Ryanair: “É do interesse da ANA continuar a atrasar o Montijo”

Michael O'Leary, presidente executivo da companhia aérea irlandesa, defende que a gestora dos aeroportos nacionais acelera o processo do Montijo para poder continuar a aumentar preços na Portela.

Michael O’Leary, CEO da RyanairPaula Nunes / ECO

A ANA — Aeroportos de Portugal não tem interesse em acelerar o processo do Montijo. Enquanto o novo aeroporto não for inaugurado, a empresa que faz a gestão dos aeroportos nacionais pode continuar a aumentar os preços na Portela. A crítica é lançada por Michael O’Leary, presidente executivo da Ryanair, que defende que a exploração do novo terminal deveria ser colocada a concurso, e não entregue à ANA.

“A concorrência entre Montijo e Portela seria boa para o consumidor”, disse O’Leary, em conferência de imprensa que decorreu esta quarta-feira, em Lisboa. Se o novo terminal acabar mesmo por ser explorado pela ANA, então, que o seja o mais rápido possível, defende o CEO da Ryanair. O problema, diz, é que a empresa não tem interesse nisso.

"É do interesse da ANA continuar a atrasar a abertura do Montijo. Se o fizerem, podem continuar a aumentar os preços na Portela.”

Michael O'Leary

CEO da Ryanair

“A Portela está cheia porque eles limitam o número de voos [por hora] a 44, em vez de 55, e isso permite-lhes aumentar os preços. Por isso, temos encorajado a ANA a abrir o Montijo já, não esperem até 2021. Tudo o que precisamos no Montijo é de um terminal. As pistas já lá estão, as infraestruturas já lá estão”, diz Michael O’Leary, em declarações ao ECO.

Apesar dos atrasos, o responsável garante que a maior companhia lowcost da Europa vai marcar presença no Montijo — ao contrário, por exemplo, da easyJet, que não rejeitou a ideia, mas que já deixou claro que “o seu ADN” é estar em aeroportos principais. “Definitivamente, iremos para lá. Mas também ficaremos na Portela. Voaremos em ambos, do mesmo modo que, em Londres, voamos em três aeroportos”, refere O’Leary ao ECO.

Ainda sobre o Montijo, Michael O’Leary não tem dúvidas do sucesso do novo terminal. “Porque não há capacidade na Portela para crescer, todas as novas rotas e os novos visitantes irão para o Montijo, assim como os charters“.

Negociações com a TAP retomadas

Na conferência de imprensa desta quarta-feira, Michael O’Leary anunciou ainda que a Ryanair retomou as negociações com a TAP para uma eventual parceria nos voos de longo curso transatlânticos. “Estamos em negociações com a TAP para transferir parte do nosso tráfego para os voos deles. Vemos um futuro em que seremos capazes de fazer isto em Lisboa e no Porto”, adiantou O’Leary.

Estas negociações, iniciadas ainda no ano passado, tinham como objetivo chegar a uma parceria comercial em que a Ryanair garantiria ligações a destinos de longo curso, sobretudo voos transatlânticos, operados pela TAP.

O plano inicial era chegar a acordo já este verão mas, com o processo de privatização da TAP, as negociações foram interrompidas. Agora, e já com uma nova equipa comercial na companhia aérea portuguesa, há novos contactos. “Há pessoas novas no departamento comercial da TAP, pessoas que nos abordaram nas últimas semanas. Vamos ver onde essas negociações vão dar”, aponta a Ryanair.

Ao ECO, O’Leary explica como poderia funcionar essa parceria. “Nós voamos de 24 destinos para Lisboa. A TAP poderia vender os seus voos transatlânticos, usando os nossos voos de curta distância como ligação para Lisboa, enquanto nós poderíamos vender os voos da TAP no nosso site, que é o maior site de vendas de viagens da Europa. Isso permitiria que as pessoas voassem, por exemplo, de Dublin para Nova Iorque via Lisboa, conectando o nosso voo com o da TAP”.

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Seis anos depois, Biz Stone está de regresso ao Twitter. É um dos fundadores

Jack Dorsey lançou o desafio e Biz Stone aceitou: o também fundador do Twitter está de volta para gerir a cultura empresarial da empresa. O bom filho a casa torna.

Biz Stone é um dos fundadores originais do Twitter. Esteve seis anos fora, após ter-se despedido em junho de 2011. Regressou agora, para regozijo dos investidores.Wikimedia Commons

O bom filho a casa torna. Neste caso, o filho é Biz Stone e a casa é o Twitter. Stone foi um dos fundadores da rede social dos 140 carateres e, após seis anos fora da empresa, aceitou agora o convite do CEO, Jack Dorsey, para voltar a fazer parte da equipa. O cargo é o dele, foi criado para ele e a sua única tarefa é… ser ele. Bem, terá também de “conduzir a cultura empresarial” do Twitter.

A notícia foi avançada pelo próprio, num artigo publicado na rede social Medium — da qual também é cofundador. Biz Stone explicou que o Twitter decidiu recuperar uma velha tradição dos primeiros tempos da empresa, chamada “Tea Time”. O encontro realizou-se em São Francisco, na Califórnia, e Biz Stone juntou-se como “convidado especial”. A emoção bateu, a saudade também, e Jack Dorsey acabou por convidá-lo a voltar. Stone aceitou.

Desde junho de 2011, altura em que se despediu do Twitter e o deixou sem nenhum dos seus fundadores originais no conselho de administração, Bizz Stone fundou a Jelly. Tratava-se de uma startup cujo produto principal era um motor de busca em que eram pessoas reais a fornecer os resultados, que poderiam demorar vários minutos a chegar. Escrevemos no passado porque a Jelly foi recentemente vendia ao Pinterest, onde Bizz Stone se mantém como conselheiro do chefe de produto, Evan Sharp.

Como explica a Business Insider, o período após a saída de Bizz Stone do Twitter ficou marcado por braços de ferro entre o próprio, Dorsey e o outro fundador, Evan Williams. Stone regressa agora numa altura crítica, em que a empresa volta a ganhar ritmo no número de utilizadores ativos, após vários trimestres de resultados desapontantes que fizeram as ações da empresa afundarem na bolsa.

O mercado reagiu bem às informações e os títulos da empresa, após a divulgação da notícia, dispararam 2,34%, de 19,22 para 19,67 euros. Mais tarde, na sessão, atingiram o pico de 19,77 dólares. Encerraram ligeiramente abaixo, nos 19,49 dólares e as negociações após o fecho da bolsa terminaram com os títulos a valerem 19,27 dólares.

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Bruxelas simplifica investimento público em portos e cultura

  • ECO
  • 17 Maio 2017

A Comissão Europeia já não precisa de aprovar certos auxílios estatais para aeroportos, portos e regiões ultraperiféricas, de forma a facilitar o crescimento e a concorrência entre empresas.

A Comissão Europeia vai tornar mais simples o investimento estatal em certas áreas consideradas de menor impacto na concorrência no mercado único, nomeadamente em aeroportos e portos, projetos culturais e regiões ultraperiféricas. Estes investimentos, que antes precisavam de aprovação de Bruxelas, passam a poder ser realizadas de forma isenta desse visto prévio.

De acordo com a comissária europeia Margrethe Vestager, o objetivo das regras aprovadas hoje, que fazem com que a Comissão deixe de ter de aprovar este tipo de investimento, é “garantir que as empresas possam concorrer em condições de igualdade no mercado único”.

“As mudanças introduzidas hoje permitirão não só poupar tempo e evitar dificuldades quando forem realizados investimentos em portos e aeroportos, na cultura e nas regiões ultraperiféricas da UE como, ao mesmo tempo, preservam a concorrência. Permitem igualmente à Comissão concentrar-se nas medidas de auxílios estatais com maior impacto sobre a concorrência no mercado único, «concedendo a cada coisa a importância que merece» em benefício de todos os cidadãos europeus”, afirmou a comissária, citada num comunicado enviado às redações.

Continua a haver certos limites acima dos quais os Estados-membros precisam de aprovação da Comissão Europeia, e especificidades para cada uma das áreas em questão.

  • Aeroportos: Sem controlo prévio da Comissão, os Estados-membros podem investir nos aeroportos regionais que movimentem até três milhões de passageiros por ano — uma medida que afeta 420 aeroportos na União Europeia. Nos aeroportos que movimentem até 200 mil passageiros por ano, as autoridades públicas podem cobrir os custos de exploração.
  • Portos: O investimento pode ir até 150 milhões de euros em portos marítimos e até 50 milhões de euros em portos interiores.
  • Regiões ultraperiféricas: A Comissão passa a permitir que as empresas que operam nessas regiões tenham maior facilidade em ser compensadas pelos seus custos adicionais pelos Estados-membros.
  • Projetos culturais: A Comissão só vai analisar os projetos culturais e as infraestruturas desportivas multifuncionais em casos muito específicos, quando o montante de auxílio estatal for “mais elevado”, lê-se no comunicado enviado às redações.

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Abono: aumento em abril abrangeu mais de 94 mil crianças entre 12 e 36 meses

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Maio 2017

Em abril, o abono de família foi reforçado para crianças entre um e três anos. Além disso foi reposto o quarto escalão de rendimentos. No conjunto, as duas medidas abrangeram mais de 126 mil crianças.

A reposição do quarto escalão de rendimentos no abono de família, em abril, abrangeu 31.700 crianças, anunciou esta quarta-feira a secretária de Estado da Segurança Social. Além disso, mais de 94 mil crianças entre 12 e 36 meses começaram a receber um montante mais elevado, fruto do reforço da prestação nesta faixa etária. Ao todo, estão em causa mais de 126 mil beneficiários.

As duas medidas — reposição do quarto escalão e reforço do abono para crianças entre um e três anos — chegaram ao terreno em abril, mas com retroativos a janeiro.

Na comissão parlamentar do Trabalho, Cláudia Joaquim deu os dados: “passámos a ter mais 31.700 novos beneficiários, crianças até 36 meses, no quarto escalão”. O Governo já tinha dito que a medida devia abranger cerca de 30 mil crianças.

Já o reforço da prestação entre os 12 e os 36 meses chegou a 33.489 beneficiários enquadrados no primeiro escalão de rendimentos, a que acrescem ainda cerca de 34.600 no segundo escalão e 26.500 no terceiro. Ao todo, são 94.640 crianças.

Nestes casos, o abono de família conheceu aumentos entre os 25,2% e os 29%, adiantou ainda.

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Wall Street no vermelho com medo de Trump

Os principais índices bolsistas dos EUA caem perto de 1%, com os investidores a revelarem os seus receios relativamente às políticas de Donald Trump. Os títulos da banca destacam-se nas quedas.

Wall Street abriu em queda, penalizado pelo nervosismo dos investidores em torno das políticas de Donald Trump, que terá revelado informações altamente confidenciais a dois oficiais russos. As ações norte-americanas registam a maior perda desde março deste ano, com os títulos da banca a serem os mais penalizados.

É perante este cenário que os principais índices bolsistas norte-americanos registam quedas em torno de 1%. É o que acontece com o S&P 500, com o índice que agrega as 500 maiores capitalizações bolsistas norte-americanas a deslizar 0,8%, para os 2.381,89 pontos. Mas também com o tecnológico Nasdaq que alivia de máximos históricos, com uma quebra de 0,95%, para os 6.111,41 pontos.

O recuo de Wall Street acontece no seguimento de notícias de que Donald Trump terá revelado informações altamente confidenciais a dois oficiais russos, o que está a deixar os investidores nervosos em torno da política do Presidente dos EUA. “Os investidores em ações estão a começar a revelar preocupações sobre a situação política interna, o que não deverá desaparecer de repente”, referiu Peter Cardillo, economista-chefe da First Standard Financial, numa nota citada pela Reuters, para justificar a quebra das ações.

Entre os títulos mais penalizados encontram-se os do setor financeiro, ao protagonizarem uma quebra de 1,5% num todo. Entre as principais referências negativas, destaque para o Goldman Sachs que vê as suas ações recuarem 1,91%, para os 221,288 dólares. No mesmo sentido, seguem os títulos do Bank of America: recuam 2,67%, para os 23,35 dólares.

Já a volatilidade das ações dispara 10%, enquanto a cotação do ouro também acelera perante os receios dos investidores. O preço da onça de ouro valoriza 1,42%, para os 1.254,79 dólares.

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Euronext abre a bolsa às startups

Gestora da bolsa portuguesa pretende abrir o mercado de capitais às startups e às pequenas e médias empresas com a criação do Euronext Access+. Mas há mais novidades na Euronext.

A Euronext, gestora da bolsa de Lisboa, vai lançar o Euronext Access+, um compartimento do mercado desenhado para as startups e pequenas e médias empresas. Esta aposta faz parte de um conjunto de medidas que a operadora bolsista anunciou esta quarta-feira e que visa facilitar o acesso da economia real ao financiamento por via dos mercados de capitais.

Ao todo são quatro as novidades que a Euronext tem em curso para reforçar a ligação entre empresas e mercados de capitais. Desde logo a mudança nas designações dos vários mercados da Euronext: a Easynext passa a designar-se Euronext Access, que funcionará como a principal porta de entrada para as empresas que queiram ir para a bolsa de uma forma simplificada; o Alternext passa a Euronext Growth, um mercado mais direcionado às médias capitalizações.

Em relação às startups e PME, o novo Euronext Access+ funcionará como “um trampolim” para estas empresas alcançarem outros mercados Euronext. Mas há alguns requisitos a cumprir para que possam pedir a admissão a este compartimento que faz parte do Euronext Access:

  • Relatórios financeiros dos últimos dois anos, incluindo contas auditadas no último ano;
  • Dispersão mínima de um milhão de Euros;
  • Obrigatoriedade de ter um Listing Sponsor desde a data de admissão e que acompanhe a empresa ao longo da sua experiência no mercado; e
  • Compromisso de comunicar com regularidade para o mercado.

Do conjunto de medidas fazem ainda parte o reforço do papel dos Listing Sponsor e um novo modelo de mercado dedicado às médias capitalizações “com o objetivo de melhorar a liquidez destas empresas”, com destaque para o sistema inovador de negociação por bloco para as mid-caps, no âmbito do Euronext Block.

“A missão da Euronext é fortalecer os mercados de capitais financiando a economia real. Isto reflete-se em adaptações constantes das nossas bolsas e serviços para ir ao encontro das necessidades das empresas europeias”, refere Stéphane Boujnah, presidente da Euronext.

“Para tornar as coisas mais simples e claras, decidimos juntar todas as bolsas que operamos numa única marca e nome: Euronext”, frisou o responsável.

"A missão da Euronext é fortalecer os mercados de capitais financiando a economia real. Isto reflete-se em adaptações constantes das nossas bolsas e serviços para ir ao encontro das necessidades das empresas europeias.”

Stéphane Boujnah

Presidente da Euronext

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Kremlin tem transcrição da reunião de Donald Trump com ministro russo

Vladimir Putin diz que pode revelar transcrição da reunião entre Donald Trump e dois oficiais russos, em que o Presidente terá revelado informação confidencial. Kremlin garante que não tem gravação.

Vladimir Putin diz que pode revelar ao Senado e ao Congresso norte-americanos uma transcrição da polémica reunião entre dois oficiais russos e o Presidente dos Estados Unidos. Donald Trump, que reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia (Sergey Lavrov) e o embaixador russo no país (Sergey Kislyak), está a ser acusado de revelar informações alegadamente confidenciais aos russos, recolhidas por Israel.

Numa conferência de imprensa esta quarta-feira, após reunir com o primeiro-ministro de Itália, o Presidente russo disse, citado pelo Russia Today: “Se a administração dos EUA considerar possível, estamos preparados para fornecer ao Senado e ao Congresso a transcrição da conversa entre Lavrov e Trump.” Face a estas declarações, o Kremlin apressou-se a clarificar que não tem qualquer gravação em áudio da reunião, mas sim a transcrição.

"Se a administração dos EUA considerar possível, estamos preparados para fornecer ao Senado e ao Congresso a transcrição da conversa entre Lavrov e Trump.”

Vladimir Putin

Presidente da Rússia

A reunião em causa aconteceu na semana passada na Casa Branca, no dia antes de Donald Trump despedir James Comey, o diretor do FBI. As informações “altamente confidenciais” que Trump revelou na reunião dizem respeito ao Estado Islâmico e à intenção dos terroristas de usarem computadores portáteis em voos comerciais. Trump confirmou ter revelado a informação, mas não reconheceu ser ou não confidencial. Disse apenas que quer que a Rússia “avance bastante na sua batalha contra o ISIS [Estado Islâmico] e o terrorismo”.

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Financiamento da Segurança Social: Vieira da Silva contra “aumento da taxação sobre a economia”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Maio 2017

Vieira da Silva admite alterações nas formas de financiamento da Segurança Social mas entende que estas não aconselham "um aumento da taxação global".

O ministro do Trabalho defendeu hoje que a diversificação de fontes de financiamento da Segurança Social não deve significar “um aumento da taxação sobre a economia”.

Perante os deputados da comissão parlamentar do Trabalho, Vieira da Silva voltou a admitir a “taxação dos lucros” no âmbito da diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social, mas acrescentou que “isso não deve significar um aumento da taxação global sobre a economia”. “Admito que haja alterações das formas de financiamento que, a meu ver, neste momento não aconselham um aumento da taxação global”, acrescentou o governante, adiantando que foi o Governo PSD/CDS que defendeu um aumento da TSU enquanto cortava pensões.

Os economistas que elaboraram o cenário macroeconómico que serviu de base ao programa eleitoral do PS já defendiam a consignação de quatro pontos percentuais da receita de IRC à Segurança Social.

Em resposta ao CDS, Vieira da Silva começou por dizer que não tem um “pensamento oscilante” no que diz respeito à sustentabilidade da Segurança Social e garantiu que não defende uma nova reforma do sistema. “Percebem a diferença entre uma nova reforma da Segurança Social e gerir de uma forma reformista a Segurança Social?”, perguntou depois.

Para Vieira da Silva, “é possível haver mudanças na Segurança Social sem fazer uma grande reforma”.

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Marcelo avança hipótese de capital árabe comprar dívida pública portuguesa

  • Lusa
  • 17 Maio 2017

Presidente da República avançou hipótese de haver capital árabe na compra da dívida portuguesa, um "estreitamento" de relações" entre Portugal e o mundo árabe.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avançou hoje a hipótese de haver capital árabe na compra da dívida portuguesa, o que significará “um estreitamento de relações económicas e financeiras entre Portugal e o mundo árabe”.

“Há capital árabe em empresas chave na economia portuguesa, há capital português que quer avançar investindo em países árabes e por outro lado há, hipoteticamente, a possibilidade de haver capital árabe comprando dívida pública portuguesa e se isso vier a acontecer significa um estreitamento de relações económicas e financeiras entre Portugal e o mundo árabe”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado falava aos jornalistas à saída das Jornadas Árabes, que hoje e na quinta-feira decorrem na Torre do Tombo, em Lisboa.

O Presidente da República destacou que “o mundo árabe tem uma posição económica e financeira em Portugal muito significativa”.

Durante o discurso nas jornadas sobre “Memórias árabes-islâmicas, diálogo entre civilizações”, organizadas pela Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa recordou a recente visita do primeiro-ministro, António Costa, ao Qatar, a “presença de investimento árabe de forma crescente” em Portugal e “a preocupação com levar mais longe o relacionamento financeiro, científico, tecnológico, cultural, social e humano” entre as duas civilizações.

“Ganha Portugal, mas ganha o mundo árabe porque sabe que tem em Portugal um parceiro conhecido pela paz, pela paz política, pela estabilidade institucional, pela paz social, pela segurança, pela previsibilidade, pelo início de uma recuperação económica, pela consolidação das contas públicas e pela preocupação de abertura ecuménica a todos, sem limites, com a tal paciência e persistência que são um traço fundamental da nossa maneira de ser”, enalteceu.

Na opinião do chefe de Estado, “Portugal encontra-se numa posição privilegiada para, no concerto das nações, promover o diálogo entre civilizações, culturas, povos e religiões”.

“Um diálogo urgente, num mundo e num tempo em que ganham expressão as narrativas, as culturas ou inculturas da intolerância, da exclusão, do fanatismo, da ignorância, que não conhecem fronteiras nem limites, provocando a violência e sentimentos de insegurança contra os quais urge lutar”, defendeu.

Para Marcelo, este é um “combate a favor da abertura e não da clausura, em prol do conhecimento e não da ignorância e uma luta a favor de pontes e não de muralhas”.

“Uma luta a favor da paz, alicerçada numa visão humanista do mundo, que é a nossa”, resumiu, sublinhando o empenho de Portugal “na promoção de diálogos”.

A eleição de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas é também, para o Presidente da República, “a aceitação de um português como um fator de diálogo, de entendimento, de promoção da paz”, sublinhando que “disso mesmo fala ele hoje no Parlamento Europeu”.

“Como é possível sermos vizinhos e não vivermos intensamente essa vizinhança?”, questionou, recordando que uma das primeiras visitas que fez logo no início do mandato foi a Marrocos e revelando que “dentro de poucas semanas” vai receber o chefe de Estado do Qatar, para além de ter “pendentes para o próximo ano vários convites para visitas de Estado a outros países irmãos árabes”.

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Juros a 10 anos abaixo de 3,2%, mínimos desde outubro

Melhoria das condições económicas em Portugal reforça queda dos juros da dívida nacional no mercado secundário. Tendência baixista deverá continuar até que IGCP anuncie nova emissão sindicada.

Nova correção em baixa no mercado secundário de dívida nacional, uma tendência de queda que saiu reforçada depois de o Tesouro português ter registado juros ainda mais negativos no leilão de dívida de curto prazo que realizou esta manhã.

A taxa associada às obrigações do Tesouro a 10 anos cedem 10,3 pontos base para os 3,196%, tratando-se da yield mais baixa desde o final de outubro do ano passado, há mais de meio ano. Os juros estão a cair em toda a linha… ou todas as linhas. No prazo a cinco anos, a taxa perde 6,5 pontos base para 1,651%, negociando no nível mais baixo desde agosto.

Ao mesmo tempo, o risco de Portugal — medido pelo diferencial entre os juros portugueses a 10 anos e os juros alemães na mesma maturidade — cede esta quarta-feira para o valor mais elevado desde agosto do ano passado.

Desde meados de março que os juros portugueses estão em forte queda. Nesse mês, procedeu-se a uma mudança das linhas de obrigações do Tesouro que servem de referência para as diferentes maturidades da dívida de Portugal, uma circunstância que atirou os juros para máximos desde os tempos da troika. Entretanto, de lá para cá, os ventos sopraram de forma bastante favorável ao risco do país, mesmo com o Banco Central Europeu (BCE) a diminuir o ritmo de compra de dívida pública nacional.

Juros nacionais continuam a afundar

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Isso mesmo deram conta os analistas do Commerzbank na semana passada. “A economia portuguesa registou um forte crescimento, o défice de 2016 ficou abaixo do objetivo e as taxas de juro das obrigações a dez anos caíram bem abaixo dos 4% novamente, apesar do menor ritmo de compras do BCE”, disse o banco alemão. “Mas ainda é cedo para dizer que está tudo bem”, sublinhou ainda, frisando os riscos da elevada dívida pública e desafios estruturais que Portugal enfrenta.

Um operador do mercado adiantou à Bloomberg que o mercado continua a refletir no preço das obrigações a melhoria dos fundamentais portugueses. Um outro trader considerou que este rally deverá continuar até que o IGCP anuncie uma nova emissão sindicada.

"A economia portuguesa registou um forte crescimento, o défice de 2016 ficou abaixo do objetivo e as taxas de juro das obrigações a dez anos caíram bem abaixo dos 4% novamente, apesar do menor ritmo de compras do BCE.”

Commerzbank

Entre outros fatores, há que contar ainda com o ambiente internacional que tem alimentado o interesse do mercado por obrigações da Zona Euro e sobretudo da periferia, sublinha Alberto Gallo, chefe de macro da Algebris. “Em termos globais, há maior confiança da parte dos investidores depois da vitória de Macron. Ele traz uma abordagem diferente ao conceito europeu. É mais aberto na política orçamental e isso beneficia países como a Grécia e Portugal”, indicou Gallo, adiantando ainda que há da parte do mercado menor interesse em comprar dívida norte-americana.

Os ativos em dólares não oferecem muito valor neste momento. Os investidores não querem apenas comprar Treasuries que oferecem pouco e de um país onde o presidente quer aumentar o défice”, frisou o analista da Algebris.

De resto, os juros caem em toda a região da moeda única. A taxa implícita nas obrigações alemãs a 10 anos cai para 0,42%, numa altura em que até as obrigações alemãs a 7 anos registam yields negativas. Em Itália e Espanha, os juros também cedem em todas as maturidades.

"Os ativos em dólares não oferecem muito valor neste momento. Os investidores não querem apenas comprar Treasuries que oferecem pouco e de um país onde o presidente quer aumentar o défice.”

Alberto Gallo

Chefe de estratégia macro da Algebris

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Precários no Estado: 4.152 já apresentaram requerimento eletrónico

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Maio 2017

Número exclui os requerimentos entregues em papel. Site relativo ao programa de regularização de vínculos entrou em funcionamento no dia 11.

Em menos de uma semana, já foram apresentados 4.152 requerimentos eletrónicos por parte de trabalhadores que querem ver analisado o seu vínculo laboral com o Estado. Os dados foram apresentados esta quarta-feira pelo ministro do Trabalho no Parlamento.

Os valores foram apurados às 17 horas de 16 de maio, poucos dias depois de entrar em funcionamento o site relativo ao Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (11 de maio).

De acordo com a apresentação do Governo, o site já contou com 102.813 visitas.

O programa é dirigido a trabalhadores da Administração Pública ou do setor empresarial do Estado que exerçam funções que correspondem a “necessidades permanentes” sem “vínculo jurídico adequado”. Porém, há carreiras excluídas. Para que o vínculo seja analisado, os trabalhadores podem apresentar um requerimento que descreva a sua situação atual.

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Mutualidades: Vieira da Silva diz que é preciso reforçar capacidade de supervisão

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Maio 2017

Ministro do Trabalho e Segurança Social recusa comentar intervenções "eventualmente danosas" em averiguação "pelas instâncias judiciais ou de supervisão".

O ministro do Trabalho afirmou esta quarta-feira que a lei de bases da economia social prevê o reforço da supervisão e fiscalização financeira da atividade das instituições mas salienta que é preciso dar esse passo. “É necessário, na linha exatamente do que está previsto na lei de bases, reforçar a capacidade de supervisão financeira que a tutela político-administrativa do setor das mutualidades não tem naturalmente vocação para fazer com a mesma eficácia que outras instituições especificamente vocacionadas” para isso.

“E são essas instituições” que a lei de bases “aponta como as adequadas para fazer a supervisão desta atividade financeira”, acrescentou na audição parlamentar em torno do Montepio.

Além disso, Vieira da Silva apontou ainda para “um modelo de organização interna, controle, supervisão, fiscalização dentro das próprias associações mutualistas”.

O governante entende que há dois princípios a conciliar, embora admitindo que isso “se tenha demonstrado difícil”: “o princípio da preservação da natureza da opção mutualista dessas instituições” e, por outro lado, o princípio do “reforço com entidades devidamente competentes” e “habilitadas da supervisão da atividade financeira dessas instituições”.

Vieira da Silva acrescentou ainda que a lei de bases prevê que o setor complementar da Segurança Social, onde se insere a atividade das associações mutualistas, “possa vir a criar um instrumento de garantia”, mas garante que esta é principalmente “uma iniciativa das próprias instituições que desenvolvem esse tipo de atividade”.

Para o governante, a aproximação dos setores sociais “no reforço” ou “redimensionamento” de um “banco da economia social” é positivo. E garantiu que o Governo trabalhará para criar as melhores condições para que a estratégia de existência de “um forte setor financeiro da área social seja uma realidade”, recusando porém reduzir outras áreas de intervenção social.

Governo não comenta processos em averiguação

Durante a audição, o ministro recusou comentar processos em averiguação “pelas instâncias judiciais ou de supervisão”. “Não faço nenhum comentário”, salientou, acrescentando que “estarão a ser averiguadas” intervenções “eventualmente danosas”. “Não compete ao Governo interferir nesse domínio”, frisou Vieira da Silva.

O que compete ao Governo “é melhorar o modelo de acompanhamento” do setor, acrescentou depois, e foi neste âmbito que apontou para alguns pontos da lei de bases da economia social.

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