Centeno: “Investimento cresceu no final de 2016 acima dos 3%”

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2017

A garantia é dada por Mário Centeno numa mensagem: o investimento cresceu no final de 2016 e continuará a crescer este ano. Centeno falhou o Fórum Empresarial do Algarve devido a um imprevisto.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, prevê que o investimento continue a crescer em 2017, e considera que a economia portuguesa “está dotada de sólidos alicerces” para garantir um crescimento económico sustentado. “Temos uma economia mais sólida. O investimento cresceu no final de 2016 acima dos 3%, reforço que é fundamental para prosseguirmos em 2017 um crescimento sustentável”, indicou o ministro das Finanças numa mensagem enviada ao Fórum Empresarial do Algarve, que decorre em Vilamoura, no Algarve.

Na mensagem lida pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, o titular da pasta das Finanças justificou a sua ausência no encerramento no Fórum Empresarial com “um impedimento de última hora”. De acordo com o governante, a economia portuguesa “cresceu acima das estimativas existentes”, registando um valor de 1,9% entre dezembro de 2015 e o mesmo mês de 2016. “Resulta na maior taxa de variação homóloga de crescimento desde o segundo trimestre de 2010”, sublinhou.

Mário Centeno justificou a evolução registada no final do ano passado, com o apoio de “iniciativas concretas, como os programas Capitalizar, o Semente ou o Indústria 4.0, que estão ao serviço das empresas e da economia”, prevendo um contributo crescente do programa Portugal 2020. O governante destacou também “a importância que o Governo coloca na internacionalização da economia”, indicando que as exportações tiveram um crescimento superior a 10% no final de 2016, devido ao empenho das empresas portuguesas”.

Na mensagem, Mário Centeno lembrou que “empresas mais sólidas e competitivas, são geradoras de emprego”, indicando que o desemprego caiu 14,3% em 2016 registando-se um aumento de 82 mil empregos no final do mesmo ano”. “Corresponde a uma redução de 90 mil desempregados face ao final de 2015”, acentuou o ministro das Finanças, frisando que “são tendências para manter em 2017”.

Mário Centeno sublinhou que “todos os sucessos do país, que muitos tardam em aceitar e reconhecer”, devem-se a um trabalho que não se esgotou em 2016, sendo os resultados um meio para acumular credibilidade e capacidade de alcançar em 2017 “os objetivos exigentes”.

“Portugal vai, finalmente, sair do procedimento por défice excessivo, o que permitirá reforçar a confiança na nossa economia, tanto a nível nacional com o internacional e reforçar a nossa capacidade de investir em reformas que aumentem a nossa competitividade”, conclui a mensagem de Mário Centeno enviada aos empresários reunidos no Algarve.

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Montenegro: Esquerda quer “ocultar ao país a verdade sobre a Caixa”

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, disse este sábado que "é estranho" que António Costa "esteja com tanto medo que a Assembleia da República queira descobrir a verdade" sobre a CGD.

O líder parlamentar do PSD disse hoje ser “estranho” que o primeiro-ministro e os seus “acólitos” estejam “com tanto medo” que o parlamento “queira descobrir a verdade” sobre o acordo com a equipa de António Domingues na Caixa.

Luís Montenegro, que hoje assistiu à apresentação pública do candidato do PSD à Câmara de Tomar, afirmou que a segunda comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que sociais-democratas e centristas vão pedir formalmente na próxima semana que se constitua com caráter potestativo (obrigatório), “visa ultrapassar o boicote democrático que PS, PCP e BE impuseram no parlamento”.

“As duas comissões de inquérito só existem porque o Partido Socialista, o PCP e o Bloco de Esquerda inviabilizaram que o trabalho que nós pretendemos de apuramento da verdade fosse realizado naquela que está hoje em funcionamento”, declarou em Tomar.

Luís Montenegro afirmou que o primeiro-ministro, António Costa, é o responsável por a CGD ter tido três administrações em 2016, por em fevereiro de 2017 ainda não ter sido colocado “um cêntimo” no banco quando a recapitalização foi anunciada como urgente em janeiro de 2016, por ter assegurado um conjunto de condições à equipa de António Domingues e por “ter um ministro das Finanças que mentiu ao Parlamento e ao país” a propósito desse acordo.

“O que é estranho é que o primeiro-ministro de Portugal esteja com tanto medo que a Assembleia da República queira descobrir a verdade. Ele e os seus acólitos Catarina e Jerónimo querem ocultar ao país a verdade sobre a Caixa”, disse.

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Descentralização: Marcelo Rebelo de Sousa espera avanços para breve

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

Marcelo Rebelo de Sousa está confiante de que a descentralização do país vai avançar nos próximos tempos, ainda que reconheça que o processo é complexo.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se hoje confiante no avanço, nos próximos tempos, da descentralização do país, apesar de reconhecer a complexidade do processo. “Continuo confiante. Sei que é difícil. Como é complexa, ainda, a convergência cabal em torno de certas facetas da descentralização, mas seria positivo que nas próximas semanas e meses o país pudesse dar mais um passo no sentido da descentralização”, afirmou o chefe de Estado, em Valença.

Marcelo Rebelo de Sousa desafiou os partidos políticos a tentarem o melhor acordo sobre este processo, dando os passos possíveis. “Um, dois ou três, os que fossem possíveis. Eu sou muito paciente. E disse no meu discurso de tomada de posse que, muitas vezes não é possível o ótimo, mas então tentemos o razoável, para já não dizer o bom. E aqui o bom é mesmo o razoável. É conseguir um acordo relativamente a um, ou dois ou três pontos no caminho da descentralização. Se isso for possível é bom para todos os portugueses”, afirmou.

O Presidente da República, que discursava durante inauguração do Centro de Inovação e Logística de Valença (CILV), que integra o novo campus académico da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), sublinhou o “contributo” dos Institutos Politécnicos para a descentralização do país “antes da sua concretização no plano jurídico e político”. Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou a proposta de descentralização de competências para as autarquias e entidades intermunicipais, que vão passar a gerir áreas como a educação, saúde, ação social e áreas portuárias.

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Esta estância de ski lucra mais quando não há neve

  • Bloomberg
  • 18 Fevereiro 2017

Depois de três Natais sem neve, alguns resorts de ski suíços estão a ganhar mais dinheiro em julho do que em dezembro.

Hans Grueter não vê nenhum problema nisto: depois de três Natais sem neve, alguns resorts suíços estão a fazer mais dinheiro em julho do que em dezembro. Grueter, executivo reformado do setor bancário, é dono de quase 11% da Bergbahnen Engelberg-Truebsee-Titlis, empresa que opera um dos poucos resorts de ski de capital aberto da Suíça, no sopé do Monte Titlis, com 3.238 metros de altura.

Nos últimos 18 meses, as ações pareciam qualquer coisa menos uma aposta vencedora, porque os lucros foram corroídos pela valorização do franco suíço, pelas restrições a vistos para visitantes chineses e pela falta de neve no Ano Novo. Mas Grueter — que tem um chalé de fim de semana na região — olha a longo prazo para a situação. A estratégia tem sido a correta: as ações da empresa triplicaram desde que ele comprou as primeiras em 2009, elevando o valor de seu ativo para cerca de 23 milhões de francos suíços (21 milhões de euros).

“Comprei as ações pela primeira vez quase como uma ação de benevolência, e desde então elas se multiplicaram muitas vezes”, disse ele.

Administrar uma estação de esportes de inverno é caro, o verão é mais rentável.

Hans Grueter

Bergbahnen Engelberg-Truebsee-Titlis

A opinião é partilhada por Norbert Patt, CEO da Titlisbahnen. Embora respondam por pouco mais da metade da receita total, as atividades de inverno contribuem apenas para cerca de 35% do lucro do resort. O restante vem dos gastos de turistas de verão, alpinistas e outros não esquiadores que ficam hospedados no hotel e que gastam em refeições, entradas para o teleférico, ciclismo na montanha e escalada de árvores.

A mudança ao longo do tempo ajudou o resort de ski a ultrapassar as incertezas geradas pela neve pouco confiável no início da estação. O investimento em tecnologia de produção de neve e a adoção do turismo o ano todo da China e da Índia também ajudou a compensar.

Turismo o ano todo

As ações da Titlisbahnen subiram 465% entre o fim de 2009 e 31 de janeiro de 2017 — incluindo dividendos –, produzindo um retorno anual médio de 28%.

A empresa tem conseguido manter-se à frente da concorrente americana Vail Resorts, de muito maior dimensão, cujas ações tiveram um aumento de três dígitos semelhante, mas que foi beneficiada por uma série de invernos norte-americanos com muita neve e várias aquisições, incluindo a da empresa Whistler Blackcomb Holdings, anfitriã dos eventos de ski dos Alpes dos Jogos Olímpicos de inverno de 2010.

A rival europeia Compagnie des Alpes, dona dos resorts franceses la Plagne e Méribel e também de estâncias de ski na Rússia e no Leste Asiático, tem tido um desempenho mais misto, ganhando 10% nos últimos 18 meses, mas em queda de 2% na última década.

As reservas nos dois complexos de hotéis e apartamentos da Titlisbahnen para maio e junho — período de pico para visitantes da Índia — estão “muito boas”, melhores do que em 2016, disse Patt. O período de julho a setembro é o mais movimentado para os turistas chineses, mas a procura desse país parece ter estabilizado, disse.

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Lesados do Banif vão estender recolha de reclamações à diáspora

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

A Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) pretende entregar à CMVM cerca de mil reclamações e vai estender a ação à diáspora a partir do final deste mês.

A Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) anunciou hoje que pretende entregar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) cerca de mil reclamações e vai estender a ação à diáspora a partir do final de fevereiro.

“Em Portugal — estou a falar das regiões autónomas e continente — contamos recolher cerca de mil [reclamações de pessoas que se sintam enganadas pelo banco] para fazer o processo e depois, posteriormente, entregar à CMVM”, disse o presidente da ALBOA no Funchal após uma reunião com lesados do Banif na Madeira.

Esta associação está a promover encontros com as pessoas lesadas “no sentido de informar que é necessário apresentar o máximo de reclamações junto da CMVM”, explicou, tendo ocorrido o primeiro encontro nos Açores.

Além da reunião hoje no Funchal e em Faro estão já agendados encontros idênticos no Pico (19 de fevereiro), e em Faro, Lisboa e Aveiro (dia 20) e no Porto (dia 21), tendo o responsável anunciado que, “paralelamente, no final do mês, a associação está a organizar-se para ir à Venezuela” contactar os lesados naquele país.

“Será a primeira saída em termos da emigração” para realizar uma ação semelhante, sublinhou, apontando que a ALBOA dispõe de informação de que existem “cerca de mil lesados”, reforçando que “falta ainda a África do Sul e os Estados Unidos da América”. Jacinto Silva complementou que “este processo vai avançar em duas fases”, sendo a primeira em Portugal, com a “entrega dos processos à CMVM. “Depois iremos fazer na diáspora e vamos reforçar estas entregas de reclamação”, vincou.

O presidente da associação indicou que estas iniciativas visam “mostrar ao organismo [CMVM) que os produtos foram colocados de uma forma comercial agressiva” e “com praticas não corretas”.

“Com esta ação queremos demonstrar junto da CMVM que uma coisa é o processo administrativo que possa estar inerente à subscrição e outra coisa foi a prática com que foi feita”, destacou, opinando que “os produtos foram subscritos de voz e só depois foram feitas as documentações para regularizar os processos”.

Jacinto Silva sustentou que a associação pretende que a “CMVM depois de analisar todas as reclamações que vão ser apresentadas tenha uma visão diferente do que tem tido até à data”. Também apontou as reclamações de lesados nos Açores ascendem a cerca de 400, devendo existir um número idêntico na Madeira.

A ALBOA representa cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados do banco que perderam 263 milhões de euros no processo de resolução e venda da instituição financeira, os 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a participação no banco), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas.

Em 20 de dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif com a venda da atividade bancária ao Santander Totta por 150 milhões de euros e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou. Continua a existir ainda o Banif, agora ‘banco mau’, no qual ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido.

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CDS vai forçar descida do ISP no Parlamento

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

O deputado Pedro Mota Soares disse que o CDS vai apresentar uma iniciativa legislativa para acabar com o adicional ao imposto sobre os combustíveis, acusando o Governo de faltar à palavra.

O CDS-PP acusou hoje o Governo de não cumprir a palavra ao revogar a descida do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), anunciando para esta semana uma iniciativa legislativa para “acabar com este aumento” do imposto. O Governo vai deixar este ano de fazer a reavaliação trimestral do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), ao contrário do que aconteceu em 2016.

“O que o CDS quer é obrigar o Governo a cumprir a sua palavra, obrigar os partidos à esquerda a cumprirem a sua palavra e, por isso mesmo, esta semana mesmo iremos apresentar no parlamento uma iniciativa legislativa para acabar com este aumento de ISP e nesse sentido permitir que as famílias tenham um pouco mais de rendimento, que as empresas possam ter um pouco mais de disponibilidade”, anunciou o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares, em declarações à agência Lusa.

O centrista quer “o Governo, o PS, o PCP, o BE possam honrar a palavra que deram aos portugueses dizendo que baixariam o ISP a partir do momento em que aumentassem os impostos”. “O Governo anunciou hoje que revogava a descida do ISP. Todas as semanas o gasóleo e a gasolina estão mais caros e o Governo devia descer o ISP para compensar as famílias, para garantir essa mesma neutralidade e a verdade é que o Governo não está a cumprir a palavra que deu”, criticou.

Apesar de saber que o “ISP é uma fonte muito importante de receita para o Governo”, Pedro Mota Soares considera que “o problema é que neste momento o executivo está a ir mais longe do que o que prometeu”. “A austeridade não acabou, apenas mudou de sítio, apenas mudou de imposto”, condenou.

O deputado centrista recordou que “em fevereiro de 2016, perante um preço do petróleo que era historicamente muito baixo, mas também era transitoriamente muito baixo, o Governo decidiu aumentar em seis cêntimos o ISP”. “Nós percebemos que o Governo, quando anunciou esta medida, disse sempre que era com neutralidade fiscal, isto é, quando começasse a subir o preço do petróleo, que o Governo reverteria este aumento de impostos e que começava a descer o valor do ISP”, lembrou.

Pedro Mota Soares refere que “no último ano os combustíveis subiram muito” e, por isso, percebe-se “que quando o Governo anunciou que iria baixar o nível dos impostos perante o aumento do petróleo, neste momento deixou de o cumprir”. Uma nota do gabinete do Ministério das Finanças enviada à Lusa indica que, para o exercício de 2017, não estão previstas “alterações adicionais à tributação dos combustíveis”.

A mesma nota refere que o Orçamento do Estado para 2017 previa “uma descida na tributação sobre a gasolina com contrapartida numa subida de igual montante da tributação do gasóleo” e que foi introduzida “uma moratória na incorporação de biocombustíveis no gasóleo e gasolina, evitando a subida dos seus preços base”. “O conjunto das alterações será assim neutro do ponto de vista do preço do gasóleo e contribuirá para a redução do preço da gasolina”, diz o Ministério, explicando que o Governo apenas assumiu o compromisso de realizar reavaliações do ISP “em maio, agosto e novembro de 2016”.

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Portugal amortiza mais 1.700 milhões de euros de dívida ao FMI

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

António Costa anunciou este sábado que Portugal já amortizou mais 1.700 milhões de euros de dívida ao FMI. "A nossa dívida é hoje um ponto percentual do PIB mais baixa que o que há uma semana", disse.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que Portugal pagou mais 1.700 milhões de euros ao FMI, que permitiram baixar a dívida em mais um ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB). “Hoje posso mesmo anunciar que se [os partidos da oposição] já estavam irritados com a descida do desemprego, com o crescimento da economia, se já estavam irritados com o facto de termos o melhor défice de sempre, pois ainda ficarão mais irritados porque hoje posso dizer que na semana passada demos um passo muito importante, porque pagámos mais 1.700 milhões de euros da nossa dívida ao FMI e a nossa dívida é hoje um ponto percentual do PIB mais baixa que o que era há uma semana atrás”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro falava enquanto secretário-geral do PS na apresentação da candidatura socialista à Câmara de Espinho nas próximas autárquicas. Na última quarta-feira, o ministro das Finanças afirmou que o Estado iria, “muito brevemente”, amortizar parte da dívida ao FMI, acrescentando que Portugal está autorizado a devolver 1.700 milhões e que estas amortizações antecipadas não ameaçam o financiamento da República.

O governante afirmou que “o plano de financiamento da República continua a ser sustentado numa redução do endividamento ao Fundo Monetário Internacional” (FMI), recordando que, nos últimos dois meses de 2016, “foram feitos pagamentos de 2,5 mil milhões de euros” antecipadamente à instituição liderada por Christine Lagarde.

Mário Centeno disse, então, que do montante a que Portugal já está autorizado a devolver de forma antecipada ao FMI, “resta ainda utilizar 1.700 milhões de euros” e acrescentou que “muito brevemente vai ser amortizada mais uma parte da dívida ao FMI”. De acordo com o ministro, “nada foi feito que significasse um atraso nem colocasse em causa o financiamento da República Portuguesa” e estas devoluções antecipadas ao FMI são possíveis porque o executivo tem “canalizado os ganhos de liquidez do Estado, por exemplo os ‘cocos’ do BCP, para amortizar essa dívida”.

Em novembro do ano passado foi realizado o último reembolso antecipado ao FMI, no valor de 2.000 milhões de euros, tendo o Governo na altura afirmado que o Estado português já amortizou antecipadamente 42,6% do empréstimo total inicial.

O pagamento antecipado do empréstimo ao FMI permite poupanças para o Estado porque a este crédito, pedido por Portugal no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), estão associadas taxas de juro mais elevadas. No entanto, para que o Estado possa realizar estes reembolsos antecipados ao Fundo, tem de previamente ser autorizado tanto pelo FMI como pelo Mecanismo de Estabilidade Europeu.

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Lojas históricas? É preciso saber quantas há, alerta especialista

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

Regina Santos Pereira, especialista em arrendamento, alerta que o projeto de lei do PS para lojas históricas é “muito denso” em termos de requisitos e que é preciso saber primeiro quantas existem.

O projeto de lei do PS para lojas históricas é “muito denso” em termos de requisitos, porém falta o essencial, saber qual o “universo” a que se destina, alertou hoje a advogada especialista em arrendamento Regina Santos Pereira. “Talvez fizesse sentido ver primeiro de quantas lojas históricas estamos a falar hoje em dia”, afirmou à Lusa a advogada Regina Santos Pereira, que trata de questões de arrendamento há 25 anos, na cidade de Lisboa.

Para a especialista, a proposta do PS para reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico ou cultural local tem “muitos requisitos, com muitos conceitos muito vagos”. “Tudo é muito vago nesta legislação”, criticou a advogada. Neste sentido, Regina Santos Pereira tem dúvidas sobre se a proposta legislativa vai “responder à necessidade que eventualmente existe” de proteção das lojas históricas, uma vez que, por um lado, não existe informação de quantos estabelecimentos têm potencial para usufruírem desta proteção e, por outro lado, o requisito de ter atividade há pelo menos 25 anos vai “limitar imenso” o número de lojas abrangidas.

“Se olharmos, por exemplo, para a realidade da Baixa [de Lisboa], quantas lojas é que temos lá há mais de 25 anos? Se calhar, diria que são poucas”, advertiu a especialista em arrendamento, reforçando que “os tempos mudaram” e “as pessoas procuram coisas diferentes” na área do comércio. Segundo Regina Santos Pereira, existe uma quantidade de produtos comerciais que “já não têm espaço no comércio e que estão a degradar-se, por várias circunstâncias”.

“Há pessoas que não conseguiram acompanhar os tempos, há outras pessoas que, pela idade, já não têm iniciativa suficiente para acompanhar os tempos, ou seja, há um grupo de comércio na cidade [de Lisboa] que, se calhar, tem que acabar”, disse a advogada. Na perspetiva da especialista em arrendamento, o comércio tradicional não deve acabar, mas tem que se adaptar aos dias de hoje.

Talvez fizesse sentido ver primeiro de quantas lojas históricas estamos a falar hoje em dia.

Regina Santos Pereira

Advogada, especialista em arrendamento

“Há imensos exemplos de produtos e de serviços que temos com muitos anos, que continuam a ser muito bons, […] que têm tradição, que têm mais de 25 anos e que estão no mercado em plenas condições, a vender bem e a ter proveitos com as vendas. Ora, essa realidade demonstra que essas marcas, esses produtos e esses serviços se adaptaram aos tempos e inovaram, mudaram, fizeram um refresh nas coisas e agarraram sempre o consumidor”, advogou Regina Santos Pereira.

Neste âmbito, a advogada reforçou que os estabelecimentos que estão bem no mercado “não vão precisar desta lei para nada”, considerando que estes, “se calhar, podem pagar uma renda muito mais alta”. Apesar das críticas apontadas ao projeto de lei do PS, a especialista em arrendamento não se opõe à criação de um regime para reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico ou cultural local. “Não acho que a lei seja desnecessária”, afirmou Regina Santos Pereira, defendendo que o regime para lojas históricas poderá até funcionar, uma vez que devem ser poucos os estabelecimentos que conseguem cumprir com todos os requisitos exigidos.

Apresentado no final de março de 2016, o projeto de lei do PS para a criação de um “regime de reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico e/ou cultural local” mereceu em janeiro um texto de substituição, em que ficaram definidos como critérios gerais para o reconhecimento e a proteção de lojas históricas, no âmbito do arrendamento, ter mais de 25 anos de atividade e ser património material e imaterial.

Os estabelecimentos reconhecidos vão beneficiar da prorrogação para dez anos do período transitório de atualização das rendas, devido à aplicação do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), bem como de proteção prevista no Regime Jurídico das Obras em Prédios Arrendados (RJOPA), assegurando que as obras de conservação em prédios com lojas históricas “não podem exceder os 30 dias”.

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Marcelo: Economia tem de crescer acima dos 2%

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou este sábado que "precisamos de aumentar as taxas de crescimento, claramente, acima dos 2%".

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, hoje, em Valença que a economia nacional precisa de crescer, “claramente”, acima dos 2% para permitir o investimento e a criação de emprego. “Precisamos de aumentar as taxas de crescimento, claramente, acima dos 2%. Não é apenas por uma questão de criação de emprego é para uma libertação de poupança. Uma formação de poupança é um investimento que assegura a sustentabilidade desse crescimento, nomeadamente, em termos de recursos humanos, de pessoas”, afirmou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava naquela cidade do Alto Minho, durante a inauguração do Centro de Inovação e Logística de Valença (CILV) que integra o novo campus académico da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), afirmou que o crescimento económico “é o grande desafio nacional dos próximos anos”. “É muito difícil haver investimento público ou privado, a nível mais amplo ou mais restrito se não crescemos mais. Esse é um grande desafio nacional”, reforçou Marcelo Rebelo de Sousa que reconheceu tratar-se de desafio que exige “um grande esforço”.

“Precisamos crescer na formação qualificada mas para termos formação qualificada precisamos de investir e para isso temos de crescer. Nós precisamos para crescer de formar muito melhor os nossos melhores, sendo que os nossos melhores, em muitos casos, já são os menores em qualquer ponto do mundo. Precisamos ir mais longe porque os outros vão mais longe todos os dias. Neste particular não há empates. Empatar é perder”, frisou.

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Wine Post. Comida, vinho e… networking

Primeiro encontro de desconhecidos teve lugar em Lisboa: inclui jantar feito pelo chef, curso de vinhos e conversa até às três da manhã.

Três amigos encontram-se, trocam galhardetes, falam de ideias e criam um projeto. Parece-lhe familiar? Ora bem: estamos em Lisboa, dezembro de 2016. Entre esta conversa e a realização do primeiro jantar da The Wine Post, a o ECO foi, passaram poucos dias.

Mas, como é que se monta a estrutura necessária para estes encontros de desconhecidos em tão pouco tempo? Os intervenientes explicam, entre conversas cruzadas com uma espanhola, uma sul-africana e dez portugueses que partilham uma refeição, vinhos e muitas histórias numa mesa de uma casa, em pleno Chiado?

“Os Wine Post Dinners surgem porque o Ricardo e eu partilhamos escritório, somos três empresas a trabalhar numa sala e isto dá azo a muita conversa. E muita troca de ideias”, recorda André Pinguel, consultor vínico e responsável pelo mini curso de iniciação à prova dado em pleno jantar. Mas desengane-se se pensa que vinho se aprende com a teoria: é pela prova que se constrói o conhecimento.

“Juntos, em conversa no escritório, pensámos: porque é que não fazemos jantares em tua casa, numa onda intimista? Podemos comunicar isto para amigos, para hotéis, agências de viagens, turistas que estejam a visitar Portugal, este é um ótimo programa. Numa casa como esta, no Chiado, um jantar com comida e vinhos portugueses e alguém a explicar as regiões, as castas e os terroirs é viajar no país sem sair desta sala. Rapidamente começámos a achar ótima ideia, era quase para ser no mesmo dia, fazemos, acontecemos. O irmão do Ricardo, o Filipe, é chef. Portanto rapidamente se montou aqui uma equipa. Vocês são os primeiros!”, garante André.

O chef Filipe Seguro explica os detalhes dos pratos.Paula Nunes/ECO

Na sala da casa de Ricardo Seguro, naquela noite de inverno, juntaram-se alguns conhecidos — um grupo de cinco amigos — e outros tantos desconhecidos. E, enquanto André explica os primeiros slides da apresentação já os convidados comentam as primeiras impressões dos vinhos dados à prova.

“Olho, nariz, boca. Perguntas sempre, dedos no ar, contrariar, dizer que não é nada assim, que é tudo ao contrário. Antes de continuar: copos. E focaccias”, explica André, enquanto o chef distribui um tabuleiro com focaccias acabadas de cozer e recheadas com vegetais e carnes frias.

“Provar. Há algum enófilo? Todos nós teremos algum contacto com o vinho, e por isso estas dicas vão ser mais ou menos simples. Se tiverem curiosidades vão perguntando”.

Aprendemos não só que é da prova que se faz o conhecimento sobre o vinho, como é da memória que vêm as primeiras referências a aromas. É dessas recordações guardadas na nossa memória que surgem as descrições nos contra rótulos: notas de frutos vermelhos, compotas e frutos de casca dura, bouquet, aroma a frutos exóticos.

As pessoas vêm sempre com um bocado a medo: eu não percebo nada de vinhos. O que é isso de perceber ou não perceber? É gostar, é a primeira avaliação que fazemos. E avaliar um vinho é sempre muito pessoal.

André Pinguel

The Wine Post

“Posso adorar um vinho e a pessoa ao meu lado não achar graça nenhuma porque é uma questão muito pessoal. Os nossos sentidos funcionam de maneira diferente, por isso os sabores que deteto podem não ter nada a ver com os sabores ou as cores que a pessoa ao meu lado deteta e, por outro lado, variam com o gosto pessoal. Eu vou buscar referências que a pessoa ao meu lado não tem. O segredo é desmistificar: não há que perceber de vinhos, há que provar com atenção, beber com atenção, sempre a 3/4 sentidos”, esclarece André.

"Eu posso adorar um vinho e a pessoa ao meu lado não acha graça nenhuma porque é uma questão muito pessoal.”

André Pinguel

The Wine Post

Depois das primeiras provas — e de uma ronda de perguntas e respostas — os convidados sentam-se à mesa. A ideia é que, enquanto André serve os vinhos, Filipe Seguro, o chef de serviço, explique os pratos. André conclui com outra explicação: a razão pela qual escolheu determinado vinho para cada prato. Chama-se a este processo “harmonização”.

“Dos cinco sentidos que temos, a audição é o único que não usamos — mais ou menos. A ordem é esta: visual, nariz, boca”, enumera. O copo agarra-se pelo pé, exatamente para ficar com margem para avaliar visualmente a cor do vinho. Depois, numa superfície idealmente com uma luz boa e, de preferência, sobre base branca, inclinamos o copo e olhamos para a cor. Quanto mais vivos os vermelhos do tinto, mais novo é o vinho. Quantos mais límpidos os brancos, menos idade. Os tons mais acastanhados assinalam a idade.

Entretanto, enquanto circulam os cartões com as cores e os aromas pela mesa, já os desconhecidos se tratam pelo nome. E o que, há apenas uma hora era uma sala de gente com apenas aquele jantar em comum, agora é um espaço com grande potencial de empatia… networking. É que entretanto, à medida que se comentam castas e ingredientes, já se trocam cartões de visita.

O Pedro conta sobre a pesquisa que está a fazer sobre a família, o Rui e a Cristiana revelam histórias de casais estrangeiros que vieram casar a Portugal e cujo casamento eles fotografaram e, entre todos os convidados, trocam-se dicas do melhor sítio para jantar na Ericeira, na Costa Alentejana ou na África do Sul. Trocam-se contas de Instagram, contactos e promessas: para a próxima, há mais.

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Caldeira Cabral: 2017 arranca com “curva ascendente” devido à procura interna

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, garantiu que Portugal arrancou 2017 numa "curva ascendente" devido à procura interna e exportações.

O ministro da Economia disse hoje no Algarve que o ano de 2017 arranca com uma “curva ascendente” devido à procura interna, mas também à aceleração das exportações, que aumentaram nos últimos meses do ano passado. “Os dados de 2016 não estão ainda fechados, mas os dados até novembro dão uma melhoria na balança de bens e serviços de 900 milhões” de euros, o que corresponde a um aumento de 28%, referiu Manuel Caldeira Cabral, sublinhando que se trata de um crescimento que está a ser “puxado” não só pela procura interna, como externa.

Segundo aquele governante, que discursava durante o V Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura, as exportações terão “um papel muito importante no reforço do crescimento em 2017” e o ano arranca “com uma curva ascendente, com um reforço, com uma aceleração e não com uma desaceleração”. O ministro da Economia sublinhou que este “ritmo de crescimento diferente” está a corresponder não a um desequilíbrio, mas “a um reforço do saldo positivo dos bens e serviços”, observando que os dados das exportações do ano passado indicam um crescimento de 7,8% em novembro e de 11,7% em dezembro.

Manuel Caldeira Cabral observou que os setores tradicionais de exportação voltaram a crescer – como a indústria agroalimentar, têxteis e calçado -, embora também tenham surgido novos setores, nomeadamente, as indústrias química e farmacêutica. O ministro da Economia atribui os resultados e as perspetivas positivas para 2017 ao facto de as empresas estarem a conseguir compensar as perdas que tiveram em alguns mercados com a entrada em novos mercados e de haver novas empresas a exportarem.

Apontando o turismo como um dos setores com grande peso neste crescimento, considerou que 2017 “tem todas as condições para ser um bom ano turístico”, com uma procura mais distribuída ao longo do ano e de todo o território.

“A retoma do crescimento que estamos a ter é uma retoma sólida, porque é uma retoma que tem uma parte de componente de procura interna (…) mas que tem também uma componente externa muito forte, com a aceleração das exportações e com perspetivas de crescimento das exportações e do investimento na indústria transformadora muito positivas para 2017″, concluiu.

O V Fórum Empresarial do Algarve decorre até domingo, com a presença dos ministros da Economia e das Finanças, dos secretários de Estado da Indústria e da Inovação, assim como de dirigentes de bancos e representantes do patronato e da Indústria, entre outros.

António Saraiva: Dívida Pública deve ser reestruturada, mas nas instâncias próprias

No mesmo evento, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu também a necessidade de a dívida pública portuguesa ser “reestruturada”, mas advertiu que isso deve ser feito longe do meio mediático e da luta político-partidária.

“Esta dívida tem que ser gerível. O problema é que temos uma enorme e pesada mochila às costas, chamada dívida pública, a par de outra, que é a dívida privada. Temos que tratar da dívida privada, reestruturando empresas, capitalizando-as, dando-lhes tempo, tornando viáveis as que são viáveis, mas que têm estruturas financeiras debilitadas neste momento, aliviando o [crédito] malparado da banca simultaneamente, e a dívida pública, que tem o peso de juros que estamos a pagar e tem que ser gerida”, afirmou António Saraiva.

O presidente da CIP fez estas afirmações aos jornalistas, à margem do Fórum Empresarial Algarve, e considerou que a dívida pública deve “ser resolvida de uma forma sensata, razoável, e se se quiser empregar o termo, reestruturada”, “Não na comunicação social, não na luta político-partidária, mas nas sedes próprias, com os interlocutores próprios e com a discrição que estas medidas exigem”, alertou.

António Saraiva disse que, quando se fala da reestruturação da dívida, “ela de alguma maneira tem vindo a ser feita, com os alongamento e de outras formas, por isso não se deve ter medo de dizer que esta pesada mochila nos está a arrastar para baixo”. “Temos que corajosamente a discutir e encontrar as melhores soluções. Não discutir o problema é manter o problema, se todos sentimos que o problema existe, vamos corajosamente enfrentá-lo”, propôs.

O dirigente da CIP voltou a insistir na necessidade de essa negociação com os credores internacionais “não ser feita debaixo das luzes dos holofotes e com ruídos à sua volta”. “Nos locais próprios, vamos discutir o problema e aliviar Portugal desta pesada mochila”, acrescentou.

Questionado sobre se nesta sua posição está mais próximo dos partidos da esquerda parlamentar, António Saraiva respondeu que “Portugal deve estar à frente de questiúnculas dessa natureza” política. “É Portugal que tem problemas e é para os problemas que temos que encontrar soluções”, disse.

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António Costa: Investimento continuará a crescer em 2017

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

O primeiro-ministro garantiu este sábado que "os dados que conhecemos de 2017" apontam para que, este ano, se esteja a prosseguir no campo do investimento.

O primeiro-ministro disse hoje que os dados de 2017 indiciam que o investimento vai continuar a crescer, fruto da confiança na economia portuguesa, cuja trajetória “interessa prosseguir”. António Costa falava à margem da inauguração da nova fábrica do grupo indiano Sakthi, cuja primeira pedra havia lançado, e que foi construída no “tempo recorde” de 11 meses.

“Este investimento é um excelente exemplo, que sinaliza um momento de viragem na economia do país. Durante 2016 houve um aumento de mais de 6% do investimento empresarial e os dados que conhecemos de 2017, quer pela importação de máquinas e equipamentos, quer pela venda de cimento, indiciam que em 2017 está a prosseguir o crescimento do investimento”, disse.

Segundo o primeiro-ministro, isso deve-se “sobretudo ao reforço da confiança na nossa economia, que atingiu no mês passado níveis recorde desde o ano 2000, o que traduz-se em mais investimento, mais procura interna, mais exportação e, sobretudo, em 100 mil postos de trabalho, criados ao longo de 2016”.

António Costa sublinhou “com orgulho” o feito da redução do défice, pela sua importância para a confiança na economia portuguesa, mas também por criar condições para poder fazer os investimentos necessários. “Conseguimos num ano um acordo com universidades e politécnicos, garantindo que não teriam redução do financiamento, porque o investimos no conhecimento é essencial para poder ter empresas como esta a instalarem-se em Portugal”, disse. Lembrou ainda que em 2016 foram repostos rendimentos, aumentou o investimento e foram criadas melhores condições de vida. “É essa a trajetória que temos de prosseguir”, defendeu.

A nova unidade fabril da Sakthi, um investimento na ordem dos 36,7 milhões de euros, destina-se ao fabrico de componentes em ferro para automóveis, correspondendo na primeira fase à criação de 135 postos de trabalho, 40 dos quais qualificados. A operar em Portugal desde 1998, na Maia, o grupo Sakthi celebrou um contrato de concessão de incentivos com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), para concretizar o investimento na nova fábrica de Águeda, cuja produção é destinada, na sua quase totalidade, ao mercado externo, sendo cerca de 90 % exportada para a Alemanha, a Espanha, a Eslováquia, o Reino Unido e a República Checa.

Segundo as estimativas do Governo, o projeto deve alcançar em 2026 um valor acrescentado bruto de cerca de 115,8 milhões de euros, acumulado desde 2015, e ter impactos significativos, “não só para o desenvolvimento e dinamização de um ‘cluster’ automóvel na região, mas também através do efeito de arrastamento sobre outras empresas portuguesas ali localizadas, decorrente da aquisição de matérias-primas, filiais e serviços, com consequência na criação de postos de trabalho indiretos e na inovação dos seus produtos e processos”.

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