Marco Dias ex-BBDO e ex-Brandia, Bernardo Rodo da OMD e Pureza Morais Cabral.

Juntos criaram o conceito da campanha: “não deixes o vírus entrar” no teu corpo, na tua casa, na tua família. Uma campanha com diferentes momentos e objetivos, para chamar a atenção que o problema existe, é real, dá cabo do corpo e pode ter efeitos potencialmente fatais. Uma campanha multimeios e com filmes diferentes para chegar a diferentes targets, mostrando como se dá o contágio na realidade e como é fácil a transmissão se não forem tidos os cuidados certos.

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Presidenciais: Marcelo em terceiro lugar nos boletins de voto e Ana Gomes no fim

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

Até ao prazo-limite, dirigiram-se ao Tribunal Constitucional nove cidadãos que entregaram documentação com a intenção de concorrerem ao Palácio de Belém.

O Presidente da República, que se recandidata ao cargo, ficou na terceira posição no ordenamento dos nomes nos boletins de voto para as eleições Presidenciais de 24 de janeiro, surgindo em último lugar a candidata Ana Gomes.

O primeiro nome a figurar nos boletins de voto é o de Eduardo Batista, seguindo-se o da eurodeputada bloquista Marisa Matias, e o de Marcelo Rebelo de Sousa, de acordo com o resultado do sorteio esta segunda-feira realizado no Tribunal Constitucional (TC).

Em quarto lugar figura o nome do dirigente da Iniciativa Liberal Tiago Mayan, seguido pelo líder do Chega, André Ventura, o líder do RIR, “Tino de Rans”, o dirigente comunista João Ferreira e, finalmente, a diplomata Ana Gomes. Manuel da Costa Andrade, presidente do TC, e Vítor Mendes, secretário de Justiça, protagonizaram os procedimentos, perante representantes das diversas candidaturas.

Os juízes do Palácio Ratton têm até 4 de janeiro para verificar a admissibilidade das proposituras, nomeadamente o número mínimo de 7.500 assinaturas válidas de cidadãos eleitores. Segue-se um período de recurso por parte das candidaturas consideradas inelegíveis ou com irregularidades e a decisão final é proferida até 11 de janeiro.

Até ao prazo-limite das 16.00 horas de 24 de dezembro dirigiram-se ao TC nove cidadãos que entregaram documentação com a intenção de concorrerem ao Palácio de Belém, segundo fonte da secretaria-geral do órgão de soberania. Eduardo Batista, por exemplo, deslocou-se à instituição no mesmo dia em que o fizeram Marcelo Rebelo de Sousa, Marisa Matias e André Ventura, mas somente com um punhado de folhas com assinaturas.

No sorteio, o primeiro nome a sair da urna foi o do eurodeputado do PCP João Ferreira, sendo-lhe depois atribuído o número sete. O mesmo procedimento foi adotado para os outros candidatos, ficando estabelecido o ordenamento final.

cinco anos, registou-se um recorde absoluto de candidaturas presidenciais, com um total de 10 concorrentes a figurarem nos boletins de voto.

Ordem das candidaturas presidenciais:

  1. Eduardo Batista
  2. Marisa Matias
  3. Marcelo Rebelo de Sousa
  4. Tiago Mayan
  5. André Ventura
  6. “Tino de Rans”
  7. João Ferreira
  8. Ana Gomes

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AMT inicia processos para multar operadores de transportes por não prestarem informação

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

Operadores de transportes que não prestem informação estão sujeitos a coimas entre 10.000 e 30.000 euros, revelou a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) iniciou procedimentos contraordenacionais contra operadores de transportes por incumprimento de obrigações de prestação de informação, puníveis com coimas entre 10.000 e 30.000 euros, foi anunciado esta segunda-feira.

“Continua a constatar-se o não cumprimento integral, por parte de diversos operadores, das obrigações previstas no RJSPTP [Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte de Passageiros], o que, de acordo com a alínea e) do artigo 46.º, constitui contraordenação punível com coima entre 10.000 e 30.000 euros”, informou a AMT, em comunicado.

Neste sentido, a autoridade dos transportes indicou, sem especificar os operadores, que “foram iniciados os competentes procedimentos contraordenacionais contra os agentes económicos em causa, referentes a serviços disponibilizados de forma transversal em Portugal continental”.

A AMT lembrou que o cumprimento das obrigações de transmissão de informação é “essencial para uma adequada contratualização dos serviços públicos e para o pagamento das respetivas compensações aos operadores”.

Assim, “a não prestação de informação essencial ou prevista legalmente, sem justificação objetiva, a uma autoridade pública, poderá dificultar o estabelecimento de regras transparentes e de procedimentos equitativos e, por isso, constituir em si mesmo um entrave à concorrência nos mercados”, acrescentou.

No quadro de um balanço sobre a sua atividade contraordenacional, a AMT indicou que, no que respeita ao incumprimento das obrigações de informação previstas no RJSPTP, por parte dos operadores, foram instaurados 56 processos este ano.

Noutro âmbito, desde 2016, foram instaurados 251 processos de contraordenação, estando atualmente em curso 175 processos, em que os arguidos são operadores e prestadores de serviços do setor da mobilidade e dos transportes.

A autoridade dos transportes iniciou também nove processos de contraordenação em que os arguidos são utentes do transporte ferroviário de passageiros, estando em preparação outros 61 processos, em que os visados são também utentes destes serviços.

Até ao momento, foram aplicadas 38 coimas em processos de contraordenações e quatro admoestações por ter sido provada a prática de diversos ilícitos, como o incumprimento de obrigações relativas à existência ou disponibilização do livro de reclamações, das regras do atendimento prioritário, de normas do RJSPTP, da obrigação de prestação de informação à AMT e de requisitos legais nos contratos de aluguer de carros (‘rent-a-car’).

Até à data, o montante total das coimas aplicadas e confirmadas foi de 73.850 euros, detalhou a AMT, sendo que foi pago o montante total de 21.370.

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Recuperação de créditos de cobrança duvidosa do IVA com período transitório

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

Os procedimentos relativos aos pedidos de autorização prévia para regularização de créditos de cobrança duvidosa de IVA podem ser certificados até 28 de fevereiro de 2021.

Os procedimentos relativos aos pedidos de autorização prévia para regularização de créditos de cobrança duvidosa de IVA, cujo prazo de seis meses decorra entre abril e dezembro de 2020, podem ser certificados até 28 de fevereiro de 2021.

A criação deste período transitório no mecanismo dos pedidos de autorização prévia (PAP) para regularizações do IVA por contabilistas certificados independentes consta de uma portaria publicada esta segunda-feira em Diário da República.

“Os elementos e diligências referentes aos pedidos de autorização prévia cujo prazo de seis meses contados a partir da data em que os créditos sejam considerados de cobrança duvidosa, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 78.º -A do Código do IVA, decorra entre 01 de abril de 2020 e a data da entrada em vigor da presente portaria podem ser comprovados e certificados por contabilista certificado independente até 28 de fevereiro de 2021, salvo se o referido prazo de seis meses se concluir em data posterior”, determina o diploma.

A portaria, que entra em vigor esta terça-feira, dia 29 de dezembro, produz efeitos a 01 de janeiro de 2015, relativamente aos procedimentos de regularização que se encontrem pendentes de decisão na data da entrada em vigor. O código do IVA consagra o mecanismo de regularização respeitante a créditos de cobrança duvidosa ou considerados incobráveis, permitindo ao sujeito passivo recuperar o IVA entregue ao Estado apesar de não ter recebido o pagamento do crédito.

São considerados créditos de cobrança duvidosa “aqueles que apresentem um risco de incobrabilidade devidamente justificado”, nomeadamente que estejam em mora há mais de 12 meses desde a data do respetivo vencimento e existam provas objetivas de imparidade e de terem sido feitas diligências para o seu recebimento ou que se encontrem em mora há mais de seis meses desde a data do respetivo vencimento, o valor do mesmo não seja superior a 750 euros, IVA incluído, e o devedor seja particular ou sujeito passivo que realize exclusivamente operações isentas que não confiram direito à dedução.

A comprovação e certificação dos elementos e diligências respeitantes a cada crédito de cobrança duvidosa e dos requisitos legais para a dedução do imposto respeitante a créditos considerados incobráveis, eram asseguradas em exclusivo por revisor oficial de contas, mas o Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) alterou essa disposição para que pudessem ser também efetuadas por contabilista certificado independente, desde que, quanto a créditos de cobrança duvidosa, a correspondente regularização do imposto não exceda os 10 mil euros por declaração periódica.

Durante a votação na especialidade do OE2021 foi aprovada uma proposta de alteração que determina que a comprovação e certificação dos elementos e diligências necessários neste processo possa vir a ser efetuada “por revisor oficial de contas ou contabilista certificado independente, nas situações em que a regularização do imposto não exceda 10.000 euros por pedido de autorização prévia”, assumindo esta alteração à lei natureza interpretativa.

Num despacho publicado no início deste mês, o secretário de Estado Adjunto e dos assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, referia que esta já era, de resto, a leitura que a AT fazia da alteração ao código do IVA produzida por via de OE2020. A Autoridade Tributária e Aduaneira anunciou, entretanto, através do Portal das Finanças, que já se encontra disponível a funcionalidade de validação dos pedidos de autorização prévia relativos às regularizações de IVA por Contabilistas Certificados Independentes.

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Consumo de cimento cresce 9,3% e atinge valor anual médio mais alto desde 2011

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

A AICCOPN adiantou esta segunda-feira a existência de um aumento de 9,3% no consumo de cimento nos primeiros dez meses do ano, num total de cerca de três milhões de toneladas.

O consumo de cimento aumentou 9,3% nos primeiros dez meses do ano, em termos homólogos, totalizando cerca de três milhões de toneladas, o valor anual médio mais alto desde 2011, anunciou esta segunda-feira a AICCOPN.

“Nos primeiros dez meses de 2020, o consumo de cimento no mercado nacional registou um aumento 9,3% em termos homólogos, totalizando cerca de três milhões de toneladas, volume que, a dois meses do final do ano, supera já o valor anual médio registado desde 2011”, informou a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), em comunicado enviado às redações.

No que diz respeito ao licenciamento municipal de edifícios habitacionais observou-se, até ao final de outubro, uma ligeira quebra de 2,1%, em termos homólogos, “em resultado de uma estabilização na construção nova e de uma contração de 8,8% nas obras de reabilitação licenciadas”, explicou a associação, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Já o licenciamento de fogos em construções novas registou uma ligeira quebra de 3,2%, em termos homólogos, para 20.065 alojamentos.

Segundo dados do Banco de Portugal, o volume de novos empréstimos concedidos para aquisição de habitação, desde o início do ano, totalizou 9,1 mil milhões de euros, traduzindo um aumento de 6,4%, face ao mesmo período do ano passado.

Em outubro, o valor de avaliação bancária atribuído às habitações, no âmbito da concessão de crédito, registou um aumento de 0,3% em relação ao mês anterior e de 5,8% em termos homólogos, fixando um novo máximo histórico em 1.131 euros por metro quadrado.

A região do Algarve destacou-se, no período em análise, com o número de fogos licenciados em construções novas nos 12 meses terminados em outubro de 2020 a totalizar 1.189, o que traduz uma quebra de 27,2% face aos 1.634 alojamentos licenciados nos 12 meses anteriores.

Quanto aos valores de avaliação bancária na habitação naquela região, verificou-se, em outubro, um aumento em termos homólogos de 7,5%, para 1.550 euros por metro quadrado.

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Pfizer atrasa segunda entrega das vacinas em Espanha

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2020

Esta segunda-feira deveriam ter sido entregues 350 mil doses. Atraso deu-se em oito países.

A nova entrega de vacinas da Pfizer-BioNTech contra aCovid-19 em Espanha, que estava agendada para esta segunda-feira, sofreu um atraso e teve de ser adiada para terça-feira, confirmou o ministério espanhol da Saúde.

Em comunicado, o ministério liderado pelo ministro Salvador Ilia comunicou o atraso de um dia na chegada das doses. Simultaneamente, a Pfizer Espanha reportou numa declaração pública que “esta noite foi informada pela sua fábrica em Puurs (Bélgica) do atraso dos envios para oito países europeus, incluindo Espanha, devido a um problema no processo de carregamento e expedição”.

No entanto, apesar de a próxima entrega de vacinas ter sido “adiada por algumas horas e chegue a Espanha na terça-feira para a continuação da vacinação em todo o país”, o governo espanhol esclareceu que a empresa farmacêutica informou que “a situação já foi resolvida”

As primeiras 9.750 vacinas da Pfizer/BioNTech chegaram a Espanha no sábado, provenientes da Bélgica em dois contentores, os mesmos que foram enviados a cada estado membro da União Europeia (UE) para esta “primeira entrega simbólica”, como explicou este domingo o diretor geral da Pfizer Espanha, Sergio Rodríguez.

À primeira entrega de vacinas seguir-se-ia a remessa de 350 mil doses inicialmente previstas para esta segunda-feira, uma quantidade que será recebida todas as segundas-feiras das próximas 12 semanas até atingir um total de 4,5 milhões de doses, que vão ser administradas na primeira fase aos grupos prioritários.

A Comissão Europeia contratou com a Pfizer/BioNTech um total de 200 milhões de doses, das quais a Espanha receberá 10 por cento – cerca de 20 milhões.

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