Líder da Meo critica Governo por causa do 5G: “Operadoras não devem ser ‘cash cow’ do Estado”

O presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, apontou baterias ao Governo e interrogou se o leilão do 5G não é, na verdade, uma forma de financiamento do Estado.

O presidente executivo da Altice Portugal considera que ainda não há uma “necessidade evidente” que justifique a implementação do 5G, a quinta geração da rede móvel. Alexandre Fonseca defendeu que “os utilizadores ainda nem sequer tiram partido total da tecnologia” atualmente disponível, o que o leva a questionar se “não serão os leilões de espetro uma forma de financiamento” das operadoras ao Estado.

Na prática, o líder da dona da Meo aponta baterias ao Governo, levantando a hipótese de estar a recorrer aos leilões do 5G para arrecadar verbas para os cofres do Estado. “Os operadores não devem ser a cash cow que vai financiar o Estado, através do leilão de uma tecnologia que sabemos que teremos de utilizar no futuro”, disse o gestor, num painel integrado na conferência FT-ETNO Summit.

As empresas portuguesas de telecomunicações têm vindo a tecer críticas ao modelo de atribuição do espetro eletromagnético. Em setembro, no congresso da APDC, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, sugeriu à Anacom o modelo do leilão eletrónico para a atribuição destas frequências às operadoras.

“Neste momento, mais de 95% das nossas torres estão ligadas através de fibra. Estamos preparados e temos dado passos concretos [em direção à quinta geração da rede móvel], mas pergunto: será necessário ir para o 5G agora?”, afirmou Alexandre Fonseca. “A necessidade do 5G tem a ver com latência, densidade, algo que neste momento ainda não tem uma necessidade evidente pelos modelos de negócio atuais. Não serão os leilões de espetro uma forma de financiamento público?”, interrogou o líder da Altice Portugal.

Apesar das críticas de Alexandre Fonseca esta segunda-feira, a transição para o 5G tem vindo a ser acelerada por Bruxelas. No âmbito da criação do mercado único digital, a Comissão Europeia estabeleceu como 2020 o ano em que o 5G deve começar a ser implementado nos Estados-membros da União Europeia.

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Banco BPI integra negócios da banca de investimento e sociedade de risco

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

O Banco BPI acaba de anunciar a fusão com o Banco Português de Investimento e a sociedade de risco BPI Private Equity, no âmbito da reorganização do grupo que está a ser feita pelo seu dono.

O Banco BPI anunciou esta segunda-feira a fusão com o Banco Português de Investimento e a sociedade de risco BPI Private Equity, no âmbito da reorganização do grupo que está a ser feita pelo seu dono, o Caixabank.

Na informação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), divulgada pelo BPI, é dito que estas fusões por incorporações e respetivas extinção jurídicas destas sociedades têm em vista “simplificar a estrutura do grupo BPI”.

O CaixaBank, que tomou o controlo do BPI em 2017, tem vindo, desde então, a alterar a estrutura do grupo bancário português e a puxar para si atividades do BPI de banca de investimento.

Em novembro de 2017 foi acordada a venda ao CaixaBank das atividades do BPI de banca de investimento, o que deve ser concretizado ainda este ano, estando o Caixabank a constituir uma sucursal em Portugal com essa finalidade.

Ainda em comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o BPI marcou para 16 de novembro uma assembleia-geral de obrigacionistas para que votem as fusões por incorporação anunciadas no mesmo dia.

A justiça espanhola anunciou no dia 4 de outubro, em Madrid, que decidiu investigar uma queixa contra o CaixaBank e um seu ex-presidente por alegado abuso de posição de mercado, administração desleal e delitos administrativos aquando da aquisição do BPI.

Em reação, no mesmo dia, o espanhol CaixaBank rejeitou que tenha havido irregularidades na compra do banco português BPI, assegurando que todas as operações “foram efetuadas no estrito cumprimento das obrigações legais”.

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João Lourenço diz que “diplomacia económica” já captou dez mil milhões

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

Segunda João Lourenço, a "intensa e inédita campanha diplomática" que tem sido levado a cabo já permitiu angariar financiamentos no valor de 11,2 mil milhões de dólares (9.572 milhões de euros).

O Presidente de Angola contabilizou, esta segunda-feira, em mais de dez mil milhões de euros de financiamento, incluindo de Portugal, o resultado da “diplomacia económica” que promoveu em 2018.

“Durante o decorrer deste ano, tive a oportunidade de realizar uma série de deslocações oficiais a outros países com o objetivo de reforçar as relações de amizade e de cooperação, atrair o investimento estrangeiro, encontrar linhas de crédito para nos ajudarem a sanar os nossos problemas financeiros e diversificar a nossa economia, a criar riqueza e emprego e a desenvolver em geral o nosso país”, disse João Lourenço.

O chefe de Estado angolano, que discursava sobre o estado da Nação, que abriu os trabalhos da segunda sessão legislativa da IV Legislatura da Assembleia Nacional angolana, em Luanda, lembrou que, em todas as visitas ao estrangeiro encontrou “a máxima abertura, compreensão e disponibilidade” para se fazerem investimentos em Angola.

“As novas leis aprovadas nesta ‘Casa da Democracia’ [parlamento], sobretudo ligadas à concorrência e ao fim dos monopólios, mereceram a opinião favorável de quem se via impedido de realizar negócios livremente, tendo hoje como condição única o respeito pela lei”, sublinhou.

Segundo João Lourenço, esta “intensa e inédita campanha diplomática” permitiu angariar financiamentos no valor de 11,2 mil milhões de dólares (9.572 milhões de euros) a que se juntam mais 579 milhões de euros de financiamento de Portugal e da França, perfazendo um total de 10.150 milhões de euros.

Entre este montante, figura um financiamento de 500 milhões de dólares do UKEF (Reino Unido) e a emissão de 3,5 mil milhões de dólares de ‘eurobonds’ – títulos da dívida pública emitidos em moeda estrangeira no mercado internacional -, “que tem permitido a gestão da dívida e o arranque de novos projetos de infraestruturas e investimentos sociais de pelo menos quatro províncias, casos da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico e Cuando Cubango.

João Lourenço destacou que Angola recebeu também créditos de 500 milhões de dólares do KFW Bank (Alemanha) e um outro incluído na extensão da linha de crédito da COSEC (Portugal) em mais 500 milhões de euros (inicialmente era de 1.000 milhões de euros), após a visita a Angola do primeiro-ministro português, António Costa, a 17 e 18 de setembro último.

Na China, acrescentou, a “diplomacia económica” resultou na concessão de um crédito de 2.000 milhões de dólares do Banco de Desenvolvimento CDB, outro de 3.500 milhões de dólares do Banco Comercial e Industrial ICBC e de mais 620 milhões de dólares do EXIMBANK, bem como a oferta de 500 bolsas de estudo para o ensino superior anunciada pelo próprio Presidente chinês, Xi Jinping, após a mais recente visita de João Lourenço a Pequim, no início deste mês.

Por outro lado, em França, resultou também numa garantia de crédito 500 milhões de dólares do Crédit Agricole, bem como de 79 milhões de euros da Agência Francesa de Desenvolvimento.

Segundo João Lourenço, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) disponibilizou ainda 110 milhões de dólares para o fomento da Agricultura, montante que está já a ser utilizado em projetos na província de Cabinda.

“No cômputo geral, esses financiamentos totalizam 11,2 mil milhões de dólares e mais 579 milhões de euros [Portugal e França], para além das manifestas intenções de investimento privado direto. É caso para se dizer que fizemos uma verdadeira diplomacia económica”, reivindicou.

Segundo João Lourenço, durante a campanha da diplomacia económica, Angola recebeu “simpatia e o encorajamento de todos os nossos parceiros políticos e económicos” para o combate “sem tréguas contra a corrupção e a impunidade”, fatores que, admitiu, “também inibiam muitos dos potenciais investidores interessados”.

“Em todos esses países fizemos questão de frisar que Angola está aberta ao investimento privado estrangeiro, praticamente em todos os ramos da nossa economia.

“À União Europeia (UE), concretamente, apelamos para que estabeleça com os países africanos um novo paradigma de cooperação, que nos ajude a passar de meros exportadores de matérias-primas para produtores de produtos manufaturados e industrializados, de modo a podermos criar internamente maior oferta de bens, de serviços e de emprego”, terminou.

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Rio acusa Governo de partidarizar Energia com Galamba como secretário de Estado

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

"Não se conhece ao deputado João Galamba grande formação na área da energia. Penso que não tem nenhuma formação específica na área", disse o presidente dos social-democratas.

O presidente do PSD acusou esta segunda-feira o Governo de estar a “partidarizar a pasta da Energia”, reagindo a notícias que dão conta de que o deputado do PS João Galamba é o novo secretário de Estado da Energia.

Em declarações aos jornalistas à entrada para um encontro com militantes do PSD em Aveiro, o líder do PSD realçou que o setor da energia “é um lugar político, mas tem uma componente técnica forte”, adiantando que “não se conhece ao deputado João Galamba grande formação na área da energia”. “Penso que não tem nenhuma formação específica na área da energia. Sendo assim, vejo muito mais aqui a questão de uma certa partidarização da pasta da Energia, do que propriamente colocarmos um técnico que sabe bem aquilo que o setor precisa”, afirmou.

A confirmar-se a escolha do antigo porta-voz do PS para assumir a pasta deixada vaga por Jorge Seguro Sanches, o líder do PSD considera que se trata de “um mau sinal”, ainda por cima, numa altura em que diz haver “uma tensão entre o Governo e as energéticas, particularmente a EDP”. “A partidarização não augura nada de positivo e o anterior secretário de Estado estava a fazer um percurso que demonstrava alguma independência, alguma autonomia, nas suas políticas e nas suas decisões. Prevejo que agora não seja assim, mas vamos ver”, concluiu.

O Presidente da República deu hoje posse aos novos ministros da Defesa, da Economia, da Saúde e da Cultura. Na sequência de uma alteração orgânica, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, tomou posse como ministro do Ambiente e da Transição Energética, pasta até então no Ministério da Economia.

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Medo da Amazon? Sonae diz que americanos nem site têm em Portugal

Sonae tenta reafirmar atratividade do seu negócio após falhar venda da unidade de retalho na bolsa. Diz que vale mais do dobro do que o mercado avalia. E desvaloriza concorrência da Amazon.

Falhada a oferta de venda de ações da Sonae MC, a Sonae veio reafirmar esta segunda-feira a sua história de investimento junto dos investidores. Diz que vale mais do dobro daquilo que o mercado avalia atualmente. Medo da Amazon no comércio online? “Não é um grande problema em Portugal. Os shoppings são muito populares aqui. E a Amazon não tem um site www.amazon.pt nem um armazém”, sublinha a empresa.

Enquanto procura reorientar-se após ter voltado atrás com os planos de colocar o seu negócio de retalho na bolsa, a Sonae atualizou a apresentação junto dos investidores para assegurar que continua atrativa.

Começa por argumentar que se encontra subavaliada na bolsa, assinalando que há uma “enorme diferença” entre o valor líquido do ativo (NAV) da empresa e a sua avaliação no mercado. A este propósito, diz que o NAV cresceu 4% a um ritmo anual desde 2009, tendo chegado ao final de junho a valer 4,1 mil milhões de euros, mais do dobro da sua capitalização bolsista (cerca de 1,7 mil milhões de euros).

Aliás, sobre o preço da ação, a Sonae argumenta que foi “particularmente afetada pela crise financeira global, mas também pelos problemas económicos e financeiros em Portugal”, contrapondo a sua cotação (fechou esta segunda-feira nos 0,84 euros) com a média de preços alvo dos analistas (1,37 euros).

Também destaca que possui um “negócio de retalho diversificado”, do qual fazem parte marcas como o Continente, Worten, Wells, Maxmat, Go Natural, entre outros, e que se encontra estabelecido numa rede de centros comerciais que são o “destino proeminente” para as compras em Portugal.

Por outro lado, depois de desvalorizar a concorrência da gigante do comércio online Amazon, dizendo que nem site em Portugal tem, a Sonae evidencia que a sua estrutura de holding “fornece um parceiro completamente alinhado com um histórico de criação de valor”.

Entre as mensagens chave que tenta transmitir na apresentação, a Sonae lembra que é líder de mercado na maioria dos formatos de retalho onde opera, está posicionada para melhorar a rentabilidade e para fazer crescer a remuneração aos acionistas.

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Lisboa duplica taxa turística. Estima que receitas cresçam 152% em 2019

No próximo ano, os turistas vão ter de pagar não um, mas dois euros por cada noite que durmam em Lisboa. Este aumento da taxa turística, mas também o aumento de turistas vai fazer disparar a receita.

No próximo ano, a taxa turística exigida por cada noite dormida em Lisboa vai duplicar, fixando-se nos dois euros. Com esta medida (e com o boom do turismo que a capital está a viver), a Câmara Municipal de Lisboa espera fazer crescer em 152% as receitas assim arrecadas, passando dos 14,5 milhões de euros registados em 2018 para 36,5 milhões de euros em 2019.

De acordo com Orçamento da cidade para o próximo ano, o aumento da taxa turística — que deve fazer o montante arrecadado mais do que duplicar — será acompanhado do reforço da mobilidade e transporte, da segurança e da higiene urbana.

A propósito deste último ponto, o município de Fernando Medina espera delegar 25,6 milhões de euros para a higiene pública, o que se enquadra nos “investimentos no plano da sustentabilidade ambiental”. Neste contexto, serão ainda atribuídos 31 milhões de euros ao plano geral de drenagem e 24,3 milhões de euros aos espaços verdes e parques urbanos.

Imóveis contribuem com maior fatia

A Câmara de Lisboa prevê contar com um orçamento consolidado de 1.387 milhões de euros, no próximo ano, mais 8,3% do que em 2018. Isto incluindo não só as contas da autarquia (cujo orçamento consolidado está fixado nos 1.187 milhões de euros), mas também as da Carris, da SRU, da EMEL, da EGEAC e da GEBALIS.

A subida do orçamento disponível para o próximo ano fica a dever-se não só à subida das receitas arrecadadas com a Taxa Turística, mas também ao aumento dos impostos nomeadamente o Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) e à receita esperada com a venda em hasta pública dos terrenos de Entrecampos, explicou, esta segunda-feira, o vereador João Paulo Saraiva, citado pela Lusa.

Só com impostos locais (IMT, IMI, IUC e Derrama), a Câmara Municipal de Lisboa espera arrecadar 448 milhões de euros em 2019, valor que compara com os 415 milhões de 2018. Esta subida explica-se, em parte, pelo elevado dinamismo do mercado imobiliário. Só no primeiro semestre, a área metropolitana em causa assegurou 16.331 transações imobiliárias, o que representou um valor global de três mil milhões de euros e um aumento de 24,6% face ao ano anterior.

Em 2017, os recordes no imobiliário e no turismo já tinham dado uma mãozinha às contas lisboetas. Nesse ano, a Câmara de Lisboa reduziu a dívida para 472 milhões de euros e aumentou as receitas para 718 milhões de euros. As receitas com imposto sobre transações imobiliárias dispararam quase 50%.

Orçamento da EMEL sobe 15%. O da SRU quase duplica

No próximo ano, a EMEL vai ver o seu orçamento crescer quase 15%, de 48 milhões de euros para 55 milhões de euros.

Uma subida significativa, mas que será facilmente batida pela registada pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU). Em causa está um aumento de 93,8%, de 126 milhões de euros para 142 milhões de euros. Na mesma área, a GEBALIS (responsável pela administração de bairros e conservação de património) verá o seu orçamento crescer 9,4% (para 34 milhões de euros).

Nos transportes, a Carris verificará um salto de 12,7% para 142 milhões de euros, no ano em que acrescentará à sua frota 150 novos autocarros. Na cultura, a EGEAC um aumento de 18,5% para 32 milhões de euros.

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ERSE propõe aumento de 0,1% na fatura da eletricidade

A ERSE propõe um aumento de 0,1% nos preços da eletricidade no mercado regulado de energia.

A ERSE propõe uma subida da tarifa regulada de eletricidade de 0,1% em 2019, o que representa um aumento de cinco cêntimos na fatura média da luz. A tarifa ainda tem de ser confirmada a 15 de dezembro e surge no mesmo dia em que o Governo apresenta a proposta de Orçamento do Estado para 2019, que deverá incluir uma medida acordada com o BE e o PCP para aliviar a fatura da energia em 5%.

Segundo avançou a ERSE em comunicado, “a expressão nos orçamentos familiares do aumento subjacente à proposta de tarifas transitórias de venda a clientes finais para 2019 é de cinco cêntimos, numa fatura média mensal de 45,1 euros”. O valor serve de referência para o mercado liberalizado.

Para os consumidores com tarifas sociais, “a proposta tarifária prevê um acréscimo na fatura mensal de eletricidade de três cêntimos, para uma fatura média mensal de 27,9 euros, valor que já integra a aplicação de um desconto social mensal de 14,22 euros”, indica o regulador da energia.

O aumento da tarifa regulada reflete a escalada dos preços da energia no mercado ibérico de eletricidade (Mibel), que tem sido explicada com a subida do preço dos combustíveis fósseis usados nas centrais termoelétricas, como o carvão e o gás natural.

“O crescimento da tarifa de energia elétrica, em cerca de 20%, reflete o forte crescimento do preço da energia elétrica nos mercados de futuros nas entregas para 2019 que, por sua vez, refletirá, até um certo ponto, a evolução verificada nos mercados de futuros dos preços dos combustíveis fósseis (petróleo e carvão), como também dos preços das licenças de emissão de CO2“, lê-se na proposta da ERSE.

Em contrapartida, a forte subida dos preços da energia no Mibel foi contrariada por uma queda de 11,1% nas tarifas de acesso às redes, de 15,1% na tarifa de uso global do sistema e de 4,6% nas tarifas de uso das redes. É a conjugação de todos estes fatores que resulta no cálculo da subida de 0,1% da tarifa regulada.

Este valor terá ainda de ser confirmado pelo regulador da energia a 15 de dezembro. No ano passado, por esta altura, a ERSE propôs a descida de 0,2% do preço regulado da energia. Na altura, foi a primeira descida da tarifa regulada em 18 anos. O aumento proposto para 2019 anula, em parte, a descida dos preços regulados este ano.

OE vai baixar preço da eletricidade

Apesar da subida dos preços da energia no Mibel e da proposta de aumento da tarifa regulada da ERSE, o BE e o PCP negociaram com o Governo uma descida de 5% da fatura global da eletricidade, uma medida que deverá estar inscrita no Orçamento do Estado para 2019, que vai ser entregue ao Parlamento esta segunda-feira. A descida está dividida em três componentes.

Como o ECO já noticiou, numa primeira componente, o IVA sobre a chamada “potência contratada” deverá cair de 23% para 6%, mas a redução apenas se aplica sobre as potências até 3,45 kVA, as mais baixas para os consumidores domésticos. A segunda componente alarga a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) às empresas que produzem energia de fontes renováveis, com exceção daquelas que se encontrem abrangidas por regimes de remuneração garantida, as mini-hídricas e as centrais de biomassa a gás.

A terceira componente prevê a transferência do dinheiro da CESE para abater no défice tarifário em duas fases: na primeira fase, serão transferidos 190 milhões de euros da CESE — que deverá abranger apenas consumidores domésticos –, mais 40 milhões do fundo de carbono; na segunda, em 2020, serão transferidos 200 milhões de euros da CESE, que já incluirá as empresas de energias renováveis.

Défice tarifário vai cair 462 milhões de euros

A ERSE garante que esta proposta de subida dos preços regulador da energia vai permitir diminuir a dívida tarifária nas tarifas de 2019. Assim, o défice tarifário deverá cair pelo quarto ano consecutivo, em 462 milhões de euros.

Fonte: ERSE

“Esta amortização da dívida contribui significativamente para a pressão tarifária, mas a ERSE entende que se justifica pela necessidade de reforçar o percurso já iniciado para o equilíbrio do sistema, garantindo, assim, a sustentabilidade do mesmo. Realce o facto de, entre 2015 e 2019, a dívida tarifária ter sido reduzida em 1.889 milhões de euros”, conclui a ERSE.

Esta redução do défice só conta com a subida dos preços proposta, a que se juntam outros contributos, nomeadamente a CESE. Não reflete a baixa do valor da fatura para os consumidores que o Governo juntamente com os partidos que apoiam a solução governativa de Costa pretende aplicar a partir de janeiro. Não se sabe assim o efeito que terá em termos de défice tarifário já que apesar de os portugueses pagarem menos haverá um alargamento da CESE às empresas de energias renováveis.

(Notícia atualizada às 19h58 com mais informações)

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Cenário de ausência de acordo no Brexit “mais provável do que nunca”, diz Donald Tusk

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

Tusk considera que a UE deve estar preparada para o cenário de um “não acordo”, mas diz que, ainda assim, devam ser empenhados “todos os esforços” para alcançar o melhor acordo possível.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, advertiu esta segunda-feira que o cenário de uma ausência de acordo para a concretização da saída do Reino Unido da União Europeia é “mais provável do que nunca”.

Na carta-convite dirigida aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) para o Conselho Europeu de quarta e quinta-feira em Bruxelas, considerado “o momento da verdade” nas negociações em torno do ‘Brexit’, Tusk sublinha todavia que o facto de a União Europeia se dever preparar de forma responsável para o cenário de um “não acordo” não significa que não devam ser feitos “todos os esforços” para alcançar o melhor acordo possível para todas as partes.

Lembrando que o objetivo traçado há sensivelmente um mês na cimeira de Salzburgo era alcançar o máximo de progressos e resultados com vista a ser possível “fechar” um acordo neste Conselho Europeu de outubro, Tusk aponta que, “tal como as coisas estão hoje, tal revelou-se mais complicado do que alguns esperariam”.

“Devemos manter-nos esperançados e determinados, uma vez que há boa vontade de ambas as partes para prosseguir estas negociações. Mas, ao mesmo tempo, responsáveis como somos, temos de nos preparar a UE para um cenário de ausência de acordo, que é mais provável do que nunca”, observa o presidente do Conselho Europeu.

Tusk ressalva, para “ser absolutamente claro”, que esses preparativos para uma saída não ordenada do Reino Unido do bloco europeu não deve, “sob quaisquer circunstâncias”, desencorajar os responsáveis políticos de ainda alcançarem um acordo, até porque, “como alguém sabiamente afirmou, «tudo parece impossível até ser feito»”, uma frase atribuída a Nelson Mandela.

“Não desistamos”, diz Tusk na missiva enviada aos líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro, António Costa.

O presidente do Conselho Europeu explica que os trabalhos terão início na quarta-feira à noite com um debate sobre o ‘Brexit’, apontando que convidou a primeira-ministra britânica, Theresa May, a dirigir-se aos restantes líderes para apresentar a avaliação que o seu Governo faz das negociações.

“Mais tarde, a 27, decidiremos como conduzir as negociações a partir daqui, com base numa recomendação do nosso negociador-chefe, Michel Barnier”, escreve.

O Conselho Europeu será retomado na quinta-feira de manhã, de novo a 28, sendo o principal assunto em agenda, e uma vez mais, a questão das migrações, sendo seguido de uma Cimeira do Euro no chamado “formato inclusivo” (a 27), para um ponto da situação sobre a reforma da União Económica e Monetário, e na qual participará o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.

Depois do Conselho Europeu e Cimeira do Euro, haverá lugar a uma cimeira entre UE e Ásia (ASEM), que terá início na quinta-feira à noite e decorrerá até sexta-feira à tarde.

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A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

O Orçamento do Estado para 2019 é apresentado esta segunda-feira. O ECO preparou um guia para que fique a perceber tudo o que vai mudar. Portugal prepara-se para emitir obrigações em moeda chinesa. Os investidores não residentes e sem estabelecimento estável no país vão ter uma borla fiscal.

O Orçamento do Estado para o próximo ano cruza as portas de São Bento esta segunda-feira. Depois de um período de negociações marcado por polémicas, avanços e recuos, o documento que guiará as contas do próximo ano promete ficar marcado por um aumento extraordinário de dez euros das pensões (já em janeiro), pela subida dos salários da Função Pública e pela descida da fatura da luz.

Os investidores não residentes vão ficar isentos do pagamento de impostos relativos aos juros das obrigações denominadas na moeda chinesa que Portugal conta emitir brevemente no mercado chinês, uma medida que consta na versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2019 a que o ECO teve acesso.

O Orçamento do Estado para 2019 prevê um aumento da carga fiscal sobre os automóveis. As tabelas do Imposto Sobre Veículos (ISV) vão ser agravadas, em média, em 1,3% nas suas duas componentes (cilindrada e ambiental). Para evitar uma escalada dos preços dos veículos com as novas medições de CO2, o Governo avança com uma medida transitória que abate até 24% ao valor das emissões.

Quando José Augusto, hoje reformado, começou a trabalhar como professor de Filosofia, dependia muito dos pais. “Andei fora de casa muitos anos”, afirmou: as colocações e as vagas iam ditando onde se fixava, e a ajuda da família permitiu-lhe continuar a ensinar em sítios cada vez mais remotos relativamente ao Porto onde cresceu, de Rio Tinto à Covilhã, “a fazer viagens, viagens perigosas”, relembra. “Estava sempre a contar que no futuro iria progredir na carreira e a coisa melhoraria. Portanto compreendo perfeitamente os colegas: a certa altura, as regras não estão a ser cumpridas”.

João Rendeiro, dois outros administradores e dois ex-quadros foram condenados pelos crimes de falsidade informática e falsificação de documento para manterem os seus cargos no BPP. Na decisão conhecida hoje, o coletivo de juízes decidiu-se pela pena de cinco de prisão mas com pena suspensa para João Rendeiro, que vai ser obrigado ainda a pagar 400 mil euros a uma IPSS, neste caso a Associação “Crescer”. João Rendeiro não esteve presente na sessão de julgamento.

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Tal como o ISV, também IUC tem desconto por causa das emissões

Além dos "descontos" até 24% na componente ambiental para o cálculo do Imposto Sobre Veículos (ISV), haverá reduções até 21% no valor do CO2 para evitar escalada do preço do "selo do carro".

O Governo prometeu que a nova norma de medição das emissões dos automóveis (a WLTP) não iria fazer disparar a fiscalidade sobre o setor automóvel. Por isso, avançou com “descontos” até 24% na componente de CO2 para o cálculo do Imposto Sobre Veículos (ISV), mas também com uma redução dos valores para o cálculo do “selo do carro”. Há um desconto até 21%.

Tal como no caso do ISV, as tabelas do Imposto Único de Circulação (IUC) também são atualizadas à taxa de inflação, de 1,3%, mantendo-se o encargo extra sobre os motores a gasóleo. No entanto, na proposta de Orçamento do Estado para 2019, também neste imposto é aplicado um desconto na componente ambiental.

 

Como o WLTP traduz mais fielmente as emissões dos veículos, o resultado destes testes é o de um aumento expressivo nos valores das emissões. Além de ficarem mais caros na compra, seriam também mais onerosos na posse, através de um “selo” bem mais caro do que com base no anterior método.

Assim, o Governo decidiu aplicar uma disposição transitória que prevê uma redução percentual a aplicar às emissões de CO2 que vai dos 21% para veículos com emissões até 120 gramas de CO2 por quilómetro, baixa para 15% no caso de veículos que emitem entre 120 e 180 e encolhe para 12% nos que têm emissões entre 180 e 250 gramas de CO2.

Tal como acontece no ISV, no caso dos carros mais poluente este desconto é bem menor. De acordo com o documento obtido pelo ECO, para as viaturas que apresentem emissões de mais de 250 gramas de CO2 haverá um abatimento percentual de apenas 5%. Ou seja, há uma benesse, mas o valor a pagar vai disparar.

(Notícia atualizada às 00h15 com a informação confirmada na proposta de Orçamento do Estado para 2019)

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Se o Orçamento fosse feito no Facebook e no Twitter, estas seriam as medidas aprovadas

Antes da entrega do Orçamento do Estado para 2019, o ECO quis saber que medidas os seus leitores no Facebook e no Twitter gostariam de ver inscritas no próximo ano.

Falta relativamente pouco tempo para se conhecerem todas as medidas apresentadas pelo Governo para o Orçamento do Estado para 2019. Algumas já foram anunciadas, como a criação de novos escalões para tributar bebidas açucaradas ou a eliminação do Pagamento Especial por Conta, outras ainda não.

Neste contexto, o ECO decidiu lançar uma pergunta nas redes sociais — Facebook e Twitter –, para saber a opinião dos seus leitores: que medida gostaria de ver inscrita no Orçamento do Estado para 2019?

Nos comentários às duas publicações, são abordadas várias questões — algumas ainda em discussão –, que vão desde o aumento das deduções fiscais, à redução do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). Ora veja:

Redução das retenções de IRS

O IRS foi um dos temas mais abordados pelos leitores: enquanto uns defendem a “reposição da reforma do IRS iniciada em 2014, que contemplava alívio fiscal a famílias numerosas“, outros propõem um “aumento das deduções fiscais para as famílias, nomeadamente nas despesas de educação e nas despesas gerais, e multiplicado por criança e não por agregado“.

Há, ainda, quem seja a favor da “isenção do IRS sobre pensões pagas por caixas de previdência“, da diminuição da “taxa liberatória de IRS/IRC de 28% para 21%” ou o aumento da “dedução no IRS das rendas, dos 500 euros para os 1000“.

De qualquer forma, apesar de não estarem previstas novas alterações ao IRS no próximo ano, este imposto voltará a baixar em 2019, devido ao desagravamento que ficou estabelecido com o Orçamento do Estado para 2018. Ou seja, passará a estar totalmente refletido nas tabelas de retenção na fonte as alterações feitas em 2018 aos escalões de IRS. Por outro lado, o mínimo de existência (valor de rendimento livre de IRS) será atualizado em linha com o novo Indexante de Apoios Sociais, mas o PCP reclama uma maior abrangência da isenção.

Por outro lado, também já está fechada a forma de tributar o trabalho suplementar. Ou seja, quem faz horas extraordinárias já não corre o risco de pagar mais impostos por saltar para o escalão seguinte. Estes rendimentos serão tributados de forma autónoma tal como já acontece com os subsídios de Natal e de férias.

Outra das medidas já anunciadas ao nível do IRS é a redução do imposto a pagar por aqueles que queiram regressar a Portugal. Foi uma das primeiras bandeiras deste Orçamento, avançada pelo primeiro-ministro logo em agosto. No próximo ano ou em 2020, os emigrantes de regresso vão ter direito ao reembolso dos custos de instalação e podem pagar apenas metade do IRS durante três a cinco anos.

Descida do IVA na eletricidade

Depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter descartado a descida do IVA na eletricidade, por ser “incomportável”o custo está avaliado em 500 milhões de euros, o líder parlamentar comunista João Oliveira veio anunciar, esta quinta-feira, que afinal a fatura da luz dos portugueses vai mesmo baixar. Esta redução não será, contudo, feita através da diminuição “pura e simples” do IVA de 23% para 6%, mas sim através da redução do IVA aplicado à potência contratada. No sábado, a deputado do Bloco de Esquerda deu mais detalhes sobre a forma como a fatura da energia dos portugueses vai desder 5%, em 2019 e novamente em 2020. Assim o IVA da potência contratada baixa, de 23% para os 6%, para as potências até 3,45 kVA, ou seja, as mais baixas para os consumidores residenciais, a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) é alargada às empresas que produzem energias de fontes renováveis — uma opção que já tinha sido sinalizada pelo líder da bancada parlamentar do PS, Carlos César — e, finalmente, transferência de 190 milhões de euros da CESE para amortizar o défice tarifário (o que deverá abranger apenas consumidores domésticos) e mais 40 milhões que virão do fundo de carbono. Em 2020, acontecerá uma nova transferência, de 200 milhões de euros que virá da CESE, que nessa altura já “apanhará” também as empresas de energias renováveis.

A redução do IVA da energia, nas suas diversas vertentes, de 23% para 6%, foi uma proposta apresentada não só pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP nas negociações do Orçamento do Estado, mas também pelos leitores do ECO, por ter sido, dizem, uma “medida temporária no tempo da troika“.

Aumento do salário mínimo nacional

O aumento do valor do salário mínimo é outra das medidas sugeridas pelos leitores (“aumento do salário mínimo nacional para os 657 euros“). Relativamente a este tema, o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, já admitiu que o Governo tem “vontade política”, para que o salário mínimo vá além daquela fasquia, mas que uma medida nesse sentido não pode ser garantida contra a vontade dos parceiros.

Entretanto, o PCP apresentou um projeto de resolução onde defende o aumento do salário mínimo para 650 euros, como forma de dinamização da economia e até de subida das receitas da Segurança Social. Mas PS, PSD e CDS remetem qualquer decisão para a concertação social.

Aumento dos salários e pensões

O aumento dos salários e das pensões da Função Pública já fazem parte do leque de medidas dadas como certas pelo Governo. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considera, contudo, que a verba de 50 milhões de euros disponibilizada para aumentar os salários da Função Pública fica aquém do necessário, exigindo a “reconsideração” da mesma.

Relativamente a este assunto, os leitores pedem, simplesmente, que haja um “aumento de salários dos privados, igual ao dos funcionários públicos” e propõem o estabelecimento de uma “pensão máxima paga pelo Estado” (por exemplo 2.500 ou 3.000 euros), bem como um “aumento das reformas, sobretudo, as mais baixas“.

Esta quinta-feira, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, revelou mais uma novidade: haverá um aumento mínimo de dez euros logo em janeiro. “Acertámos com o Governo um terceiro aumento extraordinário das pensões, a partir de janeiro, à semelhança daqueles em que havíamos insistido em 2016 e 2017, mas cujos efeitos só se fizeram sentir a partir de agosto deste ano e do ano passado“, disse o comunista.

O Bloco também tentou negociar com o Executivo uma forma de compensar os pensionistas que não foram abrangidos pelos aumentos extraordinários de agosto, tanto em 2017 como em 2018. Uma medida que custará cerca de 26 milhões de euros.

Alívio dos cortes para pensionistas

Sobre o tema das carreiras longas, os leitores do ECO propõem a “reforma aos 60 anos com 40 de descontos, sem penalização“.

Relativamente a esta matéria, o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, tinha dito, inicialmente, que a reforma sem penalização e com 60 anos de idade seria apenas para aqueles que descontaram 46 anos. No entanto, esta quinta-feira, o PCP anunciou que a partir de janeiro, o fator de sustentabilidade será eliminado para quem se reformar com 63 anos. Por outro lado, o Bloco de Esquerda fechou com o Governo o fim da penalização das pensões antecipadas em 2019, e não em 2020,como estava inicialmente previsto. A eliminação da penalização introduzida pelo fator de sustentabilidade (14,5%) em janeiro de 2019 é válida para os pensionistas com 63 anos ou mais e que aos 60 anos de idade tinham 40 anos de descontos. Depois, em outubro de 2019, são abrangidas todas as pensões antecipadas de quem aos 60 anos tenha 40 anos de descontos. Uma medida que, de acordo com os cálculos do Governo deverá abranger mais de 44 mil pensionistas e que segundo os cálculos do Bloco deverá custar 186,2 milhões de euros.

Redução do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP)

A redução da “taxa do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP)” é uma das medidas, sugeridas pelos leitores. O Bloco de Esquerda e o PCP já disseram, inclusive, que iriam insistir na redução do ISP, nomeadamente no fim do adicional a este imposto, que foi criado em 2016. No entanto, de acordo com a primeira versão preliminar do Orçamento do Estado, a que o ECO também teve acesso, o ISP será mantido em 2019, no montante de 0,007 euros por litro para a gasolina e 0,0035 euros por litro para o gasóleo rodoviário e o gasóleo colorido e marcado.

Manuais gratuitos até ao 12º ano

O alargamento dos manuais gratuitos ao 12º ano foi uma das medidas propostas pelos leitores, que já foi confirmada pelo PCP. A notícia foi dada, esta quinta-feira, pelo líder parlamentar comunista, João Oliveira, no âmbito das negociações para o Orçamento do Estado para 2019. Segundo estimativas dos comunistas, os custos da medida anunciada ascendem a “pouco mais de 100 milhões de euros”. Recorde-se que até aqui, os livros gratuitos abrangiam apenas os 1.º e 2.º ciclos, estendendo-se, agora, aos 7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade.

Taxa sobre as bebidas açucaradas

Aplicar uma taxa sobre os produtos açucarados e sobre o sal“, diz um dos leitores. Esta é outra das medidas que vai ao encontro daquilo que já foi proposto pelo Governo para o Orçamento do Estado do próximo ano.

O Executivo quer taxar as bebidas açucaradas consoante a gramagem de açúcar presente em cada litro, ou seja, quanto mais doce uma bebida for, mais cara vai ser. O objetivo, para além da receita fiscal, é levar os produtores a reduzirem o teor de açúcar nas bebidas ou dissuadir os consumidores de as adquirirem, devido aos preços mais altos. De acordo com a proposta preliminar do OE2019, o Governo está a trabalhar num cenário em que, por exemplo, as bebidas com mais de 80 gramas de açúcar por litro passam a pagar um imposto de 20 euros por cada 100 litros (antes, o imposto era de 16,46 euros) e as bebidas com um teor de açúcar entre 50 e 80 gramas por litro passam a pagar um imposto de oito euros por cada 100 litros produzidos.

Redução do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)

No que diz respeito ao Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC), os leitores parecem estar em sintonia, na medida em que todos propõem o mesmo: “redução do IRC para estimular o investimento, a inovação, a criação de mais empregos e a fixação de mais empresas em Portugal“; diminuição da “taxa IRC de 17% para 12,5% e a de 21% para 19%“; redução significativa da “taxa de IRC para empresas com volume de negócios até 150.000 euros“. Pouco se sabe, sobre quais as medidas que o Executivo tem preparado para as empresas com exceção do já anunciado fim do Pagamento Especial por Conta (PEC). No entanto, as empresas têm de pedir junto da Autoridade Tributária para deixar de cumprir esta obrigatoriedade fiscal, um pedido que tem de ser feito até ao final do terceiro mês do respetivo período de tributação.

Relativamente à descida do IRC — uma medida que chegou a ser alvo de um pacto de regime entre o PSD e o PS ainda no Governo de Pedro Passos Coelho, embora depois revogado pelo atual Governo — o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, diz que mais importante que reduzir o IRC, é reduzir a fatura energética.

Outras medidas

Para além das medidas acima descritas, os leitores propõem, ainda, que se acabe “com o uso de dinheiro público para patrocinar as touradas” — uma medida parcialmente coberto com o fim da isenção de IVA para os artistas tauromáquicos — que se preste “maior apoio a pessoas doentes e deficientes“, que os doentes crónicos estejam isentos de taxas moderadoras, que a taxa de IVA seja “agravada para bens de luxo”, entre outras.

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Contribuição para a RTP não mexe pelo terceiro ano consecutivo

A contribuição para o audiovisual, paga pelos portugueses na fatura da luz, vai manter-se em 2,85 euros em 2019. A taxa não mexe há três anos consecutivos.

O presidente da RTP fez o pedido, mas o barro voltou a não colar na parede. Pelo terceiro ano consecutivo, o Governo não vai atualizar a contribuição para o audiovisual que os portugueses pagam para financiar a estação pública de rádio e televisão. A taxa que é liquidada na fatura da eletricidade irá manter-se em 2,85 euros, à qual acresce o IVA, de acordo a proposta de Orçamento do Estado entregue esta segunda-feira no Parlamento.

Este valor foi atualizado pela última vez em julho de 2016, altura em que o Governo decidiu aumentar a contribuição em 20 cêntimos. Nessa altura, a taxa passou de 2,65 euros para 2,85 euros, valor que se manteve até aos dias de hoje. Três anos depois, com um novo Orçamento do Estado já apresentado, a taxa permanece inalterada por mais um ano.

“Em 2019, não são atualizados os valores mensais previstos (…) [na lei] que aprova o modelo de financiamento do serviço público de radiodifusão e de televisão”, lê-se no documento. Ou seja, o Governo escolheu não aumentar a contribuição, mesmo depois de um ano ‘anormal’ em que as contas da RTP deverão ser atiradas para o vermelho, como avançou o ECO em primeira mão há meses.

A subida da contribuição para o audiovisual tinha sido pedida pelo presidente da RTP, Gonçalo Reis, numa entrevista ao Público em setembro, altura em que o Orçamento do Estado ainda estava a ser discutido entre o Governo e os parceiros. “É fundamental que cada parte cumpra o seu quinhão: a RTP está a prestar mais serviço público. Ao Estado, caberá ajustar a contribuição para o audiovisual de acordo com a inflação, tal como a lei estipula”, disse Gonçalo Reis.

O pedido surge depois de um ano de especial atividade para a RTP. Apesar de ter conseguido aumentar as audiências, graças ao Festival Eurovisão da Canção e à transmissão do Mundial de Futebol, a empresa deverá fechar o ano de 2018 com prejuízos, depois de vários anos consecutivos de lucros. Para além das despesas com a organização do festival e a compra de direitos de transmissão da competição, as contas este ano serão penalizadas pelos impactos da regularização de trabalhadores precários e da reposição de salários.

Em 2017, a RTP obteve um lucro residual de 130 mil euros. Mas, ao que o ECO apurou, a estação pública deverá fechar o ano de 2018 com prejuízos.

(Notícia atualizada às 00h21 com a informação confirmada na proposta de Orçamento do Estado para 2019)

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