Trabalhadores dos supermercados estão hoje em greve

  • Lusa
  • 1 Abril 2018

Se pensa em ir ao supermercado este domingo, é provável que encontre o estabelecimento fechado. Os funcionários estão em greve. Sindicato pede respeito pelo feriado nacional do domingo de Páscoa.

O Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (SITESE), afeto à UGT, convocou uma greve para este domingo de Páscoa, a qual abrange os funcionários de supermercados e grandes superfícies comerciais.

Em 23 de março, o SITESE explicou que tinha convocado greve “à prestação de trabalho para os trabalhadores dos setores do comércio, escritórios e serviços, nomeadamente nas empresas filiadas na APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição”, onde estão as empresas donas de supermercados e de muitas lojas presentes em centros comerciais.

Nos motivos da greve, o SITESE indica o “respeito pelo feriado nacional do domingo de Páscoa”, “trabalho digno”, a “conciliação da vida familiar com a vida profissional” e o “fim da precariedade”.

O sindicato quer ainda “aumento dos salários”, “respeito e exigência do cumprimento integral da negociação coletiva”, o “fim imediato dos bloqueios à negociação coletiva” e “um diálogo social assente no cumprimento efetivo dos compromissos assumidos e a assumir”.

O SITESE disse à Lusa que o pré-aviso de greve abrange cerca de 85 mil trabalhadores.

A greve, que começou às 00h00, termina às 24h00.

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Pingo Doce quer entregar comida em casa, como a Uber Eats e Glovo

  • ECO
  • 30 Março 2018

Perante o forte crescimento das encomendas de refeições prontas a comer, a retalhista da Jerónimo Martins abre a porta a fazer entregas também em casa.

O negócio das refeições está a correr bem. Tanto as refeições servidas nos restaurantes das lojas como as de take away crescem a um ritmo acelerado que levam o Pingo Doce a admitir começar a fazer também entregas em casa. Na calha poderá estar um serviço idêntico ao da Uber Eats ou da Glovo. Ou com uma app própria ou com uma já existente.

João Freitas, responsável pela área de negócio de soluções de refeições da retalhista da Jerónimo Martins (que inclui restaurantes nas lojas, pronto a levar e encomendas), avança ao Expresso que, este ano, as três cozinhas do Pingo Doce deverão produzir, juntas, 10 mil toneladas de pratos, sobremesas e sopas.

Há um crescimento tanto nas refeições dos restaurantes dos supermercados como nas encomendas que são feitas nas lojas ou por telefone. Neste sentido, e para responder ao sucesso deste negócio, João Freitas revela que a ideia é começar a fazer entregas também em casa e num curto espaço de tempo, como acontece na Uber Eats e a Glovo.

Há hipótese de fazer essas entregas em casa com uma aplicação própria ou com uma já existente. Já estamos, por exemplo, no Mercadão. Há um grande crescimento da comida pronta a comer, e o futuro é a entrega ao domicílio”, avança João Freitas, sem, no entanto, contabilizar o investimento que estará envolvido nesta aposta.

E também não avança uma data. É preciso ajustar a oferta perante o expectável aumento da procura com essas entregas em casa. “Estamos a produzir a mais de 80% da capacidade instalada, e só vamos dar esse passo quando tivermos capacidade para dar resposta às entregas em casa”, diz.

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Estas cinco empresas dão tudo o que lucraram aos acionistas. Incluindo a Sonae Capital, que teve prejuízos

Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco: vão dar todos os lucros e mais alguns aos acionistas. Mesmo a Sonae Capital, cujo prejuízo não impede 15 milhões em dividendos.

Novabase, Sonae Capital, Nos, CTT e Jerónimo Martins: não há cotadas como estas.

Define-se payout como a parte dos lucros de uma empresa que vai para os acionistas. Mas quem teve prejuízos e mesmo assim vai distribuir dividendos pelos seus acionistas? Na bolsa de Lisboa, há uma empresa que apesar de ter fechado 2017 com as contas no vermelho vai remunerar os investidores. E também há aquelas vão dar o que lucraram e o que não lucraram para deixar os acionistas mais contentes. Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco.

A Sonae Capital, empresa de capital de risco do grupo Sonae, registou prejuízos de 6,5 milhões de euros no ano passado. Mas isso não impediu a comissão executiva liderada por Cláudia Azevedo, filha de Belmiro de Azevedo, de manter o dividendo de seis cêntimos por ação. Ou seja, em cima da mesa estão 14,7 milhões de euros em remunerações aos acionistas, tornando mais difícil explicar o conceito por detrás de payout…

Os CTT e a Nos tão pouco ajudam a esclarecer o termo anglo-saxónico que define a parcela dos lucros que a empresa vai distribuir aos acionistas sob a forma de dividendo.

As cotadas mais generosas do PSI-20

Fonte: Reuters e CMVM

Por exemplo, o operador postal vai dar o dobro aos acionistas face ao resultado que obteve no ano passado: lucro 27 milhões de euros mas aos acionistas serão distribuídos 57 milhões de euros. Feitas as contas, o payout dos CTT supera mesmo os 200%, um cenário que não deverá voltar a repetir-se tão cedo, conforme já disse o presidente Francisco Lacerda.

Na Nos, cujo payout de 123,87% nos indica que também vai dar mais dividendos do que os lucros que obteve, o incrível é que nem mesmo assim os analistas pareçam ter ficado convencidos com a remuneração acionista: o BPI queria um dividendo maior do que os 30 cêntimos que a operadora liderada por Miguel Almeida propôs.

Mas por que razão as empresas estabelecem este tipo de políticas de remuneração acionista mais generosas? “Penso que traduz essencialmente a confiança das empresas relativamente ao futuro. Por outro lado, há empresas para as quais há diferenças mais significativas entre resultados e fluxos de caixa, sendo que a capacidade para pagar dividendos depende, em última instância, dos fluxos de caixa e não dos resultados“, explica Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos, ao ECO.

Nos casos da retalhista Jerónimo Martins ou da tecnológica Novabase atingem-se pontos de equilíbrio entre lucros e dividendos. Se já compreendeu bem a definição de payout, então saberá que o payout nestas duas cotadas situa-se nos 100% (ou perto disso): tudo o que lucraram no ano passado vai para os bolsos dos investidores.

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Sem ganho com a venda da Monterroio, lucros da Jerónimo Martins caem. Retalhista dá tudo em dividendos

A Jerónimo Martins fechou o ano de 2017 com um lucro de 385 milhões de euros, menos 35% do que em 2016. A empresa vai pagar um dividendo de 0,613 euros por ação, no montante de 385 milhões de euros.

A Jerónimo Martins obteve no exercício de 2017, um resultado líquido de 385 milhões de euros, uma quebra de 35% face a igual período do ano anterior. Excluindo o impacto da Monterroio, subsidiária que o grupo vendeu em 2016, os resultados cresceram 6,7%, adianta a retalhista em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Tudo o que lucrou vai ser entregue aos acionistas.

O grupo vai propor o pagamento de um dividendo de 385 milhões de euros, correspondente a 0,613 euros por ação, que compara com os 0,605 euros por ação pagos em 2016. Há um aumento, apesar da quebra nos resultados, sendo que para isso a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos vai recorrer à liquidez que tem.

Apesar da política de dividendos do grupo prever a distribuição “de um valor entre 40% a 50% dos resultados líquidos consolidados ordinários”, a Jerónimo Martins explica em comunicado que “considerando a solidez do balanço e a posição líquida de caixa no final do ano, bem como a capacidade de forte geração de caixa do Grupo, na sua reunião de 27 de fevereiro de 2018, o Conselho de Administração decidiu propor à Assembleia Geral de Acionistas, que decorrerá no dia 12 de abril de 2018, a distribuição de um dividendo de 385,2 milhões de euros”.

Um pagamento que corresponde, pelo segundo ano consecutivo, a um payout excepcional de 100%, aproximadamente o dobro do que resultaria da aplicação da política de dividendos.

Polónia na frente

As vendas da dona do Pingo Doce cresceram 11,3% para os 16.300 milhões de euros (ou 9,4% a taxas de câmbio constantes), uma performance impulsionada mais uma vez pela atividade na Polónia onde o grupo opera através da Biedronka.

Analisando os dados por insígnia, a cadeia polaca registou um crescimento das vendas de 13,2% para os 11.075 milhões de euros. Em termos de like for like o crescimento foi de 8,6%. Já Hebe, a rede de parafarmácias que o grupo detém na Polónia cresceu 35,7% para os 166 milhões de euros.

"A Jerónimo Martins vai continuar a investir nas nossas pessoas e na infraestrutura das nossas operações, comprometidos em encontrar, a todo o momento, o equilíbrio entre crescimento sustentável e rentabilidade, tanto no curto como no médio-longo prazos.”

Pedro Soares dos Santos

CEO da Jerónimo Martins

Em Portugal, o Pingo Doce registou vendas de 3.667 milhões de euros, mais 3,1% do que em 2016. Em comunicado, o grupo Jerónimo Martins dá conta de um crescimento like for like para o Pingo Doce de 1,0% no ano em que abriu mais 10 lojas. Já o Recheio viu as vendas like for like crescerem 6,2% no ano, com as vendas totais a atingirem os 942 milhões de euros, mais 7,2% do que no ano anterior.

Na Colômbia, a Ara alcançou vendas de 405 milhões de euros, 72% acima do ano anterior.

O EBITDA (resultados antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 7,0% para os 922 milhões de euros. O EBIT, por seu turno, aumentou 4,2% para os 591 milhões de euros. A Jerónimo Martins refere que “este desempenho foi atingido num ano de investimento relevante na Colômbia e também nas propostas de valor da Biedronka e do Pingo Doce”.

O cash flow gerado para o período em análise foi de 249 milhões de euros já “incorporando o aumento registado no capex [investimento] em relação ao ano anterior”.

Grupo investiu 724 milhões de euros

Em 2017, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos investiu 724 milhões de euros, dos quais 51% foram afetos à expansão (lojas novas e centros de distribuição), já o restante foi alocado à remodelação do parque de lojas.

A Biedronka absorveu 49% do total do capex do grupo, num total de 354 milhões de euros. Deste pacote de investimentos faz parte a abertura de 121 lojas e a remodelação de 226 lojas e ainda um novo centro de distribuição. Já o Pingo Doce investiu 102 milhões de euros, na abertura de mais dez lojas, 23 remodelações profundas e 21 de natureza mais ligeira.

Na Colômbia, mais precisamente na ARA, o grupo investiu 169 milhões de euros, tendo inaugurado 169 lojas.

Pedro Soares dos Santos refere em comunicado que o grupo vai continuar “a investir nas nossas pessoas e na infraestrutura das nossas operações, comprometidos em encontrar, a todo o momento, o equilíbrio entre crescimento sustentável e rentabilidade, tanto no curto como no médio-longo prazos”.

Para 2018, o presidente e administrador delegado do grupo promete manter “o crescimento como absoluta prioridade estratégica em todos os nossos mercados”. Para isso acrescenta: ” o programa de investimento do grupo deverá manter-se nos níveis de 2017 e atingir um valor de 700-750 milhões de euros, incluindo, para além dos projetos em expansão de todas as insígnias, a manutenção do forte plano de remodelações da Biedronka e do Pingo Doce.

(Notícia atualizada às 18h35 com mais informação)

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Bolsa de Lisboa disparou 6%, no melhor janeiro desde 2015. Assim irá o ano inteiro?

Diz o ditado que "como vai janeiro, assim vai o ano inteiro". Primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à bolsa de Lisboa e o melhor janeiro desde 2015. Manterá a exuberância ao longo de 2018?

“Como vai janeiro, assim vai o ano inteiro”. A fazer fé no ditado popular, os investidores têm razões para sorrir com um bom desempenho da bolsa de Lisboa ao longo de 2018. É que o primeiro mês do ano trouxe ganhos superiores a 6% à praça nacional. E coloca-se a pergunta: podemos esperar tal exuberância no ano inteiro?

Até fechou a última sessão do mês a perder 0,51% para 5.663,44 pontos, mas nada que tenha impedido o PSI-20 de alcançar o melhor janeiro desde 2015. No primeiro mês de 2018, o principal índice português avançou 6,09%. Principal contributo: o BCP, que liderou os ganhos com uma impressionante subida de 19,30% desde o dia 1 de janeiro. Logo atrás surgem Sonae Capital e Sonae, com altas mensais de 16% e 14,6%, respetivamente.

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos”, diz ao ECO o gestor da corretora XTB, Eduardo Silva. “O ano de 2017 foi bastante bom para o nosso país. Há vários fatores que deverão garantir condições para que Portugal continue a crescer este ano, nomeadamente a recuperação da confiança dos investidores e a estabilidade política”, argumenta o analista.

Este sentimento positivo é partilhado por Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos. “A expectativa de um ano de 2018 favorável aos índices de ações é suportada pelo enquadramento macro positivo… e reforçada pelo Plano Fiscal aprovado no final do ano passado nos EUA”, diz o especialista, adicionando mais argumentos à lista que podem potenciar a bolsa de Lisboa. Ou deixar o mercado à beira de um ataque de nervos…

Não ficarei surpreendido se o PSI-20 chegar a dezembro a negociar a valores mais altos, já que historicamente as avaliações ainda estão baixas e o índice nacional está longe dos máximos.

Eduardo Silva

Gestor da corretora XTB

Lembra Albino Oliveira que “múltiplos de mercado encontram-se já num nível relativamente elevado em termos históricos, principalmente nos EUA”, num contexto que foi “agravado pela subida nas yields da dívida de governos que tem sido observada desde o início do ano”.

Por isso, “uma mais forte subida das taxas de juro das obrigações poderá ser vista como um risco para os mercados de ações, principalmente se coincidir com um período de menor otimismo para a evolução da economia global”, alerta o analista da Patris.

BCP liderou os ganhos em Lisboa

Fonte: Reuters

Por cá, foram as ações do BCP a fazer as delícias dos investidores. Dispararam quase 20% à boleia das boas perspetivas que os analistas atribuem ao banco liderado por Nuno Amado. “É uma história de recuperação de resultados”, tinha dito a equipa de research do BPI no final do ano passado. Para o JPMorgan, que vê o título chegar aos 35 cêntimos, o BCP é top pick na Península Ibérica.

Com valorizações de 16% e 14,65%, Sonae Capital e Sonae também beneficiaram do maior otimismo dos analistas. No primeiro caso, há um dividendo que salta à vista — os analistas do BPI dizem que podem subir no próximo ano e subiu a avaliação do título.

Quanto à dona da cadeia de hipermercados Continente, ela está entre as preferidas do CaixaBank BPI para o retalho ibérico, à frente da Jerónimo Martins que se encontra no ranking as maiores valorizações em Lisboa porque, em boa verdade, também beneficia do bom momento económico em Portugal que os analistas argumentam em favor da Sonae.

“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.

Em relação à Mota-Engil, são os negócios em África que continuam a puxar pelos títulos da construtora. Somou mais de 8,52% na bolsa depois de engordar a carteira de encomendas na Costa do Marfim.

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Lucros das empresas da bolsa de Lisboa aceleram 10% à boleia da economia

Vem aí a temporada de resultados em Lisboa. Os lucros das grandes cotadas terão acelerado 10%, à boleia do bom momento económico. O ECO preparou um guia para abordar a earnings season nacional.

EDP terminou ano com lucros de quase 1.200 milhões e lidera ranking de resultados em Lisboa.Fotomontagem/ECO

Os lucros das cotadas da bolsa de Lisboa dispararam no ano passado com grande parte das empresas nacionais a recolher frutos da aceleração da economia portuguesa. São muitos os motivos para sorrir à partida para mais uma temporada de resultados no PSI-20. Desta vez até a banca vai ajudar à festa.

De acordo com as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, os lucros das cotadas que compõem o índice de referência nacional terão acelerado 9,7% para superarem os 3.500 milhões de euros (ver tabela em baixo). Se há fatores extraordinários que fazem a diferença em algumas contas, o bom desempenho das grandes empresas em 2017 deveu-se, sobretudo, à melhoria das condições económicas em Portugal e lá fora. O argumento é fácil de perceber: quanto maior atividade económica, mais as empresas conseguem faturar. Foi o que aconteceu.

“A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro”, refere João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa, ao ECO. “Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais”, acrescenta.

A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro. Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais.

João Queiroz

Diretor de banca online do Banco Carregosa

É o BPI quem dá o pontapé de arranque na earnings season portuguesa. É já esta terça-feira e os analistas estimam que o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank tenha obtido um lucro de 70,5 milhões. Mas, ao contrário dos últimos anos, desta vez o banco já não figura no principal índice português. Pelo que a temporada de resultados no PSI-20 só acontece efetivamente na próxima semana, através da Navigator.

Fonte: Reuters

Serão vários os pontos de interesse para os investidores ao longo dos próximos dois meses em que as cotadas nacionais vão a exame. Até porque os resultados fornecem um bom retrato das empresas e ajudam a antecipar tendências de dividendos. “Será importante para perceber se o bom momento económico se está a materializar nas empresas”, sublinha Salvador Alves, analista da Orey iTrade.

E, neste capítulo, logo na segunda semana acontece um dos habituais pontos altos da temporada de resultados lisboeta. O BCP presta contas e a expectativa dos analistas aponta um disparo de 585% do lucro para 164 milhões, depois de um ano que foi decisivo para o futuro do banco — concluiu o aumento de capital de 1.300 milhões de euros que trouxe a Fosun para a ribalta e com isso pagou o que devia das ajudas prestadas pelo Estado.

“O setor bancário da Europa tem capitalizado com a possibilidade de alteração, a médio prazo, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o BCP beneficia de uma possível recomposição do corpo acionistas e de uma evolução positiva das imparidades, das receitas e respetivas margens”, destaca João Queiroz.

A seguir ao BCP é a vez da Galp e mais boas notícias: os analistas apontam para uma subida de 15% do lucro para 557 milhões de euros, catapultando a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva para o segundo lugar dos maiores lucros em Lisboa.

EDP, EDP Renováveis, CTT… é só fazer as contas

2017 foi também o ano da família EDP. O seu líder António Mexia viu-se envolvido em casos judiciais e falou-se da possibilidade de estar de saída da liderança do grupo. A mãe EDP tentou a aquisição (um pouco hostil) da sua filha EDP Renováveis e ainda vendeu a Naturgas (em Espanha, por 2,6 mil milhões) e Portgás (à REN, por 530 milhões). Tudo fatores extraordinários que baralharam as contas finais. Como ficaram?

Habituada a ser o rei dos resultados, a EDP terá visto o lucro subir 23,6% para 1,19 mil milhões de euros — representando um terço dos lucros do PSI-20 –, mas os olhos dos analistas vão estar virados para o impacto das duas alienações na redução da pesada dívida da elétrica. Já o resultado líquido da EDP Renováveis terá disparado 270% para 208,6 milhões de euros.

“As receitas e lucros da EDP não parecem constituir uma incerteza tão relevante como o potencial de serviço da dívida”, salienta Queiroz. É que “o elevado grau de endividamento pode impactar a geração futura de lucros e de cash-flows da EDP”, justifica.

No annus horribilis dos CTT, a queda do negócio postal fez mossa nos lucros da empresa: terão recuado 27% para os 46,2 milhões. Foi por causa disto que a administração liderada por Francisco Lacerda anunciou um plano de reestruturação que passa por saídas de trabalhadores e fecho de lojas como forma de posicionar os correios postais para o futuro.

“Mas ambas as medidas custam dinheiro e acresce a elevada regulação por ser um serviço público”, lembra Salvador Alves, considerando que os investidores vão estar atentos à “habilidade [de Lacerda] para cortar custos e para fomentar as alavancas de crescimento”.

Outros dois destaques da temporada vão recair no setor do retalho, que continua sob pressão por causa da digitalização do consumo. Ao que tudo indica, tanto a Sonae (dona do Continente) como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) viram os lucros tombarem na ordem dos dois dígitos. Mais intensa será a queda do resultado da Jerónimo Martins, mas há que contabilizar a venda da Monterrroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos que fez disparar os resultados do ano passado.

Os investidores vão agora estar atentos a duas coisas essenciais: a habilidade de cortar custos e de fomentar as alavancas de crescimento. De acordo com o plano de reestruturação divulgado em dezembro, a empresa postal terá de fechar agências e despedir colaboradores, ambos custam dinheiro e acresce ainda a elevada regulação por ser um serviço público.

Salvador Alves

Analista da Orey iTrade

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Amazon vai acelerar fusões e aquisições no retalho nacional

Online está a mudar a forma como consumimos e isso vai acelerar movimentos de consolidação no setor do retalho da Península Ibérica, com destaque para a Sonae e Jerónimo Martins, diz o BPI.

A internet está a mudar a forma como os consumidores fazem as suas compras e players como a Amazon vão acelerar movimentos de consolidação no setor do retalho da Península Ibérica, com impacto no negócio da Sonae (Continente) e Jerónimo Martins (Pingo Doce), as duas maiores cadeias de retalho em Portugal, dizem os analistas do CaixaBank BPI.

Numa nota de research publicada esta segunda-feira, com o título “Amazoning the world”, o banco de investimento salienta a força do canal online sobretudo em produtos mais transacionáveis como os eletrónicos de consumo, os livros e o vestuário, enquanto no segmento da alimentação a penetração online é mais reduzida. Ainda assim, o impacto da internet vai colocar pressão na rentabilidade das lojas físicas, que pensam cada vez mais no digital.

Mas há um desafio. “Pensamos que o online vai exigir aos players que ganhem escala para fazer face a estes desafios”, consideram os analistas José Rito e Bruno Bessa. “Os novos competidores online deverão pressionar as margens enquanto o aumento da consolidação entre os produtores tem levado as retalhistas a estabelecer parcerias. Consolidação (no setor) será o próximo passo”, frisam.

Para o CaixaBank BPI, são diferentes as alternativas em cima da mesa para a Sonae SON 0,18% e Jerónimo Martins. Veem a dona do Continente mais ativa em compras na Península Ibérica. Quanto à Jerónimo Martins, uma maior atividade de fusão deverá envolver a Colômbia — onde detém a marca Ara — ou um outro mercado próximo onde a retalhista já está presente — também detém a Biedronka, na Polónia.

“A Sonae tem uma parceira com a Satya (30% atribuível à Sonae) com o objetivo de encontrar potenciais alvos em África. Esta joint venture já assegurou algumas lojas em Moçambique e foi noticiado o seu interesse em alguns ativos no Egito. Adicionalmente, a empresa poderá olhar também para o mercado espanhol”, analisa o banco. Em relação à Jerónimo Martins, “deverá focar o seu poder de fogo na América Latina e Europa de Leste”, acrescenta.

Sonae é a preferida

Entre as retalhistas preferidas pelo CaixaBank BPI continua a Sonae, porque “está mais bem posicionada em termos de online e poderá tirar benefícios de um tendência mais sustentável no segmento alimentar em Portugal”. Neste cenário, o banco de investimento aumentou o preço alvo da Sonae em 15% para 1,50 euros por ação, mantendo a recomendação “comprar”.

“O sentimento dos consumidores tem tocado máximos históricos na Ibéria, acionando as unidades de bens mais transacionáveis da Sonae, nomeadamente de bens eletrónicos”, justificou a equipa do BPI. “A perspetiva deverá permanecer positiva, já que o rendimento disponível continuará a melhorar, com o aumento do salário mínimo, desemprego mais baixo, menos impostos e salários mais altos dos funcionários públicos”, vincou ainda.

Sonae é a retalhista dos olhos do BPI

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Jerónimo Martins e Sonae sobem no ranking global do retalho da Deloitte

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2018

De acordo com o estudo anual revelado esta segunda-feira, a Jerónimo Martins é hoje o 56.º maior retalhista mundial e a Sonae subiu para o 167.º lugar.

A Jerónimo Martins e a Sonae subiram no ‘ranking’ global do retalho em 2017, face ao ano anterior, registando “uma evolução significativa da sua posição”, revela hoje o estudo anual da Deloitte ‘Global Powers of Retailing 2018’.

“A Jerónimo Martins é hoje o 56.º maior retalhista mundial (64.º na edição anterior), a sua melhor posição de sempre, fruto de um crescimento de cerca de 6,5% no seu volume de negócios, para o qual contribuíram todas as geografias e insígnias do grupo”, lê-se no estudo.

Já a Sonae “ascendeu ao 167.º lugar (175.º na edição anterior), tendo os proveitos gerados pelo negócio de retalho ultrapassado, pela primeira vez, a fasquia dos cinco mil milhões de euros. Face ao ano anterior, as vendas cresceram mais de 12%, fruto de crescimento orgânico e de aquisições como a Salsa e a Go Natural”, acrescenta.

“A subida de oito lugares no ‘ranking’ por parte de ambas as empresas é um marco assinalável, sobretudo por ocorrer num ano (2016) em que o euro se manteve relativamente estável face ao dólar norte-americano”, considerou Pedro Miguel Silva, sócio da indústria de retalho e bens de consumo da Deloitte, citado em comunicado.

As receitas agregadas das 250 maiores empresas de retalho a nível mundial ascenderam aos 4,4 biliões de dólares no ano fiscal de 2016 (que corresponde ao exercício encerrado até junho de 2017), o que representa uma subida de 4,1% face ao ano anterior, segundo o estudo ‘Global Powers of Retailing 2018: Transformative change, reinvigorated commerce’, da Deloitte.

Wal-Mart, Costco Wholesale, The Kroger, Schwarz Group e Walgreens Boots Alliance continuaram a liderar a classificação nesta edição do estudo e “as maiores alterações registaram-se nas restantes posições do ‘top’ 10, devido a uma combinação de fatores que incluem crescimento orgânico, processos de aquisição e variações na taxa de câmbio”.

A Amazon subiu do 10.º para o 6.º lugar, com receitas perto de 100 mil milhões de dólares (cerca de 82 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), destacando-se também a “entrada da CVS Health para o lugar da Tesco, que deixa de estar entre os 10 maiores retalhistas do mundo”, adianta o estudo.

O ‘top’ 10 representa 30,7% da receita total das 250 maiores retalhistas (30,4% na edição anterior).

“O retalho beneficiou de um clima económico favorável, com a generalidade das principais economias mundiais e emergentes a apresentarem crescimento. O setor enfrenta, contudo, ameaças significativas, como a crescente desigualdade no rendimento das famílias, a possível introdução de medidas protecionistas em mercados como os Estados Unidos e o Reino Unido e o abrandamento das políticas monetárias expansionistas pelos principais bancos centrais”, explicou, no comunicado, Luís Belo, sócio e líder da indústria de retalho e bens de consumo da Deloitte.

Outro dos destaques da 21.ª edição do estudo é que, pela primeira vez, em quatro anos, “os maiores retalhistas de moda e acessórios não lideram o crescimento das receitas, mas continuam a ser o setor mais rentável”.

Entretanto, os retalhistas alimentares continuam a ser as empresas de maior dimensão, com uma média de receitas de 21,7 mil milhões de dólares (cerca de 22,2 mil milhões de euros), e com maior representatividade no ‘ranking’ (135 retalhistas representam mais de metade de 250 maiores empresas e dois terços das receitas agregadas).

O estudo identificou ainda as quatro principais tendências do setor: desenvolvimento de competências digitais de elevado valor; combinação de canais para recuperar o tempo perdido; criação de experiências em loja que sejam únicas e envolventes; e reinvenção do retalho com as mais recentes tecnologias.

“É um momento de transformação para o retalho. Capacitado pela tecnologia, o comprador está claramente no comando, mantendo-se constantemente conectado e estando mais habilitado do que nunca para conduzir a sua jornada de compra onde, quando e como quer”, refere Pedro Miguel Silva, que acrescenta que, “perante a ameaça de disrupção, os retalhistas têm vindo a abraçar o omnicanal (físico e digital) como o padrão do processo de compra, dando aos consumidores mais informação, conveniência e variedade nos canais e momentos de contacto da sua escolha”.

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Vendas da Jerónimo Martins atingem 16,3 mil milhões em 2017

A Jerónimo Martins reportou esta quinta-feira vendas preliminares no valor de 16,3 mil milhões de euros, relativas ao ano de 2017. Subiram 11,3% face a 2016.

As vendas do grupo Jerónimo Martins JMT 0,27% “atingiram 16,3 mil milhões de euros” em 2017, “um aumento de 11,3% relativamente a 2016”. A informação faz parte de um comunicado enviado pela dona do Pingo Doce à CMVM. Nele, a empresa destaca o “ambiente ligeiramente mais positivo em Portugal”, em que viu as vendas subirem 3,1% para 3,7 mil milhões de euros.

O principal negócio do grupo continua a ser a Biedronka, cadeia de hipermercados na Polónia, com a qual a Jerónimo Martins registou vendas de cerca de 11,1 mil milhões de euros, uma subida de 13,2% face ao ano de 2016. “O foco nas vendas através do investimento no reforço do posicionamento de preço e da experiência de consumo impulsionou um forte ano de crescimento do volume de negócios e de aumento das quotas de mercado, com todas as insígnias a entrarem bem preparadas em 2018”, garante a empresa.

"Todas as companhias cumpriram os seus objetivos de vendas, entregando um crescimento muito positivo (…). Este desempenho torna-se ainda mais importante num contexto de aumento de custos de pessoal na Polónia e em Portugal (…).”

Jerónimo Martins

Comunicado enviado à CMVM

“Em Portugal, levámos em consideração os desafios inerentes a um mercado alimentar maduro e orientado a promoções, onde, contra intuitivamente, a capacidade instalada continua a expandir”, aponta a companhia. “O Pingo Doce reforçou a qualidade da sua oferta e o posicionamento de preço, e manteve o desempenho life-for-like em território positivo, ao mesmo tempo que o Recheio apresentou um crescimento notável, capturando plenamente as oportunidades no seu setor”, refere.

A empresa continua, indicando que “todas as companhias cumpriram os seus objetivos de vendas, entregando um crescimento muito positivo, impulsionado pelo investimento em ganhos de quota de mercado”. E conclui, garantindo que esse crescimento é “importante” num contexto de “aumento dos custos de pessoal na Polónia e em Portugal” e de “forte alocação de recursos à qualidade da operação”.

(Notícia atualizada às 17h26 com mais informação)

Cotação das ações da Jerónimo Martins na bolsa de Lisboa

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Pedro Soares dos Santos: “Investimos 550 milhões em Portugal em cinco anos”

Pedro Soares dos Santos diz que "acredita em Portugal". Por isso, e depois de muitos milhões investidos no país, diz que quer continuar a fazê-lo. O centro logístico de Valongo é uma prova disso.

A Jerónimo Martins tem investido milhões de euros no seu crescimento, tanto a nível nacional como internacional. Só em Portugal foram investidos 550 milhões de euros nos últimos cinco anos, diz o presidente executivo da dona do Pingo Doce, Pedro Soares dos Santos, na inauguração do novo centro logístico do grupo, em Valongo, que custou 75 milhões.

“Acreditamos no potencial de Portugal. Investimos 550 milhões de euros entre 2012 e 2016”, referiu Pedro Soares dos Santos. “E é um investimento que é feito por uma empresa sem dívida“, salientou, na inauguração do centro logístico localizado no norte do país, que ocupa um espaço de 100 mil metros quadrados, conta com 450 colaboradores diretos e cerca de 300 indiretos, num total de 750.

Continuando na senda dos investimentos, Pedro Soares dos Santos anunciou ainda a construção de uma nova unidade fabril em Valongo. “Vamos abrir uma fábrica de massas frescas aqui [em Valongo]”, frisou o presidente executivo do grupo.

“Para já não temos mais dados sobre este novo investimento que vamos realizar,” disse fonte oficial da Jerónimo Martins, ao ECO. O novo investimento, que ainda não tem data para avançar, deverá ficar dentro do perímetro industrial do centro de logística do grupo, em Alfena no concelho de Valongo, e deve abastecer cerca de 100 lojas, à semelhança do investimento que o grupo tem realizado na Azambuja, numa outra unidade fabril para a produção de massas frescas e que emprega 60 pessoas.

“O maior e mais moderno” centro logístico do grupo, de acordo com a empresa que detém a rede de supermercados Pingo Doce, custou 75 milhões de euros, sendo um exemplo da aposta do grupo em Portugal. “A família [Soares dos Santos] está em Portugal. Queremos crescer em Portugal”, referiu Alexandre Soares dos Santos que abriu a cerimónia da inauguração do centro, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

[Investimentos da Jerónimo Martins] são sinal de confiança no país e na nossa economia

António Costa

Primeiro-ministro

Ainda assim, “vamos expandir nos próximos dois, três anos para outros lugares“, adiantou Soares dos Santos, sem especificar a que geografias se referia.

“A minha família não vende, a minha família está em Portugal, queremos crescer e queremos crescer no mundo,” frisou ainda o patriarca.

António Costa, por seu turno, enalteceu os investimentos realizados pela Jerónimo Martins que classificou como um “sinal de confiança no país e na economia“. Sobre o processo de internacionalização da Jerónimo Martins, Costa frisou que o grupo está presente num mercado de 100 milhões (Portugal, Polónia e Colômbia) mas não desvalorizou o mercado nacional.

“Não temos que escolher entre valorizar o mercado interno ou internacionalizar. Temos de nos internacionalizar sem deixar de valorizar o nosso próprio mercado interno”, disse António Costa.

Nova imagem corporativa da Jerónimo Martins

A empresa de distribuição anunciou também esta manhã, em Valongo, a mudança da imagem corporativa do grupo, numa altura em que celebra 225 anos. A nova identidade foi desenvolvida pela agência britânica The Partners e será utilizada em Portugal, Polónia e Colômbia. A imagem da empresa — que não era alterada há 14 anos, altura em que o grupo estava apenas presente na Polónia — está agora mais focada no universo alimentar.

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Jerónimo Martins inaugura maior centro logístico do grupo em Valongo

  • Lusa
  • 27 Setembro 2017

O centro logístico, localizado no norte do país, ocupa um espaço de 100 mil metros quadrados. Representa um investimento de 75 milhões de euros.

A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, inaugura o maior centro logístico do grupo em Alfena, Valongo, um investimento de 75 milhões de euros, numa cerimónia que conta com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

O centro logístico, localizado no norte do país, ocupa um espaço de 100 mil metros quadrados, conta com 450 colaboradores diretos e cerca de 300 indiretos, num total de 750.

Este é “o maior e mais moderno” centro logístico do grupo, de acordo com a empresa que detém a rede de supermercados Pingo Doce.

A cerimónia de inauguração contará com a presença do primeiro-ministro, numa altura em que o grupo assinala 225 anos.

Está também prevista uma ação de protesto e denúncia dos trabalhadores do grupo junto ao centro de logística, de acordo com o CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.

Em comunicado, o CESP refere que a APED – Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, da qual a Jerónimo Martins é presidente, e as empresas do setor “insistem na retirada de direitos como condição para aumentar salários e corrigir injustiças”.

O CESP adianta que a APED “põe como condição para a discussão das restantes matérias a aceitação pelos sindicatos da redução da remuneração do trabalho suplementar e maior desregulação dos horários”, apontando que “as empresas apresentam diariamente lucros de milhões, com subidas significativas de vendas”, pelo que “os trabalhadores não aceitam que as injustiças sejam corrigidas à custa dos seus salários”.

Entre outras medidas, o CESP exige aumento de salário para todos os trabalhadores e a correção da carreira profissional dos operadores de armazém e a sua progressão automática até ao nível de operador especializado, equiparado à carreira profissional dos operadores de loja.

Nos últimos cinco anos, o grupo Jerónimo Martins investiu 1.000 milhões de euros em Portugal.

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Diretor da Jerónimo Martins detido na Colômbia por suspeitas de corrupção

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

Pedro Coelho, alto quadro da Jerónimo Martins e diretor de operações da Ara a nível mundial foi detido por suspeita de corrupção. Foi a própria empresa que denunciou o caso.

As autoridades colombianas anunciaram a detenção de Pedro Coelho, até agora diretor de operações da Ara, detida pela Jerónimo Martins, por suspeita de corrupção.

Pedro Jorge Marqués Silvestre Dacosta Coelho é acusado de pedir às empresas que se relacionavam com o grupo um montante entre 14 e 22 mil euros, para estas conseguirem contratos relacionados com a construção de lojas na Colômbia.

As autoridades colombianas suspeitam de que Pedro Coelho pediu a um dos construtores que pagasse 5,7 mil euros à sua mulher e que lhe atribuísse um cargo na empresa, sem que esta necessitasse de trabalhar.

Em comunicado no seu ‘site’, a Fiscalía colombiana refere que, de acordo com as provas recolhidas, Pedro Coelho chegou a pedir a um dos empreiteiros que remodelasse o seu apartamento em Bogotá, recebendo, em contrapartida, novos contratos.

Contactada hoje pela Lusa, a Jerónimo Martins confirmou a detenção do até agora diretor de operações da Ara, recordando que a Jerónimo Martins Colômbia já “tinha denunciado às autoridades a existência de um potencial caso de corrupção privada, em benefício do próprio e em prejuízo da companhia, detetado pelos sistemas internos”.

A fonte oficial da Jerónimo Martins contactada pela Lusa escusou-se a fazer mais comentários, alegando que o processo está curso, sob a condução das autoridades colombianas.

O Grupo Jerónimo Martins está presente na Colômbia com a cadeia de supermercados Ara.

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